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Apostila Direito Internacional Público 2016

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DISCIPLINA: 
DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO 
 
Autoria: Maxwilian Novais Oliveira 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Nova Venécia/ES, 2016 
 
 
 
Diretor Executivo: Tadeu Antônio de Oliveira Penina 
Diretora Acadêmica: Eliene Maria Gava Ferrão 
Diretor Administrativo Financeiro: Fernando Bom Costalonga 
 
 
 
 
2 
 
 
Direito Internacional Público 
 
 
 
 
AD – Núcleo de Educação à Distância 
 
GESTÃO ACADÊMICA - Coord. Didático Pedagógico 
 
GESTÃO ACADÊMICA - Coord. Didático Semipresencial 
 
GESTÃO DE MATERIAIS PEDAGÓGICOS E METODOLOGIA 
 
Coord. Geral de EAD 
 
 
 
 
BIBLIOTECA MULTIVIX 
(Dados de publicação na fonte) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Disciplina: Direito Eleitoral 
Autoria: Leonardo Moreira Guimarães 
 
Primeira Edição: 2016 
3 
 
 
Direito Internacional Público 
 
SUMÁRIO 
 
1º BIMESTRE 
1 UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO AO DIREITO ELEITORAL 
1.1 CONCEITOS………………………………………………………………………… 7 
1.2 FONTES DO DIREITO ELEITORAL……………………………………………... 7 
1.3 DIREITOS POLÍTICOS, SUFRÁGIO E SOBERANIA POPULAR…………….. 8 
 
2 UNIDADE 2 – EXERCÍCIO DOS DIREITOS POLÍTICOS 
2.1 EXERCÍCIO DOS DIREITOS POLÍTICOS ATIVOS…………………………….. 12 
2.2 EXERCÍCIO DOS DIREITOS POLÍTICOS PASSIVOS..……………………….. 12 
2.3 CONDIÇÕES DE ELEGIBILIDADE……………………………………………..... 12 
2.4 CAUSAS DE INELEGIBILIDADE……………………………………………........ 13 
2.5 AQUISIÇÃO, SUSPENSÃO E PERDA DOS DIREITOS POLÍTICOS………... 15 
 
3 UNIDADE 3 – PRINCÍPIOS DO DIREITO ELEITORAL …………. 18 
 
4 UNIDADE 4 – EVOLUÇÃO DO DIREITO ELEITORAL ………….. 24 
 
5 UNIDADE 5 – JUSTIÇA ELEITORAL 
5.1 SISTEMAS DE CONTROLE ELEITORAL……………………………………….. 27 
5.2 ORGANIZAÇÃO DA JUSTIÇA ELEITORAL…………....……………………….. 27 
5.3 COMPETÊNCIAS DA JUSTIÇA ELEITORAL…..……………………………..... 29 
5.4 FUNÇÕES DA JUSTIÇA ELEITORAL…...…………………………………........ 31 
5.5 CIRCUNSCRIÇÕES DA JUSTIÇA ELEITORAL………………………………... 32 
5.6 JURISDIÇÃO ELEITORAL…………………………………………………….…... 32 
 
6 UNIDADE 6 – MINISTÉRIO PÚBLICO ELEITORAL …………….. 33 
 
7 UNIDADE 7 – PROCESSO ELEITORAL 
7.1 INTRODUÇÃO...…………………………………………………………………… 35 
7.2 ALISTAMENTO ELEITORAL…………………………………………... 35 
7.3 TRANSFERÊNCIA DE DOMICÍLIO ELEITORAL………………...…………….. 36 
7.4 REVISÃO DO CADASTRO ELEITORAL………………….……………………... 37 
7.5 CANCELAMENTO DA INSCRIÇÃO ELEITORAL………………………………. 37 
7.6 REVISÃO DO ELEITORADO (RECADASTRAMENTO ELEITORAL)……….. 38 
7.7 CONVENÇÕES PARTIDÁRIAS E REGISTRO DE CANDIDATURAS………. 38 
7.8 PROPAGANDA ELEITORAL ………………………………………..……………. 40 
50 
7.9 
7.10 
FINANCIAMENTO DE CAMPANHA……………………………………………… 
ELEIÇÕES E MANDATOS ELETIVOS............................................................ 55 
4 
 
 
Direito Internacional Público 
 
2º BIMESTRE 
8 UNIDADE 8 – CONDUTAS VEDADAS, ABUSO DE PODER E 
CAPTAÇÃO ILÍTICA DE SUFRAGIO 
8.1 CONDUTAS VEDADAS.................................................................................... 66 
8.2 ABUSO DE PODER......................................................................................... 68 
8.3 CAPTAÇÃO ILÍCITA DE SUFRÁGIO – COMPRA DE VOTOS ....................... 71 
 
9 UNIDADE 9 – CONTENCIOSO ELEITORAL 
 
9.1 AÇÃO DE IMPUGNAÇÃO DE REGISTRO DE CANDIDATURA…..…………. 73 
9.2 AÇÃO DE INVESTIGAÇÃO JUDICIAL ELEITORAL …………………….…….. 74 
9.3 AÇÃO DE IMPUGNAÇÃO DO MANDATO ELETIVO …………………………. 76 
9.4 RECURSO CONTRA A DIPLOMAÇÃO………………………………...……….. 77 
9.5 REPRESENTAÇÕES DA LEI N. 9.504/97………………………………………. 79 
9.6 UTILIZAÇÃO SUBSIDIÁRIA DO CPC………………….................................... 80 
 
10 UNIDADE 10 – CRIMES ELEITORAIS E PROCESSO PENAL 
ELEITORAL ...................…………………………………………………......... 90 
 
11 REFERÊNCIAS............................................................................................ 96 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
 
Direito Internacional Público 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO 
 
 
 
 
 
 
6 
 
 
Direito Internacional Público 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1º Bimestre 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7 
 
 
Direito Internacional Público 
 
1 INTRODUÇÃO E EVOLUÇÃO HISTÓRICA 
 
A facilidade de comunicação estreitou as relações internacionais entre Estados, e com 
o passar dos tempos, após a sua criação, com as organizações internacionais, onde 
todos hoje fazemos parte da sociedade internacional, ou também denominada de 
Comunidade Internacional. 
 
Não se sabe ao certo quando surgiu o Direito Internacional, mas através de estudos, 
fica comprovado que, desde que as pessoas começaram a viver em comunidade mais 
organizadas, denominada de civilizações antigas, já havia alguns acordos com 
civilizações diferentes. 
 
Nessas civilizações antigas temos conhecimento de um acordo concluído no III 
milênio antes de Cristo realizado entre o Rei de Elba e o Rei da Assíria estabelecendo 
relações de amizade e de um comércio mais livre, fixando ainda sanções a serem 
aplicadas pelos delitos cometidos pelos súditos dos dois reinos. Outro exemplo é o 
tratado de paz de Kaddesh realizado em 1258 a.C., entre o Faraó Ramses II do Egito 
e Hattusili III da civilização Hititas. 
 
Na Grécia Antiga os instrumentos de diplomacia utilizado eram o chamado 
testemunho formal de Tucídides e os tratados. Já no império Romano, também foi 
encontrado vestígios da existência de um Direito Internacional, nomeado na 
constituição da Liga Latina e pela submissão dos povos estrangeiros em relação as 
regras jurídicas romanas. 
 
No fim da Idade Média e com o reconhecimento da Soberania e do Estado de Direito, 
três direitos dos Estados passaram a existir: O Jus tractum que é o Direito de celebrar 
tratados, o Jus legationis que é o Direito de enviar e receber representantes 
diplomáticos e o Jus belli que é o Direito de fazer guerra. 
 
Para os doutrinadores clássicos, o Direito Internacional surgiu com a implantação dos 
sistemas europeus de Estados datados nos séculos XVI e XVII, cujo marco histórico 
e o tratado de Paz de Vestefália em 1648. BRAGA (2010, p. 10) relata a importância 
8 
 
 
Direito Internacional Público 
desse tratado: 
 
Destarte, pode-se dizer que a paz de Vestefália foi determinante para o Direito 
Internacional, porquanto, ao construir os elementos do Estado moderno e 
consagrar a igualdade soberana, alterou profundamente a sociedade 
internacional, colocando o Estado na qualidade de seu principal ator. E é a 
partir dessa realidade que o Direito Internacional passou a ser desenvolvido, 
visto que, até os dias atuais, não obstante outros atores internacionais terem 
tido sua importância ampliada, O Estado permanece como elemento central 
da sociedade internacional. 
 
Os tratados internacionais, tem sua base firmada na Convenção de Viena de 1969 
que tem como objeto o Direito dos Tratados, baseado nos princípios do livre 
consentimento, boa-fé e pacta sunt servanda que estão inseridos no preâmbulo da 
Convenção de Viena que assim diz: “um acordo internacional concluído por escrito 
entre Estados e regidos pelo Direito Internacional, que esteja consignado num 
instrumento único, quer dois ou mais instrumentos conexos, e qualquer que seja a sua 
denominação particular”. 
 
Tal conceito não corresponde mais a prática, uma vez que em 1986 a Convenção de 
Viena foi concluída incorporando nos Direitos dos Tratados as Organizações 
Internacionais, ou seja, os tratados podem ser entre Estados, entre Estadose 
Organizações Internacionais ou entre Organizações Internacionais. 
 
Diante dessa confirmação da Convenção de Viena BRAGA (2009, p. 34) conceitua 
tratado internacional como “um acordo formal de vontades de dois ou mais sujeitos de 
Direito Internacional com capacidade específica para tratar, regulado pelo Direito 
Internacional e concluído por escrito entre as partes com a finalidade de produzir 
efeitos jurídicos no plano internacional”. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
9 
 
 
Direito Internacional Público 
 
2 FONTES DO DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO 
 
O art. 38 da Corte Internacional de Justiça traz a baila pontos importantes referente 
às fontes do Direito Internacional Público. A doutrina divide as fontes em primárias e 
secundárias. 
 
As fontes primárias são as convenções Internacionais, ou seja, os tratados, o 
costume internacional e os princípios gerais do direito. As convenções 
internacionais segundo BRAGA (2009, p. 24) “[...] são considerados a fonte mais 
importante do Direito Internacional, não apenas por força da sua multiplicidade, mas 
também porque, em regra, os assuntos mais importantes da ordem jurídica 
internacional são por eles regulados.” 
 
O costume internacional é outra fonte primária do direito internacional público, aliás, é 
a fonte mais utilizada pela comunidade internacional, principalmente até a segunda 
guerra mundial. Apesar de hoje não ter a mesma eficácia e aplicabilidade do 
anteriormente, ele ainda é fonte de extrema importância, isto porque, muitos tratados 
possuem origem no Direito consuetudinário. 
A terceira fonte primária são os princípios gerais do direito. Segundo BRAGA (2009, 
p.27), 
 
São considerados princípios gerais do Direito Internacional aqueles que se 
encontram positivados em grande parte dos ordenamentos jurídicos internos 
dos Estados, não sendo necessária a sua positivação na totalidade dos 
ordenamentos estatais. 
 
Assim, são considerados princípios gerais do Direito a boa-fé, a coisa julgada, 
contraditório, o direito adquirido e o pacta sunt servanda, entre outros. 
 
Além das fontes primárias temos as fontes secundárias que são a Doutrina, a 
Jurisprudência, a equidade, as decisões judiciais. 
 
 
 
 
 
 
10 
 
 
Direito Internacional Público 
 
3 TRATADOS 
 
Tratado é um acordo formal concluído entre sujeitos do direito Internacional Público e 
destinado a produzir efeitos jurídicos existem várias terminologias para o tratado 
internacional tais como convenção, declaração, ato, pacto, estatuto, protocolo, acordo, 
concordata, compromisso, troca de notas, carta, convênio, etc. 
 
3.1 ATORES DOS TRATADOS 
 
Necessariamente os atores dos tratados internacionais são pessoas jurídicas do 
Direito Internacional Público, ou seja, os Estados soberanos, as organizações 
internacionais e a Santa Sé. Assim, empresas privadas não possuem personalidade 
jurídica de realizar tratados 
 
3.2 EFEITOS JURÍDICOS DOS TRATADOS 
 
Para um tratado internacional produzir os respectivos efeitos jurídicos é necessário a 
ratificação do mesmo. Todavia nem toda manifestação de vontade produzirá efeitos 
jurídicos é o caso do denominado gentlemen’s agreement, ou seja, o acordo de 
cavalheiros. Esse acordo não produz efeitos jurídicos tendo em vista ser um 
compromisso moral entre as partes. Esse tipo de acordo é comum nos Estados anglo-
saxões. 
 
3.3 CLASSIFICAÇÃO DOS TRATADOS 
 
Existem vários critérios para classificação dos tratados internacionais, vamos através 
deste breve estudo, tratar apenas dos mais conhecidos e importantes. 
 
O primeiro modo de classificação diz respeito ao número de partes contratantes. 
Nessa classificação os tratados podem ser bilaterais ou multilaterais. Os tratados 
bilaterais são aqueles compostos de apenas duas partes e os multilaterais ou também 
denominados de coletivos possuem três ou mais participantes. É necessário 
mencionar que nos tratados multilaterais, em regra, possui cláusula de adesão que 
11 
 
 
Direito Internacional Público 
permite a vinculação de outros sujeitos que não participaram da conclusão do tratado. 
 
O segundo é quanto ao procedimento dos tratados internacionais. Nesta classificação 
o que importa é se no processo de conclusão do tratado ele exige apenas uma fase 
ou duas. Se exigir duas fases o procedimento será bifásico, isto é, exige a assinatura 
e a ratificação. Quando for apenas uma fase, o procedimento será unifásico, sendo a 
única exigência a assinatura. 
 
Outro modo de classificação dos tratados é quanto a sua natureza jurídica. Nesta 
classificação os tratados podem ser contratuais ou normativos. Quando ele é 
celebrado entre várias partes com o objetivo de fixar normas internacionais entre os 
participantes a sua natureza será normativa. Quando procura regular interesses 
recíprocos entre os sujeitos será contratual. 
 
Quanto à Execução no tempo os tratados podem ser permanentes ou transitórios. O 
primeiro são aqueles que possuem uma execução sucessiva, sem prazo de término, 
isto é, se prolongando no decurso do tempo. Já os transitórios possuem um lapso 
temporal determinado, devem ser executados de pronto. 
 
Além da execução no tempo os tratados ainda se classificam quanto à sua execução 
no espaço. Essa classificação se aplica de modo amplo ou restrito. O tratado amplo 
se estende por todo território do Estado Soberano. Já o tratado restrito sua execução 
será apenas em uma determinada área do território. É o caso, por exemplo, do Tratado 
de Cooperação Amazônica firmando no ano de 1978 entre os Estados que possuem 
a floresta. Esse tratado é aplicado no Brasil apenas na região onde se encontra a 
Bacia Amazônica. 
 
Por fim, os tratados ainda podem se classificar quanto à abertura a terceiros sujeitos. 
Nesta classificação os tratados podem ser abertos, semifechados ou fechados. Os 
tratados abertos são aqueles que não impõem limites à participação de terceiros caso 
não tenham participado das negociações que determinaram a conclusão do mesmo. 
Os semifechados permite a participação de terceiros desde que o mesmo preencha 
alguns requisitos exigidos em sua conclusão, esses requisitos podem ser geográficos, 
12 
 
 
Direito Internacional Público 
econômicos, políticos, etc. e os fechados proíbe na sua essência a adesão de 
terceiros, geralmente são os tratados bilaterais. 
 
3.4 NATUREZA JURÍDICA 
 
Quanto a natureza jurídica dos tratados internacionais temos que observar duas 
situações, como já exposto na classificação dos tratados. A primeira delas é que o 
tratado possui natureza jurídica contratual e a segunda é denominada de tratado 
normativo ou tratado lei. 
 
O tratado normativo é aquele que tem o objetivo de fixar normas de Direito 
Internacional Público é o caso, por exemplo, da Convenção de Viena que é uma fonte 
normativa do Direito Internacional Público. Temos ainda como exemplo a criação de 
uniões internacionais com foco administrativo, como a OMS (Organização Mundial da 
Saúde), entre outros. 
 
A segunda forma é o denominado tratado contrato, ou seja, o tratado ele pode ter 
natureza contratual. Geralmente os contratos bilaterais possuem este foco privado, 
como por exemplo, o chamado de tratado de fronteira, onde os Estados vizinhos de 
modo particular podem estabelecer critérios contratuais sobre as fronteiras. É o que 
ocorre também nos tratados de comércio e os tratados de cessão de permissão dentro 
de território. 
 
3.5 CONDIÇÕES DE VALIDADE DOS TRATADOS INTERNACIONAIS 
 
Para um tratado internacional ter a devida validade no mundo jurídico é necessário o 
cumprimento de alguns requisitos, quaissejam capacidade das partes, agentes 
habilitados, consentimento mútuo e a licitude e possibilidade de seu objeto. Vamos 
nesse momento falar sobre cada um deles. 
 
3.5.1 PARTES CAPAZES 
 
Sobre as Partes capazes o art. 6º da Convenção de Viena dispõe que “ todo Estado 
13 
 
 
Direito Internacional Público 
tem capacidade para concluir tratados” existem alguns Estado soberanos que 
concedem aos seus Estados federados esse direito, todavia, o Estado Brasileiro não 
se responsabiliza caso um estado-membro venha firmar acordo internacional sem a 
prévia do Poder Executivo Federal e aprovação do Senado Federal. 
 
Além dos Estados, as Organizações Internacionais também possuem capacidade 
reconhecida para celebrarem tratados, é o caso também do Estado da Santa Sé e dos 
beligerantes. 
 
3.5.2 AGENTES HABILITADOS 
 
Está habilitação para agir em nome das Pessoas Jurídicas de Direito Internacional 
Público é manifestada com a carta de plenos poderes. Quando falamos em agentes 
habilitados, estamos falando da competência para representar as Pessoas Jurídicas 
de Direito Internacional Público. 
 
A doutrina traz quatro formas desses agentes habilitados. A primeira delas é o Chefe 
de Estado que é o representante do Estado nas relações internacionais. O segundo é 
o Chefe de Governo que represente o Estado, em regra, internamente, mas em 
regimes parlamentaristas pode vir a representar em órgãos internacionais. 
 
Além das figuras de Chefe de Estado e Chefe de Governo, existem os órgãos 
plenipotenciários que são os denominados terceiros signatários e que possui essa 
qualidade representativa manifestada pela Carta de Plenos Poderes e por esta razão 
são denominados de plenipotenciários. O Ministro das Relações Exteriores, O Ministro 
de Estado, o Chefe de missão Diplomática (embaixador ou cônsul), são exemplos de 
órgãos plenipotenciários. No caso do Ministro de Estado não precisa da Carta de 
Pleno Poderes, pois o seu poder é amplo. 
 
3.5.3 CONSENTIMENTO MÚTUO 
 
O consentimento pode ser manifestado pela assinatura, pela troca de instrumentos 
constitutivos de um tratado, pela ratificação, pela aceitação, pela aprovação ou pela 
14 
 
 
Direito Internacional Público 
adesão, vai depender da estrutura legislativa de cada Estado a respeito desse tema. 
 
Claro está que este consentimento não pode sofrer qualquer tipo de vício, ou seja, 
não pode sofrer erro, dolo coação, corrupção etc. 
 
No caso dos tratados multilaterais é necessário que esse consentimento seja efetuado 
pela maioria de 2/3 dos presentes e votantes (Convenção de Viena), além de 
promover o depósito da Carta de ratificação. Quando bilateral, com a simples troca da 
carta de ratificação. 
 
 
3.5.4 OBJETO LÍCITO E POSSÍVEL 
 
O tratado deve ter o seu objeto respaldado na licitude e possibilidade, ou seja, assim 
como no direito interno, o Direito Internacional só se deve visar coisa materialmente 
possível e permitida pelo direito e pela moral. 
 
 
3.6 EFEITOS DOS TRATADOS SOBRE TERCEIROS 
 
A priori os efeitos produzidos pelos tratados são apenas entre as partes contratantes 
possuindo vínculo jurídico e, portanto, cumprimento obrigatório, bastando apenas a 
sua entrada em vigor. 
 
Todavia, um tratado pode produzir efeitos perante terceiros é o caso de contrato 
bilateral com cláusula da Nação mais favorecida. Por exemplo, um determinado 
Estado diminui a alíquota de importação sobre bens e serviços em benefício de outro 
Estado, porém, existindo nesse contrato a Cláusula da nação mais favorecida, ele 
pode passar os efeitos desse contrato para um terceiro Estado. 
 
3.7 ESTRUTURA DOS TRATADOS 
 
Não existe uma forma preestabelecida de como um tratado deve ser estruturado, mas 
15 
 
 
Direito Internacional Público 
é plenamente possível constatar uma estrutura padrão, não de modo taxativo. Em 
regra os tratados possuem um título que deve indicar o assunto do mesmo, o 
preâmbulo que promove a indicação das partes contratantes e as suas respectivas 
credenciais, os considerados (considerações) que informam as verdadeiras 
intenções do tratado, isto é, o motivo, as circunstancias e a finalidade em sua 
constituição, o dispositivo que é a regra estabelecida bem como tudo sobre as 
questões de ratificação, adesão, entrada em vigor, possibilidade de denúncia, reserva, 
ou seja, é a parte mais importante do tratado. Além disso, o tratado ainda possui o 
fecho que é a designação do local e data da celebração do tratado internacional, bem 
como, a designação do idioma adotado, as assinaturas que é efetuada pelo 
representante de cada sujeito participante e o selo de lacre que é o local destinado 
aos participantes a incluir as armas das altas partes contratantes devidamente selado 
para selar o compromisso entre elas. 
 
3.8 ASSINATURA, RATIFICAÇÃO, ADESÃO E ACEITAÇÃO DOS TRATADOS 
 
Segundo o art. 11 da Convenção sobre o Direito dos Tratados “o consentimento de 
um Estado em obrigar-se por um tratado pode manifestar-se pela assinatura, troca de 
instrumento constitutivo do tratado, ratificação, aceitação, aprovação ou adesão, ou 
por qualquer outros meios, se assim for acordado. 
 
Assinatura é o ato de autenticação do texto do tratado, isto porque ele atesta que os 
negociadores concordam com o texto produzido, além disso, é no ato da assinatura 
que começa a contar para a troca ou o depósito dos instrumentos de ratificação. Cabe 
salientar ainda que a assinatura pode ter um valor político e pode significar que o 
signatário do tratado reconhece as normas costumeiras tornadas convencionais. 
 
Em regra, por si só, a assinatura não vincula as partes, uma vez que na maioria dos 
tratados exige-se a ratificação, todavia, nada impede que ela vincule as partes, desde 
que tenha convencionado isso no tratado constitutivo, bem como, a Carta de Pleno 
Poderes contenha disposição neste sentido ou quando, no momento da negociação 
as partes tenha manifestado expressamente essa possibilidade. 
 
16 
 
 
Direito Internacional Público 
Ratificação é o ato administrativo no qual o Chefe de Estado confirma um tratado 
firmado em seu nome ou em nome do Estado, declarando aceito o que foi 
convencionado pelo agente signatário. 
 
Alguns dizem que a assinatura do tratado perdeu a sua importância com o 
desenvolvimento da ratificação, porém, como supramencionado acima ela possui a 
sua importância tais como autenticar o texto do tratado, atestar que os negociadores 
concordam com o texto produzido; dar início ao prazo para troca ou depósito dos 
instrumentos de ratificação; etc. 
 
Uma vez assinado o tratado, em sua maioria, depende da ratificação para que vincule 
as partes contratantes, uma vez que ela é um ato administrativo internacional. 
 
Assim podemos dizer que a assinatura é o ato inicial que poderá ou não produzir 
obrigações para os sujeitos, vislumbrando a autenticidade do texto do tratado e 
comprovar que os sujeitos concordam com os termos do tratado, já a ratificação é o 
ato que determinará o vínculo jurídico entre os Estados. 
 
A ratificação, geralmente ocorre com a aprovação do parlamento, é o que ocorre no 
Brasil, onde a competência é do Congresso Nacional. A ratificação é um ato do Poder 
Executivo, que pode ou não ser precedido pelo Legislativo, conforme a 
regulamentação constitucional conferida por cada Estado. 
 
No Brasil, o tratado deve ser aprovado pelo Congresso Nacional através de um 
decreto legislativo promulgado pelo Presidente do Senado, todavia o ato de ratificação 
é do Chefe de Estado, no caso específico pelo Presidente da República. Ou seja, a 
ratificação é um atojurídico externo do governo, de cunho político e discricionário, que 
deve ser manifestado de forma expressa, irretroativo, irretratável e não submetido a 
prazos gerais. 
 
Caso o tratado já tenha cláusula prevendo a sua própria ratificação sem a necessidade 
desse procedimento interno não será concretizado, isto porque ele deve ser 
submetido às formalidades constitucionais estabelecidas para esse fim. 
17 
 
 
Direito Internacional Público 
 
 
3.9 TROCA OU DEPÓSITO DO INSTRUMENTO DE RATIFICAÇÃO 
 
A ratificação é concedida por meio de um documento, denominado de carta de 
ratificação que é assinada pelo Chefe de Estado e referendado pelo Ministro das 
Relações Exteriores, nesta carta tem uma promessa da inviabilidade do tratado. 
 
Um tratado para entrar em vigor depende da troca da carta de ratificação com outra 
idêntica da outra parte contratante, ou o seu depósito em lugar indicado no tratado. 
Assim, temos que verificar se o tratado é bilateral ou multilateral. Se o tratado for 
bilateral os sujeitos promoverão a troca da carta de ratificação, porém, se for 
multilateral os sujeitos participantes do tratado enviarão ao governo de um Estado 
determinado no tratado para receber as cartas de ratificação. 
 
A ratificação só ocorre para os países que originalmente firmaram o tratado. Os 
Estados que posteriormente desejarem ser parte em um tratado multilateral, o recurso 
é a Adesão ou a Aceitação que é feita junto à organização internacional ou ao Estado 
Depositário. 
 
3.10 PROMULGAÇÃO, PUBLICAÇÃO E REGISTRO 
 
A promulgação é um ato Jurídico Interno que vincula o Governo do Estado à existência 
de um tratado e o preenchimento de seus requisitos formais necessários à conclusão 
do mesmo. É através da promulgação que essa tratado passa a ter poder de execução 
da soberania do Estado. Os efeitos dele é interno, já que ele confere a auto-
executoriedade do tratado no plano interno. 
 
Já a publicação é necessário para que os indivíduos do Estado que promulgou o 
tratado tomem conhecimento do mesmo. No Brasil, a publicação ocorre por Decreto 
Legislativo que é emitido pelo Congresso Nacional, após aprovação do mesmo e por 
um Decreto Executivo do Presidente da república que é a promulgação. Cabe 
salientar, que o texto do tratado será acompanhando com o Decreto da Promulgação. 
18 
 
 
Direito Internacional Público 
 
Quanto aos registro, o art. 102 da Carta das Nações Unidas diz que o tratado deve 
ser registrado no Secretariado da ONU e este órgão irá publicá-lo. Caso as partes não 
promoverem o registro na ONU não poderá ser invocado, por qualquer membro 
perante a qualquer órgão das Nações Unidas. Apesar do texto do art. 102, as Nações 
Unidas, em sua prática, tem permitido que sujeitos não-membros da ONU registrem 
os tratados que vierem a concluir. 
 
3.11 PROCESSO DE INCORPORAÇÃO NO DIREITO INTERNO BRASILEIRO 
 
No Brasil, para que um tratado seja incorporado ao ordenamento jurídico interno é 
preciso que o Congresso Nacional aprove o texto, como determina o art. 49, I da 
Constituição Federal. 
 
O procedimento é da seguinte forma: O Presidente da república envia para o 
Congresso Nacional o inteiro teor do tratado internacional que deve estar 
acompanhada de motivação do Ministro das relações exteriores; a primeira casa a 
apreciar o tratado é a Câmara dos Deputados. Nesta casa, como determina o seu 
Regimento Interno, os tratados devem ser apreciados, inicialmente pela Comissão de 
Relações Exteriores, após essa apreciação o mesmo é enviado para a Comissão de 
Constituição de Justiça e Cidadania, que verificará a constitucionalidade do tratado. 
Passado essa fase é encaminhado para o Senado Federal que será discutido pela 
Comissão de Relações Exteriores do Senado e, após, pela Defesa Nacional. 
Independentemente da decisão o tratado é levado a votação sendo maioria relativa 
em caso de aprovação e maioria absoluta em caso não aprovação. 
 
Importante: sendo o Decreto Legislativo aprovado pelo Congresso Nacional caberá 
ao Presidente do Senado Federal providenciar a publicação no Diário Oficial da União, 
posteriormente, atendida a exigência do art. 49, I da CF, o Presidente da República, 
poderá ratificar o tratado, mediante a promulgação do Decreto Presidencial. 
 
OBS 1.: em regra os tratados internacionais incorporados ao ordenamento jurídico 
assumem status de lei Ordinária. 
19 
 
 
Direito Internacional Público 
OBS 2.: se a matéria do tratado refere-se a direitos humanos, os tratados serão 
equivalentes as emendas constitucionais, art. 5, parágrafo 3 da CF. 
OBS 3.: o STF em 2008, em razão da ratificação de tratados anteriores a criação do 
parágrafo 3 do art. 5 da CF, decidiu pela equiparação de norma supra legal. Assim, o 
Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos e a Convenção Americana sobre 
Direitos Humanos – Pacto de San José da Costa Rica, ostentam caráter especial 
ficando abaixo da Constituição Federal, mas acima da legislação ordinária. 
 
3.12 INTERPRETAÇÃO DOS TRATADOS 
 
O art. 31 da Convenção de Viena diz que o tratado “ deve ser interpretado de boa-fé, 
segundo sentido comum atribuível aos termos do tratado em seu contexto e à luz de 
seu objeto e finalidade”, inclusive com análises de preâmbulo, anexos, trabalhos de 
elaboração. 
 
Deve ser observado também a diversidade de línguas o que pode dificultar a tradução 
do tratado. 
 
3.13 CESSAÇÃO DA VIGÊNCIA E EXTINÇÃO 
 
Temos como forma de cessação: 
a) Ab-rogação: que á a revogação total de um tratado por manifestação comum 
da vontade das partes obrigadas, ou seja, livre consentimento. 
b) Expiração do termo acordado: ocorre quando o tratado possui prazo de início 
e fim, ou seja, possui um prazo cronológico. 
c) Extinção integral de seu objeto: ocorre quando tratado alcança o seu objetivo 
determinado, extinguindo assim naturalmente. 
 
E como Extinção tem a Superveniência de tratado posterior que é o surgimento de 
outro tratado posterior que revoga o anterior, todavia é imprescindível que as mesmas 
partes do tratado anterior sejam as mesmas do tratado posterior. 
 
 
 
20 
 
 
Direito Internacional Público 
 
4. SUJEITOS DO DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO 
 
O Direito Internacional Público é aplicado à sociedade internacional, todavia devemos 
verificar quem é essa sociedade internacional que receberá as normas internacionais. 
Assim, podemos dizer que o sujeito do direito internacional é uma entidade que goza 
de direitos e de deveres previstos pelo Direito Internacional e que tem capacidade de 
atuar na esfera internacional para exercê-los, ou seja, são todos aqueles entes ou 
entidades cujas condutas estão diretamente previstas pelo Direito Internacional 
Público e que tem possibilidade de atuar, direta ou indiretamente, no âmbito 
internacional. 
 
Entretanto podemos considerar que existem dois tipos de sujeitos no Direito 
Internacional Público, quais sejam o sujeito ativo e o sujeito passivo. O sujeito ativo é 
aquele que tem capacidade para atuar no plano internacional e o sujeito passivo é 
aquele que é destinatário da norma do Direito Internacional Público. 
 
Cabe salientar que é do sujeito ativo que nasce o conceito de personalidade jurídica 
no plano internacional, que é a capacidade para agir internacionalmente. O fato de 
não ter capacidade para participar do processo de formação de normas de Direito 
Internacional Público não retira a personalidade jurídica internacional de um ente, mas 
apenas limita sua atuação, como acontecem com nós indivíduos. 
 
4.1 CLASSIFICAÇÃO DOS SUJEITOS DO DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO 
 
4.1.1 ESTADOSAté o início do século XX só existia o Estado como sujeito do direito internacional 
público. A doutrina o denomina como sujeito originário ou sujeito primário da 
sociedade internacional. 
 
Temos ainda o Estado da Santa Sé que é considerada como um sujeito primário, pois 
figura como Estado, porém, ainda com uma autonomia religiosa. Tal organização 
possui personalidade jurídica internacional por meio do Tratado de Latrão que foi 
21 
 
 
Direito Internacional Público 
celebrado em 1929 na Itália. O Estado da Santa Sé é representado pela cidade do 
vaticano que passou a ser considerada como Estado. O papa é o Chefe de Estado e 
da própria Igreja Católica. A priori ele não é membro de nenhuma organização 
internacional, mas mantém uma missão permanente de observação na ONU. 
 
O Estado não pode ser confundido com Nação, já que esta necessitada da unidade 
pelos mesmos elementos o que não é exigido na formação do Estado. 
 
4.1.2 COLETIVIDADE INTERESTATAIS OU ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS 
 
A coletividades interestatal é formada pelas Organizações internacionais que são 
criadas por acordos constitutivos e que tem personalidade jurídica distinta dos seus 
membros. Segundo a doutrina as Organizações Interestatais são entidades jurídicas 
constituídas por um acordo firmando entre os Estados e que possui personalidade 
jurídica própria. Elas são denominadas de sujeito secundária ou mediatas. 
 
Temos como exemplo de Organizações Internacionais a ONU, OIT, OEA, EU, 
MERCOSUL, etc. 
 
4.1.3 INSURGENTES, BELIGERANTES E MOVIMENTOS DE LIBERTAÇÃO NACIONAL 
 
A coletividade não estatal se classifica em beligerantes, insurgentes e movimentos de 
libertação Nacional. 
 
Beligerantes são movimentos armados da população politicamente organizada, que 
utiliza a luta armada para fins políticos. 
 
Os insurgentes são grupos subelevados dentro do Estado que visam a tomada de 
poder, eles não podem constituir Guerra Civil ou Zona Livre. 
 
Para BRAGA (2009, p. 80) 
 
a beligerância se assimila à insurgência, mas dela difere na medida que os 
beligerantes devem apresentar capacidade suficiente para exercer poderes 
22 
 
 
Direito Internacional Público 
semelhante ao do Estado que confrontam. Essa capacidade decorre de o 
grupo subelevado demonstrar suficientemente forte para possuir e exercer 
poderes similares ao do governo, manter autoridade sobre parte do território 
do Estado e possuir força armada organizada submetida à disciplina militar. 
Ademais, o conflito armado assume proporções que lhe permitem ser 
classificado com uma guerra civil. 
 
Os movimentos de libertação Nacional visam a independência dos povos que está 
respaldado no direito à autodeterminação dos povos previsto na Carta das Nações 
Unidas. Essa coletividade não estatal está respaldada pelos direitos humanos, direito 
dos tratados e mantém relações internacionais. Exemplo de Movimento de Libertação 
nacional temos a OLP (Organização para a Libertação da Palestina) cujo objetivo é 
estabelecer um Estado palestino na Cisjordânia e na Faixa de Gaza. 
 
A Cruz Vermelha e a Ordem de Malta também são conhecidas como organizações 
não estatais. 
 
4.1.4 INDIVÍDUOS 
 
O indivíduo também é considerado como sujeito do direito internacional público isso 
porque, sempre na história da humanidade, ocorreram violações irremediáveis aos 
direitos humanos, comumente na segunda guerra mundial. Em virtude disso o 
indivíduo passou a ser destinatário de várias normas do Direito Internacional que visa 
proteger os mais elementares direitos da pessoa humana, lhe permitindo gozar de 
uma vida respaldada no princípio da igualdade e da dignidade. 
 
4.1.5 ORGANIZAÇÕES NÃO GOVERNAMENTAIS 
 
As Organizações não Governamentais, também conhecidas com “Ongs”, são atores 
internacionais, todavia, com personalidade jurídica de direito interno do Estado. 
Geralmente possui finalidade política, social ou técnica e sempre participam 
ativamente na sociedade internacional com questões referentes a Direitos Humanos 
e ao Meio Ambiente, como pro exemplo o Greenpeace. 
 
 
 
23 
 
 
Direito Internacional Público 
 
5 DETALHAMENTO DO ESTADO - PRIMEIRO SUJEITO DO DIREITO 
INTERNACIONAL PÚBLICO 
 
5.1 ESTADOS 
 
O Estado vem do latim status que inclusive foi utilizada pela primeira vez com o sentido 
de organização política na obra O Príncipe de Maquiavel. 
 
Estado é uma Organização de foco político e jurídico de uma sociedade para realizar 
o bem público, com governo próprio e território determinado. 
 
5.2 ELEMENTOS CONSTITUTIVOS 
 
a) Povo: é o agrupamento de nacionais natos e naturalizados ainda que 
residentes na exterior. Aliás esse elemento não pode ser confundido com 
população e nação, pois o primeiro refere-se ao quantitativo dos indivíduos de 
modo permanente no território, incluindo os estrangeiros e a segunda refere-se 
a pessoas que possuem os mesmos laços culturais, étnicos, raciais, ou seja, 
um povo é composto de vários tipos de nações. 
b) Território: é a base física definida do Estado sobre o qual o seu povo encontra-
se estabelecido. É nesse espaço que o Estado exerce sua soberania mesmo 
que não tenha suas fronteiras totalmente definidas. O território não abrange 
apenas a área terrestre do Estado, mas também os rios, mares, lagos, lagoas, 
o espaço aéreo, as águas interiores e o mar territorial. O território pode ser 
adquirido originariamente ou derivadamente. O modo de aquisição originário 
pode ocorrer de duas formas pela ocupação ou pela acessão e o derivado se 
dá pela aquisição de um território que está submetido a outro poder Estatal, ela 
poderá ser concretizada pela conquista ou pela cessão 
c) Governo: é o conjunto de pessoas que exercem o poder político e que 
determinada a orientação política de um determinada sociedade. 
d) Soberania: é o poder que o Estado tem de impor a ordem no plano interno, no 
limite do seu território, assim como na capacidade que ele tem de manter 
24 
 
 
Direito Internacional Público 
relações internacionais, em pé de igualdade, com os demais membros da 
sociedade internacional. 
 
5.3 CLASSIFICAÇÃO DO ESTADO 
 
Para o Direito Internacional os Estados se classificam em simples e composto. 
Simples ou também denominado de unitário, é aquele que possui uma soberania 
plena nas relações exteriores, mas internamente não há divisão na autonomia interna, 
são dos casos de Portugal, Espanha, França, China, Japão e Chile. 
 
Estado composto surge através da união pessoal, união real, confederação e 
federação. A união pessoal se dá pela união acidental e temporária de dois ou mais 
Estados independentes, que em razão da união torna uma única autoridade soberana 
comum, ocorre nos casos de Monarquia, mas não possui exemplo. A união real resulta 
pela união de dois ou mais Estados que conservam sua autonomia, mas delegam a 
um único monarca ou Chefe de Estado os poderes de representação internacional, foi 
o que ocorreu em 1918 a 1944 entre o reino da Dinamarca e o reino da Islândia. 
Confederação de Estados ocorre na associação de vários Estados soberanos que 
mantém sua autonomia e pessoalidade internacional, com a finalidade de manter a 
paz entre os Estados Confederados e proteger e defender dos inimigos comuns, por 
exemplo, a ex – URSS. Federação de Estados se dá pelo agrupamento permanente 
de Estados que renunciam à capacidade internacional em favor de um órgão central 
para representá-lo internacionalmente, apesar de manter sua autonomia interna, são 
dos casos da República Federativa do Brasil e os Estados Unidos da América. 
 
5.4 SURGIMENTO DE ESTADO 
 
Atualmenteentende-se que um Estado por surgir de três modos: 1 – pela força através 
de uma guerra, separação de parte da população ou separação de território; 2 – pela 
dissolução total do Estado, ou seja, o Estado anterior deixa de existir; e 3 – pela fusão 
de dois ou mais Estado criando um novo Estado de direito. 
 
 
25 
 
 
Direito Internacional Público 
5.5 RECONHECIMENTO DE ESTADO E RECONHECIMENTO DE GOVERNO 
 
O Reconhecimento de Estado é um ato jurídico pelo qual um governo de um Estado 
preexistente aceita (reconhece) outro como tal. Para identificarmos um Estado como 
pessoa jurídica de Direito Internacional precisamos apenas identificar os elementos 
do Estado, quais sejam, povo, território, governo e soberania, mas para que o mesmo 
seja considerado sujeito do Direito Internacional, é necessário que outro ente assim o 
reconhece, é o que chamamos de reconhecimento de Estado. Esse reconhecimento 
é um direito do Estado. 
 
Já o reconhecimento de Governo vai depender de como esse Governo surgiu. Um 
Governo pode ser de Direito ou de Fato. O Governo de Direito surge pela forma 
prevista na Constituição do Estado, isto é, através de sua Ordem Constitucional. Aqui 
no Brasil a renovação do Governo de 4 em 4 anos através de eleições é uma forma 
de Governo de Direito, pois essa renovação está prevista na Constituição Federal. Já 
o Governo de Fato ocorre quando o novo governo assume o poder de outra forma a 
não ser a prevista na Ordem Constitucional, isto é, através da força de revolução ou 
de um golpe de Estado. Neste caso o novo Governo deve ser reconhecido pela 
Comunidade Internacional. Esse reconhecimento é muito importante, pois é 
necessário saber quem vai representar esse Estado nas relações Internacionais. 
 
5.6 ÓRGÃOS DO ESTADO NAS RELAÇÕES INTERNACIONAIS 
 
a) Chefe de Estado; 
b) Chefe de Governo; 
c) Ministro das Relações Exteriores; 
d) Missões diplomáticas. 
 
Na República Federativa do Brasil o Presidente da República ocupa as funções de 
Chefe de Governo (internamente) e Chefe de Estado (internacionalmente – art. 84, VII 
da CF), neste último caso o Chefe de Estado gozará de certas prerrogativas e 
imunidades, tais como o da inviolabilidade pessoal e de imunidade jurisdicional. 
 
26 
 
 
Direito Internacional Público 
Em alguns sistemas de governo parlamentarista quem vai representar o Estado nas 
relações Internacionais é o Chefe de Governo, isto porque a Constituição dessa 
república parlamentarista oferta essa condição ao Chefe de Governo e não ao Chefe 
de Estado. Ele também, quando atua na esfera internacional, gozará de algumas 
prerrogativas e privilégios. 
 
5.7 EXTINÇÃO E SUCESSÃO DE ESTADO 
 
Um Estado surge quando possui os elementos do Estado, e consequentemente ele 
desaparece quando falta alguns de seus elementos. Quando um dos elementos do 
Estado desaparece é o que chamamos de extinção total, isto porque, ele perde a sua 
personalidade jurídica internacional, por exemplo, que um tsunami violento destrói o 
território de um Estado ou extinção de todo povo, ocorreu uma extinção total de um 
Estado em razão da ausência de território e povo. 
 
Ocorre que a extinção também pode ser parcial, é que chamamos de transformação. 
Temos 3 formas de extinção parcial (transformação) de um Estado: anexação, 
desmembramento e fusão. 
 
A anexação pode ser total ou parcial. A anexação total ocorre quando um Estado é 
inteiramente absorvido por outro, perdendo sua personalidade jurídica internacional. 
A anexação se dá quando apenas parte do território anexa a outro, exemplo, quando 
o estado do Acre anexou-se ao território brasileiro – ele pertencia a Bolívia, neste caso 
ocorreu uma anexação parcial onde a Bolívia teve uma diminuição em seu território, 
povo e soberania, mas não deixou de existir, ela diminuiu a sua personalidade 
internacional e o Brasil passou a ter mais povo, território e soberania, pois ocorreu um 
acréscimo nos mesmo. 
 
O desmembramento ocorre quando o território de um Estado é repartido entre dois ou 
mais Estados ou quando um Estado se desmembra em duas ou mais partes, dando 
origem a dois ou mais Novos Estados, isto é, o Estado originário deixa de existir 
perdendo sua personalidade internacional, temos como exemplo a República 
Tchecoslováquia que se dividiu em dois novos Estados, República Tcheca e República 
27 
 
 
Direito Internacional Público 
Eslováquia. 
 
A fusão é a união de dois ou mais Estados, ocasionando a perda da personalidade 
internacional dos Estados Originários em favor de um Novo Estado, é caso das duas 
Alemanha a Ocidental e a Oriental, onde no final da década de 80 elas se fundiram 
em uma única Alemanha. 
 
Quanto a sucessão a mesma deve ser observada nos casos dos Tratados 
Internacionais. Caso um Estado tenha feito um tratado internacional e posteriormente 
venha a ser extinto, esse tratado terá continuidade pelo Novo Estado ou ele também 
será Extinto. Temos duas teorias, a Teoria da Sucessão automática dos Tratados e a 
Teoria da Tábula rasa. A primeira teoria defende que os tratados ratificados pelo 
Estado predecessor, isto é, o Estado que foi Extinto, passam a valer de forma 
automática para o novo Estado. Já a segunda teoria entende que o Estado sucessor, 
ou seja, o Novo Estado, não fica obrigado a aplicar os tratados que se encontravam 
em vigor no território do Estado predecessor. A Convenção de Viena não explica nada 
a respeito dessa questão, mas parece ter consagrado a Teoria da Tábula Rasa, pois 
entende-se que os tratados internacionais devem ser extintos por força da sucessão 
de Estados. 
 
5.8 DIREITOS E DEVERES DOS ESTADOS 
 
a) Direito à igualdade: não importa o poder econômico, a extensão territorial, a 
forma de governo, para a Ordem internacional todos os Estados são iguais. 
b) Direito à liberdade: esse princípio está respaldado na soberania que o Estado 
possui em se relacionar com os demais Estados ou não. 
c) Direito ao respeito mútuo: os Estados precisam se respeitar. 
d) Direito de Defesa e conservação: o Estado tem o direito de se defender e de 
conservar através de treinamento de suas forças armadas, edificações de 
fortificações em suas fronteiras, a expulsão de estrangeiro, a proibição de trânsito 
em território nacional, a compra de material bélico, etc. 
e) Direito ao Comércio Internacional. 
f) Existem dois tipos de deveres. Temos o Dever Moral e o Dever Jurídico. O Dever 
28 
 
 
Direito Internacional Público 
Moral consiste na obrigação que o Estado possui de ofertar assistência mútua, 
isto é, de ajudar um ao outro em situações de catástrofes naturais, tais como, 
Tsunami e Terremoto, em naufrágios ou em questões humanitárias. O Dever Moral 
está embasado no princípio da solidariedade. O Dever Jurídico consiste no 
cumprimento dos tratados ratificados pelos Estados, ou seja, o dever jurídico é 
decorrente dos Tratados Internacionais, eles devem cumprir o que foi pactuado. 
Além disso, o dever jurídico do Estado deve ser observado nos princípios gerais 
do Direito de cunho internacional, na boa-fé nas relações internacionais, no dever 
da não intervenção, etc. 
 
5.9 INTERVENÇÃO 
 
Intervenção é a ingerência de um Estado nos assuntos peculiares internos ou externos 
de outro Estado Soberano com o objetivo de impor a este sua vontade. A intervenção 
é uma violação do Direito Internacional. O ato de intervir somente se caracteriza 
quando reunir os seguintes pressupostos: estado de paz; ingerência nos assuntos 
internos e/ou externos; que o ato seja praticado de modo compulsório; que a finalidade 
do Estado que pratique o ato seja impor a sua vontade exclusiva e a ausênciade 
consentimento do Estado que sofre a intervenção. 
 
A intervenção pode ser diplomática que é aquela efetuada através de representações 
verbais ou escritas; armada que ocorre quando for apoiada pelas forças armadas; 
individual quando feito por um único Estado ou coletiva quando feita por dois ou mais 
Estados; direta quando ocorre um ataque, ou seja, uma ingerência efetiva ou indireta 
quando o Estado repele a intervenção Estatal; aberta que é aquela feita a “olhos nu” 
ou oculta que é feita de modo dissimulado. 
 
Cabe salientar que qual seja o modo de intervenção, tal procedimento deve ser 
sempre adotado com razoabilidade e proporcionalidade. 
 
 
 
 
29 
 
 
Direito Internacional Público 
5.10 IMUNIDADES 
 
Outro ponto importante dentro do primeiro sujeito do direito internacional público, qual 
seja, o Estado são as imunidades. Temos dois tipos de imunidades a primeira é de 
jurisdição e a segunda é de execução. 
 
A imunidade de jurisdição ocorre quando em certas ocasiões a possibilidade de um 
Estado ser submetido à jurisdição interna de outro Estado. Há tempos atrás existia a 
denominada concepção absolutista da imunidade da jurisdição que prega que um 
Estado jamais poderia ser demandado em outro território. Todavia essa teoria sofreu 
flexibilidade com o passar dos tempos com o surgimento de duas situações. Caso o 
ato dentro de território de determinado Estado seja referente a ato de império (jure 
imperii), vai manter a concepção absolutista da imunidade uma vez que se trata de 
questão de ordem pública, ficando ressaltada a soberania nacional. Porém, se o 
assunto diz respeito a atos de gestão (jure gestionis), onde verifica-se um caráter 
totalmente privado, entende-se que o Estado não faz jus a imunidade de jurisdição e 
pode ser demandado em local estrangeiro. 
 
5.10.1 CASOS QUE NÃO POSSUEM IMUNIDADES 
 
Segue abaixo alguns casos que não ocorrerá a imunidade de jurisdição: 
 
a) quando o Estado atua como particular em atividades industriais, comerciais, 
financeiros ou de prestação de serviço; 
b) em litígios relativos a contratos de trabalho ou de prestação de serviço celebrado 
com indivíduos nacionais ou residentes no Estado do foro, desde que o trabalho ou 
serviço seja executado nele; 
c) em ações de indenização por danos causados a pessoas ou bens no território do 
Estado do foro, caso seja apurada a responsabilidade do Estado Estrangeiro; 
d) em processo que envolvem direitos reais; 
e) ao participar de uma sociedade comercial ou outro ente com personalidade jurídica 
que tenha sede, filial ou agência no Estado do foro, em conflitos relativos ao 
relacionamento do Estado com a própria Sociedade. 
30 
 
 
Direito Internacional Público 
 
Assim, caso um Estado possua um consulado em outro território se os atos 
executados no consulado forem de gestão haverá imunidade de jurisdição tendo em 
vista que é assunto de ordem pública, porém se o ato for de gestão poderá ser 
demandado em território estrangeiro 
 
Por fim, existem situações que mesmo sendo ato de jure imperii é possível a exclusão 
da imunidade jurisdicional, quando ocorre violação a regras internacionais de Direitos 
Humanos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
31 
 
 
Direito Internacional Público 
 
 
 
 
 
 
 
2º Bimestre 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
32 
 
 
Direito Internacional Público 
 
6 ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS 
 
As Organizações Internacionais teve seu ápice com o fim da Segunda Guerra Mundial. 
Obviamente que o fenômeno da relações internacionais, a criação delas de deu bem 
antes todavia, sem muito destaque. Não podemos afirmar que antes da segunda 
Guerra mundial não existiam Organizações Internacionais até por que a própria 
História derrubaria essa tese. Há quem defenda que foi na Grécia Antiga que surgiu 
as Organizações Internacionais, isto em razão da Anfictionias, ou seja, Ligas da 
Grécia Antiga, sendo esta a antepassada das Organizações Internacionais. Vale 
ressaltar ainda que antes da 2ª Guerra Mundial existiam algumas Organizações 
Internacionais. O período entre o Congresso de Viena (1815) e a 1ª Guerra Mundial, 
existia a Comissão Fluvial do Reno (1831), a Comissão Européia do Danúbio (1856), 
a União Telegráfica universal (1865), o Bureau Internacional de Pesos e Medidas 
(1875), a União Postal (1878) e a União para Proteção de Obras Literárias e Artísticas 
(1883). A OIT (Organização Internacional do trabalho) foi criada em 1919 após a 1ª 
Guerra Mundial.´ 
 
Com o fim da 1ª Guerra Mundial, verificou-se a necessidade de criar uma Organização 
para a proteção da Paz Mundial, foi dado início a Sociedade das nações, ou também 
denominada de Liga das Nações, mas não tem muito êxito, todavia, os Estados 
perceberam que não conseguiriam resolver os problemas sem esses organismos. 
De fato, foi no ano de 1945, com o fim da 2ª Guerra Mundial surgiu a principal 
Organização Internacional a denominada ONU (Organização das Nações unidas), que 
representa o crescimento e a valoração das Organizações Internacionais. 
Atualmente as Organizações Internacionais são essenciais para a sociedade 
internacional e passam a ser consideradas como sujeitos secundários das sociedades 
internacionais. 
 
6.1 CONCEITO E CARACTERÍSTICAS DAS ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS. 
 
Como as Organizações Internacionais são consideradas sujeitos secundários das do 
Direito Internacional Público, podemos conceitua que Organização Internacional é 
uma associação de sujeitos de Direito Internacional (primários ou secundários), 
33 
 
 
Direito Internacional Público 
constituída por tratado internacional, dotada de uma constituição e de órgãos que são 
considerados comuns, possuindo personalidade jurídica internacional de cunho 
próprio. 
 
Assim, diante do conceito, encontramos as seguintes características: associação de 
sujeitos do Direito Internacional (Estados e Organizações Internacionais); criada por 
tratado (como trata-se da criação de uma organização esse tratado será multilateral); 
tem finalidade internacional relevante; duração indeterminada ou pelo menos longa; 
possui órgãos próprios; possui personalidade jurídica; e tem capacidade 
correspondente aos objetivos traçados no tratado constitutivo. 
 
6.2 TRATADO CONSTITUTIVO DA ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL 
 
Como as Organizações Internacionais são sujeitos secundários, podeis dependem 
dos Estados para sua existência, ela depende de um Tratado Constitutivo para sua 
existência. Esse tratado constitutivo possui algumas características próprias em 
comparação com os outros tratados internacionais considerados gerais, tais como: 
tem privilégio com relação aos outros tratados na conclusão pelos Estados ou pela 
própria Organização, ou seja, em um processo de ratificação de tratado internacional, 
o tratado constitutivo tem privilégio sobre os demais; o Tratado constitutivo da 
Organização Internacional DEVE ser aceito integralmente pelos signatários do 
Tratado, isto é, não cabe o instituto da reserva nos tratados constitutivos das 
Organizações Internacionais; os tratados constitutivos devem impor problemas 
específicos de interpretação; a revisão do tratado constitutivo em regra deve ser de 
modo unânime, mas nem sempre, podendo ser levada por maioria qualificada; não 
tem prazo determinado; e deve impor uma finalidade, uma estrutura e as 
competências da organização. 
 
6.3 CLASSIFICAÇÃO DAS ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS 
 
As organizações são classificadas de várias formas, todavia, vamos expor as mais 
importantes. 
 
34Direito Internacional Público 
Classificação quanto a finalidade: quanto a finalidade as organizações podem ter 
fins gerais ou específicos. Terá fins gerais quando desempenham suas atividades 
nos mais diversos assuntos internacionalmente relevantes, por exemplo a ONU e a 
União Africana. A ONU desempenha sua função com a Manutenção da Paz e 
Segurança Internacional e a União Africana desenvolve projetos e missões para a 
promoção da democracia, do desenvolvimento e do respeito dos direitos humanos na 
África, isto é, fins gerais. Quanto aos fins específicos se dá quando a Organização é 
constituída para cooperar em matérias razoavelmente delimitada é o caso, por 
exemplo, da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura, da 
Organização Internacional do trabalho, da Organização Mundial da Saúde, da 
Organização Mundial do Comércio e da Organização da Aviação Civil Internacional. 
 
Classificação quanto ao âmbito de Atuação: quando ao âmbito de atuação as 
Organizações Internacionais podem ser universais ou regionais. Será universal 
quando o seu alcance for a todos que a ingressam, ou seja, quando admite o ingresso 
de qualquer Estado, independente de sua localização geográfica, de critérios políticos 
ou culturais, por exemplo a ONU. Por outro lado, será regional quando permite o 
ingresso apenas de alguns Estados, isto porque, foi estabelecido critérios para 
participação tais como geográficos, políticos ou culturais, por exemplo a União 
Africana, o Nafta, o Mercosul a União Européia, etc. 
 
Classidicação quanto à participação de Estados: as Organizações Internacionais 
quanto a participação dos Estados podem ser abertas ilimitadamente, abertas 
limitadamente e fechadas. Será aberta ilimitadamente quando permite a adesão de 
qualquer Estado; será aberta limitadamente quando possui critérios para a 
admissão, por exemplo, CPLP (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa), só 
pode fazer parte da Organização os países que falam o português como língua oficial. 
E será fechada quando não permite o ingresso de qualquer outro membro, senão 
aqueles que participaram originariamente da criação da Organização. 
 
6.4 COMPOSIÇÃO DAS ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS 
 
As Organizações são compostas por membros originários e membros admitidos. Será 
35 
 
 
Direito Internacional Público 
originário quando participou do tratado constitutivo da Organização Internacional. Será 
admitido quando o ingressa na Organização Internacional ocorreu após a sua Criação. 
 
7 ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS – ONU 
 
7.1 HISTÓRIA E TRAÇOS GERAIS 
 
Analisando as diretrizes gerais da ONU, as suas principais diretrizes teve surgimento 
na Sociedade das Nações, isto é, Liga das Nações após a 1ª Guerra Mundial, todavia 
mesmo baseada na preservação da paz, o ex – presidente norte americano Woodrow 
Wilson não conseguiu colocar em frente o plano, mas deu início com a criação das 
Sociedade das nações determinando 14 pontos para manter o equilíbrio da segurança 
coletiva na Europa. Ela não teve muito sucesso em razão da falta de adesão de vários 
Estados importantes. Ocorre que essa tentativa não se tornou inútil, pois desencadeou 
na criação de várias outras organizações com fins específicos e permitiu a experiência 
de analisar os motivos desse fracasso. 
 
Com a eclosão da 2 Guerra Mundial verificou-se a necessidade de manter a paz 
mundial e a segurança internacional, não apenas da Europa, mas de todos os 
continentes. Com o fim da 2ª Guerra Mundial em 1945, foi criada a Carta de São 
Francisco em 26.06.1945, com 111 artigos, além do Estatuto do Tribunal Internacional 
de Justiça. Participaram originariamente da ONU apenas 51 Estados que deveria ter 
como pressuposto ser amante da paz, hoje a ONU possui 193 membros. O Brasil foi 
um desses Estados, sendo beneficiado como o País convidado a fazer o discurso de 
aberto na Assembleia Geral. 
 
O principal Objetivo da ONU é manter a Paz e a Segurança Internacional, todavia 
cabe a ela outros objetivos tais como: desenvolver relações de amizade entre as 
nações baseadas no respeito do princípio da igualdade de direitos e da 
autodeterminação dos povos; realizar a cooperação internacional, resolvendo os 
problemas internacionais de caráter econômico, social, cultural ou humanitário; e ser 
um centro destinado a harmonizar a ação das nações para a consecução desses 
objetivos comuns. 
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Direito Internacional Público 
 
São os órgãos que compõem a ONU: a Assembleia Geral, o Conselho de Segurança, 
o Secretariado; o Conselho Econômico Social; o Conselho de Tutela; e o Tribunal 
Internacional de Justiça. 
 
7.2 ASSEMBLEIA GERAL 
 
A assembléia Geral é o principal órgão deliberativo da ONU, isto porque ele é 
constituído por todos os membros. Cada membro tem direito de um voto de cunho 
igualitário, podendo um membro está representado por até 5 representantes, no caso 
do Brasil pode representar o Presidente e Vice-Presidente da República, o Ministro da 
Relações Exteriores, Embaixadores e Cônsul. 
 
A Assembleia se reúne anualmente em sessões ordinárias. Essas sessões tem início 
do mês de setembro na terceira terça-feira e término às vésperas de natal. Também 
existe a possibilidade de se reunir em sessões extraordinárias. Essas sessões são 
constituídas através de convocação do Secretário Geral da ONU, através de duas 
formas, ou por pedido do Conselho de Segurança que encaminhará o pedido para o 
Secretário-Geral ou a pedido da Maioria dos Membros da ONU. 
 
São atribuições da Assembleia Geral: 
 
 Discutir meios e formas para melhorar as condições de vida das crianças, dos 
jovens e das mulheres; 
 Assuntos ligados ao desenvolvimento sustentável, meio ambiente e direitos 
humanos; 
 Deliberar sobre as contribuições dos Estados-membros e como essas 
contribuições devem ser gastas; 
 Eleger os novos Secretários – Gerais; 
 Examinar relatórios anuais do Conselho de Segurança e dos outros órgãos 
das Nações Unidas; e 
 Chamar a atenção do Conselho de Segurança para situações que possam 
constituir ameaça à paz e à segurança internacionais. 
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Direito Internacional Público 
 
7.3 CONSELHO DE SEGURANÇA 
 
O Conselho de Segurança é o Principal Órgão da ONU, isto porque cabe a ele 
executar o principal objetivo da ONU que é Manter a Paz Mundial e a Segurança 
Internacional. Por mais que a Assembleia Geral tenha que discutir sobre a matéria, a 
Carta das Nações Unidas conferem ao Conselho de Segurança a principal 
responsabilidade na manutenção da paz e da segurança internacionais. Além disso, 
o Conselho de Segurança é o único órgão com poderes decisórios sobre o assunto. 
 
O Conselho de Segurança é composto por 15 membros devidamente constituídos. 
Desses 15 membros 05 são permanentes e 10 não permanentes. Os 05 membros 
permanentes são China, Reino Unido, EUA, França e Rússia. Os 10 membros não 
permanentes são eleitos por um período de 2 anos, sendo vedada e reeleição para o 
período subseqüente. Esses membros devem ser distribuídos de maneira 
geograficamente quantitativa, devendo ser da seguinte forma: 5 membros do 
continente Africano/Asiático; 2 da América Latina; 2 da Europa Ocidental; e 1 membro 
da Europa Oriental (Leste Europeu). 
 
Os membros do Conselho de Segurança se reúne periodicamente, podendo reunir 
fora de sua sede que fica em Nova Iorque. 
 
O quórum deliberativo do Conselho de Segurança são tomados através de 9 votos 
afirmativos dos 15 membros. Existem 2 tipos de assuntos decididos pelo Conselho de 
Segurança que são os assuntos não-procedimentos que são os assuntos mais 
importantes e os assuntos procedimentais.Quando as decisões versarem sobre 
assuntos não-procedimentais necessitam e 9 votos favorável, incluindo os votos de 
todos os membros permanentes do Conselho de Segurança. Caso um deles deixa de 
votar favorável em algum caso de assuntos não-procedimentais ele está exercendo o 
seu Direito de VETO. É nisto que consiste o Direito de VETO, ou seja, quando um dos 
membros permanentes do Conselho de Segurança deixa de votar a favor de uma 
questão não procedimental, exerce o seu direito de veto. Aliás, somente os membros 
permanentes possuem o poder de veto. Já nas questões procedimentais não cabe 
38 
 
 
Direito Internacional Público 
Veto. 
 
O problema é que a Carta das Nações Unidas não determina o que vem a ser assunto 
procedimental ou não-procedimental. Por esta razão, quando a situação não é clara, 
cabe ao próprio Conselho de Segurança definir a importância do assunto. Caso um 
membro permanente entende que o assunto é procedimental, mas todos os outros 
entendem como não-procedimental, o assunto vai ser considerado como não-
procedimental, mas neste caso não cabe veto. Porém, no momento de definir o voto 
afirmativo, se todos votarem a favor, e somente um votar contra, e este único é 
membro permanente do Conselho de Segurança, o assunto estará vetado. Quando 
isso ocorre é o chamado duplo veto. 
 
São atribuições do Conselho de Segurança: adotar medidas destinadas à Manutenção 
da paz e da Segurança Internacional, como por exemplo, criar Missões de Paz e 
investigar as situações que possam transformar em conflitos internacionais; 
recomendar a Assembleia Geral a suspensão de direitos ou a expulsão de Membros 
das Nações Unidas; recomendar à Assembleia a admissão de novos membros; e 
recomendar e eleição do Secretário-Geral. 
 
7.4 SECRETARIADO NA ONU 
 
O Secretariado é o principal órgão administrativo por excelência da ONU. Este órgão 
é composto pelo Secretário-Geral e pelo pessoal exigido pela sua organização. 
O Secretário-Geral é escolhido pela Assembleia Geral, mediante recomendação do 
Conselho de Segurança. Ele é o principal funcionário administrativo da ONU, 
possuindo um Mandato de 5 anos, renovável por mais 5 anos. 
 
Hoje, o Secretário-Geral da ONU é o sul coreano Ban-kim-Moon. Ele atua nesta 
qualidade em todas as reuniões da Assembleia Geral, do Conselho de Segurança, do 
Conselho Econômico Social e do Conselho de Tutela. Além disso, ele pode chamar a 
atenção do Conselho de Segurança para qualquer assunto que entenda por ameaçar 
o principal objetivo das Nações Unidas. 
 
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Direito Internacional Público 
Todos os tratados internacionais, após a sua conclusão, devem ser registrados e 
publicados no secretariado da ONU. 
 
Cabe salientar que além das funções administrativas do Secretário-Geral, ele também 
exerce relevante papel político, atuando muitas vezes como gestor de crises 
internacionais, exercendo a sua diplomacia preventiva. 
 
7.5 CONSELHO ECONÔMICO E SOCIAL 
 
O Conselho Econômico e Social é composto por 54 membros em sua Organização 
administrativa. Todos eles são eleitos pela Assembleia Geral por um período de 3 
anos, permitida neste caso a reeleição. Cabe ressaltar que a renovação desses 
membros é anual. Em toda sessão ordinária da Assembleia Geral 1/3 dos membros é 
renovada. As decisões do Conselho Econômico e Social serão tomadas por maioria 
dos membros presentes e votantes. 
 
As suas reuniões serão de acordo com a necessidade, mediante convocação de 
maioria dos seus membros. 
 
São atribuições do Conselho Econômico e Social: realizar estudos e emitir relatórios 
de assuntos internacionais de caráter econômico, social, cultural, educacional, saúde 
e assuntos conexos. Além disso, cabe a ele formular recomendações referente ao 
desenvolvimento e industrialização, comércio internacional, à ciência e a tecnologia, 
ao bem-estar social. 
Por esta razão várias organizações estão interligadas ao Conselho Econômico e 
Social, tais como a UNESCO, FAO, OMC, OMS, OIT, etc. 
 
7.6 TRIBUNAL INTERNACIONAL DE JUSTIÇA 
 
O Tribunal Internacional de Justiça é o principal órgão julgador da ONU. Ele começou 
a funcionar no ano de 1946 em Haia, Países Baixos. 
 
O Tribunal Internacional de Justiça é composto por 15 juízes, que são eleitos pela 
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Direito Internacional Público 
Assembleia Geral e pelo Conselho de Segurança para um mandato de nove anos, 
renovável por mais nove anos. A cada 3 anos ocorre a renovação de 1/3 dos seus 
membros. 
 
Para ser Juiz do tribunal internacional de Justiça é necessário ter uma nacionalidade, 
devendo gozar de uma reputação ilibada e possuir condições exigidas nos seus 
respectivos Estados para o desempenho da mais alta função judicial ou que tenha um 
reconhecimento internacional como consultor. Cabe ressaltar, que não pode ter mais 
de um nacional investido no tribunal Internacional de Justiça. 
 
Para efeito de curiosidade segue nome de Juízes Brasileiros que ocuparam uma das 
cadeiras na Corte Internacional de Justiça: José Philadelpho Barros e Azevedo (1946-
1951); Levi Fernandes Carneiro (1951-1955); José sette Camara (1979 – 1988) e José 
Francisco Rezek (1996 – 2006). 
 
A competência do Tribunal pode ser contenciosa ou consultiva. Será contenciosa 
quando apenas os Estados soberanos podem ser sujeitos em causas internacionais, 
isto é, apenas em questões entre Estados pode ser objeto de litígio no Tribunal 
Internacional. Essa competência não é obrigatória, é necessário que os Estados 
litigantes aceitem a jurisdição. Essa aceitação pode ser tácita ou expressa. A 
aceitação tácita ocorrerá quando um Estado ajuíza uma ação no Tribunal Internacional 
de Justiça e o Estado demandado contesta o mérito, sem rejeitar o for. A aceitação 
expressa ocorre quando o Estado demandado manifesta expressamente ou 
inequivocadamente o seu desejo. A competência consultiva emana da elaboração de 
pareceres consultivos sobre qualquer questão jurídica a pedido da Assembleia Geral 
ou do Conselho de Segurança. Esses pareceres são extremamente importantes 
enquanto fontes do Direito internacional.. 
 
 
7.7 CONSELHO DE TUTELA 
 
Esse órgão da ONU sempre batalhou em favor do Direito da autodeterminação dos 
povos e responsável por promover o progresso dos habitantes que estivessem em 
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Direito Internacional Público 
território sob a tutela da ONU. Todavia, desde 19.11.1994 as atividades do Conselho 
de Tutela estão suspensas. 
 
7.8 ORGANISMOS ESPECIALIZADOS DA FAMÍLA DA ONU 
 
Como a Carta das Nações Unidas também zela pelo princípio da cooperação 
internacional visando a solução de questões de ordem econômica, social, cultural, 
sanitária e humana, várias organizações, denominadas de organismos 
especializados, foram criadas com uma finalidade específica. Vale lembrar que por 
mais que essas organizações são consideradas organismos especializados da ONU, 
elas não fazem parte da ONU, existe apenas uma vinculação formal, essas 
Organizações possuem autonomia própria e independente da ONU. 
 
Dentre os vários organismos especializados temos como destaque as seguintes 
Organizações Internacionais: 
 
OIT – Organização Internacional do Trabalho: A OIT foi criada após a 1ª Guerra 
Mundial em 1919, tendo sua sede na cidade de Genebra. Ela é fundamentada na 
Justiça Social; é através dela que o princípio da paz Universal e permanente pode ser 
concretizado. 
 
UNESCO – Organização das nações unidas para a Educação, Ciência e Cultura: a 
Unesco foi criada em 1945 e sua sede encontra-se em Paris. Tem como objetivo 
principal a erradicação do analfabetismo em todo mundo. Acredita-se queesse 
objetivo posso contribuir para a concretização da paz e segurança internacionais. 
 
OMS – Organização Mundial da Saúde – a OMS foi criada em 1948 e sua sede está 
estabelecida na cidade de Genebra. O objetivo da OMS é desenvolver ao máximo o 
nível de saúde de todos os povos do planeta, visando sempre o bem-estar físico, 
mental e social. Cabe ressaltar que ela busca a ausência de doenças, mas não como 
único objetivo. A OMS também auxilia os Estados em matéria de saúde, coordenando 
projetos para o combate de epidemias e trabalha para melhorar as questões de 
saneamento básico, nutrição e higiene da população mundial. 
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Direito Internacional Público 
 
FAO – Organização das Nações unidas para a Alimentação e a agricultura: foi criada 
em 1945 e sua sede atual é em Roma. O seu objetivo é promover a elevação dos 
níveis de nutrição de todos os povos, bem como promover o desenvolvimento rural. A 
FAO deve realizar programas para melhorar a eficiência na produção e distribuição de 
alimentos para a comunidade internacional. Além disso, a FAO promove ações em 
situações de emergência, promovendo auxílio aos povos famintos. 
 
OMC – Organização Mundial de Comércio: Foi criada em 1995 e a sede também é na 
cidade de Genebra. A OMC tem como foco regular o comércio internacional, 
incentivando os Estados a firmar acordos específicos. Além disso, ela fiscaliza e 
supervisiona o cumprimento de acordos. É o principal fórum para o comércio 
internacional. O seu princípio está baseado no livre comércio e na igualdade entre os 
Estados. 
 
FMI – Fundo Monetário Internacional: O FMI tem sua sede na cidade de Washington. 
Foi criada em 1944 juntamente com o BIRD (Banco Internacional para a Reconstrução 
e Desenvolvimento Econômico). O FMI tem objetivo assegurar o bom funcionamento 
o sistema financeiro internacional, garantindo a estabilidade do cambio e do equilíbrio 
das balanças internacionais de pagamento. É nesta visão de equilíbrio que o FMI 
promove a assistência técnica e financeira aos Estados. 
 
BIRD - Banco Internacional para a Reconstrução e Desenvolvimento Econômico: Foi 
criado junto com o FMI e, inicialmente, possui o propósito de financiar a reconstrução 
dos países que foram devastados pela 2ª Guerra Mundial. Hoje ele luta contra a 
pobreza, concedendo empréstimos aos países emergentes para realizar o projetos de 
desenvolvimento. Tanto o BIRD quanto o FMI compõem o Sistema de Bretton Woods. 
Para ser membro do FMI é necessário ser membro do BIRD e vise e versa. Cabe 
ressaltar que os votos em alguma decisão possui peso diferenciado com relação a 
economia de cada Estado que é membro das duas Organizações. 
 
 
 
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Direito Internacional Público 
8 DOMÍNIO PÚBLICO INTERNACIONAL 
 
Esse capítulo destina-se ao Regime Jurídico dos espaços internacionais, não apenas 
a projeção vertical dos Estados, mas também os âmbitos de atuação de cada um 
deles. Os espaços destinados à soberania dos Estados são denominadas de Espaços 
Estaduais, já os espaços onde não existe projeção de soberania dos Estados são 
considerados de Espaços Internacionais. 
 
8.1 O ÁRTICO 
 
A região do artigo não possui base territorial permanente ela está localizada no 
Oceano Glacial Norte, onde o mar está constantemente congelado, mas existe 
algumas questões jurídicas e políticas nesta região. Como essa região marítima está 
congelada, utiliza-se para o seu estudo a teoria dos setores. Ela é utilizada como 
corredor alternativo para reduzir distâncias entre a Europa e a Ásia. 
 
De acordo com o canadense Pascal Poirier em 1907 foi criado uma teoria dos setores. 
Essa teoria consiste em conceder a cada um dos Estados com Costa para o Oceano 
Glacial uma soberania sobre as terras compreendidas em um triângulo que tem como 
base os litorais dos Estados. De acordo com essa teoria os Estados tem soberania 
sobre terras e ilhas situadas no triângulo, mas não sobre as águas e gelos que 
igualmente se encontram nesse triângulo. 
 
No ano de 1996, alguns Estados que possuem base territorial próximo ao Oceano 
Ártico tais como, EUA, Canadá, Finlândia, Islândia, Noruega, Rússia e Suécia 
firmaram uma Declaração de Ottawa, que tem como objetivo tratar das questões 
sociais, econômicas e ambientais dessa região, visando o desenvolvimento 
sustentável. Essa Declaração é conhecida como Conselho do Ártico. 
 
Cabe ressaltar que recentemente foi descoberto na região do Ártico uma vasta reserva 
de petróleo e gás natural de difícil exploração em razão das questões climáticas e 
geográficas. 
 
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Direito Internacional Público 
8.2 A ANTÁTICA 
 
No hemisfério sul do planeta está situado o Continente da Antártica. Diferente do Pólo 
Norte, a Antártica possui massa de terra em sua base. Ela ocupa cerca de 15 milhões 
de quilômetros quadrados. Como possui uma vasta área de terra, possui muitas 
riquezas naturais de interesse econômico dos Estados. 
 
Em 1959 foi firmado o Tratado da Antártica, sendo que o Brasil ratificou em 1975 por 
meio do Decreto 75.963 de 1975. Esse tratado determina que essa região só pode ser 
utilizada para fins pacíficos e proíbe a realização de qualquer atividade militar e 
utilização de armas nucleares. Esse tratado ainda promove a cooperação entre os 
Estados visando a preservação do ecossistema e autoriza a liberdade para pesquisas 
científicas. 
 
Essa região é considerada como patrimônio da humanidade, apesar da existência de 
algumas reivindicações de soberania. 
 
Por fim, resta consubstanciado que desde 1991, o Protocolo de Madri determina a 
preservação do continente antártico proibindo a exploração mineral na Antártica 
durante o prazo de 50 anos. 
 
8.3 RIOS E CANAIS INTERNACIONAIS 
 
Rio internacional é aquele que separa dois ou mais Estados servindo de fronteira 
natural (rio limítrofe) ou que atravesse dois ou mais Estados (rio sucessivo). De acordo 
com a doutrina, existe uma carência normativa sobre o tema, existindo apenas um 
regime jurídico geral realizado pela Convenção de Barcelona em 1921. Dois princípios 
são observados o da liberdade de navegação e o da igualdade de tratamento a 
terceiros. 
 
Existe um regime jurídico que regula o rio amazonas que é um dos maiores do Mundo 
definido pela Cooperação Amazônica firmado em Brasília em 1978. São participantes 
desta cooperação a Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e 
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Direito Internacional Público 
Venezuela. Essa Cooperação entrou em vigor em 1980 e tem como objetivos o 
desenvolvimento e progresso na bacia amazônica de modo harmônico, conservação 
do meio ambiente e estimular aos estudos e pesquisas científicas na região. Além 
disso, os Estados signatários da Cooperação possui liberdade ampla de navegação 
não apenas no Rio Amazonas, mas em seus afluentes. 
 
Outro Tratado importante é o da bacia da Prata firmado ente Argentina, Brasil, Bolívia, 
Paraguai e Uruguai. 
 
Canais internacionais são vias artificiais de comunicação marítima e internacional que 
ligam os mares. Os mais conhecidos são o Canal de Suez e o Canal do Panamá. Em 
regra, como eles estão localizados em um território submetem-se à soberania 
exclusiva. Essa passagem depende de um consentimento do Estado Territorial, 
geralmente essa concessão é concedido por um tratado bilateral firmado entre o 
Estado que possui o canal e o Estado interessado em passar. 
 
Vale ressaltar que o Canal do Panamá, inicialmente estava sob a administração dos 
EUA, ocorre que desde 2000 o Canal do Panamá encontra-se sob a jurisdição 
panamenha. 
 
8.4 DIREITO INTERNACIONAL DO MAR 
 
O Direito do Mar

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