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Características anatômo-fisiológicas do RN

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Características anatômo-fisiológicas do RN a termo 
O RN apresenta uma mobilidade incoordenada: move todos os braços e pernas, 
vira-se, torce-se e treme. No sono, cessam todos esses movimentos. Chora ativamente 
quando está com fome e na presença de estímulos externos. 
Cabeça: 
a) Volume: o crânio do RN se destaca por suas proporções em relação ao restante 
do corpo. O perímetro cefálico mede mais ou menos 35cm e é 2cm maior do que o 
perímetro torácico (fórmula para avaliação do perímetro cefálico: metade do 
comprimento + 10). 
b) Forma: é bastante comum a forma ovóide. Sua morfologia sofre alterações ao 
passar pelo canal cervical, provocando acavalgamento das tábuas ósseas. São observados 
três tipos de sutura na junção desses ossos: frontoparietais, biparietais ou mediana e 
occiptoparietais. Ainda pode-se constatar a presença de Bossa Serossanguinolenta, que 
se apresenta como uma bolsa de secreção serosa que se forma sob o couro cabeludo do 
feto, em conseqüência do atrito com estruturas ósseas maternas durante o parto. 
c) Fontanelas ou Moleiras: são localizadas na cabeça do RN, através da palpação. 
As principais são em número de duas: anterior ou bregmática (aberta até os 18 meses) e 
posterior ou lambidóide (aberta até os 3 meses). São conceituadas como espaços 
cartilaginosos entre as tábuas ósseas, que facilita o trabalho de parto, permitindo o 
amoldamento do crânio, conforme o canal vaginal, protegendo também o cérebro do RN 
e permitindo o crescimento acentuado do cérebro no período fetal até a pós-natal. 
Pele 
Existem particularidades na pele do RN que identificam este período: 
Vernix Caseosa: produto de secreção da pele durante a vida intra-uterina, recobre 
e protege a pele contra a maceração pelo líquido amniótico. Favorece o deslizamento do 
corpo na hora do parto e mantém a temperatura corporal da criança após o nascimento. 
Alguns autores descrevem como sendo constituída de glicerina, gorduras, matérias 
protéicas e colesterina, pêlos e resíduos epidérmicos. A película lipóide é reabsorvida nas 
primeiras horas de vida. 
Cor: a coloração da pele do RN é variável. Quando nasce, este apresenta uma 
cor fracamente avermelhada (Eritrodermia Neonatal). Essa coloração se dá devido ao 
número excessivo de glóbulos vermelhos na circulação e tende a diminuir esta 
coloração, devido a má circulação periférica em conseqüência da diminuição do retorno 
venoso; apresentam cianose transitória que desaparecem com o aquecimento. 
Manchas: 
Pode apresentar manchas diversas: 
 As equimoses são freqüentes e a localização depende da apresentação na hora 
do parto. 
 Ectasias venosas ou nevos maternos: são avermelhadas disseminadas, não 
salientes. Principalmente na fronte, pálpebras, lábios e nuca. 
 Mancha mongólica: azul-arroxeada, que se localiza na região sacrolombar. 
 Millium Sebáceo: pequenos pontos brancos, ligeiramente salientes localizados 
na asa do nariz. 
 Eritema tóxico: pequenas lesões eritematopapulosas esparsas, disseminadas 
no tronco e abdome. 
 
Descamação Fisiológica: 
Ocorre nos primeiros 15 dias de vida. Pode estender-se até o final do primeiro 
mês. É a descamação da pele em pequeninas lâminas, enroladas e orientadas no sentido 
do eixo longitudinal do corpo, ora em verdadeira poeira furfurácea. É encontrada 
geralmente no abdômen, tórax, pés e mãos. 
Lanugem: 
Pelugem fina e longa que aparece com freqüência em RN à termo e mais ainda 
em prematuros. Encontrada no dorso, face e orelhas. 
 
Icterícia fisiológica: 
No recém-nascido, o aumento da taxa de bilirrubina é frequente e na maioria dos 
casos benigna. Se o aumento for à custa de bilirrubina indireta, exige tratamento precoce 
e o resultado é satisfatório. Entretanto quando a taxa e muito alta proveniente de 
bilirrubina direta, costuma prenunciar enfermidade mais grave. 
Em 60% das crianças, observamos algum grau de icterícia na primeira semana de 
vida. Quando em prematuras o aparecimento de icterícia chega a 80%. No primeiro mês 
de vida, há uma destruição maior ou menor de glóbulos vermelhos, que serão 
responsáveis pela liberação de ferro para ser armazenado no fígado, onde serão 
reutilizados para produção de novas hemácias e a globina que se transforma em 
bilirrubina indireta. Essa bilirrubina indireta vai ser conjugada no fígado transformando-
se em bilirrubina direta que é excretada com a bile. Entretanto, se houver uma destruição 
muito grande de glóbulos vermelhos, haverá concomitante uma taxa muito grande de 
bilirrubina indireta e o fígado pode não ser capaz de transformar toda essa bilirrubina 
indireta em direta e tenderá a excretá-la através da pele, mucosas, fezes e bile, surgindo 
assim a icterícia fisiológica nessa fase da vida. É uma circunstância normal, apresentando-
se de forma leve na maioria das vezes e que regride espontaneamente. Para tratamento 
nos casos simples de icterícia fisiológica, basta amamentar a criança com leite materno, 
que nessa fase, tem efeito laxativo permitindo a eliminação do excesso de bilirrubina e 
banhos de sol matinal ou fototerapia. 
Icterícia patológica: 
Ocorre quando a mãe apresenta o fator ABO incompatível como o do feto. Caso 
a mãe apresente fator Rh negativa e tem um filho positivo, os anticorpos do sangue da 
mãe atingem o feto e este nasce apresentando hemólise muito acentuada, precisando em 
alguns casos de transfusão sangüínea e tratamento médico imediato. 
Tórax: 
É simétrico, e de forma cilíndrica, largo na sua base, com as costelas em posição 
próxima à horizontalidade. Pode ser visualizado tumefação das glândulas mamárias, 
podendo persistir por algum tempo devido a alteração hormonal. O perímetro torácico 
mede aproximadamente 34 cm. 
 
Peso: 
O RN a termo pesa, em geral, entre 3000 e 3500g. 
• Perda de peso - 5% a 8% do peso ao nascer de vida: perda de líquidos pela diurese 
intensa, Pouca ingestão de leite materno 
• Fatores que influenciam o peso ao nascer: raça, idade, alimentação materna; 
ordem de nascimento; doença materna (ex. diabetes); Acesso a serviços de saúde 
de qualidade 
 
Comprimento: 
Em geral, o comprimento do RN se aproxima de 48-50 cm. 
 
Características fisiológicas 
 
Sistema nervoso: 
O cérebro do recém-nascido acha-se em um período de crescimento rápido por 
ocasião do nascimento. As células nervosas, denominadas neurônios, são formadas entre 
10 a 18 semanas de gestação. Nas semanas e meses imediatamente após o nascimento, o 
cérebro cresce rapidamente e ocorrem muitos processos funcionalmente importantes. À 
medida que prossegue o desenvolvimento neuro- motor, movimentos generalizados são 
substituídos por respostas individuais específicas. 
Reflexos: 
O bebê nasce com certos reflexos que devem ser avaliados como evidência do 
desenvolvimento normal. Sua presença ou ausência e o período em que aparecem ou 
desaparecem são indicativos de progresso. A maneira como se expressam fornece 
evidências sobre o funcionamento do SN. Por exemplo, um reflexo fraco ou ausente pode 
indicar a presença de lesão do sistema nervoso central. 
Reflexo de Moro ou do abraço: 
O reflexo de Moro é um reflexo vestibular que demonstra uma consciência de 
equilíbrio do RN. Considerado como um reflexo de defesa deve ser testado com o bebê 
deitado e calmo. Um estímulo súbito, provoca a resposta imediata. O bebê enrijece o 
corpo, ergue as pernas, levanta e abre os braços, trazendo-as depois para a frente como 
em uma posição de abraço. Além disso, pode-se observar, que ele também flexiona o 
polegar e o indicador de cada mão, formando um C, e estende os dedos restantes. O bebê 
freqüentemente chora após esse gesto de abraço.O reflexo de Moro normalmente 
modifica-sedo 3º ao 4º mês, e desaparece a partir do 6º meses de vida. 
 
Reflexo do pescoço: 
O reflexo tônico do pescoço é um reflexo postural no qual o bebê assume uma 
posição defensiva. Se esse reflexo estiver presente, notaremos que, quando o bebê, 
deitado de costas, vira a cabeça para um lado, o seu braço e a perna do mesmo lado para 
onde voltou a cabeça são parcial ou completamente estendidos, e que o braço e a perna 
opostos se flexionam. O reflexo tônico do pescoço desenvolve-se no feto por volta de 28 
semanas e desaparece no neonato em torno de dois ou três meses. 
Reflexo de rotação da cabeça: 
Se a cabeça de um bebê saudável a termo for voltada para um lado, o tronco a 
acompanhará. Os receptores do reflexo de rotação da cabeça estão localizados nos 
músculos e articulações do pescoço. O reflexo acha-se presente ao nascimento e é mais 
acentuado por volta dos três meses. É o primeiro dos vários reflexos que irá auxiliar o 
bebê a restaurar a posição normal da cabeça e do tronco. 
Reflexo de preensão: 
O reflexo de preensão acha-se presente em ambas as mãos e pés. O bebê segurará 
um objeto colocado em suas mãos, mantendo-se firme por um curto período de tempo, e 
então o largará. É mais acentuado em bebês a termo, diminui por volta dos dois meses e 
geralmente desaparece aos três meses. 
 
Reflexo de tração: 
O reflexo de tração pode ser facilmente testado ao mesmo tempo que o de 
preensão. Após o bebê ter segurado os dedos do examinador com ambas as mãos, ele é 
gentilmente puxado para uma posição sentada. O examinador utiliza seus outros dedos 
para auxiliar a preensão do bebê. Um bebê vigoroso, demonstrará possuir tônus de flexão 
nos braços flexionando os cotovelos, e ter certa capacidade de sustentação da cabeça não 
a deixando pender completamente; segurará firmemente o dedo do examinador. 
Reflexo de fuga ou Babinsky: 
E considerado um reflexo de fuga (a estímulos desagradáveis) acha-se bem 
desenvolvido em todo bebê saudável, a termo ou prematuro. Está presente em todos os 
pontos da pele, mas é mais facilmente verificado por estimulação nos pés. 
 
Reflexos de rastejamento e da marcha automática: 
Para verificação deste reflexo, o bebê é erguido por ambas as mãos do examinador, 
colocadas sob seus braços e em torno do tórax. O bebê a termo alerta, fará o movimento 
de rastejamento quando colocado sobre o abdômen e movimentos de marcha quando 
mantido em uma posição ereta, curva-se levemente para a frente, com os pés tocando a 
superfície de uma mesa. Estes reflexos também estão presentes no prematuro, mas são 
fracos, e o bebê anda na ponta dos pés. Este reflexo desaparece por volta de 3 a 4 semanas 
de idade. 
Reflexos alimentares: 
 Reflexo perioral ou dos pontos cardeais – este reflexo é observado quando o 
bebê procura o alimento, sendo estimulado sempre que a bochecha é tocada 
com a mão, o mamilo da mãe ou outro objeto podendo ser verificado uma 
mudança na posição da boca do RN em direção ao estimulo. 
 
Reflexos de sucção, deglutição e faríngeo: 
Os reflexos de sucção, deglutição e faríngeo, responsáveis pela chegada do 
alimento ao estômago, estão ativos em todos os bebês a termo mas podem ser facilmente 
ou descoordenados em bebês prematuros. 
Fezes: ao nascer, o intestino do RN contém de 60 e 200g de material viscoso, 
verde-escuro quase negro, em cuja composição entram mucopolissacarídeos, poucos 
lipídeos e substâncias nitrogenadas não-protéicas, chamada mecônio. Em geral, nas 
primeiras 24 horas de vida, certa quantidade é eliminada e, após quatro e cinco dias, as 
eliminações tornam-se um tanto liqüefeitas e heterogêneas, designadas fezes de transição, 
para em seguida assumirem o aspecto pastoso e coloração amareladas, consideradas 
normais para o lactente. 
 
Sistema endócrino: 
No período de ajustamento à via extra-uterina, o RN apresenta uma série de 
distúrbios endócrinos funcionais, entre eles, destaca-se a crise puberal do neonato. 
Caracteriza-se pela tumefação das mamas, que se tornam duras e dolorosas, 
podendo em alguns casos aparecer um líquido branco-amarelado espesso em ambos os 
sexos. Alguns autores acreditam que esta crise seja desencadeada pela passagem de 
hormônios estrogênios para o organismo do RN. Em alguns casos, ocorre ainda a edema 
escrotal no sexo masculino e hiperpigmentação dos genitais em ambos os sexos. 
 
 Crescimento e Desenvolvimento na Infância 
 
1. INTRODUÇÃO 
 Crescimento e desenvolvimento são processos dinâmicos e contínuos que inicia com a 
fecundação e através de sucessivas divisões celulares são capazes de diferenciar células, 
estruturas e sistemas, durante todo o ciclo vital humano. 
Fisiologicamente considera-se crescimento e desenvolvimento como processos diferentes, 
porém, paralelos em seu curso e interligados em seu significado, sendo considerado dois 
fenômenos em um só. O crescimento refere-se ao aumento do tamanho (hipertrofia) e de numero 
de células (hiperplasia), relacionado ao aumento das proporções corporais (peso, altura e 
aumento das vísceras) e decorrente da diferenciação celular, enquanto que, desenvolvimento 
refere-se às aquisições neuropsíquicas, capaz de determinar a maturação de órgãos e sistemas de 
forma a desempenharem habilidades novas e cada vez mais complexas. O desenvolvimento 
depende da integridade do sistema nervoso central, sistema neuro-muscular e estimulação 
psicossocial, decorrente da interação do ser humano com seu potencial genético e o meio ao qual 
está inserido. 
O crescimento é considerado como um dos melhores indicadores de saúde da criança e de 
adolescentes, em razão da estreita dependência com os fatores ambientais, refletindo as condições 
de vida no passado e presente, cabendo ao profissional de saúde observar através de varias 
dimensões, desde os aspectos biológicos (peso e estatura), até a dimensão psicossocial. 
Durante o ciclo vital, o crescimento e o desenvolvimento humano são assinalados por 
períodos distintos e bem definidos em nascimento, infância, adolescência, maturidade e 
senilidade. 
A infância e a adolescência são períodos marcados por intenso processo de crescimento e 
desenvolvimento físico e psicossocial que possibilitam a aquisição de funções motoras, 
intelectuais e sensoriais, essenciais à maturidade física e psicológica. Esta etapa apresenta também 
de peculiar a grande vulnerabilidade aos agravos ambientais que, ao longo prazo, podem 
comprometer o desempenho de habilidades e de potenciais, essenciais à inserção social na fase 
adulta. 
 
 
2. FATORES DE CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO 
 
Os fatores de crescimento e desenvolvimento estão divididos em dois grandes grupos: 
fatores intrínsecos – ligados às causas orgânicas e individuais, como os fatores genético, e 
metabólico que podem influenciar na higidez do sistema neuro endócrino, sistema ósseo e 
celular, dos órgãos efetores, capazes de afetar o crescimento; esses fatores não têm a 
propriedade de atingir populações. 
fatores extrínsecos – ligados ás causas ambientais, psicossociais, nutricionais e atividade física , 
acesso á saúde, habitação e saneamento básico, dentre outros; como provem do meio 
ambiente esses fatores têm a propriedade de afetar populações. 
 
2.1 Herança 
A herança é a capacidade de transmitir aos descendentes as características da espécie e 
da raça através dos genes contidos nos cromossomos das células reprodutivas. Os atributos 
individuais dos fatores genéticos são expressos pelo genótipo que representa a constituição 
individual e que comanda o padrão de crescimento e desenvolvimento, reparando e adaptando o 
organismo em sucessivas gerações. A associaçãodo genótipo com o meio ambiente constitui o 
fenótipo. 
Um bom exemplo da interferência do fator genético é o ritmo de crescimento, que depende 
de fatores constitucionais individuais, com influência do padrão de crescimento da família e da 
estimulação ambiental, quanto aos cuidados de saúde, nutrição e estimulação psicossocial 
dispensados. 
 O tipo morfológico é outro fator constitucional a ser considerado O tipo normossômico 
é o tipo constitucional médio onde peso e estatura estão em harmonia; no hipossômico, peso e 
estatura estão abaixo do padrão normal e no hiperssômico há desenvolvimento excessivo de peso 
e estatura. Longilíneo é o tipo com desarmonia entre peso e estatura havendo e redução dos 
diâmetros transversos; e no brevilíneo, a criança tem estatura média ou inferior e aumento dos 
diâmetros transversos.Variações constitucionais herdadas de peso e altura, isoladamente ou em 
conjunto, determinam uma grande variedade de tipos morfológicos. 
 
2.2 Mecanismo Neuroendócrino 
 
O mecanismo neuroendócrino esta relacionado com as diversas funções metabólicas do corpo, 
controlando a velocidade das reações químicas nas células ou outros aspectos do metabolismo celular, 
indispensável ao crescimento corporal. 
O hipotálamo funciona como um centro regulador que controla a secreção dos hormônios 
hipofisários relacionados ao metabolismo geral e ao crescimento. Os fatores de liberação hipotalâmicos são 
capazes de estimular ou inibir a síntese de hormônios hipofisários, que ao atuarem nas glândulas alvo, 
regulam o hipotálamo por mecanismo de retro alimentação, controlando as funções metabólicas e influindo 
no crescimento físico. São hormônios hipofisários (HGH,TSH,ACTH,FSH, LH) e glandulares (T3, T4, 
estrógenos, testosterona) e fatores séricos como as somatomedinas ( IGF I e IGF II ). Especial atenção 
vem sendo dada a neurônios hipotalâmicos que contém aminas biogênicas como a dopamina, 
norepinefrina e serotonina, neuro transmissores cerebrais de grande importância na regulação 
neuro endócrina. 
 O hormônio de crescimento (HGH) é um polipeptídio gigante, com 190 aminoácidos, 
produzido na adeno hipófise, não atua especificamente em uma única glândula, sendo 
tipicamente anabolizante, lipolítico e hiperglicemiante, possui ritmo de secreção circadiano 
(ciclico) é considerado um dos principais responsáveis pelo crescimento linear, embora sua 
atuação a nível das cartilagens de crescimento ocorra através das somatomedinas. O HGH 
estimula o fígado e rins a produzir polipeptídeos conhecidos por somatomedinas (Sm), IgF I e 
IgF II, fatores que estimulam a incorporação de substancias promotoras do crescimento ao 
metabolismo ósseo e síntese de DNA, efetivando o crescimento linear nos espaços cartilaginosos 
dos ossos longos. As somatomedinas possuem ação sinérgica com o hormônio de crescimento, 
tireoidiano, gonadais e esteroides supra renais. Tanto o HGH como as somatomedinas, 
principalmente a IGF I, tem relação direta com o estado nutricional, massa corporal e idade 
cronológica. 
O hormônio tireotrófico (TSH) tem ação sincronizada com os hormônios tireoidianos ( 
T3 e T4 ), os quais participam ativamente do processo de crescimento físico e desenvolvimento 
cerebral pré e pós natal. O controle da secreção do TSH, T3 e T4 como de outros hormônios se 
faz assim por mecanismo de retroalimentação ou feedback. 
O hormônio corticotrófico ( ACTH) regula a secreção de glicocorticóides, a função da 
supra renal, as gonadotrofinas ( LH e FSH) e a síntese de hormônios gonadais ( estrógenos e 
testosterona), responsáveis pelo crescimento puberal. 
 No período intra- uterino, o crescimento somático está diretamente relacionado á ação 
da insulina, juntamente com os hormônios tireoidianos (T3 e T4 ), os quais atuam decisivamente 
no desenvolvimento cerebral. Da mesma forma as somatomedinas IGF I e IGF II parecem 
interferir no crescimento cerebral fetal, através da síntese de DNA. 
Durante a infância, os hormônios que regulam o crescimento e o desenvolvimento são 
os hormônios do crescimento e as somatomedinas, a tireotrofina e os hormônios tireoidianos. 
Na pré- puberdade e puberdade, os hormônios supra renais- deidroepiandrosterona, sulfato 
de deidroepiandrosterona e androstenodiona, e as gonadotrofinas hipofisárias-FSH e LH e os 
hormônios gonadais- estrógenos e testosterona são mobilizados, sendo responsáveis pelas 
puberais. 
 
2.3 Fatores ambientais 
 Os fatores ambientais refletem a interação entre o homem e o meio ambiente desde a 
vida intra – uterina até a idade adulta. Em condições normais, um ambiente saudável favorece o 
potencial genético de crescimento e desenvolvimento, permitindo que o indivíduo cresça e se 
desenvolva de forma plena á fase adulta. 
 Como exemplo de fatores que favorecem o crescimento, podem ser citados atividade 
física, alimentação adequada, integração familiar, suporte emocional, acesso ao sistema de saúde, 
dentre outras necessidades básicas. Algumas circunstancias podem interferir na manifestação do 
plano genético preestabelecido, como as infecções congênitas e as síndromes, além dos fatores 
sócio –econômicos e familiares, como extrema pobreza e desagregação familiar, os quais podem 
comprometer o pleno crescimento e desenvolvimento de crianças e adolescentes. 
 Na fase intra uterina, o desenvolvimento fetal depende diretamente dos cuidados de 
saúde que são dispensados á mãe no período de gestação, que vão desde uma alimentação 
adequada, prevenção de doenças infectocontagiosas ( rubéola, sarampo, citomrgalovirus, 
toxoplasmose, siflis, entre outras) controle de doenças metabolicas, cardiovasculares como 
diabetes e hipertenção arterial, uso de fumo e outras drogas que comprometem a viabilidade fetal, 
assim como as anormalidades géneticas, que se traduzem em síndromes, que também podem 
comprometer o crescimento e desenvolvimento fetal. 
Entre os fatores ambientais que interferem no crescimento e no desenvolvimento fetal 
destacam-se o estado de nutrição da gestante e o ganho de peso gestacional diagnósticado pelo 
baixo peso da gestante e pela altura uterina. Estudos têm comprovado que a desnutrição durante 
a gestação não altera apenas o peso fetal, possibilita também alterações na divisão e na 
multiplicação dos neurônios, com comprometimento posterior da função cerebral, cuja gravidade 
depende da intensidade e duração do agravo. A desnutrição parece ser o fator não genético que 
mais influencia o desenvolvimento do sistema nervoso central; podendo comprometer as funções 
intelectuais, motoras e cognitivas do indivíduo, s não forem incrementadas medidas precoces de 
estimulação psicossocial. Nos países do terceiro mundo, como o Brasil, onde a maior parte da 
população pertence á categoria de baixa renda, a desnutrição durante a gestação( por perda ou 
ganho insuficiente de peso) é considerada a principal causa de retardo do crescimento intra – 
uterino e de recém nascidos de baixo peso( < 2.500g). Apesar de toda criança com peso de 
nascimento inferior a 2.500g ser considerada como de risco, bebês prematuros ( nascidos com 
menos de 37 semanas) cujo peso está adequado para á idade gestacional, têm melhor prognostico, 
especialmente aqueles que vivem em condições ambientais favoráveis por apresentarem 
crescimento compensatório pós–natal, chegando ao peso ideal para idade durante o primeiro ano 
de vida. Em termos de Saúde Publica, recomenda-se a intervenção com o objetivo de se fazer a 
prevenção do baixo peso ao nascer, investindo numa cobertura e atenção pré- natal. 
 No contexto sócio cultural atual, cabe uma ressalva ás gestantes adolescentes, 
principalmente aquelas com menos que 16 anos, consideradasde risco biopsicossocial para 
agravos maternos e fetais A maior parte dos problemas relacionados á gestação da adolescência 
resultam de fatores emocionais e psicossociais em decorrência da gestação não ter sido planejada, 
situação muito verificada entre adolescentes muito jovens. A dificuldade de assumir a gravidez, 
assim como a falta de apoio dos parceiros ( muitas vezes também adolescente) e / ou da família 
cursa com estresse, ansiedade e depressão favorecendo atitudes de riscos como uso 
indiscriminado de medicamentos, excesso de exercícios físicos, tentativas de aborto, entre outras 
situações que pedem comprometer o estado de saúde da gestante e do feto. A ausência ou 
ineficácia da assistência pré natal é considerada um dos principais agravantes do estado de saúde 
das gestantes em todas as faixas etárias. Na adolescência, os cuidados pré natais assumem papel 
relevante, pois, além de interferir na situação de saúde, previnem agravos muito freqüentes como 
negligencia com a saúde, acometimento por doenças, anorexia, perda de peso, desnutrição e 
comprometimento da evolução gestacional e desenvolvimento fetal. Quanto ás adolescentes 
muito jovens, que além dos problemas psicossociais relatados, apresentam baixo peso, 
desnutrição ou ainda não completaram seu crescimento físico( baixo peso e altura,pouca 
musculatura e tecido subcutâneo), fica ressaltada a necessidade de controlo de saúde, que inclui 
orientação e controle alimentar rigoroso que lhes permitam ganho ponderal satisfatório e aporte 
adequado de nutrientes e ferro, prevenindo assim o risco biológico. 
 No período pós natal, entre os fatores ambientais relacionados ao crescimento, destaca-
se a renda familiar como principal determinante sócio – econômico das condições de 
moradia,saneamento e nutrição. 
A renda familiar facilita ou dificulta o acesso aos bens de consumo e serviços, perpetua 
o ciclo da pobreza- desnutrição- doença, interferindo decisivamente nas condições de saúde, 
responsabilidades e crescimento de crianças de adolescentes. 
Fatores Nutricionais- O processo de crescimento é acompanhado do intenso consumo 
de energia. Na ordem de 40% das calorias fornecidas á criança no primeiro ano de vida são 
destinadas as necessidades calóricas, conforme a idade, sexo, atividade física. A principal fonte 
de energia é oferecido pelos carboidratos, lipídios, proteínas, por isso, a dieta deve ser sempre 
equilibrada em suas proporções qualitativas e quantitativas além das vitaminas e minerais para 
que se estabeleça o crescimento adequado. 
O estado nutricional de crianças e adolescentes representa um importante indicador das 
condições de vida de uma população. Nos paises onde prevalecem a desnutrição crônica, como o 
Brasil, o déficit nutricional é conseqüência da insuficiente ingestão de calorias ( déficit 
quantitativo), pelo baixo poder de compra de alimentos. A deficiência protéica decorre do desvio 
de proteínas para sustentar o metabolismo energético basal, na tentativa de preservar funções 
vitais, prejudicando assim a síntese de tecidos e crescimento. A deficiência crônica de nutrientes, 
além de determinar o déficit de crescimento( cerca de 10 a 20 cm de déficit estatural ), altera as 
funções cognitivas e intelectuais e as crianças e adolescentes são as maiores vitimas deste 
processo. A desnutrição crônica determina atraso da idade óssea, crescimento estatural, 
desenvolvimento físico e , conseqüentemente, dos eventos puberais, podendo comprometer a 
estatura final do individuo. 
 Atividade física atua no crescimento através da ação intermitente da contratura muscular e 
ligamentos sobre os ossos, condição indispensável para o crescimento ósseo. Entretanto, o 
exercício físico excessivo pode acelerar o desenvolvimento dos ossos e da idade óssea. Os micro 
traumas, decorrentes da fricção continua das cartilagens de crescimento podem precipitar lesões 
dos centro s epifisários e tração de tendões e ligamentos. A atividade física deve ser 
compreendida sob dois aspectos; primeiramente á atividade física não programada, própria de 
crianças saudáveis, muito comum em crianças principalmente entre pré escolares e a 
programada ou também chamada de prática esportiva que diz respeito a todas as idades. De 
modo geral a atividade física contribui para o aprimoramento do crescimento e desenvolvimento 
no que diz respeito às qualidades morfofisiopsicologicos, podendo aperfeiçoar o que foi 
transmitido por herança conduzindo o individuo para a exploração de sua capacidade máxima 
como força, flexibilidade, resistência, equilíbrio, velocidade, coordenação motora e qualidades 
psicossociais como força de vontade, disciplina, domínio de si mesmo, coragem, confiança, 
solidariedade e respeito ás normas de conduta, podendo ser encarado como um auxiliar para o 
crescimento e desenvolvimento de crianças e adolescentes 
A idade óssea tem sido muito estudada entre adolescentes que praticam esportes, por 
apresentarem avanço da idade óssea em relação à idade cronológica, por isso crianças devem 
praticar atividades física de média intensidade e longa duração; a pratica de esportes competitivo 
podem causar danos físicos irreversíveis, como hipertrofia cardíaca,pseudonefrite, enfisema e 
lesões músculo esqueléticas de origem traumática. 
 Estimulação psicossocial são considerados de grande importância no desenvolvimento, 
neuropsicomotor e intelectual de crianças e adolescentes. Crianças institucionalizadas têm 
dificuldade de liberar o hormônio de crescimento e apresentam com mais freqüência déficits 
motores e sensitivos em relação ás estimuladas. Da mesma forma que crianças que não recebem 
a afeto e amor materno, também chamado síndrome de deprivação materna podem apresentar 
parada do ganho de peso e estatural e alterações na estrutura da personalidade infantil, que podem 
estar relacionadas á baixa estimulação cortical, de natureza psicossocioafetiva determinando 
alterações hipotalâmicas caracterizadas por inibição dos fatores de crescimento e, 
conseqüentemente, baixa liberação hipofisária dos hormônios. 
 Dinâmica familiar, seja pelas dificuldades sócio-econômicas, como pelas relações conflitivas, 
efetivamente deficitárias, depreciativas e hostis podem comprometer o desenvolvimento de 
crianças e adolescentes. Estudos realizados com crianças de áreas marginais, de alto risco, 
detectaram que o modelo de identificação inadequado propicia-lhes a autodepreciação e 
sentimentos de fracasso irremediável. 
 Tamanho da família pode ser analisado sob dois aspectos: quanto maior o número de pessoas, 
mantida a mesma renda familiar, pior é o estado nutricional; por outro lado, poderá significar 
mais força de trabalho e melhora na condição de vida. 
 Escolaridade dos pais pode estar associada à maior facilidade para adquirir conhecimentos 
sobre nutrição e prevenção de agravos em saúde, assim como maior oportunidade frente ao 
mercado de trabalho. 
 Acesso ao sistema de saúde interfere favoravelmente na condição de saúde e no crescimento 
de crianças e adolescentes. A priorização de ações de promoção à saúde, tais como incentivo ao 
aleitamento materno, vacinação, monitorar estado de crescimento e desenvolvimento, programa 
de saúde reprodutiva, planejamento familiar e pré- natal para grupos de riscos podem contribuir 
para melhorar o nível de informação, acesso e condições de saúde de crianças e adolescentes. 
 Higiene - A higiene adequada da criança, dos alimentos e do ambiente em que vive, são fatores 
essenciais para seu pleno crescimento e desenvolvimento. Isso implica na disponibilidade de 
água tratada, saneamento básico, destinação do lixo e em conhecimentos, atitudes e praticascorretas sobre o manuseio da alimentação, da higiene corporal e do meio ambiente. 
 Processos mórbidos- Muitas patologias podem influir no crescimento e desenvolvimento de 
crianças e adolescentes. Algumas doenças determinam alterações em parte do organismo, outras 
no processo de crescimento propriamente dito. Nas doenças agudas pode haver temporariamente 
parada de crescimento, seguida por compensação do crescimento. Nas doenças crônicas o déficit 
e mais evidente, dependendo da duração da patologia, pelo fato do organismo canalizar as 
reservas protéicas e energéticas ao combate de doenças. Desaparecido o processo mórbido a 
criança ou adolescente apresenta um período de crescimento acelerado, a fim de retomar seu 
padrão anterior; a essa propriedade de retomar seus padrões normais de crescimento dá-se o nome 
de homeorrese. 
6. PERÍODOS DO CRESCIMENTO 
6.1 Período pré natal 
A fase pré-natal do desenvolvimento está dividida em embrionária e fetal. O período 
embrionário (primeiro trimestre) é responsável pela diferenciação de órgãos e sofre interferência 
de diferentes fatores ambientais como viroses, radiações, deficiência de iodo da dieta materna( 
bócio), uso de medicamentos, entre outros. 
6.2 Período pós natal 
Compreende os primeiros vinte oito a trinta dias após o nascimento (período neonatal). 
Está fase é caracterizada pela grande adaptabilidade do recém-nascido à condição extra-uterina, 
que inclui controle térmico (gordura subcutânea, gordura marrom e produção de calor); 
capacidade de manter a função digestiva e absortiva ( sucção, deglutição, absorção do alimento e 
eliminação das escórias); capacidade de adaptação ao novo padrão de circulação extra-uterina( 
predomínio da circulação sistêmica em relação à pulmonar) e desenvolvimento da capacidade 
respiratória. 
A antropometria ( peso e comprimento) do recém –nascido guarda relação direta com as 
medidas antropométricas e estado nutricional materno e pode sofrer influências ambientais 
durante a gestação. 
Os parâmetros antropométricos considerados adequados para o recém-nascido de termo 
podem ser assim relacionados: 
peso adequado -  3.000g; peso insuficiente-2,501-3000g e baixo peso - <.500g; 
 comprimento adequado - 48 a 52cm; 
perímetro cefálico adequado-34 a36cm; 
perímetro torácico adequado- 32 a34cm; 
Acréscimos: ao final do primeiro mês, 700 a 1200 g e 4 cm de comprimento.

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