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Aula 8- filosofia slide

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Aula 8- Pedagogia Histórico-Critico Social dos Conteúdos-slide
 
Marxismo e Educação
“A história da humanidade deve sempre ser estudada e elaborada em conexão com a história da indústria e das trocas” (Marx e Engels)
Contraditoriamente, o sistema capitalista de produção ao aprofundar as relações de dominação e exploração do trabalho, como também, da divisão social do mesmo, acabou por possibilitar, na cultura urbano-industrial, a organização da classe trabalhadora comprometida com a construção de um projeto que superasse as bases de uma sociedade dividida em classes sociais.
Século XIX - a crítica ao capitalismo elaborada por karl Marx e Frederich Engels
MARX e ENGELS tratam da problemática da educação ao longo de várias obras, mostrando seus princípios metodológicos e com diretrizes para o processo ensino-aprendizagem
Fundamentalmente essa sua preocupação foi devido aos estudos que realizou acerca das relações: socioeconômicas e políticas no processo histórico. 
Algumas preocupações de Marx e Engels, se refere à formação e o ensino e à concepção de educação articulada com o horizonte daquela época.
Segundo Marx, o ponto de partida para a compreensão da história, se deve graças a existência de seres humanos reais, que vivem em sociedade e estabelecem relações entre si, acontecendo o processo de humanização de homens e mulheres dentro da sociedade e pela sociedade. 
Marx salienta que a propriedade privada provocou uma mudança radical na divisão do trabalho, pois a partir dela, ocorreu a dicotomia entre trabalho manual e trabalho intelectual, ou seja, entre o saber fazer e o saber pensar.
Desta dicotomia surgem outras: produção e consumo, ócio e trabalho, miséria e opulência. Tais dicotomias acabam propiciando um conflito de interesses em uma sociedade, ou seja, o conflito entre o individual e o coletivo e entre o público e o privado.
Assim, sob a base da economia capitalista, o trabalho perde seu caráter socializante e humanizante, pois, homens e mulheres passam a representar uma força de trabalho que é vendida e aos proprietários dos meios de produção com uma aparente garantia de sua sobrevivência. 
Consequência a ALIENAÇÃO do TRABALHO quem produz não se identifica com o que é produzido.
Portanto, quanto mais o trabalhador produz, mais ele nega a si mesmo.
De acordo com Marx e Engels, na sociedade capitalista a EDUCAÇÃO se constitui como um elemento de manutenção e conservação da hierarquia social. 
O QUE FAZER PARA SUPERAR ESSAS DICOTOMIAS EXISTENTES em nossa SOCIEDADE?
Promover a emancipação do homem e a necessária integração entre ensino e trabalho com uma formação omnilateral, isto é, uma formação abrangente em todos os sentidos.
A integração entre ensino e trabalho constitui-se na maneira de sair da alienação crescente, reunificando o homem com a sociedade. Essa unidade, segundo Marx, deve dar-se desde a infância. O tripé básico da educação para todos:
é o ensino intelectual (cultura geral),
 desenvolvimento físico (ginástica e esporte) e aprendizado profissional polivalente (técnico e científico)”. (Gadotti)
Desta forma, podemos compreender que o ensino tem um caráter revolucionário e transformador da sociedade e do mundo, ou seja, faz-se necessário um projeto político e pedagógico promovendo os interesses da grande maioria excluída da sociedade.
Assim, a escola, os educadores e os intelectuais assumem um papel fundamental para a construção da consciência de classe dos trabalhadores.
Os Intelectuais e a Educação
“Não há atividade humana da qual se possa excluir de toda intervenção intelectual, 
não se pode separar o ‘homo faber’ do ‘homo sapiens’ enquanto, independentemente de sua profissão específica, cada um é a seu modo ‘um filósofo’, um artista, um homem de gosto, participa de uma concepção do mundo, tem uma consciente linha moral”
Gramsci ao se propor compreender a formação histórica dos intelectuais faz a distinção entre dois tipos de intelectuais. São eles:
os intelectuais tradicionais (o literato, o filósofo, o artista) que, sem razões, se consideram uma classe distinta da sociedade e;
os intelectuais orgânicos não descrevem a vida social simplesmente por regras científicas, mas exprimem as experiências e sentimentos que as massas por si mesmas não conseguem exprimir.
Gramsci considera que o grupo social emergente que luta para conquistar a sua hegemonia política, aspira a elaboração de sua própria ideologia intelectual, ou seja, ao mesmo tempo em que forma seus intelectuais orgânicos.
A organicidade do intelectual se mede pela maior ou menor conexão que mantém com o grupo social ao qual se relaciona: eles operam, tanto na sociedade civil quanto na sociedade política ou estado. 
A primeira representa o conjunto dos organismos privados nos quais se debatem e se difundem as ideologias necessárias para a aquisição do consenso que aparentemente surge de modo espontâneo das grandes massas da população em torno às decisões do grupo social dominante.
A segunda é onde se exerce o “domínio directo do comando que se expressa no Estado e no regime jurídico”.
Gramsci aponta para a necessidade de se criar uma cultura própria dos trabalhadores. 
Para tanto, é fundamental uma educação que permita o surgimento de intelectuais que partilhem as paixões das massas trabalhadoras.
Para ele, a educação tem um papel central na construção do consenso, das formas de pensar e de agir nas culturas ocidentais, ou seja, um instrumento de transformação social que possa conduzir as massas à revolução cultural.
Preocupado em romper com os modelos de escolas vigentes em sua época, Gramsci propõe uma escola unitária contendo duas direções:
eliminar a dicotomia entre trabalho intelectual e trabalho manual através de um currículo que privilegiasse tanto as matérias escolares clássicas (língua nacional, matemática, ciências, história, geografia e etc.) quanto os conteúdos ligados à preparação para o mundo do trabalho e;
trabalhar a dimensão política da sociedade onde todos tivessem o direito real à mesma cultura independente de sua origem social.
A Pedagogia Histórico Crítico-Social dos Conteúdos Pressupostos Teóricos
Fundamentada na concepção dialética da história enquanto possibilidade, movimento e transformação, defende a escola como socializadora dos conhecimentos e saberes universais, comprometida com a construção da igualdade real - e não formal como é o caso das pedagogias liberais - entre os homens, ou seja, da construção de uma sociedade igualitária.
A ação educativa pressupõe que se faça uma articulação entre o ato político e o ato pedagógico. 
Compreende-se que a praxis educativa se revela numa prática fundamentada teoricamente e, que, a interação social é o elemento de compreensão e intervenção na prática social mediada pelo conteúdo, ou seja, pelo conhecimento sistematizado historicamente pela humanidade
A tarefa desta pedagogia em relação à educação escolar implica:
I- a identificação das formas mais desenvolvidas em que se expressa o saber objetivo, reconhecendo as condições de sua produção e compreendendo as suas principais manifestações, bem como as tendências atuais de transformação.
II – a conversão do saber objetivo em saber escolar de modo a torná-lo assimilável pelos alunos das camadas populares no espaço e no tempo escolar;
III – o provimento dos meios necessários para a prática educativa.
Estrutura Teórico-Metodológica
Seu método estimula a iniciativa: dos alunos; do professor, favorecendo o diálogo dos alunos entre si e com o professor, valoriza o diálogo com a cultura acumulada historicamente. 
Para tanto, deve-se levar em conta: os interesses dos alunos, os ritmos de aprendizagem e o desenvolvimento psicológico, mas sem perder de vista a sistematização lógica dos conhecimentos, sua ordenação e gradação para efeitos do processo de transmissão-assimilação dos conteúdos cognitivos.
Propõe um método organizado em cinco passos. São eles:
1º Passo: Prática social – professores e alunos se encontramem níveis diferentes de compreensão (conhecimento e experiência) da prática social. Enquanto o professor tem uma compreensão precária (síncrese precária), a compreensão do aluno é de caráter sintético.
2º Passo: Problematização – identificação dos principais problemas postos pela prática social e, em consequência, que conhecimento é necessário dominar.
3º Passo: Instrumentalização -Apropriação dos instrumentos teóricos e práticos necessários ao equacionamento dos problemas detectados pela prática social, ou seja, trata-se da apropriação por parte das camadas populares das ferramentas culturais necessárias à luta social que travam diuturnamente para se libertarem das condições da exploração em que vivem.
4º Passo: Catarse – elaboração superior da estrutura em superestrutura na consciência dos homens. Trata-se da efetiva incorporação dos instrumentos culturais, transformados agora em elementos ativos de transformação social.
5º Passo: Prática social. Como ponto de chegada, supõe uma igualdade entre professores e alunos, ou seja, ambos devem estar na mesma condição, ou seja, de uma visão sintética da realidade.
Afirma: 
o movimento que vai síncrese (visão caótica do todo) à síntese (uma visão de totalidade de determinações e de relações numerosas), pela mediação da análise (as abstrações e determinações mais simples), constitui uma orientação segura tanto para o processo de descoberta de novos conhecimentos (método científico) como para o processo de transmissão-assimilação de conhecimentos (método de ensino).
Papel da Escola
É a socialização do saber elaborado às camadas populares de forma crítica e histórica.
O saber veiculado na escola, deve ser um instrumento de compreensão da realidade social e atuação crítica e democrática para a transformação da realidade.
RESUMINDO
A tendência da pedagogia crítico-social dos conteúdos propõe uma síntese superadora das pedagogias tradicional, renovada e tecnicista, valorizando a ação pedagógica enquanto inserida na prática social concreta. Entende a escola como mediação entre o individual e o social, exercendo aí a articulação entre a transmissão dos conteúdos e a assimilação ativa por parte de um aluno concreto (inserido num contexto de relações sociais); dessa articulação resulta o saber criticamente reelaborado.
No Brasil a PEDAGOGIA CRÍTICO-SOCIAL é uma das correntes da pedagogia crítica que propõe uma educação vinculada à realidade econômica e sociocultural dos educandos, ligando ensino e ação transformadora da realidade, ação e reflexão, prática e teoria. 
Sustenta a ideia de que o conhecimento está comprometido com a emancipação das pessoas, com a liberdade intelectual e política. Por isso, associa as tarefas do ensino a uma análise crítica sócio-histórico-cultural do contexto em que as pessoas vivem.

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