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Micoses Prof 1B - 2013.2

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MICOSES PROFUNDAS 
INFECTOLOGIA 
Medicina 
5º Semestre 
Micoses sistêmicas 
• Os fungos que causam micoses sistêmicas vivem em forma 
sapróbia no solo. Alguns animais de vida silvestre são 
reservatórios importantes. Os indivíduos podem desenvolver 
a doença principalmente por inalação de propágulos. 
• Todos os agentes de micoses profundas apresentam 
dimorfismo térmico. Na natureza e nos cultivos a 25C, 
formam colônias filamentosas com reprodução assexuada. 
Nos tecidos e cultivos a 37C eles apresentam sua forma 
leveduriforme. 
• Estes fungos são taxonomicamente heterogêneos: 
Histoplasma capsulatum, Paracoccidioides brasiliensis, 
Blastomyces dermatitidis, Coccidioides immitis. 
Micoses sistêmicas 
fungos 
 verdadeiramente patogênicos 
 
 oportunistas 
Principal diferença: 
Estado imunológico do hospedeiro 
R 
I 
P 
P 
O 
N, 
 
 
 
1 
9 
8 
8 
 
 
Fungos patogênicos 
 
Oportunistas 
 
Doença 
 
Histoplasmose 
 
Aspergilose 
 
 
 
Blastomicose 
 
Candidíase 
 
 
 
Paracoccidioidomicose 
 
Zigomicose 
 
 
 
Coccidioidomicose 
 
Criptococose 
 
Hospedeiro 
 
Normal 
 
Debilitado 
 
Porta de 
Entrada 
 
Primariamente infecção 
Pulmonar 
 
Várias 
 
Prognóstico 
 
99% dos casos resolvem 
espontaneamente 
 
Depende do 
comprometimento do 
sistema de defesa 
Imunidade 
 
Ocorre imunidade após a cura Não proporciona 
resistência a 
reinfecção 
 Morfologia no 
tecido 
Apresentam formas 
específicas no tecido 
(dimórficos) 
Não há mudança na 
morfologia* 
Distribuição 
 
Geograficamente restrita 
 
Ubíquos 
 
Micoses sistêmicas 
 Agentes fúngicos invadem os 
sistemas ou órgãos 
 Cada agente apresenta uma 
 virulência individual inerente a 
espécie 
 São dimórficos 
 Saprófitas do solo 
 Homem ou animais 
  inalam os conídios 
 (propágulos) infectantes 
fase filamentosa 
 No organismo 
 forma leveduriforme 
 temperatura, aeração, aporte 
 nutricional do hospedeiro 
 Levedura  forma invasiva 
 
 Fungos de zonas tropicais 
 com clima quente e úmido 
 Infecção autolimitada ou grave 
 Fase de latência de até 20 anos 
 ou mais 
FUNGOS PATOGÊNICOS 
DIMÓRFICOS 
Ausência de vacinas 
Impossibilidade de erradicação 
Aprender a conviver com o 
patógeno 
Tratamento difícil e de elevado 
custo econômico e social 
Doença 
Microscopia do 
Espécime Clínico 
Macroscopia Micromorfologia 
Paracoccidioido-
micose 
Célula leveduriforme 
em "roda de leme" 
Paracoccidioides 
brasiliensis 
Paracoccidioides 
brasiliensis 
Histoplasmose 
Células 
leveduriformes 
dentro de 
macrófagos 
Histoplasma 
capsulatum 
Histoplasma capsulatum 
Coccidioidomicose 
Esférula com 
endósporos 
Coccidioides immitis Coccidioides immitis 
Blastomicose 
Estruturas esféricas 
com brotamentos 
únicos e de base 
larga 
Blastomyces 
dermatitidis 
Blastomyces 
dermatitidis 
Agentes Micóticos Sistêmicos e 
Síndromes clínicas 
 Histoplasma capsulatum - histoplasmose. 
 Blastomyces dermatides - Blastomicose 
 Paracoccidioides brasiliensis 
 Paracoccidioidomicose 
 Coccidioides immitis - Coccidioidomicose 
Micoses sistêmicas 
 Paracoccidioidomicose 
 Histoplasmose 
 Coccidioidomicose 
 Blastomicose 
MICOSES SISTÊMICAS 
 Localização da lesão:acomete órgãos internos 
 Via de penetração: inalatória 
 Vias de disseminação: sanguínea e linfática 
 Resposta do hospedeiro: inflamatória granulomatosa 
 Exemplos: Paracoccidioidomicose 
 Histoplasmose 
 Coccidioidomicose 
Paracoccidioidomicose 
Histoplasmose 
MICOSES OPORTUNÍSTICAS 
 Definição: causadas por fungos que normalmente são 
sapróbios e que em decorrências de fatores adversos passam 
a produzir lesões. 
 Indivíduos com ↓ resposta imune 
Antibioticoterapia prolongada 
Rompimento de barreira de defesa da pele e/ou de 
mucosas 
 Exemplos: Criptococose, Candidíase, Aspergilose 
Cryptococcus sp 
Candida sp 
94 
66 
100 
100 
100 
100 
Histoplasma 
capsulatum 
Blastomyces 
dermatitidis 
Penicillium 
marneffei 
Emericella 
nidulans 
Phaeococcus 
exophiale 
Exophiala 
jeanselmei 
Coccidioides 
immitis 
Paracoccidioides 
brasiliensis 
Lacazia 
loboi 90 
92 
100 
99 
E
u
ro
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a
le
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s
 
Filogenia do P.brasiliensis (HERR, R. A., 2001) 
 
Paracoccidioides brasiliensis 
Floriano de Almeida, 1930: 
Detalhou as características do fungo 
Distinguiu-o definitivamente do Coccidioides immitis 
Propôs denominação hoje consagrada, universalmente 
aceita (P.brasiliensis) 
Aguiar Pupo e Cunha Mota, 1936 
Propuseram classificação clínica da (PCM) em formas 
Tegumentar (mucocutânea); linfática; visceral e mista 
Histórico 
• Adolpho Lutz – 1908 
• Alfonso Splendore – 1912 
• Floriano Paulo de Almeida - 1930 
Paracoccidioides brasiliensis - causador da 
Paracoccidiodomicose (PCM) 
Adolfo Lutz, 1908: 
 Quem primeiro descreveu doença, em seus 
aspectos clínicos, histopatológicos e 
microbiológicos. 
 Reconheceu a natureza fúngica da doença 
 “micose pseudococcidioidica” 
 
Alfonse Splendore, 1912: 
Descreveu pormenorizadamente o fungo 
Zymonema brasiliense 
Evidenciou a presença de lesões mucocutâneas (oral) 
Suspeita de infecção pela via oral (materiais vegetais) 
Paracocidioides brasiliensis 
Micose sistêmica mais importante na América latina 
Humano 
Tatus 
 Área endêmica de 
Botucatu 
Levedura 
Micélio 
Paracoccidioides brasiliensis 
• A infecção geralmente se caracteriza por 
lesões pulmonares semelhantes às da 
tuberculose e de outras micoses. 
• Lesões nas mucosas nasais, oral, pele e outros 
órgãos podem ocorrer. 
• Fungo dimórfico, presente em toda América 
Latina com exceção do Chile. 
Paracoccidiodomicose 
 Agente: 
Paracoccidioides brasiliensis 
 Blastomicose sul americana 
 É uma micose sistêmica crônica, com 
foco primário pulmonar, e que se 
dissemina para a mucosa oral, nasal e 
vísceras, formando granulomas 
ulcerativos. 
HABITAT: 
• Reino vegetal e solo 
• Plantas - hospedeiros intermediários para as 
infecções humanas. 
• Veiculados para o organismo humano através de 
pequenos ferimentos produzidos por agentes de 
natureza vegetal. 
• Geralmente a porta de entrada é a via aerógena. 
Paracocidioides brasiliensis 
Locais de isolamento do patógeno em tatus 
Dasypus novemcinctus 
Agente Etiológico 
Paracoccidioides brasiliensis 
Fungo Dimórfico 
 
Forma micelar ou filamentosa - <25oC 
Forma leveduriforme - 37oC 
Consenso em 
Paracoccidioidomicose - 2006 
Paracoccidioides brasiliensis 
PARACOCCIDIOIDOMICOSE 
 
 
 Micose sistêmica de maior prevalência na América Latina; 
 
 10 milhões de pessoas infectadas- 2% risco de desenvolver a 
doença (WHO,2006); 
 
 Endêmica no Brasil, Venezuela, Colômbia e Argentina; 
 
 Brasil tem o maior número de casos da doença. 
 
Coutinho et al., Cad Saude Publica, 2002; Bittencourt et al., Cad Saude Publica, 2005 
Shikanai-Yasuda et al., Rev. Soc. Bras. Med. Trop. 39 (3) 2006 
A doença é importante no Brasil e na América Latina 
Como é adquirida a infecção?Fungo dimórfico 
 Filamentoso 
 
 
 
 Levedura 
 
 
 
 
 
Características do agente etiológico 
 Paracoccidioides brasiliensis 
Borges-Walmsley et al., Trends Microbiology 2:80-87, 2002 
 1,3 glucana 
 virulência 
 MORFOLOGIA 
Epidemiologia 
• Micose Sistêmica mais freqüente na Américas do Sul 
e Central 
• Prevalência do México até a Argentina 
• Áreas de Reserváreas do fungo 
(Forjaz, 1989) 
• Não é doença de notificação compulsória 
• Cerca 50% dos habitantes de zonas endêmicas já 
foram expostos ao agente desta micose 
• Incidência em zonas endêmicas: 3 a 4 novos 
casos/milhão até 1 a 3 novos casos por 100 mil 
habitantes ao ano 
 
Distribuição da Paracoccidioidomicose 
1 a 3 casos / 100 
mil habitantes 
150 mortes/ano 
Paracoccidioides brasiliensis 
 Transição 
 filamentoso  levedura 
 (em torno de 18 horas) 
Transformação 
  inibida pela presença dos 
 hormônios femininos 
 17-beta-estradiol e dietil-estilbestrol 
 inibem 
 Testosterona e 17-alfa-estradiol 
 não inibem 
 Os hormônios femininos bloqueiam a 
 síntese de proteínas durante a 
 transformação das fases 
 Autóctone, restrita ao 
 continente americano 
 América do Sul, Latina, 
 Central e México 
 Brasil com maior número de 
 casos da América do Sul 
 RS área endêmica 
 
 
 atividades relacionadas ao manejo do solo 
 Atividades agrícolas 
 Terraplenagem 
 Preparo do solo 
 
 alcoolismo (3,6 x maior) 
 
 Brasil (HLA-B40, HLA-A2) 
 
 
 
Coutinho et al., Caderno de Saúde Pública (RJ) 18:1441-54, 2002 
 
 Fatores de risco 
Fatores de Risco 
• Atividades ou profissões relacionadas ao 
manejo do solo 
• Atividades agrícolas nas duas primeiras 
décadas de vida 
• Tabagismo 
• Etilismo 
História Natural da Infecção 
Resposta Inata
Assintomático
Cura Óbito Seqüelas
Sintomático
Doença
Infecção
Paracoccidioides brasiliensis
Karhawi, ASK. 2001 
Imunopatogenia 
• Controle da infecção depende da resposta 
imune celular efetiva 
• Síntese de citocinas 
• Ativação de macrófagos e linfócitos T 
• Granulomas compactos 
• Resposta tipo 2: ativação de linfócitos B, 
hipergamaglobulinemia, altos títulos de 
anticorpos específicos 
Respostas Tipo 1 e Tipo 2 
• Tipo 1 (Th1): IFN-γ 
– Depressão da resposta durante atividade da doença 
– Recuperação após a terapêutica 
• Tipo 2 (Th2): IL-10 
– Há desbalanceamento da resposta tipo 1 e tipo 2 na 
atividade da doença 
– Predomínio nas formas mais graves 
– Regularização das respostas tipo 1 e 2 após a terapêutica 
 
 Áreas endêmicas  criança 
 Paciente não apresenta 
 sinais clínicos e 
 laboratoriais de doença 
 Paracoccidioidina positivos 
 Pode perdurar meses a anos 
Manifestações 
 Reativação do foco infeccioso ou 
 reinfecção 
 Estomatite moriforme 
  Aguiar Pupo 
 Paciente apresenta evidências 
 clínicas e laboratoriais 
 Rara em crianças e pré-puberdade 
  ambos os sexos 
 Manifestações Clínicas 
Fatores do fungo 
Resposta imune do 
hospedeiro 
Inalação – conídeos 
 
12 hs alveolite - leveduras 
 
 neutrófilos, macrófagos, 
linfócitos T (disseminação linfática) 
 
 
6ª semana granulomas epitelióides 
 
 disseminação hematogênica, 
Manifestação tardia: mucosas, linfonodos, 
fígado, baço, supra-renais, ossos ..... 
 
Borges-Walmsley et al., Trends Microbiology 2:80-7, 2002 
 
Como o fungo 
se dissemina 
Reativação do foco 
endógeno latente 10-30 anos 
EPIDEMIOLOGIA E ECOLOGIA 
• Endêmica na América Latina. 
• Distribuição irregular. 
• Brasil: maior número de casos. 
• O fungo já foi isolado na terra, detritos 
vegetais e água. 
• Clima temperado ou quente e úmido, com 
verões chuvosos ou invernos secos. 
• Café e tatu. 
 
EPIDEMIOLOGIA E ECOLOGIA cont... 
• A doença: em todas as faixas etárias a partir 
dos 3 anos. 
• Predomínio entre 30 e 50 anos. 
• Até a puberdade: incidência igual em ambos 
os sexos. 
• No adulto: 80% são homens. 
• Mulheres adultas: estrogênio-proteção. 
FISIOPATOLOGIA 
• Via inalatória. 
• Lesões cutâneo-mucosas: disseminação 
hematogênica a partir dos pulmões. 
• Após a inalação... 
1. Atingem os alvéolos em 12 horas 
transformando-se em leveduras. 
2. Alveolite com neutrófilos, mononucleares 
e macrófagos. 
3. Granuloma epitelióide: 6ª semana. 
4. Disseminação para SRE: 20ª semana. 
FISIOPATOLOGIA cont... 
• Vias de disseminação: hematogênica, linfática 
e canalicular. 
• Doença: virulência X imunidade. 
• Mecanismos de defesa: imunidade mediada 
por células e a fagocitose por neutrófilos ou 
pelo SRE. 
• Imunidade humoral: aumento de IgG, IgA e 
IgE. 
• Estrogênio inibe a formação da levedura. 
Paracoccidioidomicose 
 Quadro Clínico: 
• Dividido em alterações relacionadas à infecção e às 
associadas à doença 
• Infecção: caracterizada pelo contágio com o fungo 
sem manifestações clínicas. Confirmada pelo teste 
cutâneo que pode atingir 25% da população em áreas 
endêmicas. 
• Fases da doença: divididas em forma regressiva, 
forma progressiva, forma crônica e sequela 
Classificação Clínica 
Paracoccidioidomicose infecção 
Paracoccidioidomicose doença 
• Forma aguda/subaguda 
• Forma crônica 
–Unifocal 
–Multifocal 
Forma residual ou seqüelar 
Forma aguda/subaguda 
(tipo juvenil) 
• Representa 3 a 5% dos casos da doença 
• Predomínio em crianças e adolescentes, 
eventualmente indivíduos até os 35 anos de idade 
• Distribuição semelhante entre os gêneros masculino 
e feminino 
• Evolução clínica mais rápida (procura ao serviço 
médico entre 4 a 12 semanas de instalação da 
doença) 
• Manifestações: linfadenomegalia, digestivas, 
hepatoesplenomegalia, envolvimento ósteo-articular 
e lesões cutâneas 
 
Assintomática: Forma mais frequente. 
 Forma Pulmonar: aguda e crônica 
Aguda: É autolimitada e com diagnóstico clínico díficil. 
Crônica: Ocorre por reativação de lesões pulmonares 
após primoinfecção, em 20-30% dos pacientes. 
Disseminada: Comprometimento de outros órgãos, 
geralmente secundário a forma pulmonar crônica. 
 
 
 
 Quadro Clínico 
 Quadro Clínico 
Forma Pulmonar Crônica 
 
• Mais de 90% dos pacientes. 
• Adultos entre os 30 e 60 anos, predominantemente, do 
sexo masculino. 
 -Progressão lenta. 
• Manifestações pulmonares - tosse seca, posteriormente 
produtiva, e dispnéia aos esforços. 
 
CLASSIFICAÇÃO CLÍNICA 
 
Aguda: 
 Crianças, adolescentes e adultos jovens. 
 Evolução: 1 a 2 meses. 
 Clínica: envolvimento do SRE. 
 Lesões mucosas: 15 a 20%. 
 Pulmonar: 5% 
Veronesi, Ricardo; Focaccia, Roberto; Tratado de Infectologia – 2º Edição, 2002, pag. 1125 
Forma crônica 
(tipo adulto) 
• Responde por mais de 90% dos pacientes 
• Adultos entre 30 e 60 anos 
• Sexo masculino 
• Manifestações pulmonares presentes em 90% dos pacientes 
• Em até 25% dos casos o pulmão é o único órgão afetado 
• Evolução lenta (silenciosa) 
• Geralmente, a doença envolve mais de um órgão 
simultaneamente (apresentação multifocal) 
• Pulmões, mucosas e pele os sítios mais acometidos 
 
 Infecta pulmões, pele e mucosa 
 
Paracoccidioidomicose 
CLASSIFICAÇÃO CLÍNICA cont... 
Crônica: 
 Adultos acima dos 30 anos; 
 Evolução:em torno dos 6 meses. 
 Pulmonar: quase 100%. 
 Mucoso: frequente. 
 Adenopatia: não é um achado dominante. 
Seqüelas: 
 Hiperinsuflação pulmonar com bolhas, bronquiectasias 
e fibrose. 
 Addison, microstomia, estenose traqueal, síndrome de 
má-absorção e sequelas neurológicas. 
Paracoccidioidomicose 
 Forma Regressiva: 
• Manifestações clínicas discretas, restritas ao parelho 
respiratório 
• Ao Rx do Tórax leve infiltrado em zonas médias dos 
pulmões 
• Usualmente auto-limitado e regride espontaneamente 
 Formas Progressivas: 
 Aguda ou Subaguda (Tipo Juvenil) 
• Habitualmente vista em crianças e adolescentes de 
ambos os sexos 
• excepcionalmente em adultos imunocomprometidos 
• Por disseminação hematogênica da infecção pulmonar 
primária 
• Apresenta curta evolução com manifestações leves a 
severas: febre, anorexia, astenia e perda de peso 
comuns 
• Importante comprometimento do sistema fagocítico-
mononuclear com linfadenopatias que podem ulcerar e 
formar fístulas, hepato-esplenomegalia 
• 15 a 20% com envolvimento de mucosas 
• Comprometimento pulmonar presente em 5%, 
ocasionalmente alterações digestivas e ósseas 
 
 Forma Crônica Unifocal: 
• Órgão mais comumente envolvido é o pulmão 
• Tosse produtiva, escarro purulento (hemoptóico) 
• Febre, dispnéia, dor torácica 
• RX com infiltrados bilaterais com padrão intersticial 
ou alveolar, bolhas enfisematosas, nódulos, 
cavidades, adenopatia hilar e fibrose 
• Alterações mais frequentes no terço médio 
poupando a periferia das bases 
• Possibilidade de comprometimento da pele com 
lesões próximas a orifícios naturais e a supra-renal 
 
 Forma Crônica Multifocal: 
• Ocorre em 70-80% dos pacientes, com maior ou menor gravidade 
• Mais leve sem comprometimento do estado geral e nutricional 
significativo com alterações pulmonares discretas, linfadenopatia 
restrita às regiões cervicais, níveis de Ac séricos baixos e teste 
cutâneo fortemente positivo. 
• No de maior gravidade apresentam significativo comprometimento 
do estado geral, com pulmões muito afetados, frequentemente com 
doença difusa e fibrose, hepatoesplenomegalia, linfadenopatia 
disseminada, lesões cutâneas frequentes, envolvimento de mucosa 
oral, gengivas, palato duro com ulceração 
• Adrenais envolvidas - Addison 
• Alterações SNC - massa em fossa posterior ou meningoencefalite 
subaguda ou crônica 
• Pode ocorrer envolvimento dos testículos, epidídimo e próstata 
• Níveis séricos de Ac elevados e teste cutâneo negativo 
• Forma quase sempre fatal ocorre mais frequentemente em 
imunocomprometidos 
 Forma de Sequela: 
• Alterações associadas ao processo de cicatrização 
• Manifestações relacionadas a fibrose frequentes nos 
pulmões com hipertensão pulmonar, bronquiectasias 
e fibrose extensa 
• Estenose da laringe e traquéia, cicatrizes com 
estreitamento de orifícios naturais 
• Compressão de estruturas por linfonodos fibróticos 
adjacentes 
QUADRO CLÍNICO 
• Geral: indisposição, mal-estar, anorexia, 
emagrecimento; febre muitas vezes ausente. 
1. Pulmonar: 
 Dispnéia progressiva, tosse com expectoração 
mucóide ou com hemoptóicos, sem dor 
torácica. 
 Pode ser assintomático. 
 Semiologia pulmonar pobre. 
 Rx de tórax. 
QUADRO CLÍNICO cont... 
Linfonodos: 
 Adenopatia subclínica. 
 Pode ser a principal queixa na forma 
juvenil. 
 Segmentos cefálico, supraclaviculares e 
axilares. 
 Classificação: 
a) Inflamatório não-supurativo (< 2 cm); 
b) Tumoral (um > que 2 cm); 
c) Supurativo. 
Veronesi, Ricardo; Focaccia, Roberto; Tratado de Infectologia – 2º Edição, 2002, pag. 1111 
 
QUADRO CLÍNICO cont... 
Mucosas aerodigestivas superiores: 
 Fossas nasais, cavidade oral, orofaringe, 
hipofaringe e laringe. 
 Rouquidão, odinofagia, disfagia, ardor, 
dispnéia, dor na lesão e amolecimento dos 
dentes. 
 Estomatite ulcerosa moriforme: evolução 
lenta, exulcerada e fundo granuloso fino. 
 Outras: hiperemia, ulcerações, vegetações e 
infiltrações. 
 
Estomatite moriforme em lavrador com Paracoccidioidomicose 
Veronesi, Ricardo; Focaccia, Roberto; Tratado de Infectologia – 2º Edição, 2002, pag. 1111 
QUADRO CLÍNICO cont... 
Supra-renais: 
 Insuficiência supra-renal crônica – 
Addison. 
 Indisposição, cansaço fácil, anorexia, 
emagrecimento, hipotensão, 
hiperpigmentação, náuseas e vômitos, 
impotência sexual; 
 K, Ca e uréia elevados; Na e Cl baixos. 
QUADRO CLÍNICO cont... 
Aparelho digestivo: 
 Mais de 50% revelam queixas digestivas; 
 Sialorréia, halitose, disfagia, dor abdominal, 
alterações de ritmo intestinal... 
 Íleo, estômago, duodeno, jejuno, cólon. 
 Biópsia hepática: desde lesões leves e 
inespecíficas até granulomas portais. 
 Não há sinais de hipertensão porta. 
 Icterícia – forma juvenil. 
QUADRO CLÍNICO cont... 
SNC: 
 Doentes que apresentam ou já 
apresentaram lesões em órgãos mais 
comuns. 
 Lesões tumorais ou meníngeas, únicas ou 
múltiplas e de localização variada. 
 Predomina: síndrome de hipertensão 
craniana de evolução lenta e progressiva, 
com sinais de localização sensitivos ou 
motores. 
QUADRO CLÍNICO cont... 
Síndrome convulsiva e edema papilar são 
frequentes. 
LCR: não é característico. 
É excepcional a demonstração do fungo no 
LCR. 
TC: lesões arredondadas com localização 
variada, com pequena quantidade de edema 
perifocal e efeito de massa discreto. Pós-
contraste: acúmulo na periferia da lesão 
caracterizando o acúmulo em anel. 
Diagnóstico diferencial 
 Tuberculose Histoplasmose 
 Carcinoma Cromomicose 
 Linfoma Esporotricose 
 Sarcoidose Leishmaniose 
DIAGNÓSTICO 
1. Micológico e Sorológico: 
 Demonstração microscópica (exame a 
fresco ou biópsia); 
 Isolamento e identificação do fungo 
(cultura); 
 Sorologia. 
2. Radiologia: 
Diagnóstico 
 
 secreção, pús, exsudatos, 
 líquidos orgânicos, 
 escarro, biópsia e outros 
 Criptoesporulação aspecto “roda de 
 leme” ou “Mickey mouse”  
diferencial Mucor circinelloides 
Imunológico 
 Testes intradérmicos com a 
 paracoccidioidina 
 Valor epidemiológico em áreas 
 endêmicas 
 Contra imunoeletroforese 
 Imunodifusão 
 Fixação do complemento 
Servem para evolução e 
controle de cura 
 Imunofluorescência direta 
 ELISA 
Controle da remissão clínica 
 Títulos imunológicos podem 
 apenas diminuir ao 
longo de toda a vida 
 “cicatriz sorológica” 
 Paciente deve ser 
acompanhado clínica e 
laboratorialmente  anualmente 
por toda a vida 
Diagnóstico 
• Padrão ouro: isolamento do agente etiológico 
(exame a fresco de escarro, raspado de lesão 
aspirado de linfonodo, fragmento de biópsia) 
• Sorologia: diagnóstico e avaliação da resposta 
do hospedeiro – vários métodos, sensibilidade 
variando de 85 a 100% 
 Aspectos Histopatológicos 
 Aspectos Histopatológicos 
Grocott 
Exames laboratoriais e de imagem para 
avaliação da doença 
 
• Raio X simples de tórax (PA e Perfil) 
• Hemograma completo 
• Velocidade de hemossedimentação (VHS) 
• Provas bioquímicas hepáticas: ALT, AST, gGT, 
fosfatase alcalina 
• Avaliação renal e metabólica: creatinina, Na e 
K 
 
Seguimento dos pacientes sob terapêutica 
 
 TRATAMENTO 3 a 9 meses - 1 ano, seguida de terapia de manutenção 
• Sulfonamidas: 
– sulfadiazina, co-trimoxazol (Sulfametoxazol- trimetoprim ) 
• formas leves e moderadas 
 
• Derivados triazólicos de 3ª geração 
– Itraconazol 
– fluconazol 
 
• Derivados triazólicos de 2ª geração 
– Voriconazol 
– posaconazol 
– ravuconazol 
Shikanai-Yasuda, et al., . Medical Mycology 40:411-417, 2002. 
Tratamento 
• Sulfametoxazol-trimetoprim: 12 meses nas 
formas leves e 18 a 24 meses nas formas 
moderadas 
• Itraconazol: 6 a 9 meses nas formas leves e 12 
a 18 meses nas moderadas 
• Anfotericina B: formas graves 
 
 TRATAMENTO 
 
 
 formas graves ou disseminadas 
 anfotericina B convencional (1mg/kg) 
 Interage com o colesterol da membrana celular - 
toxicidade 
 
 
 
 
 
 
 
 
Critérios de cura 
 
• Clínicos 
– Desaparecimento dos sinais e sintomas da doença 
 
• Radiológicos 
– Estabilização do padrão radiológico do pulmão (2 
radiografias com intervalo de três meses) 
 
• Imunológicos 
– Negativação dos títulos de anticorpos anti-PB (amostras 
de soro coletadas com intervalo de 6 meses) 
 
 
 
 
8. Critérios de Cura: 
8.1. Clínico: involução dos sinais e sintomas da 
doença nos diferentes órgãos acometidos 
8.2. Micológico: negativação da pesquisa direta e/ou 
cultura em material anteriormente positivo 
8.3. Radiológico: involução ou manutenção do padrão 
radiológico, sem sinais de progressão em Rx de 
tórax realizados de 3/3 meses por 1 ano 
8.4. Imunológico: negativação ou estabilização em 
valores cicatriciais, de Ac séricos específicos. 
 Teste cutâneo positivo em paciente anteriormente 
negativo 
 
Micoses sistêmicas 
• Blastomyces dermatitidis: 
• O microrganismo ao ser inalado, produz infecção respiratória 
crônica e branda, que piora gradualmente, ao longo de semanas ou 
meses. 
• Escarro torna-se purulento, sanguinolento. 
• A fase respiratória da doença tem semelhanças com tuberculose, 
coccidioidomicose, paracoccidioidomicose e histoplasmose. Pode 
provocar lesões subcutâneas, ósseas, etc. 
• Coccidioides immitis: 
• A doença é adquirida por inalação dos conídios, após 14 dias de 
incubação 60% dos pacientes apresentam infecção respiratória 
assintomática. O restante 40% apresenta sintomas da doença 
respiratória gripal leve ou raramente grave. 
• Complicações pulmonares, na forma de cavidades ou de 
pneumonia ocorrem em 5%. Pode ocorrer disseminação por via 
hematogênica dos pulmões para os ossos, as articulações, a pele, os 
tecidos subcutâneos, etc. 
Blastomyces dermatitidis 
O cão é considerado animal 
sentinela desta micose 
freqüência da Blastomicose 
em cães é significativamente 
maior do que em humanos 
Não ocorre no Brasil 
Blastomicose 
 Doença de Gilchrist 
Blastomicose norte americana 
 Agente: 
Blastomyces dermatitidis 
 Vegetais em decomposição 
 próximos de lagos, rios 
 ambientes úmidos em 
 bosques 
 Freqüência homens 30-60 anos 
 e negros 
 Pulmões 
 disseminação hematogênica 
 atinge a pele, ossos ou outros 
 órgãos 
 Evolução aguda ou crônica 
Diagnóstico 
 
 Escarro, tecido, exsudatos 
 ou outros 
 Formas arredondadas em gemulação 
 parede fina 
 gêmulo quase sempre único 
 base de implantação larga na célula mãe 
Sorologia 
 
 ELISA 
 boa sensibilidade 
 baixa especificidade 
Diagnóstico diferencial 
 Pulmonar 
 tuberculose, histoplasmose, 
 neoplasia 
 Cutânea 
 cromomicose, esporotricose, 
 tuberculose 
 Óssea 
 mieloma, coccidioidomicose 
 Reações cruzadas com 
 Blastomyces dermatitidis 
 Paracoccidioides brasiliens 
 Aspergillus sp 
 Coccidioides immitis 
Coccidioidomicose 
 
 Agente: Coccidioides immitis 
 Zonas desérticas e semiáridas 
 Predominante pulmonar 
 Pele, laringe, ossos, articulações, meninges 
Raramente disseminação hematogênica (<1%) 
 Endêmico: 
  sudeste EU, 
  norte México, 
  América Central 
  América do Sul (Venezuela, Bolívia, 
Argentina e nordeste Brasil) 
 Brasil, 1979, Vianna et col, primeiro caso em 
nativo. 
 Posteriormente casos Bahia, Ceará, 
Piauí 
 
Coccidioides immitis 
Considerado o fungo 
patogênico de maior 
virulência 
Surtos epidêmicos no 
Nordeste do Brasil 
(humanos e cães) 
Isolado de tatus 
 Aspectos biogeográficos 
(migração humana) 
UFA! 
 
FIM!!!!!!!!!!!!!!

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