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Quando os Anjos Caem Renascendo das chamas escrito por Alexandre da Silva Teixeira SINOPSE Quando os Anjos Caem é um livro de ficção/suspense, que prende intensamente o leitor já desde a introdução. E conta a história de um renomado arqueólogo e professor inglês chamado Jack Marlon, que em uma visita a um mosteiro no Tibete, envolve-se em uma trama como jamais vista e na qual ele agora seria personagem principal. Trama essa, que surge a partir de uma antiga profecia, que dizia que um anjo havia sido aprisionado por uma maldição decorrente de uma batalha iniciada nos céus, após o mesmo pleitear o direito de experimentar a vida terrena, bem como o direito de amar uma mulher. A partir daí, anjos de luz e demônios vêm à Terra para tentar interceder na empreitada em que o prof. Marlon começa a se dedicar e que dá início a uma grande caçada por três pedras sagradas, que uma vez unidas, poderiam vir a alterar o plano de todos os envolvidos. Pois após ser dado o direito a Armandiel para que vivesse na Terra, por um determinado período, uma parcela de outros anjos aguardavam o seu retorno para que o mesmo decidisse por permanecer como anjo ou não. No entanto, uma grande perseguição surge envolvendo anjos de luz que não querem que Armandiel volte e decida por virar humano, uma vez que sabem que isso poderia colocar em risco toda a estabilidade do exército celestial e o próprio Lúcifer, que espera que com isso, uma grande baixa ocorra nos exércitos celestiais, algo que se tornaria extremamente vantajoso para ele. Extraordinariamente rico em detalhes, o livro convida o leitor a um passeio pelo Egito Antigo, local onde se vive parte da história, bem como no Tibete e em outros locais enigmáticos. Trata de temas polêmicos e provocantes, que aguçam o questionamento humano. “E houve batalha no céu; Miguel e os seus anjos batalhavam contra o dragão, e batalhavam o dragão e os seus anjos” Apocalipse 12:7 ÍNDICE INTRODUÇÃO..................................................................03 A DESCOBERTA...............................................................08 AS CRENÇAS....................................................................18 O SUDÁRIO.......................................................................25 A CABALA.........................................................................32 O PACTO.............................................................................56 A MALDIÇÃO.....................................................................64 A CAÇA...............................................................................88 O REGRESSO.....................................................................98 A DESCOBERTA 08 Butão 1973 Isolado entre o território do Tibete, na China e a República da Índia, o reino do Butão é considerado por muitos como a verdadeira Shangri-la. Seus templos e mosteiros permaneceram escondidos no Himalaia até metade deste século. O Himalaia sempre representou um grande destaque para a paisagem deste reino, ora com suas profundas gargantas que separam vales, ora com seus rios que partem do norte para o sul. O país é formado por pequenos povoados como Paro, situado no extremo oeste, erguido aos arredores de mosteiros, e que é composto de apenas uma rua, que segue para o único aeroporto da cidade, sendo a única porta de entrada para estrangeiros no país. O reino do Butão nada mais é do que um verdadeiro paraíso perdido. Um dos poucos lugares existentes onde a cultura ocidental ainda não chegou. Os thashigomangs (como são chamados os monges errantes) transitam por todos os povoados acrescidos de seus tabernáculos ambulantes, que quando possuem suas portas abertas, acreditam liberar as orações ali guardadas. Em Paro, também está fixada a primeira parada dos estrangeiros, e onde encontramos o famoso professor e arqueólogo inglês Jack Marlon, conhecido mundialmente por seus trabalhos de pesquisas em escavações desde o Egito até ao Peru. De férias por toda a Índia, prof. Marlon resolve por conhecer as paisagens do Himalaia, e para isso resolve vir ao Butão, local em que um velho amigo lhe disse certa vez que caso ele um dia passasse pelo Himalaia, que não deixasse de conhecer a fundo o local pois ficaria impressionado com o que ali viria a descobrir. 09 E já após muito percorrer já maravilhado com o encantamento do local, hábitos e costumes do povo que ali reside, prof. Marlon parte agora para uma das mais belas visões da viagem – o Mosteiro de Taktsang, cuja denominação seria "toca do tigre". Erguido na encosta de uma escarpa, a três mil metros de altura, essa edificação exige paciência e força física dos que desejam conhecê-lo, mas recompensa os corajosos com uma vista inesquecível e histórias fantásticas. Maravilhado, prof. Marlon se encanta com a magia de tal local, carregado de profunda paz e infinita beleza. Paz essa que não é interrompida em certos locais nem mesmo pela eletricidade, devido a certos povoados possuírem ausência total de luz e por dedicarem seu tempo quase que total exclusivamente a prática de atividades religiosas. O fato do reino do Butão não possuir uma emissora de tv sequer, e possuir apenas um jornal semanal – o Kuensel, direcionado restritamente aos estrangeiros em passagem pelo local, coloca aquele povo em situação de quase completo isolamento em relação ao restante do mundo. Isolamento esse que somente é quebrado com determinadas festas e peregrinações, como o festival Tsechu, um dos eventos mais famosos, ocorrido no décimo dia do mês que leva o seu nome. A data coincide com o mês de março do calendário cristão. Durante as apresentações, Buda tem sua doutrina difundida, enquanto divindades tântricas são invocadas para afastar o mal, aumentar a sorte e realizar os desejos dos que pedem. Porém, de um simbolismo religioso de nada comparado com a exibição da Thangka, ocorrida também no quinto dia do mesmo mês. A Thangka é representada por um grande painel com pinturas em algodão. É exibida em uma das paredes do mosteiro e possibilita o Thongdrol – que seria a liberação da visão. Seu efeito benéfico sobre o carma a torna comparada por alguns como a Meca é para os muçulmanos. Pelo menos uma vez por ano, todo butanês tem de visitar a Thangka. A presença da Mandala e da Roda da Vida, que mostram os mistérios das orações e das reencarnações assim como o ciclo do renascer também são muito comuns no reino do Butão. A Roda da vida. Assim é caracterizado o ato de nascer, viver e voltar a condição de espírito, e em determinado tempo renascer em condições e circunstâncias diferentes. Pensam que o fato de um homem sofrer muito durante sua existência, não significa necessariamente que na vida anterior tenha sido um transgressor, pois em certos casos a experiência pessoal é o melhor mestre. Capaz de fornecer ensinamentos de não fácil compreensão. 10 É como a crença de que um suicida deve renascer para continuar a vivers os anos que por mesmo foram interrompidos e previamente cortados. Isso de nada significa dizer que todos aqueles que morrem novos, quando mesmo crianças ou ainda bebês, tenham sido suicidas em vidas passadas. Entende-se que assim como um terno é posto de lado quando encontra-se surrado ou gasto, da mesma forma a alma se desembaraça do corpo quando esse está cansado e velho. A morte nada mais é do que um nascimento. Morrer paraaquele povo nada mais é do que renascer novamente só que dessa vez em um outro plano, numa outra esfera de existência. O espírito é eterno. O corpo é apenas um mero invólucro temporário que acomoda o espírito, e que é devidamente escolhido de acordo com a determinada missão a ser cumprida na Terra. Baseado também nisso, contempla-se que o veículo exterior é de importância irrelevante quando comparado a importância do espírito. Um grande artista pode surgir nas vestes de um mendigo, enquanto que um ladrão pode renascer mergulhado na riqueza, para experimentar se não mais continua a roubar uma vez que não tem mais a desculpa da pobreza. Embora conhecedor de vários países, povos e costumes devido as suas pesquisas arqueológicas nos mais variados lugares no mundo, sem contar o fato de ter sido criado na Escócia, em meio aos grandes maciços e entre as Highlands, com suas colinas, lagos e castelos, como o da Fortaleza de Eilan Donan, construído no século XIII. Terras essas também de mistérios e lendas, como a do conhecido Lago Ness e seu monstro das águas, que atrai turistas do mundo inteiro. Ainda assim nada era capaz de mitigar a magia daquele local e daquele povo. Assim sendo, em um determinado momento de distração, o prof. Marlon que nesse momento encontra-se em meio a um passeio, se vê curioso com a arquitetura de um velho templo, e sem que percebesse, acaba por se afastar de seu guia. Intrigado. Não consegue evitar de entrar em um de seus corredores, corredor esse que o levaria em uma viagem que jamais poderia imaginar ou esquecer. Mais a frente, através de um enorme salão, munido de um forte e relaxante aroma de um incenso que jamais sentira, e de grandes pinturas que pareciam repousar gravadas nas paredes e tetos. Prof. Marlon acaba por notar a presença de um velho monge, que parecia estar em estado de profundo repouso. 11 Apesar de se esforçar para não ser notado, ao se aproximar, quase que de imediato sua presença é percebida pelo velho monge. E por mais que o prof. Marlon se mostrasse lamentável ao tê-lo acordado, o velho monge de nada parecia se incomodar com a sua intromissão em tão santo e respeitado local, era como se sinistramente estivesse ali especialmente para recebê-lo. E sem que o prof. tivesse tempo para raciocinar em como poderia expor seu arrependimento em ter adentrado naquele ambiente sem a devida permissão, prof. Marlon mais uma vez é surpreendido ao ouvir em inglês, inglês esse de pronúncia irrepreensível, que era de grande honra e motivo de grande alegria para ele ter finalmente o encontrado. Em Ura, povoado da região de Buthang, as crianças costumam estudar inglês e artes nas escolas, além do currículo tradicional com línguas e dialetos locais. O motivo de tal honra descrita pelo monge fez despertar motivo de grande curiosidade. E antes que se tornasse de muito complexo ao entendimento do prof., o velho monge o pede gentilmente que se sente com ele, apontando para uma grande almofada vermelha, ornamentada de exóticas pinturas e bordados e que também estranhamente parecia ter sido posicionada ali justamente para atender a necessidade do prof.. Ao atender a solicitação e já devidamente acomodado naquele assento, o velho monge pede para que o prof. Marlon coloque suas concepções e incredulidades de lado e que o ouça com bastante atenção, pois assim o assunto que estava por iniciar requeria. Sendo assim, de imediato e educadamente o velho monge fez questão de se apresentar como sendo o monge Manguytsung, um dos mais velhos e respeitados de todo o reinado, e a dizer que não precisaria se preocupar em tê-lo feito despertar, pois sua presença ali já era esperada desde muito anos. E que através de viagens astrais, desde de o momento da chegada dele ali naquele território que monges o acompanhavam para que nada interrompesse a sua jornada até aquele local. Explica ele que dependendo do grau de evolução de cada monge, tais viagens poderiam durar meses se assim fosse necessário. A maioria dos Lamas se entregam a essa prática, e que qualquer pessoa preparada pode fazer uso dessa técnica útil e agradável. Continua ele que durante o período em que estamos acordados, nossa alma encontra-se enraizada e mergulhada no nosso corpo físico, e a menos que se tenha grande treino e experiência, é impossível separar as duas metades. Já quando dormimos, somente o corpo físico precisa de repouso, o espiritual em si, liberta-se e retorna ao seu local de origem, exatamente como uma criança que após um dia de escola retorna a seu lar. 12 Segundo ele, a alma e o corpo mantém-se em contato através de um cordão chamado de cordão de prata, cuja capacidade de extensão é infinita. O corpo se mantém vivo, desde que o cordão permaneça inalterado. Quando da ocasião de nossa morte, o cordão se parte e o espírito renasce para uma nova vida. Exatamente como um cordão umbilical, que com o seu rompimento inicia o desvincular para uma nova vida, no caso extrauterina. A maioria das pessoas possui capacidade e potencial para se entregar às viagens astrais, mas por falta de treino, às vezes são vítimas de sensações desagradáveis. Com certeza uma grande parte das pessoas já teve a sensação de começar a adormecer, e logo depois sem razão aparente, ser violentamente acordado com um imenso safanão. Isso é causado devido a uma exteriorização demasiadamente rápida da alma, um separar precipitado e brusco da alma sobre o corpo, dando margem para que o cordão de prata se contraia e a alma seja puxada violentamente para dentro do seus veículo físico, que é o corpo. A sensação é ainda mais desagradável quando a alma retorna ao corpo. A alma flutua muitos metros acima do corpo, como um balão preso por uma corda. Qualquer coisa, ruído exterior pode levar a alma a retornar com rapidez demasiada ao corpo. Este acorda com aquela impressão horrível de estar caindo em um abismo e no último instante ser acordado. Os tibetanos acreditam que antes do pecado original, todos os homens possuíam os dons da clarividência, da projeção astral, da telepatia e da levitação. Segundo eles, durante o pecado original, o homem abusou desses poderes ocultos, e usou-os para interesse próprio, em vez de usá- los em benefício geral. Segundo eles também, em tempos primórdios, toda a humanidade podia se comunicar por telepatia. Quando se perdeu a capacidade da telepatia, em consequência desse abuso decorreu Babel. Mesmo para um homem estudioso e bem evoluído mentalmente, tal condição de completa dispersão entre o corpo e o espírito soava como uma situação envolvida em completo misticismo e crendices, algo sem nenhuma comprovação material ou física, que era aquilo com que ele a vida toda se baseou para tirar as suas conclusões. De imediato foi descartada pelo velho monge a necessidade de entendimento sobre os assuntos que a partir dali seriam tratados e explanados, pois os próprios monges levavam o equivalente a uma vida inteira para tentar compreender tais ensinamentos. Então não seria interessante que o prof., em poucos minutos tentasse fazê-lo. 13 Mas sim que tentasse se limita a escutar e a dar continuidade ao processo que naquele momento estaria por ser iniciar, e em que ele teria papel fundamental. E continuou: desde longínquos tempos que vem sendo cultivada a guarda da Pedra da Obala. Diz as velhas escrituras que tal pedra teria sido enterrada por um anjo em uma gruta num sopé do Himalaia. E depois de permanecer intacta por milhares de anos, fora encontrada por um jovem monge. Tomado de grande ira o anjo teria voltado até o mesmo e dito que a partir de então, talpedra seria de responsabilidade exclusivamente dele, sendo que antes que ele morresse, tal pedra deveria ser novamente guardada em um local seguro e confiável por uma pessoa de coração reto. Por acreditar também na evolução do espírito o jovem monge pensou se tratar o anjo de um espírito atrasado que vivia a rondar o Tibete. Desde muito tempo que o velho monge já sabia que seus destinos e os do prof. Marlon estariam para se cruzar mais cedo ou mais tarde, e convergir para uma mesma direção – a Obala. Após ter dito essas coisas, o velho monge pede para que o prof. Marlon o aguarde, pois iria buscar o objeto de toda a conversa e propósito. Nesse momento, prof. Marlon aproveita para partir pois acreditava que a demasiada idade já teria alterado as capacidades mentais do velho monge, que aparentava já ter passado dos 100 anos. Se tais informações já seria difíceis de serem levadas em consideração por um ocidental comum, com credos e crenças, quanto mais para alguém sem crenças e totalmente cético. Não imaginava ele que esse, juntamente com o fato de seus conhecimentos arqueológicos, constituía o motivo maior para ter sido ele escolhido para cumprir tal missão. Quando já próximo de se aproximar do fim do corredor que o levou até o monge, de imediato é surpreendido com o velho monge que trazia consigo uma caixa, que em uma primeira análise parecia se tratar de algo muito antigo. E para surpresa maior do prof. Marlon, o velho monge diz que ali acabara a missão dele, e que a partir de então, tal pedra e o prof., deveriam seguir o mesmo caminho e destino. Mas que ele de forma alguma viesse tomar isso como motivo de preocupação, pois a medida que o tempo fosse passando, ele saberia o que fazer. Tomado de um misto de incredulidade com curiosidade após ter ouvido aquelas citações sobre a pedra, o prof. Marlon imediatamente leva as mãos a caixa como de forma a tentar abri-la. Porém para a\sua surpresa, é categoricamente impedido pelo velho monge, que o implora para que somente a abrisse quando tivesse deixado o país. 14 Quando indagado pelo prof. Marlon sobre a necessidade de tal medida, o velho monge disse que por séculos a misteriosa pedra permaneceu guardada no interior de tal caixa, que fora construída a partir de madeira sagrada, cortada de árvore do interior de um mosteiro muito antigo, chamado Gantey, em Phobjika. E que com tal madeira havia sido construído os portais do mosteiro. Pois para os gonches, que são as famílias religiosas que vivem para cuidar do templo e fazer as orações, os portais seriam os elementos mais importantes em uma edificação. Seriam os responsáveis por filtrar todas as forças e energias que possam tentar vir a entrar no ambiente, permitindo que apenas fluídos positivos avancem, e impedindo a entrada de toda e qualquer força negativa. Sem querer provocar a ofensa em tão idoso e gentil anfitrião, prof. Marlon atende a seu pedido de não abrir a caixa e ao se despedir se vê obrigado a prometer ao velho monge que não desistiria de sua nova missão, e o alerta dizendo que forças do mal tentariam de tudo para tentar impedi-lo de continuar, mas que com a ajuda de Buda, o bem prevaleceria. Assim sendo, mesmo sem acreditar em tais palavras, prof. Marlon adota tal objeto como um suvenier, em que no máximo o guardaria em sua estante de escritório. No entanto, prometeu que cumpriria a sua missão. Feliz por acreditar ter completado o motivo de sua missão e existência, o velho monge também deixa o calmo recinto, como de forma a mostrar ao seu convidado, como de forma a mostrar que sua presença a partir de então já não se faz mais necessário. Mais uma vez sob a presença daquelas estranhas e desconhecidas imagens e pinturas espalhadas pelas paredes e tetos que tanto pareciam contar a história daquele povo, de suas crenças e tradições e que tanto pareciam querer lhe dizer algo, prof. Marlon deixa aquele locar que sinistramente parecia ter sido colocado ali a sua frente para quele ele sem que nada temesse viesse a desvendá-lo. Ao sair, recebe de forma de um agradecimento um sorriso de um jovem monge, que sentado parecia estar tocar uma flauta. Depois de muito ter de se esforçar para encontrar o caminho de volta, prof. Marlon já no outro dia em seu quarto na pousada que estava hospedado, desperta de seu sono, após um dia de grandes jornadas, passeios e descobertas. E ainda deitado, percebe a presença da tão comentada caixa e que até então teria sido quase que por completa ignorada, mas que de alguma forma parecia estar ali o vigiando e o aguardando levantar para que agora sim pudesse vir a ser novamente o centro de todas as atenções. 15 E sem que ter a mínima noção do que o aguardava, prof. Marlon agora parte para um relaxante e despreocupado banho, a fim de aliviar a pressão sobre suas pernas e pés que tanto haviam caminhado e subido trilhas nos últimos dias. Minutos passam com a velocidade de horas, e o prof. Marlon cai em profundo sono deitado na banheira. Começa então um grande pesadelo em que ele se encontra deitado em uma cama, sendo surpreendido com a presença de uma lindíssima mulher a invadir o seu quarto. E sem que ele pudesse esboçar qualquer reação ou movimento, a mesma inicia em sua frente uma espécie de dança indiana e subitamente começa a seduzi-lo. Nesse momento, a caixa que até em seus sonhos se mostra presente começa a se abrir e a medida que o clima de volúpia vai aumentando, a caixa libera então uma multidão de escorpiões minúsculos , que como em busca de uma presa fácil, parte agora para invadir sua cama e a se aglomerar por cima da cama. Como que enfeitiçado pela presença da tal mulher, a macabra presença dos escorpiões de nada parece afetar a sintonia entre o casal que agora já se encontram aos beijos sobre a cama, até que um mar de sangue começa a manchar o lençol da cama e fazendo com que o prof. Marlon viesse a despertar violentamente assustado e intrigado com a caixa. Ainda atormentado, prof. Marlon se enxuga e veste um roupão. Então quebrando a promessa que havia feito ao velho monge, de que não abriria tal caixa em solo butanês, parte então para inspecionar seu "presente". Ao manusear a caixa, percebe que a mesma é revestida de um belo tecido ilustrado com a presença de entidades espirituais sagradas para aquele povo e que parecem se confrontarem em meio a dois dragões. Sem mais aguardar, resolve abri-la. E ao fazê-lo, percebe que a sua frente se faz presente o objeto mais belo que seus olhos já puderam visualizar. A antiga e lendária pedra nada mais parecia ser do que algo semelhante a uma safira, porém de cor vermelha intensa, cujo peso surpreendentemente parecia girar em torno de 300 gramas. A pedra era envolvida por duas grandes ligas de material semelhante ao mais puro ouro, e possuía em seu centro, como que gravada em alto relevo, uma magnífica pirâmide. 16 Em todos os pontos da pedra eram encontradas inscrições , símbolos e ago que de muito se assemelhava a um mapa. Porém o que mais provocava um total estado de perplexidade por parte do prof. Marlon era o fato de as inscrições parecerem de muito com os antigos hieroglifos encontrados nas famosas pirâmides do Egito. Deparava-se então não mais com um simples objeto, mas sim com algo que poderia vir a se tornar uma de suas maiores descobertas, não só por seu valor econômico, mas histórico e científico, e pelo grande achado que poderia vir a representar. Ainda mais uma vez que a presença de tal pedra naquele local, de nada tem explicação geograficamente com a realidade egípcia. Agora o prof. Marlon inesperadamente se vê obrigado a retornar até ovelho monge em busca de mais informações a respeito da origem da intrigante pedra. 17 AS CRENÇAS 18 O dia realmente era chuvoso. E apesar do não se encontrar totalmente restabelecido do cansaço dos últimos dias, prof. Marlon decide se arrumar para procurar o seu notório guia, para que ele o conduzisse até aquele templo que a partir de agora tantos encantos parecia despertar. Após muito procurar, consegue então finalmente encontrar Hong-Ling, nome pelo qual era conhecido seu guia de apenas 18 anos, e que ainda assim gozava de grande reputação no vilarejo. Após expor-lhe parcialmente a necessidade de retornar aquele templo, por precisar encontrar determinada pessoa, recebe a informação de que tal hora já não mais era oportuna, pois já era de conhecimento que uma tempestade se aproximava, e tal percurso não poderia ser realizado sob tais condições devido ao fato de o vilarejo onde se encontravam não possuir meios de transporte que agilizassem tal deslocamento. Frustrado sobre tal indisponibilidade, prof. Marlon pede para que seu guia o aguardasse ali, até que tal tempestade cessasse. Pois a necessidade de retornar até aquele local já o fazia sentir calafrios como se estivesse em profunda depressão, a medida de que com o passar do tempo, perguntas e respostas iam se formando. Esse porém constituía um benefício, pois com o passar do tempo, as dúvidas e questionamentos iam se formando. Esse porém parecia um benefício, pois com o deslizar do tempo, as perguntas iam sendo cuidadosamente anotadas pelo experiente prof., para que quando chegasse o momento de reencontro, nenhuma indagação viesse a faltar Aproveitando o fato de estar ali na presença do rapaz, e de ser ele muito famoso e popular na região, apesar de sua idade. Prof. Marlon resolve questioná-lo a respeito da origem do "desconhecido" templo e de seus residentes. 19 Hong-Ling apesar de ainda não estar muito certo sobre qual templo estaria sendo indagado devido a confusa descrição por parte do prof., sobre o citado local, e ainda devido ao fato de a região ser praticamente cercada de vários templos. Contudo, pensa se tratar do templo de Bandjey, cuja a existência é de conhecimento de vários povos, desde o Tibete até a Índia, por se tratar de um dos locais mais sagrados dentre esse deslumbrante universo budista. Frequentado apenas pelos monges mais antigos, e de um grau de elevação acentuado, cujo acesso é restrito até mesmo aos demais monges. Quando perguntado sobre seus residentes, respondeu ser composto apenas de pouquíssimos monges, que devido ao fato de dedicarem suas vidas inteiras às orações, raríssimas vezes são vistos em seu exterior. Intrigado, prof. Marlon insiste em perguntar sobre seu misteriosos residentes, citando a figura do monge Monguytsung e questionando sobre o mesmo. Porém não imaginava ele a resposta que estaria por vir. O jovem guia sem hesitar de nenhuma forma responde-lhe se tratar esse nome, do primeiro e mais antigo Dalai Lama nomeado no Tibete. País esse extremamente montanhoso e constituído por diversos rios importantes, como o Bramaputra e o Yang-tsé. Semelhante ao Butão, o Tibete se manteve praticamente isolado do resto do mundo até a década de 50. O país até então era governado por grandes latifundiários e pelos "chefes lamas" (monges da religião predominante da região). O lamaísmo, uma espécie de fusão do budismo com outros diversos cultos locais, tem como chefe supremo o Dalai Lama, que representa a liderança religiosa na região, e hoje também exerce influência significativa também em todo o mundo ocidental. Devido a maior parte do solo ser pobre e inadequado a agricultura, a maioria dos tibetano leva uma vida quase nômade nos planaltos isolados, onde são criados animais domésticos como o ianque, típico da região. Com a invasão chinesa de 1950, os chineses estabeleceram pequenas e grandes indústrias, redistribuíram terras e destruíram totalmente a estrutura teocrática que havia na região. Em 1959, dominaram uma revolução separatista e muitos tibetanos, inclusive o Dalai Lama, se viram obrigados a fugir do Tibete, instituindo com isso novos templos e moradas em outras regiões. 20 Ainda dotado de total perplexidade, prof. Marlon não consegue se fazer acreditar em tal informação, e somente consegue entender tratar-se de um grande e explicável equívoco. Pois segundo Hong Ling o dito monge teria morrido muitas décadas antes de o mesmo vir a nascer. Prof. Marlon nesse momento chega até a pensar que estaria diante de uma grande brincadeira, e resolve por partir naquele momento mesmo em direção ao monte, ainda que ignorando todas as recomendações do jovem guia. Mesmo sem praticamente de nada conhecer o caminho, até pela grande dificuldade que tinha sido encontrar o retorno para a pousada sem a presença do guia, quando do dia anterior que esteve no mosteiro, e ainda de ter de contar novamente com a ausência do guia, que se recusava a caminhar sob trovões, por acreditar segundo as lendas locais que os trovões eram sinais de descontentamento dos deuses em relação às heresias e pecados cometidos pelo homem, prof. Marlon ainda assim insiste em prosseguir. Embora a chuva de muito castigasse, a precoce intensão de alcançar novamente o então já misterioso templo predominava sobre o prof. Marlon agora quase como uma obsessão. Após um longo e exaustivo percurso, marcado por erros e acertos que de muito ainda retardaram o sucesso do prof., em encontrar o templo, o famoso professor finalmente consegue encontrar aquele que novamente viria ser palco de grandes e marcantes descobertas. Ao chegar, para a sua surpresa encontra os portões fechados, diferente de quando da primeira vez que pareciam estar abertos a convidá-lo. E após bater com um galho em seu portão de ferro por várias vezes e sem êxito, chega a conclusão que parecia que tal portão não viria a ser aberto para ele. Inconformado por ter de estar voltando para os EUA no dia seguinte, e por ser aquela talvez a última oportunidade de encontrar o velho monge, e ter pelo menos um mínimo de perguntas respondidas, prof. Marlon resolve, utilizando-se de uma árvore, transpor os altos e vigorosos muros do mosteiro. Já depois de muito tempo gasto para alcançar seu objetivo de adentrar o mosteiro, haja visto a dificuldade para transpor tal barreira, prof. Marlon vagueia sutilmente por um jardim que repousa sobre um leve vão entre dois pavilhões. Até que de repente, prof. Marlon tem sua discrição abalada com a interrupção de seu anonimato por um outro velho monge. Nesse instante facilmente poderia se perceber que tal encontro gerava um certo desconforto no monge em relação ao estranho que parecia ter realmente invadido o mosteiro, e consequentemente colocando em risco todo o respeito pelo sagrado local. 21 Revelando toda essa preocupação, e aproveitando que o presente estranho ainda não havia percebido que havia sido notado, o velho monge saca ocultamente de um jarro, e de forma ríspida atinge violentamente a cabeça do prof. Marlon, que de imediato vem a cair desacordado e sem demonstrar nenhuma reação. Horas mais tarde, já deitado em uma singela cama, prof. Marlon começa a tentar demonstrar sinais de que viria a despertar, e consegue. Ao acordar, nota sobre sua cabeça algo como uma folha embebecida em vinagre. E ainda com uma enorme enxaqueca e visão acentuadamente turva, percebe que alguém de maneira discreta, mas atenta se punha a vigia-lo. Com o retorno por completo de seus sentidos, prof. Marlon imediatamente se põea indagá- lo sobre os últimos acontecimentos que o levaram àquela condição. Nesse momento, ainda que de forma branda, o velho monge que tanto lhe observava, resolve por questioná-lo sobre sua origem, seus interesses e o porquê de sua "visita" e da urgência de sua invasão. O até então estranheiro resolve por se apresentar e explanar o porque de sua presença e do motivo de sua lamentável forma de ingresso. Respondeu ele estar prestes a retornar aos EUA, mas que seu retorno não poderia ser consumado sem que dúvida e perguntas fossem respondidas. E que sabia que somente ali encontraria as respostas que tanto procura. Afirmou querer falar com o monge Manguytsung a respeito da verdadeira origem da pedra e sobre os assuntos que haviam sidos tratados ali no dia anterior, e que por incredulidade dele não havia tido a devida preocupação em coletar respostas suficientes, acreditando que tudo que havia sido falado ali pelo monge seria fruto de sua elevada idade. Diante de período de congelante silêncio, o ainda desconhecido monge inicia sua fala dizendo se tratar aquele monge narrado de um homem de resplendor muito sagrado entre os budistas. Por ter sido ele um dos grandes difundidores da filosofia budista, fundada por Sirdata Gautama, ou simplesmente Buda, palavra essa que significa o iluminado, mas que infelizmente sua existência não mais se fazia presente neste plano astral. Filho de um rajá ou príncipe, Sirdata viveu na Índia a quinhentos anos antes de Cristo. Nascido em Kapilavastu, capital de um reino próximo ao Nepal. Conta as crenças que durante uma viagem de milhas feitas sobre elefantes, sua mãe que se encontrava grávida, começou a sentir os presságios do parto, e sem que nenhuma dor sentisse, e contando ainda com a reverência das árvores, que ali os cercavam, cujas copas se tornaram prostradas para assistir ao nascimento, deu a luz ali ao pequeno e grande príncipe. 22 Sirdata, foi criado em meio a todo o luxo que a um príncipe é reservado, porém tendo sempre ocultada a verdade de como seria de fato a vida. Pois para seus pais, caberia a ele saber e presenciar apenas as coisas boas da vida, sem jamais tomar conhecimento dos sofrimentos e doenças que o ser humano estaria sujeito a sofrer, até mesmo a existência da morte desconhecia. Somente aos trinta anos conseguiu fugir do palácio e tomar conhecimento do outro lado da realidade inexistente para ele até então, como a pobreza, a fome, as doenças que tanto matavam naquela época como a lepra. Coisas das quais seus pais sempre o impediram de tomar ciência. Após tal desilusão em relação a verdade da vida, Sirdata abandonou tudo o que tinha, indo viver como eremita nas florestas, tentando com isso encontrar a plenitude espiritual. Dedicou sua vida também ao auxílio dos doentes, sem jamais ser contaminado por praga alguma. Diz-se também que ele atingiu a sua elevação espiritual meditando à sombra de uma figueira sagrada. Daí em diante, propagou sua doutrina até os oitenta anos de idade, quando morreu por volta de 483 a.C. Segundo alguns dos princípios budistas, o homem somente encontra a evolução pelo seu próprio esforço, através das quatro verdades sagradas: 1 – Verdade sobre a dor; 2 – Verdade sobre a origem da dor; 3 – Verdade sobre a supressão da dor; 4 – Verdade sobre o caminho que leva a dor. Também segundo o budismo, quando um homem alcança a iluminação, penetra em um estado chamado de Nirvana, estado no qual se torna alheio a desejos e sofrimentos. De acordo com Buda, todas as coisas mudam, nada é permanente. Sendo assim, as pessoas nasceriam e renasceriam várias vezes, explicando com isso os sofrimentos da vida presente, mediante as causas da vida passada. Atendo a cada palavra proferida, prof. Marlon não consegue esconder o patamar de confusão em que encontra a sua mente naquele instante e diante de todas aquelas palavras e explicações. Consequentemente percebia dentro de si que mais perguntas começavam a brotar em seu interior. Argumenta então que ele mesmo há algumas dezenas de horas atrás havia recebido das mãos do próprio monge Manguytsung a já mencionada pedra. Ao ouvir isso, o velho monge é tomado de grande emoção, algo raro entre os monges devido aos seus conhecidos controles sobre a mente e sobre as emoções. 23 E a partir daí, o informa que o citado monge havia desencarnado desse mundo há muitos anos atrás. Nesse momento, faz de forma sutil um gesto para que o estrangeiro cordialmente o acompanhasse por um passeio pelo templo, e mesmo com ainda alguma dificuldade, prof. Marlon de pronto aceita o convite, ainda que sem muito acreditar no que acabara de ouvir. Após um breve caminhar, passam propositadamente em frente a um local onde havia um quadro como retrato do velho monge. Chegando ali, com a confirmação do prof., de se tratar realmente daquela pessoa, o velho monge pede para que o estrangeiro gentilmente o contasse tudo que tivesse sido dito e ouvido naquele mencionado dia em que ocorreu o encontro entre ambos. Ao tomar conhecimento acerca da questão que se formava, o velho lama se manifesta dizendo lamentar em não poder ajudá-lo, pois a menção de tal pedra, sempre teria se passado como algo restrito apenas aos monges mais antigos e que era tratada como segredo. Contudo já que se mostrava concreta a tese de sua existência a partir daquele momento, e que o próprio Monguytsung havia se preocupado em entregá-lo pessoalmente. Então aconselhava-o a seguir fielmente as instruções que havia recebido, e que não se preocupasse pois certamente o consagrado monge não o abandonaria nessa jornada, e iria auxiliá-lo sempre nessa missão que havia recebido, dando dicas ao seu íntimo até que tudo que estava previsto viesse a se cumprir. Independente do quão longe estivesse. …......CONTINUA E-mail: quandoosanjoscaem@hotmail.com Facebook: https://www.facebook.com/groups/1402385200014303/ https://www.facebook.com/pages/Livro-Quando-Os-Anjos-Caem-When-Angels- Fall/264438837049067 http://www.youtube.com/watch?v=H3o_4pFkdZk
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