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Trilhas do Aprendente, Vol. 2 - Política Educacional 262 Palavras do professor-pesquisador Caro(a) aprendente, Parabéns! Você já venceu a primeira etapa da caminhada pelas trilhas do aprendente (o Marco I). Agora, iniciaremos o componente curricular denominado Política Educacional I, integrante do Marco II. Entendemos a centralidade da relação existente entre a formação inicial do pedagogo e o mundo do trabalho como uma tarefa simples e, ao mesmo tempo, complexa. Simples porque bastaria dizer aos professores e estudantes das licenciaturas que a Educação está em nosso cotidiano, e complexa porque requer um diálogo permanente entre a pesquisa, a teoria, a prática e as legislações educacionais, ou seja, entre a objetividade do mundo do trabalho e a subjetividade da formação acadêmica. No Marco I, você estudou a importância da interdisciplinaridade no contexto educacional. Agora, durante o percurso deste componente curricular, revisitaremos, de forma “interdisciplinar”, outros caminhos já percorridos na primeira trilha do aprendente, como: a História da Educação, a Sociologia da Educação e a Filosofia da Educação, para descobrirmos, juntos, as bases das políticas educacionais que organizam os sistemas educacionais brasileiros. Para isso acontecer, é necessário que você estude e se apaixone pela única coisa que ninguém pode tirar de você: o conhecimento. Portanto, aposte na sua capacidade de aprender, de reconhecer e aceitar a diversidade entre nós, aprendendo, também, a indignar-se ante as injustiças; a lutar pelos seus direitos e ideais, enfim, a VIVER! Seja bem-vindo(a) ao componente curricular Política Educacional! Prof. Dr. Wilson Honorato Aragão. 263 A cartografia do componente curricular Política Educacional MARCOS LEGAIS DA POLÍTICA EDUCACIONAL - Estado e sociedade no Brasil (15/10/1927); - A organização do Ensino Básico no Brasil, a partir de 1930; - A nova LDB (Lei nº 9.394/96); - Gestão democrática da educação; - Finaciamento da educação: FUNDEB; - A formação do educador: a relação teoria e prática; - Os trabalhadores da educação e sua organização política; - O papel do educador frente às transformações estruturais e conjunturais da sociedade. Trilhas do Aprendente, Vol. 2 - Política Educacional 264 Croqui do Percurso LISARBODATREBAEDADISREVINU ABÍARAPADLAREDEFEDADISREVINU AICNÂTSIDAEDADILADOM-AIGOGADEPEDOSRUC LANOICACUDEACITÍLOP :rosseforP oãgarAotaronoHnosliW.rD :liam-E moc.liamtoh@oagaranosliw IIOCRAM ralucirrucetnenopmoC lanoicacudEacitíloP: alua/saroh06 sotidérc40 :atnemE onsianoicacudeseõçalsigelsA.lisarBonsacilbúpsacitílopsadoãçiutitsnocA A.69/BDLavonA.sossecorteresoçnava,airótejart:sarielisarbsacilbúpsacitílopsadotxetnoc .edadeicosadsiarutnujnocesiaruturtsesaçnadumsadotxetnoconarielisarboãçacude aarapsacitíloP.larebiloenoledomonelaicoSratse-meBododatsEonsacilbúpsacitíloP .acisáboãçacude aigogadeP-DAEosruCodsocigólodotemsoipícnirP omsiviturtsnoC : amunmaiesabesotnemicehnocedoãçurtsnocaeacigógadepoãçaa oiopaoeavitarobalocoãçaretniaerbosatnetsuseseuq,aviturtsnoceacitsíruehavitcepsrep sorbmem,salocsesansianoissiforp,serodaidem,serosseforp,sageloc(serapsoertneoutúm ededadinumoc"(ederausiórtsnocetnednerpa)a(olauqadritrapa,)cteailímafad .)"megazidnerpa omsinoicaretnI seõçalersadodatluseromocsodidnetneoãsmegazidnerpaedsossecorpso: ,airádiloseavitarobaloc,avita-órpamrofed,etneibmaomoce)ortuoomocoãçaretni(siaicos ,arutieledritrapasadiriuqdaseõçamrofniedounítnocotnemanezamraselpmisomoc,oãne .cteodutse,soifased edadiranilpicsidretnI : iórtsnoceairporpaesetnednerpa)a(olauqonossecorpo ,aigoloicoS,aifosoliF(rebasodsaerásairávsanso-odnanoicaler-retnisotnemicehnoc edosruComaiemrepeuqseralucirrucsetnenopmocsodotnujnocon).cteDAE,aigolocisP socitámeTsoiránimeSralucirrucetnenopmoconadilosnocesedadiranilpicsidretniA.aigogadeP .IralucirruCacitárPed lareGovitejbO : odoãçiutitsnocedsiaicos-ocirótsihsossecorpso,acitírcamrofed,rasilanA .litnafnioãçacudeedseõçiutitsnisadeotiejus socifícepsesovitejbO : odoírepodlanifod,acirótsihoãçalerausme,sianoicacudeseõçalsigelsiapicnirpsaradutsE- ;0391étalairepmi edadeicosadsiarutnujnocesiaruturtsesotnemelesoeacisáBoãçacudEaerbosritelfeR- ;aenâropmetnocarielisarb ;sNCPsodeBDLadsotcapmisorasilanA- ,onisneodoãçazitarcomedadavitcepsrepan,síaPonacisáBoãçacudEadoãçautisarasilanA- ;ovitacudeoipícnirpomocohlabartodoãçodaadeainadadicadoãçamrofad sàetnerf,anabiarapeanitsedron,arielisarbedadilaeranrodacudeodlepapoerbosritelfeR- .ohlabartododnumonseõçacilpmisausesacigóloncetsaçnadum sadivlovnesedmeresasedadilibahesaicnêtepmoC : ;sotxetraterpretniereL- ;razitetniserasilanA- ;sianoicacudeseõçalsigelsadsotcapmiso,orielisarbocirótsihotxetnocon,racifitnedI- ;opurgmerahlabarT- ;siautrivseõçaretnirecelebatsE- .siautxetseõçudorprareG- 265 osrucrepodsapatE siapicnirpsetnoF sacitíloPsadsavitcepsreP:IEDADINU acisáBoãçacudEaarapsacilbúP sacitílopsaerbosacirótsihmegadrobaamU- ;sianoicacude -7281(lisarBonedadeicoSeodatsE,oãçacudE- ;)0391 onocisábonisneodoãçazinagroadairótsiH- ;8891a0391ed,lisarB .IedadinUadoãsiveR- .edsniL.MetenaJ,ODEVEZA oãçacudeA acilbúpacitílopomoc -sanipmaC.de.3. .4002,sodaicossAserotuA:PS .LISARB serotseGedalocsE :CEM. :melevínopsiD.7002,ailísarB -serotsegedalocse/rb.vog.cem.www//ltth< .7002.tuo82:meossecA.>mth/ .oluaP,RJILLEDLARIUG eaifosoliF arielisarBoãçacudEadairótsiH oãS. :melevínopsiD.2002,elonaM:oluaP -beh/rb.orp.ocofmeaigogadep.www//ltth< .7002.tuo82:meossecA.>mth.a50 adotnemanoicnuFearuturtsE:IIEDADINU lautaedadilaeranacisáBoãçacudE adoãçazinagroae)69/493.9ieL(BDLavonA- ;lanoicaNoãçacudE ;oãçacudEadacitárcomedoãtseG- ;BEDNUF:oãçacudEadotnemaicnaniF- .IIedadinUadoãsiveR- .sevlaçnoGoiduálC.OTUOC avoNauL : NSSItnirP-acitíloPearutluCedatsiveR ,oluaPoãS,56.n,avoNauL-5446-2010 -5002.oga/oiam oãçiutitsnoC acilbúPsacitíloPeoãçitepmoC .s :melevínopsiD -=tpircs?php.oleics/rb.oleics.www//:ptth< -00200050025446-2010S=dip&txettra_ics .7002.tuo92:meossecA.>500 .oinôtnAziuL,AHNUC otnemivlovnesedO arielisarboãçacudeadosordnaem ertne: .odacremoeodatsEo coS.cudE . odatic[001.n,82.lov,7002.]enilno[ :melevínopsiD.928-908.pp,]71-21-7002 -=tpircs?php.oleics/rb.oleics.www//:ptth< -00300070020337-1010S=dip&txettra_ics 32:meossecA.>osi=mrn&tp=gnl&900 .8002.vef .adaidabA.M,AVLIS;oãoJ,EDAVELNOM lisarBonoãçacudEanadnammeuQ ? 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Trilhas do Aprendente, Vol. 2 - Política Educacional 270 271 LISARBODATREBAEDADISREVINU ABÍARAPADLAREDEFEDADISREVINU AICNÂTSIDAEDADILADOM-AIGOGADEPEDOSRUC LANOICACUDEACITÍLOP OÃGARAOTARONOHNOSLIW.rD:rodasiuqsep-rosseforP OSRUCREPONOHNEPMESED saluA soifaseD oãçautnoP ohnepmeseD oditbo edozarP oãçazilanif IEDADINU 1aluA oerboslautivetabeD muomocoãçacudE:amet otierid 5,2 .ª2adlaniF anames 2aluA erbosoãssucsidedmuróF 7281ediel-oterceDo 5,2 .ª3adlaniF anames 3aluA airótsiH"oedívodesponiS "avitcepsorterausme 5,2 .ª4adlaniF anames 4aluA IedadinUadoãsiveR 5,2 .ª5adlaniF anames IedadinUansotnopedlatoT 0,01 IIEDADINU 5aluA aerbosetabedaraptahC BDLlauta 5,2 .ª6adlaniF anames 6aluA aerbosesetnís-otxeT sacitílopsadoãçiutitsnoc lisarBonsacilbúp 5,2 .ª7adlaniF anames 7aluA eBEDNUFoerbostahC oeocilbúpomocoãxenoc oãçacudeanodavirp 5,2 .ª8adlaniF anames 8aluA IIedadinUadoãsiveR 5,2 .ª9adlaniF anames IIedadinUansotnopedlatoT 0,01 IIIEDADINU 9aluA odlepapoerbosomuseR edalocse"anrodacude "ordiv 5,2 .ª01adlaniF anames 01aluA aerbosasiuqseP sodlacidnisoãçazinagro setnecod 5,2 .ª11adlaniF anames 11aluA seõtseuqeotnemahciF oditnesoerbossetnaveler oãçacudeanedadilauqad otejorpoeacilbúp anocigógadep-ocitílop ralocseoãtseg 5,2 .ª21adlaniF anames 21aluA IIIedadinUadoãsiveR 5,2 .ª31adlaniF anames IIIedadinUansotnopedlatoT 0,01 OÃÇAILAVA LAICNESERP )atircseavorP( sêrtsadodúetnoC sedadinu 0,01 odlaniF osrucrep OSRUCREPONSODITBOSOTNOPEDLATOT Trilhas do Aprendente, Vol. 2 - Política Educacional 272 As relações de poder geram conflitos e/ou negociações entre as partes envolvidas. Essas relações, segundo o pensador Michel Foucault (1999), podem ocorrer entre pais e filhos; alunos e professores; governantes e governados; patrões e empregados, e assim por diante. UNIDADE IIUNIDADE I UNIDADE III Aula 2Aula 1 Aula 3 Aula 4 O que é ESTADO? Estado é uma organização política, administrativa e estratégica, que reflete um d e t e r m i n a d o território e uma determinada cultura. O que é POLÍTICA? Para Aristóteles,a CIÊNCIA POLÍTICA estuda as relações de poder. Em seu livro intitulado “Política”, defende a política como toda prática social que envolve a vida na pólis (cidade-estado grega). Segundo ele, “o homem é, por natureza, um animal político.” Para Aristóteles, a prática política e a virtude eram indissociáveis. O que é PODER? Max Weber define o poder como uma relação assimétrica entre, pelo menos, dois atores, quando o primeiro tem a capacidade de forçar o segundo a fazer algo que este não faria voluntariamente e que só faz conforme as sugestões e determinações do primeiro. (SILVA, 2006, p. 335). UNIDADE I PERSPECTIVAS DAS POLÍTICAS PÚBLICAS PARA A EDUCAÇÃO BÁSICA AULA 1: UMA ABORDAGEM HISTÓRICA DAS POLÍTICAS EDUCACIONAIS Ao refletirmos sobre as políticas educacionais no seu contexto histórico, deparamo-nos com as seguintes questões: O que é política? Como surgiram as políticas voltadas para a educação no Brasil? De forma resumida, pode-se afirmar que a palavra “política” não pode ser entendida separada da idéia de poder, e que o poder, por sua vez, também não pode ser confundido com o Estado, instituição normatizadora da vida em sociedade. Vale ressaltar, portanto, que a atividade política não se dá exclusivamente no Estado. 273 As políticas públicas voltadas para a educação, no Brasil, começaram durante o período colonial e, desde então, vêm sendo permeadas de “conflitos” e “acordos” entre o Poder Executivo (os dois imperadores e os presidentes republicanos); o Poder Legislativo (deputados e senadores); o Poder Judiciário e outras esferas públicas, como a igreja católica, as organizações militares e a sociedade civil. A Educação, como todo direito humano, é fruto de conquistas históricas resultantes de conflitos, lutas, processos societários formais e não-formais, que se configuram em distintos projetos sociais. Foi com a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão (1789), na Revolução Francesa, no Séc. XVIII, que se registrou que “a instrução é necessidade de todos”. No entanto, as distintas visões de mundo e de sociedade apontaram caminhos diferenciados para o acesso à educação. O historiador inglês, Erick Hobsbawm (1998), defende a tese de que os ‘direitos’ não existem no campo do abstrato, visto que eles só se concretizam quando as pessoas os exigem, ou quando se possa supor que elas estão conscientes da sua falta. Portanto, quem regula e quem exige a instrução como bem comum? É nessa perspectiva que dirigiremos o nosso olhar para a sociedade civil, a política educacional do Estado brasileiro e os projetos colocados para ela e por ela, como alternativos. Para tanto, indagamos: O que é o Estado? Quais as suas atribuições nas políticas públicas? O que é a sociedade civil e qual o seu papel em cobrar ou propor políticas públicas? Quem são os sujeitos, na sociedade civil, que apresentam projetos alternativos ao Estado? Quais foram esses projetos na história da educação do Brasil? Para Gramsci (1999), o Estado consiste na representação do poder formal e reivindica para si o status de produto final da razão. Além disso, coloca-se a serviço da ‘ação-regulação’ da sociedade, como um todo. Em suas análises iniciais sobre o Estado, Gramsci apud Bobbio (1999) percebeu, em vários teóricos (Hobbes, Rousseau, Kant, Hegel e Marx), que este foi adquirindo uma complexidade de funções: administrativas, econômicas, jurídicas, políticas, militares etc. e que foi transformado em um ‘super-regulador’ das normas sociais. Em relação à sociedade civil, Gramsci considera que ela não está no campo da ‘estrutura’, mas na esfera das ‘super-estruturas’, e seria um conjunto de organismos vivos e envolvidos por relações ideológicas e culturais. Para ele, Hegel já havia afirmado que a sociedade civil nada mais era do que ‘a porção ética do Estado’, sendo, então, o Estado uma estrutura de caráter ético duvidoso, na sua complexidade. Contudo, a distinção crucial entre o Estado e a sociedade civil, segundo Bobbio (1999), está no âmago das seguintes dicotomias: “Força e consenso; instituições e ideologias; estrutura e super-estrutura [...]”, sendo o Estado o primeiro móvel dessas dicotomias, e a sociedade civil, a segunda. Portanto, o Estado gera, como resultado de seu funcionamento, a produção de políticas públicas condicionada à política constitucional, enquanto que a sociedade civil reivindica participar, ‘ser ouvida’, intervir nas formulações dessas práticas, ou mesmo, questionar o sistema de governo que não esteja efetivando a política necessária à manutenção de garantias de sobrevivência, como: saúde, educação, trabalho, moradia etc. Porém, a condição de participar da formulação UNIDADE IIUNIDADE I UNIDADE III Aula 2Aula 1 Aula 3 Aula 4 Trilhas do Aprendente, Vol. 2 - Política Educacional 274 das políticas públicas diz respeito ao caráter da democracia, assumida pelo Governo que estiver à frente do Estado. No modelo de ‘democracia representativa’, a sociedade civil pouco consegue exercer um papel efetivo nessas formulações, mas se a democracia for de caráter ‘participativo’, a sociedade poderá se organizar e disputará projetos, deixando de ser mera expectadora. E isso ocorre, segundo Gohn (2000), valendo-se do direito de manifestação, de transgressão e de reivindicação da sociedade, que se dá por meio de mobilizações públicas das associações de bairros, dos sindicatos de trabalhadores(as), dos movimentos sociais, das organizações não governamentais (ONGs) etc. Nessa acepção, a idéia de política pública está associada ao conjunto de ações articuladas com recursos públicos (financeiros e humanos) que envolvem uma dimensão temporal, por meio de diversos tipos de planejamentos, legislações, decretos, mecanismos de acompanhamento e avaliação dos resultados. Essas políticas públicas não se reduzem à ‘implementação de serviços’ pelo Estado, para ser colocadas como metas de curto prazo de assistência do mesmo. Devem ser formuladas englobando projetos de natureza ético-política e compreender as diversas e complexas mediações entre o Estado e a sociedade civil. Ao citar as abordagens de Muller e Joubert, a pesquisadora em políticas públicas, Janete Lins de Azevedo (2004), enfatiza que a amplitude do espaço ‘político’ das políticas públicas prefigura na dialética da relação entre a ‘reprodução global’ das sociedades e a ‘reprodução de cada setor específico’, para o qual se concebe e implementa uma determinada política. Na sociedade brasileira, o campo das políticas públicas na educação foi historicamente marcado por um modelo de ‘cidadania regulada’, como assinalava José Murilo de Carvalho (2002), por entender que o direito de reivindicar direitos foi duramente reprimido no Brasil, em quase todos os momentos decisivos. Ghiraldelli Jr. (2002) entende que somos herdeiros de uma herança colonial escravocrata, em que o ‘ensinar’ jesuítico transpunha uma imposição cultural eurocêntrica que marcaria os demais tipos de ensino que vigoraram: as aulas régias, as escolas do ‘ler e escrever’ etc. Durante a Primeira República, ou República Velha, deflagraram-se dois movimentos na sociedade civil em defesa de políticas educacionais: “o entusiasmo pela Educação” e o “otimismo pedagógico”. O primeiro salientando a abertura das escolas públicas, e o segundo se preocupando com métodos e conteúdos de ensino. Mesmo assim, os governos oligárquicos da época não reconheceram o ensino público como prioridade, e nenhum recurso específico foi investido, de forma determinada, na educação pública. Assim, cada Estado federativo deveria arcar com os gastos dos seus colégios que, em geral, eram alguns Lyceus e escolas normais. Para a União, ficava a responsabilidade de manter apenas os gastos com algumas faculdades, sendo que as poucas que existiam eram mantidas com recursos diretos do Exército, já que não havia, até então, um ministério específico da educação. No iníciodo Séc. XX, um tipo de ideário libertário e contestatório pairava no ar, manifestando- se nos contextos da Semana de Arte Moderna (1922), do Tenentismo (1920), das mobilizações do movimento operário anarquista trazido pelos imigrantes europeus, do movimento sufragista das mulheres etc. UNIDADE IIUNIDADE I UNIDADE III Aula 2Aula 1 Aula 3 Aula 4 275 UNIDADE IIUNIDADE I UNIDADE III Aula 2Aula 1 Aula 3 Aula 4 DESAFIOS 1) Leia o texto: <A Educação como direito: questões envolvidas com base em uma abordagem histórica>. 2) Em seguida, debata sobre suas possíveis dúvidas ou o que pôde depreender do contexto com o(a)s mediadores(as) pedagógico(a)s a distância no Ambiente Virtual de Aprendizagem - Moodle. Atenção! Todos os textos indicados para leitura no componente curricular Política Educacional encontram-se no CD-rom do(a) Aprendente. Se tiver dificuldades para acessá-los, consulte o(a) mediador(a) pedagógico(a) no Pólo Municipal de Apoio Presencial. O desafio 2 deve ser realizado virtualmente. Por isso, você precisa atentar para o período estabelecido pelo professor-pesquisador. É funda- mental cumprir os prazos definidos para a postagem de cada desafio para evitar acúmulo de atividades e posteriores reposições e/ou recuperações. Para ler o texto, utilize o CD-rom do(a) Aprendente. Acesse os <links indicados> do componente curricular Política Educacional. Contudo, o ‘Manifesto dos Pioneiros’, lançado em 1932, elaborado por Fernando de Azevedo e por um conjunto de educadores(as) da época, sem dúvidas, impulsionou o olhar de boa parte da sociedade para os problemas da educação. Ora, só após a 2ª Guerra Mundial, a Organização das Nações Unidas (ONU) promulga a Declaração dos Direitos Humanos (1946), que declarou: Todo ser humano tem direito a instrução. A instrução será gratuita pelo menos nos graus elementares e fundamentais. A instrução técnico-profissionalizante será acessível a todos, bem como a Instrução Superior está baseada no Mérito. Isso influenciou as ‘Cartas Magnas’ dos países signatários, em todo o mundo, para constituírem seus fundos na educação, como parte orgânica dos ‘Direitos Humanos e Civis’ da sociedade que deveriam ser cumpridos pelo Estado. Passaremos agora a estudar o texto de apresentação, A Educação como direito: questões envolvidas com base em uma abordagem histórica. Trilhas do Aprendente, Vol. 2 - Política Educacional 276 UNIDADE IIUNIDADE I UNIDADE III Aula 2Aula 1 Aula 3 Aula 4 AULA 2: EDUCAÇÃO, ESTADO E SOCIEDADE NO BRASIL (1827-1930) Vivemos, nas últimas décadas do Séc. XX, momentos de grandes mudanças no campo socioeconômico e político, na cultura, na ciência e na tecnologia. A manifestação de grandes movimentos sociais e da globalização capitalista da economia vem influenciando diretamente as comunicações e a cultura. As transformações tecnológicas tornaram possível o surgimento da era da informática e lançaram ao mundo eventos que modificaram profundamente a nossa mentalidade. Mas, como se encontrava a sociedade entre o período de 1827 até 1930? Quais eram as principais mudanças naquele período? Naquele contexto, os ideais do Iluminismo começavam a povoar o Brasil. E o que foi o <Iluminismo>? No Brasil, esses ideais chegaram trazidos por estudantes de classes abastadas, que estudavam na Europa, e pelos imigrantes, também europeus, no final do Séc. XIX e no início do Séc. XX. Durante esse período, o Brasil vivenciou dois governos imperiais (o governo de D. Pedro I - o período regencial - e o governo de D. Pedro II), a crise do regime escravista, o declínio do período imperialista e a nascente forma de governo republicana, conhecida como República Velha. O processo de reconhecimento público da classe profissional do magistério iniciou a sua afirmação nesse período, quando foi instituído um dia específico para suas celebrações e reflexões, a partir de um decreto-lei emitido pelo imperador no ano de 1827. É por ele que iniciaremos a nossa ponderação, nesta aula. Debatendo o Decreto-lei de 1827 O dia do professor é comemorado em 15 de outubro. Mas poucos sabem como e quando surgiu esse costume no Brasil. No dia 15 de outubro de 1827 (consagrado à educadora Santa Tereza D’Ávila), D. Pedro I baixou um Decreto Imperial que criou o Ensino Elementar no Brasil. Pelo decreto, “todas as cidades, vilas e lugarejos tivessem suas escolas de primeiras letras”. Esse decreto falava de algumas questões legais da educação, como: descentralização do ensino, salário dos professores, matérias básicas que todos os alunos deveriam aprender e até como os professores deveriam ser contratados. A idéia, inovadora e revolucionária, teria sido ótima, caso tivesse sido cumprida. Mas, foi somente em 1947, 120 anos depois do referido decreto, que ocorreu a primeira comemoração de um dia dedicado ao professor. Começou em São Paulo, em uma pequena escola, O Iluminismo foi um movimento filosófico, artístico, histórico e cultural que colocou o homem como o centro da razão. Esse movimento ocorreu em toda a Europa, no Séc. XVIII, e marcou profundamente os séculos seguintes. Suas idéias combatiam a ‘Idade das Trevas’, uma alusão feita à Idade Média pelos iluministas, que desejavam levar as luzes, ou seja, a verdade, através da razão, e não, a visão da fé religiosa. Você sabe como foi instituída a data 15 de outubro como o dia do(a) professor(a)? 277 no número 1520 da Rua Augusta, onde existia o Ginásio Caetano de Campos, conhecido como “Caetaninho”. O longo período letivo do segundo semestre ia de 01 de junho a 15 de dezembro, com apenas 10 dias de férias em todo esse período. Quatro professores tiveram a idéia de organizar um dia de parada para se evitar a estafa – e também de congraçamento e análise de rumos para o restante do ano. O professor Salomão Becker sugeriu que o encontro se desse no dia de 15 de outubro, data em que, na sua cidade natal, professores e alunos traziam doces de casa para uma pequena confraternização. Com os professores Alfredo Gomes, Antônio Pereira e Claudino Busko, a idéia foi lançada. Depois, cresceu e implantou-se por todo o Brasil. A celebração foi um sucesso e espalhou-se pela cidade e pelo país nos anos seguintes, até ser oficializada nacionalmente como feriado escolar pelo Decreto Federal 52.682, de 14 de outubro de 1963. O Decreto definiu a razão do feriado da seguinte forma: “Para comemorar condignamente o Dia do Professor, os estabelecimentos de ensino farão promover solenidades, em que se enalteça a função do mestre na sociedade moderna, fazendo participar os alunos e as famílias”. Fonte: <httl//www.pedagogiaemfoco.pro.br/heb05a.htm>. Acesso em: 29 out. 2007. Na verdade, a organização do sistema educacional brasileiro, enquanto um sistema nacional, só foi iniciada na década de 1930, no primeiro governo de Getúlio Vargas, mas esse é um assunto para a próxima aula. 1) Ler o <Decreto-lei de 1827> e discutir acerca do marco histórico do dia do professor no Brasil. Para tanto, você deve participar do fórum de debates sobre essa temática no Ambiente Virtual de Aprendizagem – Moodle UNIDADE IIUNIDADE I UNIDADE III Aula 2Aula 1 Aula 3 Aula 4 Para ler o texto, utilize o CD-rom do(a) Aprendente. Acesse os <links indicados> do componente curricular Política Educacional. Atenção! Todos os textos indicados para leitura no componente curricular Política Educacional encontram-se no CD-rom do Aprendente. Se tiver dificuldades para acessá-los, consulte o(a) mediador(a) pedagógico(a) no Pólo Municipal de Apoio Presencial. O desafio deve ser realizado virtualmente. Por isso, você precisa atentar para o período estabelecido pelo professor-pesquisador no AVA - Moodle. DESAFIO Trilhas do Aprendente, Vol. 2 - Política Educacional 278 AULA 3: HISTÓRIA DA ORGANIZAÇÃO DO ENSINO BÁSICO NO BRASIL, A PARTIR DE 1930 ATÉ 1988 A década de 1930 é marcada pela ascensãode Getúlio Vargas ao poder e o fim da chamada política café-com-leite ou República dos coronéis. É a partir desse período que se busca, pela primeira vez, organizar o sistema educacional em nível nacional. A permanência de Getúlio Vargas no poder foi dividida em três fases, a saber: 1ª fase: de 1930 a 1937 – Período de implantação de um governo voltado para políticas trabalhistas e conquistas sociais, como: a conquista do voto feminino, do salário mínimo e da jornada de trabalho em 8 horas, entre outros. Essa fase tem como elemento principal de análise a Reforma Francisco Campos. 2ª fase: de 1937 a 1945 – Período do Estado Novo, também conhecido como a Ditadura Vargas. Alguns direitos fundamentais democráticos foram retirados, com a imposição de uma nova constituição, com perseguições políticas para quem discordasse de sua política e as aproximações do governo Vargas com o <regime fascista> italiano. Destacam-se, nesse momento histórico em que durou o Estado Novo: as leis Orgânicas do Ensino e as que criaram o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) e o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (SENAC). 3ª fase: Depois do governo Dutra (1946-1950), Getúlio Vargas volta ao poder, de 1950 a 1954, eleito pelo povo, instituindo uma fase que ficou conhecida como Período Populista, reunindo todas as garantias trabalhistas em um só documento, intitulado: <Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT)>. Ainda durante esse período, o seu governo se aproximou das forças populares e criou algumas estatais, como a Petrobrás. Essa fase foi interrompida pelo suicídio de Vargas. Em 1932, Getúlio Vargas enfrentou a revolta dos paulistas, cobrando-lhe uma nova constituição, que só ocorreria em 1934. Por essa razão, esse movimento foi chamado de Revolta Constitucionalista. Durante o período getulista, pouco foi assimilado da orientação do ‘Manifesto dos Pioneiros’, nas duas constituições elaboradas (1934 e 1937), no que diz respeito à educação. Na verdade, o ideário trabalhista, nacionalista, populista e de ‘boa’ aproximação com as antigas oligarquias foi uma premissa do governo getulista, que o levou para uma tendência de priorizar o ensino técnico profissionalizante - tendência tecnicista –, o que ficou claro nas reformas Francisco Campos e Capanema. UNIDADE IIUNIDADE I UNIDADE III Aula 2Aula 1 Aula 3 Aula 4 Regime fascista: Um regime político adotado pelo presidente da Itália, Benito Mussolini, durante o período da segunda Guerra Mundial (1939-1945), que pregava um tipo de nacionalismo, em que, quem não tivesse esse sentimento ou não fosse italiano poderia ser banido, preso ou torturado. Esse regime político é reconhecido como do tipo totalitário e racista. CLT: A Consolidação das Leis Trabalhistas foi um sistema adotado pelo governo Vargas, que veio reunir vários direitos dos trabalhadores, em um único documento, como o direito: a férias; a, pelo menos, um dia de descanso semanal; à jornada de oito horas de trabalho; ao décimo terceiro salário etc. 279 UNIDADE IIUNIDADE I UNIDADE III Aula 2Aula 1 Aula 3 Aula 4 Alguns decretos importantes na educação foram editados, a partir da década de 1930, segundo Ribeiro (2003, p. 107), tais como: √ Decretos nº 19.851 e 19.852, de 11 de abril de 1931: estabelecem a reforma do ensino superior. Revestem a importância de se ter adotado o sistema universitário, contendo a criação de reitorias, com a função de coordenar administrativamente as faculdades. Em cada instituição universitária, fica estabelecida, pelo menos, a incorporação de três institutos: Direito, Medicina e Engenharia. √ Decreto nº 19.890, de 18 de abril de 1931: conhecido como Reforma Francisco Campos, organiza o ensino secundário com o objetivo de transformá-lo em um curso eminentemente educativo. Para tanto, o ensino secundário ficou dividido em duas partes: a primeira, com a educação de cinco anos (curso fundamental), era o curso de “formação do homem”, e a segunda, dividida em dois anos, visava à adaptação às futuras especificações profissionais. Esse decreto também tornou, na segunda fase, a obrigatoriedade de cadeiras como: Sociologia, História da Filosofia, Higiene, Economia Política e Estatística. √ Decreto nº 20.158, de 30 de junho de 1931: altera o ensino comercial, que passa a ser <propedêutico> (três anos), seguido de cursos técnicos (de um a três anos). Foi durante esse período que, em 1932, se elaborou o Manifesto dos Pioneiros da Educação, escrito por vários educadores e coordenado por Fernando de Azevedo, colocando o ideário da Escola Nova, que tinha como filosofia “aprender a aprender” e já era discutido desde o Séc. XIX, na Europa. Algumas das aspirações contidas no Manifesto de 1932 só foram postas em prática depois do Estado Novo, devido a diversos conflitos entre o Estado, educadores e a igreja católica. Outras, porém, não foram levadas em conta. Mas, foi somente com a Constituição de 1934 que o Estado vinculou, pela primeira vez, recursos públicos para o ensino e estabeleceu que a União e os municípios aplicassem nunca menos que 10%, e os estados e o Distrito Federal (DF), nunca menos que 20% da renda resultante dos impostos da época. Já a Constituição de 1937 esqueceu completamente o assunto. E a educação, como ficou nesses períodos? P R O P E D Ê U T I C O : Segundo o dicionário Aurélio, propedêutico significa preliminar; que serve de introdução. Mas, na Educação, significa um tipo de ensino que abarca um currículo mínimo de matérias, c o n s i d e r a d a s elementares, como: P o r t u g u ê s , Matemática, Ciências, História, Geografia, Artes etc. e que não são matérias específicas ou referentes a cursos técnicos. Trilhas do Aprendente, Vol. 2 - Política Educacional 280 UNIDADE IIUNIDADE I UNIDADE III Aula 2Aula 1 Aula 3 Aula 4 Garantias da Educação na Constituição de 1937: • Reforma Educacional Gustavo Capanema (1942): cria a Lei orgânica do Ensino Secundário. Promulgada sob o Estado Novo, em que o Poder Executivo, na prática, exercia também as funções legislativas. Garantias da Educação na Constituição de 1934: • Reforma do ensino regular e profissional; • Criação de escolas superiores, em várias capitais do Brasil. O fim do Estado Novo, em 1945, e a aprovação da Constituição Federal de 1946 foram os acontecimentos que marcaram o início da fase de redemocratização do país, a qual se encerrou com o golpe militar de 1964. Durante esse período, permaneceu em vigor a legislação produzida na ditadura Vargas, sendo aprovada, só em 1961, a primeira Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei 4.024/61), principal documento legal até então. A partir de 1964, tendo por contexto os governos militares que se sucederam após o golpe de 1964, os elementos legais são a Lei de Diretrizes e Bases para o Ensino de 1º e 2º graus (Lei 5.692/71), os documentos que a complementam (em especial, os Pareceres do Conselho Federal de Educação) e a lei que acabou com a obrigatoriedade da profissionalização no ensino de 2º grau (Lei 7.044/82). De 1983 a 1988, com a eleição indireta do presidente da República (1984) - no contexto de um movimento político que se propunha a promover a “transição democrática” - a tumultuada posse, em março de 1985, as eleições diretas para a Assembléia Constituinte (1986) e o desenvolvimento dos trabalhos para elaboração da Nova Constituição Federal (1987/1988), tivemos um panorama político em evolução de reconquista da democracia. A nova Carta Constitucional, aprovada em 04 de outubro de 1988, estabeleceu os princípios legais da Educação Nacional. Fragmentos extraídos do esboço de um programa educacional contido no Manifesto de 1932: I. Estabelecimento de um sistema completo, com uma estrutura orgânica, conforme as necessidades brasileiras, as novas diretrizes econômicas e sociais da civilização atual e os seguintes princípios gerais:a) A educação é considerada em todos os seus graus como uma função social e um serviço essencialmente político que o Estado é chamado a realizar com a cooperação de todas as instituições sociais; b) Cabe aos estados federados organizar, custear e ministrar o ensino em todos os graus, de acordo com os princípios e as normas gerais estabelecidas na Constituição e nas Leis ordinárias pela União, a quem compete a educação na capital do país, uma ação supletiva onde quer que haja deficiência de meios e a ação fiscalizadora, coordenadora e estimuladora pelo Ministério da Educação [...]. 281 DESAFIO 1) Assista ao vídeo sobre a <Retrospectiva 500 Anos: Os fatos que marcaram a história do Brasil>. Em seguida, elabore um resumo do filme e poste-a no Ambiente Virtual de Aprendizagem – Moodle (http://www.ead.ufpb.br). Em caso de dúvidas, comunique- se com o(a)s mediadores(as) pedagógico(a)s a distância. UNIDADE IIUNIDADE I UNIDADE III Aula 2Aula 1 Aula 3 Aula 4 Atenção! Se tiver dificuldades ou dúvidas durante a realização do desafio, comunique-se com o(a)s mediadores(as) pedagógico(a)s a distância do componente curricular Política Educacional. Por fim, depois de percebermos que muito pouco do que estava preconizado pelo programa educacional inspirado no Manifesto dos Pioneiros foi posto em prática na legislação do país, durante as décadas de 1930 e 1940, faz-se necessário entender os conflitos históricos antecedentes e posteriores, que marcaram essa nossa história brasileira, em breve retrospectiva. Para tanto, passemos ao seu próximo desafio. Para assistir ao vídeo indicado, dirija-se ao Pólo Municipal de Apoio Presencial e solicite-o ao(à) m e d i a d o r ( a ) p e d a g ó g i c o ( a ) presencial. Trilhas do Aprendente, Vol. 2 - Política Educacional 282 UNIDADE IIUNIDADE I UNIDADE III Aula 2Aula 1 Aula 3 Aula 4 AULA 4: REVISÃO DA UNIDADE I Caro(a) aprendente, como vimos, ao longo desta Unidade, a educação é inseparável da política. Como dizia Paulo Freire, “A educação é um ato político”. É evidente que a nossa preocupação é com as políticas educacionais, e, não, com as políticas partidárias. Porém, não podemos esquecer que são os políticos que elaboram as políticas públicas que estruturam a educação, certamente, sob a pressão da sociedade civil. Logo, a educação é uma prática política de construção e transmissão dos conhecimentos e costumes de uma população, localizada num território, gerido pelo Estado. Como exemplo, podemos tomar a educação a distância, que é uma política defendida, incentivada e financiada pelo governo federal. Ora, a educação é ou não é o resultado de uma conquista histórica? Aprendemos que “a educação, como todo direito humano, é fruto de conquistas históricas resultante de conflitos, lutas, processos societários formais e não-formais, que se configuram em distintos projetos sociais” (Aula 1). Além disso, ficou claro que [...] o Estado gera como resultado de seu funcionamento a produção de políticas públicas condicionadas à política constitucional, enquanto que a sociedade civil reivindica participar, ‘ser ouvida’, intervir nas formulações dessas práticas, ou mesmo, questionar o sistema de governo que não esteja efetivando a política necessária à manutenção de garantias de sobrevivência, como: saúde, educação, trabalho, moradia etc. Vimos também que, entre a aprovação de uma lei e a sua aplicação na sociedade, há uma distância muito grande, que só é superada com a participação das pessoas interessadas cobrando seus direitos. Um exemplo concreto é o “Dia dos Professores”, que foi instituído em 1827, mas somente em 1947, 120 anos depois, é que ocorreu a primeira comemoração de um dia dedicado a esses profissionais (Aula 2). Durante a Aula 3, verificamos que a organização legal do sistema educacional brasileiro, em dimensão nacional, começou no primeiro governo de Getúlio Vargas, com os Decretos nº 19.851 e 19.852, de 11 de abril de 1931, de reorganização do ensino superior, e nº 19.890, de 18 de abril de 1931, conhecido como Reforma Francisco Campos, que reorganizou o ensino secundário. Pudemos, ainda, acompanhar que [...] a primeira Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei 4.024/61), principal documento legal até então, foi do ano de 1961 [...] e que, a partir de 1964, tendo por contexto os governos militares que se sucederam após o golpe de 1964, os principais elementos legais constituídos foram a Lei de Diretrizes e Bases para o Ensino de 1º e 2º graus (Lei 5.692/71), os documentos que a complementam (em especial, os Pareceres do Conselho Federal de Educação) e a lei que acabou com a obrigatoriedade da profissionalização no ensino de 2º grau (Lei-7.044/82). 283 UNIDADE IIUNIDADE I UNIDADE III Aula 2Aula 1 Aula 3 Aula 4 A importância de saber sobre esses decretos e as legislações educacionais está em todo o nosso percurso deste componente curricular. Você sabe o porquê? Simplesmente, para que tenhamos a noção dos desafios observados entre os discursos educacionais, entre o que foi proclamado (contido nos decretos) e o que foi vivenciado (transformado em políticas educacionais e cumpridas efetivamente). Nesse contexto, o discurso educacional brasileiro se reveste de características próprias de uma sociedade que se organizou e se desenvolveu sob a égide das determinações da sociedade burguesa. Portanto, ganha realce a idéia da universalização dos direitos do cidadão, impulsionados e conquistados no âmbito dos direitos do homem. É no enfrentamento dos discursos oficiais que a questão da cidadania assume lugar de destaque nos debates e nas diferentes posturas que o governo assume entre a oficialidade das propostas para minimização/superação da exclusão social e as características da cidadania, vivenciada e tecida pela mediação dos aspectos materiais e político-sociais de cada momento histórico-social. 1) Produzir um <resumo> (com, no máximo, duas páginas) expondo os pontos relevantes sobre o período estudado e encaminhá-lo para o(a)s mediadores(as) pedagógico(a)s a distância, por meio do Ambiente Virtual de Aprendizagem – Moodle. 2) Participar do debate promovido no <chat> sobre essa síntese final. DESAFIOS Atenção! O chat é uma comunicação síncrona, ou seja, ocorre em tempo real. Isso requer que todo(a)s o(a)s aprendentes estejam conectado(a)s ao mesmo tempo. Deste modo, o professor-pesquisador divulgará no AVA - Moodle, com antecedência, o dia e o horário para a realização do bate-papo (chat). Para postar o resumo e participar do chat, você deverá acessar o AVA - Moodle. www.ead.ufpb.br Trilhas do Aprendente, Vol. 2 - Política Educacional 284 UNIDADE IIUNIDADE I UNIDADE III Aula 6Aula 5 Aula 7 Aula 8 UNIDADE II ESTRUTURA E FUNCIONAMENTO DA EDUCAÇÃO BÁSICA NA REALIDADE ATUAL AULA 5: A NOVA LDB (LEI 9.394/96) E A ORGANIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO NACIONAL A legislação brasileira apresentou um grande avanço no campo da educação, com a promulgação da Constituição de 1988. O capítulo de educação nela inserido deu os rumos da legislação posterior, no âmbito dos estados, dos municípios e do Distrito Federal. A partir daí, surgem novas leis para regulamentar os artigos constitucionais e estabelecer diretrizes para a educação no Brasil. A principal delas foi a Lei de Diretrizes e Bases (LDB). A LDB não contemplou a vontade da sociedade civil organizada, que também havia discutido, elaborado e apresentado uma proposta de LDB ao Congresso Nacional, mas que terminou tendo uma redação substitutiva, elaborada pelo senador Darcy Ribeiro, a qual foi sancionada pelo presidente da República, Fernando Henrique Cardoso, no dia 20 de dezembro de 1996. A LDB orienta as políticas públicas no tocante a todos os níveis de ensino, como a educação infantil, o ensino fundamental, o ensino médio, a educação de jovens e adultos, o ensino superior e outros níveis e modalidades deensino, como: a educação especial, a educação indígena e a educação quilombola, embora cada uma dessas modalidades necessite de outras Leis, que são legislações específicas, que delimitam suas diretrizes curriculares e definem as instituições parceiras na execução de sua prática. Para melhor entender a LDB e suas determinações em cada nível de ensino e o financiamento e o caráter do ensino público e privado no Brasil, passemos ao nosso próximo passo - entender o que está exposto em alguns dos principais artigos da LDB. É verdade que o ideal é lê-la na totalidade de seus onze títulos e noventa e dois artigos. De acordo com a LDB, qual a abrangência da Educação? A Educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o quê? Art. 1º. A educação abrange os processos formativos que se desenvolvem na vida familiar, na convivência humana, no trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos movimentos sociais e organizações da sociedade civil e nas manifestações culturais. Art. 2º. A educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. 285 Nesse Artigo, encontramos uma diminuição significativa da responsabilidade do Estado brasileiro, quando comparamos com o Art. 205 da Constituição Brasileira, como exposto abaixo: Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. Caro aprendente, como você pode observar, o Art. 205 da Constituição reza que a responsabilidade para com a educação é, primeiro, do Estado e, depois, da família. Porém, na LDB, os papéis se invertem, pois a responsabilidade passa a ser papel primordial da família, ficando a responsabilidade do Estado reduzida, uma verdadeira inversão de valores. A partir de que idade é dever dos pais ou dos responsáveis efetuar a matrícula dos menores no ensino fundamental? UNIDADE IIUNIDADE I UNIDADE III Aula 6Aula 5 Aula 7 Aula 8 Art. 6º. É dever dos pais ou reponsáveis efetuar a matrícula dos menores, a partir dos seis anos de idade, no ensino fundamental. O que caberá a cada ente da Federação no tocante à organização da Educação Nacional? Art. 8º... § 1º Caberá à União a coordenação da política nacional de educação, articulando os diferentes níveis e sistemas e exercendo função normativa, redistributiva e supletiva em relação às demais instâncias educacionais. § 2º Os sistemas de ensino terão liberdade de organização nos termos desta Lei. Art. 9º. A União incumbir-se-á de: I - elaborar o Plano Nacional de Educação, em colaboração com os Estados, o Distrito Federal e os Municípios; II - organizar, manter e desenvolver os órgãos e instituições oficiais do sistema federal de ensino e o dos Territórios; III - prestar assistência técnica e financeira aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios para o desenvolvimento de seus sistemas de ensino e o atendimento prioritário à escolaridade obrigatória, exercendo sua função redistributiva e supletiva; [...] * Ainda sobre esse tema, ler os incisos IV, V, VI, VII, VIII, IX e X do Artigo 9º, da LDB. Trilhas do Aprendente, Vol. 2 - Política Educacional 286 E que parcela caberá aos estabelecimentos de ensino e aos docentes? Quais são as classificações administrativas das instituições de ensino? Explique como poderá ser organizada a educação básica. UNIDADE IIUNIDADE I UNIDADE III Aula 6Aula 5 Aula 7 Aula 8 Art. 12. Os estabelecimentos de ensino, respeitadas as normas comuns e as do seu sistema de ensino, terão a incumbência de: I - elaborar e executar sua proposta pedagógica; II - administrar seu pessoal e seus recursos materiais e financeiros; III - assegurar o cumprimento dos dias letivos e horas-aula estabelecidas; IV - velar pelo cumprimento do plano de trabalho de cada docente; V - prover meios para a recuperação dos alunos de menor rendimento. Art. 13. Os docentes incumbir-se-ão de: I - participar da elaboração da proposta pedagógica do estabelecimento de ensino; II - elaborar e cumprir plano de trabalho, segundo a proposta pedagógica do estabelecimento de ensino; III - zelar pela aprendizagem dos alunos; IV - estabelecer estratégias de recuperação para os alunos de menor rendimento; V - ministrar os dias letivos e horas-aula estabelecidos, além de participar integralmente dos períodos dedicados ao planejamento, à avaliação e ao desenvolvimento profissional; [...] Art. 19. As instituições de ensino dos diferentes níveis classificam-se nas seguintes categorias administrativas: I - públicas, assim entendidas as criadas ou incorporadas, mantidas e administradas pelo Poder Público; II - privadas, assim entendidas as mantidas e administradas por pessoas físicas ou jurídicas de direito privado. [...] Art. 23. A educação básica poderá organizar-se em séries anuais, períodos semestrais, ciclos, alternância regular de períodos de estudos, grupos não- seriados, com base na idade, na competência e em outros critérios, ou por forma diversa de organização, sempre que o interesse do processo de aprendizagem assim o recomendar. 287 A Lei 10.639/2003 atualizou a LDB. O que ela incluiu em seu novo texto? A que se destina a Educação de jovens e adultos? As escolas técnicas e profissionais podem oferecer cursos sem condicioná-los ao nível de escolaridade? Cite quatro das finalidades da Educação Superior no Brasil, de acordo com a LDB. UNIDADE IIUNIDADE I UNIDADE III Aula 6Aula 5 Aula 7 Aula 8 Altera a Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da Rede de Ensino a obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-Brasileira” e incluir o 20 de novembro como “Dia Nacional da Consciência Negra”. Art. 37. A educação de jovens e adultos será destinada àqueles que não tiveram acesso ou continuidade de estudos no ensino fundamental e médio na idade própria. § 1º Os sistemas de ensino assegurarão gratuitamente aos jovens e aos adultos, que não puderam efetuar os estudos na idade regular, oportunidades educacionais apropriadas, consideradas as características do alunado, seus interesses, condições de vida e de trabalho, mediante cursos e exames. § 2º O Poder Público viabilizará e estimulará o acesso e a permanência do trabalhador na escola, mediante ações integradas e complementares entre si. Art. 42. As escolas técnicas e profissionais, além dos seus cursos regulares, oferecerão cursos especiais, abertos à comunidade, condicionada a matrícula à capacidade de aproveitamento e não necessariamente ao nível de escolaridade. Art. 43. A educação superior tem por finalidade: I - estimular a criação cultural e o desenvolvimento do espírito científico e do pensamento reflexivo; II - formar diplomados nas diferentes áreas de conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação no desenvolvimento da sociedade brasileira e colaborar na sua formação contínua; III - incentivar o trabalho de pesquisa e investigação científica, visando ao desenvolvimento da ciência e da tecnologia e à criação e difusão da cultura, e, desse modo, desenvolver o entendimento do homem e do meio em que vive; [...] VII - promover a extensão, aberta à participação da população, visando à difusão das conquistas e benefícios resultantes da criação cultural e da pesquisa científica e tecnológica geradas na instituição. Trilhas do Aprendente, Vol. 2 - Política Educacional288 O que é educação especial, segundo a LDB? Quais são os fundamentos da formação dos profissionais de educação? Excetuando-se a educação superior, quantas horas, no mínimo, devem ser dedicadas à prática da formação docente? Quais são os recursos públicos destinados à educação? UNIDADE IIUNIDADE I UNIDADE III Aula 6Aula 5 Aula 7 Aula 8 Art. 58. Entende-se por educação especial, para os efeitos desta Lei, a modalidade de educação escolar, oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para educandos portadores de necessidades especiais. Art. 61. A formação de profissionais da educação, de modo a atender aos objetivos dos diferentes níveis e modalidades de ensino e às características de cada fase do desenvolvimento do educando, terá como fundamentos: I - a associação entre teorias e práticas, inclusive mediante a capacitação em serviço; II – o aproveitamento da formação e experiências anteriores em instituições de ensino e outras atividades. Art. 65. A formação docente, exceto para a educação superior, incluirá prática de ensino de, no mínimo, trezentas horas. Art. 68. Serão recursos públicos destinados à educação os originários de: I - receita de impostos próprios da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios; II - receita de transferências constitucionais e outras transferências; III - receita do salário-educação e de outras contribuições sociais; IV - receita de incentivos fiscais; V - outros recursos previstos em lei. 289 UNIDADE IIUNIDADE I UNIDADE III Aula 6Aula 5 Aula 7 Aula 8 Art. 77. Os recursos públicos serão destinados às escolas públicas, podendo ser dirigidos a escolas comunitárias, confessionais ou filantrópicas que: I - comprovem finalidade não-lucrativa e não distribuam resultados, dividendos, bonificações, participações ou parcela de seu patrimônio sob nenhuma forma ou pretexto; II - apliquem seus excedentes financeiros em educação; III - assegurem a destinação de seu patrimônio a outra escola comunitária, filantrópica ou confessional, ou ao Poder Público, no caso de encerramento de suas atividades; IV - prestem contas ao Poder Público dos recursos recebidos. DESAFIOS 1) Organize um grupo de estudos composto por, no máximo, cinco aprendentes de seu Pólo Municipal de Apoio Presencial. Em seguida, procedam à leitura e à análise da <Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB)>. 2) Após o estudo, o grupo deve elencar cinco pontos relevantes, definidos nesse documento, para a melhoria da qualidade do ensino na Educação Básica e postá-los no AVA - Moodle. Sugestão: Dividir os grupos para a análise do texto por Títulos da LDB. Atenção! Se tiver dificuldades ou dúvidas durante a realização do desafio. Comunique-se com o(a)s mediadores(as) pedagógico(a)s a distância do componente curricular Política Educacional. O arquivo digital da LDB encontra-se disponível no CD-rom do Aprendente e no e n d e r e ç o : www.planalto.gov.br/ C C I V I L _ 0 3 / L E I S / L9394.htm. Faça o download do arquivo para leitura. Os recursos públicos podem ser direcionados a outras instituições de ensino que não as públicas? Trilhas do Aprendente, Vol. 2 - Política Educacional 290 AULA 6: GESTÃO DEMOCRÁTICA DA EDUCAÇÃO A educação, enquanto uma prática social histórica, é entendida sob várias concepções e projetos de sociedade que, por vezes, revelam-se antagônicos. Tais projetos subsidiam a elaboração das políticas educacionais, dando-lhes formas diversas e conteúdo próprio. No campo da gestão da educação, localizamos o embate entre perspectivas diferenciadas: de um lado, projetos autoritários de sociedade, que se afirmam em um modelo de gestão centralizador pouco participativo e desvinculado da realidade de grande parte da comunidade escolar; de outro, os defensores da gestão democrática, fundada na luta por uma escola aberta às discussões dos diversos sujeitos sociais nela envolvidos - professores, alunos e funcionários. Os principais impasses e perspectivas para a estrutura e o funcionamento dos sistemas de ensino e a organização do trabalho na escola almejam um projeto em que prevaleçam as possibilidades de uma escola pública autônoma, democrática e cidadã. Inscrever a escola na ordem das mudanças sociais que se impõem na contemporaneidade deve primar por uma proposta político-pedagógica emancipatória. Sendo assim, duas vertentes merecem destaque: - A institucionalidade política: que se pretende imprimir à prática educativa em uma opção pedagógica coerente com uma concepção de realidade, de conhecimento, de homem e de sociedade expressa na dimensão política do projeto; - A Inclusão de novos paradigmas da educação: como a afetividade, a solidariedade e a cooperação, entre outros, no contexto escolar, que sustentarão a organização curricular, orientando o processo de construção do conhecimento e da sociedade. Nesse novo paradigma da escola, impõe-se a compreensão de que repensar a organização escolar e o currículo estabelece uma dinâmica que ultrapassa a mera instrumentação para “saber fazer” e dialoga com outras necessidades, como a ética e a pluralidade social. Segundo Azevedo (1994), a administração pública da escola deve se fundar em uma visão sistêmica, aberta e dinâmica, que valorize a contradição, a mudança e o conflito. Esse sistema trabalha a tensão e o conflito, em um sistema aberto de ensino. Na prática desse paradigma, o da ‘autonomia’ da escola figura como algo a ser conquistado e construído, permanentemente. Como estudamos anteriormente, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB, nº 9.394/96) dá alguns passos em direção à descentralização e à autonomia da escola, mas ainda conserva a estrutura do sistema centralizado, pois não prevê, por exemplo, eleições diretas para os seus gestores. O Projeto Político-pedagógico, também conhecido como ‘PPP’, tenta abarcar um projeto coletivo da escola, a partir de reflexões de vários sujeitos (gestores, docentes, supervisores(as), coordenadores(as), alunos(as), pais e mães de alunos(as), líderes comunitários(as), agentes comunitários(as) de saúde etc.), em um processo de reflexões que culmina no planejamento das ações e das metas da escola até os eixos norteadores dos componentes curriculares, no campo do ensino, sempre buscando responder: O que queremos e o que pretendemos na educação? Qual será a nossa identidade, enquanto educadores(as) e educandos(as)? UNIDADE IIUNIDADE I UNIDADE III Aula 6Aula 5 Aula 7 Aula 8 291 Essa identidade é construída no confronto das relações sociais que se dão no contexto da sociedade ampla, onde se defronta a divisão social do trabalho e da distribuição social do conhecimento, especificando-se responsabilidades e comprometimentos, nas relações cotidianas que se dão no espaço/tempo da escola. As novas bases da gestão educacional da escola vislumbram um campo de profissionais engajados em seu trabalho e acionadores de uma nova proposta de educação. O que se supõe autonomia e descentralização, que aumenta os poderes locais, ao mesmo tempo amplia a responsabilidade e exige maior preparo dos gestores educacionais. A gestão escolar, concebida sob esse prisma, configura-se como uma atividade conjunta dos elementos nela envolvidos, em que as responsabilidades são compartilhadas e os objetivos, estabelecidos conjuntamente. A gestão democrática é uma exigência do projeto político-pedagógico, uma vez que a autonomia e a gestão democrática são partes da própria natureza do ato pedagógico e se dão através da reflexão, da problematização, do estudo, da aplicação, da avaliação e da reformulação, em função das próprias mudanças sociais e institucionais. Para isso, é preciso que a sociedade e o poder público tenham um consenso sobre a função da escola, o que pode esperar e o que cobrar dela. Nessa perspectiva,focalizar a função social da escola e a gestão significa fazer da gestão democrática o eixo principal da organização do processo educativo, da administração ao pedagógico, ou seja, o elo central da unidade escolar. Nessa direção, as possibilidades de organização da sociedade civil, a elevação das demandas por melhor qualidade de vida e a compreensão mais ampla da educação como um direito e um dever de todos abrem perspectivas para o fortalecimento do sistema educacional. Na prática desse projeto de escola, predomina o ecletismo, o confronto entre uma visão estática e uma visão dialética, dinâmica e aberta do sistema. No entanto, um sistema educativo descentralizado só tem condição de funcionar a favor da democratização e da cidadania, da qualidade dos serviços públicos e da transparência administrativa se contar com uma sólida estrutura de participação efetiva da população. Segundo Gadotti (1992), a gestão democrática da escola pública justifica-se por duas razões: - A escola deve formar para a cidadania e, por isso, deve dar exemplo em suas práticas educativas. Portanto, é um passo decisivo no aprendizado da democracia, estando a serviço da comunidade e buscando criar um espírito comunitário; - A gestão democrática da escola pode melhorar o processo ensino-aprendizagem. A participação na gestão escolar proporcionará melhor conhecimento do seu funcionamento e de todos(as) os(as) agentes e propiciará um contato permanente entre professores(as) e educandos(as). A escola tem o aluno como sujeito de sua aprendizagem. Assim, desempenhando o papel de articulador(a) e educador(a) da coletividade, o(a) gestor(a) escolar tem de saber ouvir, conectar idéias, questionar, inferir, traduzir posições e sintetizar uma política de ação, com o propósito de coordenar efetivamente o processo educativo. Será, então, que o(a) gestor(a) da sua escola está preparado(a) para trabalhar dessa forma? UNIDADE IIUNIDADE I UNIDADE III Aula 6Aula 5 Aula 7 Aula 8 Trilhas do Aprendente, Vol. 2 - Política Educacional 292 A autonomia e a participação são pressupostos do projeto político-pedagógico e precisam ser sentidas nos Conselhos Escolares, que têm como responsabilidade fiscalizar ações pedagógicas e recursos que são destinados às escolas. Assim, refletindo ‘a cara que tem o PPP’ e a que ‘deseja ter’, com seu cotidiano, o seu tempo e espaço, sua construção é interdisciplinar, não bastando apenas teoria. O PPP é considerado um instrumento de renovação da escola e de suas práticas. No Brasil, a autonomia da escola encontra suporte na própria Constituição Federal (1988), que institui a “democracia participativa” (Art. 1º.) e estabelece como princípios básicos: “o pluralismo de idéias e de concepções pedagógicas e a gestão democrática do ensino público” (Art. 208). Esses princípios podem ser considerados como fundamentos da autonomia da escola e sua identidade. Nesse contexto, a função da educação é a formação da cidadania e da democracia. Para tanto, é preciso que os educadores se vejam como cidadãos participantes da construção da sociedade e do conhecimento, sendo capazes de criar ou mudar a ordem social, criando formas de pensar, sentir e atuar junto com um grupo de alunos, por meio do trabalho, com o conhecimento e os valores da sociedade. Ao serem capazes de participar ativamente da sociedade, os educadores terão condições de converter a escola no primeiro espaço público democrático do aluno, criando possibilidades de perceber, viver e atuar, interagindo com as múltiplas relações que perpassam toda a sociedade. O aluno é um cidadão que deve aprender a debater e a construir o espaço político, tendo seus direitos garantidos. Para realizar um ensino de qualidade e cumprir com autonomia seu papel na sociedade, as escolas têm de romper com o modelo burocrático de gestão que regula seu trabalho conforme as regras fixadas e à obediência às leis, não dando espaço para a inovação, a participação e a criatividade. Romper com o modelo burocrático de gestão da escola é criar condições para que mudanças e inovações não sejam bloqueadas e haja envolvimento de todos os profissionais da escola em dinâmicas de mudança. É nos sistemas públicos de ensino que cabe a operacionalização de tais diretrizes, ao estabelecer uma política de atendimento, que revele até que ponto se prioriza o ensino básico no país. Sposito & Carrano (2007), em sua acepção mais genérica, concebem que a idéia de políticas públicas está associada, também, a um conjunto de ações articuladas com recursos próprios (financeiros e humanos), envolve uma dimensão temporal (duração) e alguma capacidade de impacto. Nesse mesmo raciocínio, as políticas públicas não se reduzem à implantação de serviços, pois englobam projetos de natureza ético-política e compreendem níveis diversos de relações entre o Estado e a sociedade civil na sua constituição. Situam-se também no campo de conflitos entre atores que disputam orientações na esfera pública e os recursos destinados à sua implantação. É preciso, pois, não confundir políticas públicas com políticas governamentais. Analisando o texto sobre “A constituição das políticas públicas no Brasil” (próximo desafio), compreenderemos como, além da LDB, outras importantes políticas educacionais se inserem nesse processo de gestão da educação, a saber: UNIDADE IIUNIDADE I UNIDADE III Aula 6Aula 5 Aula 7 Aula 8 293 • O <Plano Nacional de Educação (PNE)>, sancionado em 2001, que prevê um planejamento para toda uma década em todos os níveis de educação, mas que também foi criticado, por não ter contemplado várias das propostas dos mais variados segmentos e fóruns da educação; • O <Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério (FUNDEF)>, que é o resultado de uma mudança da estrutura de financiamento do Ensino Fundamental no País e que vigora desde 1998. Além do PNE e do FUNDEF, o texto traz um quadro comparativo das principais políticas públicas voltadas para a educação, desde a década de 1980, e algumas das recentes diretrizes para a educação infantil e o ensino fundamental. UNIDADE IIUNIDADE I UNIDADE III Aula 6Aula 5 Aula 7 Aula 8 Para acessar os d o c u m e n t o s completos do PNE e FUNDEF, visite os sites: http:// portal.mec.gov.br/ arquivos/pdf/pne.pdf http:// mecsrv04.mec.gov.br/ sef/fundef/funf.shtm Trilhas do Aprendente, Vol. 2 - Política Educacional 294 UNIDADE IIUNIDADE I UNIDADE III Aula 6Aula 5 Aula 7 Aula 8 AULA 7: FINANCIAMENTO DA EDUCAÇÃO: FUNDEB Os debates sobre a educação brasileira têm sido permeados pelos confrontos entre as correntes defensoras do ensino público e os defensores do ensino privado, cujas demarcações teórico-conceituais sofrem alterações substantivas ao longo da história. Essa indefinição fronteiriça acarreta, particularmente, a ambigüidade do Estado enquanto expressão de poder público. Os embates épicos entre estadistas e privatistas vêm de longa data. Mas os debates entre as duas correntes continuam acirrados nos meios educacionais até hoje. Para efeito de análise, entende-se a educação como uma prática social contraditória, com objetivos e fins nem sempre convergentes, resultantes da sua caracterização como campo de disputas hegemônicas e projetos sociais providos de historicidades e impregnados pelas condições sociais, políticas e culturais nas quais se constituem e buscam se efetivar. A partir de agora, dirigiremos um breve olhar histórico às políticas de financiamento da Educação do nosso país, até chegarmos ao atual FUNDEB. Antes, porém, é necessário entender o que é o mercado. O mercado compreende a política ditada pelo sistema capitalista, que abarca diretrizes financeiras de ordem competitiva, atendendo aos ditames liberais e neoliberais da economia mundial. É centralizado pelo imperialismo das potências mais ricas do mundo e dirigidas, principalmente,pelo Banco Mundial (BM) e o Fundo Monetário Internacional (FMI), além de outras instituições, atrelado as suas orientações econômicas e fiscais. Segundo Cunha (2007), no Brasil, no campo da educação, o mercado compreende as instituições privadas do ensino e suas entidades representativas, como: a Associação Brasileira de Entidades Mantenedoras, a Associação Nacional das Universidades Particulares, a Associação Católica do Brasil, o Conselho Geral das instituições Metodistas, entre outras. Para Monlevade (2000), quando transitamos entre a escola da elite colonial portuguesa e a escola seletiva das províncias, buscávamos uma política de subsídios, que atendesse à classe burguesa com ‘preços’ mais acessíveis. Isso era o que almejava, cada vez mais, as escolas pagas confessionais. Por outro lado, no período Imperial, o novo Estado se deparava com vários pedidos de abertura de escolas públicas, todos os dias, feitos pelos presidentes das províncias. Esse ato influenciou o novo Imperador a dissolver a Constituição (1824) e fazer uma a seu modo. Para o professor Luiz Antônio Cunha (2007), da Universidade Federal do Rio de Janeiro, discutir o público e o privado, na educação brasileira, consiste em analisar vários meandros históricos, em que as forças ‘Estado, sociedade civil e Mercado’ determinaram o crescimento dos dois setores, público e privado, ora fortalecendo um, ora, o outro, e ora, os dois. Como já foi estudado na Aula 3, da Unidade I, foi só com a Constituição de 1934 que o Estado vinculou, pela primeira vez, recursos públicos para o ensino e estabeleceu que a União e os municípios aplicassem nunca menos que 10%, e os estados e o Distrito Federal (DF), nunca menos que 20% da renda resultante dos impostos da época. No entanto, a Constituição de 1937 esqueceu completamente o assunto. A Constituição de 1946 restabeleceu os índices de 1934. Só que os municípios passariam também a enquadrar-se na alíquota dos 20%. No entanto, nessa mesma Constituição, foram 295 criados alguns dispositivos visando às primeiras isenções de impostos do ensino pago, quando passou a ser instituído o chamado salário-educação, a ser repassado para as empresas, que começaram a transferi-lo para as escolas privadas, garantindo bolsas parciais para o custeio de educação. No início da década de 1960, mais precisamente em 1961, veio a primeira Lei de Diretrizes e Base da Educação Nacional (LDB), a Lei 4024/61, que já havia perdido muito do debate acumulado, desde o Manifesto dos ‘Pioneiros’, mas, entre outras diretrizes, garantiu várias brechas para a transferência dos recursos públicos para a iniciativa privada. No entanto, ampliou os poderes dos conselhos municipais e estaduais, na decisão das políticas públicas, que passaram a ser ‘dominadas’, em escala crescente, por grupos que defenderiam a alocação de mais e mais recursos para a iniciativa privada. Esse mesmo grupo deu sustentação ao golpe militar de 1964. O regime militar favoreceu significativamente a iniciativa privada. Desde os anos do ‘milagre econômico’ que se havia dado uma busca incessante pela escola privada, como símbolo de status e, como possibilidade alternativa, a deterioração do ensino público, que já estava sucateado, devido aos poucos investimentos. Os mecanismos pelos quais os empresários do ensino passariam a brigar foram: imunidade fiscal; garantia de pagamento das mensalidades dos alunos, mediante bolsas de estudo, distribuídas pelo poder público, e até mesmo a inibição de criar e ampliar escolas, em determinados lugares ‘reservados’ para os donos das escolas particulares por eles escolhidos. O ápice foi um decreto de 1973, em que o governo federal determinava ‘normas’ para concessão de amparo técnico e financeiro às entidades particulares de ensino e, ainda por cima, ‘recomendando’ aos governos municipais e estaduais que ‘evitassem’ a criação de estabelecimentos públicos de ensino, onde já existissem escolas privadas. Depois dos governos militares e com alguns setores do campo democrático e popular à frente de alguns governos municipais e estaduais, a legislação federal foi pressionada ou ‘induzida’ a mudar o seu rumo. Um exemplo disso foi um decreto de 1985, com o curso da ‘transição lenta e gradual’, proibindo as empresas de transferirem para as escolas privadas os recursos, no todo ou em parte, do salário-educação, editado em 1946, mas que, sem fiscalização, fez ‘decolar’ a relação de mercado na educação. A partir da década de 1990, conforme explicitam Gentili e Frigotto (2002), entendeu-se que tais projetos se contrapunham à ordem neoliberal que, cada vez mais, diminui a participação do Estado nas políticas públicas e na responsabilidade social. A educação passou a ser encarada como mercadoria e, nesse sentido, quem tem maior poder aquisitivo ‘compra mais e melhor’. Os governos ditos da Nova República foram marcados por escândalos financeiros, denúncias de corrupção - um ex-presidente posto para fora, por meio de um impeachment (Fernando Collor) - e dois mandatos de governo, do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (FHC), seguindo à risca as cartilhas e os ditames internacionais do imperialismo norte-americano e implementando várias políticas de privatização. Neste contexto, o país vivenciou vários abalos, na resistência dos ao neoliberalismo. A desregulamentação do mundo do trabalho afetou diretamente a resistência dos(as) trabalhadores(as) e de setores de classe média, pela ação dos movimentos sociais. UNIDADE IIUNIDADE I UNIDADE III Aula 6Aula 5 Aula 7 Aula 8 Trilhas do Aprendente, Vol. 2 - Política Educacional 296 O Governo FHC foi o portador de várias políticas públicas na educação, questionadas por terem sido elaboradas de cima para baixo, com falhas pedagógicas e com uma clara intencionalidade de abrir brechas para privatizações nas esferas do ensino médio e superior, dentre as quais, podemos citar a LDB (1996) e o PNE (2001). No entanto, foi considerada como certo avanço a criação de um fundo próprio do magistério do ensino fundamental: o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e Valorização do Magistério (FUNDEF), criado a partir da Emenda Constitucional 14/1996, que deslocava e redistribuía a responsabilidade da União com a distribuição dos recursos públicos. Os municípios, o DF e os estados aplicariam 15% dos recursos arrecadados com os impostos (FPE, FPM, ICMs, IPI-EXP, etc.), numa meta de dez anos (1996/2006). Observe, caro(a) aprendente, que não consta da sigla FUNDEF a expressão “Valorização do Magistério.” A crítica ao FUNDEF, segundo Monlevade (2000), deveu-se ao fato de não haver ampliação dos recursos, só ‘realocação’. Além disso, com o cálculo abaixo do que recomendava a razão entre o número de valores arrecadados e o de alunos matriculados, também não se consideravam os alunos matriculados no EJA, o que fez com que dirigentes municipais não investissem nessa modalidade de ensino. Ademais, o caráter duvidoso de aplicação do FUNDEF pelos poderes municipais funcionou como verdadeiro ‘jogo de interesse eleitoral’, sem que houvesse uma resposta adequada daquele governo, sob a desculpa de ser mais barato para o Estado ‘vigiar’ do que ‘punir’. Na verdade, o FUNDEF foi uma política que focalizava apenas o ensino fundamental, excluindo, da maior parte dos recursos da educação, outros níveis e modalidades de ensino. O Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação Básica (FUNDEB) foi recentemente criado no Governo de Luís Inácio Lula da Silva, em 28 de dezembro de 2006. Foi aprovado pela emenda 53/2006, que passou a instituir um fundo para toda a educação básica, com nova meta de 14 anos, ampliando para 20% a alocação dos investimentos dos governos municipais, estaduais e DF. Vale salientar que, agora, a União entra com mais 10% para somar aos investimentos do FUNDEB (advindos do PIB e que foram orientados pelo PNE/2001),
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