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Módulo 7 – Problema 5 Teratogenese Chamamos de agente teratogênico tudo aquilo capaz de produzir dano ao embrião ou feto durante a gravidez. Estes danos podem se refletir como perda da gestação, malformações ou alterações funcionais (restrição de crescimento, por exemplo), ou ainda distúrbios neuro-comportamentais, como retardo mental. - Medicamentos: talidomida, ácido retinóico, hidantoinatos - Drogas: álcool, tabaco, cocaína - Físicos: radiações tipo raio-X, hipertermia (febre) - Doenças maternas: diabetes, epilepsia, fenilcetonúria - Outros agentes: vacinas, poluição ambiental, algumas ocupações - Ao descobrir a gravidez, inicie o seu pré-natal imediatamente. - É importante vacinar-se contra rubéola antes de engravidar. Consulte o seu obstetra quando planejar uma gestação. - Procure saber, principalmente antes de iniciada a gravidez, se você é imune às outras doenças infecciosas (toxoplasmose, citomegalovirose, varicela). - Evite o contato com animais domésticos, principalmente gatos, durante a gestação. - Evite comer carnes cruas ou mal passadas durante a gravidez. - Evite os medicamentos, exceto os imprescindíveis. - Evite fumo, álcool e outras drogas durante a gestação. Todos estes podem trazer danos ao feto. - O período inicial da gestação é o de maior risco. Como a gravidez costuma ser detectada quando o embrião já está em fase de formação, o ideal é planejar antes. - Infecções congênitas ainda são prevalentes e graves em nosso meio. É recomendável que toda mulher procure saber se já tem imunidade contra essas doenças. - Algumas substâncias de uso comum, como o álcool e o fumo, podem ser prejudiciais mesmo em doses pequenas, devendo ser evitadas na gravidez. - A repetição na mesma família de alguns defeitos congênitos, como a anencefalia e a meningomielocele, pode ser minimizada através do uso de uma vitamina (ácido fólico) desde o período anterior à concepção. - O ideal é planejar a gestação pelo menos 3 meses antes que ela aconteça. - Ter um filho sadio não é um acidente: você pode diminuir os riscos! Thompson e Thompson (genética médica 6.ed) define teratogênia como a identificação e a compreensão dos mecanismos dos chamados teratógenos – drogas, infecções ou agentes ambientais que causam efeitos de nascimento. Defeitos congênitos, malformações congênitas e anomalias congênitas são termos sinônimos usados para descrever transtornos estruturais, comportamentais, funcionais e metabólicos presentes ao nascimento. Casos estes que tem de grandes importâncias tanto para medica clinica quanto para ciência básica. São erros comuns entre a terceira e oitava semana de gestação embrionária. Descritos na literatura é possível encontrar vários exemplos de compostos que desencadeiam o processo de teratogênese entre eles: Módulo 7 – Problema 5 Teratogenese 1.1 Fator Genético: Envolvem a herança dos genes que causam a anomalia como o exemplo da polidatília que é o aumento dos dedos nos membros principalmente nas mãos. 1.2 Fator Cromossômico: Abordam as aberrações cromossômicas, numero anormal de cromossomos como o caso da síndrome da trissomia 21. 1.3 Fator Infeccioso: O vírus responsável pela rubéola é o melhor exemplo de fator infeccioso desencadeando a teratogênese. O vírus cruza a membrana placentária e infecta o embrião/feto, causando a síndrome da rubéola congênita (SRC), cuja característica usual é catarata, malformação cardíaca, microcefalia e retardamento ao nascer. 1.4 Fator Químico: Um dos casos mais conhecidos da literatura é a utilização da talidomida (C13H10N2O4) substancia utilizada em drogas farmacêuticas de ação anti-inflamatória, sedativa e hipnótica evitada durante o processo de gestação por causar efeitos teratogênicos. Sua utilização causa alterações entre a quarta e a oitava semana de gestação danificando os tecidos do centro de proliferação do broto do membro em desenvolvimento. Outro caso é a teratogênese pela exposição ao chumbo no qual causa um aumento da frequência de abortos, retardo de crescimento e distúrbios neurológicos. 1.5 Drogas: Utilização de drogas no período gravídico pode ocasionar grandes variações em teratogenicidade. No caso do tabagismo materno constitui causa bem estabelecida de retardo do crescimento intrauterina (IÚGR), para aquelas cujo consumo diário é igual ou superior a 20 cigarros, o parto prematuro é duas vezes mais frequente do para não fumantes, e seus bebês pesam menos do que o normal. A nicotina provoca contrição dos vasos sanguíneos uterinos, causando um decréscimo do fluxo sanguíneo deste órgão, o que diminui o suprimento de oxigênio e de nutrientes disponível para o embrião no espaço. O álcool age de forma mais agressiva. Os filhos de mães alcoólatras crônica exibem um padrão especifico de defeitos, incluindo deficiência de crescimento, retardo mental e outras malformação pré e pós-natais. O consumo exagerado de bebidas alcoólicas por parte da mãe é considerados a causa mais comum de retardo mental. 1.6 Fatores Físicos: A radiação ionizante mata as células em proliferações rápidas, sendo, pois um teratógeno potente, provocando praticamente todo tipo de defeitos congênitos. A radiação também é um agente mutagênico e pode ocasionar alterações genéticas em células germinativas e malformações subsequentes, retardo mental, microcefalia, espinha bífida cística, alteração na pigmentação da pele, e entre outros. 2 - Etiologia Materna São várias as razões para anomalias congênitas passadas de mães para o embrião/feto. Tais fatores como, diabetes, doenças nutricionais etc. 2.1 Diabetes: Distúrbio do metabolismo dos carboidratos durante a gravidez de diabéticas ocasiona uma deficiência elevada de natimortos, mortes neonatais, neonatos anormalmente grandes e malformações congênitas. O risco de anomalias congênitas em filhos de diabéticas é de três a quatro vezes aos Módulo 7 – Problema 5 Teratogenese nascimentos de mães sem a doença, sendo de até 80% nos filhos de diabéticas com doenças de evolução prolongada. 2.2 Fenilcetonúria: As mães portadoras de fenilcetonúria, em que enzimas fenilalanina hidroxilase está deficiente, acarretando concentrações séricas aumentadas de fenilalanina, correm risco de ter filhos com retardo mental, microcefalia e defeitos cardíacos. 2.3 Deficiências Nutricionais: Embora a deficiência nutricional, especialmente vitamínica, tenha sido comprovada como sendo teratogênicas em animais em laboratório, as evidências em seres humanos são escassas. Assim, com exceção do cretinismo endêmico, que está ligado com o iodo e não foi descoberta anomalias, todavia as evidências sugerem que a má nutrição materna antes da gravidez e durante a mesma contribui para o baixo peso de nascimento e para os defeitos congênitos. 2.4 Obesidade: A obesidade pré-gravidez, definida como ocorrência de um (IMC) > 29 kg/m2, associa com um risco de 2 a 3 vezes maior de ter um filho com defeito no tubo neural. 2.5 Hipóxia: A hipóxia induz malformação congênita numa grande variedade de animais experimentais. Ainda está por ser visto se o mesmo é valido para os seres humanos embora as crianças nascidas em altitudes elevadas tenham geralmente peso e tamanhos menores que aquelas nascida ao nível mar. As mulheres com doenças cardiovasculares cianótica em geral os bebês não apresenta mal formação congênitas macroscopicamente evidentes. 3 - Profilaxia Muitos defeitos congênitos podem ser passiveis de prevenção. Por exemplo, a suplementação do sal ou da água por iodo elimina o retardo mental e as deformidades ósseas decorrente do cretinismo. Colocar mulheres com diabetes ou com fenilcetonúria sobrecontrole metabólico estrito antes da concepção reduz a incidência de defeitos congênitos em seus filhos, também a suplementação de ácido fólico reduz a incidência de defeitos do tubo neural, como a espinha bífida e anencefalia, e evitar álcool e outras drogas durante todo estagio da gravidez também reduz a incidência de defeitos congênitos. Realizar o acompanhamento pré-natal junto a equipe médica designada. Referências MOORE, Keith L., B.A., M.Sc., Ph.D., F.I.A.C., F.R.S.M., EMBRIOLOGIA MÉDICA, quinta edição, Rio de Janeiro, Guanabara Koogan, 1994. JORDE, Lynn B. Ph.D., CAREY, John C. M.D., BAMSHAD, Michael J., M.D. WHITE, Raymond L. Ph.D., GENÉTICA MÉDICA, segunda edição, Rio de Janeiro, Guanabara Koogan, 1999. SADLER, T. W., Ph.D., LANGMAN/ EMBRIOLOGIA CLÍNICA, nona edição, Rio de Janeiro, Guanabara Koogan, 2005. Módulo 7 – Problema 5 Teratogenese
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