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Igor Demétrio 1 Direito Civil – Parte Geral e LINDB Igor Demétrio Igor Demétrio 2 Direito Civil – Parte Geral e LINDB Direito Civil é o direito comum que rege as relações entre os particulares. O Código Civil de 2002 tem como princípios básicos o da socialidade, eticidade e operabilidade. Socialidade: Reflete a prevalência dos valores coletivos sobre os individuais, sem perda, porém, do valor fundamental da pessoa humana. Eticidade: Funda-se no valor da pessoa humana como fonte de todos os demais valores. Prioriza a equidade, boa-fé, justa causa. Operabilidade: Leva em consideração que o direito é feito para ser efetivado, para ser executado. Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro LINDB Anexa ao Código Civil, porém autônoma não fazendo parte dele. Contém 19 artigos. Fontes Fontes Históricas: São aquelas das quais se concorrem os estudiosos, quando querem investigar a origem histórica de um instituto ou de um sistema. Fontes Formais: Analogia, costume e princípios gerais do Direito. Fontes Não-Formais: Doutrina e a Jurisprudência. Lei nasce com a promulgação, mas só começa a vigorar com a publicação. Início da Vigência Art. 1º LINDB: A lei começa a vigorar 45 dias depois de publicada. §1º: No estrangeiro quando admitida a lei começa a vigorar depois de 3 meses da publicação. Vacatio Legis: O intervalo de tempo entre publicação e a sua entrada em vigor da lei. Art. 2º LINDB: Não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até que outra a modifique ou revogue. Se durante a Vacatio legis ocorrer nova publicação de seu texto, para correção de erros materiais ou falha de ortografia, o prazo da obrigatoriedade começará a correr da nova publicação (LINDB Art. 1º §3º). Igor Demétrio 3 Se a lei já entrou em vigor, tais correções são consideradas lei nova, tornando obrigatória após o decurso da Vacatio legis (LINDB Art. 1º §4º ). A contagem de prazo para entrada em vigor das leis que estabeleçam período de vacância far-se-á com a inclusão da data da publicação e do último dia do prazo, entrando em vigor no dia subsequente á sua consumação integral. Art. 8º §1º Lei Complementar 95/ 1998. Revogação: É a supressão da força obrigatória da lei, retirando-lhe a eficácia. Ab-rogação: Revogação total. Derrogação: Revogação Parcial. Revogação Expressa: Quando a lei nova declara de modo taxativo r inequívoco que a lei anterior ou parte dela foi revogada (LINDB Art. 2º§1º). Revogação Tácita: Quando mostra-se incompatível com a lei antiga ou regula inteiramente a matéria de que trata a lei anterior LINDB Art. 2º§1º. Art. 2º §2º LINDB: A lei nova que estabeleça disposições gerais ou especiais a par das já existentes não modifica nem revoga lei anterior. Antinomia: É a presença de duas normas conflitantes. Resolução a) Critério Cronológico: a norma posterior prevalece sobre a anterior. b) Critério da especialidade: a norma especial prevalece sobre a geral. c) Critério hierárquico: a norma superior prevalece sobre a inferior. Repristinação: É a restauração da lei revogada pelo fato da lei revogadora ter perdido a sua vigência. Art. 2º §3º LINDB: Salvo disposição contrária, a lei revogada não se restaura por ter a lei revogadora perdido a vigência. Art. 3º LINDB: Ninguém se escusa de cumprir a lei alegando que não a conhece. Art. 4º LINDB: Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com analogia, os costumes e os princípios gerais do direito. Analogia: Aplicando à hipótese não prevista em lei um dispositivo legal relativo ao caso semelhante. Analogia Legis: Consiste na aplicação de uma norma existente, destinada a reger caso semelhante ao previsto. Analogia Juris: Um conjunto de normas, para obter elementos que permitam a sua aplicação ao caso sub judice não previsto, mas similar. Costume: Determinada prática repetida de forma uniforme e constante na sociedade em que ela tem a convicção de sua obrigatoriedade. Igor Demétrio 4 Costume Secundum Legem: Quando se acha expressamente referido na lei. Costume Praeter Legem: Quando se destina a suprir a lei, nos casos omissos, como prevê o artigo 4º da LINDB. Costume Contra Legem: É o que se opõe a lei. Princípios Gerais do Direito: São estes constituídos de regra que se encontram na consciência dos povos e são universalmente aceitas, mesmo não escritas. Equidade: Não constituiu meio supletivo de lacuna da Lei, sendo mero recurso auxiliar da aplicação desta. É utilizado quando a lei expressamente a permite. Art. 5º LINDB: Na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins sociais a que ela se dirige e ás exigências do bem comum. Interpretação Quanto à origem Interpretação Autêntica: é a feita pelo próprio legislador por outro ato. Este, reconhecendo a ambiguidade da norma, cria uma nova lei, destinada a esclarecer a sua intenção. Interpretação Jurisprudencial: é a fixada pelos tribunais. Interpretação Doutrinária: é a feita pelos estudiosos e comentaristas do direitos, os jurisconsultos. Quanto ao meio Interpretação gramatical: é também chamada de literal porque consiste em exame do texto normativo sob o ponto de vista linguístico, analisando a pontuação, a colocação das palavras na frase, a sua origem etimológica. Interpretação Lógica/ Racional: Atende ao espírito da lei, procura-se apurar o sentido e a finalidade da norma, a intenção do legislador por meio de raciocínios lógicos, com abandono dos elementos puramente verbais. Interpretação Sistemática: Parte do pressuposto de que uma lei não existe isoladamente e deve ser interpretada em conjunto com outras pertencentes à mesma província do direito, levando-se em conta, ás vezes, o livro, o título, o capítulo, a seção e o parágrafo. Interpretação Histórica: Baseia-se na integração dos antecedentes da norma do processo legislativo a fim de descobrir o seu exato significado. Interpretação Sociológica/ Teleológica: tem por objeto adaptar o sentido ou finalidade da norma às novas exigências sociais, com abandono do individualismo que preponderou no período anterior à edição da LINDB. Quanto ao Resultado Igor Demétrio 5 Declarativa: Quando proclama que o texto legal corresponde ao pensamento do legislador. Extensiva: O intérprete conclui que o alcance ou espírito da lei é mais amplo do que indica o sue texto, abrangendo implicitamente outras situações. Restritiva: Impõe limitação do campo de operação da lei. Conflito de Leis no tempo Disposição Transitória: São elaboradas pelo legislador no próprio texto normativo, destinadas a evitar e solucionar conflitos que poderão emergir do confronto da nova lei com a antiga, tendo vigência temporária. Irretroativa: é a lei que não se aplica ás situações constituídas anteriormente. CF Art. 5º XXXVI e LINDB Art. 6º §§ 1º ao 3º : Irretroatividade da lei como regra. Não pode atingir o ato jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada. Ato jurídico Perfeito: é o já consumado segundo a lei vigente ao tempo em que se efetuou. Direito adquirido: É o que já se incorporou definitivamente ao patrimônio e à personalidade de seu titular. Coisa julgada: É a individualidade dos efeitos da sentença, não mais sujeita a recurso. Art. 15 LINDB Sentença Proferida no Estrangeiro Requisitos a) Haver sido proferida por juiz competente; b) Terem sido as partes citadas ou haver-se legalmente verificado a revelia; c) Ter passado em julgado e estar revestidodas formalidades necessárias para a execução no lugar que foi proferida; d) Estar traduzida por intérprete autorizado; e) Ter sido homologada pelo STF. Personalidade Jurídica O conceito de personalidade está inicialmente ligado ao de pessoa. Todo aquele que nasce com vida torna-se uma pessoa, ou seja, adquire personalidade. Art. 1º CC: Toda pessoa é capaz de direitos e deveres na ordem civil. A capacidade é a medida da personalidade, para uns ela é plena, para outros, limitada. Todos têm capacidade de direito, porém, nem todos têm de fato. Relação jurídica é toda relação de vida social regulada pelo Direito. Art. 2º CC: O nascimento com vida é o marco inicial da personalidade. Igor Demétrio 6 Para saber se a criança viveu usa-se esse método: Docimasia Hidrostática de Galeno. Teorias sobre a situação jurídica do nascituro Natalista: A firma que a personalidade civil somente se inicia com o nascimento com vida. Personalidade Condicional: Sustenta que o nascituro é pessoa condicional, pois a aquisição da personalidade acha-se sob a dependência da condição suspensiva, nascimento com vida. Teoria Concepcionista: Admite que se adquire a personalidade antes do nascimento, ou seja, desde a concepção ressalvadas apenas os direitos patrimoniais, decorrentes de herança, legado e doação, que ficam condicionados ao nascimento com vida. Incapacidades Dependem da Idade, saúde e desenvolvimento intelectual. No direito Brasileiro não existe incapacidade de direito, porque todos se tornam ao nascer capazes de adquirir direitos. Incapacidade Absoluta Devem ser representados. Art. 3º CC. Menores de 16 anos. Incapacidade Relativa Aqueles que por causa transitória ou permanente não puder exprimir sua vontade: Em virtude de alguma patologia ( coma, paralisia, embriaguez não habitual, uso eventual e excessivo de entorpecentes ou substâncias alucinógenas). Art. 4º CC. A incapacidade relativa permite que o incapaz pratique os atos da vida civil, desde que assistida por seu representante legal. Art. 4º I CC: Os maiores de 16 e menores de 18 anos: São os menores púberes, já foi dito que podem praticar apenas determinados atos sem a assistência de seus representados: aceitar mandato, ser testemunha, fazer testamento. Art. 4º IV CC: Pródigo: é o indivíduo que dissipa o seu patrimônio desvairadamente, é o indivíduo que, por ser portador de um defeito de personalidade, gosta gasta imoderadamente, dissipando o seu patrimônio com o risco de reduzir-se à miséria. Emancipação É a aquisição da capacidade civil antes da idade legal. Emancipação voluntária: É a concedida pelos pais, se o menor tiver 16 anos completos. Emancipação Judicial: É a deferida por sentença, ouvido o tutor, em favor do tutelado que já completou 16 anos. Emancipação legal: É a que decorre de determinados fatos previstos na lei. A emancipação em qualquer de suas formas é irrevogável. Igor Demétrio 7 Extinção da personalidade natural Art. 6º CC Morte real: é apontado no Art. 6º do CC como responsável pelo término da existência da pessoa natural. A sua prova faz-se pelo atestado de óbito ou por declaração presumida sem decretação de ausência Art. 7º CC. Comorriência: Se dois ou mais indivíduos falecem na mesma ocasião (não precisa estar no mesmo lugar) não se podendo averiguar qual deles morreu primeiro presumir-se-ão simultaneamente mortos. Morte Civil: Quando uma pessoa mesmo em vida não tem mais direitos civis, como se fosse morta. Morte presumida: Permite a decretação da morte presumida com ou sem a decretação de ausência. Os principais elementos individualizadores da pessoa natural Nome: Designação que a distingue dos demais e o identifica no seio da sociedade. Estado: Indica a sua posição na família e na sociedade política. Domicílio é a sede jurídica. Elementos do nome a) Prenome ( Carlos ) b) Sobrenome ( Pontes da Silva) c) Agnome ( filho, neto, sobrinho) Prenome (patronímico): É o nome próprio de cada pessoa e serve para distinguir membros da família. Simples ou compostos. Sobrenome: É sinal que indica a procedência da pessoa indicada a sua filiação ou estirpe. Pode haver mudança do prenome e sobrenome em caso de adoção. O nome completo pode também sofrer alterações no casamento e na separação judicial e divórcio, na adoção, no reconhecimento do filho, na união estável e no caso de transexualismo. Domicílio Art. 70 CC. Domicílio: O lugar onde a pessoa, de modo definitivo, estabelece a sua residência e o centro principal de sua atividade. Domicílio Voluntário: É aquele que depende da vontade exclusiva do interessado. Domicílio Especial: É a sede jurídica ou o local específico no contrato para o cumprimento das obrigações dele resultante. Domicílio Legal ou necessário: É o determinado por lei, em razão da condição ou situação de certas pessoas ( incapaz, marítimo, servidor público, militar, preso). Obrigados a fazer a declaração de Nascimento Igor Demétrio 8 1º os pais. 2º o parente mais próximo. 3º Os administradores dos hospitais ou os médicos e parteiras. 4º Pessoa idônea da casa em que ocorre o parto. 5º Pessoas encarregadas da guarda do menor. Características dos direitos da personalidade a) Intransmissibilidade: Não podem os seus titulares deles dispor, transmitindo-os a terceiros, renunciando ao seu uso ou abandonando-os, pois nascem e se extinguem com eles, dos quais são inseparáveis. b) Absolutismo: São tão relevantes e necessários que impõe a todos um dever de abstenção. c) Não limitação: Existem vários direitos de personalidade. d) Imprescritibilidade: O direito da personalidade não se extingue pelo uso ou decurso de tempo. e) Impenhorabilidade: Não podem ser penhorados, pois a constrição é ato inicial da venda forçada determinada pelo juiz para satisfazer o crédito do exequente. f) Não sujeição à desapropriação: não são susceptíveis a desapropriação. g) Vitaliciedade: Os direitos da personalidade inatos são adquiridos no instante da concepção e acompanham a pessoa até sua morte. Art. 15 CC. A regra obriga os médicos nos casos mais grave, a não atuarem sem prévia autorização do paciente, que tem a prerrogativa de se recusar a se submeter a um tratamento perigoso. A sua finalidade é proteger a inviolabilidade do corpo humano. Ausência Ausente: é a pessoa que desaparece de seu domicílio sem dar notícia de seu paradeiro e sem deixar um representante ou procurador para administrar-lhe os bens Art. 22 CC. De início o Código Civil quer preservar os bens deixados pelo ausente para as hipóteses de seu eventual retorno: ao depois transcorrido um período de tempo sem que o ausente regresse, o legislador, desacoroçoado de esperar sua volta, passa a cuidar do interesse de seus herdeiros. Cessa a curadoria a) Pelo reaparecimento do ausente, do seu procurador ou de quem o represente. b) Pela certeza da morte do ausente. c) Pela sucessão provisória. Cessa a sucessão provisória Igor Demétrio 9 a) Quando houver certeza da morte do ausente. b) Dez anos depois de passada em julgado a sentença da sucessão provisória. c) Quando o ausente conta com oitenta anos de idade e houverem cinco anos das ultimas notícias suas. Pessoas Jurídicas Teorias Teoria da Ficção Teoria da Realidade Teoria da Ficção Legal Teoria da ficção doutrinária As pessoas jurídicas são realidades vivas e não mera abstração tendo existência própria como os indivíduos.Desenvolvida por Savigny a pessoa jurídica constitui uma criação artificial da lei, um ente fictício, pois somente a pessoa natural pode ser sujeito da relação jurídica e titular de direitos objetivos. A pessoa jurídica não tem existência real, mas apenas intelectual, ou seja, na inteligência dos juristas sendo assim uma mera ficção criada pela doutrina. As teorias da ficção não são aceitas hoje. Teoria da realidade objetiva/ orgânica. Teoria da realidade jurídica/ institucionalista. Teoria da realidade técnica. A pessoa jurídica é uma realidade sociológica ser com vida própria que nasce por imposição das forças sociais. Considera as pessoas jurídicas como organizações sociais destinadas a um serviço ou ofício, e por isso personificadas. A personificação dos grupos sociais é de ordem técnica, a forma encontrada pelo direito para reconhecer a existência de grupos de indivíduos que se unem na busca de fins determinados. Requisitos para a constituição da pessoa jurídica a) Vontade humana criadora (intenção de criar uma entidade distinta de seus membros): A vontade humana materializa-se no ato de constituição que deve ser escrito. São necessários duas ou mais pessoas com vontades convergentes ligadas por uma intenção comum. b) Elaboração do ato constitutivo: Igor Demétrio 10 Estatuto para associações Contrato social para sociedades simples ou empresárias. Escritura Pública ou testamento para as fundações. c) Registro do ato constitutivo no órgão competente. d) Liceidade de seu objetivo. Classificação das pessoas jurídicas Quanto à nacionalidade: Nacional e estrangeira. Quanto à estrutura interna: Corporação (associações e sociedades) e fundações. 1º Corporação: Constitui um conjunto de pessoas reunidas para melhor consecução de seus objetivos. Associações: União de pessoas que se organizam para fins não econômicos. Sociedade: Tem fim econômico e visam o lucro, que deve ser dividido entre os sócios. 2º Fundação: Compõe-se de um patrimônio personalizado destinado a um determinado fim. Quanto à função ou à órbita de sua atuação. Direito Público Direito Privado Externo Interno Corporações Fundações Estados da comunidade internacional. Administração direta Administração indireta Associações Sociedades simples Sociedades empresárias União, Estados, DF, Municípios, Territórios. Autarquias, fundações públicas entre outras criadas por lei. Fundações Conjunto de bens personalizados dirigidos a um determinado fim. As fundações extinguissem-se em dois casos: 1 – se se tornar ilícita(nociva), impossível ou inútil a sua finalidade; 2 – Se vencer o prazo de sua existência. Igor Demétrio 11 Caracteriza-se a desconsideração inversa da pessoa jurídica quando é afastado o princípio de autonomia patrimonial da pessoa jurídica para responsabilizar a sociedade por obrigação do sócio, como, por exemplo, na hipótese de um dos cônjuges, ao adquirir bens de maior valor, registrá-los em nome de pessoa jurídica sob seu controle, para livrá-los da partilha a ser realizada no caso de separação judicial. Ao se desconsiderar a autonomia patrimonial, será possível responsabilizar a pessoa jurídica pela dívida ao ex-cônjuge sócio. Extinção da Pessoa Jurídica a) Convencional: Por deliberação de seus membros conforme quórum previsto nos estatutos ou na lei. A vontade humana criadora, hábil a gerar uma entidade com personalidade distinta de seus membros é também capaz de extingui-la. b) Legal: Em razão de motivo determinado na lei. c) Administrativa: Quando a pessoa jurídica depende de autorização do Poder Público e esta é cassada, seja por infração a disposição de ordem pública ou prática de atos contrários aos fins declarados no estatuto seja por se tornar ilícita, impossível ou inútil a sua finalidade. d) Judicial: Quando se configura algum caso de dissolução previsto na lei ou no estatuto, especialmente quando a entidade se desvia dos fins para que se construiu, mas continua a existir, obrigando um dos sócios a ingressar em juízo. Bens Coisa é o gênero do qual bem é espécie. Bens são coisas que por serem úteis e raras, são suscetíveis de apropriação e contém valor econômico. Bens são coisas materiais, concretas, úteis aos homens e de expressão econômica, suscetíveis de apropriação, bem como os de existência imaterial economicamente apreciável. Bens Corpóreos: São os que têm existência física, material e podem ser tangidos pelo homem. Bens Incorpóreos: São os que têm existência abstrata ou ideal, mas de valor econômico, como o direito autoral, o crédito, a sucessão aberta, o fundo de comércio etc. Patrimônio: É o complexo das relações jurídicas de uma pessoa que tiverem valor econômico. O patrimônio do devedor responde por suas dívidas Bens Imóveis: São os bens que se não podem transportar, sem destruição, de um lugar para outro. a) Imóvel por natureza: A rigor somente o solo, com sua superfície, subsolo e espaço aéreo é imóvel por natureza. Tudo o mais que o adere deve ser classificado como imóvel por acessão. Igor Demétrio 12 b) Imóvel Por acessão Natural: Incluem-se nessa categoria as árvores e os frutos pendentes, bem como todos os acessórios e adjacências naturais. Compreendem pedras, as fontes e os cursos de água, superficiais ou subterrâneos que corram naturalmente. c) Imóveis por acessão artificial ou industrial: Acessão significa justaposição ou aderência de uma coisa à outra. É tudo aquilo que o homem incorpora permanentemente ao solo, como a semente lançada à terra, os edifícios e construções de modo que se não possa retirar sem destruição, modificação, fratura ou dano. d) Imóveis por determinação: Trata-se de bens incorpóreos, imateriais(direitos) que não são, em si, móveis ou imóveis. O legislador, no entanto para maior segurança das relações jurídicas os considera imóveis. Bens móveis: Os bens suscetíveis de movimento próprio, ou de remoção alheia, sem alteração da substância ou da destinação econômico-social. a) Móveis por natureza: São os bens que sem deterioração da substância podem ser transportados de um lugar para outro, por força própria ou estranha. Semovente: São suscetíveis de movimento próprio como os animais. Móveis propriamente ditos: São os que admitem remoção por força alheia sem dano, como os objetos inanimados não imobilizados por sua destinação econômico-social. b) Móveis por determinação legal: São bens imateriais que adquirem essa qualidade jurídica por disposição legal. c) Móveis por antecipação: São bens incorporados ao solo, mas com a intenção de separá-los oportunamente e convertê-los em móveis, como as árvores destinadas ao corte e os frutos ainda não colhidos. Bens fungíveis: São os móveis que podem substituir-se por outros da mesma espécie, qualidade e quantidade. Bens infungíveis: São os bens que não podem substituir-se por outros da mesma espécie, qualidade e quantidade. Bens consumíveis: Os bens móveis cujo uso importa destruição imediata da própria substância, sendo também considerados tais os destinados à alienação. Bens inconsumíveis: São os bens que podem ser usado continuamente, ou seja, os que permitem utilização contínua sem destruição da substância. Bens divisíveis Bens divisíveis: São os que podem fracionar sem alteraçãona substância, diminuição considerável de valor ou prejuízo do uso a que se destinam. Bens indivisíveis Art. 88 CC. Igor Demétrio 13 a) Por natureza: Os que não podem se fracionar sem alteração na sua substância, diminuição de valor ou prejuízo do uso. b) Por determinação legal: quando a lei expressamente impede o seu fracionamento. c) Por Vontade das Partes: Neste caso, o acordo o tornará a coisa comum indivisa por prazo não maior que cinco anos, suscetível de prorrogação ulterior. Bem Principal: é o bem que tem existência própria, autonomia, que existe por si só. Bem Acessório: É aquele cuja existência depende do principal. Produtos: São as utilidades que se retiram da coisa, diminuindo-lhe a quantidade, porque não se reproduzem periodicamente, como as pedras e os metais que se extraem das pedreiras e das minas. Frutos Frutos: São as utilidades que uma coisa periodicamente produz. São caracterizados pela: Periodicidade; inalterabilidade da substância da coisa principal; separabilidade desta. Quanto à origem a) Naturais: são os que desenvolvem e se renovam periodicamente, em virtude da força orgânica da própria natureza. b) Industriais: Os que aparecem pela mão do homem, isto é, os que surgem em razão da atuação ou a indústria do homem sobre a natureza. c) Civis: São os rendimentos produzidos pela coisa, em virtude de sua utilização por outrem que não o proprietário. Quanto ao Estado Pendentes: unidos à coisa que o produziu. Percebidos ou colhidos: Depois de separados. Estantes: Os separados e armazenados ou acondicionados para a venda. Percipiendos: Os que deviam ser, mas não foram colhidos ou percebidos. Consumidos: os que não existem mais porque foram utilizados. Benfeitorias Necessárias: as que têm por fim conservar o bem ou evitar que se deteriore. Úteis: As que aumentam ou facilitam o uso do bem. Voluntárias: As de mero deleite ou recreio, que não aumentam o uso habitual do bem, ainda que o tornem mais agradável ou seja de elevado valor. Igor Demétrio 14 Bens Públicos Bens de uso comum do povo: São os que podem ser utilizados por qualquer um do povo, sem formalidades. Bens de uso especial: São os que se destinam especialmente à execução dos serviços públicos. Bens Dominicais: São os que constituem o patrimônio das pessoas jurídicas de direito público com objeto de direito pessoal, ou real, de cada uma dessas entidades. Negócios Jurídicos Fato jurídico em sentido amplo: é todo acontecimento da vida que o ordenamento jurídico considera relevante para o direito. Negócio Jurídico: É aquela espécie de ato jurídico que, além de se originar de um ato de vontade, implica a declaração expressa da vontade, instauradora de uma relação entre dois ou mais sujeitos tendo em vista um objetivo protegido pelo ordenamento jurídico. Classificação dos Negócios Jurídicos Número de declarantes a) Unilaterais: são os que se aperfeiçoam com uma única manifestação da vontade. Receptícios: São aqueles em que a declaração da vontade tem de se tornar conhecida do destinatário para produzir efeitos. Não Receptícios: São aqueles em que o conhecimento por parte das outras pessoas é irrelevante. b) Bilaterais: São os que se perfazem com duas manifestações de vontade consideradas sobre o objeto. Simples: São os que uma parte aufere vantagens. Sinalagmáticos: São aqueles em que há reciprocidade de direitos e obrigações estando às partes em situações de igualdade. c) Plurilaterais: São os contratos que envolvem mais de duas partes. Vantagens para as partes a) Gratuito: São aqueles que só uma das partes aufere vantagens ou benefícios. b) Onerosos: Ambos contratantes auferem vantagens, as quais, porém, corresponde um sacrifício ou contraprestação. Comutativos: São os de prestação certa e determinada. Aleatórios: Caracterizam-se pela incerteza para as duas partes sobre as vantagens e sacrifícios que deles pode advir. c) Neutros: são os que faltam atribuição patrimonial. Igor Demétrio 15 d) Bifrontes: São os contratos que podem ser onerosos ou gratuitos segundo a vontade das partes. Momento da produção de Efeitos a) Inter vivos: destinam-se a produzir efeitos desde logo. b) Mortis causa: São os negócios destinados a produzir efeitos após a morte do agente. Modo de existência a) Principais: são os que têm existência própria e não dependem, pois, da existência de qualquer outro. b) Acessórios: são os que têm sua existência subordinada a do principal. c) Derivados ou subcontratos: São os que têm por objeto direitos estabelecidos em outro contrato, denominado básico ou principal. Formalidade a observar a) Solenes: São os negócios que devem obedecer à forma prescrita em lei para se aperfeiçoarem. b) Não Solenes: São os negócios de forma livre. Número de atos necessários a) Simples: são os negócios que se constituem por ato único. b) Complexos; são os que resultam da fusão de vários atos sem eficácia independente. c) Coligados: A conexão mediante vínculo que uma o conteúdo de dois contratos. Modificações que podem produzir a) Dispositivos: os utilizados pelo titular para alienar, modificar ou extinguir direitos. b) Obrigacionais: Os que por meio de manifestações de vontade, geram obrigações para uma ou para ambas as partes, possibilitando a uma delas exigir da outra o cumprimento de determinada prestação como sucede nos contratos em geral. Modo de obtenção do resultado Igor Demétrio 16 a) Fiduciário: é aquele em que alguém o fiducante transmite um direito a outrem o fiduciário que se obriga a desenvolver esse direito ao patrimônio do transferente ou a destiná-lo a outro fim. b) Simulado: é o que tem aparência contrária à realidade. Elementos do negócio jurídico Classificação Elementos essenciais: são os estruturais, indispensáveis à existência do ato e que lhe formam a substância. Elementos essenciais gerais: são comuns a todos os negócios. Elementos essenciais particulares: são peculiares a certas espécies. Elementos naturais: São as consequências ou efeitos que decorrem da própria natureza do negócio, sem necessidade de expressa menção. Elementos acidentais: Constituem nas estipulações acessórias que as partes podem facultativamente adicionar ao negócio, para modificar alguma de suas consequências naturais, como a condição, o termo e o encargo ou modo. Requisitos de existência Os requisitos de existência do negócio jurídico são os seus elementos estruturais, sendo que não há uniformidade, entre os autores sobre a sua enumeração. Preferimos dizer que são os seguintes: a declaração de vontade; a finalidade negocial; a idoneidade do objeto. Faltando qualquer deles, o negócio inexiste. Reserva mental: Quando um dos declarantes oculta a sua verdadeira intenção, isto é quando não quer um efeito jurídico que declara querer. Há dois sistemas no que tange à forma como requisito de validade do negócio jurídico: o consensualismo e o formalismo. Consensualismo: Da liberdade de forma. Formalismo: Da forma obrigatória. No direito Brasileiro a forma é em regra livre. O consensualismo, portanto é a regra e o formalismo a exceção. a) Forma livre: é a predominante no Direito Brasileiro. É qualquer meio de manifestação da vontade, não imposto obrigatoriamente pela lei. b) Forma especial ou solene: É a exigida pela lei, como requisito da validade de determinados negócios jurídicos.c) Forma contratual: É a convencionada pelas partes. Representação Espécies a) Representação legal: é o que decorre da lei, ou seja, aquele a quem esta confere poderes para administrar bens e interesses alheios, como pais, em relação aos filhos menores. b) Representação Judicial: É o nomeado pelo juiz, para exercer poderes de representação no processo. Igor Demétrio 17 c) Representação convencional: é o que recebe mandato outorgado pelo credor expresso ou tácito, verbal ou escrito. Condição, termo e encargo São três os elementos acidentais pelo negócio jurídico no direito brasileiro: Condição, termo e encargo Condição É o acontecimento futuro e incerto de que depende a eficácia do negócio jurídico. Elementos Voluntariedade: Que a cláusula seja voluntária. Futuridade: Que o acontecimento a que se subordina a eficácia ou a resolução do ato jurídico seja futuro. Incerteza: que também seja incerta. Condição voluntária: é estabelecida pelas partes como requisito de eficácia do negócio jurídico. Condição Legal: Malgrado tenha a mesma característica é estabelecida por lei. Condição suspensiva: Impede que o ato produza efeitos até a realização do evento futuro e incerto. Condição Resolutiva: É a que extingue, resolve o direito transferido pelo negócio, ocorrendo evento futuro e incerto. Pendente: Enquanto não se verificar ou não se frustrar o evento futuro e incerto. Implemento: a verificação da condição. Frustação: a não realização da condição. Termo Termo é o dia ou momento em que começa ou se extingue a eficácia do negócio jurídico, podendo ter como unidade de medida a hora, o dia, o mês ou o ano. Termo; é a cláusula contratual que subordina a eficácia do negócio a evento futuro e certo. Encargo: É uma determinação imposta pelo autor de liberalidade a este adere restringindo-a Defeitos do negócio jurídico Erro O erro consiste em uma falsa representação da realidade. Nessa modalidade de vício do consentimento o agente engana-se sozinho. Igor Demétrio 18 Erro material: é o que recai sobre circunstâncias e aspectos relevantes do negócio. Há de ser a causa determinantemente, ou seja, se conhecido a realidade o negócio não seria celebrado. Erro acidental: Refere a circunstâncias de somenos importância e que não acarretam efetivo prejuízo, ou seja, as qualidades secundárias do objeto ou da pessoa. Vício redibitório: É o erro objetivo sobre a coisa que contem um defeito oculto. Erro escusável: é o erro justificável, desculpável. O erro para invalidar o negócio jurídico deve ser também real, isto é, efetivo causador de prejuízo concreto para o interessado. Dolo Dolo é o artifício astucioso ou expediente astucioso, empregado para induzir alguém à prática de um ato que o prejudica e aproveita ao autor do dolo ou a terceiro. O dolo difere do erro porque este é espontâneo no sentido de que a vítima se engana sozinha, enquanto o dolo é provocado intencionalmente pela outra parte ou por terceiro fazendo com que ela também se equivoque. Dolo principal: configura-se quando o negócio é realizado somente porque houve induzimento malicioso de uma das partes. Não fosse o convencimento astucioso e a manobra insidiosa, a avença não se terá concretizado. Dolo acidental: Quando a seu despeito o negócio seria realizado embora por outro modo. Dolus bônus: é o dolo tolerável, destituído de gravidade suficiente para viciar a manifestação de vontade. Dolus Malus: é o revestido de gravidade, exercido com o propósito de ludibriar e de prejudicar. Coação Coação é toda ameaça ou pressão injusta exercida sobre um indivíduo para força-lo contra a sua vontade, a praticar um ato ou realizar um negócio. O que caracteriza é o emprego da violência psicológica para viciar a vontade. Para que ocorra a coação: a) Deve ser causa determinante do ato. b) Deve ser grave. c) Deve ser injusta. d) Deve dizer respeito a dano atual ou iminente. e) Deve constituir ameaça de prejuízo à pessoa ou a bens da vítima ou a pessoa de sua família. Estado de Perigo Constitui estado de perigo a situação de extrema necessidade que conduz uma pessoa a celebrar negócio jurídico em que assume obrigações desproporcional e excessiva. Elementos Igor Demétrio 19 a) Uma situação de necessidade: O agente está premido da necessidade de salvar-se, ou a pessoa de sua família. b) Iminência de dano atual e grave: obviamente o perigo de dano deve ser atual, iminente, capaz de transmitir o receio de que se não for interpretado e afastado as consequências temidas fatalmente advirão. c) Nexo de causalidade entre a declaração e o perigo de grave dano: a vontade deve se apresentar distorcida em consequência do perigo de dano. d) Incidência: da ameaça do dano sobre a pessoa do próprio declarante ou de sua família: O objeto de perigo deve ser os personagens mencionados. e) Conhecimento de perigo pela outra parte: no estado de perigo há em regra um aproveitamento da situação para obtenção de vantagem. f) Assunção de obrigação excessivamente onerosa: é necessário que as condições sejam significativamente desproporcionais capazes de provocar profundo desequilíbrio contratual. Lesão Lesão é o prejuízo resultante da enorme desproporção existente entre as prestações de um contrato no momento de sua celebração, determinada pela premente necessidade ou inexperiência de uma das partes. A lesão compõe-se de dois elementos: Objetivo: consiste na manifesta desproporção entre as prestações recíprocas geradoras de lucro exagerado. Subjetivo: caracterizado pela inexperiência ou preeminente necessidade do lesado. Fraude Contra Credores A fraude contra credores não conduz a um descompasso entre o íntimo querer do agente e a sua declaração. A vontade manifestada corresponde exatamente ao seu desejo. Mas é exteriorizada com a intenção de prejudicar terceiros, ou seja, os credores. É considerada vício social. Dois elementos compõem o conceito fraude contra credores: O objetivo (eventos damni), ou seja a própria insolvência que constitui ato prejudicial ao credor, e o subjetivo (consilius fraudis) que é a má-fé do devedor, a consciência de prejudicar terceiros. Credor quirografário: é o que tem seu crédito decorrente de um título ou documento escrito. A ação anulatória do negócio jurídico celebrado em fraude contra credores é chamada de revocatória ou pauliana, em atenção ao Pretor Paulo que introduziu no Direito Romano. Estão legitimados a ajuizar ação pauliana (legitimação ativa). a) Os credores quirografários (Art. 158 CC). Igor Demétrio 20 b) Só os credores que já eram ao tempo da alienação fraudulenta ( art. 158 §2º CC). Validade dos negócios ordinários celebrados de boa-fé pelo devedor Malgrado o devedor insolvente esteja impedido de alienar bens de seu patrimônio para não agravar e ampliar a insolvência admitem-se exceções, como na hipótese em que ele contrai novos débitos para beneficiar os próprios credores, possibilitando o funcionamento de seu estabelecimento ou para manter-se ou à sua família. Da invalidade do negócio jurídico Negócio jurídico inexistente: é inexistente quando lhe falta algum elemento estrutural, como o consentimento, por exemplo. Se não houver qualquer manifestação de vontade o negócio não chega a se formar, inexistente, portanto. Nulidade: é a sanção imposta pela lei aos atos e negócios jurídicos realizados sem observânciados requisitos essenciais, impedindo-os de produzir os efeitos que lhes são próprios. Nulidade absoluta: existe um interesse social além do individual, para que se prive o ato ou negócio dos seus efeitos específicos visto que há ofensa ao preceito de ordem pública e assim afeta a todos. Nulidade relativa: é a denominada anulabilidade e atinge negócios que se acham inquinados de vício capaz de lhes determinar a invalidade, mas que pode ser afastado ou sanado. Nulidade total: é a que atinge todo o negócio jurídico. Nulidade parcial: atinge apenas parte dele. Nulidade textual: quando vem expressa em lei. Nulidade virtual : Quando não sendo expressa pode ser deduzida de expressões utilizadas pelo legislador. Simulação É uma declaração falsa, enganosa, da vontade, visando aparentar negócio diverso do efetivamente desejado. Característica a) É em regra negócio jurídico bilateral, sendo os contratos o seu campo natural. b) É sempre acordada com a outra parte, ou com as pessoas a quem ela se destina. c) É uma declaração deliberadamente desconforme com a intenção. d) É realizada com o intuito de enganar terceiros ou fraudar a lei. Simulação não se confunde com dissimulação, embora em ambas haja o propósito de enganar. Na simulação procura-se aparentar o que não existe; na Igor Demétrio 21 dissimulação oculta-se o que é verdadeiro. Na simulação há o propósito de enganar sobre a existência de situação não verdadeira; na dissimulação sobre a inexistência da situação real. Ato Ilícito Ato ilícito é o praticado com infração ao dever legal de não a outrem. Tipos de culpa In eligendo: decorre da má escolha do representante. In vigilando: Decorre da ausência de fiscalização. In comittendo: Decorre de uma ação de um ato positivo. In omittendo: Decorre de uma omissão, quando havia o dever de não se abster. In custodiendo: Decorre da falta de cuidados na guarda de algum animal ou de algum objeto. Prescrição e decadência Prescrição: seria uma exceção que alguém tem contra o que não exerceu, durante um lapso de tempo fixado em norma, sua pretensão ou ação. Requisitos a) Violação do direito com o nascimento da pretensão. b) A inércia do titular. c) O decurso do tempo fixado em lei. Prescribilidade é a regra, imprescribilidade a exceção. Pretensões imprescritíveis a) As que protegem direitos da personalidade. b) As que se predem ao estado das pessoas. c) As de exercícios facultativos (potestativos). d) As referentes a bens públicos de qualquer natureza. e) As que protegem direito de propriedade. f) As pretensões de reaver bens confiados à guarda de outrem, a título de depósito, penhor ou mandamento. g) As destinadas a anular inscrição do nome empresarial feito com violação de lei ou do contrato. Interrupção da prescrição Só pode ocorrer uma vez. Qualquer ato de exercício ou proteção de direitos interrompe a prescrição extinguindo o tempo já decorrido, que volta a correr por inteiro, diferentemente da suspensão da prescrição cujo prazo volta a fluir somente pelo tempo restante. Decadência É a perda do direito potestativo pela inércia do seu titular no período determinado em lei. Prova Igor Demétrio 22 Prova é o meio para demonstrar a existência do ato ou negócio jurídico. Deve ser admissível (não proibida por lei e aplicável ao caso em exame), pertinente (adequada á demonstrações dos fatos em questão) e concludente ( esclarecedora dos fatos controvertidos). Confissão: Quando a parte admite a verdade de um fato contrário ao seu interesse e favorável ao adversário. Pode ser judicial, extrajudicial, espontânea ou provocada, expressa ou presumida(ou ficta) pela revelia. Documento: O documento pode ser público ou particular. Tem função apenas probatória. Públicos são os documentos elaborados por autoridade pública no exercício de suas funções, como as certidões, traslados etc. Particulares quando elaborados por particulares. Uma carta, um telegrama, por exemplo, podem construir importante elemento de prova. Testemunha Instrumentária: São as que assinam o instrumento. Judiciária: São as que prestam depoimento em juízo. Presunção Presunção é a ilação que se extrai de um fato conhecido para chegar a um desconhecido. Legais: São as que decorrem da lei. Legais absolutas: Que não admitem prova ao contrário. Legais relativas: São as que admitem prova ao contrário. Comuns: São as que se baseiam no que cotidianamente acontece, na experiência de vida. Perícia Exame é a apreciação de alguma coisa por peritos para auxiliar o juiz a formar sua convicção. Vistoria: é também perícia restrita a inspeção ocular.
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