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Direito Civil Parte geral Resumo.

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Igor Demétrio 
 
1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Direito Civil – Parte Geral e LINDB 
Igor Demétrio 
 
 
 
 
 
 
 
 
Igor Demétrio 
 
2 
 
Direito Civil – Parte Geral e LINDB 
Direito Civil é o direito comum que rege as relações entre os particulares. 
O Código Civil de 2002 tem como princípios básicos o da socialidade, 
eticidade e operabilidade. 
Socialidade: Reflete a prevalência dos valores coletivos sobre os individuais, 
sem perda, porém, do valor fundamental da pessoa humana. 
Eticidade: Funda-se no valor da pessoa humana como fonte de todos os demais 
valores. Prioriza a equidade, boa-fé, justa causa. 
Operabilidade: Leva em consideração que o direito é feito para ser efetivado, 
para ser executado. 
 
Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro LINDB 
Anexa ao Código Civil, porém autônoma não fazendo parte dele. 
Contém 19 artigos. 
Fontes 
Fontes Históricas: São aquelas das quais se concorrem os estudiosos, quando 
querem investigar a origem histórica de um instituto ou de um sistema. 
Fontes Formais: Analogia, costume e princípios gerais do Direito. 
Fontes Não-Formais: Doutrina e a Jurisprudência. 
Lei nasce com a promulgação, mas só começa a vigorar com a publicação. 
Início da Vigência 
Art. 1º LINDB: A lei começa a vigorar 45 dias depois de publicada. 
§1º: No estrangeiro quando admitida a lei começa a vigorar depois de 3 meses 
da publicação. 
Vacatio Legis: O intervalo de tempo entre publicação e a sua entrada em vigor 
da lei. 
Art. 2º LINDB: Não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até 
que outra a modifique ou revogue. 
Se durante a Vacatio legis ocorrer nova publicação de seu texto, para correção 
de erros materiais ou falha de ortografia, o prazo da obrigatoriedade começará a correr 
da nova publicação (LINDB Art. 1º §3º). 
Igor Demétrio 
 
3 
 
Se a lei já entrou em vigor, tais correções são consideradas lei nova, tornando 
obrigatória após o decurso da Vacatio legis (LINDB Art. 1º §4º ). 
A contagem de prazo para entrada em vigor das leis que estabeleçam período 
de vacância far-se-á com a inclusão da data da publicação e do último dia do prazo, 
entrando em vigor no dia subsequente á sua consumação integral. Art. 8º §1º Lei 
Complementar 95/ 1998. 
Revogação: É a supressão da força obrigatória da lei, retirando-lhe a eficácia. 
Ab-rogação: Revogação total. 
Derrogação: Revogação Parcial. 
Revogação Expressa: Quando a lei nova declara de modo taxativo r inequívoco 
que a lei anterior ou parte dela foi revogada (LINDB Art. 2º§1º). 
Revogação Tácita: Quando mostra-se incompatível com a lei antiga ou regula 
inteiramente a matéria de que trata a lei anterior LINDB Art. 2º§1º. 
Art. 2º §2º LINDB: A lei nova que estabeleça disposições gerais ou especiais a 
par das já existentes não modifica nem revoga lei anterior. 
Antinomia: É a presença de duas normas conflitantes. 
Resolução 
a) Critério Cronológico: a norma posterior prevalece sobre a anterior. 
b) Critério da especialidade: a norma especial prevalece sobre a geral. 
c) Critério hierárquico: a norma superior prevalece sobre a inferior. 
 
Repristinação: É a restauração da lei revogada pelo fato da lei revogadora ter 
perdido a sua vigência. 
Art. 2º §3º LINDB: Salvo disposição contrária, a lei revogada não se restaura 
por ter a lei revogadora perdido a vigência. 
Art. 3º LINDB: Ninguém se escusa de cumprir a lei alegando que não a 
conhece. 
Art. 4º LINDB: Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com 
analogia, os costumes e os princípios gerais do direito. 
Analogia: Aplicando à hipótese não prevista em lei um dispositivo legal 
relativo ao caso semelhante. 
Analogia Legis: Consiste na aplicação de uma norma existente, destinada a 
reger caso semelhante ao previsto. 
Analogia Juris: Um conjunto de normas, para obter elementos que permitam a 
sua aplicação ao caso sub judice não previsto, mas similar. 
Costume: Determinada prática repetida de forma uniforme e constante na 
sociedade em que ela tem a convicção de sua obrigatoriedade. 
Igor Demétrio 
 
4 
 
Costume Secundum Legem: Quando se acha expressamente referido na lei. 
Costume Praeter Legem: Quando se destina a suprir a lei, nos casos omissos, 
como prevê o artigo 4º da LINDB. 
Costume Contra Legem: É o que se opõe a lei. 
Princípios Gerais do Direito: São estes constituídos de regra que se encontram 
na consciência dos povos e são universalmente aceitas, mesmo não escritas. 
Equidade: Não constituiu meio supletivo de lacuna da Lei, sendo mero recurso 
auxiliar da aplicação desta. É utilizado quando a lei expressamente a permite. 
Art. 5º LINDB: Na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins sociais a que ela se 
dirige e ás exigências do bem comum. 
Interpretação 
Quanto à origem 
Interpretação Autêntica: é a feita pelo próprio legislador por outro ato. Este, 
reconhecendo a ambiguidade da norma, cria uma nova lei, destinada a esclarecer a sua 
intenção. 
Interpretação Jurisprudencial: é a fixada pelos tribunais. 
Interpretação Doutrinária: é a feita pelos estudiosos e comentaristas do direitos, 
os jurisconsultos. 
Quanto ao meio 
Interpretação gramatical: é também chamada de literal porque consiste em 
exame do texto normativo sob o ponto de vista linguístico, analisando a pontuação, a 
colocação das palavras na frase, a sua origem etimológica. 
Interpretação Lógica/ Racional: Atende ao espírito da lei, procura-se apurar o 
sentido e a finalidade da norma, a intenção do legislador por meio de raciocínios 
lógicos, com abandono dos elementos puramente verbais. 
Interpretação Sistemática: Parte do pressuposto de que uma lei não existe 
isoladamente e deve ser interpretada em conjunto com outras pertencentes à mesma 
província do direito, levando-se em conta, ás vezes, o livro, o título, o capítulo, a seção 
e o parágrafo. 
Interpretação Histórica: Baseia-se na integração dos antecedentes da norma do 
processo legislativo a fim de descobrir o seu exato significado. 
Interpretação Sociológica/ Teleológica: tem por objeto adaptar o sentido ou 
finalidade da norma às novas exigências sociais, com abandono do individualismo que 
preponderou no período anterior à edição da LINDB. 
Quanto ao Resultado 
Igor Demétrio 
 
5 
 
Declarativa: Quando proclama que o texto legal corresponde ao pensamento do 
legislador. 
Extensiva: O intérprete conclui que o alcance ou espírito da lei é mais amplo 
do que indica o sue texto, abrangendo implicitamente outras situações. 
Restritiva: Impõe limitação do campo de operação da lei. 
 Conflito de Leis no tempo 
Disposição Transitória: São elaboradas pelo legislador no próprio texto 
normativo, destinadas a evitar e solucionar conflitos que poderão emergir do confronto 
da nova lei com a antiga, tendo vigência temporária. 
Irretroativa: é a lei que não se aplica ás situações constituídas anteriormente. 
CF Art. 5º XXXVI e LINDB Art. 6º §§ 1º ao 3º : Irretroatividade da lei como 
regra. Não pode atingir o ato jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada. 
Ato jurídico Perfeito: é o já consumado segundo a lei vigente ao tempo em que 
se efetuou. 
Direito adquirido: É o que já se incorporou definitivamente ao patrimônio e à 
personalidade de seu titular. 
Coisa julgada: É a individualidade dos efeitos da sentença, não mais sujeita a 
recurso. 
Art. 15 LINDB Sentença Proferida no Estrangeiro 
Requisitos 
a) Haver sido proferida por juiz competente; 
b) Terem sido as partes citadas ou haver-se legalmente verificado a revelia; 
c) Ter passado em julgado e estar revestidodas formalidades necessárias para 
a execução no lugar que foi proferida; 
d) Estar traduzida por intérprete autorizado; 
e) Ter sido homologada pelo STF. 
Personalidade Jurídica 
O conceito de personalidade está inicialmente ligado ao de pessoa. 
Todo aquele que nasce com vida torna-se uma pessoa, ou seja, adquire 
personalidade. 
Art. 1º CC: Toda pessoa é capaz de direitos e deveres na ordem civil. 
A capacidade é a medida da personalidade, para uns ela é plena, para outros, 
limitada. 
Todos têm capacidade de direito, porém, nem todos têm de fato. 
Relação jurídica é toda relação de vida social regulada pelo Direito. 
Art. 2º CC: O nascimento com vida é o marco inicial da personalidade. 
Igor Demétrio 
 
6 
 
Para saber se a criança viveu usa-se esse método: Docimasia Hidrostática de 
Galeno. 
Teorias sobre a situação jurídica do nascituro 
 
Natalista: A firma que a personalidade civil somente se inicia com o 
nascimento com vida. 
Personalidade Condicional: Sustenta que o nascituro é pessoa condicional, pois 
a aquisição da personalidade acha-se sob a dependência da condição suspensiva, 
nascimento com vida. 
Teoria Concepcionista: Admite que se adquire a personalidade antes do 
nascimento, ou seja, desde a concepção ressalvadas apenas os direitos patrimoniais, 
decorrentes de herança, legado e doação, que ficam condicionados ao nascimento com 
vida. 
Incapacidades 
Dependem da Idade, saúde e desenvolvimento intelectual. 
No direito Brasileiro não existe incapacidade de direito, porque todos se 
tornam ao nascer capazes de adquirir direitos. 
Incapacidade Absoluta 
Devem ser representados. 
Art. 3º CC. 
Menores de 16 anos. 
Incapacidade Relativa 
 
Aqueles que por causa transitória ou permanente não puder exprimir sua 
vontade: Em virtude de alguma patologia ( coma, paralisia, embriaguez não habitual, 
uso eventual e excessivo de entorpecentes ou substâncias alucinógenas). 
Art. 4º CC. 
A incapacidade relativa permite que o incapaz pratique os atos da vida civil, 
desde que assistida por seu representante legal. 
Art. 4º I CC: Os maiores de 16 e menores de 18 anos: São os menores púberes, 
já foi dito que podem praticar apenas determinados atos sem a assistência de seus 
representados: aceitar mandato, ser testemunha, fazer testamento. 
Art. 4º IV CC: Pródigo: é o indivíduo que dissipa o seu patrimônio 
desvairadamente, é o indivíduo que, por ser portador de um defeito de personalidade, 
gosta gasta imoderadamente, dissipando o seu patrimônio com o risco de reduzir-se à 
miséria. 
Emancipação 
É a aquisição da capacidade civil antes da idade legal. 
Emancipação voluntária: É a concedida pelos pais, se o menor tiver 16 anos 
completos. 
Emancipação Judicial: É a deferida por sentença, ouvido o tutor, em favor do 
tutelado que já completou 16 anos. 
Emancipação legal: É a que decorre de determinados fatos previstos na lei. 
A emancipação em qualquer de suas formas é irrevogável. 
Igor Demétrio 
 
7 
 
Extinção da personalidade natural 
Art. 6º CC 
Morte real: é apontado no Art. 6º do CC como responsável pelo término da 
existência da pessoa natural. A sua prova faz-se pelo atestado de óbito ou por 
declaração presumida sem decretação de ausência Art. 7º CC. 
Comorriência: Se dois ou mais indivíduos falecem na mesma ocasião (não 
precisa estar no mesmo lugar) não se podendo averiguar qual deles morreu primeiro 
presumir-se-ão simultaneamente mortos. 
Morte Civil: Quando uma pessoa mesmo em vida não tem mais direitos civis, 
como se fosse morta. 
Morte presumida: Permite a decretação da morte presumida com ou sem a 
decretação de ausência. 
 
Os principais elementos individualizadores da pessoa natural 
 
Nome: Designação que a distingue dos demais e o identifica no seio da 
sociedade. 
Estado: Indica a sua posição na família e na sociedade política. 
Domicílio é a sede jurídica. 
 
Elementos do nome 
 
a) Prenome ( Carlos ) 
b) Sobrenome ( Pontes da Silva) 
c) Agnome ( filho, neto, sobrinho) 
Prenome (patronímico): É o nome próprio de cada pessoa e serve para 
distinguir membros da família. Simples ou compostos. 
Sobrenome: É sinal que indica a procedência da pessoa indicada a sua filiação 
ou estirpe. Pode haver mudança do prenome e sobrenome em caso de adoção. 
O nome completo pode também sofrer alterações no casamento e na separação 
judicial e divórcio, na adoção, no reconhecimento do filho, na união estável e no caso de 
transexualismo. 
Domicílio 
Art. 70 CC. 
Domicílio: O lugar onde a pessoa, de modo definitivo, estabelece a sua 
residência e o centro principal de sua atividade. 
Domicílio Voluntário: É aquele que depende da vontade exclusiva do 
interessado. 
Domicílio Especial: É a sede jurídica ou o local específico no contrato para o 
cumprimento das obrigações dele resultante. 
Domicílio Legal ou necessário: É o determinado por lei, em razão da condição 
ou situação de certas pessoas ( incapaz, marítimo, servidor público, militar, preso). 
 
Obrigados a fazer a declaração de Nascimento 
Igor Demétrio 
 
8 
 
1º os pais. 
2º o parente mais próximo. 
3º Os administradores dos hospitais ou os médicos e parteiras. 
4º Pessoa idônea da casa em que ocorre o parto. 
5º Pessoas encarregadas da guarda do menor. 
 
Características dos direitos da personalidade 
 
a) Intransmissibilidade: Não podem os seus titulares deles dispor, 
transmitindo-os a terceiros, renunciando ao seu uso ou abandonando-os, 
pois nascem e se extinguem com eles, dos quais são inseparáveis. 
b) Absolutismo: São tão relevantes e necessários que impõe a todos um dever 
de abstenção. 
c) Não limitação: Existem vários direitos de personalidade. 
d) Imprescritibilidade: O direito da personalidade não se extingue pelo uso ou 
decurso de tempo. 
e) Impenhorabilidade: Não podem ser penhorados, pois a constrição é ato 
inicial da venda forçada determinada pelo juiz para satisfazer o crédito do 
exequente. 
f) Não sujeição à desapropriação: não são susceptíveis a desapropriação. 
g) Vitaliciedade: Os direitos da personalidade inatos são adquiridos no 
instante da concepção e acompanham a pessoa até sua morte. 
 
Art. 15 CC. 
A regra obriga os médicos nos casos mais grave, a não atuarem sem prévia 
autorização do paciente, que tem a prerrogativa de se recusar a se submeter a um 
tratamento perigoso. A sua finalidade é proteger a inviolabilidade do corpo humano. 
 
Ausência 
Ausente: é a pessoa que desaparece de seu domicílio sem dar notícia de seu 
paradeiro e sem deixar um representante ou procurador para administrar-lhe os bens 
Art. 22 CC. 
De início o Código Civil quer preservar os bens deixados pelo ausente para as 
hipóteses de seu eventual retorno: ao depois transcorrido um período de tempo sem que 
o ausente regresse, o legislador, desacoroçoado de esperar sua volta, passa a cuidar do 
interesse de seus herdeiros. 
Cessa a curadoria 
a) Pelo reaparecimento do ausente, do seu procurador ou de quem o 
represente. 
b) Pela certeza da morte do ausente. 
c) Pela sucessão provisória. 
 
Cessa a sucessão provisória 
 
Igor Demétrio 
 
9 
 
a) Quando houver certeza da morte do ausente. 
b) Dez anos depois de passada em julgado a sentença da sucessão 
provisória. 
c) Quando o ausente conta com oitenta anos de idade e houverem cinco 
anos das ultimas notícias suas. 
 
Pessoas Jurídicas 
Teorias 
Teoria da Ficção Teoria da Realidade 
Teoria da Ficção Legal Teoria da ficção doutrinária As pessoas jurídicas são realidades vivas e não mera 
abstração tendo existência própria como os indivíduos.Desenvolvida por 
Savigny a pessoa 
jurídica constitui uma 
criação artificial da lei, 
um ente fictício, pois 
somente a pessoa 
natural pode ser 
sujeito da relação 
jurídica e titular de 
direitos objetivos. 
A pessoa jurídica não tem 
existência real, mas apenas 
intelectual, ou seja, na 
inteligência dos juristas sendo 
assim uma mera ficção criada 
pela doutrina. As teorias da 
ficção não são aceitas hoje. 
Teoria da realidade 
objetiva/ orgânica. 
Teoria da 
realidade 
jurídica/ 
institucionalista. 
Teoria da 
realidade 
técnica. 
A pessoa jurídica é 
uma realidade 
sociológica ser com 
vida própria que 
nasce por imposição 
das forças sociais. 
Considera as 
pessoas 
jurídicas como 
organizações 
sociais 
destinadas a um 
serviço ou 
ofício, e por 
isso 
personificadas. 
A 
personificação 
dos grupos 
sociais é de 
ordem 
técnica, a 
forma 
encontrada 
pelo direito 
para 
reconhecer a 
existência de 
grupos de 
indivíduos 
que se unem 
na busca de 
fins 
determinados. 
 
Requisitos para a constituição da pessoa jurídica 
 
a) Vontade humana criadora (intenção de criar uma entidade distinta de seus 
membros): A vontade humana materializa-se no ato de constituição que 
deve ser escrito. São necessários duas ou mais pessoas com vontades 
convergentes ligadas por uma intenção comum. 
b) Elaboração do ato constitutivo: 
Igor Demétrio 
 
10 
 
Estatuto para associações 
Contrato social para sociedades simples ou empresárias. 
Escritura Pública ou testamento para as fundações. 
c) Registro do ato constitutivo no órgão competente. 
d) Liceidade de seu objetivo. 
Classificação das pessoas jurídicas 
 
Quanto à nacionalidade: Nacional e estrangeira. 
 
Quanto à estrutura interna: Corporação (associações e sociedades) e fundações. 
1º Corporação: Constitui um conjunto de pessoas reunidas para melhor 
consecução de seus objetivos. 
Associações: União de pessoas que se organizam para fins não econômicos. 
Sociedade: Tem fim econômico e visam o lucro, que deve ser dividido entre os 
sócios. 
2º Fundação: Compõe-se de um patrimônio personalizado destinado a um 
determinado fim. 
 Quanto à função ou à órbita de sua atuação. 
 
 
Direito Público Direito Privado 
Externo Interno Corporações Fundações 
Estados da 
comunidade 
internacional. 
Administração 
direta 
Administração 
indireta 
Associações Sociedades 
simples 
Sociedades 
empresárias 
União, 
Estados, DF, 
Municípios, 
Territórios. 
Autarquias, 
fundações 
públicas entre 
outras criadas 
por lei. 
 
Fundações 
Conjunto de bens personalizados dirigidos a um determinado fim. 
As fundações extinguissem-se em dois casos: 1 – se se tornar ilícita(nociva), 
impossível ou inútil a sua finalidade; 2 – Se vencer o prazo de sua existência. 
Igor Demétrio 
 
11 
 
Caracteriza-se a desconsideração inversa da pessoa jurídica quando é afastado 
o princípio de autonomia patrimonial da pessoa jurídica para responsabilizar a 
sociedade por obrigação do sócio, como, por exemplo, na hipótese de um dos cônjuges, 
ao adquirir bens de maior valor, registrá-los em nome de pessoa jurídica sob seu 
controle, para livrá-los da partilha a ser realizada no caso de separação judicial. Ao se 
desconsiderar a autonomia patrimonial, será possível responsabilizar a pessoa jurídica 
pela dívida ao ex-cônjuge sócio. 
Extinção da Pessoa Jurídica 
a) Convencional: Por deliberação de seus membros conforme quórum previsto 
nos estatutos ou na lei. A vontade humana criadora, hábil a gerar uma 
entidade com personalidade distinta de seus membros é também capaz de 
extingui-la. 
b) Legal: Em razão de motivo determinado na lei. 
c) Administrativa: Quando a pessoa jurídica depende de autorização do Poder 
Público e esta é cassada, seja por infração a disposição de ordem pública ou 
prática de atos contrários aos fins declarados no estatuto seja por se tornar 
ilícita, impossível ou inútil a sua finalidade. 
d) Judicial: Quando se configura algum caso de dissolução previsto na lei ou 
no estatuto, especialmente quando a entidade se desvia dos fins para que se 
construiu, mas continua a existir, obrigando um dos sócios a ingressar em 
juízo. 
 
Bens 
 
Coisa é o gênero do qual bem é espécie. 
Bens são coisas que por serem úteis e raras, são suscetíveis de apropriação e 
contém valor econômico. 
Bens são coisas materiais, concretas, úteis aos homens e de expressão 
econômica, suscetíveis de apropriação, bem como os de existência imaterial 
economicamente apreciável. 
Bens Corpóreos: São os que têm existência física, material e podem ser 
tangidos pelo homem. 
Bens Incorpóreos: São os que têm existência abstrata ou ideal, mas de valor 
econômico, como o direito autoral, o crédito, a sucessão aberta, o fundo de comércio 
etc. 
Patrimônio: É o complexo das relações jurídicas de uma pessoa que tiverem 
valor econômico. O patrimônio do devedor responde por suas dívidas 
Bens Imóveis: São os bens que se não podem transportar, sem destruição, de 
um lugar para outro. 
a) Imóvel por natureza: A rigor somente o solo, com sua superfície, subsolo e 
espaço aéreo é imóvel por natureza. Tudo o mais que o adere deve ser 
classificado como imóvel por acessão. 
Igor Demétrio 
 
12 
 
b) Imóvel Por acessão Natural: Incluem-se nessa categoria as árvores e os 
frutos pendentes, bem como todos os acessórios e adjacências naturais. 
Compreendem pedras, as fontes e os cursos de água, superficiais ou 
subterrâneos que corram naturalmente. 
c) Imóveis por acessão artificial ou industrial: Acessão significa justaposição 
ou aderência de uma coisa à outra. É tudo aquilo que o homem incorpora 
permanentemente ao solo, como a semente lançada à terra, os edifícios e 
construções de modo que se não possa retirar sem destruição, modificação, 
fratura ou dano. 
d) Imóveis por determinação: Trata-se de bens incorpóreos, 
imateriais(direitos) que não são, em si, móveis ou imóveis. O legislador, no 
entanto para maior segurança das relações jurídicas os considera imóveis. 
 
Bens móveis: Os bens suscetíveis de movimento próprio, ou de remoção 
alheia, sem alteração da substância ou da destinação econômico-social. 
a) Móveis por natureza: São os bens que sem deterioração da substância 
podem ser transportados de um lugar para outro, por força própria ou 
estranha. 
Semovente: São suscetíveis de movimento próprio como os animais. 
Móveis propriamente ditos: São os que admitem remoção por força alheia 
sem dano, como os objetos inanimados não imobilizados por sua 
destinação econômico-social. 
b) Móveis por determinação legal: São bens imateriais que adquirem essa 
qualidade jurídica por disposição legal. 
c) Móveis por antecipação: São bens incorporados ao solo, mas com a 
intenção de separá-los oportunamente e convertê-los em móveis, como as 
árvores destinadas ao corte e os frutos ainda não colhidos. 
 
Bens fungíveis: São os móveis que podem substituir-se por outros da mesma 
espécie, qualidade e quantidade. 
Bens infungíveis: São os bens que não podem substituir-se por outros da 
mesma espécie, qualidade e quantidade. 
Bens consumíveis: Os bens móveis cujo uso importa destruição imediata da 
própria substância, sendo também considerados tais os destinados à alienação. 
Bens inconsumíveis: São os bens que podem ser usado continuamente, ou seja, 
os que permitem utilização contínua sem destruição da substância. 
 
Bens divisíveis 
Bens divisíveis: São os que podem fracionar sem alteraçãona substância, 
diminuição considerável de valor ou prejuízo do uso a que se destinam. 
 
Bens indivisíveis 
 
 Art. 88 CC. 
Igor Demétrio 
 
13 
 
a) Por natureza: Os que não podem se fracionar sem alteração na sua 
substância, diminuição de valor ou prejuízo do uso. 
b) Por determinação legal: quando a lei expressamente impede o seu 
fracionamento. 
c) Por Vontade das Partes: Neste caso, o acordo o tornará a coisa comum 
indivisa por prazo não maior que cinco anos, suscetível de prorrogação 
ulterior. 
 
Bem Principal: é o bem que tem existência própria, autonomia, que existe por 
si só. 
Bem Acessório: É aquele cuja existência depende do principal. 
Produtos: São as utilidades que se retiram da coisa, diminuindo-lhe a 
quantidade, porque não se reproduzem periodicamente, como as pedras e os metais que 
se extraem das pedreiras e das minas. 
Frutos 
Frutos: São as utilidades que uma coisa periodicamente produz. São 
caracterizados pela: Periodicidade; inalterabilidade da substância da coisa principal; 
separabilidade desta. 
Quanto à origem 
a) Naturais: são os que desenvolvem e se renovam periodicamente, em virtude 
da força orgânica da própria natureza. 
b) Industriais: Os que aparecem pela mão do homem, isto é, os que surgem 
em razão da atuação ou a indústria do homem sobre a natureza. 
c) Civis: São os rendimentos produzidos pela coisa, em virtude de sua 
utilização por outrem que não o proprietário. 
 
Quanto ao Estado 
Pendentes: unidos à coisa que o produziu. 
Percebidos ou colhidos: Depois de separados. 
Estantes: Os separados e armazenados ou acondicionados para a venda. 
Percipiendos: Os que deviam ser, mas não foram colhidos ou percebidos. 
Consumidos: os que não existem mais porque foram utilizados. 
 
Benfeitorias 
Necessárias: as que têm por fim conservar o bem ou evitar que se deteriore. 
Úteis: As que aumentam ou facilitam o uso do bem. 
Voluntárias: As de mero deleite ou recreio, que não aumentam o uso habitual 
do bem, ainda que o tornem mais agradável ou seja de elevado valor. 
 
Igor Demétrio 
 
14 
 
Bens Públicos 
 
Bens de uso comum do povo: São os que podem ser utilizados por qualquer um 
do povo, sem formalidades. 
Bens de uso especial: São os que se destinam especialmente à execução dos 
serviços públicos. 
Bens Dominicais: São os que constituem o patrimônio das pessoas jurídicas de 
direito público com objeto de direito pessoal, ou real, de cada uma dessas entidades. 
 
Negócios Jurídicos 
 
Fato jurídico em sentido amplo: é todo acontecimento da vida que o 
ordenamento jurídico considera relevante para o direito. 
Negócio Jurídico: É aquela espécie de ato jurídico que, além de se originar de 
um ato de vontade, implica a declaração expressa da vontade, instauradora de uma 
relação entre dois ou mais sujeitos tendo em vista um objetivo protegido pelo 
ordenamento jurídico. 
Classificação dos Negócios Jurídicos 
 
Número de declarantes 
a) Unilaterais: são os que se aperfeiçoam com uma única manifestação da 
vontade. 
Receptícios: São aqueles em que a declaração da vontade tem de se tornar 
conhecida do destinatário para produzir efeitos. 
Não Receptícios: São aqueles em que o conhecimento por parte das outras 
pessoas é irrelevante. 
b) Bilaterais: São os que se perfazem com duas manifestações de vontade 
consideradas sobre o objeto. 
Simples: São os que uma parte aufere vantagens. 
Sinalagmáticos: São aqueles em que há reciprocidade de direitos e 
obrigações estando às partes em situações de igualdade. 
c) Plurilaterais: São os contratos que envolvem mais de duas partes. 
 
Vantagens para as partes 
 
a) Gratuito: São aqueles que só uma das partes aufere vantagens ou 
benefícios. 
b) Onerosos: Ambos contratantes auferem vantagens, as quais, porém, 
corresponde um sacrifício ou contraprestação. 
Comutativos: São os de prestação certa e determinada. 
Aleatórios: Caracterizam-se pela incerteza para as duas partes sobre as 
vantagens e sacrifícios que deles pode advir. 
c) Neutros: são os que faltam atribuição patrimonial. 
Igor Demétrio 
 
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d) Bifrontes: São os contratos que podem ser onerosos ou gratuitos segundo a 
vontade das partes. 
 
Momento da produção de Efeitos 
 
a) Inter vivos: destinam-se a produzir efeitos desde logo. 
b) Mortis causa: São os negócios destinados a produzir efeitos após a morte 
do agente. 
 
Modo de existência 
 
a) Principais: são os que têm existência própria e não dependem, pois, da 
existência de qualquer outro. 
b) Acessórios: são os que têm sua existência subordinada a do principal. 
c) Derivados ou subcontratos: São os que têm por objeto direitos 
estabelecidos em outro contrato, denominado básico ou principal. 
 
Formalidade a observar 
 
a) Solenes: São os negócios que devem obedecer à forma prescrita em lei para 
se aperfeiçoarem. 
b) Não Solenes: São os negócios de forma livre. 
 
Número de atos necessários 
 
a) Simples: são os negócios que se constituem por ato único. 
b) Complexos; são os que resultam da fusão de vários atos sem eficácia 
independente. 
c) Coligados: A conexão mediante vínculo que uma o conteúdo de dois 
contratos. 
 
Modificações que podem produzir 
 
a) Dispositivos: os utilizados pelo titular para alienar, modificar ou extinguir 
direitos. 
b) Obrigacionais: Os que por meio de manifestações de vontade, geram 
obrigações para uma ou para ambas as partes, possibilitando a uma delas 
exigir da outra o cumprimento de determinada prestação como sucede nos 
contratos em geral. 
 
Modo de obtenção do resultado 
 
Igor Demétrio 
 
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a) Fiduciário: é aquele em que alguém o fiducante transmite um direito a 
outrem o fiduciário que se obriga a desenvolver esse direito ao patrimônio 
do transferente ou a destiná-lo a outro fim. 
b) Simulado: é o que tem aparência contrária à realidade. 
 
Elementos do negócio jurídico 
Classificação 
Elementos essenciais: são os estruturais, indispensáveis à existência do ato e 
que lhe formam a substância. Elementos essenciais gerais: são comuns a todos os 
negócios. Elementos essenciais particulares: são peculiares a certas espécies. 
Elementos naturais: São as consequências ou efeitos que decorrem da própria 
natureza do negócio, sem necessidade de expressa menção. 
Elementos acidentais: Constituem nas estipulações acessórias que as partes 
podem facultativamente adicionar ao negócio, para modificar alguma de suas 
consequências naturais, como a condição, o termo e o encargo ou modo. 
 
Requisitos de existência 
 
Os requisitos de existência do negócio jurídico são os seus elementos 
estruturais, sendo que não há uniformidade, entre os autores sobre a sua enumeração. 
Preferimos dizer que são os seguintes: a declaração de vontade; a finalidade negocial; a 
idoneidade do objeto. Faltando qualquer deles, o negócio inexiste. 
Reserva mental: Quando um dos declarantes oculta a sua verdadeira intenção, 
isto é quando não quer um efeito jurídico que declara querer. 
Há dois sistemas no que tange à forma como requisito de validade do negócio 
jurídico: o consensualismo e o formalismo. 
Consensualismo: Da liberdade de forma. 
Formalismo: Da forma obrigatória. 
No direito Brasileiro a forma é em regra livre. O consensualismo, portanto é a 
regra e o formalismo a exceção. 
a) Forma livre: é a predominante no Direito Brasileiro. É qualquer meio de 
manifestação da vontade, não imposto obrigatoriamente pela lei. 
b) Forma especial ou solene: É a exigida pela lei, como requisito da validade 
de determinados negócios jurídicos.c) Forma contratual: É a convencionada pelas partes. 
 
Representação 
Espécies 
a) Representação legal: é o que decorre da lei, ou seja, aquele a quem esta 
confere poderes para administrar bens e interesses alheios, como pais, em 
relação aos filhos menores. 
b) Representação Judicial: É o nomeado pelo juiz, para exercer poderes de 
representação no processo. 
Igor Demétrio 
 
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c) Representação convencional: é o que recebe mandato outorgado pelo 
credor expresso ou tácito, verbal ou escrito. 
 
Condição, termo e encargo 
 
São três os elementos acidentais pelo negócio jurídico no direito brasileiro: 
Condição, termo e encargo 
 
 Condição 
 É o acontecimento futuro e incerto de que depende a eficácia do negócio 
jurídico. 
Elementos 
Voluntariedade: Que a cláusula seja voluntária. 
Futuridade: Que o acontecimento a que se subordina a eficácia ou a resolução 
do ato jurídico seja futuro. 
Incerteza: que também seja incerta. 
 
Condição voluntária: é estabelecida pelas partes como requisito de eficácia do 
negócio jurídico. 
Condição Legal: Malgrado tenha a mesma característica é estabelecida por lei. 
Condição suspensiva: Impede que o ato produza efeitos até a realização do 
evento futuro e incerto. 
Condição Resolutiva: É a que extingue, resolve o direito transferido pelo 
negócio, ocorrendo evento futuro e incerto. 
Pendente: Enquanto não se verificar ou não se frustrar o evento futuro e 
incerto. 
Implemento: a verificação da condição. 
Frustação: a não realização da condição. 
 
Termo 
Termo é o dia ou momento em que começa ou se extingue a eficácia do 
negócio jurídico, podendo ter como unidade de medida a hora, o dia, o mês ou o ano. 
Termo; é a cláusula contratual que subordina a eficácia do negócio a evento 
futuro e certo. 
Encargo: É uma determinação imposta pelo autor de liberalidade a este adere 
restringindo-a 
 
Defeitos do negócio jurídico 
 
Erro 
O erro consiste em uma falsa representação da realidade. Nessa modalidade de 
vício do consentimento o agente engana-se sozinho. 
Igor Demétrio 
 
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Erro material: é o que recai sobre circunstâncias e aspectos relevantes do 
negócio. Há de ser a causa determinantemente, ou seja, se conhecido a realidade o 
negócio não seria celebrado. 
Erro acidental: Refere a circunstâncias de somenos importância e que não 
acarretam efetivo prejuízo, ou seja, as qualidades secundárias do objeto ou da pessoa. 
Vício redibitório: É o erro objetivo sobre a coisa que contem um defeito oculto. 
Erro escusável: é o erro justificável, desculpável. 
O erro para invalidar o negócio jurídico deve ser também real, isto é, efetivo 
causador de prejuízo concreto para o interessado. 
 
Dolo 
 
Dolo é o artifício astucioso ou expediente astucioso, empregado para induzir 
alguém à prática de um ato que o prejudica e aproveita ao autor do dolo ou a terceiro. 
O dolo difere do erro porque este é espontâneo no sentido de que a vítima se 
engana sozinha, enquanto o dolo é provocado intencionalmente pela outra parte ou por 
terceiro fazendo com que ela também se equivoque. 
Dolo principal: configura-se quando o negócio é realizado somente porque 
houve induzimento malicioso de uma das partes. Não fosse o convencimento astucioso 
e a manobra insidiosa, a avença não se terá concretizado. 
Dolo acidental: Quando a seu despeito o negócio seria realizado embora por 
outro modo. 
Dolus bônus: é o dolo tolerável, destituído de gravidade suficiente para viciar a 
manifestação de vontade. 
Dolus Malus: é o revestido de gravidade, exercido com o propósito de ludibriar 
e de prejudicar. 
 
Coação 
Coação é toda ameaça ou pressão injusta exercida sobre um indivíduo para 
força-lo contra a sua vontade, a praticar um ato ou realizar um negócio. 
O que caracteriza é o emprego da violência psicológica para viciar a vontade. 
Para que ocorra a coação: 
a) Deve ser causa determinante do ato. 
b) Deve ser grave. 
c) Deve ser injusta. 
d) Deve dizer respeito a dano atual ou iminente. 
e) Deve constituir ameaça de prejuízo à pessoa ou a bens da vítima ou a 
pessoa de sua família. 
 
Estado de Perigo 
Constitui estado de perigo a situação de extrema necessidade que conduz uma 
pessoa a celebrar negócio jurídico em que assume obrigações desproporcional e 
excessiva. 
Elementos 
Igor Demétrio 
 
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a) Uma situação de necessidade: O agente está premido da necessidade de 
salvar-se, ou a pessoa de sua família. 
b) Iminência de dano atual e grave: obviamente o perigo de dano deve ser 
atual, iminente, capaz de transmitir o receio de que se não for interpretado e 
afastado as consequências temidas fatalmente advirão. 
c) Nexo de causalidade entre a declaração e o perigo de grave dano: a vontade 
deve se apresentar distorcida em consequência do perigo de dano. 
d) Incidência: da ameaça do dano sobre a pessoa do próprio declarante ou de 
sua família: O objeto de perigo deve ser os personagens mencionados. 
e) Conhecimento de perigo pela outra parte: no estado de perigo há em regra 
um aproveitamento da situação para obtenção de vantagem. 
f) Assunção de obrigação excessivamente onerosa: é necessário que as 
condições sejam significativamente desproporcionais capazes de provocar 
profundo desequilíbrio contratual. 
 
Lesão 
Lesão é o prejuízo resultante da enorme desproporção existente entre as 
prestações de um contrato no momento de sua celebração, determinada pela premente 
necessidade ou inexperiência de uma das partes. 
A lesão compõe-se de dois elementos: 
Objetivo: consiste na manifesta desproporção entre as prestações recíprocas 
geradoras de lucro exagerado. 
 Subjetivo: caracterizado pela inexperiência ou preeminente necessidade do 
lesado. 
 
Fraude Contra Credores 
 
A fraude contra credores não conduz a um descompasso entre o íntimo querer 
do agente e a sua declaração. 
A vontade manifestada corresponde exatamente ao seu desejo. Mas é 
exteriorizada com a intenção de prejudicar terceiros, ou seja, os credores. É considerada 
vício social. 
Dois elementos compõem o conceito fraude contra credores: O objetivo 
(eventos damni), ou seja a própria insolvência que constitui ato prejudicial ao credor, e 
o subjetivo (consilius fraudis) que é a má-fé do devedor, a consciência de prejudicar 
terceiros. 
Credor quirografário: é o que tem seu crédito decorrente de um título ou 
documento escrito. 
A ação anulatória do negócio jurídico celebrado em fraude contra credores é 
chamada de revocatória ou pauliana, em atenção ao Pretor Paulo que introduziu no 
Direito Romano. 
Estão legitimados a ajuizar ação pauliana (legitimação ativa). 
a) Os credores quirografários (Art. 158 CC). 
Igor Demétrio 
 
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b) Só os credores que já eram ao tempo da alienação fraudulenta ( art. 158 §2º 
CC). 
 
Validade dos negócios ordinários celebrados de boa-fé pelo devedor 
 
Malgrado o devedor insolvente esteja impedido de alienar bens de seu 
patrimônio para não agravar e ampliar a insolvência admitem-se exceções, como na 
hipótese em que ele contrai novos débitos para beneficiar os próprios credores, 
possibilitando o funcionamento de seu estabelecimento ou para manter-se ou à sua 
família. 
 
Da invalidade do negócio jurídico 
 
Negócio jurídico inexistente: é inexistente quando lhe falta algum elemento 
estrutural, como o consentimento, por exemplo. Se não houver qualquer manifestação 
de vontade o negócio não chega a se formar, inexistente, portanto. 
 
Nulidade: é a sanção imposta pela lei aos atos e negócios jurídicos realizados 
sem observânciados requisitos essenciais, impedindo-os de produzir os efeitos que lhes 
são próprios. 
Nulidade absoluta: existe um interesse social além do individual, para que se 
prive o ato ou negócio dos seus efeitos específicos visto que há ofensa ao preceito de 
ordem pública e assim afeta a todos. 
Nulidade relativa: é a denominada anulabilidade e atinge negócios que se 
acham inquinados de vício capaz de lhes determinar a invalidade, mas que pode ser 
afastado ou sanado. 
Nulidade total: é a que atinge todo o negócio jurídico. 
Nulidade parcial: atinge apenas parte dele. 
Nulidade textual: quando vem expressa em lei. 
Nulidade virtual : Quando não sendo expressa pode ser deduzida de expressões 
utilizadas pelo legislador. 
Simulação 
É uma declaração falsa, enganosa, da vontade, visando aparentar negócio 
diverso do efetivamente desejado. 
Característica 
a) É em regra negócio jurídico bilateral, sendo os contratos o seu campo 
natural. 
b) É sempre acordada com a outra parte, ou com as pessoas a quem ela se 
destina. 
c) É uma declaração deliberadamente desconforme com a intenção. 
d) É realizada com o intuito de enganar terceiros ou fraudar a lei. 
 
Simulação não se confunde com dissimulação, embora em ambas haja o 
propósito de enganar. Na simulação procura-se aparentar o que não existe; na 
Igor Demétrio 
 
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dissimulação oculta-se o que é verdadeiro. Na simulação há o propósito de enganar 
sobre a existência de situação não verdadeira; na dissimulação sobre a inexistência da 
situação real. 
Ato Ilícito 
Ato ilícito é o praticado com infração ao dever legal de não a outrem. 
Tipos de culpa 
In eligendo: decorre da má escolha do representante. 
In vigilando: Decorre da ausência de fiscalização. 
In comittendo: Decorre de uma ação de um ato positivo. 
In omittendo: Decorre de uma omissão, quando havia o dever de não se abster. 
In custodiendo: Decorre da falta de cuidados na guarda de algum animal ou de 
algum objeto. 
 
Prescrição e decadência 
 
Prescrição: seria uma exceção que alguém tem contra o que não exerceu, 
durante um lapso de tempo fixado em norma, sua pretensão ou ação. 
Requisitos 
a) Violação do direito com o nascimento da pretensão. 
b) A inércia do titular. 
c) O decurso do tempo fixado em lei. 
 
Prescribilidade é a regra, imprescribilidade a exceção. 
Pretensões imprescritíveis 
a) As que protegem direitos da personalidade. 
b) As que se predem ao estado das pessoas. 
c) As de exercícios facultativos (potestativos). 
d) As referentes a bens públicos de qualquer natureza. 
e) As que protegem direito de propriedade. 
f) As pretensões de reaver bens confiados à guarda de outrem, a título de 
depósito, penhor ou mandamento. 
g) As destinadas a anular inscrição do nome empresarial feito com violação de 
lei ou do contrato. 
 
Interrupção da prescrição 
Só pode ocorrer uma vez. Qualquer ato de exercício ou proteção de direitos 
interrompe a prescrição extinguindo o tempo já decorrido, que volta a correr por inteiro, 
diferentemente da suspensão da prescrição cujo prazo volta a fluir somente pelo tempo 
restante. 
Decadência 
É a perda do direito potestativo pela inércia do seu titular no período 
determinado em lei. 
Prova 
Igor Demétrio 
 
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Prova é o meio para demonstrar a existência do ato ou negócio jurídico. Deve 
ser admissível (não proibida por lei e aplicável ao caso em exame), pertinente (adequada 
á demonstrações dos fatos em questão) e concludente ( esclarecedora dos fatos 
controvertidos). 
Confissão: Quando a parte admite a verdade de um fato contrário ao seu 
interesse e favorável ao adversário. 
Pode ser judicial, extrajudicial, espontânea ou provocada, expressa ou 
presumida(ou ficta) pela revelia. 
Documento: O documento pode ser público ou particular. Tem função apenas 
probatória. Públicos são os documentos elaborados por autoridade pública no exercício 
de suas funções, como as certidões, traslados etc. Particulares quando elaborados por 
particulares. Uma carta, um telegrama, por exemplo, podem construir importante 
elemento de prova. 
 
Testemunha 
Instrumentária: São as que assinam o instrumento. 
Judiciária: São as que prestam depoimento em juízo. 
Presunção 
Presunção é a ilação que se extrai de um fato conhecido para chegar a um 
desconhecido. 
Legais: São as que decorrem da lei. 
Legais absolutas: Que não admitem prova ao contrário. 
Legais relativas: São as que admitem prova ao contrário. 
Comuns: São as que se baseiam no que cotidianamente acontece, na 
experiência de vida. 
Perícia 
Exame é a apreciação de alguma coisa por peritos para auxiliar o juiz a formar 
sua convicção. 
Vistoria: é também perícia restrita a inspeção ocular.

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