Buscar

Direito tributário

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 36 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 36 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 36 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Continue navegando


Prévia do material em texto

1
Direito Tributário
OBJETIVOS:
- Apresentar a organização do sistema tributário brasileiro;
- Conhecer os princípios e as espécies tributárias;
- Conhecer os direitos e deveres dos sujeitos que compõem a
relação tributária
2
Antes de conhecermos os principais conceitos e
características do Direito Tributário, é necessário relembrarmos que
a principal função do Estado é a produção de políticas públicas
voltadas para a defesa do interesse coletivo. Porém, não é possível
que o Estado desenvolva qualquer tipo de ação sem o seu devido
financiamento.
Todos nós sabemos que as necessidades
sociais são muitas e os recursos são escassos, por
isso, o Estado busca elencar todas as necessidades
sociais e, posteriormente, escolhe as principais a
serem contempladas, sempre com foco no
interesse público. Devido a essa necessidade de
recursos pecuniários, para a manutenção de bens
e serviços, do território e bem estar da população,
é que o Estado desenvolve sua atividade financeira.
A atividade financeira deve ser entendida como um conjunto
de ações desenvolvidas pelo Estado com o objetivo de obter receita
para o atendimento das necessidades públicas. A receita pública é o
ingresso de dinheiro aos cofres do Estado para o atendimento de
suas finalidades (HARADA, 2008).
O Estado exerce essa atividade por meio de três frentes: pela
arrecadação de tributos; pela gestão e conservação dos recursos e
patrimônio público; e pela aplicação dos recursos nas necessidades
coletivas.
Assim, você deve ter em mente que a arrecadação de tributos
é apenas uma das formas, a principal delas, que o Estado tem para
garantir sua receita. Como exemplo de outras formas de aferição de
Fonte:http://www.freedi
gitalphotos.net/images/B
usiness_People_g201-
Business_Data_Analyzing
_p143633.html Acessado
em 12/05/14.
3
receita, temos: emissão de moeda, locação de imóveis públicos,
indenização ao patrimônio público, etc.
Como vimos, o tributo é a principal fonte de recursos
financeiros do Estado e o Direito Tributário trata especificamente de
regular essa forma de aferição de receita. Essa cobrança de tributos
tem duas finalidades:
- finalidade fiscal: cuja função principal é a arrecadação
propriamente dita como, por exemplo, o pagamento do IPVA e do
IPTU.
- finalidade extrafiscal: que é a utilização da tributação para fins
sociais, econômicos ou políticos. Um exemplo dessa forma de
atuação é o aumento do imposto de importação com o objetivo de
proteger as empresas nacionais.
O Direito Tributário tem como sujeitos o credor ou sujeito
ativo, que é responsável pela cobrança, administração e conferência
dos tributos, e o devedor ou sujeito passivo, que tem a obrigação de
pagar e/ou enviar informações corretas a respeito de um tributo.
Assim, temos que a relação jurídica tributária tem um sujeito
ativo vinculado a um sujeito passivo em torno de um objeto que é
uma prestação de dar ou de fazer ou não fazer. A obrigação de dar
sempre vai ser em dinheiro e os remete ao pagamento de tributo
propriamente dito. E a obrigação de fazer e não fazer estão
relacionadas a algo que o contribuinte está obrigado a fazer, além do
pagamento do tributo.
Para que você compreenda melhor esses conceitos, vamos
analisar o imposto de renda (IR). Esse imposto incide sobre a renda
4
do contribuinte, que deve realizar duas ações distintas para seu
pagamento. A primeira delas é preencher e enviar a declaração para
que o fisco possa conferir e homologar posteriormente, e a segunda
é o pagamento, que pode ser dividido ou em parcela única. Pois bem,
assim temos que o envio da declaração é uma obrigação de fazer e o
pagamento é uma obrigação de dar, todas de responsabilidade do
contribuinte. Se o contribuinte não envia a declaração, ele será
intimado a realizar o envio, além de pagar multa.
Outra característica importante é que, no Direito Tributário,
nós não temos autonomia de vontade, ou seja, a obrigação é sempre
imposta pela existência de uma lei. Essa lei deve apresentar todas as
hipóteses de incidência de determinado tributo, que é o que nós
chamamos de fato gerador. Por exemplo, o fato gerador que enseja
o pagamento do IPVA é a propriedade, plena ou não, de veículos
automotores de qualquer espécie.
As principais leis que regulamentam o Direito Tributário estão
na Constituição Federal e no Código Tributário Nacional (Lei 5172/66),
que contêm normas gerais referentes à legislação tributária, de
observância obrigatória pela União, Estados, Distrito Federal e
Municípios.
4.1- LIMITAÇÕES CONSTITUCIONAIS AO PODER DE TRIBUTAR
A Constituição Federal impôs ao poder público algumas
limitações no exercício da competência tributária. A delimitação
dessa competência já se configura em uma limitação que impede que
um ente federado passe a legislar sobre tributo que não lhe pertença.
5
Para que você visualize melhor essa situação veja o exemplo
do IPTU (Imposto Territorial Urbano). Os municípios são os entes que
possuem o direito de exigir o pagamento desse tributo, sendo assim,
nem União ou Estados podem exigir ou
regular tal cobrança porque eles não
possuem competência para legislar sobre
esse tributo, que é de responsabilidade de
cada município. O principal objetivo dessa
limitação é, portanto, impedir que o poder
de tributar se sobreponha à harmonia
federativa.
Além dessa forma de limitação, a Constituição Federal de
1988 descreve mais dois tipos: os princípios constitucionais
tributários e as imunidades tributárias. Vamos conhecê-los!
4.1.2- PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS TRIBUTÁRIOS
- Princípio da Legalidade: este princípio tem por objetivo a proteção
e a segurança dos cidadãos. Segundo este princípio, é vedado exigir
ou aumentar tributo sem lei prévia que o estabeleça.
- Princípio da irretroatividade: este princípio veta a cobrança de
tributos, cujos fatos geradores tenham ocorrido antes do início da
vigência da lei que os houver instituído ou aumentado. Observe o
exemplo: se o fato gerador de um tributo ocorrer hoje e a alíquota
prevista em lei for de 5% com data de vencimento para trinta dias, e
dentro desse prazo houver aumento do valor da alíquota para 10%,
qual delas deve ser aplicada? De acordo com o princípio da
Fonte:http://www.freedigitalphoto
s.net/images/businessman-holding-
money-cash-dollars-in-hands-
photo-p236514 Acessado em
12/05/14.
6
irretroatividade, a alíquota correta é a de 5%, pois era a que estava
em vigor na época da ocorrência do fato gerador.
Porém, segundo o Código Tributário Nacional (CTN), a
retroabilidade da lei em alguns casos, veja:
Art. 106 do CTN. A lei aplica-se a ato ou fato pretérito:
I - em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa,
excluída a aplicação de penalidade à infração dos dispositivos
interpretados;
II - tratando-se de ato não definitivamente julgado:
a) quando deixe de defini-lo como infração;
b) quando deixe de tratá-lo como contrário a qualquer exigência de
ação ou omissão, desde que não tenha sido fraudulento e não tenha
implicado em falta de pagamento de tributo;
c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei
vigente ao tempo da sua prática
Por fim, em caso de extinção ou redução de algum tributo, a
lei somente retroagirá para alcançar situações passadas se houver
previsão expressa na mesma.
Alíquota: é o ou valor fixo que será aplicado sobre a base
de cálculo para o cálculo do valor de um tributo. A alíquota será um
percentual quando a base de cálculo for um valor econômico, e será
um valor quando a base de cálculo for uma unidade não monetária.
As alíquotas em percentual são mais comuns em impostos e as
alíquotas em valor ocorrem mais em tributos como empréstimo
compulsório, taxase contribuição de melhoria.
Fonte: www.wikipedia.org
7
- Princípio da anterioridade: este princípio proíbe expressamente
que União, Estados, Distrito Federal e Municípios cobrem tributo no
mesmo exercício financeiro em que foi publicada a lei que o instituiu
ou aumentou. E também antes de ocorridos noventa dias da data em
que foi publicada a lei que os instituiu ou aumentou. Essas regras
permitem que o contribuinte planejem suas atividades sem o risco de
sofrerem cobrança imediata de tributo.
Assim, diante de uma hipótese em que um tributo é instituído
ou majorado em um ano, a sua aplicação será
possível apenas a partir do exercício financeiro
seguinte, com observância do prazo mínimo de
noventa dias contados a partir da publicação da lei.
Para facilitar a compreensão dessas regras,
observe os exemplos:
É permitida, pela Constituição Federal, a
criação do Imposto Sobre Grandes Fortunas (IGF), mas ele ainda não
foi instituído. Dessa forma, se caso ele fosse criado em 01/12/14, ele
só poderia ser exigido em 01/03/15, porque observou-se a regra do
exercício financeiro seguinte e depois contou-se noventa dias.
Agora observe o seguinte: se o IGF fosse criado em 01/06/14,
ele poderia ser exigido em 01/01/15, porque, ao aplicarmos a regra
dos noventa dias, o prazo continuou dentro do mesmo exercício
financeiro mas, considerando a outra regra, sua cobrança só será
possível no exercício financeiro seguinte.
Conheça algumas exceções à aplicação dessas regras
observando o quadro abaixo:
Fonte:http://www.fre
edigitalphotos.net/im
ages/Money_g61-
Money_Concept_p80
135.html Acessado
em 12/05/14.
8
Exceções ao princípio
da anterioridade –regra
do exercício financeiro
seguinte (art 150,III,
“b” e 150,§1º)
Exceções ao
princípio da
anterioridade –
regra da noventena
(art, 150, III, “c” e
150, §1º)
Exceções ao princípio
da anterioridade do
exercício seguinte e
da noventena
II, IE, IPI, IOF
Imposto
extraordinário de
guerra
Empréstimo
compulsório de
guerra ou calamidade
pública
Restabelecimento da
cide-combustível e
ICMS combustível
Contribuições da
seguridade social
II, IE, IR, IOF
Imposto
extraordinário de
guerra
Empréstimo
compulsório de
guerra ou
calamidade pública
Fixação da base de
cálculo do IPVA e
IPTU
II, IE, IOF
Imposto
extraordinário de
guerra
Empréstimo
compulsório de
guerra ou
calamidade pública
- Princípio da Capacidade Contributiva: este princípio diz que é
preciso respeitar e considerar a capacidade contributiva de cada
cidadão, demonstrada por meio de manifestação de riqueza, de
forma que o pagamento de um tributo não seja tão oneroso para o
contribuinte de forma a afetar severamente a vida compatível com a
dignidade humana.
- Princípio da Isonomia: de acordo com este princípio, o ente
arrecadador de um tributo deve tratar igualmente os contribuintes
que se encontram em situação econômica igual, ou seja, possuem
9
capacidade contributiva equivalente, e os desiguais na medida de
suas desigualdades.
- Princípio da Proibição do Confisco: este princípio proíbe a
tributação abusiva, ou seja, aquela que retira excessivamente do
contribuinte seus meios de sustento.
-Princípio da Liberdade de Tráfego: de acordo com este princípio, é
proibido o estabelecimento de limitações ao tráfego de pessoas ou
bens através da cobrança de tributos interestaduais ou
intermunicipais, com exceção da cobrança de pedágio.
- Princípio da Uniformidade da Tributação: este princípio proíbe que
a União institua tributo que não seja uniforme
em todo território nacional ou que, de alguma
forma, implique em distinção de Estados, DF
ou municípios. Porém, é admitida a concessão
de incentivos fiscais para promover o equilíbrio
socioeconômico entre as regiões.
4.1.3- IMUNIDADES TRIBUTÁRIAS
As imunidades tributárias são vedações que impossibilitam o
legislador de prever uma hipótese de incidência de tributo em
determinada situação. São regras, previstas na Constituição Federal,
que limitam o poder de tributar que o Estado possui porque excluem
uma pessoa ou situação da possibilidade de sofrer tributação.
Portanto, a imunidade pode ser objetiva ou subjetiva. A
objetiva é concedida em favor de uma coisa como, por exemplo,
Fonte:http://www.freedigitalpho
tos.net/images/Charts_and_Gra
phs_g197-
Dollars_And_Bar_Graph_p10957
8.html Acessado em 12/05/14.
10
livros. E a subjetiva alcança qualquer imunidade que leve em
consideração a pessoa imune como, por exemplo, templos religiosos.
- Imunidade recíproca: esta regra proíbe que os entes federados
instituam impostos sobre o patrimônio, renda ou serviços uns dos
outros. Trata-se de uma imunidade subjetiva, pois é direcionada às
pessoas políticas e administrativas. Devemos ter em mente que esta
imunidade é só para impostos, por isso, taxas e
demais contribuições poderão ser cobradas. Esta
regra também é válida para as autarquias, que são
entidades descentralizadas da Administração
Pública, cujo objetivo é a execução de serviços de
interesse do Estado ou da coletividade.
- Imunidade religiosa: os templos religiosos de qualquer culto
também gozam de imunidade que abrange seu patrimônio, renda e
serviços prestados relacionados com as finalidades
essenciais das entidades. Porém, o Supremo
Tribunal Federal (STF) entendeu que esta
imunidade também se estende para lotes vagos e
prédios comerciais pertencentes a estas entidades.
- Imunidade dos Partidos Políticos e Sindicato dos Trabalhadores:
esta imunidade atinge o patrimônio, renda ou serviços dos partidos
políticos, incluindo suas fundações, e as entidades sindicais dos
trabalhadores. No entanto, a prática do STF é conceder a imunidade
mesmo quando a atividade em questão não for essencial para a
entidade, mas a renda decorrente da sua exploração seja destinada a
uma finalidade essencial.
Fonte:http://www.fre
edigitalphotos.net/im
ages/Religious_buildi
ngs_g294-
Church_p20773.html
Acessado em
12/05/14.
11
- Imunidade cultural: tem por objetivo contribuir para a
disseminação da cultura no país. A imunidade é válida para impostos
que incidam sobre livros, jornais, periódicos e o papel destinado à
sua impressão. Lembre-se de que a renda resultante destas
atividades é tributável.
A legislação tributária também deliberou algumas imunidades
específicas, vamos conhecê-las!
- Imunidade do Imposto Territorial Rural (ITR) em relação às
pequenas glebas rurais, desde que explorada pelo proprietário que
não possua outro imóvel. O objetivo desta imunidade é incentivar os
pequenos produtores rurais a permanecerem em suas atividades.
- Imunidade do Imposto sobre Transmissão de Bens Imóveis (ITBI)
sobre a transmissão de bens ou direitos incorporados ao patrimônio
da pessoas jurídica em decorrência de fusão, incorporação, cisão ou
extinção da pessoa jurídica, salvo se não se tratar de compra e venda,
locação ou arrendamento.
- Imunidade das receitas advindas de exportação quanto às
contribuições sociais e contribuição de intervenção no domínio
econômico. Imunidade do Imposto sobre Produtos Industrializados
(IPI) e do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS)
sobre as operações que destinem mercadorias ou serviços ao exterior.
Perceba que a concessão dessas imunidades é de extrema
importância para as empresas nacionais que se dedicam à exportação
de seus produtos, porque contribuem para que os mesmos não
sejam agregados ao valor final dos produtos.
12
- Imunidade do ICMS para prestação de serviços de radiodifusão e de
sons e imagens de recepção livre e gratuita. O interesse aqui é pela
manutenção dessas atividades.
-Imunidade de ICMS nas operaçõesque destinem, a outros Estados,
petróleo, lubrificantes, combustíveis líquidos e gasosos.
- Imunidade do ICMS com relação a sua incidência sobre o ouro.
- Imunidade das operações relativas à energia elétrica, combustíveis
líquidos e gasosos, lubrificantes e minerais do país, em relação a
qualquer imposto que não seja o ICMS, Imposto de Importação (II) e
o Imposto de Exportação (IE).
- Imunidade da aposentadoria e pensão
concedidas pelo regime geral da
previdência social com relação às
contribuições sociais de custeio à
seguridade social.
- Imunidade para todos os impostos federais, estaduais e municipais
nas operações de transferência de imóveis desapropriados para fins
de reforma agrária.
- Imunidade a contribuições para a seguridade social das entidades
beneficentes de assistência social.
4.2- OS TRIBUTOS
Antes de conhecermos as espécies tributárias, vamos analisar
o conceito de tributo que está presente no Código Tributário
Nacional.
Fonte:http://www.freedigitalphotos.net/i
mages/stack-of-thai-coins-baht-photo-
p190088 Acessado em 12/05/14.
13
Art. 3º CTN: Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em
moeda, ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua
sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade
administrativa plenamente vinculada.
Para fins didáticos, analisaremos este conceito de forma
particionada.
- Prestação pecuniária compulsória: isso quer dizer que, ocorrido o
fato gerador, surge uma relação jurídica (sujeito ativo + sujeito
passivo) tendo por objetivo uma prestação (unilateral) estabelecida
por meio de lei instituidora do tributo. O caráter compulsório do
tributo se mostra claro, já que o contribuinte não pode se eximir de
seu pagamento.
- Em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir: “exprimir em
moeda” significa poder representá-la como, por exemplo, pagamento
em cheque.
- Que não constitua sanção de ato ilícito: o fato gerador de um
tributo tem que ser sempre um fato lícito. Assim, não é possível
tributarmos o tráfico de drogas ou o jogo do bicho, por exemplo, por
serem atividades consideradas ilícitas. Porém, se um traficante
compra um carro ou uma casa com o dinheiro desta atividade, ele
está obrigado ao pagamento do IPVA e do IPTU.
- Deve ser instituído em lei: em observância ao princípio da
legalidade já apresentado anteriormente.
- Cobrança mediante atividade plenamente vinculada: ocorrido o
fato gerador da obrigação, o fisco tem que realizar a cobrança do
crédito nos termos da lei. Só serão responsáveis pela cobrança e
14
fiscalização dos tributos os entes indicados por lei e que façam parte
da Administração Pública.
4.2.1- ESPÉCIES TRIBUTÁRIAS
- Imposto
O fato gerador que enseja a cobrança de um imposto é uma
situação independente de qualquer atividade estatal voltada a
atender interesse específico do sujeito passivo/contribuinte. Isso
quer dizer que o imposto é um tributo não vinculado, porque quando
pagamos o Imposto de Renda (IR), por exemplo, não vamos receber
algo do Estado imediatamente.
-Taxa
As taxas são cobradas pelos entes federativos no âmbito de
suas atribuições. Seu fato gerador é o exercício
regular do poder de polícia, ou utilização específica
ou potencial do serviço público específico e divisível,
prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição
Trata-se de um tributo vinculado e sua base
de cálculo deve refletir o custo da atividade estatal
relacionada. Assim, podemos analisar a taxa paga
para emissão de passaporte, onde o contribuinte
paga por um serviço público específico de concessão,
cujo valor tem que ser uma proporção razoável entre o custo e a
manutenção dessa atividade, dividido por todos os usuários desse
serviço.
Fonte:http://www.fre
edigitalphotos.net/ima
ges/Money_g61-
A_Piggy_Bank_With_E
uro_Currency_p38596.
html Acessado em
12/05/14.
15
É preciso destacar que o uso de bem público não é fato
gerador de taxa, ou seja, o fisco não pode cobrar dos cidadãos uma
taxa para todos aqueles que quiserem frequentar uma praça, por
exemplo.
Base de cálculo é uma ordem de grandeza que se presta a mensurar
o fato descrito na forma tributária, possibilitando a quantificação
do tributo
- Contribuição de Melhoria
Trata-se de um tributo vinculado à atividade estatal cujo fato
gerador é a realização de obra pública que gere valorização
pecuniária ao imóvel beneficiado. Essa contribuição, segundo o artigo
81 do CTN, é instituída para fazer face ao custo de obras públicas de
que decorra valorização imobiliária, tendo como limite total a
despesa realizada e como limite individual o
acréscimo de valor que da obra resultar
para cada imóvel beneficiado.
Dessa forma, cada beneficiário não
pode suportar mais do que o benefício
obtido, e a arrecadação não pode
ultrapassar o custeio da obra pública.
Vamos analisar o seguinte exemplo: a prefeitura da cidade de
“Milagres” vai realizar a construção de uma praça como uma
tentativa de revitalização do “Bairro da Luz”. Assim, a casa de Maria
sofrerá uma valorização de R$ 20.000,00 e a de José R$ 5.000,00, por
Fonte:http://www.freedigitalphotos.n
et/images/business-man-wealthy-
photo-p249497 Acessado em
12/05/14.
16
isso, o fisco poderá cobrá-los apenas este valor, mesmo que o total
da obra tenha sido de R$200.000,00.
- Empréstimo Compulsório
Este tributo é destinado ao atendimento de situações
excepcionais e consiste na retirada compulsória de determinada
quantia de dinheiro dos contribuintes, a título de empréstimo, e
posterior resgate de acordo com o termos estabelecidos na lei que o
autorizou. Portanto, é obrigatório que a lei autorizativa do
empréstimo compulsório deva fixar obrigatoriamente o prazo do
empréstimo e as condições de seu resgate pelos contribuintes.
Segundo o artigo 148 da Constituição Federal de 1988, a
União, mediante lei complementar, poderá instituir empréstimos
compulsórios: para atender a despesas extraordinárias, decorrentes
de calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência; para
investimento público de caráter urgente e de relevante interesse
nacional.
Por fim, é necessário dizer que a aplicação dos recursos
provenientes de empréstimo compulsório será vinculada à despesa
que fundamentou sua instituição, ou seja, se esta arrecadação era
destinada a atender problemas de alguma calamidade, ela não pode
ser realocada posteriormente para o financiamento de outro
programa do governo.
- Contribuições Especiais
Estas contribuições estão descritas nos artigos 149 e 149A da
Constituição Federal e são divididas em contribuições sociais, de
intervenção no domínio econômico, de interesse das categorias
17
profissionais ou econômicas e para custear o serviço de iluminação
pública.
A principal característica deste tributo é que a própria
Constituição definiu expressamente a finalidade de arrecadação, ou
seja, o destinado desta arrecadação é vinculado a determinada
atividade, exercida por entidade vinculada ao Estado, em função da
defesa do interesse público.
- Contribuições sociais
Estas contribuições se subdividem em contribuições sociais
gerais, de competência exclusiva da União, e contribuições sociais
dirigidas ao custeio da seguridade social.
Elas representam um conjunto constituído de ações de
iniciativa dos poderes públicos e da sociedade, que tem como
objetivo assegurar direitos relativos à saúde,
previdência e assistência social.
Como exemplo dessas contribuições,
destaca-se a contribuição para a financiamento
da seguridade social (Cofins), que incide sobre o
faturamento das empresas, e o Programa de
Integração Social (PIS), que incide sobre o
faturamento e folha de saláriosdas empresas
Fonte:http://www.freedigit
alphotos.net/images/carto
on-businessman-on-top-of-
gold-coin-photo-p263984
Acessado em 12/05/14.
18
Vale dizer que somente a União tem a competência para
tributar sobre tais contribuições. Os Estados, Distrito Federal e
Municípios passam a ter esta competência somente quando se tratar
de contribuição para custeio de regime próprio de previdência social
cobrado de seus servidores.
- Contribuição de intervenção no domínio econômico – CIDE
Tratam-se de tributos de competência exclusiva da União e
que possuem natureza extrafiscal, ou seja, são destinados não
apenas ao abastecimento dos cofres públicos, mas objetiva alcançar
fins sociais, econômicos ou políticos através da regulação desses
tributos.
A contribuição mais relevante é a CIDE-combustível, que
incide sobre a comercialização dos combustíveis em geral. O
aumento ou diminuição de suas alíquotas gera impacto direto nos
preços dos combustíveis e, consequentemente, na economia do país.
- Contribuição de interesse das categorias profissionais
É de competência exclusiva da União a instituição desta
contribuição, buscando favorecer os interesses de categorias
profissionais e econômicas para custear suas atividades fiscalizadoras
e representativas. Como exemplo, têm-se as contribuições sindicais.
- Contribuição de iluminação pública
Esta contribuição, destinada ao custeio da iluminação pública,
é de competência de Municípios e do Distrito Federal e poderá ser
cobrada na fatura de consumo de energia elétrica, devendo respeitar
os princípios da legalidade e da anterioridade.
19
4.3- OBRIGAÇÂO TRIBUTÁRIA
A obrigação tributária é compreendida como um instituto que
relaciona diretamente o fisco com o contribuinte e que tem por
objetivo uma prestação prevista em lei.
Sendo assim, quando o contribuinte pratica algo no mundo
real, essa atitude é classificada como um fato. Se este fato praticado
for igual ao que está descrito hipoteticamente na lei, a consequência
é que ele gerará incidência de um tributo. Portanto, a obrigação
tributária surge a partir da ocorrência do fato gerador.
O Código Tributário Nacional subdividiu a obrigação tributária
em principal e acessória, em que a obrigação
principal sempre representará uma prestação
de dar, e a obrigação acessória sempre será
uma obrigação de fazer ou não fazer.
As obrigações acessórias existem para
auxiliar as atividades de arrecadação e
fiscalização do fisco. Segundo o artigo 115 do CTN, o fato gerador
dessa obrigação é qualquer situação descrita na legislação que
corresponda à prática ou à abstenção de ato que não configure
obrigação principal. Como exemplos de obrigação acessória,
destacam-se: a declaração do imposto de renda, a emissão de nota
fiscal, a permissão para fiscalização dos livros contábeis por ente
público.
Fonte:http://www.freedigitalphot
os.net/images/Money_g61-
Money_Bank_p21495.html
Acessado em 12/05/14.
20
Há duas questões importantes a saber: o cumprimento da
obrigação principal não exime o contribuinte do cumprimento da
obrigação acessória. E quando não há cumprimento da obrigação
acessória, ela será convertida em obrigação principal, porque vai
ensejar a cobrança de multa que é uma obrigação de dar e, por isso,
uma obrigação principal.
4.4- SUJEITO ATIVO
É a pessoa jurídica de Direito Público titular de competência
para exigir e fiscalizar o cumprimento da obrigação tributária. Essa
competência é indelegável.
4.5- SUJEITO PASSIVO
É a pessoa obrigada ao pagamento do tributo ou penalidade.
Com relação à obrigação principal, o sujeito passivo pode ser o
contribuinte, quando ele mesmo praticou o fato gerador, ou o
responsável, quando mesmo sem ter praticado o fato gerador, ele é
obrigado por lei a realizar seu pagamento.
Obrigação tributária (relação jurídica) = sujeito passivo (tem
o dever de pagar o tributo) + sujeito ativo (tem direito de receber o
tributo) + prestação
21
4.6- CRÉDITO TRIBUTÁRIO
Conforme já demonstrado anteriormente, a obrigação
tributária surge a partir da ocorrência do fato gerador. A partir daí,
forma-se uma relação jurídica entre as partes, credor e contribuinte,
cujo objetivo é receber uma prestação pecuniária, ou seja, o crédito
tributário. Por isso, é possível dizer que o crédito tributário tem a
mesma natureza jurídica da obrigação principal, já que também se
constitui por uma prestação de dar (dinheiro).
Para a formalização do crédito tributário, é preciso que seja
realizado um procedimento administrativo denominado lançamento,
que tem como foco verificar a ocorrência do fato gerador da
obrigação tributária correspondente, determinar a matéria tributável,
calcular o montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo e,
sendo o caso, propor a aplicação da penalidade cabível.
Essa atividade de lançamento é uma atividade administrativa
vinculada e obrigatória ao ente responsável
pelo recolhimento de determinado tributo,
sob pena de responsabilização funcional. Isso
quer dizer que o ente responsável pelo
recolhimento e administração de um
tributo é obrigado a fazer seu lançamento e,
posteriormente, recolher o valor devido por ser esta uma atividade
de arrecadação essencial para a manutenção do Estado.
Você deve ter em mente que a lei a ser aplicada no momento
do lançamento será aquela vigente na época de ocorrência do fato
gerador. Portanto, é essa lei que vai nos dizer sobre a instituição do
tributo e seu fato gerador, se houve majoração ou redução de suas
Fonte:http://www.freedigitalphotos.n
et/images/tax-pendulum-photo-
p265979 Acessado em 15/05/14.
22
alíquotas, quais são as penalidades em caso de descumprimento de
algum dispositivo dessa lei, se há possibilidade de exclusão,
suspensão ou isenção do crédito tributário.
Porém, há uma exceção em que aplica-se ao lançamento
legislação posterior à ocorrência do fato gerador da obrigação,
quando ela tenha instituído novos critérios de apuração ou processos
de fiscalização, ampliado os poderes de investigação das autoridades
administrativas, ou outorgado ao crédito maiores garantias ou
privilégios, exceto, neste último caso, para o efeito de atribuir
responsabilidade tributária a terceiros.
Agora, vamos conhecer as três modalidades de lançamento
que estão previstas no Código Tributário Nacional.
4.7- MODALIDADES DE LANÇAMENTO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO
4.7.1- LANÇAMENTO POR DECLARAÇÃO
Esta modalidade de lançamento ocorre quando o contribuinte
ou responsável tem a obrigação de fornecer informações para a
autoridade administrativa competente sobre matéria de fato que
seja necessária à efetivação do lançamento. Como exemplo desta
modalidade de lançamento, temos o caso do Imposto de Importação
(II), em que o contribuinte é obrigado a declarar o que está
comprando para que seja possível calcular o valor do imposto que
deverá ser recolhido.
Assim, o lançamento por declaração possui três etapas: a
declaração feita pelo contribuinte ou responsável à autoridade
23
administrativa competente; o lançamento pela autoridade; e a
notificação para pagamento do contribuinte ou responsável.
A declaração feita pelo contribuinte poderá ser retificada a
qualquer tempo, sempre que a mesma não interferir no valor do
tributo devido e nem servir para aumentar seu valor. Quando esta
retificação ensejar redução do valor ou exclusão do tributo, o prazo
para efetuá-la vai até a data do recebimento da notificação do
lançamento.
A partir desta declaração, nos casos permitidos por lei, o fisco
irá atribuir um valor arbitrado à base de cálculo, calcular o valor do
crédito tributário e fazer o lançamento de ofício. O contribuinte que
discordar dovalor lançado pelo fisco poderá impugná-lo
administrativamente ou judicialmente.
4.7.2- LANÇAMENTO DE OFÍCIO
Esta é a modalidade mais tradicional de
lançamento no país. Nesta modalidade, todo o
procedimento é feito pelo sujeito ativo, e poderá
ocorrer nas seguintes situações:
- quando a lei determina: nesta situação, o fisco
não necessita de informação do sujeito passivo
para efetuar ou revisar o lançamento já que
possui cadastro dos sujeitos passivos e dados
relativos à matéria tributável. Como exemplo, temos o lançamento
do IPTU e do IPVA.
- quando os demais tipos de lançamento não surtirem os efeitos
previstos no CTN: neste caso, o fisco tem que fazer o lançamento de
Fonte:http://www.freedi
gitalphotos.net/images/B
usiness_People_g201-
Businessman_with_dollar
_Head_p84899.html
Acessado em 15/05/14.
24
ofício por ser uma atividade vinculada e obrigatória, sob pena de
responsabilidade funcional. Este lançamento ocorre, por exemplo,
quando o fisco passa a ter conhecimento de uma omissão dolosa ou
culposa do contribuinte ou responsável nos tributos sujeitos aos
lançamento, por declaração ou homologação.
- Quando se comprove que, no lançamento anterior, ocorreu fraude
ou falta funcional da autoridade que o efetuou, ou omissão pela
mesma autoridade de ato ou formalidade especial: esta autoridade
tem o dever de efetuar novo lançamento de forma a corrigir o erro
anterior.
4.7.3- LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO
O lançamento por homologação ocorrerá para aqueles
tributos cujo recolhimento pelo sujeito passivo deverá anteceder
qualquer procedimento de lançamento do fisco. Neste caso,
nenhuma notificação é enviada ao sujeito passivo e nenhuma
declaração é necessária antes do pagamento, ou seja, o sujeito
passivo fica encarregado de realizar todas as operações sem a
interferência prévia do fisco.
Esta é modalidade de lançamento mais utilizada pela
Administração Pública, em que esta deixa a cargo do sujeito passivo
(contribuinte) todo o dever de verificação da ocorrência do fato
gerador, da identificação dos sujeitos da obrigação e a quantificação
do crédito. Um exemplo de lançamento por homologação é o caso do
25
Imposto de Renda (IR), em que o contribuinte por si só faz o
levantamento dos dados, preenche a declaração, faz o pagamento de
acordo com o que foi apurado, e a conferência dos dados e do
pagamento pelo fisco ocorre posteriormente.
Essa homologação por parte do fisco deverá ocorrer de
maneira expressa ou tácita dentro do prazo de 5 anos contados a
partir do fato gerador.
4.8- SUSPENSÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO
A suspensão do crédito tributário se configura como uma
forma de interrupção, de natureza temporária, da exigibilidade deste
crédito. Assim, corresponde a um lapso temporal em que o fisco fica
impedido de efetuar atos de cobrança do crédito tributário.
Você deve atentar para o fato de que essa suspensão não é
válida para as obrigações acessórias, como também não suspende
que a autoridade administrativa efetue o lançamento, apenas a
cobrança.
O artigo 151 do Código Tributário Nacional
estabeleceu quais são as causas que suspendem a
exigibilidade do crédito tributário, vamos conhecê-
las.
- Moratória: corresponde à dilatação do prazo, que
pode ser concedida pelo credor ou pelo devedor,
de forma que a dívida, vencida ou a vencer, passa a
ter outra data de vencimento e pode ser cumprida em uma ou mais
parcelas.
Fonte:http://www.fre
edigitalphotos.net/im
ages/Other_Business_
Conce_g200-
Business_Man_With_
Dollar_p51951.html
Acessado em
15/05/14.
26
Para que seja possível a concessão da moratória é necessária
a criação de lei autorizativa editada pelo ente competente do tributo.
Essa concessão pode ser em caráter geral ou individual, ou seja, pode
valer para todos os contribuintes ou apenas àqueles que requerem
pela via judicial.
A moratória não pode ser concedida por prazo indeterminado
e somente irá abranger os créditos que já estavam constituídos na
data da lei ou despacho judicial que autorizou sua concessão, ou
quando o lançamento já tenha sido iniciado naquela data por ato
regularmente notificado ao sujeito passivo.
Por fim, é preciso esclarecer que, nos casos em que a
moratória for concedida em caráter individual, não gera direito
adquirido e será revogada sempre que for apurado que o beneficiado
não mais satisfaça as condições exigidas para sua concessão.
- Depósito do montante integral do crédito tributário: esta hipótese
ocorre quando o sujeito passivo, ou seja, o contribuinte, tem por
objetivo evitar a incidência de acréscimos legais (juros de mora e
penalidades).
Segundo a súmula 112 do Superior Tribunal de Justiça, para
ter efeito de suspensão o depósito precisa ser do valor integral e em
dinheiro. Porém, é vedada a exigência desse depósito como condição
de aceite da ação que discutirá a exigibilidade ou não do crédito
tributário.
Assim, em caso de decisão judicial favorável ao fisco, ou em
caso de extinção do processo sem o seu devido julgamento, o valor
do depósito será remetido em prol da Fazenda Pública.
27
- Reclamações e recursos nos termos das leis reguladoras do
processo tributário administrativo: o sujeito passivo tem o direito de
questionar o lançamento regularmente notificado, assim como o
fisco tem o direito de rever tal ato via processo tributário
administrativo. Dessa forma, enquanto não houver resolução final
deste procedimento administrativo, a exigibilidade do crédito fica
suspensa.
- Concessão de medida liminar em mandado de segurança e
concessão de medida liminar ou de tutela antecipada em outras
espécies de ação judicial: se houver a concessão de qualquer uma
destas medidas, o crédito tributário ficará suspenso até a decisão
judicial final.
- Parcelamento: o Código Tributário Nacional determina que deve ser
aplicado ao parcelamento as mesmas disposições aplicadas na
moratória, já estudada anteriormente. Ressalta-se que o
parcelamento não exclui a incidência de juros e multa que possam
existir.
4.9- EXTINÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO
A extinção do crédito tributário ocorre por meio de atos que
façam desaparecer a respectiva obrigação. Esses atos estão dispostos
no artigo 156 do Código Tributário Nacional, são eles:
- Pagamento: corresponde à entrega de
dinheiro do sujeito passivo ou terceiro ao
credor. O contribuinte deverá cumprir a
prestação tributária na repartição
Fonte:http://www.freedigitalphotos.ne
t/images/Money_g61-
Money_p11179.html Acessado em
15/05/14.
28
competente de seu domicílio quando a lei for omissa.
Quando a legislação tributária não fixar o tempo do
pagamento, este ocorrerá 30 dias após a notificação do lançamento
ao sujeito passivo. O pagamento antecipado só ensejará desconto
quando houver previsão em lei, porém, se o pagamento não for
efetuado no prazo, é autorizada a cobrança de acréscimos legais
cabíveis.
- Imputação do pagamento: ocorre quando existirem dois ou mais
débitos vencidos simultaneamente para o mesmo credor e o
pagamento não for suficiente para extingui-los integralmente. Nesse
caso, o sujeito ativo tem o direito de realizar a imputação do
pagamento, ou seja, ele irá escolher qual dívida será quitada primeiro.
Segundo a legislação tributária, se houver mais de um débito
em que o sujeito é responsável, deverá ser quitado primeiro a
contribuição de melhoria, taxa e depois imposto. E se houver débitos
de mesma natureza, deverá ser quitado em primeiro lugar o mais
antigo para evitar a prescrição. Por fim, se houver débitos em igual
situação, porque tiveram origem na mesma data, utiliza-se como
critério de escolha a ordem decrescente dos montantes previstos.
- Pagamentopor consignação: é uma faculdade que o sujeito passivo
tem de efetuar o pagamento quando se encontrar impedido de
cumprir a obrigação tributária pelo credor, sem justa causa ou
quando existe mais de um ente exigindo o mesmo tributo. É preciso
destacar que a ação de consignação só pode ter por objeto o crédito
que o sujeito passivo queria pagar e não pôde.
- Compensação: esta forma de extinção do crédito só é possível se os
sujeitos da obrigação tributária forem, ao mesmo tempo, credor e
29
devedor um do outro. Nesse caso, as dívidas extinguem-se até o
ponto em que se compensarem. Para isso, é necessário que os
créditos sejam líquidos, determinados quanto ao seu valor e certos
quanto a sua existência.
- Transação: representa concessões recíprocas, que devem ser
autorizadas por lei, entre credor e devedor para a extinção do crédito.
- Remissão: é o perdão concedido pelo ente tributante, previsto em
lei, para o pagamento de um tributo. A remissão pode ser concedida
de forma total ou parcial, em caráter individual, por meio de ato
processual da atividade administrativa, que deve ser justificado pelas
seguintes situações: situação econômica do sujeito passivo; o erro do
sujeito passivo quanto à matéria de fato; o diminuto valor do crédito
tributário; e as considerações de equidade e situações peculiares de
certa região do país.
- Decadência: você deve lembrar que o fisco tem um
prazo limite para realizar o lançamento, que, se não
for cumprido, ele perde o direito de poder cobrar o
crédito tributário. Pois bem, a decadência é uma
forma de extinção do crédito tributário porque
representa o perecimento deste direito de cobrança
pela inércia do fisco em constituir o crédito tributário.
O prazo decadencial de constituição do crédito tributário para
os tributos sujeitos ao lançamento de ofício ou declaração será de 5
anos contratos:
- do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento
poderia ter sido efetuado. Assim, por exemplo, se o IPVA (Imposto
sobre a Propriedade de Veículos Automotores) teve seu lançamento
Fonte:http://www
.freedigitalphotos.
net/images/dollar-
sign-isolated-on-
white-photo-
p259605 Acessado
em 15/05/14.
30
no ano de 2014, o início do prazo da decadência, de acordo com esta
regra, será em 1º de janeiro de 2015.
- da data em que se tornar definitiva a decisão que houver anulado,
por vício formal, o lançamento anteriormente efetuado: vício formal
diz respeito ao não cumprimento das exigências estabelecidas para a
validação do lançamento. Veja um exemplo: o IPTU teve seu
lançamento constituído em 4/9/14, mas o contribuinte percebeu que
a metragem do terreno estava errada e pediu que o mesmo fosse
reavaliado. Essa reavaliação foi concluída em 31/3/15, por isso, é a
partir desta data que se inicia a contagem de 5 anos para o fisco
realizar um novo lançamento.
- da data em que tenha sido iniciada a constituição do crédito
tributário pela notificação, ao sujeito passivo, de qualquer medida
preparatória indispensável ao lançamento. Verifique o exemplo: se o
IPVA for lançado em 1º de janeiro de 2014, o prazo para sua
cobrança se iniciará em 1º de janeiro de 2015. Porém, antes do início
do prazo de cobrança, é solicitada informação sobre o ano do veículo
para que o lançamento seja efetivado, nesse caso, ocorre a
antecipação do prazo decadencial para a data dessa solicitação. Caso
a notificação ocorra quando o prazo decadencial já tenha se iniciado,
não haverá alteração de data.
E no que diz respeito ao prazo decadencial para os tributos
sujeitos a lançamento por homologação, o prazo será de 5 anos
contados a partir da ocorrência do fato gerador. Portanto, expirado
esse prazo sem o pronunciamento da Fazenda Pública, considera-se
31
homologado o lançamento e definitivamente extinto o crédito, salvo
se comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação.
Segundo o entendimento do Superior Tribunal de Justiça, se o
sujeito passivo declarou e não pagou ou pagou apenas parte do
tributo, cabe inscrição do contribuinte em dívida ativa e posterior
ação de execução fiscal para o recebimento do valor devido.
- Prescrição: este preceito nos diz que a partir da data em que o
lançamento torna-se definitivo em relação ao qual não sejam mais
cabível recursos, o fisco tem 5 anos para promover ação judicial para
a cobrança do crédito tributário. Se, por qualquer motivo, o fisco não
fizer neste prazo, irá perder o direito de exigir o cumprimento da
obrigação tributária.
- Conversão do depósito em renda: neste caso, o depósito do
montante integral efetuado pelo sujeito passivo para suspender a
exigibilidade do crédito tributário converte-se em renda do fisco,
extinguindo a obrigação tributária quando a ação for julgada
improcedente e não couber mais recurso.
- Pagamento antecipado e homologação do
lançamento: o pagamento do crédito tributário
e a homologação pelo fisco do lançamento em
que o contribuinte já efetuou o pagamento
também extinguem o crédito tributário.
- Consignação em pagamento: ocorre quando
o valor do crédito tributário, consignado por meio de depósito
judicial, converte-se em renda da Fazenda Pública, extinguindo o
crédito, desde que seja julgada procedente a ação.
Fonte:http://www.freedigitalp
hotos.net/images/Money_g61-
Money_Su_Fondo_Bianco_p13
384.html Acessado em
15/05/14.
32
- Decisão administrativa irreformável e decisão judicial passada em
julgado: qualquer decisão, seja ela em âmbito administrativo ou
judicial, extingue o crédito tributário, desde que não haja mais
nenhuma possibilidade de ser reanalisada.
- Dação em pagamento de bens imóveis: a dação em pagamento
corresponde à extinção do crédito tributário através da entrega de
um imóvel para o pagamento da dívida.
4.10- EXCLUSÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO
A exclusão do crédito tributário corresponde ao impedimento
legal de constituição do mesmo, estabelecido pelo ente tributante. O
Código Tributário Nacional, em seu artigo 175, estabeleceu as duas
espécies capazes de gerar a exclusão do crédito tributário: a isenção
e a anistia.
Para que se configure a exclusão do crédito, este precisa
ocorrer antes do procedimento de lançamento do tributo. Se ocorrer
após o lançamento, estaremos diante de um caso de remissão e não
de isenção ou anistia.
Assim, há necessidade de lei específica criada pelo ente
responsável para que a hipótese da exclusão seja válida e, nesse caso,
a exclusão do credito tributário não dispensa o cumprimento das
obrigações acessórias. Esta lei deve especificar condições para a
concessão, requisitos exigidos e tributos a que será aplicada.
- Isenção: a regra geral é que o ente competente responsável por
instituir o tributo detém a competência para conceder sua isenção,
porém, a Constituição Federal permite que a União conceda a
33
isenção para alguns tributos que não são de sua responsabilidade,
como é o caso do ISS (Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza)
e do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços).
Nos casos de concessão individual de isenção, esta não gera
direito adquirido e pode ser revogada sempre que o beneficiado
deixar de satisfazer as condições ou deixar de cumprir os requisitos
pré-estabelecidos como elementares para a concessão da isenção.
A concessão da isenção também pode ser restrita a
determinada região em função de condições peculiares, como, por
exemplo, impulsionar as atividades econômicas de determinada
região.
Por último, destacamos que a isenção, que não tenha prazo
ou condições estabelecidos, é revogável a qualquer tempo. Assim,
não podem ser revogadas, em relação ao sujeito passivo beneficiado,
as isenções concedidas por prazocerto e em virtude de determinadas
condições que estejam sendo cumpridas. A única
exceção, nesse caso, é a revogação da isenção
quando o sujeito passivo descumprir a obrigação.
- Anistia: representa o perdão das multas
impostas em decorrência de infrações praticadas
pelo sujeito passivo, cometidas antes da vigência
da lei que a concedeu. A concessão da anistia proíbe que as
penalidades sejam lançadas, mas o sujeito passivo continuará
obrigado a efetuar o pagamento do crédito principal.
Não pode ocorrer a concessão da anistia quando os atos
forem classificados como crime ou contravenção praticados com dolo,
fraude ou simulação.
Fonte:http://www.freedi
gitalphotos.net/images/F
inance_g198-
Briefcase_p126323.html
Acessado em 15/05/14.
34
E, para encerramos nossa análise dos principais institutos que
compõem o Direito Tributário, abordaremos a última temática que
trata da restituição do crédito tributário. Vamos lá?!
4.11- RESTITUIÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO
É possível requerer a restituição do crédito tributário, se o
mesmo foi pago indevidamente pelo sujeito passivo, independente
se tiver sido pago de maneira espontânea, ou seja, para que ocorra a
solicitação da restituição, a forma em que o pagamento foi feito é
irrelevante.
Sendo assim, de acordo com o art. 165 do Código Tributário
Nacional, o sujeito passivo tem direito, independentemente de
prévio protesto, à restituição total ou parcial do tributo nos seguintes
casos:
- cobrança ou pagamento espontâneo de tributo indevido ou maior
que o devido em face da legislação tributária aplicável, ou da
natureza ou circunstâncias materiais do fato gerador efetivamente
ocorrido;
- erro na edificação do sujeito passivo, na determinação da alíquota
aplicável, no cálculo do montante do débito ou na elaboração ou
conferência de qualquer documento relativo ao pagamento; e
- reforma, anulação, revogação ou rescisão de decisão condenatória.
O prazo para o requerimento da restituição extingue-se em 5
anos, contados da data de extinção do crédito tributário pela
35
cobrança ou pagamento espontâneo, ou identificação de erro, ou da
data que tornar definitiva a decisão final administrativa ou judicial.
Quando tratar-se de restituição em casos de tributos sujeitos
a lançamento por homologação, o prazo para pleitear a restituição é
de 5 anos, contados a partir do pagamento que extinguiu o crédito
tributário.
Se a restituição for pedida e a autoridade administrativa negar,
o contribuinte tem o prazo de 2 anos para pleitear judicialmente a
anulação dessa decisão.
ATIVIDADES
1- Diferencie obrigação principal de obrigação acessória.
2- Todas as obrigações tributárias estão previstas em lei? Explique.
3- O que acontece com as pessoas que possuem imunidade tributária
que não cumprem a obrigação acessória?
4- Produza uma síntese com as principais características das
modalidades de lançamento autorizadas pelo CTN.
5- Cite e comente duas formas de extinção do crédito tributário.
6- Explique o conceito de tributo.
36
7- Comente a frase: “A atividade financeira deve ser entendida como
um conjunto de ações desenvolvidas pelo Estado com o objetivo de
obter receita para o atendimento das necessidades públicas.”
8- O que são imunidades tributárias?
9- Cite e comente sobre 3 princípios constitucionais tributários.
REFERÊNCIAS:
BRASIL, Código tributário nacional. Lei nº 5.172, de 25 de outubro de
1966.
HARADA, Kiyoshi. Direito financeiro e tributário. 17ª ed. São Paulo:
Atlas, 2008.