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PROCESSO PENAL III

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PROCESSO PENAL III
DAS NULIDADES
NOÇÕES PRELIMINARES
Da relação processual participam várias pessoas que praticam atos jurídicos regulados pelo direito e produtores de conseqüências jurídicas, e quando realizados dentro do processo e seguem a forma da lei são chamados de atos processuais típicos: relatório, motivação e conclusão. Quando realizados fora da forma lei, serão considerados atos processuais atípicos, o que gera nulidade absoluta/relativa, irregularidade ou a inexistência do ato processual.
ATO INEXISTENTE
A inexistência pode ser material ou jurídica.
Material: o ato não existe, logo não se anula visto que não existe, a nulidade se projeta sobre o processo.
Jurídico: o ato existe, mas tão deformado que se torna incapaz de produzir efeitos jurídicos, dispensando, portanto a intervenção do judiciário.
Ex.: sentença proferida por quem não é juiz (escrivão), é ato juridicamente inexistente.
DIFERENÇAS ENTRE ATO JURIDICAMENTE INEXISTENTE E NULIDADE ABSOLUTA
O ato juridicamente inexistente não produz efeito jurídico, portanto não existe a necessidade de intervenção do Estado. Já a nulidade absoluta produz efeito jurídico, necessitando assim, da intervenção do Estado.
Ex.: sentença proferida sem motivação é nula absolutamente porque é exigência de ordem constitucional.
A sentença absolutória transitada em julgado sana qualquer vício da sentença!!! Já a sentença condenatória, mesmo após transitar em julgado, pode ensejar revisão criminal ou habeas corpus, por conta do princípio do benefício do réu!!!
	ATOS NULOS
	ATOS IRREGULARES
	São atos atípicos que já sofreram a 
sanção de ineficácia.
	São atos atípicos que ainda não sofreram a sanção de ineficácia, mas atingiram seu fim.
Ex.: Juiz determina a citação do réu e o oficial de justiça, não encontrando o réu, cita seu empregado. No dia da audiência se o réu comparece, sanada está a irregularidade. (art. 570,CPP)
Art. 570 - A falta ou a nulidade da citação, da intimação ou notificação estará sanada, desde que o interessado compareça, antes de o ato consumar-se, embora declare que o faz para o único fim de argüi-la. O juiz ordenará, todavia, a suspensão ou o adiamento do ato, quando reconhecer que a irregularidade poderá prejudicar direito da parte.
A NULIDADE
É a sanção decretada pelo orgão jurisdicional em reação ao ato processual realizado fora dos parâmetros normativos.
Nulidade absoluta: não admite sanabilidade, é argüida em qualquer tempo e em qualquer grau, o prejuízo é presumido
Nulidade relativa: admite sanabilidade, é argüível no momento indicado pela lei, sob pena de preclusão, e o prejuízo deve ser demonstrado.
Ex.: ausência de defesa = nulidade absoluta
 deficiência de defesa = nulidade relativa
No estudo das nulidades, deve-se observar três princípios:
1. Princípio do Prejuízo: art. 563, CPP – esse princípio se completa com o princípio 2.
2. Princípio da Irrelevância do Ato: art. 566, CPP .
Ex.: Juiz designa AIJ com oitiva de testemunhas; o cartório na expedição do mandado omite uma testemunha arrolada pelo MP, o juiz decidirá se essa testemunha influenciará em sua decisão, se ele decidir que não influenciará o ato será irrelevante, se for de importância o juiz determinará a condução da testemunha ou marcará outra audiência.
3. Princípio da Consequencialidade: § 1º art. 573, CPP – declarada a nulidade de um ato, os demais que dele forem conseqüência, também serão nulos. 
Quando o juiz declara a nulidade, a lei o obriga a enunciar todos os demais atos que por conseqüência também serão nulos!
Art. 563 - Nenhum ato será declarado nulo, se da nulidade não resultar prejuízo para a acusação ou para a defesa.
Art. 566 - Não será declarada a nulidade de ato processual que não houver influído na apuração da verdade substancial ou na decisão da causa.
Art. 573 - Os atos, cuja nulidade não tiver sido sanada, na forma dos artigos anteriores, serão renovados ou retificados.
§ 1º - A nulidade de um ato, uma vez declarada, causará a dos atos que dele diretamente dependam ou sejam conseqüência.
§ 2º - O juiz que pronunciar a nulidade declarará os atos a que ela se estende.
ATOS ESSENCIAIS OU ESTRUTURAIS
No dizer da doutrina, são os atos imprescindíveis para a validade da relação processual. A omissão de qualquer um deles gera a nulidade absoluta. Esses atos se acham presentes no art. 564, III e suas alíneas do CPP. Algumas hipóteses nas alíneas desse artigo são exceções apontadas no art. 572, CPP. 
Art. 564 - A nulidade ocorrerá nos seguintes casos: 
I - por incompetência, suspeição ou suborno do juiz;
II - por ilegitimidade de parte;
III - por falta das fórmulas ou dos termos seguintes:
a) a denúncia ou a queixa e a representação e, nos processos de contravenções penais, a portaria ou o auto de prisão em flagrante;
b) o exame do corpo de delito nos crimes que deixam vestígios, ressalvado o disposto no Art. 167;
c) a nomeação de defensor ao réu presente, que o não tiver, ou ao ausente, e de curador ao menor de 21 (vinte e um) anos;
d) a intervenção do Ministério Público em todos os termos da ação por ele intentada e nos da intentada pela parte ofendida, quando se tratar de crime de ação pública;
e) a citação do réu para ver-se processar, o seu interrogatório, quando presente, e os prazos concedidos à acusação e à defesa;
f) a sentença de pronúncia, o libelo e a entrega da respectiva cópia, com o rol de testemunhas, nos processos perante o Tribunal do Júri;
g) a intimação do réu para a sessão de julgamento, pelo Tribunal do Júri, quando a lei não permitir o julgamento à revelia;
h) a intimação das testemunhas arroladas no libelo e na contrariedade, nos termos estabelecidos pela lei;
i) a presença pelo menos de 15 (quinze) jurados para a constituição do júri; 
j) o sorteio dos jurados do conselho de sentença em número legal e sua incomunicabilidade; 
k) os quesitos e as respectivas respostas;
l) a acusação e a defesa, na sessão de julgamento; 
m) a sentença; 
n) o recurso de oficio, nos casos em que a lei o tenha estabelecido; 
o) a intimação, nas condições estabelecidas pela lei, para ciência de sentenças e despachos de que caiba recurso; 
p) no Supremo Tribunal Federal e nos Tribunais de Apelação, o quorum legal para o julgamento;
IV - por omissão de formalidade que constitua elemento essencial do ato.
Parágrafo único - Ocorrerá ainda a nulidade, por deficiência dos quesitos ou das suas respostas, e contradição entre estas.
Art. 572 - As nulidades previstas no Art. 564, III, (d) e (e), segunda parte, (g) e (h), e IV, considerar-se-ão sanadas: 
I - se não forem argüidas, em tempo oportuno, de acordo com o disposto no artigo anterior;
II - se, praticado por outra forma, o ato tiver atingido o seu fim;
III - se a parte, ainda que tacitamente, tiver aceito os seus efeitos.
FORMALIDADES ESSENCIAIS
Na omissão de formalidade, se provier de ato essencial, a nulidade é absoluta. Provindo de ato não essencial, a nulidade é relativa. O legislador não faz essa diferença; na omissão de qualquer formalidade de ato essencial, no entender do legislador, a nulidade é relativa, como se depreende da parte final do art. 572, CPP.
Ex.: O parquet oferece denúncia (ato essencial) em inglês, gera nulidade absoluta. Se fosse ato não essencial, geraria nulidade relativa. Ex.: Antes da reforma, quando o réu era citado, era também intimado para defesa prévia, hoje é citado para dar a defesa (obrigatória), se o advogado fizer a defesa (ato essencial) em inglês, gera nulidade relativa.
CLASSIFICAÇÃO DOS ATOS PROCESSUAIS
Essenciais: art. 564, III
Não essenciais: os que não estão no art. 564, III.
CLASSIFICAÇÃO DAS FORMALIDADES
A omissão de uma formalidade no entender do legislador gera nulidade relativa como se depreende do art. 572 CPP, vale ressaltar com apoio na doutrina, que é preciso fazer uma distinção para saber se a omissão de formalidade gera nulidade absoluta ou relativa.
Ex: na omissão de formalidade dolegislador, a nulidade é relativa.
Ex: se a omissão provier de ato essencial art. 564, III do CPP e suas alíneas. É a nulidade absoluta.
Formalidades extrínsecas: forma exterior. Ex.: denúncia em inglês
Formalidades intrínsecas: diz respeito aos requisitos essenciais. Ex.: juiz prolata sentença sem motivação.
INCOMPETÊNCIA, SUSPEIÇÃO, SUBORNO E ILEGITIMIDADE
A incompetência, a suspeição, o suborno do juiz e a ilegitimidade da parte, gera nulidade absoluta (art. 564, CPP). Ex.: crime consumado em Lagarto; testemunhas ouvidas em Simão Dias; juiz encaminha para o juiz de Simão Dias e abre vistas para o MP que ao invés de argüir incompetência, procede à denúncia; a defesa solicita fiança e o juiz concede; na audiência o MP percebe o erro e nos debates orais argúi a incompetência e o juiz concede; nesse caso a fiança e os outros atos são nulos e os autos remetidos à Comarca de Lagarto. Mesmo com a anulação da decisão de pronúncia, o réu só voltará à cadeia por ordem do juiz competente, o juiz de Lagarto.
SUSPEIÇÃO (art. 254, CPP): provoca a nulidade absoluta.
Art. 254 - O juiz dar-se-á por suspeito, e, se não o fizer, poderá ser recusado por qualquer das partes:
I - se for amigo íntimo ou inimigo capital de qualquer deles;
II - se ele, seu cônjuge, ascendente ou descendente, estiver respondendo a processo por fato análogo, sobre cujo caráter criminoso haja controvérsia;
III - se ele, seu cônjuge, ou parente, consangüíneo, ou afim, até o terceiro grau, inclusive, sustentar demanda ou responder a processo que tenha de ser julgado por qualquer das partes;
IV - se tiver aconselhado qualquer das partes;
V - se for credor ou devedor, tutor ou curador, de qualquer das partes;
VI - se for sócio, acionista ou administrador de sociedade interessada no processo.
IMPEDIMENTO (art. 252, CPP)
Art. 252 - O juiz não poderá exercer jurisdição no processo em que:
I - tiver funcionado seu cônjuge ou parente, consangüíneo ou afim, em linha reta ou colateral até o terceiro grau, inclusive, como defensor ou advogado, órgão do Ministério Público, autoridade policial, auxiliar da justiça ou perito;
II - ele próprio houver desempenhado qualquer dessas funções ou servido como testemunha;
III - tiver funcionado como juiz de outra instância, pronunciando-se, de fato ou de direito, sobre a questão;
IV - ele próprio ou seu cônjuge ou parente, consangüíneo ou afim em linha reta ou colateral até o terceiro grau, inclusive, for parte ou diretamente interessado no feito.
ILEGITIMIDADE – “ad causum” (condições da ação), “ad processum” (capacidade para estar em juízo), dão causa à nulidade absoluta. Porém a ilegitimidade do representante da parte enseja nulidade relativa. A sanabilidade ocorrerá mediante a ratificação dos atos processuais. Ex.: ocorre um estupro e se depender da representação, esta deverá ser feita pelos pais, mas quem representa é a avó; gera irregularidade na representação; no decorrer do processo a mãe aparece e o juiz pede confirmação a ela dos atos da avó, ela confirma, nesse caso a irregularidade está sanada; se o juiz julgar sem a presença dos pais, assim mesmo está mantida a representação.
Representante é de quem o menor depende economicamente!
MOMENTO PARA A ARGUIÇÃO DA NULIDADE
As nulidades relativas devem ser argüidas no momento oportuno sob pena de preclusão, segundo o art. 571, CPP. A nulidade absoluta não está sujeita à preclusão; se a parte argüir a nulidade relativa no momento indicado pelo art. 571, mesmo assim, o juiz só reconhecerá a nulidade se ficar comprovado o prejuízo. Ex.: ocorre nulidade no curso da instrução, em que momento a nulidade deve ser argüida? Nos debates orais (razões finais).
Art. 571 - As nulidades deverão ser argüidas: 
I - as da instrução criminal dos processos da competência do júri, nos prazos a que se refere o Art. 406;
II - as da instrução criminal dos processos de competência do juiz singular e dos processos especiais, salvo os dos Capítulos V e VII do Título II do Livro II, nos prazos a que se refere o Art. 500;
III - as do processo sumário, no prazo a que se refere o Art. 537, ou, se verificadas depois desse prazo, logo depois de aberta a audiência e apregoadas as partes;
IV - as do processo regulado no Capítulo VII do Título II do Livro II, logo depois de aberta a audiência;
V - as ocorridas posteriormente à pronúncia, logo depois de anunciado o julgamento e apregoadas as partes (Art. 447);
VI - as de instrução criminal dos processos de competência do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais de Apelação, nos prazos a que se refere o Art. 500;
VII - se verificadas após a decisão da primeira instância, nas razões de recurso ou logo depois de anunciado o julgamento do recurso e apregoadas as partes;
VIII - as do julgamento em plenário, em audiência ou em sessão do tribunal, logo depois de ocorrerem.
- O juiz pode conhecer da nulidade de ofício?
Sim. De acordo com o art. 251, CPP, tanto a absoluta, quanto a relativa.
Art. 251 - Ao juiz incumbirá prover à regularidade do processo e manter a ordem no curso dos respectivos atos, podendo, para tal fim, requisitar a força pública.
- Quem pode argüir a nulidade? 
Poderá ser argüida pelas partes formais: acusação e defesa, inclusive o assistente do MP.
Partes materiais: vítima e réu.
Partes formais: acusação e defesa, assistente e juiz.
Se a vítima se habilita e constitui advogado para auxiliar o promotor, é o assistente; se não se habilita, só fica o MP!
MODOS DE SANABILIDADE
A nulidade relativa estará sanada se não argüida nos momentos processuais indicados pelo art. 571, CPP.
Na nulidade relativa, mesmo que a parte argua no momento certo, o juiz só acatará se comprovado o prejuízo! Se não argüir, estará sanado o vício! Já a nulidade absoluta pode ser argüida a qualquer tempo e o prejuízo é presumido!
As nulidades relativas do art. 572 estarão sanadas em três situações:
1) Se não forem argüidas no tempo oportuno;
2) Se o ato, por outra forma, tiver atingido seu fim Ex.: o réu que não é intimado mas comparece à audiência.
3) Se a parte, ainda que tacitamente, tiver aceito seus efeitos. Ex.: a parte que não argúi aceita seus efeitos.
- Pode haver nulidade em inquérito?
Não, porque a nulidade diz respeito ao ato processual atípico, e o inquérito é ato administrativo. O objetivo do IP é identificar a autoria e a materialidade do crime.
Se o IP se inicia pelo auto de prisão em flagrante não feito nos moldes da lei, sofrerá relaxamento, mas não nulidade. O preso será posto em liberdade e o IP prossegue normalmente e sem nulidade!
DOS RECURSOS
GENERALIDADES
A palavra recurso vem do latim “recursus” que significa “corrida para trás, volta”. Quando se recorre, a decisão objeto do recurso, volta a ser apreciada por outro órgão. Recorre a parte vencida, nada impede que a parte vencedora também o faça, porém é excepcionalidade.
CONCEITO
Recurso no sentido amplo e vulgar: auxílio, proteção e meio de defesa.
Recurso no sentido estrito (técnico): é o meio pelo qual se provoca o reexame de uma decisão. Os recursos se encontram intimamente ligados ao duplo grau de jurisdição. O recurso é o instrumento que materializa a existência do duplo grau de jurisdição. Se a ação já é ajuizada no 2º grau (por prerrogativa de pessoa, foro, etc...), não há o duplo grau de jurisdição. O recurso nesse caso, não sai do 2º grau, porém se a decisão ofender a CF caberá recurso no STF; se ofender o direito federal o recurso subirá ao STJ.
- Juízo “a quo”: órgão de 1º grau, justiça inferior, de quem se recorre.
 - Juízo “ad quem”: órgão de 2º grau, justiça superior, para quem se recorre.
O recurso exige dualidade de instâncias, mas essa regra não tem valor absoluto, porque quando o juiz julga e a decisão tiver vício, e for interposto Embargo de Declaração, será julgado pelo próprio juiz!
FUNDAMENTO
Se as decisões fossem proferidas por deuses ou semideuses, trariam a marca da infalibilidade, mas os juízes são humanos e sujeitosà erros. Por isso os recursos existem, para sanar a possível falibilidade do juiz.
PRESSUPOSTO LÓGICO
É a existência de uma decisão; se não houver decisão que contrarie interesses, não há necessidade do recurso.
PRESSUPOSTO FUNDAMENTAL
A sucumbência no sentido vulgar é a desconformidade entre o que foi pedido e o que ficou decidido. Ex.: MP pede a condenação e o juiz absolve.
SUCUMBÊNCIA NO SENTIDO TÉCNICO
É quando a decisão não expressa o que a parte esperava e esta pode recorrer. Ex.: MP pede condenação e juiz condena, mas aplica a pena mínima.
CLASSIFICAÇÃO DA SUCUMBÊNCIA
Única: quando o gravame atinge apenas uma das partes. Ex.: o réu pede extinção da punibilidade e o juiz não acolhe.
Múltipla: quando o prejuízo atinge interesses vários. Divide-se em:
Paralela: a lesividade atinge interesses idênticos. Ex.: dois réus, mesmo processo; a defesa pede absolvição dos dois e o juiz condena os dois.
Recíproca: a lesividade atinge interesses opostos. Ex.: dois réus, mesmo processo; a defesa pede absolvição dos dois e o juiz condena um e absolve o outro.
Direta: o prejuízo atinge pessoas dentro da relação processual. Ex.: dois réus, mesmo processo; a defesa pede absolvição dos dois e o juiz condena um e absolve o outro.
Reflexa: o prejuízo atinge pessoas fora da relação processual. Ex.: MP pede a condenação, o juiz absolve e a vítima pode recorrer (art. 598, PU CPP).
Art. 598 - Nos crimes de competência do Tribunal do Júri, ou do juiz singular, se da sentença não for interposta apelação pelo Ministério Público no prazo legal, o ofendido ou qualquer das pessoas enumeradas no Art. 31, ainda que não se tenha habilitado como assistente, poderá interpor apelação, que não terá, porém, efeito suspensivo.
Parágrafo único - O prazo para interposição desse recurso será de 15 (quinze) dias e correrá do dia em que terminar o do Ministério Público.
Total: quando o pedido for atendido em sua integralidade. Ex.: MP pede a condenação de cinco réus e o juiz condena os cinco.
Parcial: quando o pedido for atendido parcialmente. Ex.: MP pede a condenação de cinco réus e o juiz condena quatro.
PRESSUPOSTOS RECURSAIS
Dois são os pressupostos processuais:
Objetivos: se referem ao recurso em si.
Autorização legal: o recorrente para recorrer deve observar se o recurso se acha previsto em lei. Além da previsão legal, o recurso deve ser o adequado. Se a parte, porém, se equivoca e interpõe um recurso quando seria outro, não havendo má-fé, o juiz deverá recebê-lo e mandar processá-lo pelo rito do recurso cabível, em homenagem ao princípio da fungibilidade, com previsão na regra do art. 579, CPP. Como se sabe se houve má-fé: quando a parte perdeu o prazo de um recurso e interpõe outro cujo prazo é maior.
Art. 579 - Salvo a hipótese de má-fé, a parte não será prejudicada pela interposição de um recurso por outro. 
Parágrafo único - Se o juiz, desde logo, reconhecer a impropriedade do recurso interposto pela parte, mandará processá-lo de acordo com o rito do recurso cabível.
Tempestividade: a parte deve recorrer no prazo fixado em lei. Se a parte não observa o prazo previsto em lei, o juiz não receberá seu recurso por considerá-lo intempestivo. No Direito Processual Penal o prazo para recorrer, em regra, é de 5 dias, podendo ser para mais ou para menos, a depender do recurso. Ex.: recurso em sentido estrito, 5 dias, art. 586, CPP; apelação, 5 dias, art. 593, CPP; embargo de declaração, 2 dias, art. 619, CPP; carta testemunhável, 48h, art. 640 CPP; embargos infringentes, 10 dias, art. 609, PU, CPP; recurso extraordinário e recurso especial, 15 dias, art. 26, da Lei 8.038\90. Na área penal os prazos são fatais, contínuos e peremptórios, não se interrompendo por férias, domingos ou feriados, conforme estabelece o art. 798, CPP.
 Regra Geral para Contagem do Prazo: exclui-se o dia do começo, inclui-se o dia do vencimento! Se o prazo é fixado em hora não se aplica essa regra; esse prazo é contado minuto à minuto! Quando se assina a intimação e põe a hora continua o prazo em horas; se não coloca a hora, o prazo que era em hora se transforma em dias! A parte que for intimada por Precatória, Mandado ou Carta de Ordem o prazo começará a correr a partir da intimação, e não da juntada como ocorre no processo civil, segundo a Súmula 710 STF.
STF Súmula nº 710 - Processo Penal - Contagem de Prazo
No processo penal, contam-se os prazos da data da intimação, e não da juntada aos autos do mandado ou da carta precatória ou de ordem.
Se houver divergência de data quanto à intimação do réu e seu advogado, qual data deve prevalecer: prevalece a parte que fora intimada por último, réu ou advogado.
Observância das Formalidades Legais: a parte recorrente deve observar:
Se o recurso se acha previsto em lei;
O prazo para sua interposição;
A forma de recorrer: se por petição (regra geral) ou por termo nos autos. Todo processo admite recorrer por petição, mas nem todos permitem recorrer por termo = recurso oral interposto em audiência ou em sessão e o juiz manda consignar no termo ou na ata para que permaneça o registro. Somente três recursos admitem recorrer por termo: recurso em sentido estrito, apelação e protesto por novo júri (Lei nº 11.689 extingue o protesto por novo júri). Ex.: a decisão do júri é definitiva, condenatória ou absolutória, o juiz apenas faz a dosimetria da pena; juiz lê a sentença, uma das partes terá seus interesses contrariados, essa parte, através do advogado, vai à tribuna e protesta por novo júri.
Motivação: todo recurso deve ser motivado. Recurso sem motivação é recurso inepto. A parte, ao recorrer, deve exteriorizar as razões de seu inconformismo. O CPP no art. 601 admite que a apelação suba para o TJ sem as razões, isto é, sem motivação. Essa questão é enfrentada por duas orientações jurisprudenciais: 
O não oferecimento de razões impede o conhecimento do recurso e converte o julgamento em diligência. Esse é o entendimento majoritário. Quem adota esse entendimento, entende que a regra do art. 601 do CPP não fora recepcionada pela CF.
O não oferecimento de razões não impede seu conhecimento e julgamento. Esse é o entendimento minoritário. Quem adota esse entendimento entende que a regra do art. 601 CPP, continua em plena vigência. 
Quando o juiz recebe recurso sem motivação, ele intimará a parte a constituir novo advogado para fazê-lo, em função do princípio da ampla defesa!
Subjetivos: dizem respeito à figura do recorrente. Dois são os pressupostos de ordem subjetividade.
Interesse: recorre a parte com manifesto interesse pela modificação ou reforma da decisão, como preceitua o art. 577 PU, CPP. O recurso não é um instrumento de medição da intelectualidade do recorrente. Excepcionalmente a parte vencedora poderá recorrer. Ex.: réu é absolvido após júri sob alegação de legítima defesa putativa, a vítima e seus sucessores ingressam em juízo com ação de indenização na esfera cível; porém, se absolvido com fundamento na legítima defesa real, não caberá ação cível. 
Legitimidade: é a pertinência subjetiva dos recursos. A lei diz quem tem legitimidade para recorrer no art. 577, CPP. 
JUÍZO DE ADMISSIBILIDADE
Positivo: se estiverem presentes todos os pressupostos de ordem objetiva e subjetiva. Nessa hipótese, o juiz receberá o recurso e mandará processá-lo.
Negativo: quando ausente um de seus pressupostos. Nessa hipótese, o juiz não receberá o recurso gerando uma nova sucumbência. Ex.: a parte entra com apelação, juiz não recebe por intempestividade; a parte prova que o recurso não era intempestivo, para isso a parte entra com outro recurso. (art. 581, XV). Esse recurso admite retratação. O juiz só poderá se retratar se houver a interposição do recurso pedindo a revisão ou modificação da sua decisão.
EXTINÇÃO ANORMAL DOS RECURSOS
Os recursos se extinguem normalmente quando julgados pelo Tribunal que poderá dar provimento ou negar provimento ao recurso. Serão extintos anormalmente quando impedidos de serem encaminhados para o Tribunal.Dois fatos provocam a extinção anormal dos recursos:
1. Falta de preparo: somente haverá exigência de preparo quando se tratar de ação de natureza exclusivamente privada, de iniciativa da parte ofendida. Se a parte recorre, e não faz o preparo, o recurso será considerado deserto, nos termos do art. 806, § 2º.
2. Desistência: somente a defesa poderá desistir de recurso que haja interposto. Quanto ao Ministério Público existe regra proibitiva nesse sentido, art. 576, CPP. Para que a defesa possa desistir de recurso interposto, é necessário que contenha poderes especiais para tanto. Os poderes especiais deverão constar da procuração. 
CLASSIFICAÇÃO DOS RECURSOS
Segundo a CF os recursos se classificam em:
Extraordinários
Especiais
Ordinários
A própria CF estabelece expressamente quais as hipóteses que dão ensejo ao recurso extraordinário e ao recurso especial, cujo rol constitui números clausos. Fora dessas hipóteses, as demais poderão ser combatidas pelo recurso ordinário. O CPP classifica os recursos em:
Voluntário: como o próprio nome indica, é o recurso da parte que recorre se quiser. Sabe-se que o recurso é um ônus processual, porém se a parte devendo recorrer, não o fizer, a decisão se torna imutável, operando-se a coisa julgada formal e material.
Necessário ou de Ofício: assim impropriamente denominado, porque o juiz não é parte, e como tal não deveria recorrer, é uma obrigação que a lei impõe ao juiz de submeter a sua decisão ao duplo grau de jurisdição nos casos especificados em lei. Há causas que pelos altos interesses sociais que devem ser resguardados ou protegidos, a lei exige do juiz que submeta sua decisão ao reexame necessário, isto é, ao duplo grau de jurisdição.
 O juiz recorre na própria decisão; no penúltimo parágrafo da decisão, quando a lei determina que ele recorra de ofício ele diz: “Recorro de ofício”; nesse caso mesmo que a parte não recorre com recurso voluntário, o processo subirá por conta do despacho do juiz. Existem três situações onde o juiz recorre de ofício: 
I - decisão concessiva de habeas corpus; 
II - decisão quando o juiz absolve sumariamente o réu nos processos da competência do Júri; 
III - quando concede reabilitação ao condenado.
Segundo a doutrina, a natureza jurídica do recurso de ofício é condição de eficácia da sentença. Para o STF, a natureza jurídica do recurso de ofício é decisão que se submete ao duplo grau de jurisdição.
	
Segundo o CPP os recursos tem dois efeitos: devolutivo e suspensivo.
Devolutivo: esse efeito estará caracterizado quando a decisão for reexaminada por outro órgão. Em regra, todo recurso tem efeito devolutivo. 
Suspensivo: será cabível nas hipóteses em que a lei especifica. Entende-se por efeito suspensivo a decisão que não pode ser executada enquanto aguarda o julgamento do recurso. 
	
Para a doutrina existem mais dois efeitos:
Regressivo: quando o reexame fica a cargo do próprio órgão prolator. Ex.: embargos de declaração. 
Misto: quando o reexame inicialmente é feito pelo órgão “ad quo” e depois pelo órgão “ad quem”. 
	
UNIRRECORRIBILIDADE OU SINGULARIDADE
A decisão somente poderá ser combatida por um recurso, e não por vários recursos. Essa regra, porém, não tem valor absoluto.
Exs.: 
1. Quando a decisão do Tribunal for ofensiva a um só tempo à CF e ao direito federal, serão cabíveis dois recursos: extraordinário e especial.
2. Quando a decisão do Tribunal contiver parte unânime e parte não unânime. Para a parte não unânime o recurso cabível: embargos infringentes; para a parte unânime, recurso cabível: extraordinário ou especial. 
(Prática de Processo Penal – Fernando Tourinho)
DO RECURSO EM SENTIDO ESTRITO
Considerações 
Recurso em sentido estrito é o recurso próprio para combater decisão de natureza processual. 
Decisão interlocutória decisão segundo a qual o juiz não encerra o seu ofício jurisdicional podendo portanto, revê-la. Admite-se pois, juízo de retratação, isto é, o juiz pode voltar atrás corrigindo o equívoco que houvera cometido. O juízo de retratação é admissível apenas uma vez.
O Recurso em Sentido Estrito
O recurso em sentido estrito corresponde ao Agravo de Instrumento do cível. Trata-se de um recurso inominado. Por quê? Todo recurso é o meio pelo qual se provoca o reexame de uma decisão; o legislador não lhe atribui uma denominação específica, daí recurso inominado.
É taxativa a enumeração do art. 581?
Somente caberá recurso em sentido estrito nas hipóteses que a lei explicita no art. 581? A intenção do é polêmica, não há consenso na doutrina nem na jurisprudência. Prevalece o entendimento de que o rol é taxativo, embora exista entendimento minoritário defendendo que o rol é exemplificativo. 
Ex.: O art. 581, I – caberá recurso em sentido estrito da decisão, despacho, sentença ... que não receber a denúncia... qual será o recurso da decisão que não receber o aditamento à denúncia ou queixa? Recurso em sentido estrito. Esse caso não está previsto no artigo. 
Ex.: Lei nº 5.250/67 art. 44 § 2º (Lei de Imprensa) - quando o juiz receber a denúncia ou a queixa caberá recurso em sentido estrito, e quando ele rejeitar caberá a apelação. O STF revogou a Lei de Imprensa por considerá-la ofensiva ao direito de expressão de liberdade.
O Recurso em sentido estrito sobe nos próprios autos ou em separado?
A parte ao recorrer, deverá saber de antemão qual a forma de seu processamento; se for nos autos não há necessidade de instrumento, se subir em separado se forma o instrumento e nesse caso a parte deverá indicar as peças à serem trasladadas para o recurso. 
Mesmo que a parte recorrente não indique as peças obrigatórias, elas deverão constar do instrumento sob pena de não conhecimento do recurso. No Tribunal o recurso é conhecido ou não, na instância inferior o recurso é recebido ou não.
As peças obrigatórias do recurso são:
Decisão contra qual se recorre;
Certidão de intimação;
Petição de Recurso.
Processamento do Recurso em sentido estrito
Se o instrumento não contiver uma das peças enumeradas acima, não será levado a julgamento, porque a pretensão do recorrente já será desfeita no exame de admissibilidade. O art. 583, CPC, especifica quais são as hipóteses em que o recurso deverá processar-se nos autos, se a hipótese em exame não figura na regra do art. 583, conclui-se por exclusão, que o recurso subirá por instrumento. Existe, porém uma regra, de caráter genérico, que facilita a compreensão quanto ao processamento do recurso: se a subida do instrumento não causar prejuízo para o andamento normal do feito, o recurso processar-se-á nos próprios autos; quando prejudicar o andamento do processo subirá em separado.
Ex.: Dois réus no mesmo processo, ambos são pronunciados, ambos recorrem, como o recurso não vai prejudicar o andamento do processo, será processado nos próprios autos; já se um dos réus não recorre, o recurso será processado em instrumento em separado, pois para o réu que não recorreu o processo ficaria no Tribunal até que fosse julgado, e o réu ficaria esperando pela devolução do recurso para que fosse ao Tribunal do Júri. 
Despacho juiz: A. conclusos (autuada, venha-me em conclusão) – instrumento separado
Despacho juiz: J. conclusos (junto, conclusão) – recurso prossegue nos autos
Processamento do Recurso em Sentido Estrito
O recurso em sentido estrito deve ser interposto no prazo de 5 (cinco) dias nos termos do art. 586 CPP. Enquanto suas razões devem ser oferecidas em 2 (dois) dias de acordo com a regra do art. 588 CPP. A parte contrária dispõe dos mesmos 2 (dois) dias para oferecer contra-razões. Quando o processo estiver com razões e contra-razões, o juiz terá o prazo de 2 (dois) dias para dizer, em decisão fundamentada, se mantém ou se reforma sua decisão. Se mantiver, o recurso subirá; se reformar, e a decisão de reforma couber recurso, o processo também subirá. Nessa hipótese, a parte prejudicada poderá recorrer fazendo uso de uma simples petição sem necessidade de novos arrazoados, não podendoo juiz mais uma vez retratar-se, tudo em obediência ao disposto no art. 589, PU, CPP.
Ex.: defesa pede fiança, o juiz concede; o MP entende que não cabe fiança (réu reincidente), o MP com 5 dias entra com recurso, com 2 dias entra com razões e a parte prejudicada entra com contra-razões; o juiz tem 2 dias para manter ou reformar a decisão. A decisão que nega a fiança é a decisão de reforma. Se a decisão de reforma couber recurso, a parte prejudicada (réu) com uma simples petição recorrerá, nessa petição não é necessário que a defesa dê razões, e o juiz não poderá mais reformar sua decisão, pois a retratação do juiz só é possível uma vez. Esse é o Juízo de Retratação que está disciplinado no art. 589, PU, CPP. 
Como saber se a decisão cabe recurso? Art. 581, V CPP.
Fiança: art. 581, V do CPP.
Ex.: à pedido do MP o juiz anula a instrução, as partes são intimadas dessa decisão, a parte que não se conformar deverá entrar com recurso, no prazo de 5 dias entra com recurso, com dois dias entra com razões, (o prazo para as razões só começa a correr quando a parte for intimada), e o MP as contra-razões; se o juiz reformar (rendo-me aos argumentos do recorrente para reformar minha decisão); a decisão de reforma é validar os atos que antes haviam sido anulados. Nesse caso a art. 581, XIII, CPP. Aqui o MP não pode recorrer, porque essa decisão é irrecorrível, não se pode reformar decisão de validar.
A quem é endereçado o Recurso em sentido estrito?
Os recursos são processados perante o próprio juiz sentenciante, mas são endereçados ao Tribunal, porque é o juiz sentenciante que diz se recebe ou não, recebe com efeito devolutivo, remete ao Tribunal. Na época da promulgação do CP, em 1942, o Tribunal era Tribunal de Apelação. Na CF de 1946 altera-se a denominação para Tribunal de Justiça; mas no CP ainda continua como Tribunal de Apelação; o Tribunal de Apelação corresponde ao TJ, TRE ou TRF, é para onde irão os recursos quando eles sobem, a depender da matéria: eleitoral, federal (interesses da União) art. 109, CF. O que não for matéria federal ou eleitoral é matéria residual e irá para o TJ. 
No art. 582, CPP, os recursos serão sempre para o Tribunal de Apelação, salvo nos casos V (fiança), X (Habeas Corpus) e XIV (nome incluído ou excluído da lista de jurados) que serão julgados pelo Presidente do Tribunal. Ver art. 582, PU, CPP. O HC será impetrado e julgado pela autoridade imediatamente superior. Ex.: delegado impetra HC (autoridade coatora) julgado pelo juiz. 
As decisões que comportam Recurso em sentido estrito
O legislador estabeleceu 24 hipóteses (art. 581, CPP) que poderiam ser combatidas pelo recurso em sentido estrito, nesse ínterim surgiu a Lei nº 7.210/84 – Lei das Execuções Penais, e muitas dessas hipóteses foram revogadas, e no lugar do recurso em sentido estrito, começou a caber o Agravo em Execução (art. 197, CPP). Porém, quando o recurso em sentido estrito dará lugar ao Agravo em Execução (entenda-se execução da pena)? Após o trânsito em julgado da sentença condenatória, enquanto não houver o trânsito em julgado, o recurso será em sentido estrito. 
Efeitos
O recurso em sentido estrito poderá ter:
Efeito Reversivo: quando o juiz se retratar e a decisão de retratação não couber recurso, pois o reexame ficou a cargo apenas do órgão prolator.
Efeito Misto: quando a decisão for inicialmente reexaminada pelo próprio juiz e em seguida, pelo Tribunal, caracterizando, portanto o efeito misto.
Efeito Suspensivo: apenas em duas hipóteses:
Perda da fiança
Quando juiz denegar a apelação ou julgá-la deserta.
O recurso em sentido estrito terá efeito suspensivo limitado também em duas hipóteses:
Decisão de Pronúncia (suspende-se somente o julgamento do réu pelo Júri), mas se o juiz achar que deve decretar a prisão preventiva do réu, poderá fazê-lo, se fosse suspensivo absoluto, não poderia fazê-lo.
Quando o juiz julgar quebrada a fiança – automaticamente perde-se a metade do valor que fora arbitrado, se a parte recorrer é para discutir a outra metade restante.
Recurso “secundum eventum litis” e Recurso “pro et contra”
Recurso “secundum eventum litis”: quando a lei prevê o cabimento do recurso em apenas uma situação ele terá essa denominação. Ex.: Só cabe recurso da decisão que receber pronúncia.
Recurso “pro et contra”: quando a lei prevê o cabimento em duas situações, contra e a favor, terá essa denominação. Ex.: caberá recurso da decisão que conceder ou negar fiança.
DO RECURSO DE APELAÇÃO
Noções
A palavra apelação vem do vocábulo latino “apellatio”, que significa ação de dirigir a palavra. A palavra é dirigida ao Tribunal, órgão colegiado constituído de vários juízes que há muito já fizeram seu noviciado na Magistratura. A apelação é o recurso próprio para combater decisão definitiva, decisão segundo a qual, o juiz esgota seu ofício jurisdicional não podendo mais revê-la. Não se admite, pois, o juízo de retratação. Qualquer mudança no conteúdo da decisão está à cargo do Tribunal, salvo as hipóteses do art. 463, CPC. Quando houver erro de cálculo ou inexatidão material, o juiz poderá corrigir sem necessidade da intervenção do judiciário. Ex.: juiz julga e fixa pena em 2 anos, assessoria se equivoca e põe 20 anos, o juiz corrigirá sem necessidade de ir ao judiciário. Ex.: juiz fixa multa diária em R$ 5.000,00 e a assessoria coloca R$ 50.000,00.
Nas hipóteses que ensejarem os embargos de declaração, não há necessidade do Tribunal, o próprio juiz pode retificar, esclarecer, mas se a decisão é definitiva, qualquer mudança na substância da decisão, somente o Tribunal poderá fazê-lo. 
Quais as decisões que comportam o recurso de apelação?
Sentença absolutória e sentença condenatória, que são decisões definitivas. Toda sentença absolutória e condenatória comporta a apelação, do juiz singular ou do Tribunal do Júri. As apelações contra a decisão do Júri tem fundamentação vinculada porque somente será cabível nas hipóteses que a lei especificar, fora dessas hipóteses não caberá, ou seja, a parte só pode recorrer da decisão do Júri desde que fundamente seu recurso em uma das hipóteses especificadas em lei: art. 593, III, a, b, c e d, CPP.
Art. 593 - Caberá apelação no prazo de 5 (cinco) dias:
II - das decisões definitivas, ou com força de definitivas, proferidas por juiz singular nos casos não previstos no Capítulo anterior;
III - das decisões do Tribunal do Júri, quando: 
a) ocorrer nulidade posterior à pronúncia; 
b) for a sentença do juiz-presidente contrária à lei expressa ou à decisão dos jurados; 
c) houver erro ou injustiça no tocante à aplicação da pena ou da medida de segurança; 
d) for a decisão dos jurados manifestamente contrária à prova dos autos. 
Na hipótese do inciso II, a apelação tem caráter residual; primeiro procura-se saber se caberá recurso em sentido estrito, se não couber, usa-se a apelação. Como saber se cabe recurso em sentido estrito? Se a hipótese estiver prevista no art. 581 caberá recurso em sentido estrito, se não estiver previsto no art. 581, caberá a apelação. 
Decisões definitivas = são as decisões definitivas em sentido “latu”, ou seja, encerram a relação processual com julgamento de mérito, mas não condenam nem absolvem. Ex.: juiz declara extinta a punibilidade pela prescrição, é uma decisão definitiva em sentido “latu”, pois não absolve nem condena, mas encerra a relação processual com julgamento do mérito; nesse caso qual o recurso cabível? Como essa hipótese está prevista no art. 581, VIII, o recurso será em sentido estrito. Ex.: juiz concede a reabilitação, além de dever recorrer de ofício, a parte também pode interpor recurso voluntário que será a apelação (art. 746, CPP).
Decisões com força de definitivas = são as decisões interlocutórias mistas (podem encerrar ou não a relação processual sem julgamento do mérito), que podem ser terminativas ou não terminativas. Ex.: juiz acolhe a exceção de coisa julgada, de litispendência, ou rejeita a denúncia ou a queixa.
Será cabível o recurso emsentido estrito ou a apelação? Caberá recurso em sentido estrito, pois consta no art. 581, CPP.
Ex.: juiz julga o pedido de restituição de coisa apreendida, é uma decisão interlocutória mista terminativa, decisão com força de definitiva, pois o juiz encerra a relação processual e não examina o mérito, essa hipótese não consta no art. 581, logo caberá apelação. 
Ex.: quando o juiz pronuncia o réu, decisão interlocutória mista não terminativa, porque não se encerra a relação processual. Qual o recurso aqui? Recurso em sentido estrito.
Toda sentença absolutória ou condenatória comporta o recurso de apelação?
Sentença definitiva é apelável, como regra, mas existem as exceções! 
Se a sentença for absolutória ou condenatória proferida por Tribunal para quem tem prerrogativa de função, será processado perante o Tribunal. Sentença absolutória ou condenatória advinda do Tribunal, não é apelável, embora seja definitiva, porém se a decisão do Tribunal for ofensiva à CF, o recurso cabível é o Extraordinário para o STF; se for simultaneamente ofensiva ao direito federal e a CF caberá dois recursos: Especial para o TJ e Extraordinário para o STF!
Se o juiz denegar o recurso de apelo, que providência poderá ser tomada?
Juízo de admissibilidade poderá ser positivo ou negativo. Quando o juiz denega, esse juízo é negativo que gera uma nova sucumbência (art. 581, XV, CPP). Nesse caso a parte pode se valer do recurso em sentido estrito. 
Quando da interposição de recurso, nas razões ou contrarrazões podem ser juntados documentos?
A lei não cria nenhum obstáculo para a juntada de documentos. É possível juntar documentos em qualquer fase do processo, exceto na hipótese do art. 479, CPP (?). Quando a parte junta documentos nas contrarrazões, o juiz não poderá determinar a remessa dos autos para o Tribunal sem antes ouvir a parte contrária, em respeito ao princípio do contraditório, caso o faça, gerará nulidade. A parte se manifestará apenas sobre os novos documentos que foram acostados aos autos.
Pode o apelante protestar pelo oferecimento das razões no Tribunal?
O recurso é processado perante o próprio juiz sentenciante, as razões são processadas perante o próprio juiz sentenciante, mas a parte poderá preferir oferecer as razões no Tribunal. Essa hipótese somente será possível, se for apelação; em qualquer outro recurso, não poderá a parte oferecer as razões no Tribunal. Quando a parte decidir apelar no Tribunal, deverá dizer ao juiz, conforme art. 600, § 4º. Essa prerrogativa de oferecer razões no Tribunal é conferida somente à defesa, e não ao MP, porque só quem atua perante o Tribunal é o Procurador de Justiça.
Apelação Plena e Limitada
 “Tantum devolutum quantum appellatum” (art. 599, CPP) 
Se a parte recorre de todo julgado, a apelação será plena; se recorre de parte dele, será limitada. O princípio “tantum devolutum quantum appellatum” tem fiel aplicação quando o recurso interposto é da defesa, sofre mitigação quando interposto pela acusação, podendo o Tribunal julgar além dos limites da postulação quando for para beneficiar o réu. Ex.: 2 réus, juiz absolve um e condena o outro; somente a defesa recorre da condenação, nesse caso recorre de parte do julgado (apelação limitada). Porém, na mesma situação o MP recorre da absolvição, nesse caso recorre de parte do julgado (apelação limitada), mas quando o Tribunal aprecia a apelação do MP em relação à absolvição, apreciará também a condenação e caso encontre alguma injustiça, julgará de forma diferente (para beneficiar o réu).
Em qualquer apelação, funciona o juízo “ad quem” sempre como “judicium rescindens” e “judicium rescissorium”?
Em qualquer apelação (contra decisão do Júri) o Tribunal (juízo “ad quem”) funciona como judicium rescindens (julgamento sem exame de mérito) e judicium rescissorium (julgamento com exame de mérito)? Se o erro no julgamento advém de ato do juiz o Tribunal pode corrigir, retificar, examinar o mérito (judicium rescissorium); porém se o erro do julgamento advém de atos dos jurados o Tribunal não pode retificar, corrigir, examinar o mérito (judicium rescindens), o Tribunal determina novo Júri, mas não corrige a decisão em respeito à soberania do Júri. Art. 593, §§ 1º, 2º e 3º. 
A apelação sobe nos próprios autos?
Em se tratando de apelação, em regra, a apelação subirá nos autos exceto as exceções do art. 601 § 1º, caso em que a apelação subirá em instrumento separado. 
Se houver mais de réu e todos não houverem sido julgados;
Se todos os réus não tiverem apelado.
Apelação sumária e apelação ordinária
É uma classificação de ordem doutrinária. A apelação será sumária quando se tratar de contravenção ou crime apenado com detenção. Será ordinário quando se tratar de crime apenado com reclusão. O procedimento da apelação sumária se acha definido no art. 610, CPP, enquanto o procedimento da ordinária tem previsão no art. 613, CPP. Na apelação sumária não existe a figura do revisor.
Efeitos do recurso de apelação
Em regra, a apelação tem o efeito devolutivo porque a matéria será devolvida para reexame pelo órgão “ad quem”. Em regra também, a apelação tem efeito suspensivo a menos que o juiz resolva decretar a prisão preventiva ou outra medida cautelar. 
A proibição do “reformatio in pejus” (art. 617, CPP)
Quando o recurso for exclusivo do réu, em nenhuma hipótese, a sua situação poderá ser agravada em obediência ao princípio da “reformatio in pejus”, com previsão no art. 617 CPP. Quando porém, a defesa e a acusação apelam, não será cabível a aplicação do princípio da “reformatio in pejus” porque nessa hipótese existe autor pedindo pelo agravamento da situação do réu. Essa é a razão pela qual a natureza jurídica do princípio da “reformatio in pejus” significa “nemo judex sine actore” (não existe juiz sem autor). 
“Reformatio in melius”
Enquanto o princípio da “reformatio in pejus” tem previsão legal, o da “reformatio in mellius” não tem, podendo o Tribunal julgar além dos limites da postulação quando for para beneficiar o réu. Ex.: quando recurso é exclusivo do réu e ele não tem razão no que pede, (ex.: postula a diminuição da pena alegando que o juiz foi muito severo na dosimetria), o Tribunal examina e conclui que o juiz está certo e mantém a decisão. Se lógica fosse a mesma e o MP pedisse o aumento da pena sem ter razão e o Tribunal decidir que não cabe o aumento e sim a absolvição, que não é objeto do pedido, absolverá! Em obediência ao princípio da “reformatio in mellius” = a reforma pode ser para melhorar e nunca para melhorar, logo se pode julgar além do pedido para beneficiar o réu.
“Reformatio in pejus” indireta 
Quando somente o réu recorre e pede a anulação do processo, e o Tribunal acolhe o pedido, a nova sentença não poderá ter pena superior à do processo anulado, em obediência ao princípio da “reformatio in pejus” indireta. Ex.: réu condenado à 7 anos, não se conforma e apela, pedido: anulação do processo, Tribunal acolhe; depois de todo novo processo, na nova sentença mesmo que o MP dê uma definição jurídica mais gravosa, o juiz quando for julgar não poderá dar ao réu mais de 7 anos.
Dar ao fato definição jurídica diversa (art. 383, CPP) “Emendatio Libelli”
O art. 617 CPP que fundamenta o princípio da “reformatio in pejus” faz referência expressa ao art. 383 do mesmo diploma processual, segundo o qual, nele se acha prevista a “ementatio libelli” = dar ao fato definição jurídica diversa. Ex.: MP descreve fato como roubo e classifica como furto, o fato praticado fora roubo, mas quando da classificação o fez como furto. O juiz fará essa correção quando profere a sentença e não quando recebe a denúncia, pois se assim o fizer, caberá correição parcial! Assim acontecerá, mesmo que a correção importe em pena mais grave.
Dar nova definição jurídica ao fato (art. 384, CPP) “Mutatio Libelli” Súmula 453 STF
O Tribunal está impedido de dar nova definição jurídica ao fato = “mutatio libelli”, em conformidade com a Súmula 453 STF. Ex.: MP descreve ofato como furto e classifica como furto, não há erro; mas quando se faz a instrução surge uma circunstância elementar não contida explícita ou implicitamente na denúncia, (ex.: usou de violência); o fato ganhará nova definição jurídica. 
DOS EMBARGOS INFRINGENTES E DE NULIDADE
Considerações preliminares
Trata-se um recurso exclusivo da defesa cabível somente na segunda instância, isto é, no Tribunal. A palavra “embargos” tem sentido proteiforme, isto é, apresenta variedade de significações.
Embargo = arresto, medida precautória consistente na retenção de bens do devedor. Embargar significar tolher, dificultar, impedir. Ex.: a prefeitura embargou a obra X = a prefeitura impediu a continuidade da obra pela falta de observância das normas técnicas.
Embargos = meio pelo qual se vale o litigante para impedir a execução de uma sentença. 
Os velhos sistemas jurídicos criavam dificuldades às partes quanto ao uso de recurso. Para contornar esse obstáculo, criado pela própria lei, a parte interessada, não podendo recorrer, pedia ao juiz reconsideração de sua sentença. Quando o pedido de reconsideração fosse para declarar ou corrigir algum ponto da decisão surgiam os embargos declaratórios. Quando fosse para modificar o conteúdo da decisão vieram os embargos modificativos. Quando tivesse como propósito revogar, no todo ou em parte, a decisão, surgiam os embargos ofensivos. Nessa época nossa legislação conhecia apenas os embargos declaratórios. Quando os embargos modificativos e ofensivos foram introduzidos na legislação brasileira, através da Lei nº 1.720-B/52, vieram com a denominação Embargos Infringentes e de Nulidade. No passado eram dois: modificativos e ofensivos, hoje em dia a correspondência é: modificativo = embargos infringentes e ofensivos = de nulidade.
Os embargos infringentes e de nulidade
Enquanto os embargos infringentes visam a modificação do julgado, com exame de mérito, os embargos de nulidade visam a anulação do feito sem exame de mérito, porque nessa hipótese, a discussão da matéria é puramente processual.
Os embargos surgiram para resolver as dificuldades, no sentido do recurso, impostos pela própria legislação. 
Prazo para sua interposição e respectivo procedimento
Os embargos infringentes serão admissíveis de decisão não unânime de segunda instância desfavorável ao réu, porém, o voto vencido deve ser favorável. Os embargos infringentes devem ser opostos no prazo de 10 dias a contar da publicação do acórdão embargado. São dirigidos ao relator do acórdão embargado, é ele quem faz o exame de admissibilidade. Se admissíveis, serão encaminhados à Câmara (Tribunais Estaduais) ou à Turma (Tribunais Federais) para julgamento. Ex.: Câmara Criminal julga uma apelação, a Câmara Criminal é composta por 3 desembargadores, o réu é julgado pela comarca de Poço Verde e condenado, o réu não de conforma e apela (porque recorre de sentença condenatória definitiva no 1º grau, se fosse no 2º grau não seria apelação), vai ao TJ e é apreciado pela Câmara Criminal de Sergipe composta por 3 desembargadores, no dia do julgamento da apelação 2 desembargadores votam negando provimento ao apelo, o desembargador em voto vencido sugere a diminuição da pena; quando se publica o acórdão com a decisão, o réu tem 10 dias para embargar; os embargos (razões do embargante) só poderão ter como decisão a diminuição da pena, aquilo que disser o voto vencido, deve dizer os embargos; os embargos devem obrigatoriamente seguir o que dita o voto vencido. O voto vencido é que delimita a extensão dos embargos, não pode haver divergência entre voto vencido e embargos. O relator que examina a admissibilidade ou não dos embargos é o mesmo relator da apelação. Os embargos infringentes tem caráter de retratação pois, os mesmos juízes que julgaram os recursos que deram origem aos embargos, agora julgarão os embargos. 
Sessão = reunião de turmas
Grupo = reunião de câmaras
A particularidade dos embargos infringentes na Justiça Militar
Os embargos são recurso exclusivo da defesa na justiça comum, mas perdem essa característica na Justiça Militar. Na Justiça Militar a decisão de Tribunal Militar, se desfavorável ao réu, ele mesmo tem legitimidade para embargar, se favorável à acusação, o MP tem legitimidade para embargar. 
Contra qualquer decisão não unânime de segunda instância, cabem embargos infringentes?
A doutrina diverge nesse ponto, minoritariamente há entendimento pelo cabimento de embargos contra qualquer decisão não unânime de segundo grau. Majoritariamente, prevalece o entendimento de que os embargos infringentes somente serão admissíveis do julgamento não unânime de apelação e recurso em sentido estrito. Por quê? Porque essa foi a vontade do legislador quando tratou dos embargos na rubrica que trata dos embargos: “do julgamento da apelação e dos recursos em sentido estrito.” (art. 609, PU, CPP) 
Os embargos no STF
Os embargos no STJ
Os embargos de divergência
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO
Generalidades
O legislador tratou dos embargos declaratórios em dois artigos: arts. 619 e 620 CPP. Pela leitura dessas duas regras se depreende claramente que os embargos declaratórios combatem Acórdão, que é decisão de segundo grau. Quando forem opostos contra sentença, decisão de primeiro grau, terão como fundamento a regra do art. 382 do CPP, inserida no título da sentença. Essa a razão pela qual a doutrina denomina os embargos declaratórios contra sentença como “embarguinhos”, pois não foram disciplinados no capítulo próprio. A parte ao opor embargos não poderá fazê-lo de forma generalizada, sob pena de indeferimento liminar, mas indicar na petição o(s) ponto(s) que devam ser declarados ou corrigidos. Ex.: no embargo não pode somente dizer: o acórdão é obscuro, deverá indicar a obscuridade; o acórdão é ambíguo, deverá indicar a ambigüidade. Quando a sentença ou o acórdão apresentar ambigüidade, obscuridade, contradição ou omissão, a parte prejudicada no prazo de dois dias, poderá opor embargos declaratórios que serão dirigidos ao relator, que fica encarregado de examinar sua admissibilidade. Quando os embargos forem indeferidos liminarmente pelo Relator a decisão poderá ser atacada pelo Agravo Regimental e quando indeferidos liminarmente pelo juiz a decisão é irrecorrível. Trata-se de recurso cujo procedimento é “inaudita altera parte”, isto é, não se houve a parte contrária, não se estabelece o contraditório porque não há exame de mérito. Aconselha a doutrina que, tendo os embargos declaratórios função infringente deva o juiz ouvir a parte contrária, estabelecendo o contraditório, porque nessa hipótese poderá ocorrer mudança no conteúdo da decisão, ou seja, poderá haver exame de mérito. Os embargos serão julgados pela Câmara, pela Turma ou pelo Pleno como assim dispuser o regimento interno dos Tribunais e poderão ser opostos tanto pela defesa, como pela acusação, à exemplo dos embargos infringentes, os embargos declaratórios igualmente terão caráter de retratação porque os mesmos juízes que julgaram a decisão embargada, agora terão a oportunidade de julgar os embargos. Quando interpostos embargos declaratórios o prazo para outro eventual recurso fica interrompido, e não suspenso, como já ocorrera no passado. Tudo de conformidade com a regra do art. 538 CPC, em aplicação subsidiária. Ex.: juiz julga e sentencia e as partes serão intimadas da sentença, se a parte quiser enfrentar o mérito da sentença, apela em 5 dias, se não quiser enfrentar o mérito, somente a sentença, embarga em 2 dias, pela lógica embarga logo porque o prazo é menor.
Suspensão de prazo = o prazo é contado pelo que resta.
Interrupção de prazo = o prazo recomeça do início.
Quando podem ser opostos
Quando a sentença ou o acórdão apresentar ambigüidade, obscuridade, contradição ou omissão, a parte prejudicada no prazo de dois dias, poderá opor embargos declaratórios.
A quem são dirigidos
Serão dirigidos ao relator, que fica encarregado de examinar sua admissibilidade.
Procedimento
Cabe recurso da decisão doRelator que indefere liminarmente os embargos?
Quem pode interpor os embargos?
Quem os julga?
Os embargos na inferior instância
O legislador tratou dos embargos declaratórios em dois artigos: arts. 619 e 620 CPP. Pela leitura dessas duas regras se depreende claramente que os embargos declaratórios combatem Acórdão, que é decisão de segundo grau. Quando forem opostos contra sentença, decisão de primeiro grau, terão como fundamento a regra do art. 382 do CPP, inserida no título da sentença. Essa a razão pela qual a doutrina denomina os embargos declaratórios contra sentença como “embarguinhos”, pois não foram disciplinados no capítulo próprio.
Retratabilidade
Suspendem o prazo de outro 
eventual recurso?
Extensão dos embargos
Os embargos declaratórios se limitam única e exclusivamente a declarar ou corrigir algum ponto da sentença ou do acórdão, não se estendendo à exame de mérito sob pena de perderem a função declaratória. 
QUESTÕES PARA ESTUDO
1. Ao tempo do Brasil Império como eram denominados os embargos infringentes e de nulidade?
Quando o pedido de reconsideração fosse para declarar ou corrigir algum ponto da decisão surgiam os embargos declaratórios. Quando fosse para modificar o conteúdo da decisão vieram os embargos modificativos. Hoje em dia a correspondência é: modificativo = embargos infringentes e ofensivos = de nulidade.
2. Estabeleça a diferença entre embargos infringentes e embargos de nulidade.
Enquanto os embargos infringentes visam a modificação do julgado, com exame de mérito, os embargos de nulidade visam a anulação do feito sem exame de mérito, porque nessa hipótese, a discussão da matéria é puramente processual.
Os embargos surgiram para resolver as dificuldades, no sentido do recurso, impostos pela própria legislação. 
3. Em que hipótese os embargos infringentes poderão ser opostos pela acusação?
4. Por que os embargos infringentes não são admissíveis contra qualquer decisão não-unânime de segunda instância?
5. Mencione duas hipóteses de embargos infringentes no STF.
6. Quando serão admissíveis os embargos de divergência?
7. De que forma o embargante fará a comprovação da divergência?
8. Por que os embargos declaratórios são um recurso “inaudita altera parte”?
9. Por que os embargos declaratórios no primeiro grau são denominados de “embarguinhos”?
10. Qual a extensão dos embargos declaratórios?
11. Quando poderão ser opostos embargos declaratórios de embargos declaratórios?
12. Quando os embargos declaratórios forem opostos contra decisão do JECRIM (Juizado Especial Criminal), o prazo para interposição de outro recurso fica suspenso ou interrompido? Por quê?
Prova até embargos de declaração

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