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Equilíbrio Hidroeletrolítico em Cirurgia Pressão Osmótica Nº de partículas por volume de água. As partículas de cada compartimento definem o fluxo de água para um lado ou para o outro. Equilíbrio Osmótico Precisa haver um equilíbrio osmótico entre o compartimento intra e extracelular (+/- 29mOsm) para que essa estrutura permaneça estável. Desidratação Variação na água extracelular. Vômitos, diarreias importantes, hemorragias. Altera o equilíbrio → perde mais água que partículas. Obedecendo o equilíbrio osmótico há passagem de água do compartimento intracelular para o extracelular, até que a pressão osmótica se iguale. Dentro do compartimento extracelular, o compartimento vascular tem maior [ ] de proteínas, acumulando mais água. Em catabolismo (hipoproteinemia), a pressão coloidosmótica do plasma diminui, e a água dos vasos extravasa para o interstício, causando edema. Perdas isotônicas envolvem modificações lentas no compartimento intracelular, pois acarretam perdas volumétricas, não alterando a pressão coloidosmótica. Equilíbrio Iônico Considerar as cargas elétricas das partículas na relação entre partículas e água. Diluídos na água → cátions (Na+, K+, Ca2+, Mg2+) e ânions (Cl-, HCO3-, SO42-, proteínas). É a comparação entre os íons dentro de cada compartimento → relação de cátions e ânions (devem ser iguais) dentro de um compartimento. O cátion prevalente na água INTRACELULAR → K+. O cátion prevalente na água EXTRACELULAR → Na+. Distúrbios de Volume Perda isotônica (perda de água e eletrólitos na mesma proporção). Acontecem primariamente no compartimento extracelular. Déficit de Volume o Diarreia, vômitos, aspiração nasogástrica, obstrução intestinal, peritonites, queimaduras, fístulas digestivas. Excesso de Volume o Excesso de reposição (iatrogenia) o Insuficiência renal. Efeitos → aumento ou diminuição do volume do líquido extracelular e pouca alteração do líquido intracelular. Quadro Clínico - Baixo Volume o Pior em crianças → mais lábil. o Sinais Teciduais Menor turgor cutâneo. Olhos encovados → mais visível em crianças. Músculos hipotônicos. o Cardiovasculares → PRINCIPAL Hipotensão, taquicardia. Palidez, extremidades frias (redistribuição do volume hídrico). Veias colapsadas, pulsos fracos. o Neurológicos Sonolência, apatia, anorexia. o Urinário Oligúria → retenção de líquido (menor frequência urinaria). o Gastrointestinais Náuseas, vômitos. Quadro Clínico - Excesso de Volume o Sinais Teciduais Edemas com cacifo. Anasarca (corpo inchado) → frequentemente associado a perda de proteínas. o Cardiovasculares Veias túrgidas → turgência da jugular externa → muito sangue no coração → átrio direito sobrecarregado. Aumento da pressão venosa central. Taquicardia → suportar o volume maior hemodinâmico. Galope → coração com bulhas extras e estertores devido ao aumento do volume sanguíneo. Muito sangue no coração → átrio esquerdo também está sobrecarregado → aumenta a PA nas veias pulmonares → edema pulmonar. o Respiratório Estertores basilares. o Transoperatórios Edemas de vísceras. Conduta o Déficit → reposição isotônica de volume. o Excesso → retirada do volume com diuréticos ou diálise. Distúrbios de Concentração Não irá ocorrer perda isotônica, mas uma alteração que provocará variação da osmolaridade. Avaliação da Osmolaridade Plasmática → dosagem do Na+ plasmático (checar se há diluição ou hemoconcentração). Hiponatremia → perda maior de eletrólitos. o Sintomas Sintomáticos → sódio <120 mEq/L. Sinais Teciduais “Impressão digital” na pele. SNC Hipertensão intracraniana → não tem pressão coloidosmótica intravascular suficiente → extravasamento para o líquido intersticial. Convulsões, contratura muscular → consequência do aumento da pressão intracraniana. Cardiovasculares Hipertensão e taquicardia → consequente ao aumento da pressão intracraniana. O aumento da pressão intracraniana é resultado do edema causado pela diminuição da osmolaridade. Hipernatremia → perda maior de água. o Sintomas Sinais Teciduais Mucosas secas. SNC Agitação, delírio, fraqueza. Cardiovasculares Taquicardia, hipotensão. Distúrbios de Composição - Acidobásico e Alterações Iônicas Equilíbrio Acidobásico → capacidade de neutralizar a produção endógena de ácidos, mantendo o pH dentro de limites estritos. (pH normal = 7,35-7,45) Sistema Tampão → sistema bicarbonato (HCO3-) → há outros sistemas tampão (fosfato e proteínas). Rins o Recebem o H2CO3 do plasma e quebram em H+ + HCO3-. O H+ forma ureia (NH3) e é liberado na urina (diminuindo a carga ácida do organismo). O bicarbonato (HCO3-), se junta com Na+ para formar NaHCO3 → reabsorção de Na+. O NaHCO3 neutraliza os ácidos do corpo → NaHCO3 + HCl = NaCl + H2CO3. O H2CO3 produzido vai para os pulmões e é eliminado como H2O + CO 2 pela expiração Distúrbios Acidobásicos Acidose Metabólica Pode ocorrer por maior produção de ácido e menor produção de bicarbonato → hipoperfusão tecidual com metabolismo anaeróbico acentuado. Essa acidose tenta ser compensada por aumento da frequência respiratória (eliminação de CO2) → causa alcalose respiratória compensatória. Pode ocorrer por doença pulmonar crônica, onde não há eliminação adequada do CO2 → aumento do pH. Para buscar o equilíbrio, os rins aumentam a produção de bicarbonato e a eliminação de H+ → causa alcalose metabólica compensatória. Gasometria Arterial → avaliação do equilíbrio acidobásico! o Informa sobre: pH → [ ] de H+. pO2 → oferta tecidual de O2. Relacionada a capacidade pulmonar (normal = 80-100mmHg). pCO2 → capacidade pulmonar de eliminar CO2/reter H2CO3 (normal = 40mmHg). Bicarbonato-padrão → mede componente metabólico e a função renal (normal = 24 mEq/L). Excesso de Base (BE) → mede excesso ou déficit de bases por litro e avalia o metabolismo (normal = -2 a +2). 1. Acidose Respiratória Causada por hipoventilação → obstrução de vias aéreas, lesão torácica ou edema, lesão ou edema pulmonar. O pH é baixo (ácido). A pO2 está reduzida. A pCO2 está elevada pela incapacidade pulmonar → CO2 é mais difusível → eleva um tempo depois do O2 baixar. O HCO3- começa a se elevar para compensar. O Excesso de Base também se eleva para compensar. 2. Alcalose Respiratória o Causada por hiperventilação → ventilação mecânica inadequada, ansiedade. o O pH está elevado (básico). o A pO2 está normal. o A pCO2 está reduzida → pela excessiva difusibilidade, o CO2 é eliminado em maior volume. o O HCO3- é eliminado para compensar a alcalose. o O Excesso de Base tem redução para compensar. 3. Acidose Metabólica Causada por excesso de ácido e falta de base → cetoacidose, acidose lática, uremia, diarreia, choque, fistula digestiva → comum no paciente cirúrgico. O pH está diminuído (ácido). A pO2 encontra-se sem muitas alterações → o paciente está respirando normalmente. A pCO2 está reduzida → o pulmão busca eliminar ácidos que estão sendo acumulado a nível metabólico. O HCO3- está reduzido. O Excesso de Base está mais negativo → -6. 4. Alcalose Metabólica Excesso de bicarbonato, depleção de ácido e K+ → aspiração nasogástrica excessiva, perda de HCl. O pH está elevado (básico). A pO2 encontra-se sem alteração. A pCO2 pode ter tendência a retenção (aumento), mas normalmente não ocorre pois pode levar à hipóxia. O HCO3- está elevado. O Excesso de Base está elevado. Tratamento Correção da causa e não o distúrbio acidobásico em si. Reposição de déficits → oxigênio, sangue, água, eletrólitos. Alterações de K+, Ca2+, Mg2+ Distúrbios do K+ Predominantemente intracelular, essencial para função cardíaca e neuromuscular. Liberação para o líquido extracelular em trauma, acidose ou em catabolismo. Referência → 3,5 a 5,5 mEq/L. o Perigoso acima de 6 mEq/L. Ingesta Diária → 50 a 100 mEq/dia. Maior parte excretada pela urina. Hipercalemia o Causada por insuficiência renal ou no excesso de reposição por erro iatrogênico. o Quadro Clínico Cardiovascular Ondas T apiculares, alargamento QRS. Parada cardíaca. Gastrointestinal Náuseas, vômitos, cólicas, diarreias. o Tratamento Depende da origem e da intensidade do distúrbio. Administração de gluconato de cálcio → antagoniza o K+ no coração. Glicose + Insulina → facilita o aumento da entrada de K+ na célula e diminuir os níveis plasmáticos. Diálise, resina. Hipocalemia → MAIS FREQUENTE o Normalmente se apresenta em conjunto com a alcalose metabólica. o Causada por uso inadequado de diuréticos, inanição, perdas gastrointestinais, diarreia, fístulas. o Quadro Clínico → falha na contratilidade Cardiovasculares Arritmias, achatamento onda T. Neuromusculares Fraqueza, hiporreflexia, flacidez. Gastrointestinais Íleo paralítico. o Tratamento Reposição controlada (KCl) → cuidado (40 mEq/L de solução) → pode levar a hipercalemia transitória → efeitos cardiovasculares severos. Não exceder 20mEq/hora. Condições Normais → o rim promove a absorção de Na+ para reduzir a acidez corporal. Essa absorção é feita pela troca de outros cátions, como K+ e H+. Paciente com Alcalose Metabólica → precisa preservar H+ → troca mais Na+ com K+ →aumenta a excreção de K+ → hipocalemia. Paciente com Hipocalemia → precisa manter o K+ → faz mais troca de Na+ com H+ → maior excreção de H+ → alcalose metabólica. Distúrbios do Ca2+ Pouco frequente em paciente cirúrgico → frequente naqueles que passaram por cirurgia em paratireoide. Hipocalcemia o Causada por pancreatite aguda, fascite necrosante, insuficiência renal aguda e crônica, fistulas digestivas, hipoparatiroidismo. o Sintomas Relacionados a reflexos hiperativos → sinal de Troussean e Chwostek. Cãibras, tetanismo, convulsões. o Tratamento Reposição de cálcio por gluconato ou cloreto de cálcio EV ou lactato de cálcio VO. Hipercalcemia o Causada por hiperparatiroidismo ou metástase óssea (mais frequente) Há retirada do tumor para curar a hipercalcemia → como essa região estava hiperfuncionante, as outras não funcionavam mais → hipocalemia. o Sintomas Fadiga, fraqueza, estupor, coma, cefaleia, náuseas e vômitos. o Tratamento Diluição por infusão de volume ou diuréticos (furosemida). Distúrbios do Mg2+ Pouco frequente em paciente cirúrgico. Hipomagnesemia o Causada por inanição, mas observada em paciente submetido à nutrição parenteral total prolongada (NPT). o Sintomas Reflexos hiperativos (Troussean e Chwostek), tremores, tetanias, convulsões. o Tratamento Administração de sulfato ou cloreto de magnésio EV. Hipermagnesemia o Causada por insuficiência renal aguda, acidose grave, queimaduras. o Sintomas Letargia, fraqueza, distúrbios no ECG (aumento P-R e alargamento de QRS). o Tratamento Correção da acidose e volume. Administração de cloreto ou gluconato de cálcio EV para antagonizar os efeitos do excesso do Mg2+.
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