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SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI- ÁRIDO Departamento Ciências Ambientais e Tecnológica Disciplina – Mecânica dos Solos. Professor: Francisco Alves da Silva JúniorProfessor: Francisco Alves da Silva Júnior Plasticidade e consistência dos solos Mossoró, 11 de Abril de 2011 Introdução: PLASTICIDADE DOS SOLOS: 1. Conceitos; 2. Composição mineralógica das argilas; 3. Estado de consistência; 4. Limites de consistência Plasticidade e consistência dos solos 5. Determinação experimental dos limites de consistência; 6. Valores típicos de consistência; 7. Classificação dos solos segundo os Limites de consistência � 1 Plasticidade Os solos que apresentam certa porcentagem da fração fina (argila), não podem ser adequadamente caracterizados pelo ensaio de granulometria. São necessários outros parâmetros tais como: forma das partículas, composição mineralógica e as propriedades plásticas, que estão intimamente relacionados com o Plasticidade e consistência dos solos teor de umidade. A fração fina dos solos tem uma importância muito grande no comportamento dos solos. Define-se plasticidade como sendo a propriedade dos solos finos que consiste na maior ou menor capacidade de serem moldados sob certas condições de umidade. Segundo a ABNT/NBR 7250/82, a plasticidade é a propriedade de solos finos, entre largos limites de umidade, de se submeterem a grandes deformações permanentes, sem sofrer ruptura, fissuramento ou variação de volume apreciável. Plasticidade e consistência dos solos � 1 Plasticidade As partículas que apresentam plasticidade são, principalmente: � Os argilo-minerais. Os minerais como o quartzo e o feldspato não desenvolvem misturas plásticas, mesmo que suas partículas tenham diâmetros muito pequenos. A influência do teor de umidade ------------------- solos finos (estrutura) Umidade: Ligações ResistênciaArranjo geométrico Compressibilidade Plasticidade e consistência dos solos � 1 Plasticidade É uma propriedade de grande importância para as argilas (solos de textura fina). Deslocamento Grão lamelar Sem variação de volume �Teor de umidade; Dependem Plasticidade �Teor de umidade; � Forma das partículas; � Granulometria; � Composição química e mineralógica. Plasticidade e consistência dos solos � 1 Plasticidade ≥ 0,074 mmSolos não plásticos � Grãos angulares e arredondados; � Pedregulho, areis e siltes; � Granulometria grossa; � Resistentes a compressão; � Elevado ângulo de atrito; � Não possuem coesão. < 0,074 mmSolos plásticos � Não possuem coesão. � Grãos lamelares; � Argila; � Granulometria fina; � Compressíveis; � Baixíssimo ângulo de atrito; � Coesão. Plasticidade e consistência dos solos � 2 Composição mineralógica das argilas - Estrutura Tetraedos de sílica Octaedros de alumínio Plasticidade e consistência dos solos � 3 Estado de consistência Albert Atterberg, realizou pesquisas sobre as propriedades dos solos finos (consistência). Segundo ele, os solos finos apresentam variações de estado de consistência em função do teor de umidade. ⇒⇒⇒⇒ Há teores de umidade limite que foram definidos como limites de consistência ou limites de Atterberg. Consistência � O termo refere-se primariamente ao grau de resistência e plasticidade do solo que dependem das ligações internas entre as partículas; � Os solos coesivos possuem uma consistência plástica entre certos teores limites de umidade. Quanto menores as partículas, maior a superfície específica. Logo, a superfície específica das argilas é bem superior a dos siltes, que é superior a das areias. O comportamento de partículas com superfícies específicas tão distintas perante a água é muito diferenciado. Por outro lado, as partículas dos argilominerais diferem acentuadamente devido a sua estrutura mineralógica, e pelos cátions adsorvidos. Desta forma, para a mesma concentração da fração argila, o solo pode ter � 3 Estado de consistência Plasticidade e consistência dos solos Desta forma, para a mesma concentração da fração argila, o solo pode ter comportamentos diferentes. As montmorilomitas possuem superfície específica 100 x maior que as caulinitas. O estudo sobre o comportamento dos argilominerais é muito laborioso, sendo substituído por uma análise indireta, baseada no comportamento do solo na presença de água. Para isto, generalizou-se o emprego de ensaios e índices propostos por Atterberg, com adaptações e padronizados por Casagrande. Um solo argiloso, dependendo de seu teor de umidade, pode apresentar características iguais às de um líquido ou de um sólido. Entre esse dois estados limites, o solo passa por um estado plástico e por um estado semi-sólido. São os estados de consistência do solo. � 3 Estado de consistência Plasticidade e consistência dos solos � Estados líquido, plástico e semi-sólido ---- S = 100 %; � O estado sólido ---- S < 100%. � Limite de liquidez (LL)– É a umidade do solo no qual o solo muda do estado líquido para o estado plástico, ou seja, perde a sua capacidade de fluir. Definido como o teor de umidade com o qual se consegue fechar uma ranhura de 1 cm feita no solo, contido no aparelho de Casagrande, com 25 golpes; � Limite de plasticidade (LP) – É o teor de umidade no qual o solo começa a se � 4 Limites de consistência Plasticidade e consistência dos solos fraturar. Separa o estado plástico do estado semi-sólido. definido como o menor teor de umidade com o qual se consegue moldar um cilindro de 3mm de diâmetro, rolando-se o solo sobre uma superfície com a palma da mão; � Limite de contração (LC) – Teor de umidade a partir do qual o solo não mais se contrai, não obstante continue perdendo peso. Onde: γa – peso específico da água; γs – peso específico aparente do solo seco; G – densidade real do solo na temperatura ambiente. � 5 Determinação experimental dos limites de consistência Plasticidade e consistência dos solos Limite de liquidez - Está relacionado com a capacidade do solo em absorver água. O ensaio utiliza o aparelho de Casagrande, onde tanto o equipamento quanto o procedimento são normalizados (ABNT/NBR 6459/82). � 5 Determinação experimental dos limites de consistência Plasticidade e consistência dos solos � 5 Determinação experimental dos limites de consistência Plasticidade e consistência dos solos Limite de liquidez - Ensaio: � Uma pasta homogênea (fração que passa na peneira de 0,42mm (# 40)) deverá ser preparada e colocada na concha; � Deve-se abrir uma ranhura, com 1 cm (cinzel); Conforme a concha vai batendo na base, os taludes tendem a escorregar e a abertura na base da ranhura começa a se fechar. � Deve-se abrir uma ranhura, com 1 cm (cinzel); �O ensaio continua até que os dois lados se juntem, longitudinalmente, por um comprimento igual a 10,0 mm; � Interrompendo-se o ensaio nesse instante e anotando-se o número de golpes necessários para o fechamento da ranhura; � Coleta-se amostra para determinação da umidade. � 5 Determinação experimental dos limites de consistência Plasticidade e consistência dos solos Limite de liquidez - Ensaio: � Repeti-se o procedimento anterior pelo menos mais três vezes, com adições de água gradativamente crescente. Intervalos de: 20 – 30 golpes necessários ao fechamento da ranhura. � Os valores de número de golpes e� Os valores de número de golpes e umidade correspondente são lançados em gráfico, sendo: �Ordenadas – Teor de umidade; �Abscissas – Número de golpes. � O Limite de Liquidez é o valor de umidade correspondente a 25 golpes. � 5 Determinação experimental dos limites de consistência Plasticidade e consistência dos solos Limite de plasticidade - é o extremo inferior do intervalo de variação do teor deumidade no qual o solo apresenta comportamento plástico. ⇒⇒⇒⇒ Menor teor de umidade com o qual se consegue moldar um cilindro com 3 mm de diâmetro, rolando-se o solo com a palma da mão. O ensaio é normalizado pela NBR 7180/82. Ensaio: � O equipamento necessário à realização do ensaio: uma placa de vidro com uma face esmerilhada e um cilindro padrão com 3mm de diâmetro; � O ensaio inicia-se rolando, sobre a face da placa, uma amostra de solo (fração que passa na peneira de 0,42mm (# 40)) com um teor de umidade inicial próximo do limite de liquidez, até que, duas condições sejam, simultaneamente, alcançadas: �O rolinho tenha um diâmetro igual ao do cilindro padrão; � O aparecimento de fissuras (inicio da fragmentação). � 5 Determinação experimental dos limites de consistência Plasticidade e consistência dos solos Limite de plasticidade – Ensaio: O Limite de Plasticidade é a média aritmética de pelo menos três determinações que não difiram mais que 5% desta. � Quando não é possível se obter o LL ou LP, o solo é dito não plástico⇒ NP; �Solo arenoso ⇒ fazer LP antes que LL, se não for possível a determinação⇒ NP; �Caso LP ≥ LL ⇒ NP. � 6 Valores típicos de consistência Plasticidade e consistência dos solos Argilo-minerais Limite de Liquidez LL (%) Limite de Plasticidade LP (%) Limite de Contração LC (%) Montmorilonita 100 - 900 50 - 100 8,5 - 15 Ilita 60 - 120 35 - 60 15 - 17 Tabela 02 - Limites de consistência (Mitchell, 1976) - www.ufsm.br/engcivil/ Ilita 60 - 120 35 - 60 15 - 17 Caulinita 30 - 110 25 - 40 25 - 29 � 7 Classificação dos solos segundo os Limites de consistência Plasticidade e consistência dos solos � Índice de plasticidade (IP) – Ajuda a definir a plasticidade de um solo; é a diferença entre os limites de liquidez e de plasticidade. IP = LL – LP É muito útil para a classificação dos solos finos. ⇑⇑⇑⇑ Compressibilidade ⇑⇑⇑⇑ IP ⇑⇑⇑⇑ Compressibilidade ⇑⇑⇑⇑ IP Argila - Classificação Índice de Plasticidade (%) Fracamente plástica 1 < IP < 7 Medianamente plástica 7 < IP < 15 Altamente plástica IP > 15 Plasticidade e consistência dos solos � Índice de consistência (IC) – É o índice que dá a proporção de umidade natural na amostra de solo. �Também definida como coesão; � Maior ou menor dureza em que a argila é encontrada na natureza. h – umidade natural do solo � 7 Classificação dos solos segundo os Limites de consistência � Maior ou menor dureza em que a argila é encontrada na natureza. Índice de consistência (IC) Classificação IC < 0 Muito moles Consistência de várzea 0 < IC < 0,5 Plástica Mole 0,5 < IC < 0,75 Plástica Média 0,75 < IC < 1,0 Plástica Rija IC > 1,0 Consistência Dura �Atividade das argilas Plasticidade e consistência dos solos A fração de argila pode influenciar mais ou menos nas propriedades plásticas dos solos. �Índice de atividade das argilas � 7 Classificação dos solos segundo os Limites de consistência fração argila (<<<< 0,002 mm) Índice de atividade Atividade < 0,75 Argila inativa 0,75 - 1,25 Argila normal > 1,25 Argila ativa �Consistência das argilas Plasticidade e consistência dos solos O estado em que se encontra uma argila costuma ser indicado pela sua resistência, por meio do ensaio de compressão simples, que consiste na ruptura por compressão de um corpo de prova de argila. A relação entre a carga axial aplicada que leva o corpo de prova à ruptura, pela seção transversal é denominada de resistência à compressão � 7 Classificação dos solos segundo os Limites de consistência simples da argila. Simples pelo fato de não ser confinado. Consistência Resistência a compressão simples (kPa) Muito mole < 25 kPa Mole 25 – 50 Média 50 – 100 Rija 100 – 200 Muito rija 200 – 400 Dura > 400 kPa �Sensitividade das argilas Plasticidade e consistência dos solos � 7 Classificação dos solos segundo os Limites de consistência Classificação Sensitividade Insensitiva 1 Baixa sensitividade 1-2 Média sensitividade 2-4 Sensitiva 4-8 Ultra-sensitiva 8 �Grau de contração (GC) Plasticidade e consistência dos solos � 7 Classificação dos solos segundo os Limites de consistência Classificação Sensitividade Solos bons GC < 5% Solos regulares 5% < GC < 10% Solos ruins 10% < GC < 15% Solos péssimos GC > 15% � REFERÊNCIAS CAPUTO, Homero Pinto. Mecânica dos solos e suas aplicações. 5 ed. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos, 1985. v. 1, 2 e 3. C. SOUZA PINTO – Curso Básico de Mecânica dos Solos. Oficina de Plasticidade e consistência dos solos C. SOUZA PINTO – Curso Básico de Mecânica dos Solos. Oficina de Textos – 2000. M. VARGAS – Introdução à Mecânica dos Solos. Makron – 1977. VELLOSO, D. A. e LOPES, F. R. – Fundações. Oficina de Textos – 2004. SCHNAID, F. – Ensaios de Campo e suas Aplicações à Engenharia de Fundações. Oficina de Textos – 2000.
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