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Dermato Ectoparasitoses

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Scheila Maria 
2016 
1 
 
ECTOPARASITOSES E DERMATOZOONOSES 
 
Dermatozoonoses: caracterizada por qualquer alteração tegumentar, ocasional ou permanente, 
desencadeada por protozoários, vermes, insetos e celenterados, parasitas ou não. 
 
1) ESCABIOSE 
Doença contagiosa causada pelo ácaro Sarcopetes scabiei (parasita é exclusivo da pele do homem, a 
fêmea penetra na pele fazendo um túnel) que incide em todas as idades, porém é mais comum em 
crianças e adultos jovens. Apresenta transmissão por contágio pessoa-pessoa através de contato com a 
pele do paciente infestado e não tem predileção por sexo ou raça; Caracteriza-se por uma dermatose 
pruriginosa predominantemente noturna. 
Quadro clínico: pápulas eritematosas pruriginosas localizadas em pregas interdigitais e axilares, 
genitália, nádegas e cintura pélvica; túneis* e lesões secundárias – impetigo, foliculite ou furúnculo 
(lesão de escoriação com impetiginização secundária é muito comum em crianças devido a coceira). 
No lactente pode manifestar-se com vesículas ou vesículopústulas; 
* lesão típica em túnel = sulco escavado pelo parasita de cor acinzentada-clara ou da cor da pele, em 
geral sinuoso, tendo na extremidade migrante uma pequena vesícula do tamanho de uma cabeça de 
alfinete – a eminência acarina (onde se encontra o parasita); 
*Tânia disse: Na semiótica da escabiose 3 elementos devem ser considerados: sulco, distribuição e as 
lesões secundárias (impetigo, foliculite, furúnculo e ectima) 
*Sarna crostosa: forma de hiperinfecção parasitária; lesões hiperceratosicas disseminadas. É mais 
comum em imunodeprimidos. 
Diagnóstico: é realizado através do quadro clínico (prurido noturno e túneis) + história epidemiológica; 
pode ser confirmado pelo achado de Sarcoptes na eminência acarina; 
Tratamento: 
a) Escabicidas tópicos: Permetrina em solução a 5% ; Monossulfiram em solução a 25% ; Benzoato de 
benzila (10-25%); Enxofre precipitato (5 a 10%) em vaselina líquida ou pasta d’água. 
b) Tratamento sistêmico: ivermectina – apenas em casos de sarna crostosa ou casos resistentes. 
O prurido pode permanecer por semanas, mesmo após tratamento, devido a memória do prurido ou 
sensibilidade ao antígeno parasitário; 
 
2) PEDICULOSE 
Dermatose pruriginosa produzida por piolhos (estes perfuram a pele e inoculam substâncias irritantes 
e sensibilizantes), que possui 3 tipos principais de acordo com a localização: pediculose do couro 
cabeludo, do corpo e da região pubiana. São transmissíveis através do contato direto pessoal e/ou por 
objetos (pentes, roupas, etc.); 
Pediculose do couro cabeludo: A pediculose da cabeça tem preferência pelos escolares e mulheres. 
Caracteriza-se por prurido intenso no couro cabeludo (regiões occipital e retroauriculares) e nuca. Ao 
exame físico: encontram-se além dos piolhos, lêndeas (ovos alongados, esbranquiçados) aderentes à 
haste de fios de cabelo. Tratamento: xampu permetrina ou deltametrina. 
Scheila Maria 
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Pediculose pubiana ou fitiríase: preferência por pessoas adultas com promiscuidade sexual, localizam-
se em regiões pubianas e perianal, axilas e coxas. Prurido e presença de lêndeas na haste dos pelos. 
Podem aparecer manchas puntiformes. Tratamento: tricotomia e loções de lindrano, permetrina ou 
deltametrina. 
Pediculose do corpo: é mais frequente em adultos, causada pelo pediculus humanus corporis. Lesões 
urticariformes e pruriginosas em nádegas, ombros, axilas e região interescapular. Tratamento: melhora 
das condições de higiene, banho e lavagem de roupas. 
 
Tratamento geral das pediculoses: Monossulfiram em solução a 25% ; Benzoato de benzila (10-25%); 
Piretróides sintéticos como deltametrina e permetrina. Ivermectina para os casos resistentes. 
 
3) DERMATITE VESICANTE POR PAEDERUS (POTÓ) 
Causada pelo paederus sp, inseto que excreta líquido de ação caustica e vesicante (paederina) sobre a 
pele quando é tocado ou esfregado na pele. 
Quadro clínico: ardor e/ou prurido; eritema; vesículas; vesículopustula e crostas de arranjo variável 
(lineares, numulares ou radiadas; são mais frequentes em áreas expostas (pescoço, faces e braços). * O 
quadro regride em 7 a 12 dias, podendo prolongar-se em presença de infecção bacteriana secundária; 
Diagnóstico: realizado através de dados clínico e epidemiológicos. 
DD: herpes simples e zoster; dermatite de contato ou seborreica; impetigo; fitofotodermatose; pênfigo 
foliáceo ou vulgar e queimaduras; 
Tratamento: óxido de zinco, KMnO4, corticoides tópicos + ATB oral nos casos complicados com 
infecção. 
 
4) MIÍASES 
São doenças produzidas por larvas de moscas (dípteros); Podem ser primárias (quando as larvas 
invadem tecido sadio) ou secundárias (quando depositam seus ovos em mucosas ou ulcerações e as 
larvas dependem do tecido necrótico). Ocorre predominantemente em pessoas de baixo nível 
socioeconômico; 
Forma primária: larvas das moscas (dermatobia hominis) invadem tecido sadio; são moscas parasitas 
obrigatórias, cujas larvas penetram na pele exposta produzindo uma lesão geralmente única, nodular 
muito dolorosa, inflamatória, de aspecto furunculóide, com orifício central que drena secreção serosa. 
Pode ocorrer infecção secundária. 
Forma secundária: as moscas depositam seus ovos em mucosas ou ulcerações de pele; as larvas se 
alimentam de tecido necrótico. Podem manifestar-se de 3 formas: miíase cavitária (moscas depositam 
seus ovos em uma cavidade – ocular; auricular; nasal; vaginal – e invadem as estruturas anexas; podem 
levar a complicações: meningite; mastoidite; sinusite; faringite); miíase intestinal (decorrente da 
ingestão de alimentos contaminados por ovos de moscas, larvas produzem lesão no tubo 
gastrointestinal) e miíase cutânea (deposição de ovos na pele ulcerada; produz erupção muito 
pruriginosa) 
Tratamento: miíase furunculoide – asfixia do parasita pelo éter com algodão, com ausência de oxigênio 
ela morre, e, então, pela pressão do nódulo, sai com facilidade; miíase cavitária e outras formas 
secundárias – tto com ivermectina, mas antes deve-se retirar com pinça as larvas, uma a uma; 
 
Scheila Maria 
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5) LARVA MIGRANS “BICHO GEOGRÁFICO” 
Dermatite autolimitada, linear ou serpiginosa causada pela inoculação, na pele, de larvas dos 
nematelmintos: Ancylostoma braziliensis e caninum. Caracteriza-se por dermatose pruriginosa 
produzida mais comum em áreas quentes e úmidas, principalmente em crianças, nas mãos, glúteos e 
pés. 
IgE sérica encontra-se elevada e eosinofilia, as vezes elevada (até 70%), é comum; 
Lesão: pápula eritematosa intensamente pruriginosa com aspecto linear ou serpiginoso; com 
extremidade migrante de aspecto mais papular (onde a larva se localiza). 
Diagnóstico: é clínico. 
Tratamento - sistêmico: albendazol; ivermectina; tiabendazol (resultado em 7 dias). No caso de poucas 
lesões pode-se utilizar tiabendazol tópico (pomada a 25%), 2 vezes por dia; 
 
6) TUNGUÍASE “BICHO-DO-PÉ” 
Dermatose tropical autolimitada, produzida pela menor das pulgas: a Tunga penetrans; ocorrendo no 
porco e no homem; é adquirida em lugares arenosos, estábulos e pocilgas; A fêmea se fixa na pele, 
onde penetra parcialmente e ingere o sangue com a finalidade da ovulação, provocando lesão; 
Lesão: lesão caracterizada por pápula esférica, branco-amarelada, com um ponto negro central; há 
prurido e dor discreta; quando numerosas e agrupadas tem aspecto de favo de mel; localizações 
preferenciais são as regiões plantares, periungueais e interdigitais; Eventualmente pode ocorrer 
infecção secundária, como piodermite ou celulite; 
Diagnóstico: clínico e epidemiológico. 
Tratamento: deve-se retirar o parasita com a ponta de um alfinete ou agulha (enucleaçãoda pulga), no 
caso de poucas lesões. Quando houver infestação maciça, pode-se usar tiabendazol, por 10 dias ou 
ivermectina, em dose única; 
 
7) IXODIDÍASE 
Dermatite provocada por picada de carrapatos (Ixodoidea); Característica da zona rural; as larvas 
infectam o homem, produzindo hipersensibilidade a novas picadas; 
Quadro clínico: prurido intenso no local da picada, pápulas, edema e eritema. Granuloma de corpo 
estranho pode se formar quando o carrapato não é removido completamente. 
Pelo livro ele diz que: 4 quadros clínicos podem ser observados: 
I) Erupção intensamente pruriginosa de pequeninas e numerosas pápulas, localizadas, 
preferencialmente, nas pernas e às vezes no abdome (infeção pela ninfa hexápode); 
II) II) Erupção de poucas lesões maculoeritematopupúricas, produzidas pelo carrapato na 
fase adulta; é pouco pruriginosa; 
III) III) Urticária ocorre em individuo previamente sensibilizado; 
IV) IV) Granuloma, representado por uma ou mais lesões papulotuberosas; 
Tratamento: anti-histamínicos orais; corticoides tópicos e benzoato de benzila a 25%; querosene ou 
vaselina para expulsar o animal adulto.

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