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COMO-ENFRENTAR-A-INDISCIPLINA-NA-ESCOLA com questionario.pdf

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ARTIGO: COMO ENFRENTAR A 
INDISCIPLINA NA ESCOLA 
UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ 
Curso de Psicopedagogia 
2013 
 
Aluna: Catia Luciane Sandri 
 
Orientadora: Jurândi Serra Freitas 
 
 
 
Curitiba, 2014 
1 
COMO ENFRENTAR A INDISCIPLINA NA ESCOLA 
 
catialusandri@gmail.com 
RESUMO 
 
Este artigo apresenta um estudo sobre os motivos da indisciplina escolar que tem se 
manifestado com frequência na escola, sendo um dos maiores obstáculos 
pedagógicos do nosso tempo. A maioria dos docentes não sabe como enfrentar um 
ato de indisciplina que está relacionada à desordem, no desrespeito referente a 
normas de conduta e à falta de limites, geralmente centralizada no aluno e nas suas 
relações durante o seu cotidiano escolar. Serão expostos os aspectos diferentes à 
indisciplina no âmbito escolar, questão esta que tem tomado dimensões agravantes, 
já que é constante o aumento do índice dessa problemática. Este artigo está 
baseado na investigação por pesquisa bibliográfica de campo e por meio de 
questionários, diálogos com professores e alunos do Colégio Estadual do Campo 
Nossa Senhora da Conceição do Ensino Fundamental (6º ano ao 9º ano) e do 
Ensino Médio (1º série ao 3º série), sendo composta por 375 alunos, onde contribuiu 
para a melhor compreensão das possíveis causas do ato de indisciplina no contexto 
escolar. Com base na pesquisa realizada pretendo apresentar algumas 
contribuições do estudo da indisciplina escolar, destacando a perspectiva de alunos 
e professores, que revela não somente as concepções próprias de indisciplina 
escolar, mas também a fragilidade e a inconsciência de determinadas práticas 
pedagógicas exercidas pelos professores. 
 
 
 
Palavra-chave: Indisciplina, cotidiano escolar, alunos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aluna do curso de Pós-Graduação em Psicopedagogia na Universidade Tuiuti do Paraná. Artigo 
apresentado como trabalho de conclusão de Curso de Pós- Graduação da Universidade Tuiuti do 
Paraná. 
2 
 INTRODUÇÃO 
 
 A indisciplina permanece, sendo um dos maiores problemas pedagógicos 
enfrentados pelos professores na escola. Como afirma Aquino (1996), “Há muito 
tempo os distúrbios disciplinares deixaram de ser um evento esporádico e particular 
no cotidiano das escolas brasileiras, para se tornarem um dos maiores obstáculos 
pedagógicos dos dias atuais” (p. 09). 
 A indisciplina consiste num dispositivo e num conjunto de regras de conduta 
destinada a garantir diferentes atividades num lugar de ensino. Ela nos permite 
entrar na cultura da responsabilidade e compreender que as nossas ações têm 
consequências. O problema não é o respeito que se deve à criança, e sim o medo 
que os adultos têm em estabelecer limites e regras, porque a autoridade é 
confundida com autoritarismo e a maior reclamação dos pais, dos professores e dos 
adultos em geral. 
 O trabalho docente é uma das tarefas mais difíceis de realizar, uma vez que 
implica a formação de cidadãos que pensem com amplidão de critérios e saibam 
fazer uma leitura inteligente das dificuldades do momento histórico em que vivem. 
Observa-se que o comportamento do aluno no ambiente de ensino é refletido 
através das formas e experiências vividas no meio familiar e social. 
 O objetivo deste artigo é apresentar uma análise a respeito da indisciplina e 
sua realidade dentro do ambiente escolar, buscando nesta perspectiva analisar o 
comportamento do aluno presente no dia a dia da escola, em que educadores são 
os participantes e quais as dificuldades encontradas pelos professores diante de tal 
comportamento em sala de aula. 
 Este artigo apresenta uma reflexão sobre os motivos e sentidos da 
indisciplina escolar na perspectiva de aluno. Através do método referente à pesquisa 
bibliográfica e documental relacionadas à indisciplina e também levantamentos de 
dados empíricos por meio de pesquisa de campo, utilizando–se de questionários 
entregues a professores e alunos do Ensino Fundamental e Ensino Médio, nas 
séries finais no Município de Campo Magro. Esses alunos possibilitaram perceber 
que eles tinham uma perspectiva sobre indisciplina escolar e que investigá-la seria 
3 
importante para o avanço da compreensão dos processos e das intencionalidades 
que estão por detrás das expressões de indisciplina. 
 
COMO SURGEM OS PROBLEMAS DE INDISCIPLINA 
 
Os problemas de indisciplina traduzem de diferentes maneiras. Por meio de 
condutas como: rejeitar a aprendizagem, faltar à aula, não levar os materiais 
escolares ou não fazer tarefas, e ainda os problemas de indisciplina podem se 
manifestar através de condutas que o aluno tem em sala de aula para chamar a 
atenção do professor como: ficar em pé frequentemente interrompe o professor 
varias vezes. Essas atitudes são incômodas e desagradáveis, tanto para o professor 
quanto para os outros alunos e em casos extremos, aparecem condutas agressivas 
do aluno. 
 A indisciplina não é um fenômeno estatístico nem abstrato que mantém 
sempre as mesmas características, é necessário questionar o grau de participação 
da escola na causa da indisciplina, e não assumir a posição ingênua e autoritária 
que sugere, sem fundamento algum, que o problema reside e se origine na atitude 
do estudante. Se o objetivo for à formação de um aluno crítico, capaz de pensar e 
intervir na realidade social e exercer assim uma conduta cidadão, o exercício do 
pensamento crítico na escola pode tomar a forma de condutas de rebelião e criar 
situações de conflito com as quais os professores não estão suficientemente 
preparados para lidar. Nesse caso podemos nos perguntar se estamos diante de 
uma indisciplina ou de uma consciência social em formação e se quisermos que os 
alunos avancem no sentido da cidadania, é necessário que preparemos o nosso 
aluno para pensar e resolver conflitos. 
A inquietação com relação à conduta dos jovens de hoje e à perda da boa 
educação não é nova nem específica de um determinado país, pois a afirmação de 
que os jovens de hoje pensam apenas em si próprios e que não têm respeito por 
seus pais ou pelas pessoas mais velhas, ainda que pareça atual, foi enunciado a 
muito tempo. Sendo que nas últimas décadas, surgiram novos olhares teóricos que 
superaram a visão comportamentalista ou ainda os equívocos na compreensão da 
4 
proposta da escola nova, que entende a ação disciplinar como promotora da 
liberdade e da autonomia dos estudantes: 
“A disciplina consiste em um conjunto de regras de condutas destinadas a 
garantir diferentes atividades em um lugar de ensino. A indisciplina não é 
um conceito negativo; ela permite, autoriza, facilita, possibilita. A indisciplina 
permite entrar na cultura da responsabilidade e compreender que as noções 
têm cosequências. Quem olha para a indisciplina como algo negativo não 
entende o que é. Ser indisciplinado não obedecer cegamente; é colocar a si 
próprio as regras de conduta em função de valores e objetivos que se quer 
alcançar”. (PARRAT DAYAN, 2008, p. 8) 
 
Em consequência desse avanço, a forma de se interpretar a indisciplina 
escolar evoluiu, conforme nos mostra Garcia (1999, p.102): 
“De um lado, é possível situá-la no contexto das condutas dos alunos nas 
diversas atividades pedagógicas, seja dentro ou fora da sala de aula. Em 
complemento deve-se considerar a indisciplina sob a dimensão dos 
processos de socialização e relacionamentos que os alunos exercem na 
escola, na relação com seus pais e com profissionais da educação, no 
contexto do espaço escolar. É preciso pensar no contexto do 
desenvolvimento cognitivo dos estudantes, sob esta perspectiva, define-se 
indisciplina como a incongruência entre os critérios e expectativas 
assumidos pela escola em termos de comportamento,atitudes, 
socialização, relacionamento cognitivo, e aquilo que demonstram os 
estudantes”. 
 
 Segundo as palavras do autor citado Garcia, a indisciplina escolar tem 
múltiplos fatores capazes de desencadeá-la, contrapondo a ideia tradicionalmente 
difundida que culpa o aluno como o único e exclusivo responsável pelo seu 
aparecimento. Nesse sentido podemos inferir que a indisciplina deixa de ser vista 
como simples problema de comportamento discente e passa a ser entendida como 
uma discrepância entre os anseios da comunidade escolar no que se refere ao 
desenvolvimento global dos alunos e às posturas assumidas diante a aprendizagem. 
Esta pesquisa não deseja apenas explicar o panorama atual ou mesmo 
justificar, pelo contrário, foi realizada com vistas a promover uma reflexão sobre as 
práticas disciplinares de modo que influenciassem as transformações na realidade 
vigente. Nesse sentido, as mudanças somente poderão ocorrer se empreendidas a 
partir da conscientização e participação dos estudantes no estabelecimento das 
regras que nortearão a vida na escola e fora dela. 
 
 
 
5 
OS EFEITOS DA INDISCIPLINA ENTRE PROFESSOR E ALUNO 
 
 Se a indisciplina produz efeitos negativos em relação à socialização e 
aproveitamento escolar dos alunos, ela produz igualmente efeitos negativos em 
relação aos docentes. O tempo que o docente perde na manutenção da disciplina, o 
desgaste provocado pelo trabalho num clima de desordem, a tensão provocada pela 
atitude defensiva, à perda do sentido da eficácia e a diminuição da autoestima 
pessoal levam a sentimentos de frustração e desânimo e a o desejo de abandono da 
profissão. Os principais problemas a indisciplina dos alunos e a agressão física aos 
professores colocam em evidência a preocupação e desgaste dos professores 
quanto aos efeitos cumulativos da perturbação das suas aulas por comportamentos 
triviais mais persistentes. Com efeito, a indisciplina, como cita Blasé (1986), “Ao 
quebrar as normas da aula e da escola, interfere altamente no processo pedagógico, 
além de afetar a aprendizagem do aluno, tira o tempo útil do professor, 
comprometendo o seu desempenho escolar e obriga-o a desempenhar papéis que 
ele não gostaria de fazer, sendo que a fadiga e outras perturbações 
psicossomáticas,são os sentimentos de fracasso do adulto que se vê ultrapassado 
por um grupo de profissionais que vem se atualizando na sua maneira de dar aulas 
mais expositivas saindo do tradicional, onde o aluno se interage melhor na prática de 
conhecimentos inovadores”. O que não podemos deixar de refletir na autoimagem 
profissional e explica a “conspiração do silêncio”, na Expressão de Lawrence e 
colaboradores (1985), que leva o professor a ocultar ou a negar as suas dificuldades 
no campo disciplinar. 
 Hoje o professor tem que ser um técnico dotado de um conjunto de 
competências de caráter didático e relacional para além da necessária competência 
nas matérias que ensina. No seu período de formação inicial devem começar a ser 
adquiridas e treinadas, como reavaliadas e desenvolvidas ao longo da formação 
contínua, não esquecendo que o professor deve estar em constante busca de novos 
conhecimentos apropriados a serem repassados para seus alunos, modificando 
seus métodos de ensino para que o aluno venha a participar de suas aulas com 
interesse. Buscar compreender o fenômeno da indisciplina, especialmente na 
6 
relação entre professor e aluno, argumento, como Amado (2001), que a indisciplina 
pode ser compreendida como um fenômeno interativo específico dessa relação. 
Apresento na sequência, outros teóricos que contribuem para essa análise reflexão 
do ato indisciplinar no contexto escolar. 
 De acordo com Rego (2008), o termo indisciplina pode ser diferenciado, 
dependendo de cada indivíduo, de suas vivências e do contexto da situação, 
(PARRAT DAYAN, 2008, p. 19) também afirma que o significado do que é disciplina 
ou indisciplina pode ser diferenciado dependendo do professor: 
 [...] para um professor, indisciplina é não ter o caderno organizado; para 
outro, uma turma será caracterizada como indisciplinada se não fizer silêncio 
absoluto, já para um terceiro, a indisciplina até poderá ser vista de maneira positiva, 
considerada sinal de criatividade e construção de conhecimento. 
 Carita e Fernandes (1999, p. 17) disseram a respeito da diversidade de 
entendimentos que decorrem do conceito de indisciplina: 
 Quando nos reportamos não às significações, mas aos 
comportamentos, torna-se mais difícil proceder a uma caracterização do 
que é indisciplina, uma vez que é praticamente impossível estabelecer 
universalmente quais os comportamentos ou situações concretas 
merecedoras de tal adjetivação. Este fato que para alguns autores 
(Hargreaves, 1978), a indisciplina seja vista antes de mais nada como um 
processo de categorização, de atribuição a alguém ou a uma determinada 
situação da categoria indisciplinado [...] processo que não é uniformemente 
protagonizado por professores e alunos, nem mesmo entre os professores. 
 
 As autoras completam essa explanação afirmando que é no contexto da 
relação pedagógica que o professor categoriza um aluno ou um comportamento 
como indisciplina e reconhecem que seja natural ocorrerem entre os envolvidos 
tensões e conflitos, visto que cada um possui uma perspectiva, interpreta e realiza 
uma leitura da situação. (CARITA; FERNANDA, 1999). 
 Um conceito de indisciplina que ressalta a importância das expectativas no 
processo de interação entre professor e aluno: 
 [...] indisciplina é uma realidade construída na própria sala de aula, 
resultante de um processo de interação entre os participantes, professores 
e alunos, possuindo todos eles expectativas mútuas, percepções e pontos 
de vista muito próprios de tudo o que acontece com eles e à sua volta. 
(COHEN;COHEN, 1987; ATKINSON et AL., 1988 apud AMADO, 2001, p.3). 
 
7 
 O professor com sua maneira de pensar, ser, ensinar, possuí expectativas em 
relação aos seus alunos, ou seja, espera que discentes se comportem, aprendam e 
se relacionem, de acordo com um determinado padrão e quando isso não ocorre, 
estes podem ser considerados indisciplinados. 
 
INTERVENÇÃO NO CONTEXTO DE INDISCIPLINA 
 
 A finalidade de intervir em situações de indisciplina tem por objetivo não 
somente amenizar ou solucionar questões de conveniências entre alunos na escola, 
mas atuar na reorganização do desenvolvimento da aprendizagem. A intervenção, 
em contexto de indisciplina, pode ser entendida como estratégia de atuação que 
integra diversas práticas pedagógicas, que podem partir tanto da organização da 
escola quanto do professor em sala de aula. Para Garcia (2011, p. 3), “Intervenção 
precisa englobar ações de visão mais ampla, que sejam sensíveis e capazes de 
considerar as conexões locais e globais daquilo que ocorre dentro da escola”. 
 De acordo com Parrot Dayan (2008, p. 84), “Há dois tipos de intervenção 
possíveis. As intervenções centradas no meio escolar e as centradas no indivíduo e 
sua conduta”. Para essa autora, a intervenção centrada no meio escolar é aquela 
em que a equipe de professores e administradores planeja e desenvolve regras 
claras. 
 A prática pedagógica de intervenção no meio escolar é fundamental no que 
os professores entendem por contexto de indisciplina, sendo necessário que a 
equipe pedagógica coloque em pauta as discussões voltadas à prática pedagógica 
de intervenção para que a comunidade reflita sobre essas questões com o objetivo 
de amenizar ou até mesmo de solucionar situações de indisciplina na escola. 
 Na intervenção centrada no indivíduo e na suaconduta, o foco está em 
encorajar o aluno e não em reprimi-lo. Trata-se aqui de trabalhar com o aluno 
competências cognitivas e condutas educativas. É importante definir regras de grupo 
que sejam claras e que possam ajudar o discente a identificar os problemas e 
buscar soluções alternativas, onde os alunos tomem consciência das consequências 
pessoais e sociais do meio no qual está inserido. (PARRAT DAYAN, 2008, p. 85). 
8 
Outra abordagem de intervenção tem como destaque o trabalho em grupo 
que junto com os alunos definem regras claras e aprovadas por todos. Nesse 
sentido, de acordo com Tognetta e Vinha (2007, p. 91), “As regras serão entendidas 
pelos alunos como uma necessidade e não como imposições de adultos para com 
eles”. Ainda para autoras (p. 91), quando as regras elaboradas partem de uma 
necessidade do grupo, são tomadas como responsabilidade de todos. 
 Uma das maneiras de intervir a indisciplina no contexto escolar é acompanhar 
na elaboração de um projeto institucional que permita tratar os problemas por meio 
de ações que estimulem a convivência entre todos e não apenas melhorar ou 
adequar a regulação normativa das relações entre os membros da escola. Toda 
proposta de intervenção deve incluir ações de promoção da convivência, pois neste 
sentido podemos fazer incluir propostas diferentes na elaboração das normas 
escolares por meio de deliberação e da participação de todos, inclusão no programa 
escolar de espaços de discussão e análise da convivência, a inclusão de espaços de 
encontro e discussão dos interesses da família e da escola, a inclusão de espaços 
de intercâmbio entre os alunos onde possam realizar exposições da produção 
intelectual, desportiva ou estética. 
 Se quisermos formar personalidades autônomas devemos favorecer as 
relações de cooperação, assim a escola deve ter um ambiente cooperativo e não um 
ambiente de obediência ao professor. Ainda que não seja fácil estabelecer um 
ambiente escolar livre de autoridade, é possível reduzir a autoridade do adulto a 
partir do respeito mútuo, onde os alunos possam participar da organização das 
regras e decisões da escola, assim nesse ambiente a repressão unilateral do adulto 
não existe mais. 
 Muitos são os teóricos da educação que pensam que a escola deveria formar 
para o aluno se adaptar à sociedade, como pensava Durkhein, “Seja para prepará-lo 
para que possa transformar a sociedade, como escreveram diversos autores 
partidários da Escola Nova”. Tanto num caso como no outro, trata-se de preparar o 
aluno para viver em democracia e fazer tudo o que for possível para que se torne um 
cidadão. 
9 
 Na escola atual, a capacidade de iniciativa dos alunos é reduzida, o professor 
é aquele que tem autoridade e o aluno é aquele que executa o que dizem para ele 
fazer, além do mais não é a escola que não ajuda o aluno a ter responsabilidades e 
iniciativas, a família nada faz para que isso possa acontecer. É um processo 
progressivo, tanto da escola como da família que devem facilitar essa tarefa. Na 
medida em que as crianças crescem, o professor poderá facilitar a tomada de 
consciência dos próprios atos por parte dos alunos, dessa forma vai ajudá-los a 
assumir responsabilidades, não apenas propondo tarefas que impliquem 
consequências, mas também poderá analisar com a turma a forma em que essas 
tarefas foram realizadas. 
 Os pais devem contribuir para o bom desenvolvimento e comportamento de 
seus filhos, criando regras e normas a serem cumpridas, estar em comprometimento 
com a educação não deixando somente esta função para o professor e a escola, 
sendo que o mesmo deve estar associado a este processo de ensino aprendizagem. 
A psicopedagogia é de grande importância na escola no campo do 
conhecimento e atuação, pois lida com os problemas de aprendizagem nos seus 
padrões normais ou patológicos, considerando a influência da família, da escola e da 
sociedade no desenvolvimento e utilizando técnicas próprias. Para o psicopedagogo, 
a experiência de intervenção junto ao professor em um processo de parceria, 
possibilita uma aprendizagem muito importante e enriquecedora, principalmente se 
os professores forem especialistas nas suas disciplinas. 
A intervenção do psicopedagogo junto ao professor é de grande valia e 
também ele pode participar das reuniões de pais, esclarecendo o desenvolvimento 
dos filhos; em conselhos de classe; avaliando o processo metodológico; 
acompanhando a relação professor aluno; sugerindo atividades; buscando 
estratégias e apoio. Segundo Bossa (1994, p. 23): 
[...] cabe ao psicopedagogo perceber as perturbações no processo 
aprendizagem, participar da dinâmica da comunidade educativa, 
favorecendo a integração e promovendo orientações metodológicas de 
acordo com as características e particularidades dos indivíduos do grupo, 
realizando processos de orientação. 
 
10 
INDISCIPLINA SOB O PONTO DE VISTA DOS PROFESSORES E DOS ALUNOS 
 
 Após a aplicação dos questionários aos docentes e discentes, foram 
realizadas observações do cotidiano da sala de aula, assim foi possível diagnosticar 
que a indisciplina é uma das maiores dificuldades pelas quais o professor enfrenta 
para efetivação do processo de ensino e aprendizagem no contexto atual. 
Pelo fato da escola ser do campo, optou-se para trabalhar a pesquisa por 
amostragem para facilitar o trabalho com os dados coletados. A amostragem 
aconteceu com uma turma de alunos do 8º ano do Ensino Fundamental e outra 
turma da 1º série do Ensino Médio, por serem estas turmas consideradas as mais 
indisciplinadas do colégio. O questionário foi aplicado para os alunos e professores 
das respectivas turmas, com a finalidade de verificar as diferentes formas de 
conceituar a indisciplina entre os alunos e professores sobre o tema abordado. 
No mês de junho de 2014, foi realizada a investigação entre professores e 
alunos através de questionários aplicados para averiguar os problemas 
comportamentais dos alunos sob os dois ângulos: do ponto de vista dos professores 
e do ponto de vista dos alunos. Houve divergências de opinião entre os 
entrevistados ao conceituarem indisciplina e suas causas, o que tem provocado uma 
reflexão mais ampla sobre a prática pedagógica dos educadores e de como se 
processam as relações interpessoais no interior da sala de aula. 
a) Quanto ao nível de indisciplina avaliado pelos professores: 
*Postura dos Professores perante as situações de indisciplina 
*Fonte: Instrumento de Pesquisa (questionário) 
30%
12%
58%
suportável
assustadora
sem problemas
 
11 
b) Quanto ao nível de indisciplina avaliado pelos alunos: 
 *Nível da indisciplina dos seus alunos 
*Fonte: Dados obtidos por meio da pesquisa realizada 
30%
10%
60%
suportável
assustadora
sem problemas
 
Foram promovidos na escola momentos de discussões e reflexões coletivas 
sobre os inúmeros problemas de indisciplina por parte dos alunos, como agressões 
físicas e verbais, desrespeito aos colegas e aos professores, falta de interesse pelos 
estudos etc. Ao questionar os docentes sobre a indisciplina em sala de aula, os 
mesmos foram unânimes em responder que a falta de limite por parte da família está 
em primeiro lugar, às famílias estão desestruturadas, os alunos estão 
desinteressados e os pais estão delegando toda a responsabilidade de educar para 
a escola. 
c) Principais causas das situações de indisciplina: 
*Postura dos Professores perante as situações de indisciplina 
*Fonte: Instrumento de Pesquisa (questionário) 
13%
17%
57%
13% 0%0% falta de limites
desestruturação familiar
desinteresse do aluno
falta de dominio de sala
desrespeito
agressões fisicase verbais
 
12 
Quanto às respostas dos alunos foi possível perceber que realmente existe 
muito pouco incentivo por parte das famílias em relação aos estudos, porque os 
alunos moram muito distantes da escola e precisam utilizar transporte escolar que é 
ofertado pela rede municipal em parceria com o estado e muitos desses alunos 
ainda precisam fazer uma caminhada de dois a três quilômetros até chegar ao ponto 
de ônibus. Os pais saem de madrugada para trabalhar na lavoura, na empresa de 
água mineral Ouro Fino, em micro e pequenas empresas de artesanatos locais na 
confecção de cadeiras em vime, enquanto seus filhos ficam em período integral na 
escola e muitas vezes os mais velhos cuidando dos irmãos menores. 
Dessa forma, para realizar a intervenção, primeiro foi preciso uma 
aproximação com os alunos, estabelecendo vínculos através do diálogo sobre os 
problemas de indisciplina na sala de aula e explicando suas consequências para o 
processo de ensino aprendizagem, juntamente aos alunos e aos professores 
envolvidos. 
Através deste trabalho foi possível perceber que existe uma quantidade de 
professores que se mostram preocupados em buscar o conhecimento, para 
melhorar sua atuação, alegando que muitas vezes as universidades não preparam 
adequadamente para atender a demanda da sociedade contemporânea. 
Assim, os professores sentem-se despreparados para lidar com estas 
situações comportamentais e na maioria das vezes, esses conflitos acabam 
tomando parte do tempo que seria disponibilizado para o trabalho com os conteúdos 
para a efetivação do processo ensino aprendizagem. 
Observou-se nestas respostas que os alunos necessitam de compreensão 
dos professores e que o dialogo é fundamental para que haja respeito entre as 
partes para que os mesmos, professor e aluno se sintam respeitados e assim cada 
um possa desempenhar melhor seu papel dentro da escola. Por outro lado, os 
professores clamam por limites, respeito, educação para ministrar suas aulas. Até 
mesmo os alunos ao serem questionados respondem que consideram justas as 
regras e normas da escola em que estudam. A maioria dos alunos acredita que a 
escola tem que ter regras, para que não haja brigas e ajude os alunos a serem mais 
comprometidos, que estas regras são importantes e que não é possível estudar 
13 
numa escola sem regras e os mesmos alegam que a escola tem regras e normas 
onde direção e coordenação cumprem com seu papel dentro do ambiente escolar. 
Ao perguntar aos alunos como os professores deveriam agir para que 
houvesse mais aprendizado, a maioria dos alunos respondeu que os professores 
devem ter paciência ao serem questionados, que saibam dialogar e ouvir os alunos, 
que não gritem e que ouçam quando os mesmos forem expor suas opiniões e suas 
dúvidas. 
È importante compreender que cada escola é uma realidade diferente, que 
envolve os seus atores, com problemas e dificuldades específicas a cada instituição 
cabendo a cada uma buscar em seu coletivo promover reflexões, analisando 
criticamente cada situação, e assim buscar intervenções que possam amenizar os 
conflitos existenciais sem perder o foco que é o ensino aprendizagem. 
De acordo com CIAVATA (1992), a escola pública deve oportunizar o acesso 
ao conhecimento crítico e reflexivo, ultrapassando o nível do senso comum, 
possibilitando aos alunos a formação de uma consciência mais democrática, ou seja, 
menos competitiva e consumista propagada pela sociedade capitalista e que acaba 
por alienar o indivíduo, ajustando-o aos interesses do mercado. Os conteúdos 
escolares é a matéria-prima da escola e devem estar bem definidos na sua proposta 
pedagógica. 
Braz (2008, p. 14) complementa que: 
[...] a escola, que é a instituição encarregada de formar cidadãos críticos, 
participativos, que sejam capazes de compreender a ideologia do mercado 
e que busquem a transformação, necessita discutir as novas relações 
sociais e de trabalho a fim de resgatar a sua importância social e política 
enquanto apoio à maioria da população que representa a classe 
trabalhadora. 
 
 
METODOLOGIA 
 
A metodologia empregada neste estudo foi à pesquisa qualitativa que 
possibilitou um aprofundamento sobre o tema proposto, com dados analisados 
14 
através das respostas dadas pelos alunos e educadores, onde em sua fase inicial a 
pesquisa foi à bibliográfica e em segundo momento a pesquisa de campo. 
A instituição em foco está localizada na região norte da cidade de Curitiba, no 
Município de Campo Magro, que atende a 400 alunos, desde o 6º ano do Ensino 
Fundamental a 3º série do Ensino Médio. 
Trata-se de uma escola do campo na Rede Estadual de Ensino, onde a coleta 
de dados foi realizada com professores do Ensino Fundamental e Ensino Médio. 
Optou-se pela abordagem qualitativa de pesquisa, devido ao fato desta ser 
adequada aos objetivos do estudo. Todos os questionários foram respondidos por 
professores, com idades entre 30 a 40 anos, foram 75% e acima de 40 anos foram 
25%. Quanto à formação dos sujeitos, a sua grande maioria possuía no momento da 
coleta de dados, formação em Letras, Matemática, Geografia, História e todos têm 
pós-graduação em suas respectivas disciplinas. 
Como técnica de coleta de dados em meu estudo se embasou através de 
questionário, no qual o objetivo foi caracterizar os sujeitos quanto à sua formação 
profissional, verificando sua titulação e experiência no magistério e também 
averiguar as concepções avaliativas presentes nos enunciados dos professores 
investigados, onde coletei dados sobre os instrumentos avaliativos, sua eficácia para 
a avaliação da aprendizagem e quanto ao conhecimento dos professores sobre a 
concepção da avaliação expressa na LDB n. 9.394/96. 
No momento da aplicação do instrumento, os professores e alunos tiveram 
boa aceitação, não relataram dificuldades em responder as questões apresentadas, 
dessa forma, ofereci um tempo de duas semanas para responderem ao 
questionário, o qual foi acompanhado pela direção e equipe pedagógica do 
estabelecimento de ensino. Os dados coletados foram analisados com base no 
referencial teórico e nas categorias elencadas. 
 
RESULTADOS DOS QUESTIONÁRIOS APLICADOS 
 
 Baseado na pesquisa que realizei com professores e alunos entrevistados e 
através de relatos, foram verificados que a escola deve elaborar um processo de 
15 
conscientização através de palestras educativas e motivadoras com os alunos com 
mais frequência e se possível promover a participação dos pais no processo de 
ensino-aprendizagem, para que os mesmos acompanhem a vida escolar de seus 
filhos, pois a escola tenta manter diálogo com pais e responsáveis, mas que muitas 
vezes não conseguem por motivo de ser de difícil acesso, pois a escola está situada 
na região rural do Município de Campo Magro. Mas no geral a coordenação 
pedagógica e direção são atuantes com punições dosadas a partir da gravidade de 
cada caso de indisciplina, pois os alunos que descumprem as normas do Regimento 
Interno Escolar são punidos como deveria na maioria dos casos decorrentes. 
 Os alunos entrevistados foram do Ensino Fundamental e do Ensino Médio 
do período da manhã e tarde. A coleta de dados foi realizada sem a identificação do 
aluno, proporcionando um grau de sinceridade dos alunos nas respostas obtidas. Os 
alunos afirmam que não têm perspectiva para um ingresso na Universidade, pois a 
maioria não têm condições financeiras e que seria mais interessante se abrisse um 
curso técnico na própria escola, afirmaram que estudam por obrigação para 
satisfazer o desejo dos pais ou para ter o certificado de Ensino Médio concluído. A 
maioria dos alunos vai trabalhar na“roça” ou fazer cadeiras com vime. 
 Segundo os alunos, o desrespeito ao professor acontece de várias formas, 
como por exemplo: conversas paralelas na hora da aula, posturas inadequadas no 
uso do celular para recebimento e envio de mensagens, usam o celular como 
entretenimento (jogos), às vezes emitindo sons sonoros e até xingamentos. 
 Diante da pesquisa, ficou evidente que muitos motivos contribuem para a 
prática da indisciplina na escola, a maioria dos alunos indisciplinados pertencem a 
famílias desestruturadas, geralmente sem condições financeiras, também há 
influências relacionadas a fatores sociais e alunos que não são monitorados pelos 
pais. 
Ao psicopedagogo cabe avaliar o aluno e identificar os problemas de 
aprendizagem, buscando conhecê-lo em seus potenciais construtivos e em suas 
dificuldades. Assim ele poderá encaminhar o aluno por meio de relatório para outros 
profissionais quando forem necessários para realizar um diagnóstico especializado e 
16 
exames complementares com o intuito de favorecer o desenvolvimento no processo 
de aquisição do saber. 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
Foi de fundamental importância os resultados obtidos por meio de relatos e 
das pesquisas realizadas que envolvem questões de indisciplina escolar, ainda há 
muito que se fazer em termos de pesquisas científicas. As leituras e discussões dos 
textos nos deixa claro que a indisciplina escolar não tem fórmula para ser aplicada a 
diversas situações ou ambientes que consideramos necessários para dar conta de 
embasar encaminhamentos, reflexões, planos de ação e outras formas de 
enfrentarmos as questões relacionadas à indisciplina escolar. 
Devemos investigar junto aos alunos possíveis relações entre as expressões 
de indisciplina e os aspectos das práticas escolares que lhes causam 
descontentamento ou possíveis relações entre a indisciplina na escola e a recusa 
em cumprir expectativas sobre serem sujeitos passivos, ou saber dos alunos em que 
medida a indisciplina na escola interfere no currículo praticado na escola, tendo um 
aprofundamento maior, para proporcionar um embasamento com maior eficácia. 
 A escola deve ter princípios e valores dentro do seu projeto político 
pedagógico, as normas com os deveres e obrigações devem ser estabelecidas e 
visualizadas em todos os lugares, para que os alunos possam estar cientes de como 
devem agir em determinados lugares no espaço escolar. Seria necessário focalizar 
todos os aspectos relacionados ao desenvolvimento social e psicológico e que 
podem ter relação com as práticas educativas oferecidas pelas escolas. 
 Os trabalhos de investigação realizados na indisciplina escolar, puseram em 
evidência uma série de competências do professor em relação com os 
comportamentos disciplinares dos alunos que podem fundamentar programas de 
formação e autoformação dos professores, tornando-os mais aptos a estabelecerem 
com os seus alunos uma relação positiva que permita a harmonia e a ordem 
necessária para o trabalho produtivo das aulas. 
17 
 Devemos destacar algumas possíveis contribuições deste trabalho para a 
discussão científica sobre indisciplina escolar, argumentando que a leitura e 
discussões dos textos sobre indisciplina escolar na perspectiva de alunos, são 
capazes de fornecer alternativas de entendimento não somente sobre seus motivos, 
mas também possíveis elementos para fundamentar formas de condutas 
pedagógicas no trabalho com questões de indisciplina na escola. 
 O psicopedagogo estimula o desenvolvimento de relações interpessoais, o 
estabelecimento de vínculos, a utilização de métodos de ensino compatíveis com as 
mais recentes concepções a respeito do processo de ensino-aprendizagem e 
procura envolver a equipe escolar, ajudando a ampliar o olhar em torno do aluno e 
das circunstâncias de produção do conhecimento, ajudando o aluno a superar 
obstáculos que se interpõem ao pleno domínio das ferramentas necessárias a leitura 
do mundo. O psicopedagogo juntamente com o docente irá buscar "a causa" do 
aluno se apresentar indisciplinado, não simplesmente "tachando" o mesmo como um 
aluno agressivo, indisciplinado, mas irão procurar ajudar o aluno a transformar sua 
conduta. 
 A grande responsabilidade para a construção de uma educação está nas 
mãos do professor. Considerando este contexto, a escola, família e comunidade são 
essenciais; juntas essas três "agências" de educação podem significar um avanço 
efetivo na educação das crianças, podendo se desenvolver harmoniosamente, para 
isso é preciso também que a escola repense que tipo de aluno quer formar, qual é o 
seu verdadeiro objetivo da educação? Tendo sempre em mente que o professor 
para resolver o problema de indisciplina na sala de aula é preciso saber estabelecer 
limites, mas também se propor a ser amigo do aluno, e contar com o apoio 
pedagógico da escola, só assim conseguirá atingir seus objetivos. O psicopedagogo 
pode auxiliar os docentes, para minimizar os problemas de indisciplina em sala de 
aula, observando como afetividade influencia o comportamento dos alunos. 
 
 
 
 
18 
REFERÊNCIAS 
 
AQUINO, J. (org.). Indisciplina na escola: alternativas teóricas e práticas. 11. Ed. 
São Paulo: Summus, 1996. 
PARRAT-DAYAN, S. Como enfrentar a indisciplina na escola. São Paulo: 
Contexto, 2008. 
GARCIA, J. Indisciplina na escola: questões sobre mudanças de paradigmas. 
Revista Paranaense de Desenvolvimento, Curitiba, n. 95, p. 101-108, jan./abr. 
1999. 
BLASE, J. J., “Qualitative Analysis of Sources of Teacher Stress: Consequences for 
Performance”, American Educacional Research Journal, vol. 23, n. 1, 1986, pp. 13-
40. 
AMADO, J. Interação pedagógica e indiscipline na aula. Porto: Asa, 2001. 
REGO, M. A indisciplina e o processo educativo: uma análise na perspectiva 
vygotskiana. In. AQUINO, Julio Groppa (org.). Indisciplina na escola: alternativas 
teóricas e práticas. 14. Ed. São Paulo: Summus, 2008. P. 83-101. 
CARITA, A.; FERNANDES, G. Indisciplina na sala de aula: como prevenir? Como 
remediar? 2. Ed. Lisboa: Presença, 1999. 
GARCIA, J. Um estudo sobre o conceito de intervenção disciplinar. In: SEMINÁRIO 
INTERNACIONAL DE EDUCAÇÃO (SIEDUCA), 16., 2011. P. 1-9. 
TOGNETTA, L.; VINHA, T. Quando a escola é democrática: um olhar sobre a 
prática das regras e assembleias na escola. Campinas: Mercado de Letras, 2007. 
DURKHEIM, E., Education et Sociologie, Paris, PUF, 1966. 
BOSSA, Nadia. A Psicopedagogia no Brasil: contribuições a partir da pratica. Porto 
Alegre: Artes Médicas Sul, 1994. 
CIAVATA FRANCO, Maria. O trabalho como princípio educativo da criança 
e do adolescente. Tecnologia Educacional, ABT, Rio de Janeiro, 21 (105/106): 25- 
29, mar/jun.1992. 
BRAZ, Maria Regina. Reflexões e alternativas Pedagógicas para o 
enfrentamento da indisciplina em sala de aula. (Material Didático produzido no 
segundo período do PDE - Turma 2009). 
19 
ANEXOS 
 
QUESTIONÁRIO DE INDISCIPLINA ESCOLAR NA VISÃO DOS ALUNOS 
1 - Identificação 
1.1 – Idade: 
( ) 12 a 14 anos 
( ) 15 a 17 anos 
( ) 18 a 21 anos 
( ) Mais de 21 anos 
1.2 - Gênero: 
 ( ) Feminino 
( ) Masculino 
1.3 - Ano de escolaridade que está frequentando? 
( ) 6º ano 
( ) 7º ano 
( ) 8º ano 
( ) 9º ano 
( ) 1º série 
( ) 2º série 
( ) 3º série 
2 - A Indisciplina na Escola 
2.1 - Você alguma vez teve uma ou mais participação de indisciplina na 
escola? 
( ) Sim ( ) Não 
20 
2.2 - Se a resposta for SIM, indique o(s) motivo(s)? 
 
( ) Não consegue ficar quieto dentro da sala de aula; 
( ) Não coopera com o professor; 
() Está quase sempre distraído e não presta atenção nas aulas; 
( ) Troca mensagens e utiliza o celular dentro da sala de aula; 
( ) Reage com violência quando alguém o (a) provoca; 
( ) Pede muitas vezes para ir ao banheiro; 
( ) Interrompe as aulas com atitudes agressivas ( verbais e físicas); 
( ) Não gosta de fazer trabalhos em grupo; 
( ) Mostra – se desinteressado nas aulas. 
2.3 – Em sua opinião, qual é o grau de gravidade dos seguintes tipos 
de indisciplina escolar? 
 
 Nada 
grave 
Pouco 
grave 
Grave Muito 
grave 
Falar em voz baixa 
 
 
Trocar mensagens e 
papelinhos 
 
Gozar os colegas 
 
 
Gozar o professor 
 
 
Fazer perguntas pouco 
adequadas à aula 
 
Não acatar as ordens do 
professor 
 
Recusar-se a trabalhar 
 
Agredir os colegas 
 
 
Agredir o professor 
 
 
 
 
 
 
21 
3 - A Postura da escola 
 
3.1 - Na sua escola são realizadas atividades que visam combater a indisciplina no 
contexto escolar? 
 
( ) Sim ( ) Não 
 
3.2 - Que estratégias são utilizadas na sua escola para combater a indisciplina no 
contexto escolar? 
( ) Palestras; 
( ) Campanhas de sensibilização; 
( ) Acompanhamento do aluno por um professor tutor; 
( ) Encaminhamento do aluno para o serviço social, psicóloga e orientação 
vocacional. 
4. Medidas corretivas 
4.1 - Qual é a medida mais adotada pela escola nos processos disciplinares dos 
alunos? 
( ) Repreensão verbal; 
( ) Repreensão escrita; 
( ) Suspensão; 
( ) Acompanhamento dos pais; 
( ) Conselho Tutelar. 
4.2 – Você considera as medidas adotadas pela escola as mais adequadas? 
( ) Sim ( ) Não 
4.3 – Justifique sua resposta:___________________________________________ 
4.4 - Você acha que a suspensão é a melhor maneira de combater a indisciplina na 
escola ou a escola adota outro tipo de conduta.Qual? 
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________ 
22 
4.5 - Como estudante, que estratégias você sugeria à Direção da escola para 
combater a indisciplina no contexto 
escolar? ____________________________________________________________
__________________________________________________________________ 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
23 
QUESTIONÁRIO DE AUTO – OBSERVAÇÃO DO PROFESSOR: 
PREVENÇÃO DA INDISCIPLINA NA SALA DE AULA 
 
1- Idade: 
( ) 18 a 21 anos 
( ) 22 a 30 anos 
( ) 31 a 40 anos 
( ) mais de 40 anos 
2- Gênero: 
( ) Feminino 
( ) Masculino 
3- Grau de escolaridade: 
( ) Superior incompleto 
( ) Superior completo 
( ) Pós graduação 
( ) Mestrado 
*Curso superior:__________________________________________________ 
*Pós-graduação:__________________________________________________ 
*Mestrado:_______________________________________________________ 
 
*Responda as questões a seguir: 
 
01) PREPARAÇÃO E PLANIFICAÇÃO DA 
AULA 
Excelente Ótimo Bom Regular 
A) Presto atenção às expectativas do aluno 
B) Seleciono atividades em harmonia com os 
objetivos a que me proponho? 
 
c) Peço trabalho de casa com regularidade ao 
longo do ano? 
 
 
24 
02) INICIO DA AULA Excelente Ótimo Bom Regular 
a) Chego pontualmente à aula? 
c) Supervisiono a entrada dos alunos na sala? 
d) Sempre que peço trabalho de casa (na aula 
anterior), asseguro – me de que os alunos 
fizeram e esclareço suas dúvidas? 
 
 
03) PERGUNTAS, INSTRUÇÕES E 
EXPLICAÇÕES 
Excelente Ótimo Bom Regular 
a) Quando faço explicações para o coletivo, 
uso perguntas breves para verificar o nível de 
recepção dos alunos? 
 
b) Faço a ligação entre a nova informação e a 
informação já adquirida pelos alunos? 
 
c) Uso perguntas breves para manter os alunos 
focados no conteúdo da aula 
 
 
 04) ATIVIDADES E CONTEÚDOS Excelente Ótimo Bom Regular 
a) Adapto o modo de apresentação dos 
conteúdos e das tarefas às idades, capacidade 
e características? 
 
b) Realizo com os alunos atividades variadas e 
relevantes e utilizo diferentes métodos de 
ensino? 
 
c) Mantenho os alunos envolvidos em 
atividades produtivas? 
 
 
25 
 
05) FINAL DA AULA Excelente Ótimo Bom Regular 
a) Tento terminar as atividades um pouco antes 
da hora de saída? 
 
b) Faço com os alunos o sumário dos tópicos 
principais da lição? 
 
c) Dou instruções claras para o trabalho de 
casa ou para a preparação da aula seguinte? 
 
d) Supervisiono a saída dos alunos? 
 
06) REGRAS E ROTINAS Excelente Ótimo Bom Regular 
a) Conheço e mostro que conheço as regras e 
rotinas habituais da aula e da escola? 
 
b) Proponho aos alunos um conjunto de regras 
básicas para o funcionamento da turma e 
explico as consequências à infração das 
mesmas? 
 
c) Mostro-me firme em relação ao comprimento 
dessas regras, muito particularmente durante as 
primeiras três semanas de aulas? 
 
d) Estabeleço as regras em harmonia com os 
meus princípios educativos e com os objetivos 
que pretendo atingir? 
 
 
07) REFORÇO DO COMPORTAMENTO 
ADEQUADO 
Excelente Ótimo Bom Regular 
a) Reforço os comportamentos adequados com 
26 
frequência apropriada? (Não uso o reforço com 
frequência, mas uso sempre que é apropriado). 
b) Quando recompenso algum aluno pelo seu 
comportamento, tenho o cuidado de escolher 
recompensas apropriadas à situação e ao aluno 
em causa? 
 
 
08) PUNIÇÃO Excelente Ótimo Bom Regular 
a) Quando repreendo ou castigo, eu faço de 
maneira clara e firme? 
 
b) Focalizo a punição no comportamento 
incorreto e não na pessoa? 
 
c) Ao repreender dou maior ênfase ao 
comportamento positivo esperado do que aos 
aspectos negativos ocorridos? 
 
 
09) GESTÃO DE CONFLITOS Excelente Ótimo Bom Regular 
a) Ajudo a identificar o problema e a encontrar 
soluções para ultrapassar, em vez de apenas 
censurar? 
 
b) Mostro-me seguro(a) e confiante? 
c) Evito que os alunos em situações de conflito 
caçoem e zombem uns dos outros? 
 
 
10) RELAÇÕES PESSOAIS Excelente Ótimo Bom Regular 
a) Mostro interesse pelos alunos como 
pessoas? (Tento criar uma relação de empatia). 
 
27 
b) Sou acessível e tento estar disponível? 
(Tento encontrar um equilíbrio entre a 
autoridade e a proximidade). 
 
c) Crio um clima onde o aluno: 
* Demonstre respeito pelo trabalho e pelos 
outros? 
 
* Exprima sem receio os seus sentimentos? 
* Possa participar nos processos de decisão? 
* Possa participar nos processos de decisão? 
* Desenvolva a autodisciplina? 
* Tome consciência das suas necessidades e 
interesses? 
 
* Aprenda a monitorar as suas aprendizagens? 
 
11) POSTURA Excelente Ótimo Bom Regular 
a) Adepto uma postura descontraída? 
b) Adepto uma postura de alerta, mas 
confiante? 
 
 
12) VOZ Excelente Ótimo Bom Regular 
a) Uso um tom e volume apropriados? 
 
 
28 
13) CONTATO VISUAL Excelente Ótimo Bom Regular 
a) Percorro regularmente com o olhar toda a 
classe? 
 
b) Estabeleço contato visual com os diferentes 
alunos? 
 
 
14) GESTOS Excelente Ótimo Bom Regular 
a) Uso gestos para dar ênfase ao discurso? 
b) Coordeno os gestos com o discurso?c) Vario e tento usar os gestos com uma 
frequência apropriada? 
 
 
15) POSIÇÃO E MOVIMENTO Excelente Ótimo Bom Regular 
a) Seleciono uma posição apropriada quando 
me dirijo à turma coletivamente? 
 
b) Controlo o uso que os alunos fazem do seu 
próprio território e as suas deslocações? 
 
c) Movimento-me com frequência por toda sala? 
 
 
 
 
 
 
 
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