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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO Faculdade de Tecnologia Departamento de Engenharia de Produção APOSTILA DA DISCIPLINA: ARRANJO FÍSICO INDUSTRIAL (versão 2011/1) Prof. Henrique Martins Rocha 2 UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO – Faculdade de Tecnologia Departamento de Engenharia de Produção– Prof. Henrique M. Rocha DISCIPLINA: PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO ARRANJO FÍSICO INDUSTRIAL Programa da disciplina Ementa Classificação de modelos e seleção de critérios. Coleta e análise de informações sobre o produto o processo e a programação. Planejamento sistemático de “Layout” (SLP). Tipos clássicos de arranjo físico. Estudo de fluxo. Dimensionamento de áreas. Movimentação de materiais. Técnicas quantitativas de avaliação. Projeto da fábrica. Apresentação do “Layout”. Localização industrial e o meio ambiente.. Distribuição da Carga Horária 5 horas/aula semanais (75 horas-aula semestrais) Objetivos Dar aos alunos informações técnicas de elaboração e análise de projetos industriais. Conteúdo programático 1. Fundamentos 2. Sistematização de projetos de arranjo físico 3. Dados de entrada 4. Fluxo de materiais 5. Diagrama de fluxo e/ou interrelações 6. Determinação dos espaços 7. Determinação de interrelações entre espaços 8. Planejamento de arranjo físico detalhado 9. Plantas e modelos 10. Localização 11. Implantação 12. Administração dos projetos de layout Metodologia Exposição verbal dos conceitos e debates (discussão dirigida), com troca de experiências entre os participantes. Exercícios para aplicação prática dos conceitos vistos, por meio de tarefas individuais e em grupo. Critério de Avaliação � Conjunto de trabalhos individuais e/ou em grupo, bem como exercícios de fixação a serem feitos em sala de aula comporão a N1. 3 UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO – Faculdade de Tecnologia Departamento de Engenharia de Produção– Prof. Henrique M. Rocha DISCIPLINA: PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO � Prova individual, versando sobre todos os itens do conteúdo (peso 80%) e exercícios de fixação em sala de aula (peso 20%) comporão a N2. � Exame final na forma de prova individual, cobrindo todo o conteúdo da disciplina. Obs: as datas das avaliações serão informadas na primeira semana de aula. Bibliografia recomendada BUFFA, E. Modern Production/Operation Management. New York, USA: Jonh Wiley & Sons, 1987. CHASE, R. B,; JACOBS, R.; AQUILANO, N. J. Administração da produção para a vantagem competitiva. 10. ed. Porto Alegre: Bookman, 2006. CORRÊA, H. L.; CORRÊA, C. A., Administração da produção e operações: manufatura e serviços – uma abordagem estratégica, 2. ed., São Paulo: Atlas, 2006. DAVIS, M.M. et al. Fundamentos da administração da produção. 3. ed. Porto Alegre: Bookman, 2001. LAUGENI, F. P.; MARTINS, P. G. Administração de produção. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2005. MONKS, J. G. Administração da produção. São Paulo: McGraw Hill, 1987. MOREIRA, D. A. Administração da produção e operações, 2. ed. São Paulo: Cengage Learning, 2008. MUTHER, Richard. Planejamento do Layout: Sistema SLP. São Paulo: Edgard Blucher, 1978. RITZMAN, L. P.; KRAJEWSKI, L.J. Administração da produção e operações. 2. ed. São Paulo: Prentice Hall, 2008. SLACK, N.; CHAMBERS, S.; JOHNSTON, R. Administração da produção, 2. ed. São Paulo: Atlas, 2002. Currículo resumido do professor Henrique Martins Rocha é Doutor em Engenharia pela UNESP, com pós-doutorado na mesma instituição, Mestre em Sistemas de Gestão (UFF), Especialista em Gestão Empresarial (FGV) e em Finanças Corporativas (UFRRJ). Engenheiro Mecânico (UERJ) com aperfeiçoamento em Engineering Excellence pelo Rochester Institute of Technology, foi avaliador líder do PQRio. Sua experiência profissional de 27 anos na área industrial, em empresas como Xerox, White Martins, Flextronics, Remington, CBV e Siemens, inclui funções como gerente de Produção, gerente de Programas (novos produtos), gerente de Planejamento e Controle de Produção e Exportação, gerente de Customer Care, gerente de Design Center, engenheiro de Processos e Manufatura, etc. Participou da implantação, balanceamento e realocação de diversas linhas de produção, definição e implementação de unidades de produção, implementação de sistemas integrados de gestão, desenvolvimento de cadeias de suprimento, incluindo logística reversa, seleção de equipamentos, desenvolvimento de processos produtivos e de novos produtos, manutenção industrial, etc. Atuou por 5 anos nos USA e Canadá, integrando diversos times de desenvolvimento de produtos, desenvolvendo fornecedores e coordenando grupo multinacional de design. Atua há dez anos na área acadêmica, como professor, coordenador de cursos de graduação e pós-graduação e pesquisador. Possui dezenas de publicações científicas: artigos em periódicos e anais de eventos científicos e capítulos de livros. Endereço para acessar CV Lattes: http://lattes.cnpq.br/0532941206355027. 4 UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO – Faculdade de Tecnologia Departamento de Engenharia de Produção– Prof. Henrique M. Rocha DISCIPLINA: PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO Caros alunos, A presente apostila se presta a servir de fonte inicial de esclarecimento e orientação sobre o conteúdo da disciplina Arranjo Físico Industrial (AFI), não devendo, no entanto, ser considerada a única fonte de informação e estudo. O aprofundamento conceitual, bem como aplicações práticas adicionais, devem ser consultados nas obras indicadas na Bibliografia da disciplina. 1. FUNDAMENTOS Dentre as disciplinas associadas ao projeto de um sistema de produção, destaca-se o projeto de arranjo físico (plant layout design), definido como o conjunto de atividades envolvidas na localização de departamentos de fabricação, linhas de produção, centros de trabalho, máquinas e funções auxiliares (ferramentaria, manutenção, etc.) e na definição de rotas e meios de movimentação apropriados. DEFINIÇÕES Segundo Muther (1986) e Slack, Chambers e Johnson (2002), o arranjo físico ou layout pode ser definido como o estudo do posicionamento relativo dos recursos produtivos, homens, máquinas e materiais, ou seja, é a combinação dos diversos equipamentos/máquinas, áreas ou atividades funcionais dispostas adequadamente. Decide- se onde colocar todas as instalações, máquinas equipamentos e pessoal da produção, preocupando-se com o posicionamento físico dos recursos de transformação, determinando a forma e a aparência desta unidade produtiva, e também o fluxo dos recursos transformados através das operações. É frequentemente uma atividade difícil e de longa duração por causa das dimensões físicas dos recursos de transformação movidos e podem afetar o fluxo dos materiais e pessoas, o que poderá acarretar maiores ou menores custos e eficácias da produção (SLACK; CHAMBERS; JOHNSON, 2002). Um erro pode produzir padrões de fluxo longos e confusos, estoque de materiais, filas de clientes formando-se ao longo da operação, inconveniência para os clientes, tempos de processamento longos, operações inflexíveis, fluxo imprevisíveis e altos custos. Segundo Ritzman e Krajewski (2008), ao se alterar um arranjo físico, pode-se afetar o modo de como uma empresa busca atingir suas prioridades. Os objetivos visados com um bom layout são: I. Aumentar a moral e satisfação no trabalho; II. Incrementar a produção, reduzindo as demoras, manuseios e tempos de manufatura (menor demora e distância); III. Maior utilização de equipamentos, mão-de-obra e serviços (reduzindo distâncias e tempos improdutivos); IV. Reduzir os riscos para os colaboradores; V. Melhorar a comunicação.Slack, Chambers e Johnson (2002) afirmam que para se projetar um arranjo físico, deve-se fazer uma análise do que realmente deseja-se alcançar. Devem ser muito bem compreendidos os objetivos estratégicos da produção, como ponto de partida, dos muitos 5 UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO – Faculdade de Tecnologia Departamento de Engenharia de Produção– Prof. Henrique M. Rocha DISCIPLINA: PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO estágios que levam ao arranjo físico final da produção. Em várias situações, torna-se necessário um estudo de layout: I. Ineficiência das instalações (fabricação de novos produtos, aquisição de máquinas, necessidade de maior espaço para estocagem, etc); II. Redução dos custos de produção; III. Variação da demanda (aumento ou decréscimo na produção); IV. Ambiente de trabalho inadequado (ruídos, temperaturas, iluminação, etc); V. Excesso de estoques (fluxo do produto não está bom); VI. Manuseios excessivos (provocam estragos e atrasam a produção); VII. Instalação de uma nova fábrica. LAYOUT OU LEIAUTE? Layout é uma palavra da língua inglesa que faz parte da terminologia de diversas áreas profissionais: em editoração e diagramação significa a forma de organização de elementos textuais e gráficos nas páginas de um documento. Já, no projeto de circuitos eletrônicos, significa a disposição dos componentes na placa de circuito impresso; em manufatura este termo está relacionado com a disposição dos recursos de produção na instalação industrial. Esta palavra, a rigor, consta nos dicionários brasileiros com a grafia leiaute. A forma aportuguesada parece ser pouco conhecida e utilizada no meio empresarial. Na linguagem corporativa brasileira a expressão original layout é largamente utilizada (PEINADO; GRAEML, 2007). VOLUME-VARIEDADE O projeto de arranjo físico busca minimizar custos de movimentação, reduzir o congestionamento de materiais e pessoas, incrementar a segurança, o moral e a comunicação, aumentar a eficiência de máquinas e mão-de-obra e apoiar a flexibilidade. A concepção ou planejamento do sistema de produção segue, então, influenciado essencialmente pelo fluxo do trabalho, o qual deve ser racional evitando-se que os deslocamentos, sejam de pessoas ou materiais, quando necessários ocorram por distâncias reduzidas, outro aspecto a ser considerado quando da elaboração do arranjo físico, trata-se do conforto e da segurança que deve ser proporcionada aos trabalhadores. Para tal, baseia-se principalmente na configuração do sistema de produção, que deve assumir uma das seguintes orientações básicas: (a) sistemas orientados a processos (produção intermitente), caracterizados por baixo volume, alta variedade, fluxo de materiais intermitente, máquinas universais, emprego intensivo de mão-de-obra. (b) sistemas orientados a produtos (produção contínua), caracterizados por alto volume, baixa variedade, fluxo de materiais contínuo, máquinas especiais, aplicação intensiva de capital. Assim temos duas situações de volume e variedade que demarcam um intervalo, entre alto e baixo. A figura 1 apresenta alguns exemplos de operações com diferentes volumes. 6 UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO – Faculdade de Tecnologia Departamento de Engenharia de Produção– Prof. Henrique M. Rocha DISCIPLINA: PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO Figura 1 – Volume de produção A composição de volume-variedade indica diferentes tipos de processos produtivos, como pode ser observado na figuras 2 e 3 e que são discutidos a seguir. Figura 2 – Matriz Volume-variedade / tipos de processos 7 UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO – Faculdade de Tecnologia Departamento de Engenharia de Produção– Prof. Henrique M. Rocha DISCIPLINA: PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO Figura 3 – Matriz produto-processo Processos de Projeto • Envolvem produtos discretos, bastante customizados; • Baixo volume e alta variedade; • Baixo grau de repetição: a maior parte dos trabalhos tende a ser única. Processos de Jobbing • Baixo volume- alta variedade; • Característica principal: cada produto deve compartilhar os recursos da operação com outros; • Ex: serviços de técnicos especializados (restauradores de móveis, alfaiates, gráfica) • Baixo grau de repetição. Processos de Lotes ou Bateladas • Cada parte da operação tem períodos em que se está repetindo, enquanto o “lote” está sendo processado; 8 UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO – Faculdade de Tecnologia Departamento de Engenharia de Produção– Prof. Henrique M. Rocha DISCIPLINA: PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO • Ex: produção de alimentos congelados; manufatura da maior parte das peças de conjuntos montados em massa, como carros e a maior parte das roupas. Processos de Produção em massa • Produzem bens em alto volume e variedade relativamente estreita; • Ex: fábrica de automóveis; maior parte dos fabricantes de bens duráveis. • Nas operações em massa as diferentes variantes de um produto não afetam o processo básico de produção. Processos Contínuos • Grande volume e baixa variedade; • Operam por períodos e tempo mais longo; • Muitas vezes estão associados a tecnologias relativamente inflexíveis, de capital intensivo, com fluxo altamente previsível. • Ex: refinarias de petróleo, siderúrgicas e algumas fábricas de papel. Figura 4 – Tipos de processo produtivo (resumo) SELEÇÃO DO TIPO DE ARRANJO Há diferentes maneiras de se arranjarem os recursos produtivos de transformação. Os recursos individuais de transformação são muito diferentes, por isso a variedade de arranjos parece ainda mais ampla do que realmente é (SLACK; CHAMBERS; JOHNSON, 2002). Corrêa e Corrêa (2004) afirmam que o tipo básico de arranjo físico é a forma geral do arranjo de recursos produtivos da operação. A escolha do tipo de arranjo físico depende em grande parte da escolha do processo, e são classificadas em: I. Arranjo físico por processo ou funcional; II. Arranjo físico em linha ou por produto; 9 UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO – Faculdade de Tecnologia Departamento de Engenharia de Produção– Prof. Henrique M. Rocha DISCIPLINA: PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO III. Arranjo físico posicional ou por posição fixa; IV. Arranjo físico celular; V. Arranjo físico híbrido, combinado ou misto. Para definição do processo preferencial para o planejamento do layout, é preciso identificar a melhor situação para casos de processos puros ou em trabalho de sistemas híbridos. Deve se definir um tipo preferencial, que apresente maior afinidade com o processo para montar como base e com o decorrer dos estudos, aplicando os demais processos para avaliar suas melhorias e divergências. Em um estudo de manufatura, a característica de volume-variedade ditará o processo mais adequado para o planejamento. Para indicar o processo apropriado, Slack, Chambers e Johnson (2002) fornecem uma matriz associada à característica volume-variedade, conforme ilustrado na figura 5, na qual é perceptível a tendência ao fluxo intermitente conforme o volume diminui e aumenta a variedade. Figura 5 – Matriz de layout e gráfico volume-variedade (SLACK; CHAMBERS; JOHNSON, 2002). Fixo Funcional Linear 10 UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO – Faculdade de Tecnologia Departamento de Engenharia de Produção– Prof. Henrique M. Rocha DISCIPLINA: PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO CARACTERÍSTICAS DE CADA TIPO DE ARRANJO FÍSICO Arranjo Fixo, Posicional, por Posição Fixa, ou Project Shop � é aquele em que o produto, ou seja, o material a ser transformado, permanece estacionário em uma determinada posição e os recursos de transformação se deslocamao seu redor, executando as operações necessárias, como pode ser observado na figura 6. Figura 6 – Exemplo de arranjo fixo Tem como característica a existência de pequena variedade de produtos em pequenas quantidades. Este arranjo é utilizado quando, devido ao porte do produto ou à natureza do trabalho não é possível outra forma de arranjo. São dois os casos básicos em que o arranjo por posição fixa é amplamente utilizado: • Quando a natureza do produto, como peso, dimensões e/ou forma impedem outra forma de trabalho: projetos de grandes construções, como estradas, arranha-céus, pontes, usinas hidroelétricas, construções em estaleiros, atividades agropecuárias, atividades de extrativismo; • Quando a movimentação do produto é inconveniente ou extremamente difícil. Este é o caso de cirurgias, tratamento dentário, trabalhos artesanais como esculturas e pinturas, montagem de equipamentos delicados ou perigosos, etc. Nos layouts fixos, a localização dos recursos não vai ser definida com base no fluxo de recursos transformados, mas na conveniência dos recursos transformadores em si. As principais vantagens deste tipo de arranjo são: • Não há movimentação do produto; • Quando se tratar de um projeto de montagem ou construção, como por exemplo, a construção de uma ponte ou a fabricação de um navio, é possível utilizar técnicas de programação e controle, tais como: PERT e CPM, disponíveis em softwares bastante acessíveis; 11 UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO – Faculdade de Tecnologia Departamento de Engenharia de Produção– Prof. Henrique M. Rocha DISCIPLINA: PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO • Existe a possibilidade de terceirização de todo o projeto, ou de parte dele, em prazos previamente fixados. Dentre as desvantagens do arranjo posicional pode-se citar: • Complexidade na supervisão e controle de mão-de-obra, de matérias primas, ferramentas etc.; • Necessidade de áreas externas próximas à produção para submontagens, guarda de materiais e ferramentas. Muitas vezes, é necessário construir abrigos para os funcionários, da construção civil; • Produção em pequena escala e com baixo grau de padronização. Um exemplo clássico é a construção de um edifício. O mesmo permanece fixo enquanto seus materiais e mão de obra circulam em volta no processamento. Outros exemplos: produção de navios em estaleiros, fabricação de grandes transformadores elétricos e grandes geradores, produção de aviões de grande porte, locomotivas, restaurantes convencionais, equipamentos e máquinas industriais de grande porte, etc. Um dos problemas encontrados para esta operação são limitações quanto: • Ao espaço para execução das atividades; • A logística de transporte e armazenamento de materiais; • Ao controle do fluxo de subcontratados como equipamentos e mão de obra; • A minimização dos movimentos e sua verticalização. Para Chase, Jacobs e Aquilano (2006), o arranjo fixo tem uma baixa eficiência, por isso é comum ser utilizado em operações que necessitam de grandes arranjos posicionais para agregação de valor ao produto. Sua eficácia está ligada a programação de acesso ao espaço e a confiabilidade das entregas de materiais. Slack, Chambers e Johnson (2002) acrescentam ainda que o planejamento e o controle do projeto devem ser bem executados, a fim de se evitar a falta de espaço para alocar equipamentos ou materiais que tiveram seus prazos de utilização mal estimados, evitando- se assim a movimentação desnecessária entre lugares temporários e os lugares ideais destinados para sua utilização. Em resumo este arranjo físico tem as seguintes características: • Movimentação reduzida de material; • Aumento da movimentação de pessoal e equipamentos; • Pode resultar em equipamentos duplicados; • Requer grande habilidade do pessoal; • Requer supervisão geral; • Pode resultar em aumento de espaço e grande material em processo; • Requer grande atenção no controle e na programação da produção. • Produção pequena; • Grande flexibilidade que permite alterações no projeto do produto, no volume da produção e até no tipo de produto. 12 UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO – Faculdade de Tecnologia Departamento de Engenharia de Produção– Prof. Henrique M. Rocha DISCIPLINA: PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO Arranjo Funcional, por processo, departamental, process layout e job shop. � No arranjo físico funcional, todos os processos e equipamentos do mesmo tipo e função são colocados juntos, constituindo um arranjo típico de especialização por processo, onde as máquinas que realizam um mesmo tipo de operação ficam agrupadas (próximas). Este arranjo também pode agrupar em uma mesma área operações ou montagens semelhantes. É um tipo de arranjo flexível, que atende as mudanças de mercado e produtos diversificados em diversas quantidades, apresentando um fluxo longo dentro da fábrica. Ocorre uma circulação do produto (fluxo de produção) entre áreas distintas de equipamentos, onde acontece o processamento, o resultado do trabalho vai de um setor para o outro em lotes ou em grupos de itens fabricados, como pode ser observado nas figuras 7 e 8. Figura 7 – Layout Funcional (adaptado de Martins e Laugeni, 2005) 13 UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO – Faculdade de Tecnologia Departamento de Engenharia de Produção– Prof. Henrique M. Rocha DISCIPLINA: PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO Figura 8 – Layout Funcional As peças se movem de acordo com as operações, o que permite a criação de departamentos com as operações do mesmo tipo feitas na mesma área. Por exemplo, setor de usinagem dividido com áreas de fresas, tornos, retíficas etc. É usado, em geral, esse tipo de arranjo, quando os fluxos que passam pelos setores são variados e ocorrem intermitentemente. Este tipo de arranjo pode trabalhar com diferentes roteiros, tornando-o bastante flexível para a produção. Neste tipo de layout os recursos são organizados de acordo com as funções que desempenham e de suas necessidades comuns, como característica existe uma grande variedade de produtos em pequenas quantidades. É um tipo de arranjo que pode ficar bastante complexo à medida que temos muitos processos em muitos produtos: com volumes de produtos mais intensos, faz com que os fluxos de manufatura se cruzem, diminuindo a eficiência e aumentando o tempo de atravessamento dos fluxos. O desafio nas decisões sobre o layout de processos é procurar arranjar a posição relativa e as áreas de cada setor, de forma a aproximar setores que tenham fluxos intensos entre si. Os exemplos de uso são inúmeros: • Hospitais: um hospital apresenta em sua predominância um arranjo físico onde os processos são agrupados por tipo e função. Há o centro cirúrgico, a pediatria, o setor de raio x, o pronto socorro, a farmácia, a unidade de tratamento intensivo etc. • Serviços de confecção de moldes e ferramentas: uma empresa prestadora deste tipo de serviços também utiliza arranjo por processo. Para a confecção de um molde destinado a uma injetora de plásticos ou uma ferramenta destinada a uma prensa de estampagem são necessárias diversas operações, em diversos tipos de máquinas, tais como: retíficas, centros de usinagem, fresas, furadeiras, eletro-erosão etc. Os produtos fabricados são únicos e muito diversos. Assim, exigem operações de tipos, tempos e sequências independentes, inviabilizando outro tipo de arranjo físico menos flexível. • Lojas comerciais: para facilitar a busca pelo produto que o cliente deseja, as lojas dividem seus artigos por categoria. Por exemplo, roupas masculinas, femininas e 14 UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO – Faculdade de Tecnologia Departamento de Engenharia de Produção– Prof. Henrique M. Rocha DISCIPLINA: PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃOinfantis, artigos de cama, mesa e banho, roupas sociais e esporte, calçados, eletrodomésticos e assim por diante. Os supermercados utilizam o arranjo por processo, pois o volume de compras tende a aumentar quando as mercadorias são expostas de maneira ordenada. Em geral, o consumidor deseja visitar apenas alguns setores da loja. Mas é do interesse dos varejistas que o cliente circule também por outros departamentos, o que pode ser obtido definindo-se uma configuração do arranjo físico que estimule ou obrigue o cliente a realizar determinado trajeto dentro da loja. • Manufatura de usinagem de peças utilizadas em automotores, onde se tem áreas separadas dedicadas a um tipo de processo. Nesta manufatura existem alguns beneficiamentos que exigem ambientes especiais para a execução, como por exemplo, uma área de solda de onde resultam gases. Já em processos com máquina ferramenta, necessita-se de operadores e um estoque para ferramentais. As principais vantagens do arranjo físico funcional são: • Grande flexibilidade para atender a mudanças de mercado: de uma maneira geral, desconsiderando problemas de balanceamento e eventuais gargalos, para alterar o processo de fabricação. No caso de se adotar o layout funcional, basta alterar o fluxo a ser seguido pelo produto perfaz durante sua fabricação; • Bom nível de motivação: geralmente este arranjo exige de mão-de-obra especializada e qualificada. Quando os produtos são únicos, não existe produção repetitiva contribuindo para a redução da monotonia e, consequentemente, do tédio no trabalho; • Atende a produtos diversificados em quantidades variáveis ao mesmo tempo: este tipo de arranjo permite que mais de um tipo e modelo de produto possa ser fabricado simultaneamente. Enquanto um produto está passando por um processo em determinado local, é possível que outro produto diferente esteja recebendo outro processamento, na mesma planta fabril; • Menor investimento para instalação do parque industrial: quando equipamentos similares são agrupados, os custos de instalação geralmente diminuem. Por exemplo, determinados equipamentos ou operações exigem um sistema de exaustão de ar ambiente. Se eles forem agrupados, um único sistema poderá servir a diversas máquinas. • O mesmo acontece com necessidades de refrigeração, instalações hidráulicas, de ar comprimido, de gases, de combustível etc. Além disto, via de regra, tratam-se de equipamentos não específicos, de uso geral, e, portanto, de custo mais acessível e manutenção mais simples. Há, ainda, a vantagem de venda ou troca do equipamento, quando ele deixa de ser útil à operação; • Maior margem do produto: na verdade, a maior margem de contribuição não advém do tipo de arranjo físico, e sim do tipo de produto, de maior valor agregado, que, geralmente, se produz neste tipo de arranjo. Em contrapartida aos benefícios proporcionados ao arranjo físico por processo as desvantagens deste tipo de arranjo físico são as seguintes: • Apresenta um fluxo longo dentro da fábrica: Como o produto “procura” seus processos onde quer que eles se encontrem dentro da planta, há necessidade de deslocamento por distâncias maiores, pois os processos necessários normalmente 15 UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO – Faculdade de Tecnologia Departamento de Engenharia de Produção– Prof. Henrique M. Rocha DISCIPLINA: PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO não estão posicionados na melhor sequência para a fabricação de determinado produto. Outro fato comum neste arranjo é que o produto muitas vezes procura o processo seguinte na “contra mão” do processo anterior. Em outras palavras, o produto vai e volta, em um processo ineficiente de movimentação, que torna mais difícil o gerenciamento das atividades sendo executadas; • Diluição menor de custo fixo em função de menor expectativa de produção: como raramente se tem conhecimento com antecedência do que se vai produzir, a empresa precisa dispor de uma série de recursos, que devem estar disponíveis em função da necessidade de uma operação específica que pode ou não acontecer. Muitas vezes, para evitar algum gargalo na produção de determinados lotes, que podem exigir maior tempo de determinada operação, a empresa precisa ter máquinas em duplicidade para atender demandas inesperadas; • Dificuldade de balanceamento: devido à constante alteração do produto, a dificuldade em programar e balancear o trabalho é maior, além de se exigir que essas atividades sejam executadas em intervalos curtos de tempo, às vezes até diariamente. Isto costuma gerar estoques em processo mais elevados para compensar as diferenças de processamento; • Exige mão-de-obra qualificada: por um lado, isto é tido como vantagem e, por outro lado, pode ser considerado desvantajoso, para empresas brasileiras acostumadas a lidar com folhas de pagamento de baixo valor, quando comparadas às empresas dos países mais desenvolvidos. • Este processo não permite muita amplitude de supervisão, não é rara a necessidade de um supervisor para cada área de trabalho; • Maior necessidade de preparo e setup de máquinas: os volumes baixos resultam na necessidade de maior quantidade de preparos de máquinas, proporcionalmente ao tempo que estas são mantidas em operação. Os equipamentos de fabricação são de uso genérico e os trabalhadores devem possuir nível técnico relativamente alto para realizar tarefas diferentes. O fluxo de peças é pequeno dentro de cada departamento (intradepartamental) e grande entre eles (interdepartamental). O controle da produção é complexo devido à simultaneidade de diferentes lotes sendo executados ao mesmo tempo em setores distintos e para clientes variados. Em compensação a elaboração do processo de fabricação é uma atividade simples já que basta definir a rota pelos departamentos que executarão cada etapa do processo (GROOVER, 1987, p.28). Entre as principais limitações está o elevado tempo necessário para completar cada lote. Doumeingts (1984 apud RIBEIRO e MEGUELATI, 2002, p.63) descreve que, do tempo total consumido na produção de uma peça, cerca de 5% são destinados à execução em máquina e os 95% restantes são gastos em movimentações e filas de espera. Além disso, dentro desses 5%, apenas 30% do tempo é usinagem propriamente dita, uma vez que a preparação das máquinas e outras tarefas consomem a maior parte do tempo. Em resumo este arranjo físico tem as seguintes características: • Manuseio elevado de material; • Complexo controle de produção; 16 UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO – Faculdade de Tecnologia Departamento de Engenharia de Produção– Prof. Henrique M. Rocha DISCIPLINA: PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO • Grande quantidade de material em processo; • Máquinas de uso geral; • Pequeno investimento total inicial; • Grande flexibilidade; • Baixa produtividade; • Facilidade de contornar quebras de equipamentos; • O pessoal deve ter maiores habilidades; • Grande utilização das máquinas. Arranjo Linear, em linha, por produto, productflow layout, product layout e flow shop � Nesse tipo de arranjo os postos de trabalho, máquinas e equipamentos são colocados em sequência lógica das operações que devem ser executadas (a sequência de transformações que o produto irá sofrer), não ocorrendo caminhos alternativos, o que facilita o controle do processo e minimiza o manuseio de materiais, ou seja, o material passa pelas operações e existe um único produto fabricado em grande quantidade. Caracterizado por ter uma única entrada e uma única saída. Neste tipo de arranjo as máquinas, os equipamentos ou as estações de trabalho são colocados de acordo com a sequência de montagem, sem caminhos alternativos para o fluxo produtivo. O material percorre um caminho previamente determinado dentro do processo, como pode ser visto na figura9. Este arranjo permite obter um fluxo rápido na fabricação de produtos padronizados, que exigem operações de montagem ou produção sempre iguais, proporcionando aos colaboradores um trabalho monótono e estressante. Neste tipo de arranjo, o custo fixo da organização costuma ser alto, mas o custo variável por produto produzido é geralmente baixo, caracteriza-se como um arranjo físico de elevado grau de alavancagem operacional, sendo adotado somente quando o volume de produção justifica o investimento, que é extremamente alto. Enquanto um arranjo físico funcional pode ser elaborado aos poucos, o arranjo físico em linha deve ser implantado de uma só vez. Figura 9 - Fluxo de operações em uma linha de produção (PEINADO; GRAEML, 2007) Os equipamentos são especializados para se dedicarem à fabricação de um produto em particular e também é comum existirem máquinas duplicadas para balancear o fluxo 17 UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO – Faculdade de Tecnologia Departamento de Engenharia de Produção– Prof. Henrique M. Rocha DISCIPLINA: PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO (BLACK, 1991, p.58). Esse balanceamento significa que o tempo total de trabalho em cada estação é praticamente o mesmo, reduzindo o tempo ocioso. Quando se fala em arranjo em linha, não se trata necessariamente de uma disposição em linha reta. Uma linha de produção retilínea tende a ficar muito longa exigindo áreas de longo comprimento, o que nem sempre é possível. Para contornar este problema é comum que os engenheiros projetem linhas em forma de U ou S ou outra forma de circuito diferente, que possa ser exequível em função das instalações prediais de que a empresa pode dispor, como pode ser observado nas figuras 10 a 12. Figura 10 – Layout linear (adaptado de Martins e Laugeni, 2005) Como é possível observar nas Figuras 11 e 12, a linha em forma de U requer praticamente a metade do comprimento de uma linha de forma reta. As pessoas trabalham mais próximas umas das outras e o caminho percorrido para abastecimento da matéria-prima ao lado da linha é menor. 18 UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO – Faculdade de Tecnologia Departamento de Engenharia de Produção– Prof. Henrique M. Rocha DISCIPLINA: PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO Figura 11 - Arranjo linear (adaptado de Groover, 1987, p.29) Figura 12 – Arranjo linear Exemplos de uso: Indústrias montadoras: praticamente todas as montadoras utilizam um arranjo por produto. Este é o caso de linhas de montagem de automóveis, eletrodomésticos, bicicletas, brinquedos, aparelhos eletrônicos etc. Indústrias alimentícias: uma grande fábrica de massas e biscoitos, por exemplo, fabrica seus produtos em uma linha de produção composta principalmente de um forno contínuo e embaladeiras. 19 UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO – Faculdade de Tecnologia Departamento de Engenharia de Produção– Prof. Henrique M. Rocha DISCIPLINA: PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO Frigoríficos: indústria de produtos frigoríficos de carnes bovina, suína e de frango e seus derivados, como linguiças, salsichas e demais embutidos são normalmente, estruturadas seguindo um arranjo em linha, o processo inclui, inclusive, o sistema de abatimento dos animais. Serviços de restaurante por quilo: um restaurante que vende comida a quilo utiliza uma espécie de linha de montagem de pratos, em que o próprio cliente realiza parte do processo produtivo ao seguir a filha e se abastecer dos alimentos desejados. Dentre as vantagens deste tipo de arranjo físico destacam-se: • Possibilidade de produção em massa com grande produtividade: as linhas de montagem geralmente têm alto custo de instalação e requerem equipamentos mais especializados. Assim sendo, apresentam maior custo fixo, porém menor custo variável por unidade, o que pode representar elevado grau de alavancagem operacional. A produtividade por mão-de-obra torna-se elevada neste tipo de arranjo, uma vez que as tarefas são altamente repetitivas, o grau de complexidade por tarefa é mínimo e o grau de automatização é, geralmente, mais elevado; • Carga de máquina e consumo de material constantes ao longo da linha de produção: é mais fácil obter uma condição de balanceamento da produção uma vez que o mesmo tipo de produto está sendo fabricado na linha, a qualquer momento; • Controle de produtividade mais fácil: a velocidade do trabalho em uma linha de produção é mais fácil de ser controlada, principalmente quando ser trata de linha motorizada. Dentro de certos limites, a supervisão pode aumentar ou diminuir a velocidade da própria linha, permitindo o aumento da produção ou, quando necessário, a sua diminuição. Algumas vezes a velocidade precisa ser reduzida por problemas de qualidade ou de falta de material. O controle dos funcionários pode ficar tão eficiente que nenhum deles pode deixar seu posto sem a anuência do supervisor e a substituição por outro; • Relativamente fácil de controlar, por apresentar um fluxo produtivo muito claro e previsível. • As vantagens que os arranjos lineares apresentam em relação aos arranjos funcionais, quando existem produções em larga escala, são os menores estoques (pela baixa necessidade de isolamento das operações) e tempos improdutivos nas movimentações de materiais, com processamentos de ritmos mais rápidos. São as seguintes desvantagens deste tipo de arranjo físico: • Alto investimento em máquinas: geralmente o grau de automatização deste tipo de arranjo costuma ser alto com máquinas específicas, que necessitam de manutenção frequente. Algumas máquinas podem ser tão especificas que não apresentam outro tipo de serventia quando substituídas; • Costuma gerar tédio nos operadores: devido ao alto grau de divisão deste trabalho, quase sempre as operações de montagem são monótonas, pobres e repetitivas. O índice de absenteísmo geralmente é elevado e ocorrem longos períodos de afastamento por ordem médica, decorrentes de problemas nas articulações e outras lesões por esforço repetitivo, além de lombalgias em geral. Os trabalhadores 20 UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO – Faculdade de Tecnologia Departamento de Engenharia de Produção– Prof. Henrique M. Rocha DISCIPLINA: PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO geralmente não demonstram nenhum interesse na manutenção e conservação dos equipamentos. Indícios de sabotagem podem ocorrer; • Falta de flexibilidade da própria linha: o sistema tem longo tempo de resposta para mudanças de volume de produção, tanto para aumentá-la como para reduzi-la. O mesmo acontece no caso de introdução de um novo produto. Os tempos de setup são longos; • Fragilidade a paralisações e subordinação aos gargalos: tal como acontece com os elos de uma corrente, basta que uma operação deixe de funcionar e a linha toda pára (os produtos seguem em fila, quando uma operação pára, a fila toda pára). Outra característica é que a operação mais lenta da linha, denominada gargalo produtivo, determina a velocidade de produção de toda a linha. Em resumo este arranjo físico tem as seguintes características: • Manuseio reduzido de material; • Simples controle de produção; • Pequena quantidade de material em processo; • Uso de equipamentos especiais; • Investimento total inicial elevado; • Baixa flexibilidade (mudanças no produto podem levar a obsolescência da linha); • Grande produtividade; • Se uma máquina para a linha toda interrompe suas atividades; • Requer menor habilidade do pessoal (as atividades são específicas e repetitivas). Linhas de Montagem Para Slack, Chambers e Johnston (2002), linhas de montagem são um tipo especial de layout por produto: em geral, no seu sentido, o termo linha de montagem se refere a uma montagem progressiva ligada por algum dispositivode manuseio de material. A primeira linha de produção de que se tem notícia foi idealizada por Henry Ford em 1939. Geralmente, algum tipo de ritmo está presente e o tempo permitido de processamento é o equivalente para todas as estações de trabalho. Corrêa e Corrêa (2006) ainda explicam que neste tipo de layout a eficiência do processo é máxima. Por exemplo, em uma linha de montagem as unidades passam de uma a uma (“one-piece-flow” na literatura inglesa) percorrendo de uma etapa do processo a outra (as etapas, em geral, encontram-se lado a lado), em um ritmo preestabelecido, de forma que sempre haja alguém agregando valor o produto. O que não ocorre em um layout funcional, em que, além do tempo de não-agregação de valor gasto no transporte do produto entre etapas, é frequente que um bom tempo seja gasto pelos produtos que aguardam processamento em filas. Balanceamento da linha de produção Mesmo levando em consideração a monotonia da rotina de um trabalho simples e altamente repetitivo, o maior benefício do arranjo físico por linha de produção está, 21 UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO – Faculdade de Tecnologia Departamento de Engenharia de Produção– Prof. Henrique M. Rocha DISCIPLINA: PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO justamente, na divisão do trabalho em tarefas elementares, com curvas de aprendizagem próximas a 100%, ou seja, o tempo de aprendizado da tarefa é insignificante. Uma linha de produção varia em extensão dependendo da quantidade de operações. Geralmente, o comprimento da linha e a quantidade de postos de trabalho são expressivos. Linhas de produção que variam de 30 a 200 funcionários são comuns na indústria. A sequência da realização das tarefas em uma linha de produção é definida e imposta pelo produto a ser fabricado. O balanceamento da linha de produção consiste na atribuição de tarefas às estações de trabalho que formam a linha de forma que todas as estações demandem aproximadamente o mesmo tempo para a execução da tarefa. Isto minimiza o tempo ocioso de mão-de-obra e de equipamentos, pois o tempo de execução de cada tarefa destinado a cada um dos operadores em seus centros de trabalho deverá ser o mesmo, ou o mais próximo possível para que não haja atraso das demais atividades. As linhas com bom nível de balanceamento apresentam um fluxo suave e contínuo de trabalho, porque todos os operadores trabalham no mesmo ritmo, obtendo-se o maior grau de aproveitamento possível da mão-de-obra e dos equipamentos. A principal dificuldade em balancear uma linha de produção está na formação de tarefas, ou conjuntos de tarefas que tenham o mesmo tempo de duração. Muitas vezes algumas tarefas longas não podem ser divididas e algumas tarefas curtas não podem ser agrupadas. Quando uma tarefa tem seu tempo de execução significativamente maior ou menor que o tempo médio de execução das demais tarefas da linha de montagem, a linha de montagem fica desbalanceada, neste caso poderá ocorrer uma das seguintes situações: • O operador mais carregado de trabalho tenta compensar. Quando existir uma ou mais tarefas com maior tempo de montagem, os operadores designados para estas tarefas, não raro, vão tentar compensar a desvantagem, trabalhando em ritmo acelerado. Isto pode gerar problemas de fadiga e doenças do trabalho. É comum encontrar este problema em linhas de produção mais artesanais; • Muitas vezes se alocam os operadores mais ágeis e velozes para os postos de trabalho mais difíceis. Este procedimento pode trazer consequências futuras ao gestor da produção pelos problemas de saúde, já citados, quando um funcionário trabalha muito tempo em ritmo acelerado; • A soma do tempo ocioso dos demais operadores, com tarefas de menor duração, será alta, elevando os custos por falta de aproveitamento da mão-de-obra; • A velocidade da linha de produção será a velocidade da operação mais lenta, com maior tempo de duração. Em outras palavras, a linha de produção estará subordinada à operação do gargalo. Embora seja basicamente uma questão de programação para Slack, Chambers e Johnson (2002), balancear uma linha de montagem tem implicações para o layout. Isso acontece quando, para os propósitos do balanceamento, o tamanho da estação de trabalho ou o número de estações usadas deve ser modificado fisicamente. O trabalho desempenhado em cada estação é composto por várias partes, denominadas de tarefas, elementos e unidades trabalho. Tarefas que são descritas pela análise de tempos e movimentos. O trabalho total a ser desempenhado pela estação de trabalho é igual à soma das tarefas atribuídas para aquela estação, e a lógica do balanceamento é dividir e distribuir essas tarefas entre as estações de trabalho de forma que durante seu ciclo seja feito minimizando 22 UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO – Faculdade de Tecnologia Departamento de Engenharia de Produção– Prof. Henrique M. Rocha DISCIPLINA: PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO ao máximo os tempos de ociosidade. Isto reflete em uma produção contínua otimizando os fluxos e minimizando perdas com transportes desnecessários e retirando tempos ociosos nas estações de trabalho. Procedimento de balanceamento de linha de produção (PEINADO; GRAEML, 2007) 1 - Dividir as operações de trabalho em elementos de trabalho que possam ser executados de modo independente; 2 - Levantar o tempo padrão para cada um dos elementos de trabalho, por meio de criteriosa cronoanálise; 3 - Definir a sequência de tarefas e suas predecessoras 4 - Desenhar o diagrama de precedências; 5 - Calcular o tempo de duração do ciclo e determinar o número mínimo de estações de trabalho; 6 - Atribuir as tarefas às estações de trabalho seguindo a ordem natural de montagem. A seguinte regra deve ser seguida para determinar as tarefas que podem ser atribuídas a cada estação: a - todas as tarefas precedentes já devem ter sido alocadas; b - o tempo da tarefa a ser alocada não deve ser superior ao tempo que resta para a estação de trabalho; c - quando houver mais de uma tarefa que pode ser alocada, dar preferência à tarefa que tenha maior duração, ou à que esteja mais no início da montagem, ou seja, que tenha mais tarefas subsequentes; d - se ainda houver empate, escolha uma tarefa arbitrariamente. Quando não houver nenhuma tarefa que possa ser alocada para a estação de trabalho, passar para a estação de trabalho seguinte, até completar toda a linha de produção. 7 – Verificar se não existe uma forma melhor de balanceamento, buscando deixar a mesma quantidade de tempos ociosos em cada estação de trabalho; 8 - Calcular o percentual de tempo ocioso e o índice de eficiência para a linha de produção; 9 - Se todos os passos anteriores tiverem sido seguidos, a única forma de balancear melhor a linha será pela utilização de estações em paralelo para realizar operações elementares demoradas, que não podem ser subdivididas. Duas estações de trabalho paralelas, realizando a mesma operação, são capazes de dobrar a velocidade de produção daquele “elo” do processo produtivo. Layout linear com fluxo contínuo Em um conceito paralelo para Slack; Chambers e Johnston (2002), pode-se definir que existe nos layouts certo nível de conexão entre as diferentes etapas do processo agregador de valor. Esta conexão é alta em linhas de montagem, mas chega ao seu máximo em operações que trabalham com processos de fluxos contínuos, como por exemplo, em petroquímicas e em fábricas de papel, como apresentado na figura 13. 23 UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO – Faculdade de Tecnologia Departamento de Engenharia de Produção– Prof. Henrique M. Rocha DISCIPLINA: PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO Figura 13 - Sequência de processos em manufatura de papel (SLACK; CHAMBERS; JOHNSTON, 2002) Neste tipo de fabricação o tempo de transporteé minimizado ao máximo, o que traz uma máxima eficiência. Qualquer alteração do roteiro produtivo torna-se impossível ou muito difícil de ser feita normalmente. Chega se assim a um trade-off envolvido neste tipo de layout, onde se privilegia a eficiência, sendo em consequência menos flexível. Este layout é comum em empresas que produzem produtos sem diferenciação de marcas, matéria primas como aço, alumínio, papel, entre outros. Produtos sem diferenciação são às vezes chamados de commodities e pela não-diferenciação de especificação ou marca encontra no preço seu principal fator de concorrência. Arranjo Celular, de tecnologia de grupo (TG), manufatura celular, ilha de manufatura, group technology layout, cellular layout e group layout � consiste em arranjar em um só local, conhecido como célula, máquinas diferentes que possam fabricar o produto inteiro. O material se desloca dentro da célula buscando os processos necessários, porém o deslocamento ocorre em linha. Black (1991, p.64) comenta que a disposição das máquinas de uma célula se parece com o arranjo físico em linha, mas é projetada para ter flexibilidade. O objetivo deste tipo de arranjo é produzir diferentes famílias de produtos. Famílias são grupos de produtos com características semelhantes, ou seja, semelhanças geométricas, semelhanças de processo, etc. Uma célula constitui um agrupamento de máquinas dedicado a uma família de produtos com roteiros de produção semelhantes, isto é, que necessitam das operações das mesmas máquinas na mesma sequência de processamento. Como normalmente a célula inclui todos os processos necessários para concluir as peças de sua família, Lee (1996) define células de manufatura como sendo unidades pequenas e autônomas com várias máquinas e operações. Alguns gerentes de produção que se referem ao arranjo celular como “mini linhas de produção”. De acordo com Chase, Jacobs e Aquilano (2006), o layout celular aloca máquinas diferentes em células para trabalhar em produtos que tem formatos e requisitos similares de processamento; são amplamente difundidos hoje em dia na fabricação de metal, chips para computadores e em trabalhos de montagem. 24 UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO – Faculdade de Tecnologia Departamento de Engenharia de Produção– Prof. Henrique M. Rocha DISCIPLINA: PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO O arranjo físico do tipo celular procura unir as vantagens do arranjo físico por processo, com as vantagens do arranjo físico por produto. Seu conceito está ligado à filosofia denominada Tecnologia de Grupo (TG): as peças com similaridades são identificadas e agrupadas com o objetivo de buscar vantagens no projeto e na manufatura. Esses grupos são denominados de famílias. Se o objetivo é a manufatura, então as peças de uma mesma família terão necessidades de processamento similares, levando a formação de um grupo de máquinas responsáveis pela sua fabricação. Com a célula procura-se confinar os fluxos (movimentação de materiais) a uma área específica, reduzindo assim os efeitos negativos de fluxos intensos através de longas distâncias. O arranjo das máquinas em células permite a redução da área, tornando o espaço fabril menos saturado e mais disponível para futuras expansões da capacidade. A Figura 14 mostra um exemplo de arranjo funcional, com cinco agrupamentos de máquinas similares que fazem a mesma operação. Figura 14 – Arranjo físico funcional (PEINADO; GRAEML, 2007) A Figura 15 mostra como é possível transformar esse arranjo em celular, onde as máquinas foram reposicionadas, de forma que cada célula é capaz agora de produzir o produto completo. Na figura, é possível observar que as máquinas que antes estavam agrupadas em função do tipo de processo, agora são distribuídas em células encarregadas de produzir, do início ao fim, uma família de produtos. 25 UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO – Faculdade de Tecnologia Departamento de Engenharia de Produção– Prof. Henrique M. Rocha DISCIPLINA: PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO Figura 15 – Arranjo Físico celular (PEINADO; GRAEML, 2007) Após o processo numa das células, ele ainda pode ser transportado para uma próxima, complementando sua transformação. A produção é organizada em células alinhadas em uma sequência de operações de tal maneira a se obter eficiência produtiva sem perder a flexibilidade de produção. Seria uma forma de ordenar o complexo fluxo que caracteriza o arranjo físico funcional. A figura 16 mostra o exemplo de um setor produtivo que utiliza o arranjo físico celular. Figura 16 – Arranjo celular 26 UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO – Faculdade de Tecnologia Departamento de Engenharia de Produção– Prof. Henrique M. Rocha DISCIPLINA: PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO Na Figura 17 é apresentado o esquema de uma célula de manufatura contendo oito postos de trabalho e operada por dois funcionários. Neste exemplo cada operário possui tarefas em quatro máquinas. A matéria-prima entra na célula e movimenta-se no sentido horário, conforme as setas azuis. Ao final as peças acabadas são dispostas em um transportador. Figura 17 - Arranjo físico celular (adaptado de Black, 1991, p.93) Conforme Lee (1996), as células de manufatura podem ser classificadas pelo seu número de produtos e processos. As principais classificações apontadas por ele são: • Células dedicadas: Uma célula de manufatura que produz um único produto com, por exemplo, apenas pequenas variações. Ela tem processos múltiplos e sequenciais. • Célula com tecnologia de grupo: Esta célula produz uma família de produtos relacionados. Eles têm processos similares, mas não necessariamente idênticos. 27 UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO – Faculdade de Tecnologia Departamento de Engenharia de Produção– Prof. Henrique M. Rocha DISCIPLINA: PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO • Célula Funcional: Estas células contem um único processo, que opera com uma grande variedade de produtos não relacionados. • Célula de projeto: São células que produzem uma grande variedade de produtos não relacionados com múltiplos processos. O arranjo físico celular apresenta características que visam à racionalização e humanização do trabalho. É uma forma organizacional com as seguintes propriedades: • Incentiva o espírito de equipe, motivando a produção; • Cargos multifuncionais e equivalência salarial; • Unificação da responsabilidade à equipe. • Fluxo de materiais mais organizado; • Redução de espaço. • Flexibilidade quanto ao tamanho do lote e mis de produção; • Supervisão e programação da manufatura simplificada e mais racional; • Reduz inventários em processo; • Fixação de data realística de entrega da produção. • Diminui estoques intermediários e movimentação de materiais, consequentemente reduz custo de armazenagem e movimentação; • Redução de lead time; • Avaliação mais precisa do custo; • Sincronização das necessidades. Arranjos físicos do tipo celular podem ser encontrados em vários tipos de organizações, não se restringindo apenas à área industrial. Os exemplos a seguir se referem a diversas aplicações deste arranjo: • Lanchonete de supermercado: sabendo que é muito mais fácil fazer com que um consumidor que já está na loja compre mais, do que atrair um novo consumidor para entrar na loja, já há algum tempo os grandes varejistas disponibilizaram uma lanchonete no interior de suas instalações. Estas lanchonetes possuem um arranjo celular capaz de produzir o serviço de vendas completo, de forma independente do supermercado, uma vez que a lanchonete possui seu próprio caixa para pagamento, funcionários de atendimento, balcões e todos os equipamentos que permitem completar o processo de atendimento e venda ao cliente. • Shoppingde lojas de fábricas: consiste na agregação de várias lojas ou bancas de fábrica em uma única instalação, seguindo o conceito de cluster, ou seja, um local onde várias empresas concorrentes entre si se reúnem para atrair clientes interessados nos seus produtos, como por exemplo: roupas, sapatos, informática, etc. Pode-se classificar o arranjo físico do shopping de fábricas como do tipo celular, onde cada loja representa uma célula. • Feiras e exposições em geral: eventos como, por exemplo, a feira de utilidades domésticas, feiras de livros, feiras de maquinário industrial, exposições de moda e tecido etc, sempre têm arranjo físico do tipo celular. Cada célula, representada por 28 UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO – Faculdade de Tecnologia Departamento de Engenharia de Produção– Prof. Henrique M. Rocha DISCIPLINA: PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO um expositor, tem autonomia suficiente para realizar o processo completo da finalidade da feira. • Maternidade de um hospital, onde dificilmente os clientes terão a necessidade de cuidados de outras partes do hospital, além daqueles já disponíveis na área de maternidade. Para se desenvolver um arranjo físico celular, são necessárias algumas condições que viabilizem sua implantação: • Agrupamento de famílias de produtos na forma e nas operações necessárias para manufatura; • Padronizações de máquinas, produtos, ferramentas e dispositivos, com classificação e codificação; • Flexibilidade de máquinas para trabalhar para uma família de produtos e executar todas as operações se possível; • Requer estudo detalhado sobre balanceamento de linhas. Para a formação das famílias adotam-se alguns conceitos, sendo os principais: • Conceito Russo: • Agrupar as peças em função dos equipamentos por que são processadas; • Em cada caso, agrupar as peças por forma geométrica; • Agrupar por tipo de projeto; • Agrupar por similaridade do ferramental necessário para a fabricação. • Conceito do Fluxo do Processo: • Necessita-se das ordens de fabricação com todos os dados (operações; material; tempo; equipamentos; etc.); • Registro do fluxograma de processo básico; • Determinação dos grupos principais pelas características comuns. Este tipo de arranjo físico apresenta as seguintes vantagens: • Aumento da flexibilidade quanto ao tamanho de lotes por produto: quando as máquinas são posicionadas em células, destinadas a uma família de produtos, o tempo de setup acaba por se reduzir, uma vez que menos tipos e famílias de produtos serão produzidos nestas células. Com a redução dos tempos de setup é possível diminuir o tamanho dos lotes de produção, tornando a operação mais flexível; • Diminuição do transporte de material: as distâncias percorridas pelo material em uma célula de produção são, geralmente, menores que o caminho percorrido pelo material em um arranjo físico por produto ou por processo. A proximidade das máquinas e equipamentos na célula faz com que a necessidade de movimentação seja reduzida. Na maioria das vezes, isto elimina a necessidade de equipamentos de movimentação dispendiosos entre um processo e outro. O próprio operador pode se encarregar da movimentação manual entre dois estágios de produção; 29 UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO – Faculdade de Tecnologia Departamento de Engenharia de Produção– Prof. Henrique M. Rocha DISCIPLINA: PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO • Diminuição dos estoques: a diminuição dos lotes mínimos de fabricação, por si só, reduz o estoque médio do produto fabricado. Além disto, há a redução dos estoques em processo, em consequência da redução do tempo de espera dos itens em processamento entre uma estação de trabalho e outra, quando comparado ao arranjo físico por processo; • Maior satisfação no trabalho: talvez uma das principais contribuições do arranjo celular esteja ligada ao ambiente de trabalho. É mais fácil organizar o entrosamento entre os funcionários de uma mesma célula, tanto pela proximidade física que acontece nas mini linhas de produção, como pela facilidade de treinamento e rotação de tarefas entre os trabalhadores. Os funcionários passam a trabalhar o processo completo de produção do item e não mais tarefas fracionadas como nos demais tipos de arranjos físicos. Isto torna o trabalho mais interessante e faz com que os funcionários se sintam mais responsáveis pelo processo e valorizados pela empresa; • Melhores relações humanas: As células ou TG’s consistem em poucos trabalhadores que formam uma pequena equipe de trabalho; que produz unidades completas de trabalho. • Melhores habilidades dos operadores: os trabalhadores vêem apenas um número limitado de peças diferentes em um ciclo finito de produção, portanto a repetição significa uma aprendizagem rápida. • Menos estoque em processo e manuseio de materiais: a célula combina vários estágios de produção, portanto menos peças percorrem a área industrial. • “Setup” mais rápido para a produção: menos setup significa uma redução na aparelhagem de ferramentas e, assim, mudanças rápidas da ferramenta; • Flexibilidade quanto ao tamanho dos lotes de cada produto, permitindo elevado nível de produtividade e qualidade, diminuindo o transporte dos materiais e os estoques. • Promove a centralização da responsabilidade sobre o trabalho e a satisfação do colaborador ao realizá-lo. Dentre as desvantagens do arranjo físico celular estão: • Específico para uma família de produtos: via de regra, uma célula é preparada para um único tipo ou família de produto. A célula e seus equipamentos tendem a ficarem ociosos quando não há programação de produção para aquela célula especifica, mesmo que existam recursos produtivos na célula que pudessem estar sendo utilizados; • Dificuldade em elaborar o arranjo: a dificuldade e a complexidade na elaboração de um arranjo físico celular são maiores que a dos arranjos por processo e por produto. Em resumo este arranjo físico tem as seguintes características: • Alta utilização de máquinas; • Atmosfera de equipe; • Boa flexibilidade e produtividade; 30 UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO – Faculdade de Tecnologia Departamento de Engenharia de Produção– Prof. Henrique M. Rocha DISCIPLINA: PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO • Equipamentos de uso geral com eventuais máquinas específicas; • Operadores executam mais de uma atividade ao mesmo tempo; • Redução do material em processo; • Redução do manuseio de material; • Redução dos tempos de preparação; • As máquinas são dispostas na sequência do processo; • Normalmente a célula é projetada em forma de U; • Um tipo de peça é feito de cada vez dentro da célula; • O tempo de ciclo para o sistema dita a taxa de produção para a célula; • Os operadores trabalham em pé e caminhando; • São usadas máquinas mais lentas e específicas, que são menores e mais baratas. Segundo Slack, Chambers e Johnson (2002), processo de layout é frequentemente uma atividade difícil e de longa duração por causa das dimensões físicas dos recursos de transformação envolvidos. A escolha um layout errado poderá criar fluxos longos ou confusos, necessidades de mais estoques de materiais ou aumento dos mesmos existentes, maiores filas de clientes ao longo da operação, tempos maiores e aumentando os custos de operação. De acordo com os autores, de todas as características dos vários tipos básicos de layout, talvez a mais significativa seja a implicação dos custos unitários na escolha do tipo de layout. Isto pode ser mais bem entendido com base na distinção entre as repercussões sobre os elementos de custo fixo e variável ao se adotarem os diversos tipos básicos de layout. Para qualquer produto ou serviço, o custo fixo de se estabelecer um layout posicional é relativamente baixo quandocomparado com qualquer outra forma de se produzir os mesmos produtos ou serviços. Entretanto, os custos variáveis de se produzir cada produto ou serviço particular são relativamente altos quando comparados a qualquer outro tipo de layout. Os custos fixos tendem, então, a aumentar à medida que se migra do layout posicional para o layout por produto. Já os custos variáveis por produto ou serviço, por sua vez, tendem a decrescer. Os custos totais para cada tipo básico de layout dependerão dos volumes de produtos ou serviços produzidos. Isso leva à afirmação de que para cada volume deve haver um tipo básico de layout de custo mínimo. Na figura 18, o gráfico “a” demonstra a posição dos quatro tipos básicos de layout quanto ao custo e volume para qual parecem determinar. Mas na prática, a incerteza sobre os custos fixos e variáveis exatos de cada tipo de layout, significa que raramente a decisão se baseará única e exclusivamente na consideração de custos. Assim ilustrado no gráfico “b” da figura 18. O custo exato de operar com o layout definido é difícil de ser previsto e dependerá de fatores numerosos e difíceis de quantificar. 31 UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO – Faculdade de Tecnologia Departamento de Engenharia de Produção– Prof. Henrique M. Rocha DISCIPLINA: PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO Figura 18 - Gráficos de Custo/Volume (SLACK; CHAMBERS; JOHNSON, 2002) Arranjo Misto, Híbrido ou Combinado � é utilizado quando se deseja aproveitar as vantagens dos diversos tipos de arranjo físico conjuntamente. Geralmente é utilizada uma combinação dos arranjos por produto, por processo e celular. Figura 19 – Fluxos racionalizados pelo arranjo misto Os arranjos físicos combinados correspondem às associações (combinações) de arranjos em função de um determinado processo produtivo. Pode-se ter uma linha constituída de vários arranjos, conforme necessidade de fabricação do produto. Muitas operações ou projetam arranjos físicos mistos, que combinam elementos de alguns ou todos os tipos básicos de arranjo físico ou, alternativamente, usam tipos básicos de arranjo físico de 32 UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO – Faculdade de Tecnologia Departamento de Engenharia de Produção– Prof. Henrique M. Rocha DISCIPLINA: PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO forma “pura” em diferentes partes da operação (SLACK; CHAMBERS; JOHNSON, 2002). Os gerentes de operações também criam arranjos físicos híbridos quando introduzem células e automação flexível, como um sistema de produção flexível. Uma célula são duas ou mais estações de trabalho distintas localizadas próximas, por meio das quais um número limitado de peças ou modelos é processado utilizando fluxos lineares (RITZMAN; KRAJEWSKI, 2005). Figura 20 - Complexo de restaurantes com os tipos básicos de layout (SLACK; CHAMBERS; JOHNSON, 2002). OUTROS TIPOS DE ARRANJOS FÍSICOS (parcialmente extraído de Gorgulho Júnior, 2010) Benjaafar, Heragu e Irani (2002, p.58) mostram que as recentes tendências da indústria sugerem que as configurações clássicas de arranjo físico não reúnem as características 33 UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO – Faculdade de Tecnologia Departamento de Engenharia de Produção– Prof. Henrique M. Rocha DISCIPLINA: PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO necessárias para atender aos empreendimentos multi-produtos e que é necessária uma nova geração de arranjos que devem ser flexíveis, modulares e fáceis de serem reconfiguráveis. Isso se deve ao fato de alguns segmentos da indústria de manufatura estarem expostos a um ambiente turbulento. De acordo com Rheault, Drolet e Abdulnour (1995, p.221) um ambiente turbulento é caracterizado por: • Alta variação na demanda; • Alta variação nos tamanhos de lotes de produção; • Alta variação nos tempos de processamento; • Alta variação nos tempos de preparação; • Demanda estocástica (parcialmente ou totalmente); • Frequentes mudanças no conjunto de produtos; • Sequências de produção variáveis; • Forte competição. Os novos arranjos citados por Benjaafar, Heragu e Irani (2002, p.66) são: arranjo ágil, arranjo modular e arranjo distribuído. Askin, Ciarallo e Lundgren (1999, p.962) apresentam o arranjo holônico e o arranjo fractal. Além disso, é necessário citar as células virtuais de manufatura que, apesar de não se tratar de um arranjo físico propriamente dito, estão diretamente relacionadas com o tema em questão. Arranjo físico ágil (agile layout) � Apesar do nome, não é um tipo específico de configuração de chão de fábrica, mas sim quando a instalação permite frequentes reconfigurações na disposição dos equipamentos. Quando necessário o arranjo físico é reprojetado para maximizar o desempenho operacional ao invés de minimizar o custo de movimentação de material. Porém os autores acrescentam que capturar a relação entre a configuração do arranjo físico e o desempenho operacional é muito difícil: o problema de reprojeto não é grave se as estações de trabalho são leves e fáceis de serem movidas, fazendo com que a mudança de layout seja rápida e de baixo custo. Benjaafar, Heragu e Irani (2002, p.65) citam as máquinas portáteis (portable machine) como uma forte tendência para solucionar as dificuldades e custos de alteração da distribuição física. Células virtuais de manufatura (virtual cells ou virtual manufacturing cells) � Não se trata de um arranjo físico propriamente dito, pois pode ser aplicado em qualquer disposição de máquinas. O conceito foi proposto pelo National Bureau of Standards para solucionar um problema específico de controle para a Automated Manufacturing Research Facility (IRANI; CAVALIER; COHEN, 1993, p.793). A primeira vez que um sistema de produção baseado em células virtuais foi chamado de Sistema Virtual de Manufatura Celular (Virtual Cellular Manufacturing System - VCMS) foi em 1996 (KO; EGBELU, 2003, p.2367). O termo virtual foi adotado nesta estrutura de controle da produção para se distinguir das células de manufatura reais que são definidas por grupos fixos de equipamentos no chão de fábrica. As células virtuais estendem o conceito de células definido em tecnologia de grupo por permitirem o compartilhamento de estações de trabalho com outras células virtuais que produzem diferentes famílias de peças e que tem sobreposição de recursos requeridos. 34 UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO – Faculdade de Tecnologia Departamento de Engenharia de Produção– Prof. Henrique M. Rocha DISCIPLINA: PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO Sarker e Li (2001, p.673) destacam que as células virtuais são agrupamentos lógicos das máquinas e não são mais reconhecidas por sua proximidade física, ou seja, os grupos não são fisicamente identificáveis. A Figura 21 mostra três células virtuais, com uma máquina compartilhada em um chão de fábrica com vinte máquinas de quatro tipos diferentes. Figura 21 - Três células virtuais (adaptado de Sarker e Li, 2001, p.674) A Figura 21 permite notar que não há um padrão na disposição das máquinas no chão de fábrica. Irani, Cavalier e Cohen (1993, p.807) sugerem que as máquinas que são compartilhadas permaneçam em um arranjo físico funcional, próximo ou entre as células. Benjaafar e Sheikhzadeh (1996, p.853) sugerem o uso de um arranjo físico completamente distribuído, onde as cópias de cada tipo de máquina são completamente dispersas no chão de fábrica. Na opinião de Baykasoglu (2003, p.2599) o arranjo físico distribuído é, provavelmente, a mais apropriada opção para implementação de células virtuais de manufatura. O arranjo físico distribuído será discutido posteriormente. Arranjo linear 80/40 � este arranjo prevê a existência de 2 linhas próximas, uma com capacidade de atender 80% da demanda nominal prevista e a outra 40%. Semnecessidade de rearranjos (no sentido físico), esta composição permite cobrir vasto espectro de variações de demanda (incluindo utilização de diferentes turnos). Exemplos: • 20% do nominal: um operador em cada 2 postos de trabalho da linha 40%; • 40% do nominal: utilizar somente a linha 40%; • 60% do nominal: utilizar as 2 linhas, com um operador a cada 2 postos; • 80% do nominal: utilizar somente a linha de 80%; • 100% do nominal: linha de 80% + linha de 40% com um operador a cada 2 postos; • 120% do nominal: utilizar as duas linhas. Layout de Linha Flexível � Quando é decidido adotar um layout em linha que envolve um fluxo sequencial entre estágios arranjados em série, uma decisão adicional é necessária para iniciar os estudos: qual forma adotar. Inspirados no sistema de produção japonês, 35 UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO – Faculdade de Tecnologia Departamento de Engenharia de Produção– Prof. Henrique M. Rocha DISCIPLINA: PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO algumas linhas tomaram formas de “U”, serpentinas e outras composições que diferem da linha tradicional. Chase, Jacobs e Aquilano (2006) mencionam que a forma “U” é a mais usada para linhas mais curtas e as serpentinas em linhas mais longas. Figura 22 - Layouts com Linha Flexíveis (Chase; Jacobs; Aquilano, 2006) Essas linhas flexíveis apresentam vários benefícios quanto a sua forma, uma delas é a flexibilidade e balanceamento de mão de obra em formatos “U”, quando o operador consegue trabalhar em estações diferentes adjacentes ou cruzando o “U”. Isto permite que quando a produção aumentar pode-se adicionar mais operadores na linha, como mostra a figura 22. Sistemas Flexíveis � Corrêa e Corrêa (2006) comentam que é cada vez mais frequente que as empresas e indústrias mantenham-se flexíveis em termos de alteração de layout. Devido ao ciclo de vida de produtos e a inserção de novas famílias ou produtos, algumas organizações tentam aumentar ou manter a facilidade com que configuram e reconfiguram novos setores produtivos. Assim como em novas células de produção, setores de processo 36 UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO – Faculdade de Tecnologia Departamento de Engenharia de Produção– Prof. Henrique M. Rocha DISCIPLINA: PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO entre outros, as empresas empregam equipamentos de menor porte e móveis para facilitar sua movimentação para novas configurações de layout. Arranjo físico modular (layout modules) � apresentado por Irani e Huang (2000), esta proposta não assume padrões de fluxo ou critérios de agrupamento de máquinas. O fluxo de material é decomposto em uma rede de módulos e cada módulo representa parte da instalação. Um módulo é um grupo de máquinas conectadas por um fluxo de material bem definido. Como mostra a Figura 23, os autores definiram seis tipos de módulo, os quais são discutidos a seguir. Figura 23 - Os seis tipos de módulos (Adaptado de Irani e Huang, 2000, p.260) 1. Módulo fluxo em linha (flowline module) � é um arranjo linear de máquinas onde todos os produtos movem-se em sequência, sem retorno a uma operação anterior e sem saltar nenhum equipamento. 2. Módulo fluxo em linha ramificado (branched flowline module) � ocorre quando um conjunto de produtos possui alguma diferença e divide o fluxo em ramificações paralelas com operações específicas. Posteriormente essas ramificações unem-se novamente ao fluxo único. 3. Módulo célula (cell module) � é composto por um conjunto de máquinas que produzem uma família de peças ou produtos sem necessitar de nenhuma máquina externa ou visita a outro módulo. As peças da família podem não usar todas as máquinas do módulo e/ou ter a mesma sequência de operação. 37 UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO – Faculdade de Tecnologia Departamento de Engenharia de Produção– Prof. Henrique M. Rocha DISCIPLINA: PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO 4. Módulo centro de usinagem (machine center module) � é uma variação do módulo célula. É uma única máquina automática multifuncional que combina diferentes processos de manufatura. 5. Módulo funcional (functional layout module) � este módulo é análogo ao tradicional departamento funcional com fluxo de material aleatório entre as máquinas, ou seja, não há um fluxo dominante. 6. Módulo fluxo padronizado (patterned flow module) � o material possui um fluxo dominante e também há a presença de uma hierarquia. Este módulo pode ser decomposto em módulos de fluxo em linha e fluxo em linha ramificado. Arranjo físico fractal, manufatura fractal (fractal manufacturing), fábrica fractal (fractal factory) � Em matemática a palavra fractal é usada para descrever objetos cuja estrutura repete-se em cada detalhe quando a resolução aumenta. A primeira metodologia que aplica a teoria de fábrica fractal no projeto de arranjo físico foi proposta por Venkatadri, Rardin e Montreuil (1997, p.912). Os autores definem o arranjo fractal como sendo uma extensão do arranjo celular, pois o chão de fábrica é dividido em pequenos grupos denominados células fractais ou simplesmente fractais. Na definição original as células fractais são idênticas e podem produzir toda a gama de produtos da empresa, pois possuem pelo menos uma estação de trabalho de cada tipo. Porém diferentes tipos de fractais podem existir na mesma empresa, como na Figura 24. Figura 24 - Exemplo de arranjo fractal (adaptado de Venkatadri, Rardin e Montreuil, 1997, p.912) Arranjo físico distribuído (distributed layout), arranjo físico disperso (dispersed layout), arranjo físico espalhado (scattered layout), arranjo físico aleatório (random layout) � definido pela distribuição das estações de trabalho por todo o chão de fábrica, como mostra a Figura 25, onde é feita uma comparação entre um layout funcional e um distribuído. Montreuil e Venkatadri (1991) destacaram que em um ambiente externo extremamente volátil, o conjunto de produtos muda com frequência, de forma rápida e drástica, sendo impossível reconhecer um padrão de fluxo estável. As únicas entradas estáveis disponíveis para o estudo do projeto do layout estão relacionadas com as estações de trabalho: tipos, 38 UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO – Faculdade de Tecnologia Departamento de Engenharia de Produção– Prof. Henrique M. Rocha DISCIPLINA: PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO número de réplicas de cada tipo, utilização esperada, tempo de processamento dos lotes transferidos e unidade de carga equivalente de lotes transferidos. Figura 25 - Arranjos funcional e distribuído (adaptado de Benjaafar, Heragu e Irani, 2002, p.67) Os autores assumiram que um sistema inteligente de planejamento e controle da produção seria capaz de aproveitar as vantagens da proximidade entre estações de trabalho de diferentes tipos. Conforme as ordens chegam ao sistema, as rotas necessárias à sua execução são construídas pela procura de máquinas disponíveis e capazes de executar cada operação. Quando a instalação não estivesse altamente carregada, as peças que estariam em uma estação de trabalho de um tipo seriam roteadas para a mais próxima estação de trabalho do tipo requerido na etapa seguinte do processo de fabricação. Mesmo que a instalação estivesse mais carregada essa peça seria roteada para a máquina disponível mais próxima (MONTREUIL e VENKATADRI, 1991, p.295). A intenção é providenciar rotas mais eficientes para qualquer tipo de peça que o sistema deva produzir. Posteriormente, Montreuil, Venkatadri e Lefrançois (1991, p.10) passam a usar o termo arranjo físico holográfico (holographic layout). É muito difundido na literatura o termo Sistema Holônico de Manufatura (holonic manufacturing systems) que não está envolvido diretamente com o arranjo físico do chão de fábrica (Arranjo físico
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