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Universidade Agostinho Neto Faculdade de Ciências Sociais Departamento de Psicologia Atitudes face as Mudanças Sociais: Estudo de Caso Estudantes do 2ºciclo da Escola IMNE-MARISTA Nome do Autor: Herman Messias Alberto Miji Orientadora: Me. Catarina Esmeralda Chingunfo Nunda Luanda, 2015. Trabalho apresentado para obtenção do grau de Licenciatura em Psicologia Social; II Universidade Agostinho Neto Faculdade de Ciências Sociais Departamento de Psicologia Atitudes face as Mudanças Sociais: Estudo de Caso Estudantes do 2ºciclo da Escola IMNE-MARISTA Nome do Autor: Herman Messias Alberto Miji Luanda, 2015 “Trabalho de fim de Curso apresentado à faculdade de Ciências Sociais da Universidade Agostinho Neto como requisito para obtenção do grau de Licenciatura em Psicologia social, orientado pela Me. Catarina Esmeralda Chingunfo Nunda.” III Epígrafe “O indivíduo é social não como resultado de circunstância externa, mas em vírtude de uma necessidade interna”. Henri Wallon IV Dedicatória Dedico este trabalho a minha querida Mãe, Maria Gabriela Domingas Miji, pelo apoio incondicional que me proporcionou nos momentos mais delicados da minha formação e sempre preocupou-se em ver-me a terminar este curso. As minhas queridas irmãs, Alice Inácio, Rosa Inácio, Tania Muachenguege, Osvalda Inácio, Solange Miji, Esmeralda Miji e Etelvina Miji pelo apoio e carinho que deles recebi, serviram-me como incentivos e inspiração para continuar a minha caminhada. V Agradecimentos A Deus por ter concedido a graça de estar a apresentar este trabalho, e a todos que directa ou indirectamente ajudaram-me nesta caminhada com palavras de apresso e ideias sólidas que serviram para a eficiência deste trabalho. E algumas pessoas Especiais como, Dinuwidi Veloso, Cessa Muassoca, os meus amigos Timóteo Tchinene, Roberto de Sousa, Osvaldo Muquendengue, Fernando Gaiato, Bernardo Quiala, Sergio Lufunda, Dionísio Mucanda, Gildo Sacuaia, Valdez Maquinishe, Osvaldo Vieira, Amilton Serafim, Famorosa Zua, Mário de Lemos, Edilson Cafaia e Jorge Keta, que durante estes quatro anos viveram na pele cada peripécia que a vida me pós. À minha orientadora Mestre Catarina Esmeralda Chingunfo Nunda, pelo grande apoio e pela magnifica orientação e o seu desempenho, mas também pelo suporte moral e cientifico que recebi e que vieram a se materializar neste fantástico resultando, apesar das condicionantes existente para a efetivação deste trabalho. Só ainda muito grato ao senhor António Malanda Afonso, que nos últimos dias tem sido um elemento fundamental na minha caminhada, pelo corpo de docentes, da turma do curso de psicologia de 2012 e do Departamento de Psicologia da Faculdade de Ciências Sociais de um modo geral, pela forma como conduziram a nossa formação. Para os que não foram aqui citado vai o meu reconhecimento. VI Resumo O presente estudo teve como objectivo geral conhecer as opiniões ou ideias que os estudantes têm relativamente as atitudes face as mudanças sociais, especificamente na escola. Pretedemos saber qual tem sido a influencia das mudanças sociais que vão ocorrendo na sociedade. Assim parte-se das abordagens teóricas sobre as atitudes para em seguida análisar em que momento e como elas ocorrem. Participaram do estudo 10 estudantes da escola IMNE-MARISTA e foi distribuído em, 4 gênero femininos e 6 gênero masculino. Foi realizado um estudo qualitativo onde aplicamos a entrevista para coleta de dados, e o NVIVO 10 para análise e interpretação dos dados, que nos permitiu concluir que: os factores geográficos, a religião, as diferentes culturas e o comportamento dos alunos são um veículo fundamental na construção das atitudes para sociedade, apesar de trazerem consigo alguns aspectos negativos que visam a desestruturação das atitudes. Na distribuição das variáveis demográficas apareceram mais as palavras mudanças, atitudes, isto quer dizer que quanto ao sexo, local de residência, curso e ano que frequentam deram maior importância a essa duas palavras como sendo fundamentais na construção das atitudes. Os resultados aproximam-se de estudos prévios, sugerem novas investigações. Palavras Chave: Atitudes, Mudança Social, Estudantes. VII Abstract The main objective of the presente study is based on underslanding several opinions and ideas about the atitude that students think ar ful about the social changes which are ocurring in the society, mainly in schools. We want to scrutinise what are the facts bahind or influencing such social changes in the luringhood (society). Therefore, we have gone from theorical approach of the atitude, studyng the period that those facts have been happening. 10 students from IMNE-MARISTA have been participating and have been divided into group of 4 girls and 6 boys. A qualitative study has been used through intervien fo data picking and in have been NVIVO 10 candidates for analyse and data interpretation. This method has halped us to reach into a conclusion that geographical and religion factors besides diversification of culture together with students atitude are the main and fundamental method to build up atitude of any society; although they are carrying on some negative aspects which may deteriorate the atitudes. In semographical terms distribuitin words like change, atitude, appear more frequen the with regards to sex, living location, option and year in which they have been given such bug comphasis of these two words as being fundamental for atitude building. The result is quiet appoximat to the previous study suggesting new inquiries. Key words: Attitudes, Social Changes, Students. VIII Índice de Tabelas Tabela 1: Resultado sobre analise semântica das palavras utulizadas ............................. 35 Tabela 2: Quadro das Palavras-Instrumento .................................................................... 37 Tabela 3: Quadro das Palavras Plenas ............................................................................. 37 Tabela 4: Resultado da Análise Categorial ...................................................................... 48 Tabela 5: Resultado das Variáveis Demográficas quanto ao Sexo .................................. 51 Tabela 6: Resultado das Variáveis Demográficas quanto ao local de Residência .......... 51 Tabela 7: Resultado das Variáveis Demográficas quanto ao ano que Frequenta ............ 52 Tabela 8: Resultado das Variáveis Demográficas quanto ao curso que Frequenta ......... 53 IX Indice Ilustrações Figura 1- Ilustrações das palavras ..................................................................................... 38 Figura 2 Resultados da variáveldemográfica quanto ao Sexo. ......................................... 51 Figura 3: Resultados da variável demográfica quanto ao Local de Residência. ............... 52 Figura 4: Resultado da variável demográfica quanto ao ano que frequenta ...................... 53 Figura 5: Resultados da variável demográfica quanto o Ano que Frequenta .................... 53 Figura 6: Mapa Conceitual ................................................................................................ 55 XI Sumário Epígrafe ........................................................................................................................................... III Dedicatória ......................................................................................................................................IV Agradecimentos ...............................................................................................................................V Resumo ............................................................................................................................................VI Abstract ..........................................................................................................................................VII Indice de Tabelas ...........................................................................................................................VIII Indice Ilustrações ............................................................................................................................ IX Introdução ........................................................................................................................................ 1 Justificação ....................................................................................................................................... 1 Objectivos ......................................................................................................................................... 2 - Metodologia ................................................................................................................................... 3 Visão geral da metodologia .............................................................................................................. 3 Amostragem e Amostra ................................................................................................................... 3 Instrumentos e Técnicas .................................................................................................................. 4 Limitação e Delimitação do estudo .................................................................................................. 7 Procedimentos ................................................................................................................................. 7 Procedimentos Éticos da Pesquisa ................................................................................................... 9 I- Capitulo: Atitudes ................................................................................................................... 11 1.1. Enquadramento Histórico sobre as Atitudes .......................................................................... 11 1.2. Componentes das atitudes ..................................................................................................... 13 3.1.1. Componente Cognitivo ........................................................................................................ 14 3.1.2. Componente Afectivo .......................................................................................................... 14 3.1.3. Componente Comportamental ............................................................................................ 15 1.3. Teorias sobre as Atitudes ....................................................................................................... 16 3.1.4. Teoria da Dissonância Cognitiva........................................................................................... 16 3.1.5. Teoria do Equilíbrio .............................................................................................................. 18 1.4. Mudança de atitude ................................................................................................................ 20 1.5. Características das atitudes..................................................................................................... 22 1.6. Formação das Atitudes ............................................................................................................ 23 1.7. Estudos realizados ................................................................................................................... 24 II- Capitulo: Mudança Social ....................................................................................................... 26 2.1. Conceito de Mudança Social ................................................................................................... 26 2.2. Factores determinantes da Mudança Social ........................................................................... 27 a) Factores Geográficos ...................................................................................................... 27 b) Factores Sociais .............................................................................................................. 28 XII c) Factores Culturais ........................................................................................................... 28 2.3. Teorias da Mudança Social ...................................................................................................... 28 2.4. Mudanças sociais no Contexto Educativo Angolano ............................................................... 30 III- Capitulo: Análise e Tratamentos dos Dados ...................................................................... 34 3.2. Caracterização do Local da Pesquisa ....................................................................................... 34 3.3. Análise lexical e Sintática de uma Amostra ............................................................................. 35 3.4. Análise temática ...................................................................................................................... 39 3.4.1. Atitudes dos Alunos ............................................................................................................. 39 3.4.2. Escola e a Religião ................................................................................................................ 41 3.4.3. Mudança de atitude ............................................................................................................. 42 3.4.4. Culturas Diferentes .............................................................................................................. 44 3.4.5. Alunos e incentivos aos estudos .......................................................................................... 45 3.4.6. Comportamento dos alunos ................................................................................................. 46 3.5. Analise Categorial .................................................................................................................... 48 3.6. Distribuição das palavras pelas Variáveis Sócio Demográficas ............................................... 50 3.7. Hipótese Explicativa ................................................................................................................ 55 Conclusão ....................................................................................................................................... 56 Referências Bibliográfica ................................................................................................................60 APÊNDICE I- Projecto de Construção da Entrevista APÊNDICE II- Guião de Entrevista APÊNDICE III- Guião de Observação ANEXO I- Ofício de Recolha de dados ANEXO II- Credencial de Autorização XIII 1 Introdução O presente trabalho insere-se no contexto do trabalho de fim de curso, que tem como objectivo obtenção do grau de licenciatura em psicologia social. Com este estudo pretendemos conhecer a opinião ou ideia que os estudantes têm relativamente as atitudes face as mudanças sociais, junto da Escola do 2º ciclo do Ensino secundário do IMNE- MARISTA. Actualmente, temos verificado transformações de vária orden na nossa sociedade. Devido a vários factores que concorrem para isto e as diferentes atitudes de certos estudantes nas escolas do 2º ciclo, face ao ambiente escolar, visto que estes apresentam um certo comportamento quando entram e quando já estão inseridos a mais tempo na escola. Porém, gostaríamos de entender, qual é a influência das mudanças sociais no comportamento dos estudantes e até que ponto os agentes sociais, podem influenciar na mudança de atitudes apresentadas pelos estudantes. As atitudes, têm se constituído num dos temas de maior interesse para os psicólogos sociais e para a própria psicologia, que dedicam a ele um grande número de estudos feitos por profissionais desta área. Assim sendo, a psicologia é uma ciência, a mesma pretende como qualquer uma outra ciência compreender, produzir e controlar os fenômenos que ela estuda, e sendo a ciência do comportamento, as atitudes constituem uma importante referência para a consecução deste estudo. Por isto, veremos no nosso trabalho, que as atitudes servem para organizar a nossa compreensão do mundo e dos factos que nos cercam, auxiliando-nos a nos posicionar, de forma mais ou menos em relação as atitudes. Apesar de verificarmos que numa sociedade existem muitas atitudes compartilhadas, elas também podem ser a explicação para muitos e importantes factos sociais, então decidimos agrupar algumas questões como os meios de proveniências, as questões culturais, tudo isto partindo que também podem ser umas das influências para a mudança de atitude comportamental. Por isso decidimos levar acabo este estudo que visa explicar e compreender qual é a opinião ou ideia que os estudantes têm relativamente as atitudes face as mudanças sociais. Justificação Este tema, é de grande importância para a nossa sociedade porque nos vai possibilitar conhecer as atitudes dos estudantes perante o ambiente escolar e pode auxiliar- 2 nos a compreendermos como estas influências ocorrem e a predizer a suas acções em relação a essas situações. Nos ajudará, compreender e a clarear até que ponto as mudanças sociais vão influenciar no nosso comportamento e de que maneira vão ocorrer no meio social, e como influênciam as nossas atitudes e quais devem ser os benefícios destas mudanças que vão ocorrer no meio social. E no quadro escolar, é de grande importância porque nos vai permitir verificar se podem influenciar nas atitudes comportamentais apresentados pelos estudantes e de que maneira poderiam ser influenciados durante o período de frequência escolar. Com o descrito, pretendemos compreender como é que os factores sociais e culturais alteram as estruturas sociais, modificam os estudantes, alteram a mentalidade, modificam as atitudes e transformam a sociedade em que o indivíduo está inserido. Também nos vai possibilitar observar quais os factores sociais e culturais podem influenciar na mudança de atitudes por parte dos estudantes do 2° ciclo do ensino secundário Este é um estudo que tem como principais perspectivas de estudo socioculturais, porque dentro dela veremos certas questões como: aprendizagem do comportamento por meio de interação; permitir-nos-á fazer uma abordagem mais holística sobre questões culturais destes estudantes. Usamos a linha de investigação sobre as Atitudes de modo a entendermos o papel da mudança social no comportamento dos estudantes e ainda podemos dar maior realce com uma segunda linha de investigação que é a influência social, para dar maior sustentabilidade ao nosso trabalho sobre as atitudes. Com este trabalho pretendemos contribuir para a compreensão das atitudes face as mudanças ocorridas no meio social em que estão inseridos, e como as atitudes dos estudantes têm mudado face a estes factores. Mediante o problema acima exposto e de acordo com o que foi constatado nas escolas do 2º ciclo do ensino secundário surgiu a seguinte pergunta de partida: Qual é a opinião ou ideia que os estudantes têm relativamente as atitudes face as mudanças sociais? Objectivos A pergunta acima exposta nos leva a apresentar os seguintes objectivos: 3 a) Gerais Conhecer as opiniões ou ideias que os estudantes têm relativamente as atitudes face as mudanças sociais. b) Objectivo Específicos Explorar o sentido e o significado que os Estudantes têm sobre as atitudes; Explorar os diferentes agentes de mudança na escola e como eles actuam na vida dos estudantes; Distribuir o significado que os estudantes têm sobre as atitudes face as mudanças sociais pelas variáveis demográficas; Propor hipóteses explicativas sobre o sentido que os estudantes atribuem acerca da sua mudança de atitude. - Metodologia Visão geral da metodologia Como metodologia, considerada em função dos objetivos do estudo, efectuamos um estudo qualitativo de modo a se ter o sentido e o significado dos fenómenos, de modo a se chegar às conclusões cientificamente válidas. Neste estudo utilizamos a metodologia qualitativa com intuito de trabalharmos na “indução e a intuição” como estratégias para nível de compreensão mais aprofundados dos fenómenos que se propõe a investigar, (Moraes, 1999, p. 2). População: Para que o nosso estudo seja feito, tivemos como população alvo os estudantes do 2º ciclo do ensino secundário do instituto médio normal de educação do IMNE- MARISTA, como sabemos a nossa população alvo é o conjunto dos elementos portadores de pelo menos duma característica comum entre ambos, formando o universo de estudantes da escola IMNE-MARISTA. Amostragem e Amostra Amostragem teórica, por caso múltiplo Em função do conceito a estudar serão escolhidos. Selecionar no nosso universo envolvente entre a população estudantil do IMNE- MARISTA, um total de 10 (dez) Alunos pertencentes a uma mesma turma, grupo escolar 4 ou selecionados de maneira aleatória em diferentes salas de aulas que compõem a nossa população alvo. Instrumentos e Técnicas Com o propósito de colher informações acerca do tema, usamos diferentes técnicas recolhas de dados que nos serviram para instrumentalização da nossa investigação qualitativa. Pretendeu-se fazer uma pesquisa temática de dados através do método de inquérito, onde usaremos a entrevista para que esse trabalho seja materializado e a técnica de observação. a) Inquérito O inquérito pode tomar uma forma oral (entrevista) ou escrita (questionário) (Hébert, Govette, & Boutin, 2010, p. 143). Assim sendo dentro do inquérito escolhemos a técnica de entrevista, diversos autores nos dizem que a entrevista permite ao observador participante, suas percepções do significado atribuído pelos sujeitos aos acontecimentos com aqueles que os próprios sujeitos experimentam (Hebert et al., 2010 p. 160). Entrevista: Diversos autores nos dizem que no acto da investigação qualitativa, a entrevista é um elemento fundamental para a pesquisa. segundo (Tamo, 2012, p. 146) dizque “é um encontro entre o pesquisador e o inquerido, trata-se de grande momento de interatividade entre as partes”. O autor queria transmitir que é um momento fundamental onde neste encontro visa a produção de conhecimento. Contudo usamos para nossa pesquisa a entrevista semi-estuturada com perguntas abertas que permitiram ao entrevistado responder livremente e ao entrevistador adaptar às circunstâncias, “relançamento ou reformulações dos propósitos, esclarecimentos dos não ditos, circunspeção dos Tabus e registos das emoções e impressões” (Tamo, 2012, p. 147). Para além destas técnicas, usamos outras técnicas como análise do conteúdo e observação participativa que poderam facilitar a pesquisa do nosso tema. Os indivíduos passaram por uma avaliação feita através da observação externa e participada, pela aplicação de entrevista para cada um e pela dinâmica usada dentro dos grupos. b) Observação Sendo a observação um instrumento que fornece detalhes ao pesquisador, por basear-se na descrição e para o efeito utilizamos todos os cinco sentidos humanos. A observação instrumento mais utilizado em pesquisa qualitativa, bem como a entrevista. A observação é uma ferramenta utilizada para se observar um determinado fenómeno ou 5 situação que se pretende estudar, por essa razão utilizamos a observação participada com maior realçe para a pesquisa-acção. Para Tamo (2012, p.153), “a observação é sistemática, previamente preparada ou assistemática, aleatoriamente acontecida”, assim sendo o autor nos diz que o processo de “observação” pode ser feito de forma bem organizada e activa ou de forma desorganizada e passiva sem obedecer um padrão ou uma linha orientadora. Como vimos a observação é visto como conjunto de técnicas de recolha de dados. Mas é necessário que tenhamos bastante atenção no contexto de observação, para Evertson e Green (1986) citado por Hébert, et al (2010, p.147), a observação requer termos em conta um “contexto, os sistemas de registo e gravação dos dados, as unidades de observações e as diferentes fontes de erros”. Assim, realizamos uma observação aberta, devido ao seu grau de abertura no contexto do objecto em estudo, e ainda associaremos a observação assistemática, fazemos uma observação aleatória onde dependemos do momento em que nos encontramos, foi feita de forma aleatória e com base na pesquisa acção. Tivemos em conta três razões para a realização desta observação: 1. Possibilitar-nos ver as atitudes dos participantes em uma convivência e descobrir como os mesmos se comportam em novos contextos; 2. Utilização em conjunto com outros métodos de coleta de dados, providenciando evidências adicionais para triangulação e estudo da pesquisa; 3. É um método particular apropriado para pesquisa e que visou verificar até que ponto os agentes sociais enfluênciam na mudança de atitude. Para o efeito usamos para coleta de dados: blocos de anotações e gravações de áudio. No âmbito da nossa investigação, sentava-se em um banco que se encontra no pátio e ficava a observar tudo que está em volta utilizando todos os sentidos, as pessoas, os barulhos, a temperatura, tudo que foi possível de ser analizado e observar a partir daquilo que é o objectivo da pesquisa. Uma das preocupações como investigador foi observar os fenómenos e registar de forma mais objectiva possível, interpretando posteriormente, os dados recolhidos. Da observação participante que se realizou podemos reunir apontamentos que constituíram um relato escrito de todo o processo, incidindo naquilo que viu, ouviu, experienciou e reflectiu no decurso da observação na escola. 6 Como defendem diversos autores que as infomações recolhidas por meio da observação devem ter uma parte descritiva e outra reflexiva. Na parte descritiva compreendeu-se um registo detalhado daquilo que ocorre no campo da investigação: a nossa observação ocorreu no recinto da escola IMNE-MARISTA, onde podemos estar em contacto directo e inderecto com os alunos da escola, onde podemos escolher os aluno da 10ª, 12ª e 13ª respectivamente como nosso grupo alvo. Reconstrução dos diálogos, umas das coisas que mais se realçava em termos comportamentais era a auto afirmação, a tendência de obediência por parte dos membros do grupo e o excesso de conformismo. Os locais como ja referimos foram realizado no pátio da escola e em alguns momentos ao longo do perimento da escola, das actividades tendo em consideração o próprio carácter temporal e o comportamento do investigador, nomeadamente atitudes, acções e conversas com os participantes. O carácter reflexivo permite ao investigador registar o seu ponto de vista, as suas ideias e as suas preocupações no momento, as suas especulações, sentimentos, problemas, impressões, dúvidas, incertezas, surpresas e decepções. c) Análise conteúdo Análise conteúdo compreende procedimentos especiais no processamento dos dados científicos. Usamos esta técnica para fazer o tratamento dos dados da entrevista aplicada aos estudantes. Análise do conteúdo, é uma interpretação pessoal por parte do pesquisador com relação a percepção que tem dos dados. Desta feita como pesquisador fazemos uma leitura neutra. De acordo com Moraes (1999 p.3) “para se compreender é preciso considerar, além do conteúdo explícito, o autor, o destinatário e as formas de codificação e transmissão da mensagem”. E é necessário que se faça a reconstrução do contexto. Portanto, o foco da análise do conteúdo é a qualificação das vivências dos sujeitos, bem como as suas percepções sobre determinado objecto e seus fenómenos como vimos utilizamos a análise do conteúdo para o aprofundamento dos estudos em um futuro estudo quantitativo, (Cavaicante, Calixto, & Pinheiro, 2014, p. 14) Neste método utilizamos alguns processos diferente dentre os quais o processo de pré-análises, a etapa de exploração que são precedida pela preparação, unitarização, categorização, descrição e interpretação. Pré-análise: “compreende uma leitura flutuante”, onde requer um contacto directo e intenso com o material de campo (Moraes, 1999, p. 4). Usamos a pré análise para poder 7 compreender as certas informações que colhemos durante a nossa pesquisa. Segundo Bardin (2008) citado por Farago e Fofonca (s/d) é de opinião que a “pré analise trata-se de reconhecer que para um trabalho mais propício na análise de conteúdo é necessário restringir as amostras”. Depois da pré-análise segue-se a fase da exploração. Etapa de exploração nesta fase o entrevistador procura explorar as categorias da pré-análise. Como vimos para Minoya (s/d) citado por Moraes (1999 p. 4) diz que a “categorização consiste num processo de redução do texto das palavras e expressões”. Como o exame dos temas tende a detalhar o texto em partes que constituíram o temas ou unidades temática. Limitação e Delimitação do estudo a) Limitação Os estudos sobre as atitudes face as mudanças sociais são excessivamente muito complexos uma vez que são questões de difícil determinação que muitas das vezes só podemos saber se nos pormos a observar e avaliar determinados comportamentos apresentados pelos autores. Contudo pretendeu-se saber qual é a opinião dos estudantes acerca das atitudes face as mudanças sociais e como tem reagido face a essas tendências. Ainda acerca das limitações dos nossos estudos, tivemos dificuldade em entrarmos em contacto com os estudantes fruto do fraco conhecimento que eles têm sobre a psicologia. O receio que muitos destes tem em nos fornece os dados, ainda receio que muito deles não possam disponibilizar-se em responder, as questões da aceitação por parte da própria instituiçãovisto que muitos já tentaram e não tiveram acesso e não conseguem satisfazer as hipóteses de investigação científica. a) Delimitação do estudo O nosso objecto de estudo é constituído pelos estudantes da escola do IMNE- MARISTA, técnicos médios de pedagogia. Como vimos esta unidade, tem um caracter formativo e o nosso estudo será realizado na Escola, que se encontra situada no município de Luanda, onde podemos ter o privilégio de trabalhar com uma média de 10 estudantes. Porém, a amostra observada faz parte do núcleo dos estudantes da escola do IMNE- MARISTA. Procedimentos O nosso estudo foi realizado na cidade de Luanda, na escola IMNE-MARISTA onde tivemos um ambiente favorável para a condução das nossas entrevistas. Como 8 referimos anteriormente utilizamos a entrevista semi-estruturada. Na entrevista constaram quinze questões abertas e relativas aos objectivos da investigação que falavam sobre as atitudes face as mudanças sociais, o caso dos estudantes do IMNE-MARISTA. Dentro das quinze questões constam as seguintes “Achas que a forma de procedimento no grupo pode levar um aluno a mudar sua atitude?”, “Podes determinar os diferentes agentes de mudança de atitude na escola?” e por fim também encontramos a seguinte: “Quem impressão tens da religião na ordem da construção das atitudes de uma sociedade?”. Na nossa metodologia, solicitavam-se os dados sócio-demográficos dos participantes. E na Introdução procuramos explicar que, muitas atitudes compartilhadas, elas também podem ser a explicação para muitos e importantes factos sociais, então decidimos agrupar algumas questões como os meios de proveniências. As atitudes dos mesmos face a mudanças sociais. As nossas entrevistas tiveram a duração de 25 minutos, e as mesmas foram gravadas com um caça palavra e posteriormente transcritas no programa Word e Excel, e em seguida foram tratados no programa informático QSR, Nvivo 10. O Nvivo 10, é um software, o mesmo permite, processar os dados a partir da “pesquisa de texto” e da consulta da “frequência de palavras”. O Nvivo 10 fazendo, assim emergir categorias e associá-las a outras análises como análise Lexical e semânticas. - Análise dos dados: compreende procedimentos especiais no processamento dos dados científicos. Desta feita, como pesquisadores fazemos uma leitura neutra para a validação do conteúdo, para respeitarmos os critérios de qualidade, efetuamos o estudo de validade de conteúdo. Assim de acordo com os escritos, dão conta que a validade do conteúdo consiste na pontuação, em percentagens, atribuídas pelos juízes. As perguntas cujo os valores oscilam entre 3 e 4. face as palavras chave e, depois de termos determinado os indicadores de cada dimensão, que nos permitiram formular quinze (15) perguntas, foram submetidas a um grupo de juízes. Portanto, para avaliação e validação do conteúdo das nossas questões foram selecionados seis (6) juízes obedecendo aos seguintes critérios: Formação nas Ciências Humanas e Sociais, com preferência em Psicólogia Social; Grau académico de mestres e doutores e docentes do ensino superior. Os quais concordaram em participar no estudo, assim distribuídos: 2 Doutorados, 2 mestres (doutorandos em Psicologia Social), 2 licenciado (mestrando (a) em Psicologia social). Assim seguiu-se IVC (índice de validade de conteúdo), onde foram calculadas aparte da escala do tipo Likert, da qual as pontuações vão de 2 a 4, assim distribuídas: (1- 9 Não Claro; 2-Pouco Claro; 3-Muito Claro e 4-Bastante Claro) de acordo a seguinte fórmula: IVC= 𝑅𝑒𝑠𝑝𝑜𝑠𝑡𝑎 𝑅𝑒𝑠𝑝𝑜𝑠𝑡𝑎 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 Assim obtivemos um total da entrevista que foi de 83.3%, superior à taxa de 75% que é inferior a taxa normalmente aceite. Para questão em particular, a taxa foi superior a 0,80% com a excepção de algumas perguntas que foram eliminadas, reduzindo para quinze (15) perguntas um questionário de 23 perguntas deitando assim por terra mais de oito (8) questões e outras foram reformuladas. Para além IVC fez também o IC (O índice de concordância) sendo o outo cálculo efectuado para determinar a percentagem de concordância entre os juízes. Para o efeito foi usado a seguinte formula: IC= 𝑛𝑢𝑚𝑒𝑟𝑜𝑠 𝑑𝑒 𝐽𝑢𝑖𝑧𝑒𝑠 𝑁𝑢𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑒 𝑝𝑎𝑟𝑡𝑖𝑐𝑖𝑝𝑎𝑛𝑡𝑒 Procedimentos Éticos da Pesquisa Existem vários estudos que procuram explicar os diferentes pocedimentos éticos a ter em conta numa pesquisa e para o efeito, nós também não fugimos a regra, fomos buscar os escritos de (Oliveira, Barros, & Leite, 2013), que fundamentam a ética na pesquisa em psicologia, Partindo, deste estudo é preciso lembrar que a Resolução evocada nos documentos internacionais e nacionais que fundamentam a sua elaboração. O autor nos apresenta os princípios éticos, e temos de ter em conta a resolução, visto que, segundo Oliveira, Barros e Leite, (2013), incorpora o sob ótica do indivíduo e das actividades, as quatro referênciais básicas da bioética: autonomia, não maleficência, beneficência e justiça, entre outros, e visa assegurar os direitos e deveres que dizem respeito à comunidade científica, aos sujeitos da pesquisa e ao país. considerando que o objetivo da resolução é preservar os direitos indivíduais dos sujeitos participantes de pesquisa, e não a actividade de pesquisa como um todo. De qualquer forma, competiu indagar; La Taille (2010) citado por Oliveira et. All (2013), princípios de dignidade e liberdade: a dignidade – refere-se ao direito à integridade física e psicológica e ao respeito moral por parte de outrem, e a – liberdade – o direito de não ser coagido por outrem, nem de coagir as demais pessoas; 10 Que seja adotado o princípio da proteção aos sujeitos participantes, ressaltando a necessidade de aplicá-lo às situações em que esses sujeitos não têm condições de apresentar efetivamente um consentimento livre e esclarecido; A liberdade de participar ou não da pesquisa, tendo assegurado essa liberdade sem quaisquer represálias atuais ou futuras, podendo retirar o consentimento em qualquer etapa do estudo sem nenhum tipo de penalização ou prejuízo; A segurança de que não será identificado e que se manterá o caráter confidencial das informações relacionadas com a privacidade, a proteção da imagem e a não-estigmatizarão; A liberdade de acesso aos dados do estudo em qualquer etapa da pesquisa; A segurança de acesso aos resultados da pesquisa; Propiciar as pessoas envolvidas o direito de ter acesso aos resultados das pesquisas ou estudo após o encerramento sempre que assim o desejarem. Assinala-se aqui, entretanto, que a expressão entre outros pode ser interpretada como indicador de que a referida resolução está partindo do pressuposto de que não é necessário deixar claro o sistema completo de princípios éticos norteadores. A nossa monografia subdivide-se em tês capítulos. Antes dos quais a ela esta composta pela introdução, a justificação, os objectivos e estão exposto as metodologias que usamos para a construção deste trabalho. E mais três capitulos onde no primeiro abordamos sobre o nosso estado de arte acerca das atitudes, e são apresentados as teorias que usamos para este trabalho, ainda neste estão exposto acerca das mudanças de atitudes e sobre a formação das atitudes; o segundo capítulo fala sobre as mudanças sociais, onde se faz mensão as mudanças educativas no contexto angolano. No terceiro e último capítulo referente a análise e tratamentos dos dados, estão exposto os resultados das entrevistas depois de uma apreciação, estão apresentado as análises lexicometrica e termina com o mapa conceitual e por fim apresentamos os resultadosou as conclusões a que se chegou. 11 I- Capitulo: Atitudes 1.1. Enquadramento Histórico sobre as Atitudes São vários os conceitos que definem as atitudes e que têm como base as teorias abaixo analisadas. Infelizmente, não nos aparecem teóricos nem conceitos com base na realidade africana ou angolana. O que é, então a Atitude? “Atitudes são sentimentos prós ou contra pessoas e coisas com quem entramos em contacto. As atitudes se formam durante o processo de socialização, podem surgir em atendimento as certas funções” (Rodrigues, Assmar & Jablonski, 1999, p.99). Portanto, as atitudes são emoções provenientes das convivências com diversas pessoas e objectos que entramos em relação com os mesmos e, estas mesmas atitudes se formam no meio social. Rodrigues, et. all (1999, p.99). Para Vala e Monteiro (2000, p.188), definem as atitudes como um construto hipotético, que indica “as atitudes não são directamente observáveis, isto é, são variáveis latentes explicativas da relação entre a situação em que as pessoas se encontram e o seu comportamento”. O autor expressa que, as atitudes como uma suposição não podem ser observadas isto quer dizer que estas atitudes estão escondidas e se fazem sentir no momento da sua relação ou na manifestação dos seus comportamentos durante uma determinada circunstância, Vala e Monteiro (2000, p.188). Para (Torres, Neves, & (colab)., 2011, p. 174), “as atitudes são predisposições para avaliar objecto psicológico, e isso implica em uma única atitude sobre um objecto. Mas não há uma substituição, e sim uma sobreposição da antiga atitude”. Portanto, as atitudes são uma aptidão que as pessoas têm para fazerem uma avaliação do objecto, estas atitudes podem nos levar a mudança de uma, e a adoptar uma nova atitude perante a um determinado objecto a que sobrepomos a eles, Torres, et. al (2011, p. 17). Allport (1928), define as atitudes como “um estado mental neurológico de prontidão organizado através de experiência, e capaz de exercer uma influência directiva ou dinâmica sobre a resposta do indivíduo a todos os objectos e situações a que está relacionada. Thomas e Znaieck (1918), citado por Vala e Caetano (1993, p.523) entende “as atitudes como um reflexo do meio social a nível grupal e como uma tomada de posição de 12 um grupo face a um objecto social, para estes autores o conceito de atitude estaria próximo do conceito contemporâneo representação social segundo Moscovici”. Vala e Monteiro, citando Eagly e Claikem (1993), “as atitudes são um construto hipotético referente a tendência psicológica que se expressa numa avaliação favorável e desfavorável de uma entidade especifica”, esta definição apresentava que as atitudes não são diretamente observáveis. Isto é uma variável latente explicativa da relação entre situação em que a pessoa se encontra. Também nos diz que as atitudes são uma tendência psicológica, o que nos permite distinguir as actividades de outros construtos hipotéticos. E por fim como um julgamento avaliativo a importância da dimensão avaliativa, sendo um dos pontos consensuais ao longo das definições. Rodrigues, at al. (2003, p.97) “diz que as atitudes se formam durante o nosso processo de socialização, e elas decorrem de processo comum de aprendizagem (reforço modelagem) e podem surgir em atendimento em certas posições”; são consequências de certas características individuais de personalidade ou de determinantes sociais e ainda podem se afirmar em consequência do processo cognitivo (busca equilíbrio, busca de consonância). Allport citado por Rodrigues, at, al. (2003, p. 97) apresenta-nos a sintetização dos elementos essenciais características das atitudes sociais: a) É uma organização duradoura de crenças e cognição social; b) Uma carga afectiva pró ou contra; c) Predisposição a acção; d) Uma direção a um objecto social. Assim apresenta que atitude social é uma organização duradoura de crenças e cognições em geral, adotada de carga efectiva pró ou contra um objecto social definido que predispõe a uma acção coerente com a cognição e afecto a este objecto. Já a definição de Krech e Crutchfield (1973), citado por (Pereira, Rizzon, & Braghirolli, 2011, p. 70), para ele “uma atitude pode ser definida como uma organização duradoura de processo perceptuais, motivacionais, emocionais e de adaptação que se centraliza em alguns objectos do mundo pessoal”. Esta definição é uma das definições que foram adotadas pela maioria dos psicólogos sociais, vendo sempre que uma atitude existe sempre em relação a um objecto, que pode ser uma ideia, um facto, uma pessoa que inclui os componentes cognitivos afectivo e comportamental. De acordo com as leituras feitas vimos que as atitudes podem ter uma origem nos nossos genes, facto este que levou Aronson a afirmar que “certas atitudes são uma função indirecta da nossa constituição genética”. Tesser, apud Aronson, Wilson & Akart (2002, 13 p.143), as atitudes relacionam-se com coisas como nosso temperamento e nossa personalidade que se relacionam diretamente com o nosso gene. Mesmo que haja a componente cognitiva a experiência social de cada um desempenha papel importante em moldar as atitudes. A grande maioria dos estudiosos, dita que as origens das atitudes são genéticas (constituição genética), culturais (tendemos a assumir as atitudes que prevalecem na cultura em que nascemos e crescemos), são familiares (parte das nossas atitudes são adquiridas dentro da estrutura familiar e passam de geração em geração) e são pessoais (porque também são resultantes da nossa própria experiência). Contudo, para os psicanalistas elas têm origem principalmente nas relações familiares. Do ponto de vista da Psicologia Social, as escolas e todas as instituições educacionais, a influência da autoridade, a publicidade e de uma maneira geral, todos os agentes que contribuam para a mudança do nosso comportamento, são considerados causas importantes para a formação das atitudes dos humanos. 1.2. Componentes das atitudes A natureza das atitudes de acordo a explicação de Aronson, et al. (2002, p.143), “as atitudes são constituídas de diferentes componentes ou partes”, partes estas que são, componente afectiva (que consiste em nossas reações emocionais ao objecto), cognitiva (constituída por nossos pensamentos e opiniões), e Comportamental (as nossas acções ou comportamento em relação ao objecto). Michener, (s/d p. 172), as componentes das atitudes devem ser analisadas de acordo a três componentes: (1) crenças ou cognição; (2) uma avaliação; e (3) uma predisposição comportamental. Partkanis e Greenwald, (1989) apud Michener, (s/d p.173) para ele na Cognição, “as atitudes inclui um rótulo de um objecto, regras para aplicação do rótulo”. Na Avaliação, “as atitudes tem um componente de avaliação ou de emoção, mostra que um determinado objecto provoca uma leve emoção incomoda (emoções negativa) ou provoca uma emoção satisfatória (emoção positiva)”. Na Predisposição comportamental, as atitudes envolvem predisposição para reagir ou tendência de comportamento em relação ao objecto. No entanto esses três componentes são distintas, porque se fossem idênticos, não precisaríamos fazer a distinção entre elas, mas todas elas têm a relação ao mesmo objecto. O grau de coerência entre os componentes está relacionado com outras caracteristicas das atitudes. A coerência maior entre os componentes de cognição e de emoção está associada 14 em maior estabilidade de atitude e resistência à persuasão (Chaiken e Yates, 1985) apud Muchener, (173). Vimos que as atitudes têm sido formadas pelas componentes cognitiva, afectivae comportamental e ainda realçou que elas não são formadas da mesma maneira a todos os indivíduo, tende a variar de acordo com o ambiente e o objecto em causa, (ARONSON, et.al. 2002, p.143). 3.1.1. Componente Cognitivo Para que se tenha uma atitude em relação a um objecto é necessário que se tenha alguma representação deste objecto. Assim, para que haja uma carga efectiva pró ou contra um objecto social definido, faz-se necessário que se tenha alguma representação cognitiva deste mesmo objecto. As crenças e os demais componentes cognitivos, (Rodrigues, at all, 1999, p.100). A função das atitudes cognitivas, é de apreciação do objecto e tem como objectivo classificar os aspectos positivos e negativos de um objecto de modo a nos capacitar. Ainda (Rodrigues, et all. 1999, p.100), defende que: Muitas das vezes, a representação cognitiva que a pessoa tem de um objecto social é vago ou errôneo. Quando vago, o seu afecto em relação ao objecto tenderá a ser pouco intensa; quando errônea, porem isto, em influíra na intensidade do afecto, o qual será consistente em a representação cognitiva que a pessoa faz do objecto, seja ele correspondente à realidade ou não. 3.1.2. Componente Afectivo Para fishibein e Raven, (1962 a 1965), citado por Rodrigues, (1999, p101), diz que a crença é um comportamento associado as atitudes, são apenas elementos pelos quais se pode medir as atitudes, não sendo porém, parte da integridade dela os autores apresentam as atitudes como uma variável interveniente e, como tal, inferível de um facto mas não diretamente observável medimó-la através dos observáveis a ela relacionados. Os autores defendem que as atitudes podem assumir uma característica emocional, positiva ou negativa, tanto por meio do condicionamento operante quanto do clássico (Cocioppo et, all, 1992, Kuykendall e Keating,1990) citado por Aronson, et, all, (2002, p.144) como vimos as atitudes com base afectiva podem ter origens diversas, mas fazendo parte de uma única família que compartilham aspectos importantes. Katz (1960) e Smith, et.all, (1959), citado por Aronson et, all, (2002, p.145) justifica que tais aspectos podem ser: a) resulta do exame racional das questões; b) não se 15 norteia pela lógica; e a c) estão frequentemente ligados a valores pessoais de modo que tentar muda-las desafia esses valores. No estudo feito por Rosemberg, (1960), citado por, Rodrigues, et all (1999, p.101), ficou demostrado que “os componentes cognitivos e afectivos das atitudes tendem a ser coerentes entre si”, ora vejamos: o autor mudou a componente cognitiva da metade dos sujeitos que tenham atitudes nítida em relação a uma situação. Já em relação a outra metade ele mudou a componente afectiva através do mesmo método em relação ao mesmo tema, no final do estudo se verificou que os indivíduos passaram a demostrar afectos mais coerentes com o novo componente cognitivo, o mesmo se verificou com os indivíduos do componente afectivo. Com este estudo viu-se que a destruição da congruência afectiva e cognitiva através da alteração de qualquer um destes componentes põe em movimento processos de restauração o que em certas circunstâncias, conduzirão a uma reorganização atitudinal através de uma mudança complementar no componente cognitivo dos indivíduos. 3.1.3. Componente Comportamental A posição geralmente aceite pelos psicólogos sociais é a de que as atitudes possuem um componente activo, instigador de comportamento coerente com a cognição e os afectos aos objectos atitudinais. O facto de existência de uma reação das atitudes e os comportamentos constitui um dos motivos pelo qual as atitudes mereceram uma certa atenção por parte dos psicólogos, Rodrigues et, all, (1999, p.102). Para Aronson, et all. (2002, p.145), as atitudes comportamentais “têm como fundamento a observação sobre como nos comportamos em relação ao objecto das atitudes”, como vimos apresentado no livro de Aronson a teoria da auto percepção de Daril Bem “as pessoas em certas circunstâncias não sabem como se sentem, até que observem como se comportam”. O autor tentou esclarecer que muitas das vezes para compreendermos o que sentimos é necessário que haja uma observação do nosso comportamento para podermos entender o que sentimos. “Sendo apresentado por vários autores a psicologia social como estudo das atitudes, ainda outros dizem que as atitudes humanas são propiciadoras de um estado de prontidão que, se ativado por uma motivação específica, resulta num determinado comportamento”. Aronson, et. all (2002, p.145) Bock & Furtado (2008, p.181) ele defende que, “não é com tanta facilidade que conseguimos prever o comportamento de alguém a partir de conhecimento de sua atitude, 16 pois nosso comportamento é resultante também da situação dada e várias atitudes mobilizadas em determinada situação”. Isto quer dizer que “não é fácil préver o “comportamento” de uma pessoa através do repertório das atitudes, porque o comportamento se dá devido a diversas ocasiões que as atitudes se movimentam em situações especiais” Bock & Furtado (2008, p.181). É possível que nossa previsão de comportamento favorável não se concretize, pois a situação dada apresenta outros elementos que modificam o comportamento esperado. 1.3. Teorias sobre as Atitudes 3.1.4. Teoria da Dissonância Cognitiva São diversas as teorias que procuram explicar sobre as atitudes. É importante referir que devemos rever as teorias com certa contingência, porque tem muito haver com realidades que sejam bastante diferentes das nossas, contudo vamos apresentar a teoria da Dissonância Cognitiva sobre as atitudes. A teoria da dissonância cognitiva é uma teoria da consistência cognitiva que evidência a necessidade para indivíduo dispor do conhecimento consistente entre si. (Cerclé & Somat, 1999, p. 186) Em que consiste, então, a teoria da Dissonância Cognitiva das atitudes? Dizem (Torres, Neves, & (colab)., 2011, p. 21) que “as pessoas tendem a buscar a harmonia ou a congruência entre suas crenças e atitudes, desse modo quando são induzidas a imitar atitudes contrárias as suas crenças entram em dissonância cognitivas, o que lhes causa desconforto.” Isto significa que “esta teoria concebe as atitudes das pessoas de acordo com as suas convicções, desta forma incentivamos a copiar atitudes diferentes as suas convicções o que lhes faz entrar em estado de “Dissonância Cognitiva” o que lhes leva a falta de comodidade e a optarem por atitudes diferentes” (Torres, Neves, & (colab)., 2011). Para Seabra & Santos (2014) diz que “cognição contraditória entre si servem como estímulo para que a mente obtenha ou produza novos pensamentos ou crenças. Ou ainda modifiquem crenças pré-existentes de forma a reduzir a quantidade de dissonância entre as cognições”. Os actores dizem que “ faculdade de conhecimento oposto têm servido como incentivo para que alcançemos e criamos novos conhecimentos ou opinião adoptada. Ou ainda transfomamos das opiniões adoptadas pré-existente com a finalidade de diminuir o número de “dissonância” entre as faculdades de conhecimento” (Seabra & Santos, 2014). 17 Ainda falando sobre a teoria da dissonância, Cabral & Nick (2006, p.88) afirmam que “todo fenómeno caracterizado pelo estado em que uma pessoa se encontra quando recebe dois fragmentos simultâneos e contraditórios da informação”. Nesta teoria, os autores concebe atitude como algo maravilhoso que vai determinar o momento em que uma pessoa estará ao receber duas frações de uma só vez que contraria uma determinada mensagem, Cabral & Nick (2006, p.88). Vieira, S. (2007, p.84) é de opinião que “a teoria da Dissonância Cognitiva,ocorre quando as alternativas são escolhidas se tornam mais interessante e surgem dúvidas quanto a validade da escolha feita.” O autor queria transmitir que, esta teoria vê a atitude como resultado das inquietações que ocorrem ou “surgem” em função da legitimidade da preferência feita pelo indivíduo, (Vieira S. , 2007, p. 84). A implicação psicológica permite caracterizar três tipos de relação entre duas cognições: As relações de neutralidade; As Relações de Consonância; As relações de Dissonância. Foi a partir desta implicação psicológica, Festinger (1957) propõe dois postulados para apoiar a teoria da dissonância cognitiva. Cerclé & somat (1999, p.186). O autor procurou apresentar a implicação de Festinger em dois pontos diferentes: O primeiro é considerar o estado de dissonância como um estado de motivação, deveria existir uma dinâmica que permitiria o impulso de mecanismo próprio para assegurar uma redução da dissonância. Já o segundo, trata-se das experimentações, a importância do trabalho da redução da dissonância é proporcional à quantidade de dissonância ressentida, mais importante será a redução da dissonância. (Cerclé & Somat, 1999, p. 187). Para Alvaro & Garrido (2006, p.168), a teoria da dissonância cognitiva se apoia na suposição de que o pessoal tende a permanecer em situação de equilíbrio ou consistência interna. Ainda Festinger diz que é um facto comprovado que as opiniões e atitudes de uma pessoa são ou tendem a ser, congruente uma com as outras, que as crenças de uma pessoa tendem a ser consistente com o que faz. Para os autores, “a teoria da faculdade do conhecimento se assegura na hipótese de que existem pessoas que pretendem manter a posição de “equilíbrio ou consistência” intima. Visto na visão de Festinger que as ideias e “atitudes” de um determinado ser têm 18 pretenção de ser coerêntes entre ambas, as suas opiniões adoptadas vem a ser estabilizada com o que realiza, (Alvaro & Garrido, 2006, p. 168). A dissonância e congruência, diz respeito a relação existente entre dois elementos, para os autores [...] estas relações são três: a relação de irrelevância ou falta de importância (sem vínculo); relação de dissonância (psicologicamente contraditório); e de relação de congruência (sem contradição). Portanto veremos que a dissonância é a situação em que a pessoa percebe a existência de uma contradição entre dois elementos de cognição. A revisão bibliográfica mostra-nos que a dissonância sentida pode ser de maior ou menor intensidade, dependendo da importância e do número de elementos dissonantes. Por sua vez Pereira, et. all.(2011, p.85) “quanto maior a importância das cognições ou comportamento envolvidos e quanto maior o número de elementos dissonantes em comparação com os consonantes, maior será o grau de dissonância”. Na opinião de Leyes e Yzerbyt (2011, p.127), “ela baseia-se nas relações entre elementos do nosso sistema cognitivo”. Ainda realça que tudo aquilo que pensamos, corresponde a um elementos cognitivos, a uma cognição. Ainda vimos de acordo com diferentes autores que os efeitos da dissonância não se limitam a comportamento anódinos. Assim, este estudo é muito importante porque vai permitir fazer predição sobre as atitudes face as mudanças sociais, predições que refletem directamente o trabalho de redução da dissonância, face aos seus agentes determinantes de mudança. 3.1.5. Teoria do Equilíbrio Esta é uma das teorias que perfazem as diversas teorias que procuram explicar atitude. É importante referir que devemos rever as teorias em diversas vertentes e principalmente a suas emergência na acção social, como vimos anteriormente são teorias que foram aplicadas em realidades bastante diferente da Angolana, contudo vamos apresentar teoria da Equilíbrio. Objecto de conhecimento pessoal têm sempre como finalidade manter entre sim relações de consistências e, se por acaso, estas ligações mantêm relações de inconsistências, o indivíduo que tenha uma preferência pelos estados equilíbrados estará por via de consequência pouco motivado para voltar a conseguir um estado equilíbrado, (Cerclé & Somat, 1999, p. 200) Em que consiste, então, a teoria do equilíbrio da Atitude? 19 Dizem Debiaggi e Paiva (2004, p.83) que “a teoria prediz que a parti do certo ponto, as pessoas experimentarão tensão e tenderão transformar a realidade ou alterar alguma cognição ou sentimento de maneira a conseguirem uma configuração perceptual.” Isto significa que esta teoria concebe a atitude das pessoas, devem crescer através do reparo tensão que lhe levara a mudar o seu sentimento perante as suas próprias condutas complementado que a atitude o tenha motivado para tal equilíbrio (Debiaggi, Paiva, & (org)., 2004, p. 83). Shazer (1982, p. 132), “diz que a teoria do equilíbrio pode ser um instrumento útil para guiar nossas atitudes a serem dirigida para um objecto.” A teoria do equilíbrio é concebida como uma ferramenta profícua, para conduzir as nossas atitudes a um determinado objecto. Ou ele diz a teoria do equilíbrio é fundamental para conduzir os indivíduos a determinar o tipo de atitude a serem tomadas por parte do indivíduo. Para Vaughan, (2008, p. 151), teoria de equilíbrio considera a unidade, o domínio cognitivo do indivíduo. Imagina uma tríade, de atitude, objecto ou sujeito. A tríade é consistente se for equilibrada, e equilíbrio é avaliada pela contagem da quantidade e do tipo de relações entre os elementos.” Isto significa que esta teoria concebe o equilíbrio como a capacidade de adquirir ou absorver conhecimentos que o indivíduo tem. Conceba uma triangulação entre atitudes, objecto e o sujeito, onde ele chamou atenção que a tríade só é consistente se haver equilíbrio, (Vaughan, 2008, p. 151). Para Alvaro e Garrido (2006, p. 165), “a relação interpessoais se estabelecem entre pessoas, os objectos e instituições do meio, tendo um estado de equilíbrio”. A quebra deste equilíbrio provoca, um estado de tensão que a pessoa tende a reduzir. O autor é de opinião que a convivência entre as pessoas são realizada em detrimentos dos “objectos” ou organizações em que estamos inserido causando um estado de harmonia. A Falência desta harmonia nos leva a um estado de tensão que tendemos a diminuir, (Alvaro & Garrido, 2006, p. 165). Ainda os mesmos autores dizem que “a relação pode ser de dois tipo, de afecto ou de unidade”. Afecto caracterizada por atitudes positivos e negativas, e a unidade que resulta de uma extensão dos princípios da psicologia da percepção e à análise das relações interpessoais. De acordo com a teoria do equilíbrio, Rodrigues, Assmar & Jablonski (2013, p.247), “o facto de o comunicador positivamente avaliado ser a favor ou contra um objecto 20 atitudinal induz o recebedor da comunicação a ser igualmente favorável ou contrário a esse objecto atitudinal”. Ele concebe as atitudes como resultados “facto” de o informante que é avaliado ser a favor de um “objecto atitudinal” isto leva aos seus ouvintes ou telespectadores a serem propícios ou oposto a tal “objecto atitudinal”. Levando-os a aquisição do mesmo tipo de comportamento face ao objecto atitudinal, Rodriges et al.(2013, p. 247). Segundo Heider (1958) citado por Cerclé e Somat (1999, p. 201), “supõe que as relações afectivas e as relações de união tendem para um estado de equilíbrio implica igualmente que quando não há equilíbrio, a situação evolui na direção do equilíbrio”. “Eles são de opinião que o contacto afectivo e de junção inclinam para uma situação de “equilíbrio”, levando há não existência a dirigir-se para evolução do “equilíbrio” ” (Cerclé & Somat, 1999, p. 201).E Segundo Rodrigues (2013, p. 171) supõe que: A percepção de um objecto, por parte de uma pessoa forma uma relação unitária. Já se tratando de duas pessoas, se os sentimentos recíprocos entre as mesmas são idênticos, haver uma situação harmoniosa em caso contrario será uma situação desequilibrada e gerará tensão, caso não seja modificada a partir da mudança de atitude ou da reorganização cognitiva. Assim sendo, na teoria do equilíbrio temos um aspecto que chamamos de relação tríade. Quando tivermos três entidades, estaremos perante a uma situação de equilíbrio de acordo os números de sinais que serão apresentado. (Rodrigues, 2013, p. 171) Por outras palavras, esta teoria postula que existe um estado harmonioso ou equilibrado do conhecimento do indivíduo e que o funcionamento cognitivo orienta-se para restabelecimento deste estado que se constata o mínimo desequilíbrio 1.4. Mudança de atitude Os estudos já feito sobre as atitudes enfocam sobre a verdadeira mudança de atitude, com isto apresentamos dois principais grupos de teorias sobre a mudança de atitude são: o da coerência cognitiva, com origem no trabalho de Kurt Lewin e o da aprendizagem, de fundamentação behaviorista, baseada principalmente na influência de Carl Hovland (Pereira, at. all. p. 84). Enfim, entende-se que as teorias de mudança de atitudes, entre si, são mas complementares do que excludentes e, espera-se, serem integrados harmonicamente quando uma teoria mais abrangente. 21 Por sua vez (Rodrigues, Assmar, & Jablonski, 1999, p. 129), “defende que as atitudes são possíveis de serem mudandas”. O aperfeiçoamento dos meios de comunicação conduziu a humanidade a um novo espaço cultural que, no dizer de Mclahan, por ser um espaço acústico sendo um dos principais meios de prevenção capaz de provocar mudança de atitude. Os componentes cognitivos, afectivos e comportamental que integram as atitudes sociais influenciam-se mutuamente com direcção a um estado de harmonia, uma informação nova, uma nova experiência ou um novo comportamento emitido em cumprimento a normas sociais ou outro tipo de agente capaz de prescrever comportamento, pode criar um estado de inconsistência entre os três componentes atitudinais de forma a resultar numa mudança de atitude. (Rodrigues, Assmar, & Jablonski, 1999) Assim podemos mudar nossa atitude em relação a determinado objecto porque descobrimos que ele faz bem à saúde ou nos ajuda de alguma forma, (Bock, Furtunato, & Teixeira, 2008, p. 181); como exemplo, se você desenvolveu uma atitude negativa em ralação a um livro porque não gostou da capa, esperamos que após lê-lo você possa modificar a sua atitude pela constatação de que ele o ajuda de alguma forma, a compreender melhor o mundo. Também podemos mudar atitude quando somos obrigados a nos comportar em desacordo com ela. Como vimos, atitude de facto mudam as vezes, podemos dar um golpe de vista naquela que era a atitude da população angolana no período da guerra civil e como é agora no período pós guerra? Certamente notaremos uma mudança clara com relação as nossas atitudes. Para isso de acordo com Aronson, et. all., (2002, p.146), “as atitudes mudam, isto acontece frequentemente com a relação a influência social”. Para os autores, dizem que, “o modo de proceder vai mudar, tendo em conta a frequencia que a “inflluencia social” vai ocorrer” Aronson, et. all, (2002). Ainda, Aronson, et, all, (2002, p.147) “os mídias tem sido um dos elementos fundamental de mudança de atitudes”, como vimos muitos autores como o caso de Aronson vão buscar a teoria da Dissonância Cognitiva para poder esclarecer a questão da mudança de atitudes, diz ele Quando não conseguimos justificação externa para nossa conduta, tentamos descobrir uma interna, aproximando mais as duas cognições (nossa atitude e nosso comportamento). A defesa de uma atitude contraria é uma forma poderosa de mudar as atitudes de alguém. Por exemplo, se você quer mudar as atitudes sobre alguém acerca do álcool, poderá ter sucesso se lhe pedir que faça um discurso contra a cerveja, em condição de baixa 22 justificação externa. Ou se quiseres mudar atitude de muita gente, você terá de recorrer a outras técnicas como a elaboração de um comunicado persuasivo (Aronson, Elliot; Wilson, T.D.; e Akart, R. M., 2002, p. 147). 1.5. Características das atitudes O conceito de atitude só poderá existir, se no construto individual estiver presente um objecto social. Assim, uma das primeiras características das atitudes consiste no facto de serem apreendidas (sob interacção directa ou indirecta). Por outro lado, as atitudes podem ser caracterizadas pelo que se pode denominar de “resistência”. Isto significa que as atitudes são relativamente estáveis ao longo do tempo, na medida em que são “resistentes” à mudança, tendo sempre presente um objecto social específico. (Martins, 2011, p. 27) Numa citação feita por Martins (2011, p. 27) nos apresenta que, é-nos sugerido por vários autores que “as atitudes são susceptíveis de variar, quer em qualidade, quer em quantidade, manifestando-se com diferentes graus de intensidade e direcção”. Observam- se na predisposição de um sujeito para determinado comportamento, conduzindo-o a agir (de forma particular), quando exposto ao objecto de atitude. Isto quer dizer, “que o modo de poceder estão exposto a variação tanto faz de modo qualitativo quer seja de modo qantitativo, revela-se em determinados patamares e direções adversas a mesma” (Martins, 2011, p. 27) Uma vez que a definição do conceito de atitude é variável e geradora de grande controvérsia (Serrano, 1998), citado por Martins, (2011, p. 27), para que não restem dúvidas no entendimento da dimensão da sua abrangência, iremos rever diversos estudos, que caracterizam o conceito de forma global e ampla: As atitudes são aprendidas através da experiência e interacção com outros elementos; As atitudes são complexas e manifestam-se como estruturas multicomponentes; As atitudes são relativamente estáveis; As atitudes têm como referência objectos sociais específicos; As atitudes variam na sua qualidade e quantidade, possuindo diferentes graus de força motivadora a direcção; As atitudes são expressas através de predisposições comportamentais para agir de determinada forma. Uma das características principais das atitudes está ligada ao autoconceito. Para Tavares e Veiga (s/d, p. 977): O autoconceito surge como um construto útil que permite que o indivíduo se conheça a si-próprio, como também o ajuda a explicar a adequação sócio- ambiental dos seus próprios comportamentos. (Fontaine, 1991; Marsh, Byrne 23 &Shavelson, 1988; Musitu, 1982; Veiga, 1995 citado por Carla e Veiga p.977) O contínuo interesse pelo estudo do autoconceito poderia explicar-se por este constituir o núcleo mais central da personalidade e da existência, e por ser ele o grande determinante dos pensamentos, sentimentos e comportamentos. A mudança social acontece quando surge uma transformação que altera o estado anterior de uma qualquer realidade social. Por outras palavras, a mudança social ocorre quando as estruturas da sociedade sofrem uma transformação motivada pela ocorrência de fenómenos sócio-culturais. (Touraine, 1992). Isto quer dizer que, transformação social, se dá no surgimento de uma alteração da condição que antecedeu a um determinado facto social. Em outras expressões, a “mudança social” ela surge quando as estruturas de uma comunidade sofre uma alteração desecadeada pela eventualidade de “fenómenos sócio-culturais” (Touraine, 1992). 1.6. Formação das Atitudes De acordo com os diversos autores pesquisados,vimos que as atitudes são formadas no processo de socialização, que vai resultado de um grande número de experiências que vai obtendo nas convivência com as pessoas e com os objectos da atitude, contudo visava a interação social que exprimem a atitude. A formação das atitudes constitui o produto final dos processos cognitivos, afectivo e comportamental através dos quais ocorrem as experiências das pessoas com os objectos da atitudes. De acordo com Rodrigues et. All. (2013, p.168), diz que: As atitudes podem ser aprendidas, uma pessoa, que é reforçada por mostrar-se favorável a um objecto, é punida quando indica sentimento desfavorável a outro, tenderá a desenvolver uma atitude favorável ao primeiro e desfavorável ao segundo. A modelagem é o outro processo capaz de formar atitudes pró ou contra um objecto social. Tendemos adotar as atitudes das pessoas que são significantes para nós. Para os autores eles defendem que as atitudes podem ser adquirir, tudo isto através dos estímulos que a mesma há de receber, basta que a mesma se predispõe a um objecto conveniente, assim o indivíduo poderá a desenvolver atitudes favorável. Ainda realça que a modelagem seja um dos elementos fundamentais na formação de uma nova atitude. De acordo com o processo de aprendizagem das atitudes referenciadas por Arolodo veremos que “além deste processo teremos em conta a família, considerada o 24 maior agente de formação das atitudes, também ainda vão influenciar nesse processo os amigos, professores, a religião e os meios de comunicação massiva” (Pereira, Rizzon, & Braghirolli, 2011, p. 74). Como sabemos os diferentes tipos de personalidades podem ser um elemento fundamental para a formação das atitudes para além deste elementos, as determinantes sociais tais como classe social, segundo o autor, identificados com grupo sociais podem levar as pessoas a exibirem determinadas atitudes. (Rodrigues et. all. 2013, p.168). Apresenta prova inequívoco da força da identificação com grupos de referenciais no desenvolvimento e manutenção de atitudes. Os pais, por sua vez fazem parte deste grupo de referência citado por Aroldo. E para Pereira et. All. (2011, p.74), acaba concordando com Aroldo e diz que, “os pais por sua vez são modelos significativos para uma criança pequena. Suas acções, pensamentos e sentimentos são comumente adotados pelos filhos”. Desta feita este processo são reforçado pelo processo de associação, reforçamento e imitação, simultaneamente ou não. Uma criança pode aprender uma atitude positiva em relação ao trabalho e, da mesma forma, aprender outras atitudes. Ainda os autores são de opinião que a classe sócio- económica é um factor importante, pois fará que ela frequente as mesmas escolas, participe das mesmas actividades de lazer, tenha acesso ás mesmas leituras que os seus amigos, com atitudes semelhantes, Pereira, et. all. (2011, p.75) Contudo vimos que que além da família, outros grupos, pessoas e instituições serão muito importantes na formação das atitudes dos alunos. Nestas múltiplas relações, informações controvertidas e dissonantes irão aparecer, fazendo que muitas atitudes possam mudar radicalmente. 1.7. Estudos realizados Existem muitos estudos realizados sobre as atitudes a nível mundial. Em Angola, poucos se ouve falar em estudos sobre as atitudes e os que existem, foram feitos no âmbito de trabalhos académicos, ou seja, nas monografias das diversas unidades orgânicas existente no país em especial no Instituto Superior de Ciências da Educação.-SCED e Faculdade de Ciências Sociais-FCS ambas pertencente a universidade Agostinho Neto. Um dos estudos que por nós foi considerado importante porque tem a ver com a tendencial actual do ensino superior e com o nosso tema é o de Vala e Caetano (1993) Atitudes dos Estudantes universitários face às novas tecnologias de informação. Este estudo teve como objectivo a compreensão dos factores que orientam a construção das 25 atitudes, tomando como modelo de partida o modelo proposto por Fishbein e Ajzen (1975), a teoria de base foi de Thomas e Zinaniekin (1918), trabalhou-se com uma amostra de 211 estudantes universitários aplicados de forma colectiva os inquéritos. Os resultados mostraram uma atitude bastante positiva face ao impacto das novas tecnologias de informação. O estudo trata dos desafios das sociedades sobre a necessidade educativa especial de uma população cada vez mais heterogénea que foi considerado por nós de extrema importância porque tem a ver com o nosso tema, e de Martins, (2011). Este estudo teve como objectivo averiguar as atitudes dos alunos face a inclusão dos seus pares com imperfeição, delimitando o modo como estes percepcionam as atitudes dos professores e dos pais face a inserção de alunos com necessidades educativas especiais de caracter permanente. Para este estudo a autora trabalhou com 529 alunos, da qual 270 representa o género feminino e 250 o género masculino, permitiu concluir que, o estudo determinou-se que não existe uma diferença significativa entre os dois grupos em estudo, na opinião dos alunos os resultados demonstraram que a cooperação entre o aluno com deficiência varia em função da tipologia, apontando esse resultado como uma maior cooperação entre os alunos ditos normais e os seus pares com deficiência mental ou motora. 26 II- Capitulo: Mudança Social 2.1. Conceito de Mudança Social No livro de sociologia de Lakato e Marconi (2008, p. 298), o conceito de mudança segundo Rocheré “toda transformação observável no tempo que afecta, de maneira que não seja provisória ou efêmera, a estrutura ou funcionamento da organização social de dada colectividade e modifica o curso de uma história. Ou a mudança de estrutura resultante da acção histórica de certos factores ou de certos grupos no seio de dada colectividade”. Nesta definição o autor tenta apresentar dois pensamentos principais que são em primeiro o curso da mudança e o segundo é a evolução social. Segundo Rocher (1989, p.216), “evolução social é um conjunto de transformações sofridas por uma sociedade durante um período”. Assim veremos que a mudança social ela consiste em transformações observáveis e verificáveis em um período de tempo muito curto. O autor diz que “ a sequência de transformação de uma sociedade é uma série de mudanças que acontecem no meio social durante o tempo determinado”. Ainda ressalta que que a transformação social esta ligada em todas as mudanças que podem ser vistas e certificadas em um tempo determinado (Rocher, 1989). As mudanças dão-se quando se alteram as estruturas básicas que compõe um grupo social ou uma sociedade. A. Giddes refere-se as duas tentativas gerais mais conhecidas de interpretar a mudança social: o evolucionismo da forma como os seres humanos se relaciona com o meio ambiente material, (Rocher, 1989). Segundo Grinberg & Rebeca (1979, p. 14), nas evoluções de cada indivíduo é uma série continua de mudanças, pequenas e grandes, através de elaboração e assimilação se vai estabelecendo o sentimento de identidade, já a falta de crescimento e de mudança equivale a estagnação psíquica e social, esterilidade emocional ou então morte psíquica. Isto quer dizer, que “na sequência de transformações cada pessos é um lemento constante de “mudança” infimas ou alastradas, por meio da composição e assimilação onde é tido o estado afectivo de identidade, já o não crescimento e a não transformação é igual a falta de movimento “psiquico e social” quer dizer estar estril emocionalmente (Grinbeg & Grinberg, 1976, p. 14). Por sua vez