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Direio Civil Aula 06 Material de Apoio Magistratura

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Magistratura e Ministério Público 
CARREIRAS JURÍDICAS 
Damásio Educacional 
MATERIAL DE APOIO 
 
Disciplina: Direito Civil 
 Professor: José Simão 
Aula: 06 | Data: 03/03/2015 
 
 
ANOTAÇÃO DE AULA 
SUMÁRIO 
 
NEGÓCIO JURÍDICO 
1. Existência 
2. Validade 
3. Eficácia 
4. Planos do negócio jurídico e direito intertemporal 
 
PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA 
1. Prescrição 
2. Decadência 
 
 
NEGÓCIO JURÍDICO 
 
3. Eficácia 
Existindo o negócio e sendo ele válido, verifica-se se este produz ou não efeitos. Ex.: O testamento feito pelo 
tabelionato seguindo as formalidades legais existe e é válido, mas não produz efeitos até a morte do testador, sua 
eficácia fica suspensa. Os três fatores de eficácia mais famosos são chamados de elementos acidentais do negócio 
jurídico que são três: 
. Termo 
. Condição 
. Encargo (Modo) 
 
. Obs.: Adimplemento e o inadimplemento das obrigações se encontram no campo da eficácia, ou seja, é porque 
o negócio existe e é válido que ele produz efeitos. 
 
1) Condição 
Sujeita os efeitos do negócio jurídico a um evento futuro e incerto. Se o evento for passado considera-se não 
escrita a condição, prevalecendo apenas o negócio jurídico. 
 
Obs.: A condição nasce da vontade das partes e não da lei, por opção do legislador. 
 
 Classificação da condição quanto aos efeitos do negócio 
 
a) Condição Resolutiva 
Gera a perda da eficácia. É aquela que subordina a ineficácia do negócio jurídico a um evento futuro e incerto, ou 
seja, o negócio produz efeitos desde logo, mas deixa de produzi-los se ocorrer a condição. Ex.: Compro a loja hoje 
(paga-se o preço e transfere-se a posse), mas se o faturamento não atingir R$ 100.000,00 em 30 dias o negócio 
está desfeito. 
 
 
 
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b) Condição Suspensiva 
Gera o início da eficácia. Subordina a eficácia do negócio jurídico a um evento futuro e incerto, ou seja, o negócio 
jurídico não produz qualquer efeito até que ocorra a condição. Ex.: Venda sujeita a prova, até o comprador 
declarar que gostou estão suspensos os efeitos, tal como a compra de vinho em que o cliente o degusta. 
 
 
2) Termo 
É o elemento que subordina os efeitos do negócio jurídico a um evento futuro e certo. 
Os principais exemplos de termos são: 
. Data no calendário (Ex.: 30 de abril de 2016) 
. Lapso temporal (Ex.: em 6 messes; em 30 dias) 
. Morte (é chamada de termo incerto – “certus an, incetus quando” – vai ocorrer, mas não se sabe quando). 
 
Obs.: A incerteza da data da morte pode ser usada para transforma-la em “Condição” pela cláusula contratual. 
Ex.: Se João morrer antes de Maria, Maria ganha a casa. 
 
 
3) Encargo 
É sinônimo de “Modo”. O Encargo é um gravame que acompanha a liberalidade (doação ou testamento) e aquele 
que recebe o bem deverá realizar uma tarefa. Ex.: Doação de fazenda com o encargo de construir uma igreja. 
Com o encargo o titular já tem o direito adquirido, e se descumpri-lo duas são as possibilidades: 
1ª) O doador pode obriga-lo a cumprir o encargo por ação judicial. 
2ª) O doador pode revogar a doação por inexecução do encargo. 
 
Obs.: Se o encargo vier na forma de condição suspensiva não há direito adquirido, mas sem direito eventual. Ex.: 
Se construir a igreja, ganha a terra. 
 
 
4. Planos do negócio jurídico e direito intertemporal (art. 2.035 do CC) 
A premissa do direito intertemporal é que o negócio jurídico existe na vigência do Código Civil de 1916 e continua 
a produzir efeitos na vigência do atual Código Civil. 
 
Art. 2.035, CC. A validade dos negócios e demais atos jurídicos, 
constituídos antes da entrada em vigor deste Código, obedece ao 
disposto nas leis anteriores, referidas no art. 2.045, mas os seus 
efeitos, produzidos após a vigência deste Código, aos preceitos dele 
se subordinam, salvo se houver sido prevista pelas partes 
determinada forma de execução. 
 
– Plano da validade 
Os requisitos de validade são aqueles exigidos pela Lei no momento da formação do negócio jurídico, ou seja, se o 
negócio jurídico nasceu na vigência do antigo código, serão os dele os requisitos de validade. 
 
 
 
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Ex1: O antigo CC/16 não previa o estado de perigo como vício, mas o atual CC prevê (art. 156, CC). Se o contrato 
foi celebrado na vigência do antigo Código, tal vício não pode ser alegado. 
 
Ex2: O antigo CC/16 exigia 5 testemunhas para a validade do testamento, o atual CC exige apenas 2 testemunhas. 
Se o testamento foi elaborado na vigência do antigo Código com apenas 2 testemunhas, este é NULO, ainda que a 
morte ocorra na vigência no atual Código Civil. 
 
Ex3: No antigo CC/16 a simulação gerava anulabilidade, cuja decadência era de 4 anos. No atual Código Civil o 
negócio simulado é NULO (art. 167 do CC) e por tanto não está sujeito à decadência. Se a simulação ocorreu na 
vigência do antigo CC/16 o negócio prossegue sendo anulável. 
 
 
– Plano da eficácia 
Com relação à eficácia aplica-se a Lei do momento em que o negócio produz seus efeitos, ou seja, se o negócio 
nasceu na vigência do antigo CC/16 os efeitos produzidos até 10 de janeiro de 2003 são regulados pelo antigo 
Código, já os produzidos após tal data são regulados elo novo Código Civil. 
 
Ex1: A mudança do regime de bens no casamento não era permitida na vigência do antigo CC/16, mas é 
atualmente. Como estamos no campo da eficácia mesmo os casados no antigo Código podem mudar de regime 
atualmente (Orientação pacificada pelo STJ). 
 
Ex2: A hipoteca era indivisível na vigência do antigo CC/16, mas atualmente em condomínios e loteamentos 
poderá ser fracionada a pedido do interessado. Assim fracionar é limitar os efeitos, logo as hipotecas nascidas na 
vigência do antigo CC/16 podem ser fracionadas. 
 
Ex3: A Lei 4.591/64 permitia que a convenção tivesse multa condominial de até 20%, e o atual CC limita a multa 
até 2%. As prestações condominiais vencidas até 10 de janeiro de 2003 sofrem multa de 20%, seguindo a 
convenção, as posteriores apenas 2%. É a aplicação da Teoria de Roubier da eficácia imediata da norma com 
relação aos “facta pendentia” (fatos pendentes). 
 
Ex4: Testamento elaborado na vigência do antigo CC/16 por pessoa casada sem ascendentes e descendentes, que 
beneficia seu sobrinho, como o cônjuge não era herdeiro necessário o testamento podia produzir plenamente os 
seus efeitos (100% para o sobrinho). Contudo a morte ocorre na vigência do atual Código, em que o cônjuge já é 
herdeiro necessário (art. 1.845, CC), assim aplicando a Lei atual o juiz reduz as disposições testamentárias (retira 
parte de sua eficácia) e a legítima caberá ao cônjuge (50% para o cônjuge) e a disponível ao sobrinho (50 % para o 
sobrinho). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA 
 
São os efeitos do tempo sobre as relações jurídicas. Prescrição e decadência são formas de estabilização social, 
garantindo a segurança jurídica. 
 
 Dicas Mnemônicas 
 
1ª Dica.: As hipóteses de prescrição estão nos artigos 205 e 206 do CC. Os demais prazos são de decadência. 
 
2ª Dica.: Se o prazo for contado em dias, ou messes, ou 1 ano e 1 dia, o prazo é decadencial. Se o prazo for 
contado em anos pode ser prescricional ou decadencial. 
 
3ª Dica.: A prescrição extingue a pretensão. A decadência extingue o direito potestativo. 
 
 
1. Prescrição 
 Adimplemento 
 03/03/2015 03/04/2015 
(nasce o crédito) Inadimplemento 
 (nasce a pretensão e a prescrição) 
 
A prescrição pressupõe o nascimento de um crédito e a sua posterior violação. Assim se o credor concede 30 dias 
para o devedor pagar, o crédito nasce de imediato, mas não é exigível antes do vencimento. Na data do 
vencimento havendo inadimplemento o crédito é violado e isso gera dois efeitos:1º) Nasce a pretensão, ou seja, possibilidade de cobrança (notificação, protesto do título, ação judicial) 
2ª) Com a pretensão inicia-se a prescrição. 
 
Obs.: A prescrição só atinge a pretensão, logo quem paga dívida prescrita não paga crédito inexistente, pois este 
existe, mas é inexigível. 
 
Conclusão.: Não se admite repetição do indébito, pois indébito significa dívida inexistente (art. 882, CC). 
 
 
2. Decadência 
A decadência extingue direitos potestativos, ou seja, direitos que podem ser exercidos independentemente da 
concordância ou colaboração da outra parte, que se encontra em um estado de sujeição. Logo a decadência nasce 
no mesmo momento que o direito potestativo e quando a decadência se opera o próprio direito está extinto. 
 
Ex1: A anulação do casamento por erro tem prazo decadencial de 3 anos que se inicia no momento do casamento, 
ou seja, a decadência se inicia junto com o direito potestativo de anulação, isso para garantir a segurança jurídica.

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