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05/11/2014 1 5. Dimensionamento de vigas mistas de aço e concreto biapoiadas PARTE 2 5.2. TIPOS DE VIGAS MISTAS DE AÇO E CONCRETO 05/11/2014 2 Distribuição de tensões: perfil isolado, interação parcial e interação total: 05/11/2014 3 As vigas mistas podem ser escoradas ou não escoradas. Segundo a ABNT NBR 8800:2008, são consideradas escoradas as vigas nas quais o componente de aço permanece praticamente sem solicitação até a retirada do escoramento, que deve ser feita após o concreto atingir 75% da resistência característica à compressão especificada. No dimensionamento de estruturas mistas é muito importante verificar a condição durante a construção, porque as solicitações impostas nessa fase podem ser diferentes da situação definitiva, e o concreto precisa de um período para atingir sua resistência de projeto. É comum a dimensão do perfil de aço ser determinada por sua capacidade de resistir isoladamente às solicitações durante a fase de construção, incluindo o peso do concreto antes da cura. Em construções escoradas, os elementos somente serão solicitados em conjunto, e assim todos os esforços serão resistidos pela seção mista, e dessa forma as deflexões serão menores que da seção isolada. Como na fase de construção a seção não será solicitada, não há necessidade de verificação nesta situação. 05/11/2014 4 No caso de vigas mistas não escoradas, como o concreto e os conectores não estarão sendo solicitados na fase de construção, o perfil de aço deve ser dimensionado de forma a suportar todos os esforços aplicados antes que o concreto esteja curado. O peso próprio do concreto é normalmente substancial, por isto construções não escoradas costumam gerar perfis com seções maiores que uma mesma viga em situação escorada. 5.3. DIMENSIONAMENTO A ABNT NBR 8800:2008 exige que vigas mistas de aço e concreto de alma cheia biapoiadas devem ter relação entre a altura e a espessura da alma (ℎ 𝑡𝑤 ) inferior ou igual a 5,70 𝐸 𝑓𝑦 . Se ℎ 𝑡𝑤 ≤ 3,76 𝐸 𝑓𝑦 , a viga pode ser dimensionada em regime plástico. Se ℎ 𝑡𝑤 > 3,76 𝐸 𝑓𝑦 , a viga deve ser dimensionada em regime elástico. Viga de alma não esbelta Alma compacta Alma semi-compacta 05/11/2014 5 A) LARGURA EFETIVA Na análise de vigas mistas, assume-se que as deformações têm uma distribuição uniforme ao longo da largura da laje, porém isso não ocorre. variação das tensões normais ao longo da largura da laje, as tensões são máximas sobre as vigas e decrescem à medida que vão se distanciando. Segundo a ABNT NBR 8800:2008, para vigas mistas biapoiadas, a largura efetiva da mesa de concreto, de cada lado da linha de centro da viga, deve ser igual ao menor dos seguintes valores: • 1/8 do vão da viga mista, considerado entre linhas de centro dos apoios; • Metade da distância entre a linha de centro da viga analisada e a linha de centro da viga adjacente; • Distância da linha de centro da viga à borda de uma laje em balanço. 05/11/2014 6 B) MOMENTO FLETOR RESISTENTE DE CÁLCULO Os possíveis estados limites últimos no sistema misto são devidos a atuação da força cortante e do momento fletor. Entretanto, como a mesa superior do perfil de aço encontra-se unida à laje pelos conectores, não poderá ocorrer flambagem lateral com torção (FLT). Além disso, mesmo que a mesa superior esteja comprimida, sua flambagem local (FLM) não representa um estado limite último. Dessa forma, nas vigas mistas, o estado limite último para o momento fletor está associado apenas à flambagem local da alma (FLA). Em vigas mistas, a capacidade resistente ao momento fletor positivo da seção mista pode ser calculada considerando que a seção de aço esteja totalmente escoada e a laje de concreto esteja sob a tensão de compressão equivalente a 0,85fck. O coeficiente 0,85 de fck corresponde aos efeitos de longa duração (efeito Rüsch). 05/11/2014 7 Construção Escorada B.1) Vigas Mistas de alma cheia compactas (ℎ 𝑡𝑤 ≤ 3,76 𝐸 𝑓𝑦 ) podem ser dimensionadas considerando as propriedades plásticas da seção mista. a) Interação Completa Apenas uma linha neutra • Linha neutra da seção plastificada na laje de concreto 0,85. fcd . b. tc≥ Aa. fyd Resistência da laje maior do que a resistência do perfil: QRd ≥ Aa. fyd o somatório das forças resistentes de cálculo individuais (𝑄𝑅𝑑) dos conectores de cisalhamento situados entre a seção de momento positivo máximo e a seção adjacente de momento nulo: Com a linha neutra na laje, o perfil de aço estará totalmente tracionado, assim a resistência de cálculo da região tracionada do perfil será exatamente a força resistente de cálculo do perfil: Tad = Aa. fyd A resistência de cálculo da região comprimida da laje será determinada substituindo, na equação de força de resistente de cálculo de compressão da laje, a altura da laje de concreto (𝑡𝑐) pela espessura da região comprimida da laje (a): Ccd = 0,85. fcd. b. a Para garantir que a interação seja completa os conectores devem possuir resistência superior à menor resistência entre os materiais da seção mista. Garantir que o ponto frágil não esteja na conexão. 05/11/2014 8 posição da linha neutra plástica na laje: Tad = Ccd Tad = 0,85. fcd. b. a a = Tad 0,85. fcd. b ≤ tc O momento fletor resistente de cálculo será determinado multiplicando a força resistente da região tracionada do perfil de aço (𝑇𝑎𝑑) pela distância até o centróide da região comprimida da laje: MRd = βvm. Tad d1 + hF + tc − a 2 βvm é um coeficiente que leva em consideração a continuidade da viga mista, ou seja, possui diferentes valores para casos de vigas biapoiadas, contínuas ou semicontínuas. Para a situação em estudo, vigas mistas biapoiadas, seu valor é igual a 1. • Linha neutra no perfil de aço Aa. fyd≥ 0,85. fcd . b. tc QRd ≥ 0,85. fcd . b. tc A laje estará totalmente comprimida, logo a força resistente de cálculo da região comprimida da laje será: Ccd = 0,85. fcd. b. 𝑡𝑐 O somatório da resistência dos conectores assume a menor resistência entre compressão da laje e tração no perfil. A força de tração no perfil maior do que a força de compressão na laje. Por equilíbrio, igualando os esforços de tração com os de compressão atuantes na seção mista, determinam-se os valores das forças resistentes de cálculo das regiões tracionada e comprimida do aço: Ccd + Cad = Aa. fyd − Cad Tad = Ccd + Cad 05/11/2014 9 A linha neutra plástica no perfil de aço pode estar posicionada na alma do perfil ou em sua mesa superior. Para descobrir sua localização, basta comparar a força resistente de cálculo da região comprimida do aço (Cad) com a força resistente de cálculo da mesa do perfil (Aaf. fyd), pois se Cad ≤ Aaf. fyd, a LNP estará na mesa superior, e caso Cad > Aaf. fyd, a LNP estará na alma do perfil. Posição da LNP no perfil: para que a LNP esteja na mesa superior do perfil: Cad ≤ Aaf. fyd Cad = yp. bf . fyd yp = Cad Aaf. fyd tf Posição da LNP na alma do perfil: Cad > Aaf. fyd 𝐶𝑎𝑑 = 𝐴𝑎𝑓 + 𝑦𝑝 − 𝑡𝑓 . 𝑡𝑤 . 𝑓𝑦𝑑 𝑦𝑝 − 𝑡𝑓 = 𝐶𝑎𝑑 − 𝐴𝑎𝑓 . 𝑓𝑦𝑑 𝑡𝑤 . 𝑓𝑦𝑑 𝑡𝑤 = 𝐴𝑎𝑤 ℎ yp = tf + h . Cad − Aaf . fyd Aaw . fyd 05/11/2014 10 O momento fletor resistente de cálculo quando a LNP está situada no perfil de aço (seja na mesa superior ou na alma), será determinado em relação ao centróide da região tracionada do perfil de aço, ou seja, multiplicando as forças resistentes das regiões comprimidas da laje e do perfil de aço (𝑇𝑎𝑑) por suas respectivas distâncias até o centróide da região tracionada do perfil. MRd = βvm Cad d − yt − yc+ Ccd tc 2 + hF + d − yt b) Interação Parcial Para que a interação seja considerada parcial, a resistência da laje de concreto e do perfil de aço devem ser maiores que a resistência dos conectores. Assim, o colapso não ocorre por esmagamento do concreto ou escoamento do aço, como na interação total, e sim por ruptura da ligação. Desta forma, é permitido o escorregamento entre os dois materiais, e formam-se duas linhas neutras plásticas, uma na laje de concreto e uma no perfil de aço. QRd < Aa. fyd QRd < 0,85. fcd. b. tc Considera-se apenas que uma parte da laje de concreto contribui na resistência da viga mista. Com a redução da espessura de laje efetiva, do equilíbrio de forças internas longitudinais, o valor da força resistente de cálculo da espessura comprimida da laje será igual ao somatório das forças resistentes de cálculo individuais dos conectores de cisalhamento: Ccd = QRd 05/11/2014 11 A espessura da laje considerada efetiva pode ser calculada: a = Ccd 0,85. fcd. b A posição da linha neutra da seção plastificada medida a partir do topo do perfil de aço: • se a linha neutra plástica estiver na mesa superior do perfil 𝑦𝑝 = 𝐶𝑎𝑑 𝐴𝑎𝑓 . 𝑓𝑦𝑑 𝑡𝑓 • caso da linha neutra plástica estar situada na alma da viga de aço 𝑦𝑝 = 𝑡𝑓 + ℎ𝑤 𝐶𝑎𝑑 − 𝐴𝑎𝑓 . 𝑓𝑦𝑑 𝐴𝑎𝑤 . 𝑓𝑦𝑑 O momento fletor resistente de cálculo é determinado: 𝑀𝑅𝑑 = 𝐶𝑎𝑑 𝑑 − 𝑦𝑡 − 𝑦𝑐 + 𝐶𝑐𝑑 𝑡𝑐 − 𝑎 2 + ℎ𝑓 + 𝑑 − 𝑦𝑡 B.2. Vigas mistas de alma com 3,76 𝐸 𝑓𝑦 < ℎ 𝑡𝑤 ≤ 5,7 𝐸 𝑓𝑦 Alma semi-compacta Estas vigas mistas devem ser dimensionadas usando as propriedades elásticas da seção mista. como existe a possibilidade de ocorrência de flambagem local da alma em regime inelástico, as tensões atuantes na viga mista devem ser limitadas de modo que o regime elástico em cada material não seja ultrapassado. Assim, a tensão de tração de cálculo na face inferior do perfil não pode ultrapassar fyd e a tensão de compressão de cálculo na face superior da laje de concreto não pode ultrapassar fcd. Para o cálculo da posição da linha neutra, considera-se uma distribuição de tensões linear na seção homogeneizada: 05/11/2014 12 a) Interação Completa As tensões correspondentes ao momento fletor solicitante de cálculo 𝑀𝑠𝑑 devem ser determinadas por processo elástico, com base nas propriedades da seção mista homogeneizada: 𝜎𝑡𝑑 = 𝑀𝑠𝑑 𝑊𝑡𝑟 𝑖 𝜎𝑐𝑑 = 𝑀𝑠𝑑 𝛼𝐸 𝑊𝑡𝑟 𝑠 𝜎𝑡𝑑 é a tensão de tração de cálculo na mesa inferior do perfil de aço; 𝜎𝑐𝑑 é a tensão de compressão de cálculo na face superior da laje de concreto; 𝛼𝐸 é a razão entre os módulos de elasticidade do aço E e do concreto Ec; 𝑊𝑡𝑟 𝑖 é o módulo resistente elástico inferior da seção mista homogeneizada; 𝑊𝑡𝑟 𝑠 é o módulo resistente elástico superior da seção mista homogeneizada. As propriedades geométricas da seção mista devem ser obtidas por meio da homogeneização teórica da seção formada pelo componente de aço e pela laje de concreto com sua largura efetiva, dividindo essa largura pela razão modular, ignorando-se a participação do concreto na zona tracionada. Considera-se, portanto, que a área de concreto é convertida numa área equivalente de aço, reduzindo sua largura efetiva (𝑏): 𝑏𝑡𝑟 = 𝑏 𝛼𝐸 𝑏𝑡𝑟 é a largura transformada 05/11/2014 13 Propriedades geométricas da seção transformada – Laje maciça 05/11/2014 14 Para o cálculo das propriedades geométricas da seção transformada para vigas mistas com steel deck, a área da fôrma não é considerada, apenas sua altura é levada em conta nos cálculos. b) Interação Parcial Na interação parcial, a tensões são determinadas como na interação total, porém o valor de 𝑊𝑡𝑟 𝑖 é alterado para 𝑊𝑒𝑓 𝑊𝑒𝑓 = 𝑊𝑎 + 𝑄𝑅𝑑 𝐹ℎ𝑑 𝑊𝑡𝑟 𝑖 −𝑊𝑎 𝑊𝑎 é o módulo de resistência elástico inferior do perfil de aço. 05/11/2014 15 Construção Não Escorada No caso de construções não escoradas, como o sistema misto só se manifesta após a cura do concreto, a ABNT NBR 8800:2008 exige que o componente de aço, por si só, deve possuir resistência de cálculo adequada para suportar todas as ações de cálculo aplicadas antes de o concreto atingir uma resistência igual a 0,75fck. As vigas de aço devem então ser verificadas quanto aos estados limites últimos de flambagem lateral com torção (FLT), flambagem local da mesa comprimida (FLM) e flambagem local da alma (FLA). A determinação do momento fletor resistente de cálculo para os estados limites FLT, FLM e FLA é feita de acordo com a esbeltez da alma do perfil. Dependendo do valor do parâmetro de esbeltez λ dos componentes comprimidos em relação a 𝜆𝑝 e 𝜆𝑟, as seções transversais são classificadas em: Compactas: se 𝜆 ≤ 𝜆𝑝 Semi-compactas: se 𝜆𝑝 < 𝜆 ≤ 𝜆𝑟 Esbelta: se 𝜆 > 𝜆𝑟 De acordo com a ABNT NBR 8800:2008, os estados limites últimos para as vigas mistas de aço e concreto de alma cheia e biapoiadas, serão verificados apenas quando a alma destas vigas for não esbelta. 05/11/2014 16 • Para o estado limite FLT 𝜆 = 𝑙𝑏 𝑟𝑦 𝜆𝑝 = 1,76 𝐸 𝑓𝑦 𝜆𝑟 = 1,38. 𝐼𝑦𝐽 𝑟𝑦. 𝐽. 𝛽1 1 + 1 + 27. 𝐶𝑤.𝛽1 2 𝐼𝑦 J é a constante de torção 𝐽 = 1 3 2. 𝑏𝑓 . 𝑡𝑓 3 + ℎ𝑤. 𝑡𝑤 3 𝐶𝑤 é a constante de empenamento 𝐶𝑤 = 𝐼𝑦 . (𝑑 − 𝑡𝑓) 4 𝛽1 é um coeficiente definido 𝛽1 = 𝑓𝑦 − 𝜎𝑟 .𝑊 𝐸. 𝐽 O momento fletor resistente de cálculo para o estado limite FLT: 𝑀𝑅𝑑 = 𝑀𝑝𝑙 𝛾𝑎1 , para 𝜆 ≤ 𝜆𝑝 𝑀𝑅𝑑 = 𝐶𝑏 𝛾𝑎1 𝑀𝑝𝑙 − (𝑀𝑝𝑙 −𝑀𝑟) 𝜆−𝜆𝑝 𝜆𝑟−𝜆𝑝 ≤ 𝑀𝑝𝑙 𝛾𝑎1 , para 𝜆𝑝 < 𝜆 ≤ 𝜆𝑟 𝑀𝑅𝑑 = 𝑀𝑐𝑟 𝛾𝑎1 ≤ 𝑀𝑝𝑙 𝛾𝑎1 , para 𝜆 > 𝜆𝑟 O momento fletor de flambagem elástica (𝑀𝑐𝑟): 𝑀𝑐𝑟 = 𝐶𝑏. 𝜋 2. 𝐸. 𝐼𝑦 𝐿𝑏 2 𝑡𝑤 𝐼𝑦 (1 + 0,039. 𝐽. 𝐿𝑏 2 𝐶𝑤 05/11/2014 17 • Para o estado limite FLA e FLM o momento fletor resistente de cálculo é dado: 𝑀𝑅𝑑 = 𝑀𝑝𝑙 𝛾𝑎1 , para 𝜆 ≤ 𝜆𝑝 𝑀𝑅𝑑 = 1 𝛾𝑎1 𝑀𝑝𝑙 − (𝑀𝑝𝑙 −𝑀𝑟) 𝜆−𝜆𝑝 𝜆𝑟−𝜆𝑝 ≤ 𝑀𝑝𝑙 𝛾𝑎1 , para 𝜆𝑝 < 𝜆 ≤ 𝜆𝑟 𝑀𝑅𝑑 = 𝑀𝑐𝑟 𝛾𝑎1 ≤ 𝑀𝑝𝑙 𝛾𝑎1 , para 𝜆 > 𝜆𝑟 (não aplicável à FLA) O valor de 𝜆𝑟 é calculado de forma diferente: Para perfis soldados: 𝜆𝑟 = 0,83 𝐸 (𝑓𝑦−𝜎𝑟) 𝑀𝑐𝑟 = 0,69. 𝐸 𝜆² 𝑊𝑐 Para perfis laminados: 𝜆𝑟 = 0,83 𝐸 (𝑓𝑦−𝜎𝑟) 𝑘𝑐 𝑀𝑐𝑟 = 0,90. 𝐸. 𝑘𝑐 𝜆² 𝑊𝑐 𝜆 = 𝑏𝑓 2 𝑡𝑓 𝜆𝑝 = 0,38 𝐸 𝑓𝑦 • Estado Limite FLM: 05/11/2014 18 • Estado Limite FLA: 𝜆 = ℎ 𝑡𝑤 𝜆𝑝 = 3,76 𝐸 𝑓𝑦 𝜆𝑟 = 5,70 𝐸 𝑓𝑦 𝑀𝑟 = 𝑓𝑦 .𝑊 Além das verificações de flambagem, em vigas mistas de alma cheia biapoiadas com 3,76 𝐸 𝑓𝑦 < ℎ 𝑡𝑤 ≤ 5,7 𝐸 𝑓𝑦 , a mesa inferior da seção mais solicitada deve atender: 𝑀𝑆𝑑,𝐺𝑎 𝑊𝑎 + 𝑀𝑆𝑑,𝐿 𝑊𝑒𝑓 ≤ 𝑓𝑦𝑑 𝑀𝑆𝑑,𝐺𝑎 é o momento fletor solicitante de cálculo devido à ações atuantes antes da resistência do concreto atingir 0,75fck; 𝑀𝑆𝑑,𝐿 é o momento fletor solicitante de cálculo devido à ações atuantes depois da resistência do concreto atingir 0,75fck; C) VERIFICAÇÃO À FORÇA CORTANTE Em seções I fletidas em relação ao eixo central de inércia perpendicular à alma (eixo de maior inércia), a força cortante resistente de cálculo 𝑉𝑅𝑑 é dada por: 𝑉𝑅𝑑 = 𝑉𝑝𝑙 𝛾𝑎1 , para 𝜆 ≤ 𝜆𝑝 𝑉𝑅𝑑 = 𝜆𝑝 𝜆 𝑉𝑝𝑙 𝛾𝑎1 , para 𝜆𝑝 < 𝜆 ≤ 𝜆𝑟 𝑉𝑅𝑑 = 1,24 𝜆𝑝 𝜆 2 𝑉𝑝𝑙 𝛾𝑎1 , para 𝜆 > 𝜆𝑟 𝜆 = ℎ 𝑡𝑤 𝜆𝑝 = 1,10 𝑘𝑣. 𝐸 𝑓𝑦 𝜆𝑟= 1,37 𝑘𝑣. 𝐸 𝑓𝑦 05/11/2014 19 𝑘𝑣 = 5,0 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑎𝑙𝑚𝑎𝑠 𝑠𝑒𝑚 𝑒𝑛𝑟𝑖𝑗𝑒𝑐𝑒𝑑𝑜𝑟𝑒𝑠 𝑡𝑟𝑎𝑛𝑠𝑣𝑒𝑟𝑠𝑎𝑖𝑠, 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑎 ℎ > 3 𝑜𝑢 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑎 ℎ > 260 ℎ 𝑡𝑤 2 5 + 5 𝑎 ℎ 2 , 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑡𝑜𝑑𝑜𝑠 𝑜𝑠 𝑜𝑢𝑡𝑟𝑜𝑠 𝑐𝑎𝑠𝑜𝑠 a é a distância entre as linhas de centro de dois enrijecedores transversais adjacentes 𝑉𝑝𝑙 é a força cortante correspondente à plastificação da alma por cisalhamento, e é determinada: 𝑉𝑝𝑙 = 0,60. 𝐴𝑤 . 𝑓𝑦 𝐴𝑤 é a área efetiva de cisalhamento, que deve ser calculada: 𝐴𝑤 = 𝑑. 𝑡𝑤 D) DESLOCAMENTOS O cálculo do deslocamento de vigas biapoiadas sujeitas à cargas uniformemente distribuídas: 𝛿 = 5 𝑞 𝐿4 384 𝐸 𝐼 O valor do momento de inércia utilizado dependerá do tipo de carregamento aplicado e do momento de aplicação. Para carregamentos aplicados antes da cura, utiliza-se o momento de inércia do perfil de aço. E para carregamentos aplicados depois da cura deve ser considerado o momento de inércia efetivo dado: 𝐼𝑒𝑓 = 𝐼𝑎 + 𝑄𝑅𝑑 𝐹ℎ𝑑 𝐼𝑡𝑟 − 𝐼𝑎 𝐼𝑎 é o momento de inércia da seção do perfil de aço isolado; 𝐼𝑡𝑟 é o momento de inércia da seção mista homogeneizada. O valor de 𝐼𝑒𝑓 é calculado por meio da homogeneização teórica da seção mista, dividindo a largura efetiva da laje pela razão modular. Para calcular a flecha devida às ações permanentes e às ações variáveis de longa duração, deve-se utilizar a razão modular 𝐸 𝐸𝑐 no cálculo das propriedades elásticas da seção transformada, e para calcular a flecha devida às ações variáveis de curta duração utiliza-se a razão modular 3 𝐸 𝐸𝑐 . 05/11/2014 20 A soma da flecha do perfil de aço isolado sujeito à carga permanente aplicada antes da cura, com a flecha da viga mista sujeita à combinação rara de ações aplicada depois da cura do concreto não exceder o valor da flecha limite: 𝛿𝑙𝑖𝑚 = 𝐿 350 No caso de construções não escoradas, a deformação elástica provocada pelas ações que solicitam a viga de aço isolada antes da cura do concreto, pode ser elevada. Na prática, este problema é resolvido prevendo uma contra-flecha para a viga de aço. o valor da contra flecha não pode exceder a soma da flecha do perfil com a flecha da viga mista devida à carga permanente aplicada após a cura, calculada com razão modular 𝐸 𝐸𝑐 (apenas efeito de curta duração). Para aplicação da análise elástica é necessário comprovar que a tensão máxima causada pelas ações de serviço não atinja a resistência ao escoamento do aço do perfil. A tensão atuante deve ser calculada com base nas propriedades elásticas da seção, levando-se em conta de forma apropriada os comportamentos antes e após a cura do concreto, usando-se combinações raras de serviço.
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