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Hanseniase - (artigo) Fisiolimpiada 2013

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HANSENÍASE: A HISTÓRIA DE UM PROBLEMA DE SAÚDE PÚBLICA
Adma Siqueira1, Julyanne Figueredo2, Luani Dantas Santana3, Marina Soares dos Santos4, Victtor Montenegro5, Teófilo Ferreira dos Santo6, Wagner Araújo7.
1 Discente das Faculdades do Integradas do Extremo Sul da Bahia/ e-mail, costa_admasc@live.com
2 Discente das Faculdades do Integradas do Extremo Sul da Bahia/ e-mail, julyannefigueredo@hotmail.com 3 Discente das Faculdades do Integradas do Extremo Sul da Bahia/ e-mail, dantasluani@hotmail.com
4 Discente das Faculdades do Integradas do Extremo Sul da Bahia/ e-mail, manina.soares@gmail.com
5 Discente das Faculdades do Integradas do Extremo Sul da Bahia/ e-mail, teo_deelite@hotmail.com
6 Discente das Faculdades do Integradas do Extremo Sul da Bahia/ e-mail, victtor_montennegro@hotmail.com
Resumo- Este trabalho faz uma revisão sobre a história da hanseníase através dos tempos, desde sua provável origem na Antiguidade até a sua vinda para as Américas, o Brasil e o Rio Grande do Sul. Relata, também, a evolução das políticas de saúde públicas brasileiras adotadas para o seu controle e descreve algumas atitudes da sociedade para com os doentes de hanseníase no passado. Este retrospecto histórico contribui para o conhecimento da doença, para a detecção de fatores predisponentes saúde-doença e auxilia na compreensão dos sentimentos dos pacientes com relação a sua doença na atualidade.A hanseníase é uma doença infecciosa crônica causada pelo M. leprae. A preferência pela pele e nervos periféricos verifica características particulares a está doença, tornando o seu diagnóstico simples na maioria dos casos.
Palavras-chave: Hanseníase, história, saúde pública, lepra, micobacteriose e políticas de saúde.
Área do Conhecimento: Saúde Pública.
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Introdução
A Hanseníase ostentada desde os tempos bíblicos ao período moderno foi referida como uma doença que causava horror e temor por conta da aparência física do doente não tratado, o que era muito difícil e novo naquela época (lesão ulcera na pele e deformidades nas extremidades e com mesma associação a estigma).
Esta aparência de temor fisicamente presente nas feridas e nos membros do infectado da peste hanseniano e incorporada à sua identificação lançou a doença no lado mais obscuro da sociedade. Ela significou, ainda, ao longo de anos, rejeição do convívio social devido à única forma de tratamento existente até meados do século 20, que era o isolamento nos leprosários. 
Foi Subentendido e questionado a partir de duas premissas básicas: a melhora e o avanço dos medicamentos quimioterápicos e a descoberta, através da pesquisa quantitativa e de laboratório, de que o isolamento não diminuía o número de casos. Ainda na década de 40 do século passado, a doença era tratada com óleo de chaulmoogra, medicamento fitoterápico natural da Índia, que era administrado através de injeções ou por via oral. Este medicamento, aliado ao isolamento, eram as formas de tratar e combater a hanseníase. Para se ter uma noção idéia da mudança na história natural da hanseníase, em 1985 ainda existia 5,4 milhões de casos registrados no mundo, caindo para pouco mais de 200.000 no ano de 2008. 
Epidemiologia
O Micobacteriose lepra foi descrito no ano de 1873 pelo norueguês Amauer Hansen. O bacilo álcool-ácido resistente, parasita intracelular com preferência pela célula de Schwann e pele. Não pode ser cultivado, mas existem modelos animais utilizados no seu estudo e reprodução, como o tatu e camundongos timectomizados e irradiados.
Subentende-se que as vias aéreas superiores constituem a principal porta de entrada e via de eliminação do bacilo. A pele deformada, eventualmente, pode ser porta de entrada da infecção. As secreções orgânicas como leite, esperma, suor, e secreção vaginal, podem eliminar bacilos, mas não possuem importância na dispersão da infecção.
Embora a hanseníase hoje se mantenha nos países mais pobres e nestes nos conjuntos de população menos favorecidos, não se sabe ao certo o peso de certas carências como moradia, estado nutricional, infecções concomitantes (HIV e malária), e infecções providas por outras microbactérias. O papel de fatores genéticos tem sido avaliado há muito tempo, a distribuição da doença em conglomerados, famílias ou comunidades com antecedentes genéticos comuns sugere esta possibilidade.
 A destruição ou a multiplicação do bacilo no interior dos macrófagos podem ser subentendido por mecanismos imunológicos que envolvem a apresentação do antígeno (complexo MHC) e pelo antígeno de histocompatibilidade HLA, ambos geneticamente determinados. Na forma tuberculose que predomina o fenótipo HLA-DR2 e HLA-DR3, padrão de não suscetibilidade à doença; na hanseníase virchowiana e dimorfo-virchowiana predomina o fenótipo HLA-DQ1, referido à suscetibilidade.
Diagnostico e Quadro Clinica
Para melhor esclarecimento das características do quadro clínico e classificação, alguns aspectos imunológicos devem ser mencionados. Demonstrou-se que o M. leprae é um bacilo com alto poder infeccioso e baixo poder patogênico. Após a sua entrada no organismo, não ocorrendo a sua eliminação, este irá se localizar na célula de Schwann e na pele. 
Entre os aspectos imunopatológicos da hanseníase sabe-se que apesar da produção de anticorpos específicos contra o M. leprae, em grande quantidade nas formas multibacilares, ela é inútil para a eliminação dos bacilos. A defesa é efetuada pela resposta imunológica celular, capaz de fagocitar e eliminar os bacilos, mediada por citocinas (TNF-alfa, IFN-gama) e mediadores da oxidação, como os reativos intermediários do oxigênio (ROI), e do nitrogênio (RNI) essencial na destruição bacilar no interior dos macrófagos. 
O Ministério da Saúde explica como caso de hanseníase para tratamento, quando um ou mais dos seguintes sintomas encontram-se presentes: lesão de pele com alteração de sensibilidade, espessamento de tronco nervoso ou baciloscopia positiva na pele.
O diagnostico apresenta restrições para ser feito em crianças muito novas, adultos ansiosos, manipuladores ou incapazes de entender as instruções dadas antes de sua execução. A avaliação da função motora de grupos musculares específicos deve ser feita principalmente nos pacientes em tratamento, com a intenção de detecção precoce de incapacidades. 
Se essas forem bem precisas podem ser detectadas já no período do diagnóstico, tais como: paralisia facial do tipo periférico unilateral ou bilateral, ou paralisia do ramo orbicular do nervo zigomático, promovendo o lagoftalmo, epífora e exposição da córnea; mão em garra (garra do quarto e quinto quirodátilos ou garra completa); mão caída; pé caído, garra de artelhos que pode se acompanhar do mal perfurante plantar.
Tratamento da Hanseníase
O tratamento da Hanseníase inseriu uma medicação específica, além de reabilitação física e psicossocial nos casos mais graves (estágios mais avançados da doença, no caso de deformidades e, em alguns casos, perda de membros). O importante é não deixar a Hanseníase chegar aos estágios mais grave. Lembre-se que não ficam sequelas quando a Hanseníase é detectada e tratada precocemente. 
Há medicamentos variados, utilizados de acordo com o grau e a forma da doença. Trata-se de um coquetel de antibióticos, distribuídos gratuitamente nos postos de saúde. São pílulas de cores diferentes, em cartelas. Todos estes medicamentos podem ser utilizados por gestantes e por portadores de HIV. O tratamento dura de seis meses a dois anos. O que determina a duração condição e forma da doença.
Metodologia
Para realização do artigo proposto foi utilizado revisão de artigos científicos que abordavam o assunto estudado.
Discussão
Dados do Serviço Nacional de Lepra (1960) as analises legislativas mais interessantes até o século XX, citadas para o controle da hanseníase no território nacional, foram: Lei tornando obrigatório o isolamento dos doentes de hanseníase no Rio de Janeiro, estabelecida em 1756; o regulamentoassinado em 1787 por D. Rodrigo de Menezes para o hospital da Bahia; o isolamento obrigatório dos doentes no Estado do Pará em 1838; proibição do exercício de certas profissões pelos hansenianos em 1848 e de 1883 resoluções da legislação apropriada com a criação de hospitais-colônias em Sabará.
O tempo estabelecido entre 1912 e 1920 se constitui numa fase intermediária da história da hanseníase no Brasil, com o reconhecimento do problema pelas autoridades sanitárias. Emílio Ribas, Oswaldo Cruz e Alfredo da Matta propenderam a denunciar o descaso do combate à endemia e a exigir medidas isoladas em suas áreas de atuação, merecendo destaque a iniciativa de Emílio Ribas em São Paulo (Brasil, 1989).
No ano de 1920, foi criado o Departamento Nacional de Saúde Pública, por Carlos Chagas, onde foi instituída a Inspetoria de Profilaxia da Lepra e Doenças Venéreas. As finalidades de controle de então priorizavam a construção de leprosários em todos os Estados endêmicos, o censo e o tratamento com o óleo de chaulmoogra. Conforme Carneiro (2002), foi neste período que Eduardo Rabello, ocupando o cargo de Inspetor Geral da Lepra, elaborou a primeira legislação brasileira da hanseníase e das doenças venéreas.
Também em 1920, com a criação da Inspetoria de Lepra e Doenças Venéreas (ILDV), primeiro órgão federal designado à campanha contra a hanseníase, que houve uma sensibilização em todo o País quanto ao problema do Mal de Hansen, tempo em que foram colocadas em prática as idéias estabelecidas por Emílio Ribas. 
Entretanto Velloso e Andrade (2002), o afastamento dos infectados teve seu início em 1927. Até 1934, ano da extinção do ILDV, foi feita a manutenção dos serviços de saúde pública e foram fundados inúmeros hospitais-colônias e preventivos para conter a endemia. Ainda em 1934, foi criada a Diretoria dos Serviços Sanitários nos Estados, que teve, entre outras atribuições, cuidar do problema da hanseníase (Serviço Nacional de Lepra, 1960).
Com o fim do isolamento compulsório, os doentes poderiam sair dos asilos, se assim o quisessem, e o tratamento poderia ser feito em centros de saúde. Contudo, após décadas de desigualdade, muitos escolheram continuar nos "leprosários", simplesmente porque não tinham para onde ir e nem como se sustentar mediante a sociedade (Monteiro, 1987).
Surge então, a partir da década de 1960, modificação dos métodos profiláticos e nas políticas de controle da hanseníase, baseada na descentralização do atendimento e aumento da cobertura populacional, tratamento ambulatorial com sulfona, verificação de comunicantes e educação sanitária (Velloso e Andrade, 2002). Em 1964, com o encerramento da Campanha Nacional de Lepra, o nível federal transferiu a responsabilidade do Programa para os Estados.
Com a nova organização do Ministério da Educação e Saúde, em 1937, foi cancelada a Diretoria dos Serviços Sanitários nos Estados, surgindo em seu lugar a Divisão de Saúde Pública, responsável pelo controle da hanseníase no território nacional. Em 1941, nova reforma na saúde pública cria o Serviço Nacional de Lepra, do Departamento Nacional de Saúde. 
A partir de então, o problema desta doença teve uma avaliação mais vista e ampla, como há muito exigia a gravidade da endemia hansênica até então (Serviço Nacional de Lepra, 1960). Data desta época a criação dos dispensários, serviços ambulatoriais para investigação de casos novos e observação de casos suspeitos que seriam internados, caso fosse confirmado o diagnóstico.
A mudança do nome lepra para hanseníase, proposta por diversos autores na década de 1960, buscou afastar as fantasias e os preconceitos sobre a moléstia, além de favorecer o conhecimento para a saúde (Rotberg, 1977). Todas as pessoas envolvidas com a doença devem alertar, sempre que possível, os novos e atuais conceitos sobre a hanseníase: doença curável, de baixa contagiosidade e contra a qual a maioria da população tem defesas imunológicas naturais.
No ano de 1976, novas políticas para o ajuste da hanseníase determinam ações voltadas a educação em saúde, acompanhamento e comunicação e aplicação de BCG, detecção de casos novos, tratamento dos doentes e prevenção e tratamento das incapacidades físicas que a doença pode causar (Velloso e Andrade, 2002).
No começo da década de 1980, a Organização Mundial da Saúde passou a aconselhar a poliquimioterapia (PQT), com esquema terapêutico apropriado a cada quadro clínico da doença, para o controle e cura da hanseníase. Além dos medicamentos da PQT, tomadas como diagnóstico precoce, vigilância dos comunicantes, prevenção e tratamento das incapacidades físicas e educação para a saúde fazem parte das políticas atuais. Este é o esquema em vigor em todo o território nacional na atualidade, sendo que no Rio Grande do Sul, a PQT foi implementada a partir de julho de 1992 (Gomes et al., 1998; Peres, 1997).
Na atualidade, conforme dados do Ministério da Saúde (Brasil, 2004), a predominância da hanseníase no Brasil é de 3,88 doentes para cada dez mil habitantes, sendo que a OMS considera eliminada como problema de saúde pública quando a taxa de prevalência é menor do que um doente para cada dez mil habitantes.
Conclusão
A Hanseníase é uma doença típica de regiões pobres, nas quais o baixo nível socioeconômico das famílias leva a uma superpopulação doméstica, facilitando a propagação da bactéria. Some-se a isto menos condições de higiene e desnutrição, que tornam o organismo mais suscetível às doenças. Desta forma, melhorar a qualidade de vida das populações é uma forma de prevenir a Hanseníase.
Ao longo do século XX foram vencidas várias barreiras, com destaque para a descoberta de medicamentos capazes de destruir o bacilo de Hansen e a interrupção da política de saúde pública baseada no isolamento compulsório dos portadores de hanseníase.
Com a possibilidade de cura medicamentosa renovou e reforçou a ampliação do conceito de cura para a recuperação total do doente, incluindo a volta de sua inserção nos grupos sociais a que pertence e/ou a restauração de sua posição de cidadão dotado de direitos e de responsabilidades. 
Com uma visão no olhar clínico, houve importante impulso às atividades de reabilitação, com aprimoramentos do acesso dos doentes a orientações de autocuidados. Neste mesmo sentido foram verificados procedimentos de neurocirurgia periférica e do aparelho locomotor, procurando tanto da recuperação como da preservação da integridade física dos doentes. 
Contudo, persiste em vigor, e sendo praticada cotidianamente, a legislação que impõe o exame negativo de hanseníase para admissão profissional, mesmo diante de evidências demedida discriminatória para os doentes não contribuírem de forma relevante para o referido de detecção desta endemia.
Referências 
1. Resgate Saúde: Clínica Médica Diagnóstico e Tratamento / Marcos Lomba, André Lomba – Olinda PE: Grupo Universo, 2007, 3ª Edição. 
2. Entrevista a Vitor Manoel Silva dos Reis, medico dermatologista do Departamento de Dermatologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e membro permanente do Conselho Deliberativo da Sociedade Brasileira de Dermatologia, disponível em http://drauziovarella.com.br/letras/h/hanseniase-2/ 
3. Lastória, Joel Carlos, Marilda Aparecida Milanez Morgado de Abreu Hanseníase: diagnostico e tratamento disponível em http://files.bvs.br/upload/S/1413-9979/2012/v17n4/a3329.pdf
4. Araújo, Marcelo Grossi Hanseníase no Brasil, Revista da sociedade Brasileira de Medicina no Tropical, mai-jun, 2003, disponível em http://www.scielo.br/pdf/rsbmt/v36n3/16339.pdf
5. Lockwood, Diana N. J. & sujai Suneetha, Hanseníase: uma doença muito complexa para um paradigma simples de eliminação, Boletim de Organização Mundial de saúde // março 2005, 83 (vol. 3; paginação 230) disponível em http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/traducao_lockwood_v1.pdf
6. http://www.saude.ba.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=164&catid=3&Itemid=18�
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