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�PAGE �1� UNIDADE III DETERMINAÇÃO DO FLUXO SALIVAR E DA CAPACIDADE TAMPÃO DA SALIVA 1. Objetivos: Após ter estudado e executado esta unidade, você deverá estar apto a: 1- Determinar o fluxo salivar dos pacientes como parte dos procedimentos de diagnóstico. 2- Observar a capacidade tampão da saliva (CTS). 2. Fluxo salivar: A velocidade de secreção da saliva produzida e excretada pelas glândulas salivares na cavidade oral é denominada de fluxo salivar. Indivíduos normais apresentam um fluxo salivar de 1 a 2 mililitros de saliva estimulada por minuto. O fluxo salivar é responsável pela limpeza das superfícies orais e pelo transporte de microrganismos e restos alimentares que são deglutidos. O fluxo salivar não apresenta correlação com a idade, porém depende da saúde geral, de medicamentos e de fatores alimentares. Stress e desidratação reduzem a secreção e dificulta a realização dos testes salivares exigindo-se uma cuidadosa padronização da coleta da amostra de saliva. O fluxo salivar deve ser avaliado no inicio e durante o tratamento de cárie e como parte dos procedimentos de diagnóstico na suspeita de hipossalivação (por doenças como a síndrome de Sjogren, uso de medicamentos como anti-hipertensivos, anticonvulsivantes, antidepressivos ou radioterapias na região de cabeça e pescoço). A determinação do fluxo salivar é feita diretamente pela leitura do volume total de saliva estimulada do paciente obtida em cinco minutos. O resultado final é expresso em mililitros de saliva estimulada produzida por minuto (ml/min). A interpretação dos resultados é realizada de acordo com os seguintes parâmetros (adultos): Fluxo salivar normal: 1 – 2 ml/min Fluxo salivar baixo: inferior a 0,7 ml/min Hipossalivação (sintoma de xerostomia): inferior a 0,1 ml/min 3. Determinação da capacidade-tampão da saliva (CTS): Entre os parâmetros salivares, os mais importantes a considerar são o fluxo salivar e a capacidade tampão da saliva. Estas duas mensurações correlacionam-se diretamente com a quantidade e qualidade de microorganismos presentes na cavidade oral, responsáveis em causar doenças como a cárie dental e as doenças periodontais. A capacidade-tampão da saliva (CTS) é a propriedade da mesma em manter o seu pH constante a 6,9-7,0 graças aos seus tampões bicarbonato, fosfatos e mucina que bloqueiam o excesso de ácidos e de bases. O mecanismo mais bem conhecido de tamponamento se exerce sobre os ácidos. O pH bucal pode ser alterado principalmente pelo pH de substâncias introduzidas na boca, levando a alterações transitórias, ou pela produção de ácidos (íons H+) resultantes da fermentação bacteriana de carboidratos. Quando o pH da saliva se torna ácido, o íon HCO3- (bicarbonato) associa-se com um íon H+ livre, pela ação da enzima anidrase carbônica, formando ácido carbônico (H2CO3) e parte desse ácido carbônico se dissocia em H2O + CO2. Assim, o íon H+ fica aprisionado na molécula de H2O, deixando de acidificar o meio ambiente. Porém quando a alteração do pH é intensa e frequente, os tampões não conseguem contrabalançá-la; nesses casos, a microbiota pode ser profundamente alterada. A CTS funciona como um índice relativo de atividade de cárie dental. O método pode sugerir quando a saliva pode ou não resistir facilmente a uma queda transitória no pH. 4. Pré-requisitos: Os participantes do experimento deverão permanecer 1 hora sem ingerir alimentos, chupar balas, mascar chicletes, fumar ou beber refrigerantes. 5. Materiais e método: Os alunos deverão organizar-se em grupos de 6 componentes. Cada grupo deverá providenciar: Refrigerantes (Coca-Cola) comum e zero 1 pacote de bolacha recheada doce 1 pacote de balas Chocolate 1 limão Materiais e soluções disponíveis no laboratório: Fitas de pH Solução de fluoreto de sódio a 0,05%. 6. Sequência experimental: Escrever os nomes dos alunos do grupo e numerá-los de 1 a 6. Usando a fita para medida de pH, fazer a determinação do pH salivar de cada membro do grupo e anotar os resultados. Realizar a medida do pH dos alimentos. Alimentos sólidos deverão ser macerados e diluídos em água destilada. Anotar os resultados. Ingerir LENTAMENTE (no mínimo durante 5 minutos) os alimentos pré-determinados para cada componente do grupo. Após 5 minutos da ingestão do alimento medir novamente o pH bucal. Anotar os resultados. Em seguida, os componentes que fizeram uso do refrigerante comum, do chocolate e do limão deverão fazer bochecho com solução de fluoreto de sódio a 0,05% (durante 1 minuto) e determinar novamente o pH bucal anotando os resultados. 7. Avaliação da atividade: Cada grupo deverá entregar na próxima aula um relatório contendo: Componentes do grupo. Tabela com os resultados obtidos de todos os componentes. Por que a saliva é considerada a maior responsável pela regulação da microbiota oral? Qual a função das substâncias antimicrobianas da saliva como: Anticorpos IgA, Lisozima, Lactoferrina e Lactoperoxidase? Quais são os principais tampões salivares? Quando o pH bucal pode ser alterado mais frequentemente? Explique o mecanismo básico de tamponamento do pH ácido na saliva. Sabemos que para as substâncias antimicrobianas e a capacidade tampão atuarem com eficiência, é necessário um fluxo salivar adequado, uma vez que a capacidade tampão é diretamente proporcional à quantidade de fluxo salivar. Baseado neste conhecimento cite os principais fatores que alteram (aumentando ou reduzindo) a taxa de fluxo salivar: Referência Bibliográfica: Lorenzo, J. L. Microbiologia para o estudante de odontologia. São Paulo: Ed Atheneu, cap. 5, p. 63-72, 2004. HCO3- + H+ livre anidrase carbônica H2CO3 H2O + CO2 � �PAGE � Profª MSc. Cyra Maria Pires de carvalho Bianchi
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