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ANEMIA FALCIFORME Monitores: Gunter Mateus e Isabela Gomes EPIDEMIOLOGIA • Durante os 6 primeiros meses de vida são assintomáticos (HbF) • Maior frequência após três meses de vida • No Brasil é mais comum no nordeste e sudeste – 35 a 40 mil pessoas • Mais prevalente na população masculina e negra • Mortalidade de 25 a 30% entre crianças menores de 5 anos • Expectativa de vida para homens: 42 anos para mulheres: 48 anos Hemoglobina • HbF, HbA, HbA2 • HbS Mutação no 6º codon do cromossomo 11 da cadeia β Substituição de A (GAG) por T (GTG); Ác. Glutâmico Valina HbA HbS Estabilidade e solubilidade • Formação de polímeros na forma desoxigenada • Interações hidrofóbicas entre Hb próximas Polimerização • Grau de desoxigenação • Concentração de HbS e HbF Consequências • Desidratação celular • Perda de potencial deformatório • Maior adesão ao endotélio • Formação de trombos na micro e macrocirculação Sintomas • Anemia • Dor • Insuficiência de múltiplos órgãos • Crises falcêmicas CRISES FALCÊMICAS • Calor • Frio • Estresse psicológico • Infecções • Trauma • Desidratação COMPLICAÇÕES • AVC • Retinopatia • Complicações ósseas • Úlcera de perna • Hepatobiliares • Pulmonares – STA • Renais • Priapismo • Ósseas • Cardíacas • Obstétricas DIAGNÓSTICO • NEONATAL: teste do pezinho (4° a 5° dia de vida) ELETROFORESE DE HEMOGLOBINA • Sintomas: 4 a 6 meses de idade. • Diagnóstico: hemograma + exame clínico do paciente • Alterações do hemograma: 1. Hemácias deformadas 2. Anemia – baixa quantidade de hemácias e baixo Ht 3. Leucocitose 4. Enzimas hepáticas TGO/TGP TRATAMENTO • Medidas gerais: boa nutrição; profilaxia; diagnóstico e terapêutica precoce de infecções; manutenção de boa hidratação e evitar condições climáticas adversas. • Hidratação – 2L/dia (pacientes mais susceptíveis à desidratação) • Profilaxia contra infecções Pneumococo – evolui para pneumonia, meningite e bacteremia. Vacinação • Reativação da Síntese de HbF – Hidroxiureia • Transfusão – indicada em casos de complicações CASO CLÍNICO • ID: Homem, 19 anos, negro, natural do interior da Bahia e procedente de Osasco (SP), desempregado. • QP: “Dor nas pernas há 3 dias.” • HDA: O paciente refere que, há cerca de 3 dias, começou a sentir dores em membros inferiores. As dores nas pernas se iniciam de forma abrupta e progressiva. No início, cediam com uso de analgésicos simples, como paracetamol e dipirona, porém há 1 dia, como as dores haviam piorado, procurou o Pronto Socorro de sua cidade para receber analgésicos mais potentes e de forma endovenosa. Hoje, pela manhã, fez um hemograma em sua cidade e foi constatado anemia grave. Foi encaminhado a este serviço para investigar a causa da anemia e da dor em membros inferiores. No momento da admissão na Unidade de Emergência, referia dores em membros inferiores de forte intensidade. Negava outros sintomas, como: tosse, febre, cefaléia, dor abdominal ou mudança do hábito intestinal. Referia que desde criança sentia dores pelo corpo esporadicamente, semelhante ao quadro atual. • AP: Nasceu de parto normal em casa; negou ter realizado teste do pezinho. Refere que, como moravam no sertão da Bahia, raramente procuravam assistência médica, sendo tratado com chás e ervas da região. Ao ser perguntado sobre o cartão de vacinação, paciente não soube informar se é imunizado. Paciente possui histórico recorrente de infecções. Refere que possuía uma irmã mais nova que também sofria de anemia e de dores pelo corpo, mas ela faleceu há 2 meses devido a um derrame cerebral. • AF: Refere pais saudáveis. Ao exame físico, paciente refere palidez cutânea severa, presença de úlcera na perna esquerda de longa data, refere que olhos ficam amarelados constantemente. Refere ainda dores musculares e articulares com frequência. Além disso, apresenta episódios de priapismo desde a adolescência. • Hemograma: Hb: 6,2 g/dl (VN: 13,5 – 17,5 g/dL) Leucócitos: 14.800/µL (VN: 3500 - 10500/µL) Ht: 18,4% (VN: 39 – 50%) neutrófilos: 8.100 (1700 – 8000) eosinófilos: 900 (50 – 500) linfócitos: 5.200 (900 – 2900) Plaquetas: 545.000/µL (150 – 450 x 103/µL) monócitos: 600 (300 – 900) Contagem de reticulócitos: 11% (VN: 1 – 2,25%) OBS: série vermelha: presença de hemácias em forma de foice em grande quantidade. • O diagnóstico de anemia falciforme foi comprovado pelo exame de eletroforese de hemoglobina. QUESTÕES • Questões • 1. Que fatores epidemiológicos apontam para anemia falciforme? 2. Quais sintomas apresentados pelo paciente confirmam essa hipótese? 3. Qual a principal alteração bioquímica nessa patologia? 4. Quais são as principais alterações que ocorrem nas hemácias falcizadas? 5. Qual seria o tratamento? 6. Por que o paciente possui histórico recorrente de infecções?
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