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Direito Administrativo

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20Daniel Haddad Bertini
DIREITO ADMINISTRATIVO
Princípios do Direito Administrativo
→ Dois princípios basilares: 
▪Supremacia do interesse público sobre o interesse privado: O Estado tem o poder de suprimir direitos e garantias individuais com o fulcro de garantir o direito da coletividade. Apresentando todas as prerrogativas que o Estado goza.
▪Indisponibilidade do interesse público: Nesses termos o Estado se submete a algumas restrições, para que o administrador não abra mão do interesse público na busca por interesses individuais. 
Trata-se do regime jurídico administrativo. Todos os princípios administrativos decorrem do texto constitucional. 
O regime jurídico confere prerrogativas: Princípio da Supremacia do Interesse Público sobre o Particular. E restrições: Indisponibilidade do Interesse Público. Esses são chamados de SUPRAPRINCÍPIOS, DOS QUAIS DECORREM OS OUTROS -> BIPOLARIDADE DO DIREITO ADMINISTRATIVO -> BINÔMIO DO DIREITO ADMINISTRATIVO (PRERROGATIVAS E SUJEIÇÕES). 	
* Princípios decorrentes desses 02 (dois) Princípios (SUB-PRINCÍPIOS). Art. 37, caput, da CF: Princípios Constitucionais da Legalidade, Impessoalidade, Moralidade, Publicidade e Eficiência.
→ Princípios expressos:
▪ Legalidade: é diferente da legalidade do direito privado, em que o particular pode fazer tudo desde que não contrarie a lei. O princípio da legalidade no direito público afirma que só existe atuação administrativa se houver permissão legal. A legalidade se sustenta na subordinação da administração à lei. 
▪ Impessoalidade: 
 
A Administração Pública tem que agir objetivamente em prol da coletividade. Os atos de pessoalidade são vedados, o exercício da atividade administrativa é atribuição da Administração e a ela são imputadas todas as condutas dos agentes públicos. Teoria do Servidor (agente público de fato). Os atos praticados pelo agente não praticados pela pessoa em si, mas a própria administração, sendo que a conduta deverá ser imputado ao próprio Estado (administração pública genericamente considerada).
- As publicidades da Administração não poderão conter nomes de administradores ou gestores, serão meramente informativas, educativas ou de orientação social. 
OBS: O Novo CPC, define que a União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e suas respectivas autarquias e fundações de direito público gozarão de prazo em dobro para todas as manifestações processuais, a partir da sua vista dos autos. 
▪ Moralidade: honestidade, lealdade, boa-fé de conduta e não corrupção. Lealdade às instituições públicas. Moralidade jurídica – que não se confunde com a moral social.
 Não basta que as atividades da Administração estejam de acordo com a lei, essas atuações têm que ser conduzidas com Lealdade, Ética e Probidade. 
Art.5°, LXXIII da CF/88 Ação Popular para controlar a Moralidade Administrativa dos agentes públicos.
▪ Publicidade:atuação transparente, ou seja, na atuação do agente deve buscar que toda a coletividade saiba da sua prática. Comporta exceções, com a prática de atos sigilosos, quando visar garantir a intimidade, vida privada, relevante interesse coletivo, honra e segurança nacional. 
Trata-se da garantia de controle por parte dos cidadãos. A ideia é de que a publicidade é um requisito de controle. São indispensáveis para a prática de atos administrativos. (Requisito de eficácia dos atos administrativos). 
 Exceções: Assuntos que tratem da segurança nacional; certos interesses sociais, ou de foro íntimo (privacidade, intimidade).
▪ Eficiência:foi inserido no artigo 37 pela Emenda 19/98. Atuação dentro de padrões éticos. Funciona não só como um princípio, mas como uma norma direta. Toda a atuação do Estado deve se pautar pela busca da eficiência, ou seja, busca por resultados positivos em toda atuação administrativa. Ex.: avaliação para o servidor ganhar estabilidade, ou seja, para se adquirir estabilidade necessita de eficiência. 
 
Rápida: Dinamismo, celeridade, descongestionar e desburocratizar. 
Perfeita: Completa, satisfatória. 
Rentável: ótima, máxima com menor custo. 
▪ Contraditório e ampla defesa (art. 5º, LV, CF): inerente a atuação administrativa. Antes de se proferir uma decisão contra o particular, deve-se conferir o direito de defesa prévia. A ausência de defesa técnica (advogado) não gera nulidade do processo administrativo (súmula vinculante nº5), desde que essa ausência de advogado seja por vontade do particular. (Súmula vinculante nº 21) – é inconstitucional qualquer lei que exija garantia de depósito para recurso administrativo, visto que restringe o acesso ao duplo grau, portanto, é inerente à ampla defesa a existência de duplo grau de julgamento.
→ Outros princípios da Administração Pública:
•Princípio da Finalidade Pública. 
Finalidade Pública Geral. Impõe que a atuação administrativa seja sempre voltada à coletividade, ao interesse público, nunca para atender interesses particulares. 
Finalidade Pública Específica. Determinados atos devem atingir fins específicos. Se este ato é praticado para atingir outro fim que não seja o seu fim específico, estará ferindo o Princípio da Finalidade Pública (desvio específico de finalidade). 
Princípio da Presunção de Legitimidade ou Veracidade dos Atos Administrativos. 
Até que se prove o contrário os atos da Administração são legais e legítimos (presunção relativa, juris tantum). Sua ilegalidade terá que ser provada, e até que se prove os atos serão válidos. 
→Princípios implícitos:
▪ Razoabilidade Ampla e proporcionalidade (STF): A proporcionalidade é inerente a razoabilidade. Os padrões médios da sociedade devem ser levados em conta na atuação do administrador, tendo em vista que em muitos atos do administrados são conferidas discricionariedade, de tal forma que a interpretação e a escolha deve se pautar sob um padrão razoável. 
Proporcionalidade: a adequação entre fins e meios, ou seja, os motivos que levaram a praticar determinado ato deve ser proporcional ao seus fins.
Os meios adotados pela Administração, voltados a atingir determinados fins, devem se apresentar como: 
a) Adequados: deve lograr com sucesso a realização do fim. 
b) Necessários: entre os diversos meios igualmente adequados, a Administração tem que optar pelo meio que menos restrinja o direito do administrado. 
c) Proporcionais, em Sentido Estrito (elemento da proporcionalidade ampla): a Administração deve promover ponderação entre vantagens e desvantagens, entre o meio e o fim, de modo que haja mais vantagens que desvantagens, sob pena de desproporcionalidade do ato. 
▪ Continuidade (L. 8987): A atuação do Estado deve ser contínua. Ininterrupta.
· Direito de greve:servidores militares – não tem direito de greve e nem de sindicalização. Se estende aos oficiais das forças armadas e os militares estaduais. Os servidores públicos civis tem direito de greve: exercido nos termos de lei específica. Diante da ausência dessa lei ordinária, de acordo com o STF, por se tratar de uma lei de eficácia limitada, o seu exercício está prejudicado até a sua promulgação. Por meio do Mandado de Injunção o STF afirmou que enquanto não houver lei específica, o servidor observará o disposto na lei geral de greve. (Lei 7783). Trata-se da tentativa de suprir uma omissão e não substituição do mandamento constitucional. De acordo com STJ, embora a lei afirma que não há possibilidade de remuneração do empregado em greve, não pode ser realizado o corte da remuneração do servidor público, portanto deve compensar os dias parados. 
·Paralisação de serviço: L. 8987/95, artigo 6, §3º. É possível a interrupção do serviço de ordem técnica ou por inadimplemento, desde que haja uma situação emergencial ou que haja prévio aviso. 
A interrupção por inadimplemento do usuário não pode ensejar a paralisação de serviço essencial à coletividade. Ex.: hospital não paga a energia elétrica. 
· Exceção do contrato não cumprido: se a administração pública deixar de pagar por mais de 90 dias (art. 78, XV, L. 8.666/93),o particular pode suspender a execução do contrato. 
Ressalva 2 – o art. 6º, §3º, da lei 8.987/95, permite a interrupção do serviço por razões de ordem técnica e por motivo de inadimplemento do usuário em situações de urgência, ou se houver prévio aviso. 
▪ Autotutela (Constitucional): poder-dever que a administração tem de rever seus próprios atos. Independemente de provocação. 
Analisa os aspectos de legalidade e de interesse público (conveniência e oportunidade).
Em caso de ilegalidade – anula-se o ato
Ausência de interesse público – revoga-se o ato
A Administração tem prerrogativa de controlar sua própria atuação para corrigir seus próprios atos. PODERÁ anular o ato que ela mesma praticou, quando o ato estiver eivado de ilegalidade Súmula 346, STF: “A Administração Pública pode declarar a nulidade de seus próprios atos”. 
A Administração PODERÁ invalidar seus próprios atos eivados de ilegalidade (dos quais não se originam direitos) e revogar atos por motivos de conveniência e oportunidade. Súmula 473, do STF: ”A Administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornem ilegais, porque deles não se originam direitos, ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial”. 
Em todos esses casos de invalidação e revogação, o Poder Judiciário poderá ser provocado e deverá apreciar os atos de invalidação e os de revogação. No entanto, a apreciação judicial restringe-se a aspectos formais, não havendo controle de mérito, pois não se pode apreciar a conveniência e oportunidade da revogação. Daí o caráter de não definitividade do autocontrole da Administração, que não faz coisa julgada. 
Lei 9.784/99, art. 53 Processo Administrativo Federal: “A Administração DEVE ANULAR seus próprios atos, quando eivados de vícios de legalidade e PODE REVOGÁ-LOS por motivos de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos”. 
▪ Motivação: dever da administração de fundamentar seus próprios atos. 
Em regra, a Administração deve enunciar as razões que a levaram a expedir determinado ato. Incisos IX e X, do Estatuto da Magistratura: As decisões administrativas no exercício de função atípica do judiciário devem ser fundamentadas. 
Entende-se por Motivo a razão de fato ou de direito que autorizou ou determinou a prática de um ato. Já a Motivação se trata da Exigência de explicitação, de enunciação dos motivos. 
Exceções ao Princípio da Motivação: A Exoneração ad nutum, que se refere àquela aplicável aos ocupantes de cargo em comissão, prescinde de motivação. Entretanto, se a Administração motivar ato que poderia não ser motivado, estará vinculada aos motivos que explicitou. Os motivos vinculam todo o ato, e se não forem respeitados, o ato poderá ser apreciado pelo Judiciário (Teoria dos Motivos Determinantes). Ex. agente destituído por improbidade, esta deverá ser provada. 
Poderes administrativos
1.Conceito: 
- Conjunto de medidas, meios ou instrumentos dos quais se valem os sujeitos da Administração Pública como necessários ao desempenho de suas próprias atividades administrativas. 
- São Poderes Instrumentais utilizados como meios para satisfação do interesse público, enquanto dever da administração, sem os quais a mesma não atuaria, eles são inerentes à Administração Pública, nascem com ela (Poder-Dever). São Poderes Jurídicos, criados pelo Direito. 
Ao extrapolar o caráter instrumental, ocorre abuso de poder. Abuso de poder se divide em excesso de poder e desvio de poder. 
Excesso de poder – vício de competência. 
Desvio de Poder – vício de finalidade.
2. Poder discricionário x poder vinculado: o judiciário só pode controlar os atos administrativos no caso de verificação dalegalidade, no caso de conveniência e oportunidade (mérito) o judiciário não pode controlar. 
A forma de exercício do poder que poderá ser discricionária ou vinculada. 
2.1 Forma de exercício do poder VINCULADA: 
- Hely Lopes: Poder que a ordem jurídica confere à Administração para expedir atos de sua competência, cujos elementos e requisitos já vêm previamente estabelecidos por lei. Confere à Administração uma competência para expedir atos vinculados ou regrados, no âmbito dos quais a Administração não goza de nenhuma liberdade administrativa, devendo expedi-los sem ponderações. 
OBS: Alguns autores (Maria Sylvia) negam a autonomia desse Poder, sob o argumento de que ele só impõe sujeições e limitações à Administração, que não terá liberdade na prática do ato.
2.2. Poder DISCRICIONÁRIO:
- A Ordem jurídica confere à Administração Pública, na expedição de determinados atos, a possibilidade de se valer do juízo de conveniência e oportunidade na escolha do objeto e na avaliação dos motivos do ato praticado.
- Concede à Administração certo espaço, com possibilidade de ponderações e escolhas na prática do ato. Pode deliberar a respeito do motivo e do objeto do ato, quando a lei deixar alguns dos elementos para prática de um ato para que a Administração atue de forma mais livre, com possibilidade de tomada de mais de uma decisão.
	Competência 
	Sempre decorrente de lei, ato vinculado. 
	Finalidade 
	Sempre vinculada. 
	Forma 
	Quando prescrita em lei, será vinculada. 
	Motivo e Objeto 
	Elementos deixados à discricionariedade administrativa. 
- Entretanto, a Administração deve adotar, dentre os vários motivos e objetos possíveis, o mais benéfico. Nunca poderá escolher qualquer objeto ou motivo. É uma liberdade relativa, condicionada. 
OBS: O Judiciário pode fazer o controle de mérito, não de forma ampla, mas dentro do contexto dos princípios constitucionais.
 3. Poder regulamentar (poder normativo) – expedição de normas gerais dentro dos limites da lei.
Regulamento (decreto) – privativo do chefe do executivo. 
Regulamento (autônomo) – art. 84, VI – substitui a lei
- É atribuído exclusivamente às Chefias do Executivo para executarem fielmente a lei (regulamento de execução), regular matéria não reservada à lei (regulamento autônomo) ou disciplinar internamente, em caráter geral e abstrato, as atividades cometidas ao Executivo (regulamento administrativo).
▪ Poder hierárquico – não existe hierarquia entre pessoa jurídicas diferentes. O poder hierárquico é interno, de competência administrativa, entre órgãos e agentes. 
A partir do poder hierárquico, surge a possibilidade de delegação e avocação de competências. 
- O poder hierárquico confere à Administração uma capacidade para ordenar, coordenar, controlar, corrigir, delegar (quando conveniente) e avocar suas funções. Este Poder estabelece a relação hierárquica entre órgãos do mesmo âmbito e escalão da Administração e a divisão de competências. 
Capacidade de Ordenar. Organizar as funções administrativas, distribuindo-as e escalonando-as entre os órgãos e agentes públicos, estabelecendo uma relação de subordinação entre eles. As ordens emanadas pelos órgãos e agentes superiores devem ser cumpridas fielmente pelos seus inferiores, salvo se manifestamente ilegais (quebra do dever de obediência infração disciplinar, punida pela Administração através de seu Poder Disciplinar). 
Capacidade de Coordenar. Coordenação, harmonização das funções, internamente, quando a cargo do mesmo órgão administrativo. 
Capacidade de Controlar. Controlar o próprio desempenho dos agentes público, fazendo também com que sejam observadas as leis e instruções necessárias ao cumprimento das funções. 
Capacidade para Corrigir (AUTOTUTELA). Invalidar atos ilegais e revogar atos que não sejam mais convenientes e oportunos ao interesse público. 
Capacidade para Delegar Atividade ou Função Administrativa. Art. 12, da Lei 9.784/99, do Processo Administrativo Disciplinar. Poderá haver quando for conveniente e não houver impedimento legal (delegar competência para julgamento de recurso administrativo; para edição de atos normativos ou quando o ato deva ser praticadocom competência exclusiva), mesmo entre órgãos de igual ou inferior escalão, mesmo que o órgão ou o agente delegado não sejam subordinados ao órgão ou agente delegante. A delegação é regra, sendo sua proibição uma excepcionalidade. 
OBS: O responsável pelo ato será o agente que recebeu a delegação (delegado). 
Capacidade para Avocar. Art. 15, da Lei 9.784/99. É o chamamento da competência pela autoridade que não era, originariamente, competente para prática ato, tirando a competência da autoridade que assim o era. É excepcional, só será possível quando permitida por lei. A autoridade avocante deverá ser superior à autoridade avocada. Deve ser justificada e temporária. O Poder Hierárquico está presente somente em âmbito interno (poder de organização interna). Entre os órgãos da Administração Direta e dentro dos próprios órgãos da Administração Indireta. 
Não há Poder Hierárquico de órgão da Administração Direta sobre órgão da Administração Indireta, tampouco de uma entidade da Administração Indireta sobre outra entidade da Administração indireta, já que não há Poder Hierárquico no âmbito externo. 
OBS: Não é controle de subordinação o que ocorre da Administração Direta sobre a Indireta. É um controle finalístico (incide sobre os fins e objetivos, nunca sobre os meios) para o qual foi criada a entidade da Administração indireta: Tutela Administrativa. No âmbito da União: supervisão Ministerial (as entidades da Administração indireta se vinculam a um Ministério). 
▪ Poder disciplinar – poder de aplicação de penalidades. Mas nem toda penalidade decorre diretamente do poder disciplinar. Trata-se do poder de aplicação de pena para aqueles que possuem um vínculo especial com o poder público, justificando assim a aplicação dessa penalidade. Pode decorrer da:
- Hierarquia
- Contratos administrativos
- A aplicação das penalidades depende de respeito ao Devido Processo Legal, no qual sejam respeitados o Contraditório e a Ampla Defesa.
▪ Poder de polícia – supremacia geral: se trata da preponderância do interesse público e não decorre de um vínculo especial. 
Limita-se a liberdade e propriedade para a garantia do interesse público. 
- Conceito Amplo. Toda e qualquer atividade desempenhada pelo Estado e dirigida a se restringir as liberdades individuais. Alcança os Poderes Executivo e Legislativo. Mesmo uma lei que venha a restringir uma liberdade seria decorrente do Poder de Polícia. 
- Conceito Estrito. O Poder de Polícia é toda atividade administrativa exercida pelas entidades, órgãos e agentes da Administração Pública para limitar e condicionar o exercício das liberdades individuais e o uso, gozo e disposição da propriedade, visando adequá-los e conformá-los aos interesses públicos e bem-estar geral da coletividade. É um Poder de Polícia Administrativa. 
- É Poder Jurídico, mera atividade administrativa (Ex. interdição de fábrica poluente). 
- Objeto do Poder de Polícia. Um bem, direito ou atividade exercida pelo particular, serão limitados pelo Poder de polícia da Administração que, entretanto, não poderá abolir os direitos dos administrados, apenas limita-los de modo que não ponham a coletividade em risco. 
-Motivo: Razão de fato ou de direito que enseja a atuação do Estado. 
- Manifestação: É uma atividade administrativa manifestada através de atos com destinatários indeterminados, gerais ou abstratos, individuais ou concretos; de prevenção ou fiscalização. 
-O Poder de Polícia, em regra, é discricionário. No entanto, a Administração não pode ficar inerte, tem que exercê-lo, tem o dever de responder, decidir a respeito dos pedidos do administrado. Na hipótese da Administração manter-se inerte, esta inércia poderá ser apreciada pelo Judiciário. Exceções: As licenças são atos vinculados quando o particular cumpre todos os requisitos. 
- Atributos do Poder de Polícia. 
 É imperativo, coercitivo, impõe restrições mesmo sem a vontade do particular. 
 Auto-Executável, atributo sem o qual o Poder de Polícia ficaria esvaziado; Exigível. 
 Presunção juris tantum de Legitimidade (não pode haver abusos no Poder de Polícia). 
- Delegação. O Poder de Polícia pressupõe prerrogativas a particulares. Portanto, se um particular detivesse o Poder de Polícia haveria um desrespeito ao Princípio da Igualdade. Daí porque, a doutrina entende que esse Poder é indelegável aos particulares. Exceção: Capitães de navios e aeronaves; entidades da Administração Indireta; agências reguladoras; concessionários, permissionários, delegatários, também o possuem, mas de forma mais restrita.
 OBS: Apenas os atos e atividades materiais que precedem (colocação de fotossensores) e que sucedem (a efetiva demolição de uma casa) o Poder de Polícia podem ser delegados. 
-Sanções. Devem ser previstas expressamente em lei. As sanções prevêem o resultado útil do Poder de Polícia. Ex. Interdições, apreensões, demolições, multas. 
-Setores do Poder de Polícia. Ex. Polícia Ambiental, Polícia Edilícia (SUCOM), INMETRO. 
Organização administrativa
Existem serviços que o Estado presta diretamente (pelos entes federativos – União, Estado, Distrito Federal e municípios). Realizados pelos Entes da administração direta. 
A melhor forma de se garantir a eficiência é perseguindo o princípio da especialização, fazendo com que os serviços sejam prestados por pessoas especializadas. 
Nesses termos, o Estado transfere seus serviços para outra pessoa jurídica, através da descentralização. (Especializada na execução dessa atividade). Para particulares ou pessoas criadas pelo próprio Estado, especializado na prestação do serviço. 
São quatro espécies de pessoas estatais oriunda da descentralização do Estado: 
Autarquias
Fundações Públicas
Empresas públicas
Sociedade de Economia Mista
Mesmo a Pessoa centralizada, cria órgãos e distribui-se, internamente, competências para a realização de serviços especificados. Não há necessidade de descentralização, é uma desconcentração interna. 
Órgãos públicos não tem personalidade jurídica. Portanto, não possuem capacidade postulatória. A lei poderá conferir a determinado órgão, capacidade processual ativa (Ex.: MP).
•Formas de prestação da atividade administrativa:
-DESCONCENTRAÇÃO. Atividade distribuída dentro do próprio núcleo, da própria Pessoa Jurídica. Há hierarquia, subordinação. 
DESCENTRALIZAÇÃO. 
Por Outorga. O Poder Público transfere a titularidade mais a execução do serviço. Só pode ser feita através de lei e para as Pessoas Jurídicas de Direito Público da Administração Indireta. 
Delegação. Transfere somente a execução do serviço, o Poder Público mantém a titularidade. Pode ser feita a qualquer um (Administração Direta, Indireta, particulares). Pode ser feita por: 
a) Lei (Legal). quando for para Pessoas Jurídicas de Direito Privado da Administração Indireta (Empresas Públicas, Sociedade de Economia Mista). 
b) Contrato (contratual). quando a delegação for para particulares (concessionárias, permissionárias, organizações sociais e todos que prestem atividade administrativa). 
• ADMINISTRAÇÃO DIRETA (Decreto-lei 200/67). Núcleo da Administração. 
Teoria do Mandato. O Estado transfere poderes a seus agentes através de um contrato de mandato. Não serve porque o Estado não pode manifestar vontade, portanto, não pode celebrar contrato de mandato. 
Teoria da Representação. O Estado é tratado como incapaz, por isso precisaria de um representante. Não serve porque, no Brasil, o Estado é responsável por seus atos e de seus agentes, não é incapaz. 
Teoria do Órgão ou Teoria da Imputação (Hely Lopes). Utilizada no Brasil, o agente exerce o poder, manifesta a vontade do Estado em razão de um Poder Legal, decorre de uma previsão legal. A vontade deve ser imputada ao órgão, não sendo imputada ao agente. 
•ÓRGÃO PÚBLICO. 
- Núcleo especializado de competências que serve para prestação de atividade administrativa. Não pode celebrar contrato. Não têm Personalidade Jurídica, por isso não tem aptidão para ser sujeito de direitose obrigações. Mas pode ir a juízo, desde que preenchidas duas condições (ir em busca de prerrogativas funcionais, sempre como sujeito ativo). Tem CNPJ. É possível a existência de órgão público na Administração direta e na indireta (Lei 9784/99). 
CLASSIFICAÇÃO. 
a) Quanto à Posição Estatal: 
AIndependentes. Gozam de independência, estão no ápice de cada um dos poderes. Ex. São as chefias de cada Poder: Presidência, Câmara Municipal. 
BAutônomos. Estão subordinados, diretamente ligados aos órgãos independentes. Ex. secretarias de Estado, Ministérios. 
CSuperiores. Ainda possuem poder de decisão, mas estão subordinados aos órgãos autônomos e aos independentes. Ex. Procuradorias. 
DSubalternos. Não possuem poder de decisão, só executa o que foi mandado pelo órgão independente ou autônomo. Ex. zeladoria, almoxorifado. 
b) Quanto à Posição Estrutural: 
ASimples. Não possuem outros órgãos agregados à sua estrutura. Ex. Gabinetes. 
BCompostos. Possuem outros órgãos agregados à estrutura. Ex. Delegacia de Ensino- Escolas ligadas. 
c) Quanto à Atuação Funcional: 
ASingulares. Compostos por um único agente. Ex. presidência, governadoria. 
BColegiados. Compostos por vários agentes. Ex. Assembleia Legislativa.
→ Entidades da administração indireta:
- Possuem Personalidade Jurídica Própria. Aptidão para ser sujeito de direitos e obrigações, é responsável pelos próprios atos e os de seus agentes. Não existe relação de hierarquia entre Administração Direta e Indireta. 
- Patrimônio e Recursos Próprios, autonomia técnica, financeira (decide como vai aplicar o dinheiro), administrativa. Só não tem autonomia, nem capacidade legislativa.
 OBS. No máximo poderá regular, complementar, disciplinar o que está previsto em lei.
- Formas de controle: 
Interno. Feito pela própria entidade da Administração Indireta. 
Exterior. Poder Legislativo (CPI´s e TCU); Poder Judiciário; pelos cidadãos, através da Ação Popular; Pelo Poder Executivo (supervisão Ministerial, dirigentes escolhidos pelo Ministério, receitas e despesas fiscalizadas, finalidades predeterminadas). 
▪ Regras básicas
- Os Entes da administração indireta tem personalidade jurídica própria. (Patrimônio, receita, autonomia administrativa). 
- Criação e extinção deve ser realizada por meio de lei específica. Art. 37, XIX – a lei cria as autarquias e autoriza a criação das empresas públicas, fundações públicas e sociedade de economia mista. A própria lei específica deve determinar a finalidade para que está sendo criada.
- Fins públicos (não lucrativos)
- Controle da administração direta	
Os entes da administração direta devem controlar os entes da administração indireta. Trata-se de um controle finalístico (tutela administrativa, vinculação ou supervisão ministerial). Verifica-se se o ente está cumprindo a finalidade legal ao qual foi criado.Não pode ser denominado de hierarquia, nem de subordinação. 
Obs.: Recurso dentro da mesma pessoa jurídica é considerado um recurso hierárquico. 
As autoridades da administração direta exoneração e indicam os cargos em comissão da entidade indireta. 
▪ Autarquia 
- Pessoa jurídica de Direito público: exercem atividade típica de Estado, gozam de regime de fazenda pública. Aplica-se, portanto, todas as regras da administração direta. (Ex.: impenhorabilidade – pagamento através de precatório). 
Há todos os privilégios processuais da fazenda pública e impedimentos (Ex.: prazo processual, remessa necessária etc.) – Art. 475, CPC. 
- Art. 150, §2º - imunidade tributária recíproca. 
Regime de pessoa público L. 8.112.
- Pessoa Jurídica de Direito Público que serve para prestação de atividades típicas do Estado, com autonomia administrativa, técnica e financeira, mas sem capacidade legislativa. São criadas e extintas por lei ordinária específica. 
Finalidade vinculada à finalidade para a qual a lei a criou. Não são criadas para visar o lucro. 
Atos e Contratos. 
a) Auto-Executáveis, presunção de legitimidade, imperatividade, como qualquer outro ato administrativo. 
b) Contrato Administrativo regido pelo Direito Público, com cláusulas exorbitantes. 
c) Necessidade de Licitação, mesmo para contratos regidos pelo Direito Privado. 
Responsabilidade Civil. 
a) Conduta + Dano + Nexo (sem necessidade de comprovação de culpa ou dolo). Será Objetiva: quando houver ação por parte do Estado; Subjetiva: quando em razão de omissão do Estado, e a responsabilidade do servidor também será subjetiva. 
OBS: Se a Autarquia não tiver patrimônio, o Estado responderá de forma objetiva, subsidiariamente pelo Dano. 
c) Exceção: Nos Casos das PPP´s, a Responsabilidade do Estado é Solidária. 
Bens Autárquicos: São bens públicos, segue regime de bens públicos. 
a) Inalienabilidade relativa. Todos os bens públicos são alienáveis de forma condicionada. Para haver alienação, há um procedimento a ser seguido: (Desafetação- Autorização Legislativa- Licitação). 
b) Impenhorabilidade: É vedada a penhora, o arresto (bens indeterminados), o seqüestro (bens determinados). 
c) Impossibilidade de Oneração: O Bem Público não pode ser objeto de Direito Real de Garantia (O Penhor, a Hipoteca e a Anticrese são vedados). 
d) Imprescritíveis (prescrição aquisitiva). Bens públicos são insuscetíveis de usucapião, nem do pró-labore, nem os bens dominicais. 
Regime de Precatório (art. 100, CF). 
a) Documento através do qual, o Tribunal reconhece débito com procedência transitada em julgado. Os Precatórios constituídos até 01º de julho devem ser pagos no exercício financeiro seguinte, se existir disponibilidade orçamentária. Podem ser pagos em parcelamentos anuais (10 por ano). 
b) Cada Pessoa Jurídica tem a sua própria fila, cada autarquia tem uma fila própria. 
OBS: Alimentos: Obedecem ao Precatório, mas têm fila própria dentro da fila geral. Exceção: Há um valor de 60 salários mínimos, no qual a pessoa estará fora do precatório. 
Privilégios Processuais. 
a) Prazo para recurso: prazo quádruplo, 60 dias. Contestação: prazo duplo, 30 dias. 
OBS: A partir da vigência do Novo CPC, a União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e suas respectivas autarquias e fundações de direito público gozarão de prazo em dobro para todas as suas manifestações processuais, a partir da sua vista dos autos, não havendo mais disposições sobre prazos diversos. 
OBS: O Novo CPC, no seu art. 493, também aumentou o valor-limite estabelecido para o reexame necessário (remessa), nos casos de condenações dos Entes Públicos, para mil salários mínimos quando se tratar de União e suas respectivas autarquias e fundações de direito público, para quinhentos salários mínimos em se tratando de Estado e suas respectivas autarquias e fundações de direito público e de cem salários mínimos em se tratando de Municípios e suas respectivas autarquias e fundações de direito público. 
b) Duplo grau obrigatório de Jurisdição, reexame necessário: Se o processo não for submetido ao duplo grau obrigatório, não haverá coisa julgada. 
OBS: Quanto ao reexame necessário, com a vigência do Novo CPC os valores limites sofrerão alterações. 
Regime Tributário. 
a) Imunidade Tributária Recíproca somente quanto aos impostos. A imunidade não é absoluta: restringe-se às finalidades específicas de cada Autarquia, previstas na sua lei de criação. As atividades complementares estão sujeitas aos impostos. 
OBS: Há cobrança dos outros tributos. 
c) Procedimento Financeiro: Lei 4.320/64 (Lei de Finanças Públicas) e LC 101/2000 (Lei de Responsabilidade Fiscal). 
d) Regime de Pessoal (EC 19 aboliu o Regime jurídico único): 
AEstatutário: Para titulares de cargo público (só nas Pessoas Jurídicas de Dir. Público). Preferencialmente, deve ser adotado o Regime Estatutário, de cargo público. 
BCeletista: Para titulares de emprego público. 
□ Autarquias de controle; profissionais; corporativas/ CONSELHOS DE CLASSE (OAB,CRA, CRM, CRO) – conselhos de profissão. Como se atuano exercício do poder de polícia, não pode ser delegado para particulares. ADI 1717 – gozam de parafiscalidade. 
Cobram contribuições, que possuem natureza tributária. 
O próprio corpo da entidade nomeia o dirigente. Esse dirigente cumprirá o mandato certo, não pode ser exonerado ad nuto. Essa garantia confere maior liberdade e independência para a autarquia.
Antigamente. Natureza de Autarquia. Porém, a Lei 9.649/98, no art. 58, estabelece que os Conselhos de Classe possuem natureza de Pessoa Jurídica de Direito Privado. 
STF, ADIN n. 1717. Como os Conselhos de Classe têm como função principal o Poder de Polícia, fiscalizando as atuações profissionais, não podem ser considerados pessoas jurídicas de direito privado. Declarou inconstitucional o art. 58 da Lei 9.649/98, determinando que os Conselhos de Classe terão natureza de Autarquia. 
Concurso Público. Doutrina majoritária entende que o concurso público é obrigatório. 
Foro Competente. Súmula 66, STJ: Justiça Federal ou Vara da Fazenda Pública. 
Anuidade: Natureza tributária, contribuição. 
Controle pelo Tribunal de Contas; Deve Obedecer a Lei 4.320/64 (Lei de Finanças). 
ExceçãoOAB: A contribuição da OAB não tem natureza tributária; Não sofre controle do Tribunal de Contas e não deve obediência à Lei de Finanças Nacional. 
•AUTARQUIAS DE REGIME ESPECIAL. 
Surgiram para conceituar as Universidades Públicas, que têm mais autonomia e liberdade. Reitor: Tem prazo certo de mandato, só sairá depois da expiração do mesmo. São escolhidos por eleição. Não é cargo de livre nomeação, nem de livre exoneração. 
OBS. Banco Central: É autarquia comum, mas seu Presidente é nomeado pelo Presidente após prévia aprovação do Senado. 
□ Agências reguladoras – reforma do Estado e implantação do regime neoliberal. Possuem poder normativo. Obriga somente o prestador de serviço, nunca o usuário. Dirigentes são nomeados pelo presidente da república após aprovação do Senado (L. 9986/00 – lei geral das agências reguladoras no âmbito nacional).
A lei de cada Agência regulamentará o mandato certo, não podendo ser exonerado a qualquer momento. Só perde o cargo dentro do mandato no processo administrativo ou renúncia. 
Depois que o dirigente sai do cargo cumpre uma quarentena. 4 meses, mas pode ser alterado pela lei específica de cada agência. Durante esse tempo, é proibido a prestação de serviço para qualquer empresa regulada pela agência. 
a) Finalidade. Regular, fiscalizar, disciplinar, normatizar determinadas atividades. Não é atividade nova, antes era exercida diretamente pelo Estado. 
b) Capacidade Legislativa. Não a tem, não podendo, de tal sorte, legislar. Têm o papel de complementar as leis, com normas técnicas específicas de sua atuação. 
c) Regime Especial. Têm mais autonomia, liberdade normativa, liberdade econômica e financeira. 
d) Nomeação de Dirigentes. Presidente nomeia com prévia aprovação do Senado. É investidura ou nomeação especial, porque depende de prévia aprovação do Senado. 
e) Mandato com Prazo certo e determinado. A lei de criação de cada autarquia de regime especial irá determinar o prazo do mandato (máximo. de 04 anos). 
OBS: Já há projeto de lei querendo uniformizar o prazo: 04 anos para todas. 
f) Vedação (Quarentena). Quando o dirigente sai do cargo, deve ficar 04 meses ou 01 ano (a depender da lei da autarquia especial) sem poder atuar na área de atuação da agência reguladora. 
g) Distinções:
AProcedimento Licitatório. 
- Lei 9.472/97: em contrariedade ao disposto na Lei 8.666/93, cada agência teria seu próprio procedimento licitatório, previsto na sua lei de criação. Com modos específicos de licitação (Pregão e Consulta). 
- STF, ADIN n. 1.668: Se a agência reguladora é autarquia, terá que seguir a Lei 8.666/93, deixando, entretanto, que elas tenham as modalidades específicas determinadas pela Lei 9.472/97, Pregão e Consulta. 
- O Pregão já tem a Lei 10.520/02, que o estendeu a todos os Entes, não sendo mais modalidade específica das agências reguladoras. Atualmente, a consulta, que ainda não tem lei lhe regulando, é a modalidade específica das agências reguladoras. 
BRegime de Pessoal. 
- Lei 9.886/00. Regime Celetista, com contratação temporária. A doutrina já dizia que o regime da CLT só deveria ser adotado em situações excepcionais, para funções subalternas ou para contratações temporárias. 
-ADIN n. 2.310, STF. Declarou que não era hipótese para contratação temporária, que é excepcional, e que, portanto, não deveria adotar o regime celetista. Declarou a Inconstitucionalidade das 02 regras: regime celetista e contratação temporária. 
- MP n. 155/03Lei 10.871/04: Determinou o Regime Estatutário, com concurso público, para todas as agências reguladoras. Os que entraram por contratação temporária sairão depois de findo o tempo do contrato. 
h) Exemplos de Agências. 
AANS; ANTT; ANTAQ; ANAC; ANP; ANA (bens públicos); ANCINE (fomento). 
BAutarquias: ADA (Agência de Desenvolvimento da Amazônia, substituiu a SUDAM), ADENE (Agência de Desenvolvimento do Nordeste, substituiu a SUDENE) e AEB (Agencia Espacial); 
CServiços Sociais Autônomos: APEX, ABDI. OBS: CVM: deveria ser agência reguladora, mas é autarquia comum.
□ Agência executiva – autarquia comum, não possui regime especial. Criada por lei, que recebe um contrato de gestão com o ministério supervisor e, em virtude disso, qualifica-se como autarquia executiva. Não decorre de um regime especial, possui natureza contratual. Dura enquanto durar o contrato de gestação (qualificação temporária) – maior liberdade de atuação, maior garantia orçamentária. 
Deverá elaborar um plano estratégico de reestruturação para voltar a ser eficiente. 
a) São autarquias ou fundações públicas que precisam ser modernizadas, e para isso fazem um planejamento para reestruturação. 
b) Contrato de Gestão. Celebrado entre uma autarquia ou fundação pública e o Poder Público. Serve para dar mais autonomia ou recurso público. Ex: autarquia A contrato de gestão agência executiva A. 
c) O título de Agência Executiva é temporário. Findo o contrato de gestão, o ente que se tornou agência executiva temporariamente voltará a ser autarquia ou fundação pública. Ex. de agência executiva: INMETRO. 
d) Liberdade Específica (só para agências executivas): Art. 24, parágrafo único, da Lei 8.666/93: Dispensa de licitação. Regra geral: 
-Valor de até 10% do convite (até R$ 150.000, se obras ou serviços de engenharia; até R$ 80.000 para os outros serviços); 
- Licitação dispensada (R$ 15.000 ou R$ 8.000). 
e) Dispensa para as agências executivas: 20% do valor do convite, ou seja, quando o valor da licitação for até R$ 30.000 ou R$ 16.000, a agência executiva estará dispensada de licitação. Essa dispensa vale também para: sociedades de economia mista, empresas públicas e consórcios públicos. Só vale para as autarquias e fundações públicas, quando qualificadas como agência executiva. 
▪Fundações
A fundação é uma pessoa jurídica atrelado a determinado patrimônio público, com determinada finalidade pública. Ex.: FUNAI, FUNASA.
São instituídas e constituídas pelo Poder Público, fazendo parte da Administração. OBS: Quando forem constituídas pela iniciativa privada, não serão Fundações Públicas. 
As fundações públicas são pessoa de direito público, contudo, algumas fundações são criadas como pessoas jurídicas de direito privado, a depender da lei específica que autoriza a sua criação. 
Se for criada como Pessoa Jurídica de direito público, se trata de uma autarquia fundacional (autarquia instituída sob a forma de uma fundação). 
Se for criada como Pessoa Jurídica de direito privado, o regime é similar das pessoas estatais (Regime híbrido/misto) – visto que embora possua natureza jurídica de direito privado, precisam respeitar as limitações decorrentes dos princípios administrativos. Ex.: licitação, concurso público. 
- As áreas de atuação das fundações públicas são definidas por meio de lei complementar.a) Natureza Jurídica. Regime de Direito Público. É uma espécie de autarquia e faz parte da Fazenda Pública. Tem todos os privilégios e obrigações de uma autarquia. OBS: Quando o concurso falar de fundação pública, será a de Direito Público. 
OBS: A partir da vigência do Novo CPC, a União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e suas respectivas autarquias e fundações de direito público gozarão de prazo em dobro para todas as suas manifestações processuais, a partir da sua vista dos autos, não havendo mais disposições sobre prazos diversos. 
OBS 1: O Novo CPC, no seu art. 493, também aumentou o valor-limite estabelecido para o reexame necessário (remessa), nos casos de condenações dos Entes Públicos, para mil salários mínimos quando se tratar de União e suas respectivas autarquias e fundações de direito público, para quinhentos salários mínimos em se tratando de Estado e suas respectivas autarquias e fundações de direito público e de cem salários mínimos em se tratando de Municípios e suas respectivas autarquias e fundações de direito público.
 FUNDAÇÃO PÚBLICA DE DIREITO PRIVADO (fundações governamentais). 
a) Natureza Jurídica: Regime de Direito Privado, derrogado parcialmente por algumas normas de direito público. 
b) Foro Competente (foro privativo): Justiça Federal ou Vara da Fazenda Pública. 
c) Privilégio Processual: Não tem prazo especial, porque não faz parte da Fazenda Pública. 
d) Tem sua Criação autorizada por lei ordinária. Já a lei complementar deve determinar a finalidade das fundações públicas de direito privado. 
e) OBS: Celso Antonio entende que não há essa divisão. Segundo ele, quando se fala em fundação pública, todas elas são de Direito Público. 
▪ Empresas estatais
Expressão utilizada para empresa pública e sociedade de economia mista.
Tratam-se de pessoas jurídicas de direito privado. São as duas empresas do Estado e o regime aplicável é o mesmo. 
 EMPRESAS ESTATAIS  Empresas Públicas 
 Sociedade de Economia Mista 
EMPRESAS PÚBLICAS. 
a) Pessoa jurídica de direito privado; Podem prestar serviço público ou explorar atividade econômica; sua criação é autorizada por lei. 
b) Têm capital exclusivamente público. Pode ser capital de vários entes da federação. Entretanto, não poderá haver capital de uma sociedade de economia mista investido na empresa pública, do contrário ela perderá esse status. 
c) Tem livre Constituição. Pode ser constituída por qualquer atividade empresarial. 
d) Têm foro privativo. Justiça Federal ou Vara da Fazenda Pública. 
SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA: 
a) Pessoa Jurídica de Direito Privado; Podem prestar serviço público ou explorar atividade econômica; criação autorizada por lei. 
b) Têm capital misto. O capital do Ente Público deve ser a maioria do capital votante. Devem ser constituídas, obrigatoriamente, como sociedades anônimas. 
c) Não têm foro privativo. São julgadas na Justiça Estadual. 
d) Finalidades: 
APrestar Serviço Público. Quando forem prestadoras de serviço público, haverá prevalência do Direito Público sobre o Direito Privado. 
BExplorar atividade econômica. Quando forem exploradoras de atividade econômica, haverá prevalência do regime de Direito Privado, com alguma influência do Direito Público. 
OBS: Art. 173, da CF (Hipóteses em que o Estado pode explorar atividade econômica): 
1. Quando for necessário aos imperativos da segurança nacional. 
2. Quando houver interesse coletivo, conforme o definido em lei. 
OBS: Terão estatutos próprios definidos na lei que autorizou sua criação.
- Diferenças entre empresas públicas e sociedades de economia mista:
i. Formação do capital: 
a. Empresa pública: capital 100% público – não se admite investimento de particulares.
b. Sociedade de Economia Mista: capital misto, mas a maioria do capital pertence ao poder público. O Poder público tem o controle acionário, a maioria com direito a voto deve pertencer ao poder público. 
ii. Forma societária:
a. Empresa pública: qualquer forma admitida em lei. 
b. Sociedade de Economia Mista: Sociedade anônima.
iii. Deslocamento de competência (só se aplica a nível federal – 109, I, CF):
a. Empresa pública:Justiça Federal
b. Sociedade de Economia Mista: Justiça Estadual 
- Semelhanças:
i. Criação: lei autorizadora
ii. Controle: finalístico. As empresas estatais são pessoas jurídicas de direito privado. Não gozam de nenhuma prerrogativa pública. Ex.: não possuem privilégios fiscais. 
iii. Servidores: empregados, regidos pela CLT.
iv. Contratos: privados, não possuem cláusulas exorbitantes.
v. Processuais: mesmos prazos da iniciativa privada. 
vi. Regime misto ou híbrido: normas de direito privado são derrogadas pelos princípios aplicados ao direito público. Ex.: licitação, concurso público. 
vii. Finalidade pública
Art. 173, CF – Explora-se atividade econômica, por parte do Estado, a partir de relevante interesse coletivo e necessário ao desenvolvimento nacional. 
REGIME JURÍDICO DAS EMPRESAS ESTATAIS. 
ALICITAÇÃO. 
01. Quando for prestadora de serviço público. Obedecerá à Lei 8.666/93. 
02. Quando exploradora de atividade econômica. Podem ter estatuto próprio, que regerá o procedimento licitatório de cada pessoa jurídica. Entretanto, até hoje, não há estatuto. Assim, deverão obedecer à Lei 8.666/93. Dispensa e Inexigibilidade (Arts. 24 e 25 da Lei 8.666/93). 
BFALÊNCIA. 
01. Antes: Se prestadoras de serviço público não estavam sujeitas à falência; se exploradoras de atividade econômica estavam sujeitas à falência. 
02. Agora (Lei de Falências, 11.101/05, art. 2º). Empresas públicas e sociedades de economia mista, sejam exploradoras de atividade econômica, sejam prestadoras de serviço público, não estão sujeitas à falência. 
OBS: A doutrina critica tal orientação, dizendo que as exploradoras de atividade econômica devem estar sujeitas à lei de falências, já que estão muito próximas do Direito Privado. 
C RESPONSABILIDADE CIVIL. 
01. Prestadoras de Serviço Público (art.37, §6º, da CF). A responsabilidade será objetiva, de regra. E a responsabilidade do Estado será subsidiária e objetiva. 
02. Exploradoras de Atividade Econômica. A Responsabilidade civil delas será regida pelo Direito Civil, que determinará os casos em que a responsabilidade será objetiva ou subjetiva. E o Estado não responde subsidiariamente. 
DREGIME TRIBUTÁRIO. 
01. Regra Geral: As empresas públicas e as sociedades de economia mista não têm imunidade tributária recíproca e privilégios não extensíveis à iniciativa privada. 
02. Exceção. Quando o bem e as atividades estiverem vinculados à prestação do serviço público, terão imunidade tributária. 
03. Empresa dos Correios e Telégrafos. Exerce atividade exclusiva e indelegável do Estado (serviço postal), por isso é tratado como Fazenda Pública. Goza de imunidade tributária recíproca; Tem privilégios processuais (prazos diferenciados); Os seus bens públicos são impenhoráveis, não oneráveis e imprescritíveis; Estão sujeitas ao regime de precatório. OBS: Isso não vale para as franquias privadas da Empresa. 
EREGIME DE BENS. 
01. Regra Geral. São penhoráveis. Mas são imprescritíveis, sempre. 
02. OBS: José dos Santos C. Filho entende que só os bens das pessoas jurídicas de direito público são bens públicos, ou seja, os bens das entidades governamentais não são bens públicos. 
03. Doutrina majoritária. Os bens públicos são todos aqueles pertencentes às pessoas jurídicas de direito público e os diretamente ligados à prestação do serviço público nas entidades governamentais, concessionárias, permissionárias e autorizatárias. Neste ultimo caso, os bens seguirão as regras dos bens públicos. 
FREGIME DE PESSOAL. 
01. Celetista. Titular de Emprego (Não é emprego público. Este e o cargo público são exclusivos das PJ´s de Direito Público). 
Equiparam-se aos servidores em alguns aspectos: 
- Exigência de concurso público; q
- Sujeitos às regras de vedação de acumulação; 
-Respondem por improbidade (Lei 8.429/92) de cargo,emprego e função pública; 
- São funcionários Públicos para fins penais; 
- Estão sujeitos aos remédios constitucionais; 
- Teto remuneratório. Estarão sujeitos ao teto do STF se a empresa pública ou a sociedade economia mista receberem ajuda do Estado para o custeio; se não receberem ajuda para custeio, não estão sujeitos ao teto; 
- Dispensa do empregado. Para maioria da doutrina, a dispensa do empregado só poderá ser realizada motivadamente, após processo administrativo disciplinar com contraditório. Porém, TST Súmula 390, orientação jurisprudencial Não há necessidade de motivação para dispensa dos empregados, já que os mesmos não gozam de estabilidade. Também não há necessidade de processo administrativo.
→Terceiro setor (Entes de cooperação)
Entidades privadas, sem fins lucrativos, que visam interesse público.
Serviço social autônomo
Sistema S. Embora sejam particulares e privadas, são criadas por autorização de lei. Assistência e ensino de categorias sociais e profissionais. 
Controle do Tribunal de Contas. Não há modalidade licitatório, há procedimento simplificado de contratação. 
Entidades de apoio
Pode ser fundação, associação ou cooperativas. Ambas se associam para executar atividade de interesse público. 
Organização social (OS)
Lei 9637/98 - 
Organização da sociedade civil de interesse público (OSCIP)
Responsabilidade civil do Estado
→A responsabilidade civil do Estado é objetiva.
As empresas jurídicas de direito privado, que prestam serviço público, respondem objetivamente pelos danos causados, resguardado o direito de regresso do agente em caso de dolo ou culpa. (A responsabilidade do agente é subjetiva). Nesse caso o Estado tem responsabilidade subsidiária enquanto a responsabilidade da empresa causadora do dano tem responsabilidade objetiva e direta. 
A responsabilidade objetiva do Estado se aplica sendo a vítima usuária ou não do serviço. 
A Constituição não diferencia os usuários e não usuários. 
- A responsabilidade civil objetiva não se aplica às empresas estatais exploradoras de atividade econômica. 
→Excludentes da responsabilidade civil
- Caso fortuito
- Força maior
- Culpa exclusiva da vítima
▪ Exclui-se o nexo causal
► Ressalta-se que sob o Estado incide a teoria do risco administrativo, ou seja, o Estado possui responsabilidade objetiva pelo fato da natureza da sua prestação.
→Teoria do risco integral (não admite excludente de responsabilidade)
- Decorrente de atividade nuclear
- Dano ambiental – STJ: omissão do Estado, primeiro se cobra do poluidor direta e depois do Estado.
- Crimes ocorridos a bordo de aeronave sobrevoando o espaço aéreo brasileiro e os crimes de ataque terrorista. 
→Responsabilidade omissiva do Estado
Nesse caso, a responsabilidade é subjetiva. Baseia-se na culpa do serviço, ou culpa anônima. Nesses termos, a má prestação no caso em concreto, do serviço em geral, confere dano ao particular. 
É a não prestação eficiente do serviço. 
- Teoria do risco criado/suscitado: em algumas situações o Estado cria uma situação de risco e dessa situação decorre um dano. 
Toda vez que o Estado tiver alguém ou alguma coisa sob custódia. 
→Ação regressiva
Em face do agente, desde que seja comprovado o dolo ou culpa. 
O entendimento mais moderno do STJ é de que a vítima pode cobrar diretamente do agente. 
Mas o STF entende que o agente atuou por meio do Estado e deverá ser cobrado diretamente do Estado. 
→Prescrição 
O prazo prescricional para a vítima cobrar do Estado é de 5 anos. – Lei 9.494/97. (Sob a égide do CC/16 que afirmava a prescrição de 20 anos). Hoje o CC afirma que 3 anos é o prazo prescricional da responsabilidade civil para os particulares e, por ser lei mais benéfica, deve ser adotado também para o Estado. (Não é pacífico).
A ação de regresso é de 3 anos. 
→Atos legislativos
Lei em sentido formal e material, publicada pelo legislativo com sanção do executivo; geral e abstrata. 
Em regra o Estado não responde por Lei. No caso de inconstitucionalidade é possível.
→ Decisões judiciais 
A regra é da irresponsabilidade. 
Art. 5º, LXXV – O Estado deverá indenizar preso por erro do judiciário. 
O agente público (juiz) responde em caso de dolo. 
→ Decorrente de obra pública
Duas situações distintas:
▪ Má execução da obra: decorre de um erro de execução. Se a obra estiver sendo executada diretamente pelo Estado, responsabilidade objetiva. Caso seja contratado um empreiteiro (pessoa jurídica de direito privado que não presta serviço público) – nesse caso o Estado deve ser omisso no dever de fiscalização da obra, a responsabilidade é do Estado.
▪ Dano da existência da obra em si: Trata-se de responsabilidade do Estado pelo simples fato da obra. Decorre da obra em si, a própria existência da obra já gera a responsabilidade. 
A responsabilidade é sempre objetiva e é sempre do Estado. 
Bens públicos
O conceito de bem público é controverso. A doutrina tradicional costume conceituar bem público aquele pertencente a pessoa jurídica de Direito Púbico e os bens da pessoa jurídica de Direito Privado, desde que seja atrelado a prestação de serviço público – nesse caso não se trata de proteção ao proprietário do bem, mas a própria sociedade como um todo. 
Artigo 98, Código Civil:Art. 98. São públicos os bens do domínio nacional pertencentes às pessoas jurídicas de direito público interno; todos os outros são particulares, seja qual for a pessoa a que pertencerem.
A destinação do bem não é relevante, o que interessa é a titularidade do bem. Mas mesmo que o bem pertença a uma pessoa jurídica de direito privado, se estiver atrelado a prestação de serviço público, goza das garantias inerentes aos bens públicos. 
▪ Bens de uso comum do povo
São aqueles bens que tem finalidade pública de utilização pela coletividade em geral. As pessoas em geral podem usufruir desses bens. A utilização normal desses bens pelo particular não depende de consentimento do Estado. Ex.: Praia. 
▪ Bens de uso especial – serviço ou estabelecimento
Pertencem ao Estado, mas que não são de utilização pública pela sociedade. O Estado concede para uma finalidade pública específica, atrelada a esse bem.
Especial direto: compõem a máquina do Estado.
Especial indireto:O Estado não usa com finalidade específica, mas há restrições com finalidade específica. Proíbe-se a utilização pela coletividade em geral, de forma ordinária. Ex.: terras indígenas. 
▪ Bens dominicais (dominiais) 
O Estado não dá nenhuma destinação específica, só é bem público pelo fato de pertencer a uma pessoa jurídica de direito público. 
Tratam-se de bens desafetados, visto que não possuem finalidade pública. 
O simples fato da administração pública conferir destinação pública ao bem já afeta o bem. Pode ser por simples utilização do bem, por ato administrativo, por lei. Não existe nenhuma formalidade específica. 
Contudo, a desafetação não se dá pelo simples desuso, depende, necessariamente, de ato administrativo ou de lei.
- Os bens de uso especial podem ser desafetados por um fato da natureza, situação alheia ao interesse público. 
→ Características
▪ Impenhorabilidade
Não é possível que em uma execução contra a fazenda pública requeira a execução dos bens públicos. Os bens são impenhoráveis.
- Não se admite constrição judicial sob bens públicos, tanto quanto as cautelares (arresto, sequestro etc.). Ou seja, não se pode restringir os bens públicos para saldar débitos.
▪ Não onerabilidade
Os bens públicos não podem ser direitos reais de garantia, assim garantidos extrajudicialmente. Não se admite que o Estado entregue um bem público por um bem assumido. 
▪ Imprescritibilidade
Prescrição aquisitiva. Os bens públicos não são adquiridos por meio de usucapião. Ainda que respeitadas as regras do Código Civil.
Atinge todos os bens públicos, seja afetado ou não. 
- Para o STJ não induz posse, mas mera detenção, não se valendo o proprietário do direito às ações possessórias. 
▪ Inalienabilidade
Os bens públicos podem ser alienados desde que respeitadas as condiçõesdefinidas em lei (alienabilidade condicionada).
→ Alienação 
Devem seguir alguns requisitos (alienabilidade condicionada)
▪ Desafetação
Bens afetados (de uso comum ou especial) estão fora do comércio. Não se admite a sua alienação. 
▪ Interesse público
Declaração de interesse público
- Avaliação prévia do bem e licitação (no caso de bens móveis)
- Avaliação prévia do bem e licitação + autorização legal – por meio de lei específica (no caso de bens imóveis)
Se o bem for da União deve haver autorização presidencial. 
→ Utilização especial de bens públicos
A utilização ordinária de bens públicos não prescinde de manifestação estatal. Quando se quer utilizar o bem público de forma anormal ou privativa o Estado requer um ato para a utilização do particular.
O Estado deverá ponderar o interesse público e a utilização normal das outras pessoas.
▪ Bens públicos: para essa utilização é necessário um título jurídico de Direito Público. 
▪ Autorização 
Ato administrativo unilateral, discricionário e precário, por meio do qual se permite a utilização do particular de maneira anormal e privativo.
Nesses termos, a discricionariedade permitirá a administração verificar a adequação ao interesse da coletividade e precário no sentido de não gerar direito adquirido. Portanto, a administração poderá revogar sem direito de indenização. 
Realizada no interesse do particular.
▪ Permissão
Ato administrativo discricionário e precário, por meio do qual se permite a utilização do particular de maneira anormal e privativo. Há margem de análise de oportunidade e conveniência.
Diferencia-se da autorização porque a permissão é realizada em razão do interesse público enquanto que na autorização busca-se o interesse do particular. 
▪ Concessão
Trata-se de contrato administrativo. Natureza jurídica de contrato, por meio do qual se permite a utilização do particular de maneira anormal e privativo, mas não é precário. 
A administração não pode rescindir sem ensejar uma indenização para o particular, que deverá investir no bem e deverá durar pelo prazo acordado no contrato, uma garantia de duração para amortizar os investimentos realizados.
→Bens em espécie
Arts. 20 e 26, CF
Art. 20. São bens da União: 
I - os que atualmente lhe pertencem e os que lhe vierem a ser atribuídos;
II - as terras devolutas indispensáveis à defesa das fronteiras, das fortificações e construções militares, das vias federais de comunicação e à preservação ambiental, definidas em lei; 
III - os lagos, rios e quaisquer correntes de água em terrenos de seu domínio, ou que banhem mais de um Estado, sirvam de limites com outros países, ou se estendam a território estrangeiro ou dele provenham, bem como os terrenos marginais e as praias fluviais;
IV as ilhas fluviais e lacustres nas zonas limítrofes com outros países; as praias marítimas; as ilhas oceânicas e as costeiras, excluídas, destas, as que contenham a sede de Municípios, exceto aquelas áreas afetadas ao serviço público e a unidade ambiental federal, e as referidas no art. 26, II; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 46, de 2005)
V - os recursos naturais da plataforma continental e da zona econômica exclusiva;
VI - o mar territorial; 
VII - os terrenos de marinha e seus acrescidos;
VIII - os potenciais de energia hidráulica;
IX - os recursos minerais, inclusive os do subsolo;
X - as cavidades naturais subterrâneas e os sítios arqueológicos e pré-históricos;
XI - as terras tradicionalmente ocupadas pelos índios.
Art. 26. Incluem-se entre os bens dos Estados:
I - as águas superficiais ou subterrâneas, fluentes, emergentes e em depósito, ressalvadas, neste caso, na forma da lei, as decorrentes de obras da União;
II - as áreas, nas ilhas oceânicas e costeiras, que estiverem no seu domínio, excluídas aquelas sob domínio da União, Municípios ou terceiros;
III - as ilhas fluviais e lacustres não pertencentes à União;
IV - as terras devolutas não compreendidas entre as da União.
Licitação
Procedimento administrativo prévio às contratações do Poder Público. 
→Finalidades
- Seleção da proposta mais vantajosa, de acordo com os critérios definidos pelo Estado. 
- Garantia da isonomia. Visto que qualquer um que tenha interesse pode contratar com o Estado. 
→Princípios
Além dos princípios administrativos
▪ Princípio da vinculação ao instrumento convocatório
Vinculação ao edital (lei da licitação) – ato administrativo obediente a lei, visto que o edital estipula todas as regras a serem obedecidas no procedimento licitatório. Todos se obrigam, tanto os licitantes quanto a própria administração pública. 
▪ Julgamento objetivo
Os critérios de julgamento devem estar objetivamente dispostos no edital. Define os tipos de licitação: critérios de escolha do vencedor: a. menor preço; b. melhor técnica; c. técnica e preço; d. maior lance.
O tipo é determinado previamente no edital. Não há surpresa. Na licitação não se pode alterar as regras do jogo no meio do procedimento. 
Critérios de desempate também são objetivos (art. 3º, §2º):
Art. 3º. [...] §2o Em igualdade de condições, como critério de desempate, será assegurada preferência, sucessivamente, aos bens e serviços:
II - produzidos no País; 
III - produzidos ou prestados por empresas brasileiras.
IV - produzidos ou prestados por empresas que invistam em pesquisa e no desenvolvimento de tecnologia no País.
O artigo 45, §2º afirma que se nenhum critério resolver, deverá ser definido por meio de sorteio. 
- Se alguma das empresas empatou a licitação, deve-se observar a Lei Complementar 123, que afirma que ME e EPP terão preferências no desempate. No sentido de reduzir a propostas, desempatar objetivamente.
Na lei 8.666/93 - se a propostas da ME e EPP forem 10% maior do que a vencedora é considerado empate. 
No pregão a regra é de 5%. 
▪ Princípio da publicidade
Não se confunde com publicação, visto que nem todo procedimento terá publicação de edital.
▪Princípio do sigilo da proposta
Até a data da abertura das propostas, um licitante não deve saber da proposta do outro.
→ Regras básicas
▪ Obrigatoriedade de licitação
Administração direta e indireta; fundos especiais; entes mantidos ou subvencionados pelo Poder Público. Inclusive as empresas públicas e sociedades de economia mista que exploram atividade econômica. 
▪ Intervalo mínimo
Prazo mínimo respeitado pela administração entre a publicação do edital e a abertura dos envelopes com as propostas. Pode ser concedido prazo maior, mas não poderá ser menor. 
- Cada modalidade licitatória tem seu prazo mínimo legal estabelecido. 
▪ Comissão de licitação
Servidores responsáveis pelo procedimento. Composta por, no mínimo 3 membros, sendo que 2 devem ser necessariamente servidores específicos do órgão.
Todos respondem solidariamente pelos atos da comissão. 
→ Modalidades licitatórias
▪ Concorrência
Mais ampla modalidade de licitação. Qualquer pessoa pode participar da concorrência, se trata de uma modalidade ampla. 
▫ Deve ser obrigatória para contratação de grande vulto:
- Obras e serviços de engenharia acima de R$ 1.500.000,00 
- Aquisição de bens e outros serviços acima de R$ 650.000,00
Exceções: 
Contratos em que a lei exige a concorrência independentemente do valor do contrato:
Aquisição ou alienação de imóveis; em caso de decisão judicial ou dação em pagamento poderá ser feito concorrência ou leilão. 
Concessão de direito real de uso;
Concessão de serviço público (L. 8.987/95); 
Empreitada integral; empresa que fica responsável por todas as etapas da obra, ainda que seja inferior a R$ 1.500.000,00.
Licitação internacional; é aquela que permite empresas estrangeiras que não tenham sede no Brasil. Exceções: a. caso o órgão tenha um cadastro internacional de licitantes, pode ser feita por tomada de preço, desde que esteja dentro dos limites de valor estabelecidos por essa modalidade; b. Não há fornecedor do bem ou do serviço no país (por meio de convite). 
▫ Na concorrência o intervalo mínimo depende do tipo:
- Melhor técnica ou técnicae preço: 45 dias.
- Menor preço e maior lance: 30 dias.
Em caso de contrato de empreitada integral, o intervalo mínimo é de 45 dias. 
▪ Tomada de preço
Quem participa são os licitantes cadastros no órgão e aqueles que cumprirem os requisitos para cadastros com pelo menos 3 dias de antecedência da abertura dos envelopes. 
O cadastro tem vigência de 1 ano.
A lei restringe um pouco a competição, de tal forma que limita a valores.
- Até R$ 1.500.000,00 – obras e serviços de engenharia
- Até R$ 650.000,00 – bens e outros serviços 
▫ Na tomada de preço o intervalo mínimo depende do tipo:
- Melhor técnica ou técnica e preço: 30 dias.
- Menor preço e maior lance: 15 dias.
▪ Convite
No mínimo 3 convidados. Caso não seja convidado, para participar do convite deve ser:
- Cadastrado no órgão 
- Manifestar interesse, pelo menos 24 horas antes da data marcada para abertura do envelope. 
O instrumento convocatório é denominado carta-convite. Não há publicação, mas há publicidade. Faz-se publicidade com o envio dos convites aos convidados e depois é feita afixação no átrio da repartição, em local visível ao público. 
Só se admite o convite para:
- R$ 150.000,00 – obras e serviços de engenharia
- R$ 80.000,00 – bens e outros serviços
▫ O poder público não pode contratar por partes para atingir o mínimo. Não há possibilidade de fracionar o objeto da licitação, quando há possibilidade de se fazer inteiramente. 
▫ No convite o intervalo mínimo é de 5 dias úteis.
Se o órgão demonstrar escassez de pessoal para retirar 3 pessoas, pode-se abrir mão da comissão de licitação e realizar a licitação com 1 servidor, desde que esse seja efetivo. 
▪ Concurso
Modalidade licitatória na pretensão, por parte da administração, de escolha de trabalho técnico, artístico ou científico. 
Intervalo mínimo – 45 dias
Comissãoespecial de concurso: não precisam ser servidores públicos. São membros que devem ser idôneas e tenham conhecimento na área do concurso. 
▪ Leilão
Venda de bens pela Administração pública. Modalidade específica para alienação:
Bens móveis
Inservíveis. Bens desafetados, que não estão mais sendo utilizados pela administração. 
Bens imóveis
Adquiridos por dação em pagamento ou por decisão judicial.
No leilão não há comissão licitante. Pode ser leiloeiro oficial ou um servidor público designado. 
Intervalo mínimo: 15 dias. 
Sempre o leilão é do tipo melhor lance. Não é possível arrematar em leilão administrativo bem com valor inferior ao avaliado. 
▪ Pregão (L. 10.520/2002)
Aquisição de bens e serviços comuns. Designado no edital com a expressão usual do mercado. 
Não há limite de valor para utilização de pregão, desde que não seja obra. 
- Não há comissão. É o pregoeiro, mas admite-se uma comissão de apoio. Não há responsabilidade solidária.
Sempre é menor preço: não se admite melhor técnica, maior lance etc.
Intervalo mínimo: 8 dias úteis.
→Procedimento licitatório
▪ Concorrência (mais completo)
► Fase interna
São praticados atos preparatórios de licitação. A Administração se organiza para realização do procedimento licitatório. Feito dentro da estrutura administrativa. 
Salvo comissão permanente, deve se juntar a comissão. Mesmo no caso de comissão permanente, deve se juntar a portaria. 
Deve-se expor a justificativa da celebração do contrato administrativo. 
Declaração de recurso orçamentário. Se responsabilizando pelo dinheiro para celebrar o contrato, além de elaborar a minuta do edital e do contrato. 
► Fase externa: a partir da publicação do edital
Publicado em Diário Oficial e em jornal de grande circulação. Marca-se a data para abertura dos envelopes. 
Qualquer pessoa pode pugnar o edital, até o 5º dia útil anterior à data marcada para a abertura dos envelopes. É o momento de pugnar na via administrativa. 
- Princípio da auto tutela (Súmula 473, STF) – a administração tem o poder dever de rever os seus próprios atos, ainda que não haja provocação. Portanto, pode ser alterado de ofício. 
No caso de alteração do edital: 
Deve ser publicado novamente, nos moldes da publicação originária. (Não comporta exceção)
Intervalo mínimo – só é necessário a contagem de novo tempo se houver mudança quanto ao oferecimento das propostas. 
► Habilitação 
O poder pública abrirá os envelopes dos licitantes. Verificar-se-á a idoneidade para o licitante contratar com o Estado. Se não houver, nem se analisa o contrato.
Não pode se exigir nenhum requisito de habilitação que não esteja expresso em lei e que não seja indispensável a celebração do contrato. Requisitos do artigo 27.
Art. 27.  Para a habilitação nas licitações exigir-se-á dos interessados, exclusivamente, documentação relativa a:
I - habilitação jurídica;
II - qualificação técnica;
III - qualificação econômico-financeira;
IV – regularidade fiscal e trabalhista;  
V – cumprimento do disposto no inciso XXXIII do art. 7o da Constituição Federal.
Se for EPP ou ME, aplica-se o benefício da LC 123. 
Recurso – 5 dias úteis. Tem efeito suspensivo, apesar da regra dos recursos administrativos não possuírem efeito suspensivo. 
Caso todos os licitantes não sejam habilitados, a administração pública poderá conferir 8 dias úteis para a adequação ao disposto no edital. 
► Classificação e julgamento das propostas
Nem são observadas as propostas daqueles que não foram habilitados.
Segue os critérios objetivamente determinados no edital. A Lei estabelece que, como regra, deve ser utilizado o tipo de licitação “menor preço”. 
Os outros devem ser utilizados para programas e serviços de informática e de serviços intelectuais, fora isso deve ser observado o critério do menor preço. 
Recurso: 5 dias úteis – com efeito suspensivo. 
Caso todos os licitantes forem desclassificados, a administração pública poderá conferir 8 dias úteis para a adequação ao disposto no edital e a formulação de novas propostas. 
A partir desse momento, não existe mais atuação da comissão de licitação. Portanto, a partir disso encaminha-se a classificação para a autoridade máxima do órgão. 
► Homologação (verificação)
Autoridade superior deve homologar.
Há possibilidade de anulação ou revogação por interesse público superveniente.
► Adjudicação
Conferir ao vencedor o título de vencedor. Apresenta ao vencedor a sua vitória. Atitude declaratória.
Mesmo depois de adjudicado não é preciso contratar, mas vincula o Poder Público, visto que, caso ela celebre um contrato, só pode celebrar com o adjudicatário. (Princípio da adjudicação compulsória)
Contado da abertura da proposta, a administração pode contratar no prazo de 60 dias, contudo a partir do fim desse prazo o adjudicado não fica mais vinculado. 
Caso o contrato não seja celebrado o 2º é convocado de acordo com a proposta do 1º, chamando sempre os outros colocados na ordem de classificação para celebrar o contrato nos termos da proposta vencedora. 
▪ Tomada de preço
Mesmo procedimento da concorrência, contudo não há fase de habilitação, visto que são previamente cadastrados no órgão. 
▪ Convite
Não há fase de habilitação
Prazo de recurso mudam, de 5 dias úteis para 2 dias úteis. 
Não há fase de publicação do edital. 
▪ Pregão
Após a publicação do edital, que é ordinária (da forma que acontece na concorrência) inverte-se as próximas fases. 
Primeiro se classificam as propostas para depois habilitar e primeiro adjudica para depois homologar. 
Caracteriza-se pela menor burocracia e busca-se o menor preço efetivamente. 
Na fase de classificação há a subfase denominada lances verbais. Não se seleciona as propostas para contratar, mas para passar para essa subfase. 
Passa nos lances verbais a melhor proposta (menor preço) e todas as outras que não ultrapassem 10% dessa. Tem que passar, no mínimo, 3 propostas, que, se não forem alcançadas nos 10%, deve-se levar ainda que não o alcancem. 
O próprio pregoeiro adjudica, e só encaminha para o órgão máximo após todos esse procedimento. 
A lei não prevê recurso entre as fases do procedimento do pregão. Após a adjudicação é possível ainterposição de recurso, que possui o prazo imediatamente após a adjudicação. Caso manifeste imediatamente, a lei confere 3 dias para elaborar as razões do recurso. 
→Dispensa e inexigibilidade de licitação 
Tanto a dispensa quanto a inexigibilidade são hipóteses de contratação direta. Tratam-se de situações em que a administração contrata sem licitar. 
▪ Inexigibilidade (art. 25, L. 8.666/93): demonstra-se a inviabilidade da competição
Art. 25.  É inexigível a licitação quando houver inviabilidade de competição, em especial:
I - para aquisição de materiais, equipamentos, ou gêneros que só possam ser fornecidos por produtor, empresa ou representante comercial exclusivo, vedada a preferência de marca, devendo a comprovação de exclusividade ser feita através de atestado fornecido pelo órgão de registro do comércio do local em que se realizaria a licitação ou a obra ou o serviço, pelo Sindicato, Federação ou Confederação Patronal, ou, ainda, pelas entidades equivalentes;
II - para a contratação de serviços técnicos enumerados no art. 13 desta Lei, de natureza singular, com profissionais ou empresas de notória especialização, vedada a inexigibilidade para serviços de publicidade e divulgação;
III - para contratação de profissional de qualquer setor artístico, diretamente ou através de empresário exclusivo, desde que consagrado pela crítica especializada ou pela opinião pública.
Os incisos são meramente exemplificativos. 
▪ Dispensa
A lei dispensa a necessidade de licitar, ainda que seja viável a competição.
O artigo 17 e 24 apresentam um rol taxativo das hipóteses que poderá ser dispensada a licitação.
Art. 17 – dispensada
Art. 24 – dispensável
Ex.: em razão do valor (até 10% do valor do convite – obras até R$ 15.000,00 e bens e serviços R$ 8.000,00) – Empresas públicas, sociedades de economia mista, agências executivas e consórcios públicos tem dispensa de licitação até 20% do convite. 
Guerra e grave perturbação da ordem. 
Contratações emergenciais. Não pode ultrapassar 180 dias, improrrogáveis. 
No caso de licitação deserta não há necessidade de outro procedimento licitatório e ensejam a dispensa de licitação, desde que demonstre que outro procedimento será prejudicial.
Licitação deserta – não aparece interessado no procedimento
Licitação fracassada – existe participante, mas todos são inabilitados ou desclassificados. Nesse caso haverá nova licitação. 
O artigo 26 da L. 8.666/93, prescreve um procedimento para justificar a inexigibilidade ou dispensa da licitação e a autoridade máxima deve ratificar essa justificação. 
→Registro de preços
A licitação para o registro de preços, idêntico o procedimento licitatório, mas deve estar expresso que é só para o registro de preços. 
Contratos administrativos
Nem todos contratos da administração são contratos administrativos, visto que existem contratos da administração que são regidos pelo direito privado. 
Contratos administrativos – celebrados pela administração sob o regime de direito público. 
→Características
▪ Adesão: Não admite a rediscussão de cláusulas entre as partes. Uma das partes coloca as imposições e a outra parte adere ou não o disposto. Todo contrato administrativo é de adesão, estabelecido pela administração pública. 
▪ Consensual: A entrega da coisa é consequência do contrato, com a simples manifestação de vontade das partes se aperfeiçoa o contrato.
▪ Comutativo: Não são contratos aleatórios, visto que os direitos e obrigações das partes estão pré determinados, objetivamente. 
▪ Formal: deve estar pré determinada em lei a forma do contrato. (Art. 55, L. 8.666/93) – Cláusulas necessárias a validade do contrato, nesse caso, a ausência de qualquer um desses requisitos fará com que o contrato tenha um vício de validade. 
- Instrumento de contrato: contratos no valor da concorrência ou tomada de preços. Para contratações de valores mais baixos pode ser alterado para carta contrato, nota de empenho, ordem de serviço. 
É nulo e de nenhum efeito as contratações celebradas verbalmente com o Estado. Exceção: Até 5% do valor do convite (R$ 4.000,00) é possível a contratação verbal, desde que seja contratação de pronta entrega e pronto pagamento. 
- A publicação do contrato é requisito de eficácia do contrato administrativo, podendo ser o resumo. 
Até o 5º dia útil do mês subsequente para providenciar a publicação, depois, são mais 20 dias para que a publicação ocorra, de fato. 
→ Duração do contrato administrativo
No Direito Administrativo não há contrato por prazo indeterminado. 
Crédito orçamentário. Portanto, a regra é que o prazo máximo seja de 1 ano. (Art. 57)
Se estiver previsto no PPA, poderá chegar a 4 anos. 
- Prestações continuadas podem sofrer sucessivas prorrogações, até no máximo 60 meses. Por razões de interesse público justificado, pode haver a prorrogação por mais 12 meses. 
- Aluguel de equipamentos e programas de informática podem sofrer prorrogações até o máximo de 48 meses. 
As hipóteses do artigo 24, incisos IX, XIX, XXVIII e XXXI, a lei permite contratos firmados por até 120 meses. 
Exceção que não está expressa na lei: Não vincula o crédito orçamentário, ou seja, não geram despesas para a administração –não podem ser celebrados por tempo indeterminado – mas pode ser celebrado por tempo mais longo. Ex.: 15 anos etc. 
▪ Admite-se a prorrogação dos contratos administrativos, desde que respeite os requisitos:
- Os prazos máximos legais. 
- Contrato deve estar vigente.
- Justificativa.
- Previsão no edital do contrato.
→ Subcontratação 
É a contratação de terceiro para realizar o serviço acordado entre as partes. 
A sub contratação pura e simples não é possívelno contrato administrativo, visto que seria, na prática, uma fraude ao procedimento licitatório.
- É possível caso seja parcial, além de:
Previsão no edital e no contrato e deve haver autorização do Poder Público. 
→ Garantia
Caução da administração pública para o particular do contrato. Quem define o valor da garantia é a própria administração, desde que não ultrapasse 5% do valor do contrato. 
Pode ser de até 10 % no caso de contratações de grande vulto, risco financeiro considerável e alta complexidade. 
A forma de prestação é facultada ao particular, nos limites da lei: 
- Em dinheiro
- Títulos da dívida pública
- Seguro
- Fiança bancária
Se houver inadimplemento da administração, a garantia pode ser executada como forma de suprir os prejuízos causados. Não limita o valor da indenização pleiteada pelo Estado. 
→Cláusulas exorbitantes
Supremacia do interesse público sobre o privado. 
Tratam-se de cláusulas implícitas em todos os contratos administrativos, decorrem diretamente da lei. 
▪ Alteração unilateral
A administração pública tem o poder de alterar unilateralmente para adequá-los as necessidades públicas. 
Não pode ser substituído o objeto do contrato, fraudando a licitação. Mas pode alterar:
- Quanto ao projeto: Ex.: rampa de acesso para deficientes.
- Quanto ao valor (quantitativo): desde seja em 25% do valor inicial – tanto para suprimir quanto para aumentar. 
Nos contratos de reforma, a alteração pra mais pode chegar a 50% do valor do contrato. 
Não pode ser alterado o equilíbrio econômico e financeiro do contrato. (Não pode haver alteração da margem de lucro previamente estabelecido).
▪ Rescisão unilateral do contrato
A administração pode terminar o contrato sem nenhuma espécie de decisão judicial ou após aceitação do particular. Pode se dar por:
- Inadimplemento do particular 
- Interesse público 
Em ambos os casos devem ser conferidos o contraditório e a ampla defesa. Além de indenização do particular pela rescisão do contrato. 
Quando se trata de concessão de serviço público (L. 8987/95) a rescisão por inadimplemento será denominado caducidade e por interesse público será denominado encampação. 
▪ Fiscalização e controle
Trata-se de um poder-dever, em que a administração deverá fiscalizar o contrato. Ex.: acesso as dependências da obra.
Em todos os contratos é expedido uma portaria

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