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APOSTILA - DIREITO CIVIL - PARTE GERAL

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DIREITO CIVIL – PARTE GERAL - PROF.: ROMEO A. NEDEL
CENTRO DE CIÊNCIAS JURIDICAS
DIREITO CIVIL – PARTE GERAL
SUJEITO, OBJETO E FATO
Prof.: ROMEO A. NEDEL
Guaíba, 2014
AOS DISCENTES
 Este breve apanhado da disciplina de Direito Civil - Parte Geral tem por objetivo auxiliar os alunos em sala de aula, reduzindo o tempo desperdiçado para a anotação dos conceitos básicos para compreensão da matéria.
 Não se pretende de modo algum, desvirtuá-los da leitura dos livros de doutrina constantes do programa, dos quais este é fruto. Ao contrário, aqueles deverão constituir-se em material indispensável para o aprendizado constante dos futuros advogados, administradores da justiça.
 “As eventuais incorreções que porventura este trabalho possa apresentar serão corrigidas em revisões posteriores e sob minha inteira responsabilidade”. 
 
 Prof.: Romeo A. Nedel
 
SUMÁRIO
6INTRODUÇÃO	�
71. O DIREITO	�
8CONCEITO	�
111.1DIVISÃO FORMAL DO DIREITO	�
121.1.1 Direito Privado	�
121.1.2 Direito do Trabalho	�
131.1.3 Direito Econômico	�
131.2 CLASSIFICAÇÃO DAS MATÉRIAS DO DIREITO CIVIL	�
141.3 FONTES DO DIREITO	�
141.4 LEI	�
141.4.1 Caracteres	�
141.4.1.1 Obrigatoriedade	�
141.4.1.2 Generalidade	�
151.4.2 Classificação da Lei Quanto à:	�
151.4.2.1 Duração	�
151.4.2.2 Amplitude	�
161.4.2.3 À Intensidade da Coação	�
161.4.2.4 Sanção	�
161.5 COSTUME	�
171.6 NORMAS	�
171.7 JURISPRUDÊNCIA	�
171.8 DOUTRINA	�
181.9 NORMA JURÍDICA	�
191.10 REGRA JURÍDICA	�
191.11 RELAÇÃO JURÍDICA	�
191.12 ATO JURÍDICO	�
191.13 FATO JURÍDICO	�
201.14 A VIGÊNCIA DA LEI	�
201.15 FONTES	�
211.16 FORMAS	�
222. A PERSONALIDADE	�
222.1 AS PESSOAS EM GERAL	�
232.1.1 Categorias	�
232.1.2 Existência / Duração	�
232.2 PESSOAS FÍSICAS	�
232.2.1 Personalidade Fictícia	�
232.2.2 Término da Personalidade	�
242.2.3 Ausência	�
252.2.5 Direitos de Personalidade	�
252.2.5.1 Classificação dos Direitos	�
262.2.6 Cidadania	�
262.2.7 Estrangeiro	�
262.2.8 Asilo Político	�
272.2.9 Extradição	�
272.2.10 Expulsão	�
272.2.11 Deportação	�
272.3 INDIVIDUALIZAÇÃO DA PERSONALIDADE	�
272.4 ESTADO	�
272.4.1 Espécies	�
282.4.2 Características	�
282.4.1 Ações de Estado	�
282.4.2 Da Capacidade	�
282.4.2.1 de Direito	�
292.4.2.2 de Fato ou Exercício	�
292.4.2.3 Profissional	�
292.4.3 Proteção dos Incapazes	�
302.4.4 Emancipação	�
302.5 DO NOME	�
302.5.1 Generalidades	�
302.5.2 Elementos do Nome	�
31Pseudônimo	�
312.5.3 Mudança de Nome	�
322.5.4.1 Regime Legal	�
322.5.4.2 Necessários	�
322.5.4.3 Voluntária	�
332.5.5 Direito ao Nome	�
332.5.5.1 Caracteres	�
332.5.5.2 Conteúdo	�
342.5.6 Proteção ao Nome	�
342.6 DO DOMICÍLIO	�
342.6.1 Conceito	�
352.6.2 Natureza Jurídica	�
352.6.3 Importância	�
352.6.4 Espécies	�
352.6.4.1Voluntário	�
362.6.4.2 Necessário	�
362.6.4.3 Múltiplo	�
362.6.4.4 Aparente	�
362.7 DAS PESSOAS JURÍDICAS	�
372.7.1 Conceito	�
372.7.2 Natureza Jurídica	�
382.7.3 Classificação	�
382.7.3.1Pessoas Jurídicas de Direito Público Interno	�
382.7.3.2 Pessoas Jurídicas de Direito Internacional	�
382.7.3.3 Pessoas Jurídicas de Direito Privado	�
382.7.3.4 Associações	�
392.7.3.5 Sociedades Civis	�
402.7.3.6 Fundações	�
402.7.4	Existência da Pessoa Jurídica	�
402.7.5	Sede	�
402.7.6	Funcionamento	�
412.7.7	Extinção	�
423. DOS BENS	�
423.1 CONCEITO	�
433.2 OBJETO	�
433.3 COISA	�
443.4 PRESTAÇÃO	�
443.5 DIREITOS	�
453.6 PATRIMÔNIO	�
453.7 EMPRESA	�
463.8 CLASSIFICAÇÃO DOS BENS	�
463.8.1 Bens Considerados em Si Mesmos	�
473.8.1.1 Corpóreos e Incorpóreos	�
473.8.1.2 Bens Imóveis	�
483.8.1.3 Móveis	�
483.8.1.4 Genéricos ou Individuais	�
483.8.1.5 Fungíveis e Não-fungíveis	�
483.8.1.6 Consumíveis e Não-consumíveis	�
483.8.1.7 Divisíveis e Não-divisíveis	�
493.8.1.8 Singulares e Compostos	�
493.8.1.9 Coletivos	�
493.8.1.10 Partes	�
493.8.2 Bens Reciprocamente Considerados	�
503.8.2.1 Principal	�
503.8.2.2 Acessórios	�
503.8.2.3 Produtos	�
513.8.2.4 Rendimentos	�
513.8.2.5 Acessões	�
513.8.2.6 Pertenças	�
513.8.2.6 Benfeitorias	�
523.8.4 Extinção dos Bens	�
544. DO FATO JURÍDICO	�
544.1 FUNÇÃO	�
554.2 CLASSIFICAÇÃO	�
554.3 EFEITOS	�
574.4 NEGÓCIO JURÍDICO	�
594.5 FATO JURÍDICO STRICTU SENSO	�
604.6 ATO JURÍDICO ESTRITO SENSO	�
614.7 ATO-FATO JURÍDICO	�
624.8 DA REPRESENTAÇÃO, art. 115 CCB	�
624.8.1 Conceito	�
624.8.2 Espécies	�
624.8.3 Sujeitos	�
624.8.4 Elementos	�
634.8.5 Substabelecimento	�
634.8.6 Autocontrato	�
634.8.7 Extinção	�
634.9 DOS DEFEITOS DOS NEGÓCIOS JURÍDICOS	�
634.9.1 Erro	�
644.9.2 Dolo	�
654.9.3 Coação	�
654.9.4 Estado de Perigo	�
654.9.5 da Lesão	�
654.9.6 Fraude Contra Credores	�
664.9.6.1 Espécies de Fraudes Contra Credores	�
674.10 DAS MODALIDADES DOS ATOS JURÍDICOS	�
694.11 DA FORMA DOS ATOS JURÍDICOS E SUA PROVA	�
714.12 DAS NULIDADES DOS ATOS JURÍDICOS	�
724.12.1 Ato Nulo	�
734.12.2 Ato Anulável	�
734.13 DOS ATOS ILÍCITOS	�
765 DA PRESCRIÇÃO E DA DECADÊNCIA	�
765.1 PRESCRIÇÃO	�
795.2 DA DECADÊNCIA	�
81CONSIDERAÇÕES FINAIS	�
82BIBLIOGRAFIA	�
�
INTRODUÇÃO
 Tendo em vista a extensão do conteúdo da disciplina de Direito Civil – Parte Geral, procurou-se estabelecer um resumo dos conteúdos dos títulos que compõe a disciplina, a partir das principais obras catalogadas pelas principais Instituições de Ensino Jurídico do país.
 Visa-se com este estudo, auxiliar os discentes em sala de aula como forma de diminuir o tempo gasto para as anotações sobre o conteúdo apresentado, e assim poder aumentar a participação em aula, o que sem dúvida alguma, aumenta o interesse pela disciplina, facilitando a apresentação e o desenvolvimento dos temas pelo Professor.
 A disciplina é desenvolvida ao longo de quatorze encontros aula e dividida em quatro capítulos, de modo que o primeiro versa sobre o Direito em geral, sua conceituação, suas fontes: a lei; o costume; a doutrina; a jurisprudência; etc.. E ainda a sua divisão formal, em público e privado. 
 O segundo capítulo trata da personalidade: natural e jurídica, da existência e extinção, da capacidade, da incapacidade, da legitimidade, da representação, além dos atributos: nome e seus elementos; estado e seus caracteres; e o domicílio e sua classificação.
 O capítulo três trata dos diferentes tipos bens, sua classificação e importância no universo social e econômico, passando pelos modos de aquisição e transferência ou extinção dos mesmos. Enquanto que, o capítulo quatro ocupa-se dos fatos jurídico lato senso e estrito senso e sua importância para aquisição, manutenção e perda dos direitos. Encerra-se o conteúdo da disciplina com os itens prescrição e decadência.
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1. O DIREITO
DIREITOS FUNDAMENTAIS
A concepção formal baseia-se na previsão do direito no documento constitucional. Nessa acepção, são fundamentais os direitos previstos na Constituição do Estado, em um tópico especialmente destinado à disciplina de tais direitos nela consagrados, equiparados pelo sistema jurídico do Estado. Em determinado período histórico e em certa sociedade e reputados essenciais para seus membros.
Como melhor técnica, para Perez Luño, os direitos fundamentais são: um conjunto de faculdades e instituições que, em cada momento histórico, concretizam as exigências de dignidade, liberdade e igualdade, as quais devem ser reconhecidas positivamente pelos ordenamentos jurídicos em nível nacional e internacional.
Neste sentido os direitos humanos são reconhecidos como inerentes à própria natureza humana, os direitos a que todos fazem jus pelo mero fato de existirem, de sua condição de pessoa humana, sendo totalmente desvinculados de quaisquer considerações espaço-temporais�.
Os direitos fundamentaispor sua vez, não são estanques, não podem ser reunidos num elenco fixo, imutável, vale lembrar que a resolução burguesa legou-nos os chamados direitos fundamentais de primeira geração, basicamente civis e políticos – denominados “liberdades públicas” – ou clássicos (vida, liberdade, segurança e propriedade) art. 5º CF�.
O alvorecer do século XX presenciou o nascimento dos direitos fundamentais de segunda geração, ligados ao princípio da igualdade, de cunho social, econômico e cultural. Direito ao trabalho, à previdência de primeira segurança etc. Surgem após os direitos de primeira geração e não visam a uma atuação estatal negativa, mas positiva, pois têm por conteúdo alguma prestação que o Estado deva cumprir perante os indivíduos.
Vinculam-se essencialmente aos valores da fraternidade ou solidariedade, e são tradução de um ideal intergeracional, que liga as gerações presentes às futuras, art. 225 CF.
O Pós-guerra mundial, por sua vez, trouxe os direitos considerados de terceira geração, cuja marca essencial é seu caráter difuso, transindividual, pois englobam toda a sociedade e não se dirigem a nenhum indivíduo em particular.
São exemplos os direitos ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, ao progresso, à paz, à autodeterminação dos povos, à conservação do patrimônio histórico e cultural, à comunicação, à infância e juventude e aos direitos do consumidor.
Uma quarta geração de direitos fundamentais está relacionada à expressão do processo democrático em nível mundial, entre os quais os direitos à democracia, à informação e ao pluralismo. Incluem ainda, os são direitos relativos à manipulação genética, relacionada à biotecnologia e à bioengenharia, tratando de discussões sobre a vida e a morte, pressupondo sempre um debate ético prévio.
Os direitos de quinta geração que tratam da realidade virtual e de sua influência na efetividade dos demais direitos fundamentais. Demonstram a preocupação do sistema constitucional com a difusão e o desenvolvimento da cibernética na atualidade, envolvendo a internacionalização da jurisdição constitucional, em virtude do rompimento das fronteiras através da “grande rede”. Os conflitos bélicos cada vez mais freqüentes entre o Ocidente e o Oriente explicam o quão urgente é a regulamentação de tais direitos�. 
Os direitos fundamentais não sofrem apenas transformações quantitativas pela inserção de novos direitos dentro dessa categoria, mas também qualitativas, em função da diversidade de significado e do alcance que tais direitos. 
Para Ignácio Sanchez Câmara da Universidade de La Coruña, os direitos fundamentais são uma criação do homem enquanto criação divina: direito à vida; à liberdade; e à integridade, são condições de existência. O direito à integridade moral visa o poder de persuasão no grupo social, enquanto que o direito à propriedade tem por objetivo o elemento motivador indispensável no universo econômico e social, Art. 5º da Const. Federal de 05/10/1988.
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO
Na atualidade trata-se de um Direito Civil constitucionalizado, face a necessidade de interação com as normas constitucionais, daí porque se torna importante apresentação dos e sua divisão como forma de auxílio à compreensão dessa grande gama de direitos civis existentes.
CONCEITO 
O direito constitui-se de um conjunto de normas que disciplinam a vida do homem em sociedade, revestidas de coercibilidade física e material.
O principal elemento de sustentação do direito é a sua confiança na capacidade de superação dos conflitos em sociedade.
ORLANDO GOMES – Entende que o direito é a norma que vige numa determinada sociedade, impondo-se pela força da autoridade, às pessoas que a constituem.
Sob o aspecto formal o Direito é norma de conduta imposta coativamente ao individuo.
Sob o aspecto material é norma para disciplinar o convívio social. O aspecto material é composto pelos fatores sociais.
SILVIO DE SALVO VENOSA – Entende que o Direito é uma realidade histórica que provém da acumulação de experiência valorativa, que não existe fora da sociedade. Só haverá Direito onde o homem convive, pois o Direito disciplina condutas, impondo-se como princípio da vida social. A realidade que nos cerca compõe-se do mundo da:
Natureza: que independe do homem;
Valores: que afetam os homens em todos os sentidos;
 Cultura: tanto espiritual quanto material, pois trata das relações humanas. Onde o mundo do “Ser” é o do conhecimento e, o do “Dever ser” o objeto da ação, sendo primordial conciliar o interesse individual com o coletivo.
SILVIO RODRIGUES - Por sua vez, entende que o direito é a norma das ações humanas na vida social, estabelecida por uma organização soberana e imposta à observância de todos.
À medida que as sociedades evoluem e se organizam as sanções, em vez de manifestar-se pelo ofendido, manifesta-se pela autoridade constituída. Esta impõe à norma, força coercitiva, obrigando a sua obediência e a infração à norma cogente, provoca uma reação do poder público. 
Para Fábio Ulhoa Coelho, o direito não é só um conjunto de normas, mas um complexo sistema de solução de conflitos de interesses em que as normas positivas servem de principal referência�.
Desse modo, os preceitos de etiqueta são menos intensos que os de ordem moral e estes mesmos intensos que os de direito, de maneira que a desobediência a qualquer um deles, provoca uma reação sob a forma de sanção.
Ex.: Mulher de vida desregrada provoca reação do grupo social. Por outro lado, a lei obriga o marido a manter a família, sob pena de sanção.
Por essa razão, a essência do direito, está em seu caráter normativo e obrigatório.
O direito visa à justiça que é constituída por leis e quando possível, não depende diretamente da moral. Embora ambos tenham por objetivo o equilíbrio perfeito do comportamento humano, tanto a moral como direito, impõe normas de conduta que interferem na vida dos homens.
Evidencia-se dessa forma, que o homem criou o direito, porque é um ser imperfeito e que tem necessidade de conviver com os seus semelhantes, tendo o direito o objetivo de prevenir conflitos.
DIREITO NATURAL - JUSNATURALISMO – “ARISTÓTELES” - O direito natural tem validade em toda parte e em todo lugar, não depende de aceitação ou não, porque se baseia em princípios normais. Ex.: Autoconservação.
HELMUT GOING - Entende que o direito do Estado, deve estar fundamentado pelo direito natural. Porque, vida íntima, liberdade de reuniões, bom nome e integridade física, etc., são direitos que o Estado também deve respeitar.
DIREITO POSITIVO - POSITIVISMO – “AUGUSTO COMTE” - É a expressão escrita pelo Estado e usada num determinado momento, é uma espécie de ciência que terá que se adaptar a cada tipo de Estado. Sua característica reside no caráter normativo e obrigatório.
BENTHAN - Classifica a moral e o direito, como dois círculos concêntricos; sendo a moral, representada pelo círculo mais amplo e contendo todas as normas reguladoras da vida em sociedade e o direito, o círculo menor, abrangendo tão-somente aquelas normas munidas de força coercitiva do Estado.
Tanto a moral quanto o direito, impõe normas de conduta, que interferem na vida dos homens.
Direito absoluto, é oponível contra todos, tem eficácia absoluta - "erga omnes".
JUSTIÇA - É o princípio de coordenação entre os homens e de conformidade com a lei divina. É ainda o modo de comportar-se diante de todos os homens e de viver honestamente, que é o conceito necessário para sobrevivência. O princípio da justiça fundamenta-se no reconhecimento do direito alheio. 
1.1 DIVISÃO FORMAL DO DIREITO
A divisão formal ou morfológica do direito importa em localizá-lo dentro do ordenamento jurídico, se divide em:
Direito objetivo - é a norma de agir "norma agendi", através das regras obrigatórias em que se contém e regula-se o poder de ação individual. O direito objetivo é a norma, seja ela a lei ou o costume.
Direito subjetivo - é a faculdade deagir "facultas agendi", trata-se da faculdade conferida aos indivíduos, de invocar a norma ao seu favor, sob a sombra do direito, a regra jurídica. Ex.: o direito de propriedade, de buscá-lo e mantê-lo. As pessoas travam relações na sua vida social e o que importa é definir e delinear o poder de cada um deles frente ao seu semelhante.
Direito Público - É destinado a disciplinar os interesses gerais e coletivos, de modo que lhe compete: a organização do Estado, através do dir. Constitucional; a disciplina de sua atividade, seus fins políticos e financeiros, a hierarquia entre os órgãos e as relações com os seus funcionários, pelo dir. Administrativo; a distribuição da justiça pelo dir. Judiciário; e a repressão aos delitos através do dir. Penal.
Direito Privado É aquele que regula as relações entre os homens, tendo em vista o interesse particular dos indivíduos na ordem privada. Compete ao direito privado, disciplinar os conflitos que surgem no âmbito familiar, obrigacional, contratual, comercial, trabalhista etc.
TÉCNICA JURÍDICA
Direito Privado
O Direito romano, já no tempo do ius civile, distinguia o Direito Público do Direito Privado com o intuito de limitar as relações do Estado e os indivíduos, o ius publicum e o ius privatum. 
O direito realiza-se mediante processos técnicos que são: conceitos, categorias, construções, ficções e presunções, a saber: conceitos, categorias etc..
Além do direito civil, o direito privado compreende atualmente, o direito comercial e o direito do trabalho. 
O direito civil é, por excelência, o ramo do direito privado e possui como instrumento o contrato e a propriedade como direito natural e é também chamado de direito comum.
Há autores, que já admitem a autonomia de novos ramos do direito privado, como o direito agrário e o direito autoral, por serem matérias informadas por princípios peculiares e que se separam do direito civil artificialmente.
O direito comercial surgiu como um direito tipicamente profissional. A natureza dos atos regulados assegura-lhe o particularismo que justifica sua autonomia frente ao direito civil. Sob o ponto de vista da natureza, a distinção se faz pelo modo que cada qual encara os bens.
O direito civil considera-os pelo valor de uso, enquanto que o direito comercial, pelo valor de troca.
Desse modo, percebe-se que o direito comercial, possui regras mais maleáveis para favorecer as relações nos atos de comércio.
1.1.2 Direito do Trabalho
1a. direito público; 
	 2a. direito privado;
	 3a. de feição eclética, o considera de caráter misto; e 
4a. em uma posição mais cômoda, o classifica como sendo nem público, nem privado e sim, uma nova categoria do direito.
A heterogeneidade dos seus preceitos dificulta sua localização no direito privado.
A relação jurídica principal, que se trava entre os particulares, empregado e empregador, por maior que seja o interesse público em sua regulamentação, não pode ser considerado público, porque nenhuma das partes exerce função pública e nem lhe empresta caráter público.
Por essa razão, pode-se afirmar que, enquanto a estrutura da sociedade se fundar na livre iniciativa e tiver por objetivo o lucro, a relação de emprego terá sempre forma contratual e será de direito privado.
O direito civil e o direito do trabalho, embora inspirados em matizes filosóficas distintas, relacionam-se estreitamente, cumprindo cada qual a seu modo, as regras que regem as relações entre os particulares.
1.1.3 Direito Econômico 
Compreende o conjunto de normas relativas às relações de produção, que estejam ou não no corpo do código civil, comercial, ou em leis especiais, sejam elas, de direito público ou privado.
Temos ainda, os diplomas normativos que procedem em grande parte, das fontes concorrentes do Congresso Nacional, tais como: a administração pública, através de seus órgãos executivos, que hoje dita e prepara as mais importantes normas específicas da vida econômica. Ex: BACEN, INSS, CDC, etc.
1.2 CLASSIFICAÇÃO DAS MATÉRIAS DO DIREITO CIVIL
Geral:
Pessoas
Bens
Fatos jurídicos
Especial:
Obrigações
Contratos
Coisas
Família
Sucessões
1.3 FONTES DO DIREITO
Sabe-se que não há uniformidade de pensamento na classificação das fontes formais do direito.
Ora predomina a doutrina, que às reduz à lei e ao costume, ora a jurisprudência e os princípios gerais do direito e há também os que preferem à doutrina e a eqüidade.
1.4 LEI
 Embora o estudo da lei e das disposições normativas pertença à Teoria Geral do Direito, o conhecimento das espécies e características é indispensável ao estudo do direito civil.
A lei constitui-se de um conjunto de normas baixadas pela autoridade competente para solução de conflitos de interesses desenvolvidos na sociedade democrática, que servem de referência para orientar e superar conflitos. É de aplicação imediata�.
1.4.1 Caracteres
1.4.1.1 Obrigatoriedade
 A lei é obrigatória, todos lhe devem obediência, sua sanção é incondicionada, no sentido de que ninguém pode deixar de observá-la. A intensidade de sua força obrigatória varia de acordo com a sua finalidade. Ex.: direito de propriedade, de mantê-la e de defendê-la.
1.4.1.2 Generalidade
 O caráter de generalidade da lei, não significa que deva aplicar-se a todos os indivíduos, e sim, a todos os que se encontrarem na mesma situação. Ex: Constituição.
A lei é regra abstrata e não visa uma situação individual e persistente, nem tampouco se exaure em sua aplicação. Na sua estrutura distinguem-se três elementos: 	
 1º. das disposição; sobre o que a lei prescreve. Ex.: transmissão.
 2º. da sanção; a penalidade. Ex.: nulidade do ato.
A lei passa a existir após as formalidades procedimentais, a publicação. Antes disso, não existe. 
A vigência e a existência não se confundem: a vigência corresponde à aptidão para produzir efeitos juridicamente válidos, já à existência por si só não gera efeito imediato.
1.4.2 Classificação da Lei Quanto à:
1.4.2.1 Duração
Perpétuas - leis de vigência ilimitada. Até a revogação. Ex.:Código Civil.
Temporárias - leis de vigência limitada, transitória. Ex.: lei do Imp. Renda, CPMF, etc.
1.4.2.2 Amplitude
Comuns ou gerais - todo o ordenamento jurídico. Ex.: Código civil, etc.
Especiais - regulam critérios particulares, certas relações. Ex.: código Comercial.
	 Especiais ou Excepcionais - são aquelas que regulam de modo contrário o estabelecido na lei geral e constituem uma espécie de limitação ao direito comum, por essa razão, não comportam interpretação extensiva. Ex.: Liberação de recursos para calamidades públicas; O chefe da nação tem este poder para deliberar em virtude da urgência que fato requer. Trata-se de privilégios de aplicação restrita, art. 61 CF.
1.4.2.3 À Intensidade da Coação
	Coativas - são leis cogentes, de submissão incondicional, que proíbem algum ato, sob certa sanção. Ex. Reparação do dano, art. 186 CCB.
	Imperativas - são leis que se impõe ao agente. Ex.: regime de casamento. Art. 1639 CCB.
 Permissivas - são leis que permitem certa deliberação do agente. Ex.: testamento, art. 1639 CCB.
 Supletivas - são leis que não estão diretamente ligadas ao interesse da sociedade, art. 1640 CCB. Elas funcionam no silêncio da vontade dos contratantes. Ex.: escolha do regime de bens no casamento. É livre, mas terá que haver.
1.4.2.4 Sanção
	Leis perfeitas - são aquelas, cuja transgressão importa em nulidade do ato, podendo sujeitar o infrator a uma pena. Ex.: Art. 166 CCB.
	Leis menos-que-perfeitas - são aquelas que cominam sanção inadequada. Ex.:
Proibir o casamento da viúva que tiver filhos do cônjuge falecido, enquanto não fizer o inventário.
	
	Leis imperfeitas - são de ordem moral, porque não impõe qualquer sanção aos transgressores. O atonão sofre nulidade, nem tampouco o agente é punido. Ex.: Proibir casamento da viúva antes do décimo mês de falecimento do marido.
1.5 COSTUME
Costume é o uso geral, constante e notório, observado na convicção de corresponder a uma necessidade jurídica, é em síntese, um uso juridicamente obrigatório, que exerceu papel relevante na formação do direito.
Possui dois requisitos:
O objetivo, que é a observância uniforme da regra, pela generalidade dos interessados, durante longo tempo; e o
O subjetivo é representado pela convicção geral de que o uso corresponde a uma necessidade jurídica.
1.6 NORMAS
Secundun legen - a lei segundo o costume, na opinião de alguns, a verdadeira lei.
Praeter legen - é o que serve de complemento à lei, tem cunho subsidiário do costume das sociedades organizadas e auxiliam o juiz, nos casos em que a lei for omissa.
Contra legen - ocorre quando se opõe frontalmente à lei, na opinião da maioria, não prevalece. Por essa razão, a lei ocupa posição superior ao costume.
1.7 JURISPRUDÊNCIA 
Não há unanimidade a respeito, muitos são os autores que consideram a jurisprudência fonte formal do direito, ao lado do costume e da lei, outros, porém, a contestam. Por isso, é preciso em primeiro lugar, entender o que é jurisprudência.
A Jurisprudência é o conjunto de decisões dos tribunais sobre matérias de sua competência e por essa razão, uma série de julgados similares sobre a mesma matéria.
Interpretar e aplicar o direito positivo é o papel dos tribunais e de inegável importância na formação do direito, preenchendo as lacunas do ordenamento jurídico de casos concretos.
Duas são as razões que confirmam a exclusão da jurisprudência como fonte de direito: 	
 	1a. O juiz é servo da lei, não passando de mera aspiração doutrinária; e
	2a. O julgado, só produz efeito entre as partes, é princípio que se anuncia sob a declaração de autoridade, relativa a coisa julgada.
A jurisprudência não é fonte formal de direito em países de legislação escrita.
1.8 DOUTRINA
A doutrina é a obra dos escritores, que estudam o direito nos seus aspectos filosófico, científico e técnico, em tratados, monografias ou comentários à legislação.
A doutrina não é fonte formal do direito, porque os escritores manifestam opiniões pessoais e que por mais abalizadas que sejam, carecem de força obrigatória, permanecendo como simples juízos.
Revela-se a doutrina como de suma importância, porque através dela que se constroem as noções gerais, os conceitos, as classificações, as teorias e os sistemas, facilitando a criação, a reforma e a aplicação do direito. Sua influência manifesta-se: 	
1o. pelo ensino ministrado nas faculdades de direito;
2o. sobre o legislador; e
3o. sobre o juiz.
Na doutrina clássica, as fontes formais do direito, resumem-se à lei e ao costume.
1.9 NORMA JURÍDICA
Norma geral é a lei, que possui como elementos: o preceito e a sanção.
Norma individual é o ato jurídico. A declaração de vontade.
	
Norma cogente é aquela que por atender mais diretamente o interesse geral, não pode ser alterada pela vontade das partes. É de ordem pública. Art. 1.521 CCB.
A norma jurídica para ser eficaz, terá que existir, estando em vigor e destinada a regular uma situação. Ex.: Lei dos Registros Públicos, nº 6.015/73.
A partir do momento em que a norma for revogada, desaparecerá.
A eficácia da norma se traduz nos efeitos produzidos pelo fato jurídico, que se verifica através da criação, modificação, conservação ou extinção dos direitos, cujos pressupostos de eficácia apresentam-se na seguinte ordem: plano da existência; da validade; e da eficácia.
1o. Existência do fato. Para que haja incidência da norma. Ex.: Testamento
2o. Validade do fato. Testamento válido, aguardando a morte do testador.
3o. Inexistência de causas excludentes. Ex.: Legítima defesa, etc..
O não atendimento ou a não aplicação, não tornam a norma ineficaz.
1.10 REGRA JURÍDICA 
É a prescrição da lei, o artigo da lei, a forma objetiva da vontade social, manifestada imperativamente a todos pelo Estado através do seu ordenamento jurídico. A previsão abstrata da norma é em função de determinado fato que a lei visa tratar.
1.11 RELAÇÃO JURÍDICA 
 É o vínculo que se estabelece entre duas ou mais pessoas, tutelado pelo direito. É também, o nexo entre o sujeito ativo e o sujeito passivo de que resultem direitos e obrigações. Ou ainda, o vínculo entre o sujeito e o objeto, que possui como elementos:
	a. Sujeito - é o elemento subjetivo, que requer capacidade. 
			b. Objeto - é a coisa, ou o bem, sobre o qual incide o poder do sujeito
c. Fato	- é o acontecimento dependente ou não da vontade humana, a que a lei atribui a função de criar, modificar, conservar ou extinguir direitos.
1.12 ATO JURÍDICO 
É a declaração de vontade, cuja finalidade é a criação, a conservação, modificação ou a extinção de direitos individuais.
A lei também é manifestação de vontade tendente à produção de efeitos jurídicos.
 
A diferença está em que o ato, produz uma situação pessoal e a lei impessoal.
Entre a lei e o contrato não pode haver oposição, pois são aspectos do mesmo fenômeno e a fonte única do direito neste caso, é o ato jurídico.
1.13 FATO JURÍDICO 
É um acontecimento natural ou social, capaz de produzir efeitos jurídicos, tornando-se relevante para o direito.
1.14 A VIGÊNCIA DA LEI
LEI - É uma regra geral, que emanando da autoridade competente, é imposta coativamente à obediência de todos. É dirigida a todos indistintamente, a quem obriga, em razão de sua força coercitiva.
A iniciativa ou proposição da lei cabe ao Presidente da República, Deputados, Senadores e Ministros dos Tribunais, art. nº 61 da CF.
A sanção da lei manifesta-se através da promulgação pelo Chefe da nação, que é o ato de aprovação, ou declaração solene da existência da lei.
Feita a promulgação, dá-se então a publicação da lei, ato através do qual, torna-se obrigatória a sua obediência em todo o território nacional.
O conhecimento da Lei de Introdução ao Código Civil torna-se importante para compreensão do ordenamento jurídico brasileiro. 
Vacatio legis - é o intervalo entre a data de publicação da lei e a data de sua entrada em vigor.
A ordem hierárquica da lei é a seguinte:
	Hierarquia:	1o. Constituição Federal
	2o. Lei ordinária ou comum
	3o. Decreto - Poder Executivo
	4o. Portaria - Poder Executivo
	5o. Aviso Ministerial
1.15 FONTES
Autêntica - é aquela que emana do próprio legislador e declara o sentido da regra.
Doutrinária - é aquela que aparece nos livros, nas obras dos juristas, etc.
Jurisprudencial - é a que se elabora nos tribunais, através das decisões do Poder Judiciário.
1.16 FORMAS
	A interpretação da lei quanto à forma ou ao modo, pode ser:
	
Gramatical - consiste no exame detalhado do texto, para dele extrair a vontade do legislador, o sentido exato da norma.
	Lógica - consiste na análise do plano da lei, face à ordem jurídica analisando a lei como um todo.
	Histórica - consiste em trabalhos que precederam à promulgação da lei. Resulta das discussões que rodearam a sua elaboração.
	Diz respeito ainda, aos anseios que a lei veio satisfazer.
Exercícios: 
Qual é a diferença entre fonte formal e fonte auxiliar?
Qual é a finalidade do costume?
Qual é a diferença entre ato jurídico e fato jurídico
2. A PERSONALIDADE
 
2.1 AS PESSOAS EM GERAL
PERSONALIDADE - Todo homem é apto para desempenhar na sociedade um papel jurídico, como sujeito de direitos e obrigações. A personalidade é um atributo jurídico. Art. 1º CCB.
A personalidade jurídica como dissemos acima, têm-na também, nos grupos de pessoas, assim constituídos, na forma da lei. A ordem jurídica admite duas espécies de pessoas juridicamente existentes, quais sejam as pessoas físicas ou naturais, de existência real e as pessoas jurídicas,de existência ideal. Ambas são sujeitos de direitos e obrigações.
2.1.1 Categorias
	Pessoas naturais ou físicas 
		Pública
		associações
 Pessoas jurídicas	Privadas	sociedades 
		fundações, art. 44 CCB.
 A peculiaridade entre uma e outra é que as distingue.
2.1.2 Existência / Duração
 A existência da personalidade, normalmente coincide com a duração da vida.
 Começa com o nascimento com vida e termina com a morte.
 Entretanto, a ordem jurídica admite a existência da personalidade em hipóteses em que 
 a coincidência não se verifica. É o caso das personalidades fictícias.
2.2 PESSOAS FÍSICAS
2.2.1 Personalidade Fictícia
a) Nascituro; é um ser em gestação, art. 1º CCB.
 b)Ausente; é aquele que desaparece sem deixar notícias nem representante. Art. 22 CCB.
 c)Inexistente; é o caso do Fideicomisso. Só é possível através de testamento art. 1951
 CCB.
Trata-se de construção técnica apenas para alcançar certos fins, onde se dilata o termo
 inicial ou final da vida, para que sejam protegidos certos interesses.
O natimorto não adquire personalidade.
2.2.2 Término da Personalidade
A personalidade civil do homem termina com a morte real ou presumida, art. 6º CCB. Somente a morte, mesmo que ficta, põe termo a personalidade. Este assunto é do maior interesse, porque trata de determinar o momento em que se extinguiu a personalidade, principalmente, quando duas ou mais pessoas falecem nas mesmas circunstâncias, ou mesma ocasião, sem que se saiba quem morreu primeiro.
Chama-se este acontecimento de Comoriência art. 8º CCB, que trata da presunção de morte simultânea, de duas ou mais pessoas nas mesmas circunstâncias. A questão da comoriência interessa essencialmente ao direito das sucessões. O domínio e a posse da herança transmitem-se no exato momento em que se verifica o óbito. Ex: Quando parentes sucessíveis sucumbem no mesmo acidente, a legislação orienta-se pelo critério da simultaneidade. Neste caso, não se estabelecem relações jurídicas entre os sucumbentes e beneficiar-se-ão os herdeiros de cada um, se existentes. 
2.2.3 Ausência
 Juridicamente, considera-se ausente, todo aquele que desaparece do seu domicílio sem deixar representante, art. 22 CCB, e a pessoa de quem não se conhece o paradeiro. A ausência possui como traço característico, a incerteza da existência da pessoa desaparecida.
Há três períodos distintos a serem observados, em que a situação jurídica do desaparecido se modifica:
Ausência presumida - período inicial, a conveniência e a conservação do patrimônio, sugerem a nomeação de um curador provisório para regê-lo. É a fase preparatória;
Ausência declarada momento em que se busca a declaração judicial da ausência e a abertura da sucessão provisória, art. 26.
Morte presumida é quando o juiz declara judicialmente a morte presumida e abre a sucessão definitiva, art. 37 e 38 CCB.
A sucessão provisória é em síntese, uma sucessão resolúvel.
Os bens conservam-se em seu patrimônio enquanto perdurar a situação de pendência, porém, a titularidade passa para os herdeiros legítimos ou testamentários investidos na posse provisória. A prova do óbito converte a posse provisória em definitiva.
A personalidade define-se por particularidades que em conjunto a individualizam.
2.2.5 Direitos de Personalidade
São direitos considerados essenciais ao desenvolvimento da pessoa humana, disciplinados pelo Código Civil, como direitos absolutos, art. 11 a 15 cc. Direitos de personalidade são extrapatrimoniais, intransferíveis, imprescritíveis, impenhoráveis, vitalícios e necessários�. Por sua natureza, opõem-se contra todos (eficácia erga onmes), implicando o dever geral de abstenção.
Não são suscetíveis de avaliação econômica, embora possam constituir-se como objeto de negócio jurídico patrimonial, ou mesmo, objeto a indenização por lesão a qualquer deles.
São direitos que nascem e extinguem-se com a pessoa.
De seu teor extrapatrimonial, decorre a impossibilidade de execução. São impenhoráveis e imprescritíveis, não se extinguindo pelo não uso durante certo prazo.
2.2.5.1 Classificação dos Direitos	
direito à vida;
Direito à Integridade Física b) direito sobre o próprio corpo.
 c) direito ao cadáver; exigido pelos sucessores.
 
	 a) direito à honra;
 b) direito à liberdade;
 c) direito ao recato; proteção da vida privada, vida íntima;
Direito à Integridade Moral d) direito à imagem; preservação da imagem;
 e) direito ao nome;
 f) direito à moral do autor; contra o deboche público.
Os direitos de personalidade são exercidos por meio de ação, que deve ser requerida pelo próprio ofendido, mediante indenização do dano moral, ou cominação de pena. Também podem ser requeridos cumulativamente. 
No que diz respeito à: 
Nacionalidade - É o vínculo jurídico-político de direito público interno, que faz da pessoa um dos componentes da dimensão pessoal do Estado, na opinião de Pontes de Miranda. Nacionalidade Primária; resulta de fato natural. Ex.: Nascimento, já secundária, resulta de fato voluntário, ex.: naturalização.
Nacional - é o brasileiro nato ou naturalizado, aquele que se vincula pelo nascimento, ou naturalização, cujo conjunto forma o povo.
Cidadão - é o nacional no gozo dos seus direitos políticos.
2.2.6 Cidadania
É o atributo político inerente, decorrente do direito de participar do governo. É ainda, a qualidade daqueles que estão no gozo dos seus direitos políticos.
No direito brasileiro, só o indivíduo é titular de direitos.
Adquire-se a cidadania, mediante o alistamento eleitoral. O eleitor é cidadão e titular da cidadania. Sendo assim, cidadania, é o atributo jurídico-político que o nacional adquire no momento em que se torna eleitor, Art. 12 da Constituição.
2.2.7 Estrangeiro
 Considera-se estrangeiro no Brasil, todo aquele que tenha nascido fora do território nacional, e que por qualquer forma prevista na Constituição, não adquira a nacionalidade. Os estrangeiros residentes no país, gozam dos mesmos direitos e têm os mesmos deveres dos brasileiros.
	 1ª. Visto de entrada
Condições de entrada: 	 2ª. Visto de permanência
 3ª. Visto de saída
2.2.8 Asilo Político
É o recebimento de estrangeiro no território nacional, sem os requisitos de entrada, para evitar punição em seu país de origem. 
Importante: Asilo só é concedido a criminosos políticos, jamais a criminosos comuns.
2.2.9 Extradição 
É o ato pelo qual o Estado entrega um indivíduo acusado de delito e já condenado como criminoso, à justiça de outro Estado, que o reclama e que é competente para puni-lo.
2.2.10 Expulsão
É o modo coativo de retirar o estrangeiro do território nacional, por infração cometida em outro e que o torna inconveniente. É ainda, o modo de retirar o estrangeiro do território, por atividade nociva à ordem pública.
2.2.11 Deportação
 É o modo pelo qual o Estado devolve o estrangeiro ao exterior, que consiste na saída compulsória do estrangeiro. A deportação não decorre da prática de delitos e sim, do não cumprimento dos requisitos de entrada.
2.3 INDIVIDUALIZAÇÃO DA PERSONALIDADE
 O nome, que identifica a pessoa, art. 16 CCB.
 Formas O estado, que identifica sua posição familiar, social e civil, art. 3º e 4º CCB.
 O domicílio, o lugar de sua atividade principal/ social, art. 70 CCB.
2.4 ESTADOEstado ou Status, é a noção técnica destinada a caracterizar a posição jurídica da pessoa no meio social. É também, a situação do indivíduo na sociedade política e na família. Finalmente é uma qualificação que encerra elementos de individualização da personalidade.
2.4.1 Espécies
 1º Estado Político - nacionais - natos e naturalizados estrangeiros - pertencentes ao
 direito internacional privado, art. 12 CF.1988;
 2º Estado Familiar - cônjuge e parente. No parentesco, o estado difere segundo o 
 grau e a distância entre as gerações; 
 São parentes consangüíneos: pai, mãe, filho, avô, netos, irmãos, tios, primos e 
 sobrinhos, art. 1591 e 1596 CCB.
 São parentes afins: sogro, genro, nora cunhados, art. 1.595 CCB.
 O estado familiar, civil e de parente, cria inúmeros direitos e deveres, dependendo do 
 grau e da fonte.
 3º Estado Individual - é a condição física do indivíduo e sobre ele
	a) a idade; pessoas maiores ou menores de 18 anos
 atuam:	b) o sexo; homens e mulheres
	c) a saúde; sãos ou insanos
2.4.2 Características
 1º. Indivisibilidade; o estado é uno e indivisível ninguém pode ter ao mesmo tempo, 
 estados opostos. Ex.: Estar solteiro e casado, maior e menor ao mesmo tempo.
 2º. Indisponibilidade; a proibição de dispor do estado não implica, contudo, na
 impossibilidade de sua variação. Porque determinados estados comportam mudança.
 Ex.: Casar, separar-se etc..
 3º. Imprescritibilidade; pelo decurso de tempo, ninguém perde ou adquire o estado. 
 Ex.: menoridade pode caducar, quando não exercido, pelo decurso de prazo.
O estado da pessoa regula-se por preceitos de ordem pública que interessam a toda sociedade, podendo ser mudado por vontade do indivíduo.
2.4.1 Ações de Estado
Chamam-se de ações de estado, cuja finalidade é criar, modificar, ou desconstituir um estado, ou seja, criar uma nova situação jurídica. Trata-se de ações especiais, também conhecidas como "prejudiciais". Ex.: Emancipação.
O novo estado resulta de sentença judicial.
Em geral, são ações personalíssimas, intransferíveis e imprescritíveis. Constitutivas e possuem autoridade absoluta.
2.4.2 Da Capacidade
2.4.2.1 de Direito
É a aptidão genérica para adquirirem direitos. Confunde-se com a personalidade. É geral e inata, a partir do nascimento com vida e extingue-se com a morte. Este tipo de capacidade confunde-se com a personalidade, porque toda pessoa é capaz de direitos.
2.4.2.2 de Fato ou Exercício
É a aptidão específica para o exercício pessoal de direitos e obrigações na ordem civil.
As limitações da capacidade de fato prendem-se ao estado da pessoa e são de ordem física e jurídica. Decorrente de inserção As limitações da capacidade de fato, produzem a incapacidade, que pode ser:
a) Incapacidade Absoluta; consiste na impossibilidade do exercício dos atos da vida civil, em função do estado individual. Ex.: Idade e saúde.
b) Incapacidade Relativa; atinge certos atos e a maneira de exercê-los, suas causas prendem-se também, ao estado individual, sob o ponto de vista da idade e da saúde.
A aquisição da capacidade plena antes da maioridade, verifica-se pela emancipação, que habilita o indivíduo para prática de todos os atos da vida civil. Art. 9º. CCB.
c) Prodigalidade; não é doença mental, admite-se que é fraqueza de espírito, cujas conseqüências devem ser evitadas.
d) Outorga Uxória; o estado familiar de casado, impõe restrições aos cônjuges sobre certos atos que devem ser praticados em conjunto. Ex.:Venda de imóvel. Pode-se dizer que é incapacidade parcial.
A velhice não é causa de incapacidade.
Por sua vez, a incapacidade relativa, que é tão somente o exercício, é sempre suprível através da assistência.
2.4.2.3 Profissional
 É a capacidade especial para prática de atos do direito privado, regulados pelo direito do trabalho, em que o indivíduo é considerado plenamente capaz antes da maioridade e apto para o exercício dos direitos trabalhistas.
2.4.3 Proteção dos Incapazes
A ordem jurídica criou vários institutos apropriados com o objetivo de viabilizar o exercício dos direitos dos incapazes, são eles: a Representação; a Assistência e a Autorização e sobre estes, criaram-se o Poder Familiar, art. 1.630, 1.634 e 1.635 a Tutela e a Curatela.
Tutela – é instituto civil e idêntico ao pátrio poder, a nomeação compete aos pais e avós e a juiz. Recai sobre os filhos menores, art. 1728 CCB.
Curatela – é encargo público, de administrar e defender os interesses dos absolutamente incapazes ou impedidos, art. 1767 CCB.
2.4.4 Emancipação
É concedida pelos pais e devidamente lavrada no registro público, art. 5º, § único e 1.763 CCB. Depois de concedida torna-se irrevogável, salvo por sentença judicial.
A emancipação de fato ocorre quando o menor: casar; colar grau; for aprovado em concurso público, ou quando se estabelecer civil ou comercialmente com economia própria.
Seja qual for à emancipação, habilitará o menor, relativamente incapaz a reger a sua própria pessoa e os seus bens em geral.
2.5 DO NOME
2.5.1 Generalidades
Toda pessoa natural individualiza-se pelo nome. A individualização é feita no interesse de cada pessoa e no da sociedade, são de ordem pública as normas relativas ao nome, art. 16. O nome é objeto de um direito personalíssimo que tem como fonte a lei e não o registro que é apenas a sua prova.
2.5.2 Elementos do Nome
1º. Sobrenome é o nome de família ou sobrenome e é comum a todos os membros da família. Sobrenome é o acréscimo ao nome do pai,
	Chamado cognome. Ex.: João da Silva.
2º. Prenome é o nome próprio de cada pessoa, também chamado de nome de batismo. Secundariamente encontramos ainda, os títulos (honoríficos, científicos, religiosos e militares), as partículas (de, do da e) e o Agnome, elemento aposto em último lugar (filho, júnior, neto, bisneto, sobrinho, terceiro). 
Como substitutivos ao nome, temos o vocatório, designação comum pela qual a pessoa é reconhecida: epíteto; alcunha ou apelido e o pseudônimo�.
Pseudônimo
É lícito ao indivíduo adotar outro nome pelo que se torne mais conhecido, o que é comum no meio artístico e cultural, art. 19 CCB. É de livre escolha e possui proteção jurídica quanto ao uso e a defesa e distingue-se do prenome, porque não é imposto e pode ser mais de um.
O filho legítimo toma o nome patronímico do pai, ao qual pode juntar-se o da mãe. O sobrenome é composto normalmente pelo nome dos pais, tendo por regra o nome do pai como o último. Ex: Carlos Silva e Marlene Alves têm um filho e este se chamará João Alves da Silva. Admite-se ainda a preposição e artigos, como por exemplo: João Alves da Silva�. Sendo legitimado, adquire o nome do pai, com a legitimação a partir do casamento.
Com relação aos filhos ilegítimos, cumpre ressaltar que os simplesmente naturais, podem ser reconhecidos em conjunto ou separadamente pelos pais e, no reconhecimento sucessivo é recomendável sempre o uso do nome do genitor (pai).
Os filhos adulterinos, quando reconhecidos, podem adquirir o nome dos pais, nas mesmas condições dos naturais.
Aos filhos adotivos é permitido acrescentar o patronímico do adotante e aos legitimados por adoção, o patronímico dos legitimantes.
O prenome serve para distinguir os membros da mesma família e é de livre escolha dos pais, que não devem escolher prenomes capazes de expor os seus portadores ao ridículo. O prenome é imutável.
Não há proibição de alguém ter dois ou mais prenomes, por isso se diz que ele pode ser simples ou duplo.
2.5.3 Mudança de Nome 
O nome não pode ser alterado por livre arbítrio, salvo em casos necessários ou voluntários.
2.5.4.1 Regime Legal
A lei dos registros públicos dispõe sobre o nome daspessoas naturais, em seu art. nº 754 e seg. LRP n° 6.015 de 31.12.1973. Atualmente, já há possibilidade de adoção pela mulher, do nome patronímico do homem com quem se uniu livremente, contanto que o homem seja solteiro, viúvo ou separado judicialmente, art. 1565 § 1° e 2° NCC. Esta alteração se faz mediante autorização do juízo, no registro de nascimento.
Requisitos	1°: Consentimento expresso do homem com quem viva;
 2°: Prova da vida em comum por mais de cinco anos;
 3°: Não ter sido a titular culpada da separação do seu pretendente; e
 4°: Haver a ex-mulher renunciando ao nome, se separada o homem.
2.5.4.2 Necessários
 a) Modificação no estado de filiação; ocorre quando o filho natural não é reconhecido, é legitimado ou perfilhado. Quando há contestação sobre sua paternidade, é declarado adulterino e assim reconhecido.
	b) Modificação pelo casamento; quando a mulher se casa adquirindo os apelidos do marido. Quando se divorcia, perde o nome de casada ou renuncia a ele.
	c) Mudança do nome do pai; acarreta a do filho, pois a natureza do nome exige que coincida o da prole com o dos genitores.
2.5.4.3 Voluntária 
A mudança voluntária depende de autorização judicial, em caráter de exceção e devidamente motivada.
Quanto ao prenome, somente se admite quando exponha o seu portador ao ridículo ou se houver outra pessoa de nome igual ou se preste a confusão, não devendo em hipótese alguma prejudicar os apelidos de família. Além da mudança, pode ocorrer ainda, retificação, quando houver erro de grafia, entretanto não se confundem as duas.
Os efeitos da mudança do nome não retroagem, iniciam na data em que se completarem as suas formalidades.
2.5.5 Direito ao Nome
O direito ao nome é personalíssimo, explicado por três teorias, a saber:
1a. Teoria da Propriedade; vê no nome, um objeto de propriedade, cujo titular seria a família. O correto é que o direito de propriedade possui natureza patrimonial e o direito ao nome, natureza extra patrimonial. Por essa razão, ninguém poderá aliená-lo, abandoná-lo ou simplesmente a ele renunciar;
2a. Teoria do Estado entende que o nome é um fato protegido pela ordem jurídica, não passando de simples sinal exterior. Esta teoria não satisfaz pela sua artificialidade; 
3a. Teoria do Atributo da Personalidade; entende que o nome é um direito sui generis, submetido a regras especiais, compreendidas no sistema de proteção da personalidade.
O nome comercial possui valor pecuniário, sendo patrimonial e em conseqüência o direito do titular é avaliável, enquanto o nome civil tem natureza extra patrimonial.
2.5.5.1 Caracteres
O direito ao nome, é intransferível e imprescritível, não pode ser alienado a título oneroso nem gratuito e é irrenunciável. Admite-se, entretanto, uma espécie de posse do nome, pelo uso pacífico e contínuo durante muitos anos, embora não se adquira propriamente o nome, mas prova-se a sua existência, podendo transmiti-lo aos descendentes, caso não sofra oposição.
2.5.5.2 Conteúdo
O direito ao nome, contém duas faculdades: 
1ª. De usá-lo: consiste no direito de todo homem se fazer chamar por ele e de exigir a retificação nos atos em que for alterado; 
2ª. De defendê-lo: consiste no poder de agir contra quem o empregue de maneira a expor o indivíduo ao desprezo público, tornando-o ridículo, desprezível, odioso ou recuse a chamar o titular por aquele nome.
As ações que visam à proteção do nome podem ser propostas independentemente da ocorrência de dano material, basta para tanto, que haja interesse moral.
2.5.6 Proteção ao Nome
O direito de proteção ao nome, tem dupla finalidade, nas ações relativas ao uso do nome:
1º. Retificação: consiste no interesse de preservar o nome verdadeiro; 
2º. Contestação: consiste na preservação do nome contra exposição pública, sob forma de desprezo.
O pseudônimo goza de proteção na área do direito civil- "Direitos Autorais"- embora não se lhe estendam as medidas da tutela administrativa, que podem ser assumidos ou abandonados, com inteira liberdade.
O direito ao nome tem proteção pelo direito público, nas esferas administrativa e criminal.
2.6 DO DOMICÍLIO
2.6.1 Conceito 
Domicílio é o lugar onde a pessoa estabelece a sede principal de seus negócios, ou ainda, o ponto central de suas ocupações habituais. O domicílio envolve a residência e a habitação, art. 70 e 78 CCB.
Residência - é o lugar onde o indivíduo mora habitualmente, com a intenção de permanecer, ainda que se afaste temporariamente.
Habitação - é o lugar onde o indivíduo se encontra e permanece sem a intenção de ficar. É residente transitória.
O conceito legal de domicílio integra dois elementos:
1º. Objetivo: é o fato de permanecer em certo lugar, por força da atividade;
2º. Subjetivo: é o ânimo definitivo de ter o lugar como sede das ocupações habituais.�
O Domicílio é a sede jurídica da pessoa, onde ela se presume presente para efeitos de direitos. 
A residência é o lugar em que ele habita, com intenção de permanecer, mesmo que dele se afaste temporariamente.
Na habilitação ou moradia tem-se mera relação de fato, por ser o local em que a pessoa permanece acidentalmente sem o ânimo de ficar, Ex: locação.
2.6.2 Natureza Jurídica
 A doutrina qualifica o domicílio como sendo um ato não negocial. A constituição e a supressão do domicílio, não são negócios jurídicos, requerem vontade de se constituir. São, portanto, unicamente atos jurídicos, que exigem apenas a capacidade de agir.
2.6.3 Importância
Para o direito civil - porque é o lugar onde normalmente devem ser cumpridas as obrigações da pessoa.
Para o Judiciário - porque estabelece, em princípio, a competência do foro. Determina onde as ações devem ser propostas, que via de regra é o domicílio do réu.
Para o Direito Internacional - porque na maioria das legislações, é o domicílio que determina a lei a ser aplicada ao indivíduo. Fixa-se tanto no interesse do indivíduo como no de terceiros.
2.6.4 Espécies
2.6.4.1Voluntário
Domicílio Voluntário - é o lugar escolhido pela pessoa para ser o centro de sua atividade. Todos os atos que pressupõe, aí devem ser praticados.
Domicílio Especial - é um tipo que a lei permite, para prática de certos atos, é também. Chamado de contratual e se estabelece sem prejuízo do domicílio geral, art. nº 78.
Domicílio de Eleição - é criado artificialmente pelas partes, é temporário e limitado, tendo caráter de exceção ao princípio geral. É fictício e limitado a certos atos e só produz efeito entre as partes.
2.6.4.2 Necessário
Domicílio Necessário - é o lugar determinado para o domicílio de algumas pessoas, em virtude da condição ou situação em que se encontram, tais como: os incapazes, os funcionários públicos, os marítimos, os detentos etc. Sua presunção é jure et de jure, não admite prova em contrário. O domicílio necessário é de origem “voluntária”, ou legal.
No domicílio de origem, a pessoa não tem domicílio próprio, apenas o representante legal. Ex.: menores e interditos.
2.6.4.3 Múltiplo
Diversas são as legislações que o admitem, pela necessidade atual. A objeção em função da incerteza, não procede, uma vez que o indivíduo pode ser citado em qualquer deles em que se encontre.
2.6.4.4 Aparente
É aquele que cria as aparências do lugar onde a pessoa ou indivíduo pode ser encontrado, só pode ser invocado por terceiros e constitui-se em sanção a quem não tem domicílio certo.
2.7 DAS PESSOAS JURÍDICAS
 Externo 1) Estados soberados – países
 2) Organizações intern.: ONU; OMS; OIT; etc.
	1) De Direito 1)União 
 PESSOA Público Interno 2)Estados
 JURÍDICA3)Municípios	
 		 4)Autarquias
 	 
 2) De Direito	De Natureza 1)Soc. Com 1) Civis 
 Privado	 Associativa fins econ 2) Comerciais
 2) Soc. sem fins econ.:Associações
 3) Universalidade de bens; Fundações
 
2.7.1 Conceito
São entidades as quais a lei atribui personalidade jurídica diversa da dos indivíduos que as compõe e que atuam na vida jurídica, capazes de serem sujeitos de direitos e obrigações na ordem civil, art. 40 a 52 CCB.
A lei lhes empresta capacidade para serem titulares de direitos, visando à proteção dos interesses humanos, art. 966 a 1195 CC.
Na maioria dos casos, tais entes, são constituídos pela união de alguns indivíduos, sem que se confunda a personalidade destes, com a daqueles. Ex.: O acionista de uma empresa não se confunde com esta, nem o sócio de um clube, ou cotista de uma sociedade limitada, porque possui personalidade diferente, arts. 966, 972/3, 981, 991, 997e 1.022 a 1.024.
	 vontade humana criadora.
Requisitos:	 observância legal.
	 finalidade licita.
2.7.2 Natureza Jurídica
Três são as teorias que admitem a personificação da pessoa jurídica:
 1a. Teoria da Ficção "Savigny", explica a natureza da pessoa jurídica, considerando-a uma abstração. Para ele, não tem existência real, é artificialmente criada pela lei, tratando-se, portanto, de ficção legal;
 2a. Teoria da Realidade Objetiva "Giorgi e Gierke", esta admite a existência da pessoa jurídica, socorrendo-se do analogismo com os seres humanos. A idéia básica dessa teoria, é a de que pessoas jurídicas, longe de serem mera ficção, são realidades sociológicas, seres com vida própria, que nascem por imposição das forças sociais; 
 3a. Teoria da Realidade Técnica "Ferrara", entende que a realidade das pessoas jurídicas não é objetiva, mas sim, um expediente de ordem técnica e útil para alcançar indiretamente alguns interesses humanos.
2.7.3 Classificação
 
2.7.3.1Pessoas Jurídicas de Direito Público Interno
A pessoa jurídica de direito público interno por excelência, é o Estado, isto é, a nação politicamente organizada. Nos Estados de forma federativa, a pessoa jurídica desdobra-se. Por essa razão, são também pessoas jurídicas, os Estados-membros e os municípios.
Atualmente, tendo em vista a complexidade da administração pública, criaram-se organismos paraestatais, que, exercendo função pública, gozam de personalidade própria, atribuída para facilitar a ação administrativa.
São entes, pessoas jurídicas de direito público: as autarquias e as instituições de interesse geral, que hoje são inúmeras, tais como: instituto de previdência e assistência social “INSS", instituição de disciplina das atividades econômicas "BACEN", estabelecimento de crédito popular "CEF", universidades etc.
2.7.3.2 Pessoas Jurídicas de Direito Internacional
São os Estados Estrangeiros em relação ao Brasil.
2.7.3.3 Pessoas Jurídicas de Direito Privado
Caracterizam-se pela qualidade da iniciativa de sua criação, não importando o fim a que se destinam, importa isto sim, que seja fruto da iniciativa privada.
Sociedades Mercantis - pertencem à disciplina do direito comercial.
Sindicatos - pertencem à disciplina do direito do trabalho.
2.7.3.4 Associações
Constituem-se por um grupo de pessoas, que põem em comum sua atividade, para realizar determinado fim, que não a partilha de vantagens econômicas, art. 53 a 61 CCB. Caracteriza-se este tipo de pessoa jurídica, pela ausência da intenção de dividir lucros, o que não importa que se constitua um patrimônio e que os seus membros concorram para tanto, mediante pagamento de contribuições em dinheiro, mensal ou anualmente.
Somente as associações podem ser reconhecidas como de utilidade pública.
As associações não estabelecem direitos e obrigações recíprocas entre os seus sócios e constituem-se através da aprovação do estatuto em assembléia dos sócios fundadores. Constam do estatuto: a denominação, a finalidade e a sede, as condições para admissão e demissão dos associados, a enunciação dos seus direitos e deveres, as fontes de recursos, o modo de constituição dos órgãos administrativos e as condições para dissolução. 
O fim é o ideal, que pode ser: religioso, cultural, político, assistencial ou esportivo.
2.7.3.5 Sociedades Civis
Constituem-se pela união de duas ou mais pessoas, que põem em comum sua atividade ou determinados recursos, com o objetivo de partilhar lucros. São sociedades as que se constituem para o exercício de certas profissões, para propriedade de certos bens ou para exploração de uma atividade estranha ao direito comercial. Ex. Intermediação de imóveis, empresas prestadoras de serviços, etc.. As sociedades podem ser mercantis ou civis:
Nas sociedades civis, o proveito a ser obtido pelos sócios, decorre da atividade desenvolvida, enquanto que nas sociedades mercantis, o lucro é o objeto social, o objetivo único.
As sociedades civis podem ser:
-Universais: quando compreendem todos os bens presentes e futuros dos sócios, ou ainda, somente os bens presentes, ou os futuros e todos os frutos e rendimentos;
-Particulares: quando compreendem parte dos bens dos sócios, podendo revestir-se de forma a caracterizar uma sociedade mercantil.
Tanto as sociedades mercantis como as civis, necessitam de apport - participação dos sócios, que pode ser em dinheiro, bens ou trabalho. A finalidade é o proveito comum dos sócios.
Obs: Somente as sociedades mercantis, estão sujeitas ao instituto da falência.
2.7.3.6 Fundações
Trata-se de um tipo especial de pessoa jurídica, que não se forma pela associação de pessoas, nem é um conjunto de vontades e sim a vontade de uma só pessoa, que destina um patrimônio para certo fim, cujo propósito é atender uma categoria particular de indivíduos, art. 62 a 69 CCB.
Requisitos: 1º. Patrimônio; 
 2º. Finalidade Específica.
A personalização do patrimônio afetado para este fim, deve ser consentida unicamente quando se destine as obras de interesse social. A Fundação deve ter interesse social.
Existência da Pessoa Jurídica
A constituição da pessoa jurídica dá-se através do ato constitutivo, ou contrato, que nada mais é, do que o ato jurídico bilateral para as associações e sociedades e o ato jurídico unilateral, no caso das fundações. O ato constitutivo exige para sua constituição a forma escrita.
A inscrição do ato no registro público, visa à identificação e a publicidade como formalidade prevista em lei, termo a partir do qual, a personalidade jurídica passa a existir.
Sede
É o lugar de sua sede social, também conhecido como domicílio voluntário, admitindo-se a pluralidade de domicílios.
Funcionamento
Dão-se através dos órgãos definidos pelo estatuto, tais como: assembléia, conselho deliberativo e diretoria nas associações. A finalidade da fundação restringe o poder deliberativo dos seus administradores.
Nas sociedades, o funcionamento se dá através da designação pelo contrato social, por gerentes e diretores, por outro lado, nas fundações, o funcionamento condiciona-se à possibilidade de sua mantença.
Extinção
A existência da pessoa jurídica de direito privado termina pela dissolução ou liquidação, que pode ser consensual ou por vontade da maioria, ou ainda, pelo prazo de duração ou por determinação judicial
Exercícios:
4. Qual é a diferença capacidade de fato e exercício.
5. Qual é a importância das personalidades fictícias para o Direito?
6. A comoriência é importante também para os contratos?
7.Quais são os efeitos de dados de morte na ausência?
8.Quais são os caracteres doEstado da personalidade?
9.Quais são os caracteres do nome?
10.Qual é a diferença entre domicílio necessário e voluntário?
11.O status persona é determinante para o sujeito? 	Justifique: 
12.Qual é a diferença que existe entre associação e sociedade civil?
13.Qual é a diferença que existe entre a fundação e a associação civil?
3. DOS BENS
3.1 CONCEITO 
Entende-se por bem tudo que pode proporcionar utilidade ao homem. É tudo aquilo que promove a pessoa de forma integral, proporcionando satisfação individual�. A noção de bem, compreende toda a utilidade material ou ideal, que possa incidir na faculdade de agir do sujeito.
Abrange ainda, as coisas suscetíveis de avaliação econômica e as não avaliáveis, as que têm natureza corpórea ou não.
Por essa razão, todo bem econômico é jurídico, mas nem todo bem jurídico é econômico. Os romanos não se preocupavam em dividir os bens porque não eram dados a abstração. A divisão fundamental era segundo as institutas de Justiniano, das coisas no patrimônio e extrapatrimonio.�
No sentido lato, a palavra bem, pode significar objeto de direito sem valor econômico, enquanto que em sentido strictu, significa objeto de direitos reais. A palavra bem deriva do latin bonum, felicidade, bem-estar.
A palavra coisa, é empregada para designar os objetos corpóreos e deve ser um bem econômico. Portanto, bem e coisa, não se confundem, pois, todas as coisas são bens, mas nem todos os bens são coisas. Ex: Sol, mar e lua são coisas, mas não bens. A noção de coisa deve proporcionar utilidade ao homem e ser possível de apropriação.
No direito romano, a classificação dos bens obedecia a seguinte ordem: res mancipi – considerados essenciais, ex: as terras, os fundos itálicos, os escravos, as servidões, os animais de transporte e os instrumentos de cultivo. Já as res nec mancipi – consistiam em objetos de pequeno valor e se transmitiam por mera tradição.
3.2 OBJETO
É a base material sobre a qual se assenta o direito subjetivo. É tudo aquilo que pode ser submetido ao poder de outrem. A concepção moderna de objeto é o comportamento humano: ação ou omissão. O objeto imediato é o comportamento do sujeito passivo.
Objeto mediato, a coisa sobre a qual incide tal comportamento. A maioria prefere ainda designar como objeto somente para os direitos reais e o conceito moderno para as obrigações�. 
A coisa objeto da prestação pode ser objeto de vários direitos. Ex.: propriedade imóvel e sobre ela constitui-se hipoteca, arrendamento, locação etc..
3.3 COISA
A noção de coisa é de utilidade de existência material de apropriação individual, conferindo-lhe a qualidade de bens.
Para que a coisa possa ser objeto de direito, precisa reunir os seguintes requisitos:
	 Economicidade
Requisitos Permutabilidade
	 Limitabilidade - raridade
Somente os bens suscetíveis de avaliação econômica são coisas em sentido jurídico, é preciso ainda, que tenham valor de troca e que possam ser submetidos ao poder de uma pessoa com exclusividade. Bens de qualidade ilimitada, não são coisas.
A noção de coisa restringe-se juridicamente ao que pode ser objeto de domínio e posse. Dessa forma, não são coisas: o corpo humano dos seres vivos e suas partes enquanto não separadas. Admite-se, porém, o cadáver e as partes separadas, como coisa.
Pode ser objeto de domínio e posse e assim considerados coisas: a energia elétrica, os vapores, e a produção de gás, por terem existência autônoma e valor econômico.
Portanto, o conceito de coisa, obedece a critério essencialmente econômico e social. Por isso, é preciso que tenha existência própria e esteja fora da pessoa humana, e que seja suscetível de utilização e apropriação.
3.4 PRESTAÇÃO
 As ações humanas também podem ser objetos de direito e são chamadas de direitos pessoais ou relativos. Essas ações denominam-se prestação e consistem na obrigação de dar, de fazer ou não-fazer alguma coisa. Para que a prestação seja objeto de direito, é preciso que tenha conteúdo econômico e que seja: lícita, possível e determinável. Deve ser ainda, conforme a lei, os bons costumes e a ordem pública, não podendo ser indeterminada.
 
3.5 DIREITOS
Admite-se hoje, o direito sobre direitos, por serem economicamente avaliáveis. Porém, não se confundem com o próprio objeto, seja este coisa material ou prestação. Ex.: Juros, dividendos, alugueres etc..
3.6 PATRIMÔNIO 
Toda pessoa tem direitos e obrigações economicamente apreciáveis e esse complexo de direitos e obrigações denomina-se patrimônio.
A noção de patrimônio está ligada à personalidade, que explica o princípio da identidade e continuidade, pelo qual a substituição e seu aumento ou diminuição não fere a substância conceitual de unidade abstrata, que se conserva a mesma durante toda vida.
Por esse princípio, segundo a teoria clássica, o patrimônio obedece a quatro princípios básicos:
1º. Só as pessoas naturais e jurídicas podem ter patrimônio;
2º.Toda pessoa tem necessariamente um patrimônio;
3º. Cada pessoa só pode ter um patrimônio;
4º. O patrimônio é inseparável da pessoa.
A doutrina moderna rejeita o princípio da unidade e indivisibilidade do patrimônio, admitindo, um patrimônio geral e patrimônios especiais. No geral, unem-se os elementos subjetivos comuns à pessoa.
O especial resulta da unidade do fim para o qual a pessoa destacou do seu patrimônio geral, uma parte dos bens que o compõe. Na concepção moderna de patrimônio, os princípios de unidade e indivisibilidade não sobrevivem.
Na doutrina moderna, fazem parte do patrimônio:
1º. Os direitos reais, como o de propriedade e o de usufruto;
2º. Os direitos pessoais, como os de crédito e o das obrigações;
3º. Os direitos intelectuais, como os autorais e os de propriedade industrial.
3.7 EMPRESA
É a entidade singular ou coletiva, de caráter civil ou mercantil que, conjugando e pondo em atividade o capital, o trabalho e várias forças produtivas, explora um determinado ramo da indústria, ou do comércio, no interesse privado, ou com utilidade pública, tendo sempre finalidade lucrativa.
A empresa é pública quando de interesse do Estado, ou de outra entidade de direito público, e será privada se o empresário for pessoa natural ou jurídica.
A inalienabilidade pessoal ou subjetiva melhor se chama de indisponibilidade e é transitória, consistindo na limitação de dispor. "RES = coisas. Ex: Doação com encargo.
Bens da personalidade, tais como: honra vida, liberdade…
3.8 CLASSIFICAÇÃO DOS BENS
 Os bens classificam-se segundo o Código Civil� em: 
a) Bens considerados em si mesmos; 
b) bens reciprocamente considerados; e
c) bens considerados por sua titularidade, a saber:
3.8.1 Bens Considerados em Si Mesmos 
Antes de iniciar a categorização dos bens é importante classificá-los segundo a sua natureza econômica, em bens:
De produção - compreendem: a terra, as águas, as florestas, os combustíveis, o maquinário agrícola e industrial, etc.; 
De uso - estabelecem o caráter de generalidade e que deve ser objeto de propriedade privada. Ex.: casas de moradia;
De consumo - são bens de interesse social e de consumo individual. Ex.: mercadorias em geral.
3.8.1.1 Corpóreos e Incorpóreos
Bens Corpóreos são aquelas coisas que podem ser objeto de direito. É o bem que pode ser visto, tocado ou apreendido. Possui forma exterior. 
Bens Incorpóreos são aqueles que não têm existência material, mas que podem ser objetos de direito.
3.8.1.2 Bens Imóveis
Adquirem-se pela transcrição no registro de imóveis, art. nº 1.245 a 1.247 O estado do indivíduo importa, na transferência ou alienação. Se casado, requer a outorga uxória “do cônjuge". Nas lides sobre direitos imobiliários, a competência do foro é determinada por sua situação, é necessário também, a citação do cônjuge, sob pena de nulidade do ato.
Os direitos a serem constituídos sobre os imóveis são: habitação e hipoteca.
Desde a era dos romanosa terra sempre teve maior valor e importância que os bens móveis�.
 
Segundo alguns autores, os imóveis podem ser classificados ainda, por:
-Acessão física - são aquelas coisas incorporadas em caráter permanente ao solo. Ex.: Art. 79 CCB;
-Por acessão intelectual - é discutível e extremada na opinião de alguns doutrinadores essa conceituação, porque induz um elemento subjetivo no contexto, que é a vontade do dono. Ex.: maquinário, animais e os empregados,
-Por disposição legal - são certas disposições de ordem legal, certos bens incorpóreos. Ex.: direitos imobiliários e sucessórios. Art. 80 do CCB.
3.8.1.3 Móveis 
São aqueles que podem ser removidos, sem qualquer alteração de sua substância, por movimento próprio ou força estranha. Ex.: Títulos de crédito, direitos reais sobre bens móveis- são considerados bens móveis, pelo seu caráter representativo, para efeitos legais.
3.8.1.4 Genéricos ou Individuais 
São aqueles que se distinguem por suas características próprias de individualidade ou gênero. As coisas em geral.
3.8.1.5 Fungíveis e Não-fungíveis
 Os bens fungíveis são aqueles passíveis de substituição por outros da mesma espécie, qualidade e quantidade, ou determináveis por número, peso ou medida, já os não-fungíveis são os insubstituíveis por suas qualidades individuais.
A fungibilidade não é propriedade natural da coisa, mas qualidade alterável, pela vontade do homem, por isso, uma coisa fungível, pode ser caracterizada como não-fungível. A fungibilidade estende-se também, ao objeto das obrigações de fazer, Ex.: prestar serviço fungível ou não-fungível.
O dinheiro é o bem fungível por excelência, o objeto mais importante das obrigações de dar coisa incerta "quantia". O dinheiro, em sentido lato, é fator de medida e sinal de valor reconhecido no comércio, e em sentido strictu, e juridicamente puro é o valor reconhecido como meio de pagamento.
3.8.1.6 Consumíveis e Não-consumíveis
	Os bens consumíveis são aqueles, cuja existência termina com o primeiro uso, por outro lado, os bens não-consumíveis são os que comportam uso continuado ou repetido. Ex.: Garrafas.
3.8.1.7 Divisíveis e Não-divisíveis
	São divisíveis aqueles bens que podem ser divididos em partes homogêneas e distintas, sem modificação ou desvalorização de sua substância. Ex.: Tecido têxtil. Porém, os bens não-divisíveis, são aqueles que não podem ser divididos, sem alteração de sua substância ou seu valor.
3.8.1.8 Singulares e Compostos
	Bens singulares são aqueles considerados distintamente em sua individualidade e que, podem ser ainda, simples por se constituírem de unidade natural Ex.: Pedra. Bens compostos, são assim denominados pela conjunção de coisas simples, que em conseqüência perdem a sua autonomia. Ex.: Edifício.
3.8.1.9 Coletivos
	São aqueles que se dividem em universalidade de fato e de direito. O de fato, é um conjunto de coisas singulares agrupadas pela vontade do homem, tendo destinação comum. Ex.: Rebanho - compõe-se de bens corpóreos e homogêneos. O de direito é um complexo de relações jurídicas que a ordem jurídica atribui caráter unitário. Ex.: Herança - compõe-se de bens incorpóreos e heterogêneos.
3.8.1.10 Partes	
Integrantes - são coisas simples que a natureza ou a ação humana uniram, formando coisas compostas, sem perder a identidade. Ex.: A lâmpada de um lustre.
As partes integrantes dividem-se ainda, em separáveis, Ex.: moldura de quadro e inseparáveis; encadernação de um livro, mobiliários e imobiliários.
Componentes - são aquelas coisas que não podem ser destacadas, porque perdem a identidade. Ex.: Cimento empregado na construção.
Presentes - são aquelas que existem, são idôneas e preenchem sua função social. Ex.: Dinheiro.
Futuras - são as que ainda não existem, juridicamente, ou não são eficazes, embora possam existir materialmente. Ex.: Testamento.
3.8.2 Bens Reciprocamente Considerados
 Os bens considerados, uns em relação aos outros, dividem-se em principais e acessórios, art. nº 92.
3.8.2.1 Principal
 Tem existência própria, autônoma, concreta ou abstrata, de modo que os outros bens encontram-se em relação a aquele, numa condição de dependência jurídica.
3.8.2.2 Acessórios 
São os frutos, os produtos, os rendimentos, as acessões, as pertenças e as benfeitorias. A distinção entre bens principais e acessórios, reside na superioridade de um sobre o outro, a saber:
FRUTOS - são bens produzidos por outros bens, sem que haja destruição total ou parcial da coisa e possuem três requisitos: periodicidade, inalterabilidade e separabilidade.
Dividem-se em:	
-1º quanto à origem em: a) naturais – têm natureza orgânica ou inorgânica. (ex.: crias, frutos); b) civis – resultam de uma relação abstrata de direito (ex.:juros dividendos...); c) industriais – resultam da transformação da industria humana (ex.: mercadorias).
 -2º quanto à natureza em: vegetais; animais; e artificiais. 
-3º quanto ao estado em: a) pendentes, os não separados da coisa principal, por serem prematuros (ex.:colheita); b) percebidos (ex.: os colhidos);c) percipiendos (ex.: os que poderiam ter sido colhidos e não foram).
A importância de sua distinção reside na aquisição da posse dos diferentes tipos de bens a saber: 
O possuidor de boa-fé faz jus aos frutos percebidos, não aos pendentes, nem aos colhidos por antecipação, art. 1210 a 1.223 CCB. O possuidor de má-fé por sua vez, não tem direito aos frutos, devendo restituir os percebidos, ou o seu equivalente.
3.8.2.3 Produtos 
Denomina-se produto, a utilidade que se retira de uma coisa, diminuindo-lhe a quantidade, até o esgotamento. Ex.: Mina de carvão etc..
O usufrutuário tem direito aos frutos da coisa, não aos produtos. Possuidor de má-fé, deve restituir os produtos e os frutos.
3.8.2.4 Rendimentos
São prestações periódicas em dinheiro, decorrentes do uso e gozo da coisa. Ex.: juros sobre capitais, rendas vitalícias, alugueres, dividendos, etc..
3.8.2.5 Acessões
 	É tudo aquilo que se incorpora natural ou artificialmente a uma coisa ou um bem. Ex.: aluvião, avulsão, construções, plantações etc.. As acessões não podem ser objeto de domínio e posse em separado, porque acompanham ipso facto o principal.
3.8.2.6 Pertenças
São todas as coisas que proprietário mantém, intencionalmente empregados no imóvel. Ex.: máquinas, animais e serviçais.
3.8.2.6 Benfeitorias
 	Conforme o art. 96, benfeitorias são as despesas e obras que se tornam necessárias para conservação, melhoria ou aformoseamento da coisa, que podem ser materiais ou jurídicas, ainda, "demarcações ou fatos de vizinhança" e podem ser:
Benfeitorias:
	a) Necessárias, são aquelas despesas indispensáveis à conservação da coisa, evitando que se deteriore ou destrua e consistem, geralmente, em obra nova. Ex.: substituição de vigas ou telhado, etc..
 b) Úteis, são aquelas que aumentam ou	favorecem o uso da coisa. Ex.: instalação de aparelhos de ar, luz ou água, como forma de proporcionarem um maior deleite ao usuário.
 c) Voluptuárias ou suntuosas, são aquelas que tornam a coisa mais agradável, porque a embelezam, enfeitam... Ex.: colocação de vitrais, espelhos, estátuas etc..
A importância jurídica das benfeitorias manifesta-se pelos efeitos da posse, seja ela: usufruto, locação ou comodato.
Nas benfeitorias necessárias, faz jus à indenização, que deve pagar o proprietário, tanto ao possuidor de boa-fé, como o de má-fé. Nas benfeitorias úteis, terá direito à indenização, somente o possuidor de boa-fé, enquanto que nas voluptuárias, não haverá indenização, porque o possuidor poderá levantá-las, sendo possível.
A importância dos bens reciprocamente considerados revela-se pelo fato da coisa acessória seguir sempre a principal e que o dono da coisa principal é por conseqüência, o titular da acessória.
3.8.3 Dos Bens Considerados Por Sua Titularidade
Os bens considerados

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