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DERMATOZOONOSES

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Dermatozoonoses 
MECANISMOS DE LESÃO: 
MECANISMO TRAUMÁTICO: decorrente da picada ou 
ferroada de alguns artrópodes. Dor local e eritema; 
regressão espontânea. 
DERMATITE DE CONTATO: contato do animal com a 
pele, quando tem susbtâncias irritantes, provocando 
erupções eritematosas, urticariformes, 
eritematovesicante eczematosa de instalação aguda. 
Não é um parasitismo. Afecção não parasitária 
acidental. Animais marinhos. 
MACANISMO TÓXICO: inoculação de excretas do 
agente etiológico envolvivo (saliva*), havendo necrose 
com sintomatologia local ou sistêmica consoante à 
toxicidade da susbtância 
GRANULAS DE CORPO ESTRANHO: retenção na pele de 
ferróes, proboscídeas, capitulum de carrapatos, etc 
LESÕES DE HIPERSENSIBILIDADE: desencadeiam 
respostas imunológicas cutâneas de DCA por irritante 
secundário, provocando nova inoculações, pode 
provocar lesões variadas, inclusive com anafilaxia 
associada. Alergia se individuo sensibilizado. 
GRANULOMAS PSEUDOLINFOMATOSOS: mecanismo 
de sensibilidade. Escabiose. Simulam linfomas. 
ESPÉCIES: 
Filo: artropoda 
Classe: aracnida ou insecta 
Ordem: acari (classe aracnida) e restante da classe 
insecta. 
ESCABIOSE OU SARCOPTIDÍASES: 
 Sarna: termo pejorativo 
 Acarinos do gênero Sarcoptes 
 Espécie-específicos 
 Sarcoptes scabiei variante hominis: parasitam 
o homem 
 Sarcoptes scabiei variante canis: parasitam os 
cães 
 O humano NÃO adquire escabiose canina 
SUBCLASSIFICAÇÃO: 
ESCABIOSE HUMANA: 
Transmissão: contato direto ou fômites, contato por 
roupas, superfícies, leitos, poltronas, pode ser uma IST 
Doença cosmopolita (global), não tem preferência por 
raça, idade, sexo ou cor; populações com condições 
clínicas mais precárias tem quadros mais exuberantes 
História: década de 40-50 houve um declínio 
(introdução de inseticidas residuais – DDR, gamexane e 
outros), posteriormente houve ressurgimento mundial 
(mudança no comportamento sexual da população, 
principalmente; além de mecanismos de resistência 
aos inseticidas) 
Ciclo biológico (15 dias): 
Contágio → fêmea fecundada penetra na epiderme → 
tunelização subcórnea. Ciclo vital: 15-30 dias (longo) → 
depósito de 0-50 ovos. O parasita se alimenta de restos 
epiteliais próprios da camada córnea provocando uma 
reação alérgica (produtos do metabolismo, ovos) 
desencadeando intenso prurido. 
Após a deposição dos ovos → eclosão dos ovos → 
origem de machos e fêmeas → copular → aumentando 
o número de parasitas e exuberância do quadro 
Prurido: deslocamento do parasita e mecanismo de 
hipersensibilidade devido ao depósito das excretas 
Para o tratamento efetivo: repetir 2-3 ciclos e tratar a 
família 
Lesões: 
× Túnel escabiótico: lesão elementar clássica 
(não confundir com larva migrans cutâneas). 
Geralmente não são percebidos, apenas 
quando em genitais 
× Pápulas urticadas 
× Pústulas: infecção secundária 
× Crostículas hemáticas: ruptura da lesão (mais 
comum em adultos) 
× Vesicopústuas: infecção secundária 
Predileção das lesões em adultos (região 
periumbilical); crianças abaixo de 2 anos as lesões não 
respeitam o segmento cefálico; crianças acima de 2 
anos e adultos NÃO imunossuprimidos respeita o 
segmento cefálico (em crianças há predileção por 
dobras cutâneas) – menos escoriações em crianças, 
pois não tem o reflexo de se coçar, irritabilidade 
 Lesões interquirodáctilas: não é frequente 
 Idosos: dorso 
 Região genital: aspecto nodular ou papulo-
nodular. DD: pseudolinfoma (adulto) e papula-
urticariforme (criança) 
 Pavilhão auricular 
 
Queixas: prurido piora com o banho e quando vai 
dormir 
SARNA NORUEGUESA OU ESCABIOSE DO TIPO 
CROSTOSA: 
Pseudoestratificações: escamas superpostas 
× Predominam em: áreas de dobras, 
palmoplantares 
Outras áreas: nódulos de aparência ceratosa 
Pacientes superinfectantes e milhares de parasitas 
Associada com imunossupressão: HTLV1 e LES (não 
exclusivo), linfomas 
TRATAMENTO: 
TÓPICO: 
Permetrina (creme ou loção): mais utilizada – 5-10%, 
repetir por pelo menos 10 dias 
× Não é recomendada para <2 anos: utiliza-se o 
monossulfiran 
Benzoato de benzila: mais antiga, pode provocar 
dermatite de contato por irritante. Se única opção 
orienta-se a diluição por 4 noites 
Monossulfiran: 25% - deve-se diluir 
× Efeito antiabuse: ingestão de bebida alcóolica 
há uma exuberância nos efeitos (ex.: tremores) 
SISTÊMICO: 
Ivermectina: antiparasitário 
× 1 cp de 6mg a cada 30kg 
× Pode extrapolar a dose recomendada 
DEMODECIDOSE: 
Acari: demodex folliculorum 
× Habita o folículo 
pilossebáceo (relação 
comensal ou parasitária) 
Associada com: rosácea (patologia de glândulas 
sebáceas) – o D. folliculorum não é o agente da rosácea 
mas é um contribuinte, há modificação da resposta 
inflamatória nas pessoas com pré-disposição 
Erupções do tipo foliculite ou erupções acneiformes 
IXODÍASE: 
Afecção causada pela picada dos carrapatos (acarinos 
ectoparasitários do homem e animais) 
Famílias: argasidae e ixodidae (gênero mais comum: 
Amblyomma, espécie: jennense) – parasita animais de 
sangue frio (crocodilos, tartarugas) e o homem → 
carrapato estrela/ de cavalo 
Mais frequente no meio rural 
Reação inflamatória local → ao tentar retirar o 
carrapato da pele → chance de deixar um pedaço do 
corpo do carrapato no local → reação de corpo 
estranho 
Além da picada: chance de contrair a doença de Lyme 
(provocada por uma bactéria Borrelia burgdorferi que 
habita o intestino do carrapato) – as larvas e o verme 
adulto. Provocam esclerodermia e os sistemas 
CICLO BIOLÓGICO: 
A fase adulta, os estágios larvais e ninfais podem levar 
a doença no ser humano 
× Larvas e ninfas: podem infestar 
plantas/árvores → doença micuim (DD: 
dermatite de contato) 
LESÕES: 
Lesão pápulo-urticada, 
escoriada com crosta 
melicérica (infecção 
secundária) 
CARRAPATOS BRASIL: 
 Família: Ixodidade 
 Gêneros: Amblyomma 
 Espécie: jennense (carrapato estrela ou do 
cavalo) 
Levar em conta: aspecto epidemiológico, estudo das 
lesões 
ANAPLURAS (PIOLHOS): 
PEDICULUS CAPITIS: 
Predileção/provocam infestação no couro cabeludo 
Inseto hematófago → parasita o couro cabeludo → 
depósito de ovos (lêndeas) nas hastes pilosas próximas 
a região occipital → se aderem através de uma 
substâncias gelatinosa 
Dificilmente se encontra o parasita no couro cabeludo, 
mais em casos de hiperinfestações 
Prurido crônico: escoriações → infecções secundárias 
× Em crianças: anemia por conta da pediculose 
(pois o inseto e hematófago) 
PEDICULUS CORPORIS: 
Afeta principalmente populações de vulnerabilidade 
social 
Não é tão frequente no meio 
Se aloja no contato prolongado com as vestes (locais 
frios) 
Não ficam grudados na pele, apenas picam, realizam o 
repasto e migram para as vestimentas 
Secretam uma substância anticoagulante, provoca um 
pequeno sangramento em filete sanguinolento, 
resseca e provoca uma pequena escoriação linear 
TRATAMENTO: 
Ivermectina e tópicos utilizados para escabiose 
× Capitis: deve-se descolar os ovos – ácido 
acético diluído (1:1) - vinagre caseiro e 
posteriormente (15 min) utilizar pente fino 
FITIRÍASE: 
Piolho carangueijo 
Phthirus púbis (corpo 
achatado) e predileção 
por região púbica (não 
exclusiva) 
Pseudocrostas (na verdade são parasitas) – mergulha 
na pele para fazer o repasto e se tornam aderidos na 
pele e os ovos aderidos nas hastes pilosas 
Filigranas: parasitas provocam uma lesão amarelada 
porque secretam uma substância anticoagulante que 
forma uma mácula cerúlea 
Fitiríase ciliar: phthirus púbis nos 
cílios. DD – dermatite seborreica 
nas pálpebras 
ACIDENTE POR PAEDERUS (SP): 
Paederus: popularmente conhecido como potó 
Provoca: dermatite irritativa (vesicante) – formando 
vesículas e bolhas pela substância excretada de forma 
percutânea pelo inseto 
Hábito noturno 
Vesículas e bolhas: diferentes aspectos (depende do 
local, se matouo inseto no corpo, se arrastou) 
TRIATOMÍASE: 
Triatomíneos (barbeiro): vetores da doença de Chagas 
Espécie (principal): Triatoma infestans 
× Picada geralmente a noite; pouco dolorosa 
× Predileção: áreas de tecido frouxo (pericular) – 
sinal semiótico de Romaña (intensa reação 
inflamatória caracterizada pelo edema 
pibalpebral) 
Pápulas locais 
Habitações de sapê 
Doença negligenciada 
Manifestações cardíacas e intestinais relevantes 
CIMIDÍASE: 
Inseto: Cimex lectularius (percevejos) e hemípteros 
× Hematófago 
Não é infrequente (móveis e 
colchões antigos) 
Picada dolorosa, trajeto sugestivo 
de alergia a picada de inseto 
× Extremamente 
pruriginosa e aspecto 
urticado 
DD: encontro do parasita 
Tratamento: dedetização do ambiente, anti-
histamínicos, corticoterapia local e/ou sistêmica 
dependendo da severidade do quadro 
SYPHONAPTERA (PULGAS): 
PULEX IRRITANS: 
Picam os seres humanos 
Parasitam animais domésticos e podem parasitar 
acidentalmente o ser humano 
× Não vive fazendo repasto 
× Pica e muda de lugar 
× Alojam-se em roupas, tapetes, cortinas... 
× Ciclo biológico: 125 dias 
sem alimentos; 525 dias 
se fizer o repasto 
× Lesões pápulo-
urticariformes; 
pruriginosas 
× Crianças: atingem a cintura 
× Adultos: restritas ao MMII 
XENOPSYLLA CHEOPS: 
Não é tão frequente 
Agente etiológico da peste bulbônica e provoca a 
riquetisiose 
As picadas podem provocar: estrófulo 
TRATAMENTO: dedetizar ambiente, minimizar as 
reações urticariformes com anti-histamínicos, anti-
inflamatórios 
PARASITA: 
× Musculatura da pata posterior desenvolvida – 
saltam/pulam 
× Em crianças pode ter evolução caudo-cranial 
quando a pulga vem do solo 
× Adultos: eritema intenso (prurido) e sugere um 
percurso de determinado ectoparasita 
× Arranjo bizarro 
SYPHONAPTERA – TUNGÍASE: 
Parasita: Tunga penetrans 
× Intimidade tissular 
do hospedeiro 
× Enzimas 
(hialuronidase) 
capazes de romper 
as barreiras 
cutâneas do 
hospedeiro → 
escavam → vivem 
na intimidade tissular → até depositar seus 
ovos 
× Pulga dos porcos (bicho de pé) 
Tratamento: 
Pruriginoso e pode ser único – exérese do parasita e 
assepsia local (não confundir com verruga plantar) 
Múltiplo – tratamento sistêmico preferível (feridas 
portas abertas para infecções secundárias como 
erisipela e celulites) 
DÍPTEROS: 
CULICÍDEOS (culicíneos e anofelinos): muriçoca, 
pernilongo, carapaña e mosquito prego – filariose, 
dengue, febre amarela, zika, chinkungunya e malária 
pelo anofelino 
SIMULÍDEOS: borrachudos pium – simulium 
nigrimanum (zonas endêmicas de pênfigo foleáceo) 
FLEBOTOMÍNEOS: mosquito palha – leishmaniose, 
bartonelose (doença de Carrion) e algumas arboviroses 
TABANÍDEOS: mutuca – tularemia 
DÍPTEROS SUPERIORES (MOSCAS): 
PRIMÁRIAS: migratória e furunculóide 
SECUNDÁRIAS: cutânea, cavitária e intestinal 
MIÍASES: 
Miíase cutânea: mosca varejeira → depósitos de ovos 
sobre feridas/ulcerações da pele → eclosão dos ovos → 
originam as larvas (tapuru) 
× Populações de baixa higiene 
× Pode acontecer como complicação de 
pediculose 
Miíase furunculóide: região norte pela espécie de 
mosca – única larva de maior tamanho (berne) 
Tratamento: matar as larvas com solução antisséptica 
e antiparasitário (ivermectina em fase tópica). Além de 
tratar a condição predisponente 
Miíase cavitária: em torno dos orifícios naturais 
× Maior gravidade, principalmente em região 
periocular 
Miíase secundária intestinal: ingestão acidental de 
larvas – necessário predisposição individual e 
condições associadas a imunossupressão para 
desenvolver a forma sistêmica 
HELMINTOS INTESTINAIS: 
LARVA MIGRANS CUTÂNEA: 
Agente etiológico: ancilostomíneos humanos e de cães 
e gatos 
Quadro clinico: Larva filariforme infectante penetra na 
pele do homem provocando um parasitismo acidental, 
percorrendo um caminho serpiginoso na epiderme 
com manifestação clínica característica. Os locais 
comuns: pés e nádegas, regiões acrais 
Tratamento: doença autolimitada quando não cursa 
com complicações (infecção secundária). Ivermectina e 
tiabendazol tópico 25% 2x ao dia 
 
ENTEROBÍASE: 
Agente: Enterobius vermicularis 
Quadro clínico: prurido noturno anal 
Tratamento: Pamoato de pirvínio (Pyrpam) ou 
albendazol 
PLATELMINTOS: 
ESQUITOSSOMOSE: 
Agente etiológico: S. Mansoni (e outros) 
Quadro clínico: 
× Dermatite por cercáreas: eritema, pápulas e 
petéquias pruriginosas no local da inoculação 
× Síndrome de sensibilização esquitossomótica: 
4-8 semanas após a penetração das cercáreas - 
urticária, edema, púrpura, febre, artralgia, 
hepatoesplenomegalia, bronquite 
× Granuloma paragenital: lesões vegetantes 
com trajetos fistulosos, localizadas no períneo 
e nádegas 
× Esquitossomose cutânea ectópica: deposição 
de ovos na pele. As lesões são pápulas 
aglomeradas, vinhosas, liquenificadas às vezes 
Doença negligenciada 
CESTOÍDEOS: 
Ingesta de carne crua 
CISTICERCOSE: +pele 
Agente etiológico: Taenia solium (porco) e taenia 
saginata (boi) 
Quadro clínico (Cysticercus cellulosae cutis): nódulos 
subcutâneos endurecidos bem delimitados que 
persistem por meses-anos. 
Diagnóstico: histopatológico 
Tratamento: Exérese cirúrgica ou praziquantel 
5mg/kg/dia ou albendazol 15mg/kg/dia 3 tomadas por 
8 dias 
EQUINOCOCOSE: +órgãos internos 
Agente: Echinococus granulosus 
Quadro clínico (cisto hidático): mais comum em fígado 
e pulmões; pele: tumoração flutuante 
Tratamento: cirúrgico + albendazol 10mg/kg/dia 6-8 
semanas

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