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ATPS PROCESSUAL CIVIL II

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UNIVERSIDADE ANHANGUERA DE GUARULHOS
SP
PEDRO HENRIQUE SILVA GOMES MACIEL
DIREITO – SEMESTRE 5
DIREITO PROCESSUAL CIVIL II
ATPS – ETAPAS 3 E 4
SÃO PAULO
2016/05
UNIVERSIDADE ANHANGUERA DE GUARULHOS
SP
PEDRO HENRIQUE SILVA GOMES MACIEL
RA.: 1299133083
DIREITO – SEMESTRE 5
DIREITO PROCESSUAL CIVIL II
ATPS – ETAPAS 3 E 4
SÃO PAULO
2016/05
ATPS DIREITO PROCESSUAL CIVIL II
Etapa 1
Passo 1
SÃO PAULO, 10 DE OUTUBRO DE 2015
No dia 05 de Outubro de 2015, o engenheiro agrônomo João Roberto Costa, 53 anos, acompanhado de sua filha Ana Carolina Costa, 21, compareceu ao nosso escritório de advocacia L&A ADVOGADOS, com sede e comarca nesta capital, situado na Avenida João Padre Manoel, 1712 – Cerqueira César com a seguinte questão: 
Na data de 29 de Agosto esteve presente no Hipermercado Pão de Açúcar na cidade de Osasco - SP, onde adquiriu um molho para salada, entre outros produtos. Após consumir o especificado molho, o mesmo veio a sofrer com náuseas, vômitos e diarreia devido à intoxicação alimentar. Após consulta médica que constatou o problema, João e sua filha verificaram que o produto encontrava-se com prazo de validade fora do estabelecido, com data de vencimento em 17 de julho de 2015. 
Após algumas tentativas infrutíferas de ressarcimento e troca do referido produto juntamente a empresa, o requerente nos procurou para que possamos solucionar a Lide em questão, com as devidas soluções e aplicações do âmbito direito, incluindo a onerosidade da questão e seus respectivos danos morais.
Ao contatarmos o Hipermercado, o mesmo alegou que o consumidor não provou o nexo de causalidade entre o consumo do produto e a sua intoxicação alimentar, portanto o incidente não acarretaria responsabilidade à empresa.
Ao impetrarmos com o processo judicial em Primeira Instância, o Magistrado não acolheu o pedido do consumidor. No procedimento da ação que nos é cabível, recorremos da sentença à Segunda Instância, convictos de reformarmos tal decisão dentro do determinado processo que nos foi proferida. 
(Art. 200 – CPC/2015 - Os atos das partes consistentes em declarações unilaterais ou bilaterais de vontade produzem imediatamente a constituição, modificação ou extinção de direitos processuais.)
Passo 2 – Texto base para argumentação
O indeferimento da prova testemunhal pode caracterizar cerceamento de defesa posto que a faculdade do Juiz em avaliar a conveniência das provas não afasta o dever de fundamentação da decisão que encerra a instrução face o disposto no art. 5ºLV da CF/88.
Provas são os “meios regulares e admissíveis em lei para demonstrar a verdade ou falsidade de fato conhecido ou controverso ou para convencer da certeza de ato ou fato jurídico1”.
Dentre esses meios destaca-se a prova testemunhal, que consiste em uma reprodução oral do que se encontra na memória daqueles que, não sendo parte, presenciaram ou tiveram notícia dos fatos da demanda.
Para HUMBERTO THEODORO JÚNIOR2 a prova testemunhal se concretiza por “pessoa, capaz e estranha ao feito, chamada a juízo para depor o que sabe sobre o fato litigioso” dizendo a seguir que Bentham vê nas testemunhas “os olhos e os ouvidos da justiça3”.
Tal meio de prova é sujeito a imprecisões pela falibilidade dos sentidos humanos ou mesmo por conduta deliberada de favorecimento da parte. PINCHERLI4 ponderava que “os olhos enganam a razão, com as aparências falsas (..) de modo que aqueles olhos e aqueles ouvidos das testemunhas, com os quais, segundo a imagem de Bentham5, o juiz contempla os crimes e ouve a voz dos réus, são muitas vezes, olhos que não vêem e ouvidos que não escutam”.
Com bom humor MARQUES VIDAL6 relata os dizeres de um Juiz acerca dos depoimentos considerados suas decisões:
“lembre-se o colega daquele Juiz de Braga muito religioso que, no exórdio final das suas sentenças, dizia sempre e a propósito, que decidira consoante os depoimentos prestados, e que se por isso fosse parar a sua alma ao Inferno, iria a cavalo nas almas das testemunhas”.
A prova testemunhal é sempre permitida desde que não exista vedação7 e destina-se à formação de convencimento do Juiz, que avaliará a conveniência da sua produção e a pertinência das perguntas feitas, em conformidade com o sistema da persuasão racional e os poderes que lhe são conferidos para conduzir o processo.
ANTÔNIO CARLOS CINTRA, ADA GRINOVER e CÂNDIDO DINAMARCO,8 ensinam que “o juiz apreciará livremente a prova, atendendo aos fatos e circunstâncias constantes dos autos, ainda que não alegados pela parte” devendo “indicar, na decisão, os motivos que lhe formaram o convencimento”.
Assim, eventual dispensa de produção de provas9 deverá sempre se revestir de fundamentação10. É que ao magistrado cabe possibilitar a ambas as partes oportunidade de manifestação e produção das provas pertinentes à demanda, em observância ao que consta da Carta Magna, em seu artigo 5º, inciso LV, assegurando aos litigantes a ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes.
Por ampla defesa, no dizer de CELSO RIBEIRO BASTOS11 “deve-se entender o asseguramento que é feito ao réu de condições que lhe possibilitem trazer para o processo todos os elementos tendentes a esclarecer a verdade. É por isso que ela assume múltiplas direções, ora se traduzindo pela inquirição de testemunhas, ora na designação de um defensor dativo, não importando, assim, as diversas modalidades, em um primeiro momento. (...) A ampla defesa só estará plenamente assegurada quando uma verdade tiver iguais possibilidades de convencimento do magistrado, quer seja alegada pelo autor, quer pelo réu. Às alegações, argumentos e provas trazidos pelo autor é necessário que corresponda uma igual possibilidade de geração de tais elementos por parte do réu”.
A problemática surge quando o litigante considera essencial a oitiva de testemunhas e é surpreendido pelo indeferimento da prova e eventual julgamento antecipado da lide, nos moldes do artigo 330 do CPC. Como anota HUMBERTO THEODORO JÚNIOR12 “embora a regra seja a admissibilidade da ouvida de testemunha em todos os processos, o código permite ao juiz dispensar essa prova oral, quando a prova documental for suficiente para fornecer os dados esclarecedores do litígio, ou quanto inexistirem fatos controvertidos a apurar, casos em que o julgamento da lide poderá ser antecipado e proferido até mesmo sem audiência, se configuradas as hipóteses do artigo 330.”
Como o juiz tem sempre o poder de decidir quais provas são pertinentes ao feito, analisando o conjunto probatório existente nos autos, a decisão que encerra a instrução deve ser razoável e devidamente fundamentada, sob pena de caracterizar a ocorrência de cerceamento de defesa, sujeitando o processo à anulação a partir da negativa de produção da prova.
O direito à prova (right to evidence13) e ao due process of law é autônomo. LUIZ GUILHERME MARINONI14 afirma que "de nada adianta a participação sem a possibilidade do uso dos meios necessários à demonstração das alegações. O direito à prova, destarte, é resultado da necessidade de se garantir à parte a adequada participação no processo".
HELY LOPES MEIRELLES destaca que “a defesa é garantia constitucional de todos os acusados, em processo judicial ou administrativo e compreende a ciência da acusação, a vista dos autos na repartição, a oportunidade para oferecimento de contestação e provas, a inquirição e reperguntas de testemunhas e a observância do devido processo legal (due process of law). É um princípio universal nos Estados de Direito, que não admite postergação nem restrições na sua aplicação”.
A jurisprudência sobre o tema é vasta. São muitos os reclamos de cerceamento de defesa, posto que a parte muitas vezes crê que um testemunho negado poderia ter dado outros contornos à decisão final da lide.
Vejamos primeiramente sentenças e acórdãos que reconheceram a efetiva ocorrência de cerceamento, a começar por colação feita por THEOTÔNIO NEGRÃO15 em seu CPC:“se havia provas a produzir, até em recurso especial pode ser anulado o julgamento antecipado da lide (RTJ 113/416, 123/666; STF–RT 599/246, 620/240). Neste caso, procede, inclusive, a rescisória da sentença proferida (TRF-1aSeção, AR 1.040-SP, rel. Min. Nilson Naves, j. 1.4.87, julgaram procedente, em parte, v.u., DJU 18.6.87., p. 12.252).
“Existindo necessidade de dilação probatória para aferição de aspectos relevantes da causa, o julgamento antecipado da lide importa em violação do princípio do contraditório, constitucionalmente assegurado às partes e um dos pilares do devido processo legal” (STJ-4aT, Resp 7.004-AL, rel. Min. Sálvio de Figueiredo, j. 21.8.91, deram provimento, v.u., DJU 30.9.91, p. 13.489).
“Evidenciando-se a necessidade de produção de provas, pelas quais, aliás, protestou o autor, ainda que genericamente, constitui cerceamento de defesa o julgamento antecipado da lide, fundado exatamente na falta de prova do alegado na inicial” (STJ-3a T, Resp 7.267-RS, rel. Min. Eduardo Ribeiro, j. 20.3.91, deram provimento, v.u., DJU 8.4.91. p. 3.887)
E pelos tribunais são encontradas mais e mais decisões:
"Há nulidade, sempre que se verifica cerceamento de defesa em ponto substancial para a apreciação da causa" (RTFR 111/131)
"A supressão de fase processual obrigatória e o cerceamento de defesa, caracterizado pelo indeferimento de provas essenciais ao desate da lide, tornam nulo o processo e, conseqüentemente, a sentença que o solucionou. Apelação provida."(TRF- 1.a T – v.u.. da 1.a T., publ. em 29-5-95 - Ap Cív 900107709-9-DF - Juiz Catäo Alves - Nadya Diniz Fontes x Ana Luiza Amorim Urbana - Hugo Mósca e Ubirajara Wanderley Lins Junior).
“O instituto do julgamento antecipado da lide há que ser utilizado com as devidas cautelas e aplicado com prudência, evitando-se que, em seu nome. Se viole o direito do contraditório e ampla defesa. Ação de anulação de venda de ascendentes a descendentes, por interposta pessoa, julgada procedente em 1º grau. Provimento dos apelos dos réus para, cassando-se a sentença, determinar-se tenha o processo regular andamento”.(TJRS–AC 591.085.170 – 6ªC. Rel. Osvaldo Stefanello–J. 02.06.92) (RJ 184/91)
“CIVIL. RESPONSABILIDADE CIVIL. ACIDENTE DE VEÍCULOS. AUDIÊNCIA DE INSTRUÇÃO E JULGAMENTO. INDEFERIMENTO DE OITIVA DO CONDUTOR DO VEÍCULO. CERCEAMENTO DE DEFESA. EMPRESA TERCEIRIZADA. MOTORISTA CONTRATADO. DINÂNICA DO ACIDENTE. NULIDADE COMPROVADA. RECURSO CONHECIDO E PROVIDO. 1 - O INDEFERIMENTO DE OITIVA DE TESTEMUNHA, NO CASO O CONDUTOR DO VEÍCULO ENVOLVIDO EM ACIDENTE DE TRÂNSITO, GERA CERCEAMENTO DE DEFESA, IMPONDO-SE A CASSAÇÃO DO R. DECISUM PARA QUE SEJA REABERTA A INSTRUÇÃO E JULGAMENTO. RECURSO CONHECIDO E PROVIDO. SENTENÇA CASSADA. (TJ/MG, DJU 8/08/2005, acórdão 218748, Rel. Alfeu Machado, 2a T. recursal do JEC decisão: conhecer e dar provimento ao recurso, sentença cassada, por unanimidade)”.
“É princípio constitucional (art. 5º, LV, da CF) o de que às partes litigantes deve ser assegurado o direito ao contraditório e à ampla defesa, proporcionando-lhes os meios adequados para tanto. A prudência deve estar sempre presente nas decisões judiciais, no sentido de acatar-se pedido de produção de provas, somente sendo de se admitir o indeferimento quando forem elas indiscutivelmente desnecessárias e inúteis.
Não se deve, com risco, levar um processo a final indesejado, pois, surgindo dúvida sobre a necessidade da prova para a parte, que, neste caso, a pleiteia de forma razoável, deve-se permitir a sua produção, eis que a anulação do processo, após longo tempo, em razão de vício dessa natureza, trará prejuízo maior” (trecho de voto de WANDER MAROTA, Relator do Agravo de Instrumento nº 335.819-4, da 3ª Câmara Cível do extinto Tribunal de Alçada de Minas Gerais, julgado em 23/05/2001, que determinou a reabertura da instrução).
“NULIDADE -OITIVA DE TESTEMUNHA FUNDAMENTAL, INDEFERIMENTO –CERCEAMENTO DE DEFESA, CARACTERIZAÇÃO.
ACÓRDÃO Nº191.311. Rel.:Benito A. Tiezzi. Apelante: Novo Rumo Comércio de Roupas Ltda. Apelado: Alexandre dos Santos Correa. 
(..)PROCESSO CIVIL. CONSTITUCIONAL. VERSÕES ANTAGÔNICAS SUSTENTADAS PELAS PARTES. INDEFERIMENTO DA OITIVA DE TESTEMUNHA QUE VISA SUSTENTAR A VERSÃO DE UMA DAS PARTES. CERCEAMENTO DE DEFESA CARACTERIZADO. PROCESSO ANULADO. SENTENÇA CASSADA. 1. Constitui cerceamento de defesa, capaz de anular o feito, por infringir o mandamento constitucional do inciso LV do art. 5º da CF, o indeferimento da oitiva de testemunha que visa demonstrar e elucidar fato controvertido nos autos, exposto mediante versões antagônicas das partes. 2. Recurso conhecido, com o acolhimento da preliminar de nulidade do processo, devido ao reconhecimento da ocorrência de cerceamento de defesa, ficando o processo anulado e a sentença cassada. ACJ 2003011082016-6, 2ª TRJE, PUB. em 07/05/04; DJ3, P. 156)
Vejamos agora decisões que, em linha diversa, mantiveram a sentença e AFASTARAM o alegado cerceamento de defesa, começando por coletânea do já mencionado THEOTÔNIO NEGRÃO:
“Inexiste cerceamento de defesa se os fatos alegados haveriam de ser provados por documentos, não se justificando a designação de audiência” (STJ-3aT, Resp 1.344-RJ, rel. Min. Eduardo Ribeiro, DJU 4.12.89).
“Constantes dos autos elementos de prova documental suficientes para formar o convencimento do julgador, inocorre cerceamento de defesa se julgada antecipadamente a controvérsia” (STJ-4a T , Ag. 14952-DF, Ag Rg . Rel. Min. Sálvio de Figueiredo, j. 4.12.91, negaram provimento, v.u. DJU 3.2.92., p. 472)
“O julgamento antecipado da lide, sobre questão exclusivamente de direito, não constitui cerceamento de defesa, se feito independentemente de prova testemunhal, protestada pelo réu”.
“Tendo o magistrado elementos suficientes para o esclarecimento da questão, fica o mesmo autorizado a dispensar a produção de quaisquer provas, ainda que já tenha saneado o feito, podendo julgar antecipadamente a lide, sem que isso configure cerceamento de defesa” (STJ-6aT, Resp 57.861-GO, não conheceram, v.u., DJU 23.3.98, p. 178).
“STJ
ACÓRDÃO: RESP 195529/SP (199800861025)
257090 RESP
DECISÃO: Por unanimidade, não conhecer do recurso.
DATA DA DECISÃO:18/02/99
ORGÃO JULGADOR: - QUINTA TURMA
EMENTA:
LOCAÇÃO. CERCEAMENTO DE DEFESA. PROVAS NÃO ESPECIFICADAS. FIANÇA. PENHORA. BEM DE FAMÍLIA. PREQUESTIONAMENTO.
Não especificadas as provas a serem produzidas, bem como verificada a desnecessidade de socorrer-se de outros meios probatórios, é lícito ao juiz proferir o julgamento antecipado da lide.
(...)
Recurso não conhecido.
Rel: Ministro Felix Fischer”
“ANULATÓRIA DE TÍTULO – SUSTAÇÃO DE PROTESTO – CHEQUE – CERCEAMENTO DE DEFESA – Inocorrência, pois segundo os elementos dos autos e desnecessária a prova pretendida, eis que os cheques emitidos pelo autor se destinavam ao pagamento dos valores dos títulos recomprados por este junto a ré em face de operação de desconto ocorrida entre ambos, fato demonstrado pelo aditivo contratual anexado aos autos. Apelação desprovida. (TJRS –APC 70003888153 – 16ª C.Cív. – Rel. Des. Paulo Augusto Monte Lopes – J. 13.03.02)”
“AÇÃO DE DESPEJO POR FALTA DE PAGAMENTO CERCEAMENTO DE DEFESA. INDEFERIMENTO DA OITIVA DE TESTEMUNHAS. DECISÃO INTERLOCUTÓRIA. AUSÊNCIA DE INTERPOSIÇÃO DE RECURSO DE AGRAVO DE INSTRUMENTO OU RETIDO NOS AUTOS. PRECLUSÃO. –Deixando a parte de insurgir-se contra o indeferimento da perícia no primeiro momento em que teve oportunidade de falar nos autos, sujeitou-se aos efeitos da preclusão temporal, não podendo pretender a desconstituição do decisum sob o argumento de que teve cerceado o seu direito de defesa. (AC n.96.005929-6, de Abelardo Luz, rel. Des. Eder Graf, julgado em 17.9.96).
“APELAÇÃO CÍVEL - EMBARGOS À AÇÃO MONITÓRIA - CHEQUES - DESNECESSIDADE DE DECLINAÇÃO DA CAUSA DEBENDI - CERCEAMENTO DE DEFESA INEXISTENTE - PROVA EXCLUSIVAMENTE TESTEMUNHAL INADMISSÍVEL - ART. 401 DO CPC - AUSÊNCIA DE INDÍCIO DE PROVA DOCUMENTAL - ART. 402, I, DO CPC SENTENÇA MANTIDA - RECURSO DESPROVIDO.
É poder-dever do magistrado o julgamentoantecipado da lide nas hipóteses em que a prova existente nos autos se revelar suficiente ao convencimento do julgador quanto à questão posta a julgamento. Da mesma forma, mostrando-se inviável a produção de outros meios de prova, o julgamento prematuro do processo não acarreta cerceamento de defesa. (...)
Ponderamos, em conclusão e análise final, que caberá ao juiz, na busca da verdade, examinar atentamente o conjunto das provas, valorando-as individualmente e indeferindo a partir daí a prova testemunhal que julgar inútil. Ao advogado da parte caberá fiscalizar a decisão em questão para proteger os interesses do seu constituinte, especialmente exigindo fundamentação nos casos de indeferimento de provas, sem prejuízo de expor com clareza e fundamentação as razões para tal produção ocorra porque os objetivos da prova oral devem ser aclarados, de modo a justificar uma instrução mais alargada, muitas vezes incompatível com o acúmulo de processos nos Tribunais e conseqüente demora de inserção em pauta.
Nessa linha, a busca de uma rápida prestação jurisdicional às partes, sem longa instrução, não pode ofender o direito prioritário de garantir a prova de fatos relevantes para a causa, de acordo com os princípios da ampla defesa e do devido processo legal, máxime porque a ninguém interessa ver processos anulados retornando à estaca zero.
Passo 3
Impetração Recursal
Do Pedido:
Em face do indeferimento da ação ao litigante, solicitamos que o reexame necessário da presente ação, seja imprescindível e útil, uma vez que, por se tratar de uma situação em que sua capacidade física e de saúde foram afetadas, trazendo prejuízo oneroso e moral ao recorrente, agravando assim o pedido, e que de maneira imparcial seja feita a reconsideração da decisão transitada em julgado.
Recursos Cabíveis
 Apelação – Art. 994 – Inc. I e Art. 1.009 – CPC/2015);
§ 1º As questões resolvidas na fase de conhecimento, se a decisão a seu respeito não
comportar agravo de instrumento, não são cobertas pela preclusão e devem ser
suscitadas em preliminar de apelação, eventualmente interposta contra a decisão final,
ou nas contrarrazões.
Dos Embargos de Declaração – Art.1.022 – Inc. I, II e III
Art. 1.022. Cabem embargos de declaração contra qualquer decisão judicial para:
I – esclarecer obscuridade ou eliminar contradição;
II – suprir omissão de ponto ou questão sobre o qual devia se pronunciar o juiz de ofício
ou a requerimento;
III – corrigir erro material.
Princípios dos Recursos
Do duplo grau de Jurisdição
Com princípio constitucional pertinente ao direito, as decisões judiciais devem ser recorríveis, ou seja, o legitimado detêm o direito de provocar o reexame da matéria já decidida, ter o direito do mérito da controvérsia, por dois juízos distintos.
Indeferimento pelo Juiz:
 ´´ A prova testemunhal é sempre permitida desde que não exista vedação e destina-se à formação de convencimento do Juiz, porém no caso concreto, é vedada a oitiva de testemunha de Ana Carolina Costa, 21, pois devido a análise deste juízo, a testemunha ao alegar que os fatos são verídicos tem como base forte emoção e tendência a favorecer o autor neste simples ato por ser parte consanguínea e descendente da parte litigante, portanto a conivência de suas provas orais, serão inteiramente desconsideradas da ação. ´´
Etapa 2
Passo 2
Vistos e examinados estes autos de Ação Compensatória da relação de consumo em que é autor João Roberto Costa e réu o Hipermercado Pão de Açúcar.
I – Relatório
O autor ingressou com o presente feito requerendo o ressarcimento do valor do produto adquirido e danos morais causados pela ingestão de produto com prazo de validade expirado.
Na defesa, o réu alegou a impossibilidade jurídica do pedido expondo que a autor deveria tê-lo verificado no ato da compra, sendo assim desprovida a ação por não caracterizar o nexo de causalidade. 
II- Fundamentação
A fundamentação presente no pedido inicial é totalmente improcedente, uma vez, que não se comprovou eficazmente que o produto questionado causou o mal estar declarado pelo autor, sendo que o mesmo ingeriu outros tipos de alimentos em conjunto.
Em relação à preliminar levantada em contestação, não se deve levar em consideração, tendo em vista o princípio do duplo grau de jurisdição. Este faz com que ação seja considerada também em segunda instância e sua fundamentação e pedidos estão incorretos.
O argumento do réu não convence, pois incumbia ao mesmo se precaver quanto à observância da compra do produto
III – Dispositivo
Tendo em vista esses fundamentos, julgo totalmente improcedente o pedido, uma vez que o autor não apresentou motivos suficientes, uma nota de compra, porém não se verifica que o produto ali descrito tenha sido o principal causador de seu mal estar e uma testemunha, sua descendente, que para este juízo de forma imparcial ajudaria o autor em seus depoimentos.
Condeno o Autor ao pagamento das custas, bem como os honorários advocatícios, os quais arbitro em R$ 3.383,07 (três mil trezentos e oitenta e três reais e sete centavos), tendo em consideração, especialmente, a simplicidade da causa, em que pese o bom trabalho desenvolvido pelo procurador do autor.
ETAPA 3
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 40ª VARA CÍVEL DO FORO CENTRAL DA COMARCA DE SÃO PAULO
AUTOS Nº 201720/2016
	
	João Roberto Costa, nos autos de Ação de Procedimento Ordinário acima referenciados que, perante esse respeitável Juízo, move em face de Hipermercado Pão de Açúcar, por seus advogados que esta subscrevem, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência para, em vista da respeitável Sentença de fls. 726/735 que julgou improcedente o pedido, interpor recurso de APELAÇÃO (CPC, arts. 1.009 e seguintes), conforme as razões que seguem em anexo, requerendo seja o mesmo recebido e, após, remetido ao egrégio Tribunal de Justiça para apreciação e provimento.
			
 São Paulo, 02/06/2016.
			
 Nesses termos,
			 pede deferimento.
 Pedro Henrique Maciel
 OAB/SP 157449
EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA
COLENDA CÂMARA JULGADORA 
EMINENTE DESEMBARGADOR RELATOR
RAZÕES DE APELAÇÃO
BREVE EXPOSIÇÃO DOS FATOS
Para melhor compreensão da controvérsia estabelecida nos autos, pede o apelante para identificar, com a devida precisão, o objeto do litígio.
No dia 05 de Outubro de 2015, o engenheiro agrônomo João Roberto Costa, 53 anos, acompanhado de sua filha Ana Carolina Costa, 21
esteve presente no Hipermercado Pão de Açúcar na cidade de Osasco - SP, onde adquiriu um molho para salada, entre outros produtos. Após consumir o especificado molho, o mesmo veio a sofrer com náuseas, vômitos e diarreia devido à intoxicação alimentar. Após consulta médica que constatou o problema, João e sua filha verificaram que o produto encontrava-se com prazo de validade fora do estabelecido, com data de vencimento em 17 de julho de 2015.
	
PRELIMINARMENTE. 2.1. Nulidade da respeitável Sentença impugnada. CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA
"A supressão de fase processual obrigatória e o cerceamento de defesa, caracterizado pelo indeferimento de provas essenciais ao desate da lide, tornam nulo o processo e, conseqüentemente, a sentença que o solucionou. Apelação provida."(TRF- 1.a T – v.u.. da 1.a T., publ. em 29-5-95 - Ap Cív 900107709-9-DF - Juiz Catäo Alves - Nadya Diniz Fontes x Ana Luiza Amorim Urbana - Hugo Mósca e Ubirajara Wanderley Lins Junior).
	Antes de qualquer outra consideração sobre o mérito, cuja análise poderá ser desnecessária diante do que se aduz neste tópico, convém demonstrar que a tutela jurisdicional não foi prestada adequadamente, havendo, na espécie, vício insuperável que impõe o reconhecimento da nulidade da respeitável Sentença.
Defato, a respeitável Sentença a quo, prolatada sem o devido cuidado quanto aos aspectos da causa, produzida a partir de modelo notoriamente construído para outro feito, merece ser anulada por essa Colenda Câmara, eis que a sua fundamentação não serve para o caso concreto.
	Com efeito, deve-se ter presente que O MM Juiz a quo, ao julgar antecipadamente o feito, sem permitir a produção da prova, cerceou o direito de defesa da Apelante João Roberto Costa .
	Impõe-se, portanto, seja cassada a respeitável Sentença singular para que outra seja proferida, dessa feita julgando-se o caso concreto com fundamentação adequada e nos termos propostos na petição inicial. 
RAZÕES PARA REFORMA DA RESPEITÁVEL SENTENÇA IMPUGNADA
Em face do indeferimento da ação ao litigante, solicitamos que o reexame necessário da presente ação, seja imprescindível e útil, uma vez que, por se tratar de uma situação em que sua capacidade física e de saúde foram afetadas, trazendo prejuízo oneroso e moral ao recorrente, agravando assim o pedido, e que de maneira imparcial seja feita a reconsideração da decisão transitada em julgado.
	Caso não anulada a respeitável Sentença impugnada, há de ser provido o recurso para que seja ela reformada para a procedência do pedido inicial.
	Com efeito, a prova trazida aos autos pela Apelante demonstra, à exaustão, a procedência do seu pedido, derivando a improcedência do pedido inicial pelo MM. Juízo a quo da má apreciação dos elementos dos autos.
	De fato, ______
	
Conclusão
	Observa-se, do que foi articulado, que o MM. Juiz Singular, ao prolatar a respeitável Sentença que julgou improcedente o pedido, se distanciou do entendimento jurisprudencial e da legislação que trata da matéria.
	Utilizou, infelizmente, de uma sentença padrão, deixando de tratar adequadamente das questões postas nos autos.
	Diante de tais circunstâncias, a respeitável Sentença impugnada merece ser anulada ou reformada para que o pedido formulado na inicial seja integralmente acolhido.
	EM FACE DO EXPOSTO, respeitosamente, requer seja conhecido o recurso para que:
I - seja decretada a nulidade da Sentença impugnada pelo notório cerceamento do direito de defesa;
II - eventualmente não anulada pelo cerceamento de defesa, seja reformada a respeitável Decisão monocrática impugnada, dando-se provimento ao recurso para acolher o pedido inicial, julgando-o procedente, invertendo-se o ônus da sucumbência, para que:
Vistos e examinados estes autos de Ação Compensatória da relação de consumo em que é autor João Roberto Costa e réu o Hipermercado Pão de Açúcar.
I – Relatório
O autor ingressou com o presente feito requerendo o ressarcimento do valor do produto adquirido e danos morais causados pela ingestão de produto com prazo de validade expirado.
			 Nesses termos,
			 pede deferimento.
			
 São Paulo, 02/06/2016
 Pedro Henrique Maciel
 OAB/SP 157449
ETAPA 4
DOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO
Nos embargos, em regra, não há oportunidade para oferecimento de contrarrazões da parte oposta, salvo quando este tiver o efeito infringente, isto é, modificar substancialmente a decisão atacada. 
Em relação ao aspecto da omissão, esta ocorre quando o juiz ou relator, no exercício de sua atividade de julgar, não se manifeste sobre algum ponto ou questão suscitada pela parte, ou seja, trata-se de um recurso oposto contra decisão, ou seja, despacho; decisão interlocutória, sentença, acórdão proferido pelo juiz ´´a quo´´.
Na decisão proferida pela matéria de direito em questão, os embargos de declaração será o contra Sentença de juiz ´´Aquo´´, pois procede-se em segmento ao recurso já proferido pela defesa, e afim de esclarecer a decisão tramitada no seu contraditório.
BIBLIOGRAFIA:
http://amandapatussi.jusbrasil.com.br/artigos/114414581/principios-gerais-dos-recursos
http://www.direitonet.com.br/artigos/exibir/4074/Indeferimento-da-prova-testemunhal-e-cerceamento-de-defesa
Novo Código de Processo Civil 2015 – Vigência 03/2016

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