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TRABALHO RESISTÊNCIA

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CENTRO UNIVERSITÁRIO DO NORTE – UNINORTE
LAUREATE INTERNATIONAL UNIVERSITIES
ENGENHARIA DE PRODUÇÃO
RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS
	
	
TECNOLOGIA DO APERTO
MANAUS - AM
2015/2
KÍSSILA PIMENTEL
TECNOLOGIA DO APERTO
Trabalho apresentado como parte dos requisitos para acompanhamento e avaliação na disciplina Resistência dos Materiais, ministrada pelo professor Márcio Jorge, do Curso de Engenharia da Produção do Centro Universitário do Norte - UNINORTE.
Orientador: Prof. Márcio Jorge Lucas de Faria.
MANAUS - AM
2015/2
Introdução
O enfoque na qualidade e segurança vem crescendo rapidamente ao longo dos anos conforme o avanço tecnológico. Segundo a Atlas Copco os erros de montagem na indústria relacionados ao aperto representam 30% da totalidade do processo, 
Devido a isto, muitas empresas estão investindo no controle do aperto para aumentar a confiabilidade dos seus processos aproveitando a constante evolução ferramental na área de torqueamento, como por exemplo: torqueadeira manual, elétrica, pneumática e eletro-hidráulica.
Porém ao se adotar uma dessas ferramentas deve estar atento aos cuidados necessários levando em conta a área de utilização, ergonomia e os riscos aos quais o operador possa estar exposto. 
Junta
Segundo o artigo: Conceitos Gerais sobre torque e processos de torque publicado pela Revista do Parafuso “uma junta é constituída de três elementos básicos: o parafuso, aquele que possui rosca externa; a contra-peça, que sofrerá todas as forças resultantes do processo de aperto; e por último, o elemento mais importante, a porca, aquela que possui rosca interna”.
Tipos de Juntas
Existem dois tipos de juntas: a junta rígida, onde um parafuso curto que une componentes de metal planos alcança o torque nominal em apenas uma fração de volta do parafuso. E a junta flexível, onde uma junta com um parafuso longo que deve comprimir componentes macios, tais como, arruelas ou arruelas de pressão, requer um ângulo muito maior, possivelmente ainda várias voltas do parafuso ou da porca para alcançar o torque nominal.
Classe de resistência
Cada elemento de uma junta tem uma resistência mecânica característica e, assim sendo, existe uma classificação particular para os elementos de fixação. Em elementos de fixação agrupamos todas as peças que tem por finalidade fixar, e entre estes, os mais comuns são as porcas e os parafusos. Pinos, grampos, abraçadeiras, clipes, rebites, dentre outros, também são considerados Elementos de Fixação. Para as porcas, a força de teste é função do diâmetro nominal e sua altura (filetes engajados). Considerando porcas (passo normal) grau 8, isto é, porcas que não sofrem tratamento térmico, temos os seguintes valores:
Para obter as propriedades citadas, o material (aço) para as porcas grau 8, 10 e 12 devem possuir teor médio de Carbono ou ser aço ligado. Para porcas grau 4, 5 e 6, que não sofrem tratamento térmico, o aço pode ser baixo Carbono. Com relação aos parafusos, a classificação da resistência segue uma terminologia particular. Quanto à classe de resistência de parafusos, os mesmos são identificados como: 4.8, 5.8, 6.8, 8.8, 10.9 e 12.9.
Existe também a classe 9.8, que não é mais utilizada em projetos novos, por estar em fase de extinção em algumas montadoras. A melhor maneira de entender esta terminologia é utilizar um exemplo e daí extrair a regra operante. Se pegarmos um parafuso com classe de resistência 8.8, o que significam estes números?
Força Tensora
Conhecendo-se a classe de resistência de um parafuso e a partir dos seus fatores geométricos, é possível calcular a capacidade de geração de Força que se pode obter do mesmo através da seguinte fórmula:
Ainda, podemos representar graficamente as distintas regiões de forças que se obtém de um parafuso, considerando o seu grau de deformação.
Na região denominada “elástica”, o parafuso se comporta como se fosse uma mola, isto é, o comportamento é linear e a deformação não é permanente. Ou seja, se pararmos de aplicar uma força (de apertar), o parafuso retornará às suas dimensões originais. A partir de determinada Força, começa o processo de alongamento do parafuso e a partir deste ponto entramos na região denominada “elasto-plástica”, isto é, o parafuso entre em zona de deformação que não é totalmente permanente.
Ao desapertar este parafuso, o seu comprimento será maior que o original, mas ainda não há estricção considerável. Ao final da zona elasto-plástica, chegamos à máxima deformação permanente, pois o parafuso está nas proximidades do seu limite de ruptura, condição inaceitável em qualquer processo de aperto.
Torque
Primeiramente definiremos momento como sendo o produto da intensidade da força aplicada por uma distância de um ponto tido como referencial. O resultado deste produto é “trabalho”, que no mundo dos apertos é denominado “Torque”, cuja grandeza é Nm (Newtons metro).
A equação básica para torque envolvendo elementos de fixação é:
O que se espera de um Elemento de Fixação é que o mesmo gere uma Força Tensora suficiente para atender às necessidades do projeto. Pela equação básica, Força é a variável independente e o Torque é a variável dependente, ou seja, o Torque aplicado como parâmetro de Manufatura, deve corresponder à Força requerida em projeto. Além do diâmetro nominal do Elemento de Fixação, a equação básica apresenta um fator constante (K), conhecido como “k factor”, normalmente tabelado em função do material e do revestimento dos componentes da Junta.
O Torque, ou momento da força, pode ser medido dinamicamente ou estaticamente, mas ainda temos o torque falso.
Torque Dinâmico: É o valor pico de Torque medido em tempo real em apertadeira (elétrica-eletrônica) com controle de torque durante a operação de aperto. Os valores de torque obtidos são registrados eletronicamente na apertadeira. Desta forma, o Torque Dinâmico não poderá ser checado após sua aplicação (apenas monitorado). Quando empregado em apertadeira sem controle de torque, é conhecido como o ‘Torque de “Set-Up” da apertadeira.
Torque Estático: É o valor de Torque medido em apertadeira sem controle de torque. O “set-up” da apertadeira corresponde ao valor do Torque Dinâmico, e na sua ausência, geralmente, ao valor médio do Torque Estático. O Torque Estático também é aplicado como ‘Torque de Verificação” quando da auditagem de Torques. Neste caso corresponde ao Torque de Aperto requerido para iniciar a quebra de uma fixação já efetuada. Outra denominação para o Torque Estático é “Torque Residual”.
Torque Falso: É quando o equipamento aplica um torque especificado, sem gerar a respectiva Força Tensora. Isto normalmente acontece quando há um fator agravante, como por exemplo, rosca extremamente deformada, na qual pode ocorrer um pico de Torque (nominal). Caso ocorra nos primórdios do aperto, quando não há um assentamento perfeito, esta condição pode ser perceptível visualmente. Caso ocorra na fase linear do aperto, sua detecção visual é impossível. Somente com os recursos da mecatrônica este fenômeno pode ser detectado e com possibilidade de rejeição e re-trabalho do processo de aperto propriamente dito.
As especificações de torque variam conforme as demandas de qualidade da junta. Uma junta de segurança em um carro a motor, tal como a suspensão da roda, não pode falhar e, consequentemente, está sujeita a requisitos de tolerância muito rígidos. Por outro lado, uma porca usada para prender o parafuso de ajuste da altura de uma bancada não é considerada crucial do ponto de vista da força de união não sendo, portanto, necessário especificar um requisito de torque. 
Métodos de MediçãoPara sabermos se uma junta está corretamente apertada aplicamos os métodos de medição. Como vimos anteriormente, o torque pode ser medido de forma dinâmica, medido durante o ciclo de aperto completo e de forma estática, verificado após o processo de aperto ter sido concluído.
A medição estática geralmente é feita manualmente e a verificação mais comum é com um torquímetro de estalo equipado com uma embreagem que pode ser pré-ajustada. Este funciona da seguinte maneira: se o torque for maior que o valor de torque pré-estabelecido, a embreagem irá soltar-se com um estalo. Caso contrário, o aumento do torque final é possível até que a embreagem estale. Um problema encontrado nesse método é que o aperto excessivo não é detectável com o torquímetro de estalo e o seu valor deve ser lido instantaneamente quando o parafuso começa a girar.
A medição dinâmica geralmente é a preferida em produção, onde são usadas ferramentas elétricas. A sua vantagem sobre a primeira é o fornecimento de uma indicação de desempenho da ferramenta de aperto sem a influência do relaxamento na junta e variações no atrito em repouso, além de não possuir a necessidade de verificação posterior.
A medição é feita com um transdutor de torque incorporado ou externo in-line, ou indiretamente pela medição da corrente de algumas parafusadeiras e apertadeiras elétricas. Nos dois casos, a medição do torque é possível apenas quando as ferramentas têm transmissão de torque direta, ou seja, não uma força de pulsação, como é o caso com chaves de impacto e apertadeiras de impulso. Este funciona da seguinte maneira: O transdutor de torque externo in-line é montado entre o eixo impulsor da ferramenta e o soquete ou bit da parafusadeira, que sente a deformação elástica do corpo e produz um sinal elétrico que pode é processado no instrumento de medição.
Para produção em linha de montagem, onde o aperto requer 100% de monitoramento ou se o próprio processo de aperto é controlado através de leituras de torque, o transdutor de torque vem geralmente incorporado na ferramenta de aperto. Em ferramentas com engrenagem, existem várias posições nas quais o transdutor pode ser instalado, porém por razões dimensionais, é vantajoso colocá-lo o mais próximo possível do motor, onde as forças envolvidas são as mais baixas.
Processos de aperto
O processo de aperto também exerce uma influência importante na qualidade da junta parafusada. Uma junta apertada manualmente comporta-se de forma completamente diferente daquela apertada usando uma ferramenta.
Aperto por Torque Seco: A partir de um Torque Alvo, o equipamento (pneumático ou eletroeletrônico) é ajustado a este valor, também conhecido como Torque Dinâmico. Neste exemplo, a especificação de Torque solicita um Torque de 20 Nm e um intervalo de 18 a 22 Nm. De maneira geral, denominamos 20 Nm como o Torque Dinâmico, que será o Torque Alvo a ser consolidado no equipamento de aperto (Torque de “Set-Up”) e os limites serão 18 e 22 Nm. Estes limites balizarão a janela de Torque, tanto do equipamento, bem como, dos valores de Torque de Verificação (Torque Estático), quando das referidas atividades de auditoria. Esquematicamente, este processo pode ser representado assim:
Vantagens:
a) O equipamento é simples (pode ser pneumático ou eletroeletrônico);
b) É de fácil entendimento.
Desvantagens:
a) Não é apropriado para aplicações consideradas críticas;
b) Elevado risco de ocorrência de Torque Falso;
c) Não garante uma Força Tensora constante (sequer é estável);
d) Risco de alongamento do Elemento de Fixação e/ou deformação permanente das contra peças.
Aperto por Torque e Monitoramento do Ângulo: Necessariamente este processo requer um equipamento eletroeletrônico e pode ser representado da seguinte maneira:
No diagrama mostrado, o processo é desenvolvido em duas etapas ou fases bem distintas. Na Fase I, temos o torque de assentamento e após o mesmo, uma condição de Torque Alvo Intermediário, no caso 90 Nm. A Fase II, que considera como Torque Alvo final 120Nm, porém passa a monitorar o intervalo de deslocamento angular (Δα) a partir de 90Nm e estipula um Δα mínimo de 10º e máximo de 60º. Os limites de 110 e 130 Nm, são valores que serão consolidados no equipamento de aperto e que serão também utilizados como torque de verificação. 
Ao estabelecer uma janela de ângulo, para um mesmo Torque alvo, estamos especificando uma Força Tensora mínima, condição que torna este processo habilitado para juntas críticas. Da mesma forma, como a Fase I assegura um bom assentamento e uma Força Tensora parcial, e a seguir, como temos uma condição e ângulo mínimo até o Torque Alvo (Fase II), podemos afirmar que este ângulo final também garante uma condição de Risco Zero para Torque Falso. 
Vantagens:
a) Garante uma Força Tensora mínima e estável;
b) É adequado para juntas consideradas críticas;
c) Risco Zero para Torque Falso.
Desvantagens:
a) O equipamento não é tão simples (deve ser eletroeletrônico);
b) As juntas devem ter certa similaridade.
Aperto por Torque e Ângulo de Deslocamento: A Força Tensora gerada neste processo independente dos coeficientes de atrito. 
Assim, a Força Tensora Total obtida neste processo é a soma das duas forças obtidas por diferentes mecanismos, um totalmente dependente dos coeficientes de atrito e assentamento e outro, linear com o ângulo aplicado. Para minimizar os efeitos dos coeficientes de atrito, podemos diminuir o valor de Pré-torque (porém sempre acima do Snug Torque) e aumentar o ângulo de deslocamento. 
Vantagens:
a) Garante uma Força Tensora estável;
b) É adequado para juntas consideradas críticas;
c) Risco Zero para Torque Falso.
Desvantagens:
a) O equipamento não é tão simples (deve ser eletroeletrônico);
b) Não é possível auditar o ângulo de deslocamento.
Aperto por Controle de Força – Yield: O embasamento deste processo é acompanhamento da variação da inclinação, em tempo real, dos valores de torque versus ângulo. Esta variação é denominada Gradiente de Torque. Fisicamente, ao acompanhar um aperto pelas variáveis Torque e Ângulo, na região elástica, este gradiente é constante. Na interface Zona Elástica - Zona Elasto-plástica, este gradiente começa a diminuir, pois o avanço do ângulo está gerando pequenas deformações do elemento de fixação, isto é, não está respeitando a Lei de Hooke.
Mecanicamente, a transição acima referida depende exclusivamente da Classe de Resistência do Elemento de Fixação, por exemplo 8.8, 10.9 ou 12.9. Por outro lado, a Força Tensora (“Clamping Load”) obtida dependerá também do Rendimento (η), que como já foi mencionado, só depende do Coeficiente de Atrito da Rosca (μG).
Como a detecção é a partir da variação do Gradiente de Torque, este processo de aperto fica vulnerável à qualidade da aquisição do binário ‘torque e ângulo’. Qualquer ruído quer seja físico, eletrônico ou mecânico pode afetar a linearidade da curva e o sistema então presumir que está na transição inerente ao “Yield”.
Vantagens:
a) Garante uma Força Tensora estável;
b) É adequado para juntas consideradas críticas;
c) Risco Zero para Torque Falso.
d) Permite um controle das condições de contorno da junta, pois o alvo do aperto é o limiar da região elástica do elemento de fixação.
Desvantagens:
a) O equipamento deve ser eletroeletrônico (e sofisticado);
b) Não é possível auditar o limite de escoamento.
Aperto por Controle de Força – Ângulo de Torção: Este processo de aperto permite apertar uma junta, buscando-se alcançar uma específica força tensora. A metodologia necessária para o referido processo leva em conta a variável “ângulo de torção”, que é simbolizado por (θ), que é gerado devido à reação que o elemento de fixação exerce para que uma dada força seja alcançada.
Como o “ângulo de torção” é uma característicaparticular daquela junta que está sendo especificadamente apertada, para a sua definição necessita-se que durante o processo de aperto sejam efetuadas três etapas, a saber: 
a) pré-aperto; 
b) desaperto;
c) reaperto.
A origem física desta metodologia de aperto apoia-se na equação abaixo
Como esta técnica se propõe a garantir uma Força Tensora específica, determinada pela Engenharia de Produtos, as propriedades acima citadas permitem uma decisão lógica do equipamento de aperto, ou seja, qual o Torque Final necessário para obter tal Força ou qual ângulo de deslocamento deverá ser aplicado, a partir de um dado pré-torque, também na condição de reaperto, para atingir a mesma finalidade, ou seja, uma perfeita consonância entre o que é requerido pela Engenharia de Produtos e o que é exequível pela Engenharia de Processos (Manufatura).
A aplicabilidade desta metodologia é total, tanto para juntas críticas como não críticas, quer sejam juntas rígidas ou juntas ‘flexíveis’ além da garantia de que a força aplicada não ultrapassará a capacidade da Junta. 
Vantagens:
a) Garante uma Força Tensora específica (com uma dispersão máxima de ±4%);
b) É adequado para juntas consideradas críticas;
c) Risco Zero para Torque Falso.
d) Permite um controle total naquele aperto e para aquela junta particular;
e) O aperto poder ser tanto na região elástica como na região elasto-plástica.
Desvantagens:
a) O equipamento deve dispor de um transdutor de ângulo e um transdutor de torque;
b) Não é possível auditar a força tensora gerada;
c) Trata-se de uma nova tecnologia.
Variáveis assinaláveis do processo
As Velocidades das etapas de aperto em um Processo de Torque são variáveis muito significativas. Na etapa de aproximação, é possível uma maior velocidade, mas não tão elevadas que possam causar “empastamento” (“stick-slip”).
Desta forma, recomenda-se que na fase final do aperto, em geral a fase angular, a velocidade seja bem menor que na fase de aproximação. O aperto pela Porca é o mais adequado, pois minimiza a possibilidade de Torque Parasita. Quando o acesso da Ferramenta é difícil, a utilização de dispositivos tais como Junta Universal, “Crowfoot” etc. é justificada, mas a qualidade do Aperto ficará questionável. Os fatores geométricos inerentes aos elementos de fixação são bem definidos. Por outro lado, condições de superfície das contra-peças nem sempre são explícitas.
Podemos ressaltar que a Planicidade, a Perpendicularidade, a Rugosidade etc., tem relevância quanto ao assentamento dos componentes de uma Junta. A existência de rebarbas, devido ao processo de corte / extrusão de furos pode influir no Processo de Aperto. Para minimizar tal efeito é possível especificar raio embutido no parafuso, ou seja, agrega-se mais uma particularidade no elemento de fixação.
Processo Ideal de Aperto e Monitorização, através do Gradiente de Torque
Uma das maneiras de monitorar um Processo de Torque é utilizar a razão da diferença entre o Torque Final e o Pré-Torque (ou um dado Torque de Monitoramento) e a respectiva diferença entre os Ângulos de Aperto. Definimos γ como Gradiente de Torque, expresso em Nm/grau. A aquisição constante deste dado permitirá avaliar a amplitude e a dispersão do valor de γ, e uma análise profunda das suas possíveis causas poderá ser feita.
Mean Shif e Overshoot
A maioria das ferramentas de montagem são acionadas por um motor que fornece uma alta velocidade durante o encosto do parafuso, quando a resistência é baixa, e vai reduzindo a rotação à medida que o torque aumenta. Em juntas rígidas ocorre uma parada quase que imediata da velocidade máxima livre até o stall ou shut-off. Entretanto, devido à inércia de todas as peças rotativas, há bastante energia dinâmica armazenada na ferramenta, no soquete ou bit e no próprio parafuso. A energia deve ser descarregada de algum modo e a maior parte dela é fornecida à junta na forma de acréscimo de torque, o chamado “overshoot”.
Não seria problema se a junta parecesse a mesma todo o tempo, porém se a mesma ferramenta estiver sendo usada em uma junta flexível, requerendo muito mais tempo e energia para alcançar o torque, os efeitos dinâmicos são sem importância. O resultado é uma diferença no torque entre a junta rígida e a flexível que pode ser considerável. Essa diferença é chamada “mean shift”. Em ferramentas equipadas com algum tipo de dispositivo “shut-off ” (desligamento automático), a qualidade da embreagem torna-se também decisiva para o “mean shift” da ferramenta. Como a sequência de aperto é geralmente muito curta, o tempo necessário para a embreagem reagir ao impulso do torque exercerá uma influência igualmente importante no torque final uma vez que o efeito dinâmico, ou seja, a demora no “shut-off ” fornece um overshoot muito mais alto do torque na junta rígida do que na flexível.
Certificação
O ISO 5393 representa uma plataforma comum para fabricantes e usuários de ferramentas de montagem avaliarem o desempenho das ferramentas de montagem. Muitos fabricantes de carros têm seus próprios programas de qualidade baseados nesse padrão de medição. Esses programas envolvem a categoria assim como a classificação de qualidade das ferramentas disponíveis no mercado. Geralmente, o desempenho de uma ferramenta, tanto nova como após certo tempo de operação, deve ser verificado antes de a ferramenta ser aceita para uso pelas plantas de montagem do fabricante em todo o mundo. O mais extenso programa de certificação é o da Ford Motor Co. Em princípio, é baseado em uma classificação de todas as juntas de um carro, nas classes relevantes de ferramentas no que se refere aos requisitos de torque. As ferramentas são testadas de acordo com esses requisitos, do torque máximo ao mínimo em cada classe, de acordo com o procedimento de teste ISO 5393. Para ser aprovada, cada ferramenta deve atender os requisitos de precisão tanto nova como após 250.000 ciclos e para certificação de ferramenta preferida, após 500.000 ciclos sem reparos importantes e dentro da mesma especificação de tolerância.
Um problema comum na produção industrial é o operador esquecer uma arruela ou guarnição na montagem de uma junta. Além do fato desses componentes terem outras utilidades dentro do projeto, a sua falta irá alterar o torque da junta e, consequentemente, também a força de união.
Roscas danificadas podem ser detectadas pelo monitoramento do ângulo de aperto. Uma rosca danificada ou roscas com corte insuficiente resultarão em resistência aumentada ao giro do parafuso e, portanto, o torque pré-determinado será alcançado antes da força de união correta ser alcançada. 
Relaxamento
Todas as juntas assentam após o aperto. Isso significa que após um curto tempo, menos de 30 milisegundos, a força de união na junta é menor do que era quando o aperto terminou. Para juntas que incluem componentes elásticos, tais como arruelas, esse relaxamento pode ser considerável e um teste de torque subsequente pode mostrar que o torque é apenas uma fração da especificação pretendida. O relaxamento é geralmente superado pelo aperto em dois estágios. Uma ferramenta de impulso ou uma chave de impacto poderia também ser uma solução prática, visto que o acionamento por pulsos permite o relaxamento da junta entre os pulsos ou impactos.
Ferramentas de Aperto
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De impacto: As chaves de impacto baseiam-se no mesmo princípio do uso de um martelo para golpear uma chave de boca durante o aperto de uma porca ou parafuso, desenvolvendo o torque impacto por impacto. No caso da chave de impacto acionada por motor pneumático, o martelo é a massa combinada do rotor e do mecanismo de impacto que envia sua energia cinética, uma ou duas vezes por rotação, para o conjunto bigorna-eixo-soquete, que representa a chave na comparação.
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De impulso: Nas ferramentas de impulso, o torque é desenvolvido, não através do golpe metalcom metal, mas através de um colchão hidráulico. Isso propicia baixo nível de ruído, um mínimo de vibração e, principalmente, boa precisão no aperto. Isso é alcançado através do controle da pressão hidráulica no mecanismo de impulso que limita o torque aplicado assim que o valor pré-estabelecido é alcançado.
Parafusadeiras: O termo parafusadeiras define as ferramentas usadas para os menores parafusos nos quais o torque de aperto requerido é baixo o suficiente para permitir que o torque de reação desenvolvido durante o aperto seja suportado pelo operador apenas segurando a ferramenta. Na prática, isso limita a faixa a uma capacidade entre 4 e 12 Nm (M5-M6), dependendo do tipo de ferramenta, do tipo de junta e da posição de operação. A forma mais simples de parafusadeira é a ferramenta tipo stall, na qual o torque aplicado é determinado pelo tempo no qual o motor, depois de engrenado, é capaz de apertar antes de parar. O ajuste do torque é feito através da regulagem da pressão de ar que aciona a ferramenta. Este tipo de ferramenta é frequentemente usado para operações com demanda de torque variada, tal como parafusos para placas de metal, onde o operador interrompe o processo de aperto por controle visual.
Apertadeiras: Para um torque de aperto acima da faixa normal da parafusadeira, a reação do torque se torna tão alta que o operador não consegue suportar a força com punhos retos simples e tipo pistola. Torna-se necessário o uso de algum tipo de barra de reação. Um tipo comum de ferramenta na faixa entre M6 e M14, ou seja, torque de aperto de 10-150 Nm, é a apertadeira angular onde a própria ferramenta é projetada para atuar como uma alavanca permitindo que o operador suporte as forças de reação.
Apertadeiras de tipo pistola, apertadeiras retas e apertadeiras angulares para torque maior devem ser equipadas com uma barra de reação fixa ou um braço articulado para absorver as altas forças envolvidas.
Apertadeiras múltiplas: Quando há mais do que um parafuso em uma junta, eles podem ser apertados com uma apertadeira múltipla. O objetivo de uma apertadeira múltipla não é necessariamente aumentar a produção. Ela é também a ferramenta ideal quando os parafusos de uma junta precisam ser apertados simultaneamente ou em sequência e, em geral, para minimizar a influência do operador no resultado do aperto. A montagem de motor é um exemplo típico de aplicação das apertadeiras múltiplas, frequentemente em combinação com sistemas avançados de controle eletrônico.
Os motores de apertadeiras em ferramentas múltiplas podem ser pneumáticos ou elétricos, geralmente do tipo reto. O torque de reação dos eixos individuais é absorvido pelos outros parafusos na junta.
Ferramentas à bateria: Parafusadeiras elétricas à bateria tornaram-se ferramentas comuns entre artesãos, carpinteiros e adeptos do faça você mesmo, onde a mobilidade é essencial. Durante os últimos anos, os métodos de trabalho nas linhas de montagem automotivas também mudaram, resultando no aumento do uso de ferramentas de montagem à bateria. As vantagens são a liberdade de movimento ao longo da linha de montagem e a operação dentro de compartimentos fechados sem interferências de mangueiras de ar ou o risco de cabos elétricos enroscados.
As ferramentas de montagem à bateria em versão industrial estão disponíveis como parafusadeiras tipos pistola e angular e como parafusadeiras de impulso.
Questionário
Porque usamos torque ?
Para aumentar a confiabilidade dos seus processos aproveitando a constante evolução ferramental na área a fim de erros no processo. 
O que é força de união ?
É a força suficiente para suportar toda a carga para a qual a junta é projetada e sabendo se a junta permanecerá firme o suficiente para evitar afrouxamento se exposta a pulsos de carga. 
Como podemos medir o torque estático ?
Podemos medir manualmente com um torquímetro que pode ser uma escala que mede a carga sobre uma mola ou um instrumento ativado por um transdutor eletrônico.
O que é uma junta rígida conforme a ISO 5393 ?
A ISO 5393 define junta rígida como o tipo de junta na qual o torque final é alcançado após uma rotação de uma fração de volta a partir do encosto da cabeça do parafuso.
Defina Torque X ângulo.
É definido por um pré-aperto por torque controlado, apenas com a finalidade de se garantir o prévio encosto dos componentes a serem fixados, após o pré-torque, o aperto segue sendo executado através da aplicação de um ângulo de giro controlado. Iniciado o controle por ângulo, não mais o sistema é influenciado pelas condições de atrito presentes; o que resulta em maior precisão e controle no aperto.
Porque o torque X ângulo é o mais recomendado para aplicações críticas de montagem ?
Porque um nível mais alto de controle de qualidade é alcançado quando acrescenta-se o ângulo de aperto aos parâmetros medidos. Na área elástica do parafuso isso pode ser usado para verificar se todas as partes de uma junta estão presentes, p.ex., que não está faltando uma arruela de pressão ou uma arruela. Da mesma forma, a qualidade do parafuso pode ser verificada medindo-se o ângulo de aperto, antes do nível de encosto, bem como o aumento do torque final. Em processos de aperto sofisticados, o ângulo também pode ser usado para definir o yield point e permitir o aperto na área elástica do parafuso.
Porque é importante conhecer a diferença de comportamento das juntas rígidas e flexíveis ?
Porque as juntas parafusadas variam não apenas em tamanho, mas também de tipo, mudando as suas características. Enquanto um parafuso curto que une componentes de metal planos, alcança o torque nominal em apenas uma fração de volta do parafuso, uma junta com um parafuso longo que deve comprimir componentes macios, requer um ângulo muito maior, possivelmente ainda várias voltas do parafuso para alcançar o torque nominal. 
Qual a função da lubrificação na tecnologia de aperto ?
Reduzir o atrito nas roscas e sob a cabeça alterando a relação entre o torque de aperto e a força de união. Se o mesmo torque for aplicado antes da lubrificação, uma parte muito maior do torque será transformada em força de união. Na pior hipótese, isso poderia causar uma tensão no parafuso que excederia a força de tensão ideal, consequentemente, levando à quebra do parafuso. Por outro lado, se o parafuso estiver completamente sem lubrificante, a força de união poderia ser muito pequena para suportar as forças para as quais a junta é projetada, com o risco de o parafuso ficar frouxo.
Descreva o princípio de funcionamento de apertadeiras elétricas.
Elas apresentam uma precisão muito boa e são bastante adequadas para o monitoramento contínuo de torque e ângulo de aperto. Com transdutores de torque incorporados e codificadores de ângulo, o processo de aperto pode ser controlado e os dados armazenados eletronicamente.
Bibliografia
http://www.atlascopco.com.br/brbr/
http://www.valona.com.br/downloads/Tecnologiadeaperto.pdf
http://www.abraman.org.br/Arquivos/143/143.pdf
http://www.revistadoparafuso.com.br/v1/modelo/noticia.php?id=192
http://www.revistadoparafuso.com.br/v1/modelo/noticia.php?id=204
http://www.revistadoparafuso.com.br/v1/modelo/noticia.php?id=180

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