Buscar

PROCESSO Civil II

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 101 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 101 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 101 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Processo civil II
Aula dia 17/02
Vícios sanáveis e insanáveis 
Sanáveis: são aqueles que não anulam o processo, é possível sanar o vício e continuar adiante com o processo. (Art. 938, par. 1º)
 Art. 938. A questão preliminar suscitada no julgamento será decidida antes do mérito, deste não se conhecendo caso seja incompatível com a decisão. 
 
§ 1o. Constatada a ocorrência de vício sanável, inclusive aquele que possa ser conhecido de ofício, o relator determinará a realização ou a renovação do ato processual, no próprio Tribunal ou em primeiro grau de jurisdição, intimadas as partes.
A petição inicial deve ser feita conforme os requisitos do novo CPC. A falta desses requisitos pode ser denominada de vícios. Há alguns vícios que são sanáveis, em que podem ser emendados, complementados, vícios que não contaminam inicialmente o processo. (Ex: falta do valor da causa, falta de representação, falta de recolhimento de guias.) Caso ocorram esses vícios, o juiz mandará emendar a petição inicial no prazo de 10 dias sob pena de indeferimento da petição inicial.
Insanáveis: estes são os vícios que podem anular o processo, quando um vicio for insanável, portanto impossível de ser corrigido, deve-se anular todo o processo.
Há alguns vícios na petição inicial que são chamados de insanáveis, são vícios graves, são vícios que comprometem, contaminam o andamento do processo Ex: falta de pedir, falta das condições da ação: (Legitimidade das partes, interesse de agir, impossibilidade jurídica do pedido), prescrição, decadência, erro no procedimento no processo, quando o autor não emendou a petição inicial. Nesses casos, o juiz de forma prematura profere a sentença indeferindo a petição inicial (“prima facie”) e extinguindo o processo sem ou com resolução do mérito.
Obs.: em um recurso é possível cumular pedidos, reforma e/ou anulação. Primeiro deve-se pedir a anulação, desta forma se houver anulação, a decisão deixa de existir. É importante que se peça as duas coisas, pois se não houver anulação, pode haver a reforma do pedido. Sendo assim o tribunal irá analisar o recurso e verificar se há vícios sanáveis ou insanáveis. Se for insanável, o tribunal irá dar o provimento ao recurso para anulação. Se o vício for sanável, o tribunal ira mandar sanar o vício e assim continuar o andamento do processo, verificando a possibilidade de reformar ou não reformar a decisão.
Se houver pedido somente de anulação, quando o tribunal verificar o vício, mesmo que for sanável, irá anular todo o processo, pois estará vinculado ao que foi pedido, independente se o vício for sanável ou insanável.
O embargo de declaração busca esclarecer a decisão, quando esta for obscura.
Todo pronunciamento, provimento jurisdicional obscuro, necessita de ser esclarecido.
Provimento obscuro significa que não ficou claro o que o julgador quis dizer, desta forma deve-se manejar o recurso com o fim de que este provimento obscuro seja esclarecido, para que se esclareça a decisão tomada pelo julgador.
O recurso próprio para se fazer o esclarecimento destas decisões é chamado de Embargo de Declaração.
Quando o Embargo de Declaração é acolhido, não há mudança na decisão, pois o objetivo deste é somente o esclarecimento da decisão, e não alterá-la. Sempre que os Embargos de declaração não tiverem poder para modificar uma decisão, eles também não terão direito ao contraditório, pois não haverá prejuízo para nenhuma das partes, desta forma não há necessidade do contraditório.
Somente haverá contraditório dentro dos Embargos quando estes puderem modificar a decisão do julgador.
Art. 1.023. Os embargos serão opostos, no prazo de 5 (cinco) dias, em petição dirigida ao juiz, com indicação do erro, obscuridade, contradição ou omissão, e não se sujeitam a preparo. 
§ 1o Aplica-se aos embargos de declaração o art. 229. 
§ 2o O juiz intimará o embargado para, querendo, manifestar-se, no prazo de 5 (cinco) dias, sobre os embargos opostos, caso seu eventual acolhimento implique a modificação da decisão embargada
Art. 229. Os litisconsortes que tiverem diferentes procuradores, de escritórios de advocacia distintos, terão prazos contados em dobro para todas as suas manifestações, em qualquer juízo ou tribunal, independentemente de requerimento. 
§ 1o Cessa a contagem do prazo em dobro se, havendo apenas 2 (dois) réus, é oferecida defesa por apenas um deles.
 § 2o Não se aplica o disposto no caput aos processos em autos eletrônicos
Os Embargos de Declaração também podem fazer a integração do pronunciamento judicial, quando ele for omisso. Neste caso deve haver contraditório, pois o julgador ira apreciar uma questão em que tinha sido omisso, havendo a possibilidade de modificação desta decisão.
Sempre que os Embargos de Declaração tiverem como objetivo sanar vicio de omissão, seu julgamento será sempre precedido do contraditório, diante da possibilidade de se alterar a decisão.
Ex.: Entro com um processo em que um dos pedidos é o de danos emergentes, e o julgador não se pronunciou sobre este pedido, foi omisso. Neste caso utiliza-se o Embargo de Declaração para haver a integração da decisão, e o julgador irá apreciar o que não havia apreciado havendo a possibilidade da alteração na decisão. Neste caso é necessário haver contraditório.
Recursos Excepcionais
São recursos excepcionais os recursos especiais e extraordinários.Os recursos também têm como finalidade manter a hegemonia da Constituição Federal ou das leis infraconstitucionais. 
Recurso Extraordinário
Direcionado ao Supremo, para prevenir que a CF não seja violada
Acórdão que viola a Constituição federal é passível de Recurso Extraordinário
Tal como no recurso especial, para admissibilidade do recurso extraordinário é imprescindível o esgotamento das vias ordinárias, conforme inteligência da súmula 281 do STF;
Também é necessária a existência de prequestionamento de matéria constitucional para admissão do recurso
Aqui reside uma das principais diferenças entre o recurso extraordinário e o especial, já que o primeiro se destina às causas em que se discute matéria constitucional e o segundo matéria infraconstitucional, o que também serve para diferenciar a competência para julgamento de ambos os recursos, uma vez que o primeiro é de competência do STF e o segundo do STJ;
Igualmente cabível neste recurso apenas a análise de matéria de Direito, não cabendo nova análise dos fatos. Necessária, ainda, a repercussão geral da matéria constitucional questionada, para possibilitar a admissão do recurso;
Importante destacar que são cabíveis, simultaneamente, ambos os recursos;
Em tal caso, os autos serão remetidos ao STJ e processados nos termos do art. 946 a 949 do novo CPC.
Recurso Especial
Direcionado ao STJ, cabível sempre que o acordão violar algum dispositivo de lei federal, infraconstitucional.
Acordão que viola lei infraconstitucional (lei federal), é passível de Recurso Especial.
O recurso especial possui pressupostos específicos de admissibilidade, a seguir elencados:
O primeiro deles diz respeito ao esgotamento das vias ordinárias, conforme súmula 207 do STJ, que trata da hipótese de inadmissão do recurso especial quando cabíveis embargos infringentes contra o acórdão de origem. O segundo pressuposto trata da existência de prequestionamento de matéria infraconstitucional, já que não se aplica nesse tipo de recurso o efeito translativo, cabendo ao STJ apenas a análise do que for prequestionado.
Competência do STJ para julgamento;
Tem-se ainda que cabível, em tal recurso, apenas análise de matéria de Direito, não cabendo nova análise da situação fática. A única exceção à regra é a revaloração das provas, a qual tem sido admitida pelo STJ em sede de recurso especial.
Outro pressuposto importante é a existência de repercussão geral da matéria questionada, necessária à admissão do recurso.
Classificação dos Recursos
1) Quanto à extensão: Total ou Parcial
É quando se impugna todo o conteúdo ou capitulo recorrívelou impugnável da decisão
Pode ser que parte da decisão seja favorável, ou seja, apenas parte da decisão é desfavorável, portanto se recorre apenas da parte desfavorável da decisão.
 
O recurso é parcial quando não impugna todo o conteúdo recorrível da decisão judicial
O recurso é total quando impugna todo o conteúdo recorrível da decisão judicial
Art. 1.002. A decisão pode ser impugnada no todo ou em parte.
A parte da decisão que não foi objeto de recurso ira transitar em julgado.
Pode ser que a parte não impugnada seja acessória daquela que foi impugnada.
Se a parte for acessória, ela estará implícita no recurso e também será impugnada.
Ex.: recorro de uma condenação em danos materiais, mas não recorro dos juros. Os juros podem ser analisados de oficio, ou seja, são acessórios.
Além disso, a parte não impugnada pode ser matéria de ordem pública, neste caso o julgador pode aprecia-la de oficio. O tribunal pode falar sobre tal matéria por ser de ordem pública, ela estará implícita no recurso, mesmo que não tendo sido o objeto do recurso (Efeito Translativo).
Então, o tribunal só poderá apreciar matéria que for objeto de recurso, está vinculado à matéria que foi objeto do recurso, e quem faz esta vinculação é o próprio recorrente, que irá limitar em seu recurso o que ele quer que seja revisto. A isto se dá o nome de efeito devolutivo.
O efeito devolutivo do recurso é aquele que vincula o julgador à matéria que é objeto do recurso.
Art. 1.013. A apelação devolverá ao tribunal o conhecimento da matéria impugnada.
§ 1o Serão, porém, objeto de apreciação e julgamento pelo tribunal todas as questões suscitadas e discutidas no processo, ainda que não tenham sido solucionadas, desde que relativas ao capítulo impugnado.
§ 2o Quando o pedido ou a defesa tiver mais de um fundamento e o juiz acolher apenas um deles, a apelação devolverá ao tribunal o conhecimento dos demais.
§ 3o Se o processo estiver em condições de imediato julgamento, o tribunal deve decidir desde logo o mérito quando:
I - reformar sentença fundada no art. 485;
II - decretar a nulidade da sentença por não ser ela congruente com os limites do pedido ou da causa de pedir;
III - constatar a omissão no exame de um dos pedidos, hipótese em que poderá julgá-lo;
IV - decretar a nulidade de sentença por falta de fundamentação.
§ 4o Quando reformar sentença que reconheça a decadência ou a prescrição, o tribunal, se possível, julgará o mérito, examinando as demais questões, sem determinar o retorno do processo ao juízo de primeiro grau.
§ 5o O capítulo da sentença que confirma, concede ou revoga a tutela provisória é impugnável na apelação.
O tribunal só pode julgar matéria fora limite do recurso devido ao Efeito Translativo, como as matérias de ordem pública, por exemplo.
Pelo fato do Tribunal poder decidir certas matérias de oficio (Efeito Translativo), a decisão pode ser desfavorável a uma das partes, e em razão do principio da não surpresa, o tribunal antes de julgar a matéria de oficio, precisa dar às partes o direito de se manifestar sobre tal matéria.
Art. 9o Não se proferirá decisão contra uma das partes sem que ela seja previamente ouvida. 
Parágrafo único. O disposto no caput não se aplica:
I - à tutela provisória de urgência;
II - às hipóteses de tutela da evidência previstas no art. 311, incisos II e III; 
III - à decisão prevista no art. 701.
Art. 10. O juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdição, com base em fundamento a respeito do qual não se tenha dado às partes oportunidade de se manifestar, ainda que se trate de matéria sobre a qual deva decidir de ofício.
Art. 1.013. A apelação devolverá ao tribunal o conhecimento da matéria impugnada.
§ 1o Serão, porém, objeto de apreciação e julgamento pelo tribunal todas as questões suscitadas e discutidas no processo, ainda que não tenham sido solucionadas, desde que relativas ao capítulo impugnado.
Em questão que houver sido discutida no decorrer do processo, e o juiz não tenha decidido sobre, o tribunal pode decidir, desde que seja uma questão relacionada ao objeto do recurso. 
2) Quanto à fundamentação: Livre ou Vinculada
Livre ou Simples: para que a parte recorra, basta que ela tenha sofrido prejuízo e observe o princípio da correlação ou congruência.
Princípio da Correlação ou Congruência: é o principio que vincula o julgador ao que foi pedido, desta forma o julgador não pode ir além, aquém ou decidir diferente do que foi pedido.
Para haver recurso da parte, é necessário que tenha havido um prejuízo à mesma, e além do prejuízo, é também necessário observar qual foi a decisão do julgador, para que aí seja possível impugnar o que for objeto da decisão. O que não for objeto da decisão não pode ser objeto de recurso.
Vinculada: aqui não basta o princípio da congruência e o prejuízo, além destes deve haver motivos predeterminados em lei. A parte recorrente deve alegar o vinculo, o motivo predeterminado na lei.
Se a parte não alegar o vínculo, seu recurso não será conhecido ou admitido.
Ex.: os Embargos de Declaração são de fundamentação vinculada, pois só podem ser utilizados se houver obscuridade ou omissão na decisão. Então não basta simplesmente não ter concordância com a decisão, deve haver um motivo predeterminado em lei (obscuridade ou omissão).	
Ex. 2: Recurso Especial e Recurso Extraordinário também são de fundamentação vinculada, pois devem alegar violação à lei federal (Especial) ou violação à constituição federal (Extraordinário).
3) Quanto ao Objeto: Extraordinários ou Excepcionais; e Ordinários
Extraordinários ou Excepcionais: são recursos de fundamentação vinculada e tutelam direitos objetivos (lei federal ou a Constituição)
Para que tais recursos sejam conhecidos existem uma série de requisitos, um deles é a chamada Repercussão Geral. Só vai poder manejar um recurso extraordinário, se tal matéria for de relevância social, jurídica ou econômica, que não está vinculada ao direito da parte do recurso, vai além do direito alegado no recurso.
Ordinários: são recursos que tutelam direitos subjetivos.
Ex.: Apelação, agravo, embargo
4) Quanto à forma de Interposição: Principal ou Adesiva
Principal ou Independente: é aquele interposto no prazo próprio previsto em lei (prazo 15 dias).
Ex.: um juiz decide, em um caso em que uma parte pede 100 mil de indenização, dar 40 mil. Houve sucumbência das duas partes, reciproca, pois a parte condenada é obrigada a pagar os 40 mil, e a outra parte deixou de receber 60 mil. As duas partes podem recorrer de forma principal. Dentro de 15 dias as duas partes podem recorrer independentemente.
Adesiva ou Subordinada: pressupõe sucumbência reciproca, porem a parte não recorre no prazo próprio previsto em lei (15 dias), pode recorrer de forma adesiva ou subordinada, após o recurso da outra parte, no prazo das contrarrazões.
O conhecimento do recurso na forma adesiva, depende do conhecimento do recurso principal.
Esta modalidade recursal destina-se às hipóteses de sucumbência parcial de ambas as partes;
Há crítica doutrinária em relação à denominação do recurso, já que adesivo é aquilo que “se une” ou que “se junta”, enquanto o mais correto seria “condicionado” ou “subordinado”, dada a função do recurso (SANTOS, 2009, p. 216);
O principal pressuposto de admissibilidade deste tipo de recurso é a existência de recurso principal interposto pela parte contrária;
Art. 997. Cada parte interporá o recurso independentemente, no prazo e com observância das exigências legais.
§ 1o Sendo vencidos autor e réu, ao recurso interposto por qualquer deles poderá aderir o outro. (Sucumbência reciproca)
§ 2o O recurso adesivo fica subordinado ao recurso independente, sendo-lhe aplicáveis as mesmas regras deste quanto aos requisitos de admissibilidade e julgamento no tribunal, salvo disposição legal diversa, observado, ainda, o seguinte:
I - Será dirigido ao órgão perante o qual o recurso independente fora interposto, no prazo de quea parte dispõe para responder;
II - Será admissível na apelação, no recurso extraordinário e no recurso especial;
III - não será conhecido, se houver desistência do recurso principal ou se for ele considerado inadmissível.
Aula do dia 22/02
Princípio dos recursos
1) Principio do Duplo Grau de Jurisdição
É a possibilidade da decisão jurisdicional ser revista pelo próprio órgão prolator ou por órgão hierarquicamente superior.
O recurso propicia o reexame da decisão jurisdicional, e quando é feito este reexame temos o chamado duplo grau de jurisdição. A possibilidade do reexame é o duplo grau de jurisdição.
Quando se fala em reexame necessário, o duplo grau é obrigatório, porque independentemente da vontade da parte a decisão será reexaminada. Porem aqui o recurso é voluntario, porque de acordo com a vontade da parte a decisão pode ou não ser revista. 
Há o duplo grau de jurisdição quando a possibilidade de reexame é da instancia superior quanto do próprio órgão que prolatou a decisão.
Em alguns casos o próprio órgão que prolatou a decisão pode revê-la.
Ex.: quando a parte maneja embargos de declaração, em face de omissão, quem irá sanar a omissão não será a instância superior, e sim o próprio órgão que prolatou a decisão.
O duplo grau de jurisdição pode ser horizontal ou vertical. Quando a decisão for revista por um órgão hierarquicamente superior será vertical, e quando for pelo próprio órgão que proferiu a decisão, será horizontal.
Todas as vezes que o duplo grau de jurisdição for na perspectiva vertical, podemos dizer que aquele recurso terá um efeito devolutivo regressivo.
O efeito devolutivo é aquele que transfere ao tribunal o conhecimento da matéria impugnada. A parte ira limitar no seu recurso (total ou parcial) a matéria que deve ser revista.
Se o recurso for parcial, o tribunal ira apenas analisar a parte que foi objeto do recurso.
Quando esta transferência da matéria é feita pelo próprio órgão que proferiu, e não por órgão superior, então o efeito devolutivo será regressivo, pois a transferência da matéria volta ao órgão prolator, e não para a instancia superior.
Porém, todas as vezes que houver efeito devolutivo regressivo haverá o duplo grau. 
Então, o duplo grau de jurisdição, é a possibilidade do reexame da decisão judicial, seja pelo próprio órgão que prolatou tal decisão ou seja por órgão hierarquicamente superior.
O duplo grau tem uma controvérsia se seria princípio ou garantia constitucional. Independentemente disso, o duplo grau de jurisdição será sempre limitado, ou seja, existem exceções.
Existem decisões que não serão passiveis deste amplo reexame.
Ex.: para atacar um acordão, se utilizam recurso extraordinário (RE), se viola a CF, e recurso especial (RESP) se viola lei federal (infraconstitucional), e dentro disso, não é possível discutir qualquer matéria, somente direito objetivo, então não seria possível discutir prova, laudo pericial. Sendo assim não há ampla possibilidade de rever a decisão. É limitado.
2) Proibição da Reformatio in Pejus
Este é o princípio que impede que a situação do recorrente seja agravada quando este for o único a recorrer da decisão.
Se houver recurso da outra parte pedindo para piorar a situação, o tribunal pode acatar tal pedido. Porém não se pode piorar a situação sem que haja pedido, pois, o tribunal está vinculado ao que foi objeto do recurso.
Porem este princípio tem uma exceção. Quando a matéria for de ordem pública, o julgador pode conhecer de oficio, intimando a parte para que ela se manifeste sobre a matéria, e posteriormente julgar a matéria de oficio (princípio da não surpresa).
3) Princípio da Fungibilidade
É aquele que permite o reconhecimento do recurso equivocado como se fosse o recurso correto. 
Pode ocorrer da parte manejar o recurso equivocado, se isto ocorrer, o seu recurso não será conhecido, exceto se o julgador aplicar o princípio da fungibilidade. Que admite que o recurso equivocado seja conhecido como se fosse o recurso correto.
Mas para que isso ocorra, é necessário que alguns requisitos sejam preenchidos:
1º o recurso equivocado tem que ser interposto no prazo menor.
Este requisito é o que mais causa divergência entre os juristas, pois não há unanimidade a respeito de qual prazo recursal deva prevalecer.
Não há dúvida, como explica José Carlos Barbosa Moreira (2008, p.118), que “todo recurso deve ser interposto dentro do prazo fixado em lei, cujo cômputo obedece às regras gerais sobre contagem de prazos processuais. ” Até mesmo para se evitar a insegurança jurídica, mas a dúvida existente trata do prazo a ser seguido pelo operador do direito.
A maioria da doutrina entende que o prazo para a interposição do recurso deve ser o menor dentre os recursos considerados cabíveis. Segundo eles, a escolha pelo menor prazo exclui a incidência da má-fé.
Ao optar pelo menor prazo o recorrente deixa evidente que sua intenção, ao interpor recurso equivocado, não foi de estender seu prazo recursal.
Esta corrente doutrinária defende que se o recurso errado fosse interposto após o término do prazo para interposição do recurso correto, a preclusão tornaria impossível se aplicar o princípio da fungibilidade recursal.
Entretanto, há quem defenda que se a parte acredita estar interpondo o recurso correto, não é razoável exigir que ela pratique o ato processual em prazo diverso do previsto para o ato, no caso recurso, por ela praticado, interposto.
Esse posicionamento é defendido por Thiago Moraes Bertoldi (2010) que explica:
“Outra razão, é que uma das principais consequências da adoção do princípio é a troca em toda a sua plenitude, mormente no que concerne ao prazo, deste modo o prazo é irrelevante para incidir o princípio analisado. Ou seja, não se deve exigir do interessado a interposição do recurso que entende cabível no prazo menor, porque, se o princípio da fungibilidade recomenda seja conhecido um recurso por outro, deve admitir também a troca do prazo”.
Caso o pensamento adotado seja o de se aplicar o menor prazo, a conversão do recurso não beneficia a parte recorrente que terá grandes chances de não ser contemplado pela fungibilidade recursal devido à preclusao.
2º existência de dúvida objetiva. 
É quando doutrina e jurisprudência controvertem acerca de qual recurso é cabível.
Da Dúvida Objetiva
Considerado como o mais importante dos requisitos, a dúvida objetiva existe quando há divergência entre a doutrina e/ou jurisprudência a respeito do recurso cabível para determinada decisão. É preciso que haja discussão entre os doutrinadores e/ou julgados contrários nos tribunais.
A dúvida objetiva se refere ao recurso cabível contra determinada decisão judicial. A fungibilidade recursal impede que a forma seja uma regra absoluta, pois a finalidade a ser atingida pelo recurso interposto deve prevalecer.
O recurso interposto será recebido, processado e conhecido pelo juiz ou tribunal competente como se a interposição feita fosse aquela que do recorrente se esperava.  A forma é deixada de lado para que a finalidade seja alcançada.
Porém, este princípio deve ser utilizado apenas em casos nos quais o recorrente teria sua pretensão jurisdicional frustrada por conta do apego excessivo às formas e do consequente descaso do judiciário para com os fins sociais do processo, mas nunca deve servir para legitimar o erro grosseiro.
3º não pode haver erro grosseiro
É quando a lei diz qual é o recurso cabível e mesmo assim ele não é interposto.
Da Inexistência do Erro Grosseiro
Hipóteses em que a lei trata do recurso cabível de modo a não deixar margem para dúvidas, o operador do direito não pode interpor recurso contrário a tal previsão.
Segundo Pontes de Miranda (1960, p. 51):
“O erro é grosseiro quando a lei é explícita, ainda que recente ou, o que vale mesmo, contra a jurisprudência assente; aliter, se o próprio tribunal, ou o Supremo Tribunal Federal, vacila, não obstante a letra da lei, ou em virtude de erro de conceituação.Não se pode tolerar que o profissional displicente seja acobertado pela fungibilidade recursal.
A existência do erro grosseiro impede por completo a aplicação do princípio da fungibilidade recursal, pois “se houve erro grosseiro, ou má fé, não há conhecer-se do recurso interposto, ainda que o outro se tivesse sido interposto, estivesse dentro do prazo”. (MIRANDA, 1960, p. 60).
Apenas nos casos não houve a ocorrência de um erro claro é viável analisar da questão da tempestividade do recurso.
De cada decisão é cabível um tipo de recurso (princípio da correlação):
Despacho – nenhum recurso (pois não tem caráter decisório)
Decisão Interlocutória – nenhum recurso (excepcionalmente cabe agravo de instrumento)
Sentença – apelação
Decisão Monocrática – Agravo interno
4) Princípio da Colegialidade
Em um tribunal as decisões serão colegiadas, formada por um grupo de ministros ou desembargadores, e este julgamento colegiado se instrumentaliza através do acordão.
Porém, poderá o relator julgar o recurso de forma monocrática, sem ser de forma colegiada. Este julgamento monocrático no âmbito dos tribunais é chamado de decisão monocrática. 
Para combater a decisão monocrática utiliza-se o Agravo Interno.
O agravo interno é obrigatoriamente julgado por um órgão colegiado, porque a regra é o princípio da colegialidade.
5) Princípio da Complementariedade
É aquele que ante o princípio da consumação, impede a complementação ou retificação das razoes recursais após a interposição do recurso.
A parte no prazo próprio vai manejar o recurso e trazer as razoes de inconformismo da mesma. Tais razoes não poderão ser posteriormente complementadas.
Ex.: para apresentar apelação a parte dispõe de 15 dias. A parte apresentou o recurso no primeiro dia, teoricamente ainda teria mais 14 dias para interpor tal recurso. Após a interposição do recurso não há a possibilidade da complementação.
Exceção: dada a sentença, uma das partes interpõe apelação perante o juiz no 3º dia de prazo. Então no 5º dia, a outra parte opôs embargos de declaração. Porem a primeira parte, não fazia ideia que a outra parte iria propor embargo de declaração, e em razão deste embargo de declaração a sentença pode ser modificada. Neste caso o juiz deve julgar primeiramente o embargo, e o resultado deste julgamento é a alteração da sentença. Neste caso a parte que apelou, excepcionalmente, poderá modificar a apelação, mas somente poderá ser alterada a parte da apelação que fora objeto do embargo. 
Art. 1.024. O juiz julgará os embargos em 5 (cinco) dias.
§ 4o Caso o acolhimento dos embargos de declaração implique modificação da decisão embargada, o embargado que já tiver interposto outro recurso contra a decisão originária tem o direito de complementar ou alterar suas razões, nos exatos limites da modificação, no prazo de 15 (quinze) dias, contado da intimação da decisão dos embargos de declaração.
O julgador analisou e julgou os embargos, modificou a decisão, e quem havia recorrido da decisão, poderá complementar, no prazo de 15 dias, limitado à matéria que foi alterada.
Código de 73 – se a parte apela antes do prazo dos embargos da outra parte, após o julgamento dos embargos a parte tem que reiterar esta apelação. 
Segundo jurisprudências do TJ, recursos antes do prazo são intempestivos
Porem após o julgamento dos embargos é necessário reiterar o recurso que foi manejado.
Intempestivo:
 1 Que vem em tempo inconveniente.
2 Fora do tempo azado; inoportuno.
3 Inopinado, súbito.
No novo código de 2015 – vem se adotando os últimos posicionamentos do STJ, que tem entendido que recurso antes do prazo não é intempestivo.
O recurso antes do prazo não precisará ser ratificado, no novo código é considerado tempestivo.
Art. 1024
§ 5o Se os embargos de declaração forem rejeitados ou não alterarem a conclusão do julgamento anterior, o recurso interposto pela outra parte antes da publicação do julgamento dos embargos de declaração será processado e julgado independentemente de ratificação.
Se os embargos modificarem a decisão oficial, a parte que entrou com recurso, pode complementa-lo dentro dos limites que foram modificados. (vale para cpc 73 e 15)
6) Princípio da Unicidade ou Singularidade ou Unirrecorribilidade
De cada decisão é cabível um único tipo de recurso, interposto por vez
Ex.: De uma sentença, cabe apelação. Mas pode ser que também caiba embargos. Então a parte que for recorrer, irá primeiro manejar os embargos, e depois a apelação.
Exceção: de acordão cabe recurso extraordinário e recurso especial, cabe mais de um recurso ao mesmo tempo. Dentro dos 15 dias de prazo, a parte pode manejar os dois recursos de forma concomitante.
7) Princípio da Dialeticidade
As razoes de recurso devem atacar, especificamente, os fundamentos da decisão judicial, senão o recurso não será conhecido.
Ex.: a parte pode manejar mais de um embargo de declaração. No primeiro embargo a parte alegou que a sentença foi obscura, e pediu esclarecimento da mesma. O juiz julgou o embargo, rejeitando o pedido. A parte pode manejar outros embargos, mas não atacando a primeira decisão (sentença obscura), e sim atacando a decisão que julgou o primeiro embargo. E necessário atacar especificamente os fundamentos da decisão judicial, senão o recurso não será conhecido.
8) Princípio da irrecorribilidade das Decisões Interlocutórias
As decisões interlocutórias, via de regra, não sofrerão preclusão. Isto significa que a parte deverá alegar a matéria da interlocutória em preliminar de apelação ou em preliminar de contra razoes. Caso a matéria da interlocutória seja alegada nas contrarrazões, o julgador deve dar oportunidade para o apelante falar sobre a matéria preliminar no prazo de 15 dias.
Art. 1.009. Da sentença cabe apelação. 
§ 1o As questões resolvidas na fase de conhecimento, se a decisão a seu respeito não comportar agravo de instrumento, não são cobertas pela preclusão e devem ser suscitadas em preliminar de apelação, eventualmente interposta contra a decisão final, ou nas contrarrazões. 
§ 2o Se as questões referidas no § 1o forem suscitadas em contrarrazões, o recorrente será intimado para, em 15 (quinze) dias, manifestar-se a respeito delas. 
§ 3o O disposto no caput deste artigo aplica-se mesmo quando as questões mencionadas no art. 1.015 integrarem capítulo da sentença.
Juízo de Admissibilidade e Juízo de Mérito
Todos os recursos passam por estes dois quesitos. No Juízo de Admissibilidade, o recurso pode ser conhecido ou não, admitido ou inadmitido. Se o Juízo de Admissibilidade for positivo, o recurso será conhecido, e se for negativo o recurso não será conhecido. Somente se o Juízo de Admissibilidade for positivo é que se terá o Juízo de Mérito.
E no Juízo de Mérito, o recurso pode ser provido, a parte que recorreu ganha, ou desprovido, a parte que recorreu perde.
O órgão competente para fazer o Juízo de Admissibilidade, segundo o código de 73, é o órgão competente para a prolação da decisão judicial.
Todas as vezes que o recurso for interposto perante o órgão que proferiu a decisão, este órgão fará o Juízo de Admissibilidade.
É possível haver dois Juízos de Admissibilidade, o primeiro é feito pelo órgão que proferiu a decisão, e é chamado de Juízo de Admissibilidade provisório e precário, porque haverá um segundo Juízo de Admissibilidade, que será feito pelo Tribunal, a instancia superior, que será a instancia revisora e que prevalecerá sobre o primeiro que foi feito.
No novo código de 2015, a apelação continua sendo interposta perante o juiz que proferiu a sentença, porém ele não fará o juízo de admissibilidade. O juiz irá processar a apelação, ou seja, vai intimar a parte contraria para as contrarrazões e encaminha os autos ao tribunal, para que o tribunal faça o juízo de admissibilidade e de mérito, por razoes de economia processual.
No tribunal o processo é encaminhado ao relator. O relator pode, monocraticamente, conhecer ou não conhecer o recurso. Se orelator não conhece o recurso, o remédio para tal decisão é o agravo interno. Neste caso o recurso será encaminhado para a turma e se mesmo assim não conhecer o recurso, cabe recurso especial.
Mas em razão da lei LEI Nº 13.256/16, nos tribunais superiores, para recursos especiais e extraordinários, voltamos a ter o dúplice juízo de admissibilidade.
O juízo de mérito, via de regra, é feito pela instancia superior. Excepcionalmente o juízo de mérito pode ser feito pelo órgão prolator da decisão quando houver o efeito devolutivo regressivo, o juízo de mérito é feito pelo próprio órgão prolator.
Ex.: o juiz pode indeferir petição inicial, decisão da qual cabe apelação interposta perante o juiz, gerando a possibilidade do juízo de retratação. Se houver retratação, o recurso fica prejudicado, se não houver retratação, cita-se o réu para contrarrazões e os autos voltam para o tribunal. Quando o julgador se retrata, ele afirma que o recurso é procedente, e desta forma julga o mérito.
Aula 24/02
Efeitos dos Recursos
1) Obstativo
O efeito obstativo é aquele que impede o transito em julgado ou a preclusão da decisão judicial.
Todas as vezes que a parte interpor um recurso, este recurso irá impedir que a decisão transite em julgado ou sofra preclusão.
2) Devolutivo
É aquele que transfere ao tribunal o conhecimento da matéria impugnada.
O efeito devolutivo está relacionado ao princípio dispositivo. Porque a parte vai recorrer da matéria que for interessante para ela, e pelo efeito devolutivo, somente esta matéria ira ser reexaminada pelo tribunal.
Portanto a matéria que for objeto de recurso limita a atuação do tribunal. O tribunal não pode, como regra, julgar fora daquelas limitações impostas pela parte recorrente. A parte é quem limita através do recurso, parcial ou total, o que será objeto de reexame pela instancia superior.
A apelação, como todo recurso, transfere ao tribunal apenas o conhecimento da matéria impugnada. A matéria que não foi impugnada sofre preclusão.
Porem existem matérias que mesmo que a parte não tenha impugnado, o tribunal pode examinar de oficio. (Efeito translativo)
3) Suspensivo
Este efeito impede a decisão judicial de gerar efeitos, impede a eficácia da decisão judicial
No código de 73, todos os recursos têm efeito suspensivo. Excepcionalmente o recurso não terá efeito suspensivo. Aqui quando o recurso for interposto, automaticamente a decisão não irá surtir efeitos até a conclusão do recurso. Excepcionalmente, quando o recurso não tem efeito suspensivo, é que a decisão gera efeitos. E se a decisão gera efeitos, mesmo se o recurso é interposto, a parte credora pode executar a sentença, mas esta execução é provisória, pois o recurso ainda não teve resultado.
No código atual de 2015, os recursos não terão efeito suspensivo, excepcionalmente terão o efeito suspensivo.
Art. 995. Os recursos não impedem a eficácia da decisão, salvo disposição legal ou decisão judicial em sentido diverso.
Parágrafo único. A eficácia da decisão recorrida poderá ser suspensa por decisão do relator, se da imediata produção de seus efeitos houver risco de dano grave, de difícil ou impossível reparação, e ficar demonstrada a probabilidade de provimento do recurso.
Art. 1.012. A apelação terá efeito suspensivo. 
§ 1o Além de outras hipóteses previstas em lei, começa a produzir efeitos imediatamente após a sua publicação a sentença que: 
I - homologa divisão ou demarcação de terras; 
II - condena a pagar alimentos;
III - extingue sem resolução do mérito ou julga improcedentes os embargos do executado;
 IV - julga procedente o pedido de instituição de arbitragem; 
V - confirma, concede ou revoga tutela provisória; 
VI - decreta a interdição. 
§ 2o Nos casos do § 1o, o apelado poderá promover o pedido de cumprimento provisório depois de publicada a sentença. 
§ 3o O pedido de concessão de efeito suspensivo nas hipóteses do § 1o poderá ser formulado por requerimento dirigido ao:
I - tribunal, no período compreendido entre a interposição da apelação e sua distribuição, ficando o relator designado para seu exame prevento para julgá-la; 
II - relator, se já distribuída a apelação. 
§ 4o Nas hipóteses do § 1o , a eficácia da sentença poderá ser suspensa pelo relator se o apelante demonstrar a probabilidade de provimento do recurso ou se, sendo relevante a fundamentação, houver risco de dano grave ou de difícil reparação.
Pode ser que a lei já preveja o efeito suspensivo, como no caso do art. 1.012, porém se não houver previsão legal, pode ser que o relator do processo dê ao recurso o efeito suspensivo, pelo fato da decisão poder gerar dano a alguma das partes. Portanto é possível pedir ao relator para dar ao recurso o efeito suspensivo.
Se for um recurso de apelação, irei interpor tal recurso perante o juiz, que não poderá dar efeito suspensivo à apelação. Somente quem pode dar efeito suspensivo ao recurso é o relator.
Para que os autos cheguem do juiz até o relator, pode levar algum tempo, e neste tempo pode haver dano. Neste caso pode-se pedir o efeito suspensivo, que será distribuído para um dos magistrados do tribunal, que se tornará o relator. Porem se o recurso chegar ao tribunal rapidamente, o relator já terá sido escolhido e o pedido de suspensão será direcionado diretamente a ele.
Requisitos para se pedir o efeito suspensivo:
1) periculo in mora, perigo de dano, caso a decisão seja executada.
2) plausibilidade das alegações, probabilidade de provimento do recurso.
No código de 73, o efeito suspensivo é automático, “ope legis”. A lei prevê como regra e todo recurso tem o efeito suspensivo.
No código novo de 2015, não tem efeito suspensivo, porem o relator pode dar o efeito suspensivo, “ope judicis”. 
4) Translativo
Este efeito permite ao tribunal analisar matérias distintas daquelas que foram objeto de recurso
Art. 1.013. A apelação devolverá ao tribunal o conhecimento da matéria impugnada.
§ 1o Serão, porém, objeto de apreciação e julgamento pelo tribunal todas as questões suscitadas e discutidas no processo, ainda que não tenham sido solucionadas, desde que relativas ao capítulo impugnado.
§ 2o Quando o pedido ou a defesa tiver mais de um fundamento e o juiz acolher apenas um deles, a apelação devolverá ao tribunal o conhecimento dos demais.
§ 3o Se o processo estiver em condições de imediato julgamento, o tribunal deve decidir desde logo o mérito quando:
I - reformar sentença fundada no art. 485; (decide sem analisar mérito)
II - decretar a nulidade da sentença por não ser ela congruente com os limites do pedido ou da causa de pedir;
III - constatar a omissão no exame de um dos pedidos, hipótese em que poderá julgá-lo;
IV - decretar a nulidade de sentença por falta de fundamentação.
§ 4o Quando reformar sentença que reconheça a decadência ou a prescrição, o tribunal, se possível, julgará o mérito, examinando as demais questões, sem determinar o retorno do processo ao juízo de primeiro grau.
§ 5o O capítulo da sentença que confirma, concede ou revoga a tutela provisória é impugnável na apelação. (Princípio da unirrecorribilidade)
Se uma questão não houver sido solucionada pelo juiz, e houver recurso, o tribunal pode decidir de oficio, desde que tal questão seja relativa ao capitulo impugnado.
Existem capítulos que são considerados acessórios, e estão inseridos nos capítulos principais. Estes também podem ser analisados pelo tribunal de oficio.
Ex.: o juiz condena o réu a pagar indenização, mas não se manifesta sobre juros legais. Porem juros legais fazem parte de um capitulo acessório, e se encontra incluído no capitulo principal, e desta forma o tribunal pode rever tal questão.
Para que se aplique o efeito translativo, é necessário que a matéria não decidida esteja relacionada com a matéria que fora decidida e objeto do recurso.
Ex.: O autor pede anulação de um contrato alegando vários vícios, e o juiz acata somente um deles. Neste caso o autor não poderecorrer da decisão, pois não sofreu prejuízo. A parte não pode recorrer dos fundamentos, apenas do dispositivo. 
Porém, neste caso, o réu pode recorrer da decisão, e chegando ao conhecimento do tribunal, o próprio tribunal pode entender que o fundamento julgado pelo juiz, não era o correto e decidir por outro fundamento. Um outro fundamento pode ser analisado pelo tribunal, ainda que o juiz não o tenha analisado.
Quando o processo está em condições de imediato julgamento, se dá o nome de causa madura, que seria quando em um processo, todas as provas já tenham sido produzidas ou seriam desnecessárias.
Quando o juiz decide sem analisar o mérito, o tribunal pode julgar o mérito, quando a causa estiver madura.
Segundo o princípio da congruência, o juiz está vinculado ao que foi pedido pela parte, e não pode decidir além, aquém ou diverso do que foi pedido. Quando a decisão do juiz for diversa do que foi pedido a sua decisão será nula. Quando a decisão for aquém do que foi pedido, pode o tribunal analisar e complementar se a causa estiver madura. Quando a decisão for além do que foi pedido, o tribunal pode decotar o pedido, e eliminar a parte que for excedente.
Quando a sentença não for fundamentada, o tribunal decide com devida fundamentação, pelo fato da economia processual.
5) Expansivo 
Se dá quando a decisão no julgamento de um recurso alcançar atos processuais distintos daquela que foi impugnada, ou pessoas distintas dos recorrentes.
Quando o julgamento do recurso alcança outros atos processuais, distintos dos que foram objeto do recurso, é chamado de efeito expansivo objetivo.
Quando o julgamento do recurso alcança outras pessoas distintas dos recorrentes, é chamado de efeito expansivo subjetivo.
Ex.: em uma audiência uma testemunha é ouvida, e posteriormente se descobre que tal testemunha era impedida, e a sentença do caso fora baseado neste depoimento. Após o depoimento ter sido invalidado, toda a sentença é invalidada também. Neste caso temos atos dependentes sendo afetados pelo efeito expansivo objetivo.
Em um litisconsórcio unitário (quando a decisão tem que ser uniforme para todos os litisconsortes), apenas um litisconsorte recorreu da decisão. Neste caso todos os outros litisconsortes serão atingidos pela decisão, mesmo sem terem feito nada. Neste caso teremos o efeito expansivo subjetivo. 
29/02
Requisitos de Admissibilidade
Todo recurso para, que seja julgado o mérito, precisa ser conhecido. E para ser conhecido, é necessário que os requisitos de admissibilidade estejam presentes.
Estes requisitos podem ser intrínsecos ou extrínsecos.
Requisitos intrínsecos são aqueles que dizem respeito à existência do direito de recorrer.
1) Cabimento
Todo recurso tem que ser cabível. Recurso cabível é aquele recurso adequado é correto para impugnar a decisão judicial.
Inicialmente a decisão judicial da qual se vai recorrer, tem que ser recorrível, e além disto, o recurso manejado tem que ser o recurso correto.
Exceção ao cabimento, está na aplicação do princípio da fungibilidade. 
Existem decisões irrecorríveis, como os despachos. As decisões interlocutórias são irrecorríveis de forma imediata, porém na apelação é possível recorrer de destas.
2) Legitimidade
A parte que irá recorrer tem que ser parte legítima.
Quem tem legitimidade para interpor recurso:
As partes do processo 
Terceiro prejudicado
Ministério público, atuando como parte ou como fiscal da ordem jurídica.
Art. 996. O recurso pode ser interposto pela parte vencida, pelo terceiro prejudicado e pelo Ministério Público, como parte ou como fiscal da ordem jurídica. 
 
Parágrafo único. Cumpre ao terceiro demonstrar a possibilidade de a decisão sobre a relação jurídica submetida à apreciação judicial atingir direito de que se afirme titular ou que possa discutir em juízo como substituto processual.
3) Interesse Recursal
O interesse é a necessidade de se obter uma decisão mais favorável
A parte do processo tem legitimidade, mas não basta ter somente legitimidade, é necessário também ter interesse.
Há o interesse quando a parte puder obter, através do recurso, uma situação jurídica mais favorável.
Normalmente o interesse recursal é ligado à sucumbência, então quem tem interesse em recorrer é quem sucumbiu, sofreu prejuízo.
Porém a ideia de interesse não é somente ligada à sucumbência. Haverá interesse sempre que a parte puder melhorar sua situação jurídica.
Quando o juiz extingue o processo sem resolução de mérito, quem sucumbiu foi o autor do processo, então quem tem interesse em recorrer é o autor.
Porém o réu pode recorrer para obter uma sentença de mérito, pois para o réu seria mais favorável uma sentença de mérito, assim não poderá ser demandado novamente. Então neste caso o réu não foi sucumbente porém há interesse em recorrer para obter decisão mais favorável. 
A parte só tem interesse em recorrer da parte dispositiva, do capítulo dispositivo da decisão, e não da fundamentação. Porque para quem ganha não importa o motivo, o que importa é ganhar.
Se o juiz julga procedente o pedido do autor, para este pouco importa qual o motivo que levou à procedência, importa que o seu pedido tenha sido julgado procedente. Então o interesse está na parte dispositiva da decisão, e não na fundamentação. A fundamentação não faz coisa julgada.
Art. 504. Não fazem coisa julgada:
I - os motivos, ainda que importantes para determinar o alcance da parte dispositiva da sentença; 
II - a verdade dos fatos, estabelecida como fundamento da sentença
Requisitos extrínsecos são aqueles que dizem respeito ao modo de exercício do direito de recorrer.
1) Tempestividade
Todo recurso tem que ser tempestivo, ou seja, tem que ser interposto no prazo previsto em lei. A regra de prazo no novo código e de 15 dias, somente 5 dias para embargos de declaração.
Este prazo de 15 dias, pode ser alterado dependendo da parte recorrente. Se for a defensoria pública, ministério público ou fazenda pública, o prazo é contado em dobro.
Litisconsorte com procuradores diferentes, e estes procuradores tem que ser de escritórios distintos, também terão contado o prazo em dobro.
Art. 1.003. O prazo para interposição de recurso conta-se da data em que os 
Advogados, a sociedade de advogados, a Advocacia Pública, a Defensoria Pública ou o 
Ministério Público são intimados da decisão. 
 
§ 1o Os sujeitos previstos no caput considerar-se-ão intimados em audiência quando nesta for proferida a decisão. 
 
§ 2o Aplica-se o disposto no art. 231, incisos I a VI, ao prazo de interposição de recurso pelo réu contra decisão proferida anteriormente à citação. 
 
§ 3o No prazo para interposição de recurso, a petição será protocolada em cartório ou conforme as normas de organização judiciária, ressalvado o disposto em regra especial. 
§ 4º Para aferição da tempestividade do recurso remetido pelo correio, será considerada como data de interposição a data de postagem. 
 
§ 5º Excetuados os embargos de declaração, o prazo para interpor os recursos e para responder-lhes é de 15 (quinze) dias. 
 
§ 6o O recorrente comprovará a ocorrência de feriado local no ato de interposição do recurso. 
Art. 180. O Ministério Público gozará de prazo em dobro para manifestar-se nos autos, 
que terá início a partir de sua intimação pessoal, nos termos do art. 183, § 1o.
§ 1º Findo o prazo para manifestação do Ministério Público sem o oferecimento de parecer, o juiz requisitará os autos e dará andamento ao processo. 
§ 2º Não se aplica o benefício da contagem em dobro quando a lei estabelecer, de forma expressa, prazo próprio para o Ministério Público. 
Art. 183. A União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e suas respectivas autarquias e fundações de direito público gozarão de prazo em dobro para todas as suas manifestações processuais, cuja contagem terá início a partir da intimação pessoal. 
§ 1º A intimação pessoal far-se-á por carga, remessa ou meioeletrônico. 
§ 2º Não se aplica o benefício da contagem em dobro quando a lei estabelecer, de forma expressa, prazo próprio para o ente público. 
Art. 229. Os litisconsortes que tiverem diferentes procuradores, de escritórios de advocacia distintos, terão prazos contados em dobro para todas as suas manifestações, em qualquer juízo ou tribunal, independentemente de requerimento. 
§ 1º Cessa a contagem do prazo em dobro se, havendo apenas 2 (dois) réus, é oferecida defesa por apenas um deles. 
§ 2º Não se aplica o disposto no caput aos processos em autos eletrônicos.
2) Regularidade Formal
Todo recurso tem que ser regular, deve atender aos requisitos previstos em lei, sob pena de ser chamado de recurso irregular. 
Art. 932. Incumbe ao relator: 
Parágrafo único. Antes de considerar inadmissível o recurso, o relator concederá o prazo de 5 (cinco) dias ao recorrente para que seja sanado vício ou complementada a documentação exigível. 
O relator pode aplicar este parágrafo único, por exemplo, na questão de feriado local. A parte interpôs recurso, após o prazo, porém era feriado em seu Estado. O relator pode dar o prazo de 5 dias para que a parte prove que realmente fora feriado. A tempestividade é vicio insanável, mas a falta de documento é vicio sanável.
3) Preparo 
Todo recurso, via de regra, tem que ser preparado, ou seja, o pagamento das custas recursais. Quando a parte interpõe o recurso, ela tem que comprovar que fez o preparo.
Existem pessoas que são dispensadas de fazer o preparo, e existem alguns recursos que também não requerem preparo, como os embargos de declaração.
No novo código a falta do preparo é um vício sanável, e é possível comprovar o preparo posteriormente, desde que se pague o preparo em dobro. 
A falta do preparo gera deserção, mas a insuficiência, que é o preparo incompleto, desde o código de 73, sempre foi um vício de ordem sanável, mediante o pagamento do preparo em dobro. O relator sempre pôde dar oportunidade para o recorrente complementar o preparo. Se o recorrente não complementa o preparo, aí sim se aplica a deserção.
A parte pode ficar livre do pagamento em dobro, se ela comprovar uma justa causa para não fazer o pagamento do preparo. Por exemplo se houver uma greve de banco no tempo dos fatos, o que justificaria o não pagamento. Neste caso o relator afasta a deserção e dará prazo para a parte fazer o preparo, não em dobro, pois houve justificativa válida.
No código de 73, era utilizada a jurisprudência defensiva, onde qualquer equivoco relacionado ao prazo, a guia do preparo, era motivo para o não conhecimento do recurso. Mas no código de 2015, é vicio de ordem sanável, então qualquer problema com a guia, que no CPC 73 gerava o não conhecimento do recurso, no CPC 15 o relator irá mandar sanar o vício. 
Art. 1.007. No ato de interposição do recurso, o recorrente comprovará, quando exigido pela legislação pertinente, o respectivo preparo, inclusive porte de remessa e de retorno, sob pena de deserção. 
§ 1o São dispensados de preparo, inclusive porte de remessa e de retorno, os recursos interpostos pelo Ministério Público, pela União, pelo Distrito Federal, pelos Estados, pelos Municípios, e respectivas autarquias, e pelos que gozam de isenção legal.
 § 2o A insuficiência no valor do preparo, inclusive porte de remessa e de retorno, implicará deserção se o recorrente, intimado na pessoa de seu advogado, não vier a supri-lo no prazo de 5 (cinco) dias. 
§ 3o É dispensado o recolhimento do porte de remessa e de retorno no processo em autos eletrônicos. 
§ 4o O recorrente que não comprovar, no ato de interposição do recurso, o recolhimento do preparo, inclusive porte de remessa e de retorno, será intimado, na pessoa de seu advogado, para realizar o recolhimento em dobro, sob pena de deserção. 
§ 5o É vedada a complementação se houver insuficiência parcial do preparo, inclusive porte de remessa e de retorno, no recolhimento realizado na forma do § 4º.
§ 6o Provando o recorrente justo impedimento, o relator relevará a pena de deserção, por decisão irrecorrível, fixando-lhe prazo de 5 (cinco) dias para efetuar o preparo. 
§ 7o O equívoco no preenchimento da guia de custas não implicará a aplicação da pena de deserção, cabendo ao relator, na hipótese de dúvida quanto ao recolhimento, intimar o recorrente para sanar o vício no prazo de 5 (cinco) dias.
4) Repercussão Geral (especifico do recurso extraordinário)
Para que o recurso extraordinário seja conhecido, é necessário que a matéria objeto do recurso tenha repercussão geral (relevância social, política, jurídica).
Sendo preenchidos todos os requisitos para o juízo de admissibilidade, o recurso será conhecido e se passa para o juízo de mérito.
No novo código, quem faz o juízo de admissibilidade, é sempre a instancia superior, com exceção dos recursos especiais e extraordinários, que quem faz o juízo de admissibilidade é a instancia inferior, ou seja, o presidente do tribunal onde o recurso foi interposto.
Recursos em Espécie
1) Apelação
Art. 1.009. Da sentença cabe apelação. 
§ 1o As questões resolvidas na fase de conhecimento, se a decisão a seu respeito não comportar agravo de instrumento, não são cobertas pela preclusão e devem ser suscitadas em preliminar de apelação, eventualmente interposta contra a decisão final, ou nas contrarrazões. 
§ 2o Se as questões referidas no § 1o forem suscitadas em contrarrazões, o recorrente será intimado para, em 15 (quinze) dias, manifestar-se a respeito delas. 
§ 3o O disposto no caput deste artigo aplica-se mesmo quando as questões mencionadas no art. 1.015 integrarem capítulo da sentença
No §1º, temos a irrecorribilidade separado das decisões interlocutórias, porque as decisões interlocutórias não podem ser contadas regra de forma separada via agravo de instrumento. Se deve recorrer da interlocutória quando interpuser apelação ou quando oferecer as contrarrazões. 
No CPC 73 contra uma interlocutória, se pode interpor agravo retido ou agravo de instrumento. 
Na sistemática do CPC de 2015, o agravo retido desaparece. O agravo retido fica preso aos autos e só é analisado pelo tribunal quando tiver o recurso de apelação. 
Então no CPC de 2015, a matéria que seria alegada no agravo de instrumento, será alegada na apelação, por razoes de economia processual. 
O §3º diz respeito ao princípio da unirrecorribilidade. Mesmo que um capítulo da sentença seja matéria de uma interlocutória, como ela foi resolvida na sentença, só cabe apelação.
Art. 1.010. A apelação, interposta por petição dirigida ao juízo de primeiro grau, conterá:
I - os nomes e a qualificação das partes; 
II - a exposição do fato e do direito; 
III - as razões do pedido de reforma ou de decretação de nulidade; 
IV - o pedido de nova decisão. 
§ 1o O apelado será intimado para apresentar contrarrazões no prazo de 15 (quinze) dias.
§ 2o Se o apelado interpuser apelação adesiva, o juiz intimará o apelante para apresentar contrarrazões. 
§ 3o Após as formalidades previstas nos §§ 1o e 2o, os autos serão remetidos ao tribunal pelo juiz, independentemente de juízo de admissibilidade.
A apelação deve ser interposta perante o juízo de primeiro grau, que foi o juízo que proferiu a sentença, perante ele deve se interpor a apelação no prazo de 15 dias com o preparo.
Os requisitos para regularidade formal da apelação estão presentes nos incisos I ao V do art. 1.010. no inciso III, se fala de reforma e/ou nulidade. Quando a parte recorre primeiro deve pedir a primeiro a nulidade e depois a reforma, pois o maior interesse é pela anulação da sentença, se não for possível a anulação, a próxima melhor coisa é a reforma.
Quando interposta a apelação, o juiz dará o prazo de 15 dias para que a outra parte apresente contrarrazões. Neste prazo de 15 dias, o apelado pode oferecer apelação adesiva, desde que haja sucumbência reciproca.
No código de 2105, o juiz não faz mais juízo de admissibilidade, quem fará o juízode admissibilidade é o relator do processo, o juiz apenas faz o processamento e encaminha os autos ao tribunal.
Art. 1.011. Recebido o recurso de apelação no tribunal e distribuído imediatamente, o relator: 
I - decidi-lo-á monocraticamente apenas nas hipóteses do art. 932, incisos III a V;
II - se não for o caso de decisão monocrática, elaborará seu voto para julgamento do recurso pelo órgão colegiado.
Art. 932. Incumbe ao relator: 
III - não conhecer de recurso inadmissível, prejudicado ou que não tenha impugnado especificamente os fundamentos da decisão recorrida;
IV - negar provimento a recurso que for contrário a:
a) súmula do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça ou do próprio tribunal; 
b) acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em julgamento de recursos repetitivos; 
c) entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de competência; 
V - depois de facultada a apresentação de contrarrazões, dar provimento ao recurso se a decisão recorrida for contrária a: 
a) súmula do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça ou do próprio tribunal; 
b) acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em julgamento de recursos repetitivos; 
c) entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de competência;
O relator, por decisão monocrática, não conhecerá recurso inadmissível.
Recurso prejudicado é recurso que perdeu seu objeto, como o recurso adesivo, se a parte desiste do recurso principal, o adesivo desaparece, fica prejudicado.
O princípio que vincula o recorrente aos fundamentos da decisão é o princípio da congruência ou correlação. É necessário atacar especificamente os fundamentos da decisão
Art. 1.012. A apelação terá efeito suspensivo. 
§ 1o Além de outras hipóteses previstas em lei, começa a produzir efeitos imediatamente após a sua publicação a sentença que: 
I - homologa divisão ou demarcação de terras; 
II - condena a pagar alimentos; 
III - extingue sem resolução do mérito ou julga improcedentes os embargos do executado; 
IV - julga procedente o pedido de instituição de arbitragem; 
V - confirma, concede ou revoga tutela provisória; 
VI - decreta a interdição. 
§ 2o Nos casos do § 1o , o apelado poderá promover o pedido de cumprimento provisório depois de publicada a sentença. 
§ 3o O pedido de concessão de efeito suspensivo nas hipóteses do § 1o poderá ser formulado por requerimento dirigido ao: 
I - tribunal, no período compreendido entre a interposição da apelação e sua distribuição, ficando o relator designado para seu exame prevento para julgá-la;
 II - relator, se já distribuída a apelação. 
§ 4o Nas hipóteses do § 1o , a eficácia da sentença poderá ser suspensa pelo relator se o apelante demonstrar a probabilidade de provimento do recurso ou se, sendo relevante a fundamentação, houver risco de dano grave ou de difícil reparação.
Art. 1.013. A apelação devolverá ao tribunal o conhecimento da matéria impugnada. 
§ 1o Serão, porém, objeto de apreciação e julgamento pelo tribunal todas as questões suscitadas e discutidas no processo, ainda que não tenham sido solucionadas, desde que relativas ao capítulo impugnado.
 § 2 o Quando o pedido ou a defesa tiver mais de um fundamento e o juiz acolher apenas um deles, a apelação devolverá ao tribunal o conhecimento dos demais. 
§ 3o Se o processo estiver em condições de imediato julgamento, o tribunal deve decidir desde logo o mérito quando:
 I - reformar sentença fundada no art. 485; 
II - decretar a nulidade da sentença por não ser ela congruente com os limites do pedido ou da causa de pedir; 
III - constatar a omissão no exame de um dos pedidos, hipótese em que poderá julgá-lo;
 IV - decretar a nulidade de sentença por falta de fundamentação. 
§ 4o Quando reformar sentença que reconheça a decadência ou a prescrição, o tribunal, se possível, julgará o mérito, examinando as demais questões, sem determinar o retorno do processo ao juízo de primeiro grau. 
§ 5o O capítulo da sentença que confirma, concede ou revoga a tutela provisória é impugnável na apelação.
Art. 1.014. As questões de fato não propostas no juízo inferior poderão ser suscitadas na apelação, se a parte provar que deixou de fazê-lo por motivo de força maior
O art. 1014, traz uma exceção ao princípio da proibição da inovação recursal, quer dizer, a parte quando for recorrer não pode inovar em sede recursal, ou seja, a parte não pode trazer fato novo no recurso, ela tem que estar vinculada aquilo que foi decidido (ao pedido, à causa de pedir, etc.). Não se pode trazer alegação que já não tenha sido trazida na primeira instancia.
Se a parte fizer uma inovação recursal, o recurso, na parte em que foi inovado, não será conhecido.
Porem no art. 1014 traz exceções a este princípio da proibição recursal. A parte pode inovar quando for provado que não alegou tais coisas por motivo de força maior, por justo impedimento ou se for fato superveniente ao recurso.
Ex.: a parte não sabia da existência de um documento, só foi saber após já ter entrado com o recurso, então na apelação, provando justa causa, pode anexar tais documentos no processo.
Ex. 2: quando o fato for superveniente, o fato só ocorreu após o recurso da parte, desta forma se pode alegar tal fato em grau de recurso.
2) Agravo de Instrumento
Segundo o código de 73, contra as interlocutórias de 1ª instância se tem o agravo retido e o agravo de instrumento. Via de regra é analisado primeiro o agravo retido, pois ele fica retido nos autos, e só será analisado quando houver apelação, e tem que reiterar o conhecimento do agravo retido, como preliminar, e depois julgara a apelação.
No código de 2015, o agravo retido é extinto, por economia processual. A matéria que se quer alegar, será alegada na apelação.
As decisões interlocutórias podem ser recorridas, porem não de forma imediata, se pode recorrer somente no momento da apelação. (Regra = Irrecorribilidade em separado das decisões interlocutórias)
Art. 1.015. Cabe agravo de instrumento contra as decisões interlocutórias que versarem sobre: (obs.: decisões interlocutórias de 1ª instancia, pois no tribunal, contra o relator cabe agravo interno)
I - tutelas provisórias; 
II - mérito do processo; 
III - rejeição da alegação de convenção de arbitragem; 
IV - incidente de desconsideração da personalidade jurídica; 
V - rejeição do pedido de gratuidade da justiça ou acolhimento do pedido de sua revogação; 
VI - exibição ou posse de documento ou coisa; 
VII - exclusão de litisconsorte; 
VIII - rejeição do pedido de limitação do litisconsórcio; 
IX - admissão ou inadmissão de intervenção de terceiros; 
X - concessão, modificação ou revogação do efeito suspensivo aos embargos à execução; 
XI - redistribuição do ônus da prova nos termos do art. 373, § 1o; 
XII - (VETADO); 
XIII - outros casos expressamente referidos em lei. 
Parágrafo único. Também caberá agravo de instrumento contra decisões interlocutórias proferidas na fase de liquidação de sentença ou de cumprimento de sentença, no processo de execução e no processo de inventário.
Requisitos do Agravo de instrumento
1) Prazo de 15 dias
2) o agravo tem que ter preparo
3) é distribuído ao relator
4) é chamado de Agravo de Instrumento, pois ele precisa formar um instrumento, com peças do processo que se encontra na 1ª instancia.
É diferente da apelação, quando a apelação chega ao tribunal, os autos do processo chegam ao tribunal. No agravo de instrumento, os autos continuam perante o juiz, na 1ª instância. Então para que o relator possa julgar, é preciso que seja formado um instrumento, com as peças obrigatórias e facultativas.
Art. 1.017. A petição de agravo de instrumento será instruída:
I - obrigatoriamente, com cópias da petição inicial, da contestação, da petição que ensejou a decisão agravada, da própria decisão agravada,da certidão da respectiva intimação ou outro documento oficial que comprove a tempestividade e das procurações outorgadas aos advogados do agravante e do agravado;
II – com declaração de inexistência de qualquer dos documentos referidos no inciso I, feita pelo advogado do agravante, sob pena de sua responsabilidade pessoal; 
III - facultativamente, com outras peças que o agravante reputar úteis. 
§ 1o Acompanhará a petição o comprovante do pagamento das respectivas custas e do porte de retorno, quando devidos, conforme tabela publicada pelos tribunais.
 § 2o No prazo do recurso, o agravo será interposto por:
I - protocolo realizado diretamente no tribunal competente para julgá-lo;
II - protocolo realizado na própria comarca, seção ou subseção judiciárias; 
III - postagem, sob registro, com aviso de recebimento; 
IV - transmissão de dados tipo fac-símile, nos termos da lei; 
V - outra forma prevista em lei. 
§ 3o Na falta da cópia de qualquer peça ou no caso de algum outro vício que comprometa a admissibilidade do agravo de instrumento, deve o relator aplicar o disposto no art. 932, parágrafo único. (vicio sanável)
§ 4o Se o recurso for interposto por sistema de transmissão de dados tipo fac-símile ou similar, as peças devem ser juntadas no momento de protocolo da petição original. (5 dias)
§ 5o Sendo eletrônicos os autos do processo, dispensam-se as peças referidas nos incisos I e II do caput, facultando-se ao agravante anexar outros documentos que entender úteis para a compreensão da controvérsia.
No código de 73, se alguma destas partes obrigatórias falta, o recurso não é conhecido, por causa da regularidade formal.
Já no código de 2015, se falta algum documento, é vício de origem sanável, vide art. 932.
No agravo de instrumento, como ele é interposto diretamente no tribunal, o juiz cuja sentença fora recorrida, desconhece tal agravo, assim como a parte contraria. Então para dar ciência ao magistrado e à parte contraria, que houve um agravo de instrumento, deve se observar um requisito de admissibilidade, o disposto no art.1.018. 
O agravante terá que juntar no processo de 1ª instancia, a cópia do agravo e a relação dos documentos, no prazo de 3 dias, para que o recurso seja conhecido. Mas somente em processos físicos, em processos eletrônicos não há necessidade.
Art. 1.018. O agravante poderá requerer a juntada, aos autos do processo, de cópia da petição do agravo de instrumento, do comprovante de sua interposição e da relação dos documentos que instruíram o recurso.
1o Se o juiz comunicar que reformou inteiramente a decisão, o relator considerará prejudicado o agravo de instrumento. 
§ 2o Não sendo eletrônicos os autos, o agravante tomará a providência prevista no caput, no prazo de 3 (três) dias a contar da interposição do agravo de instrumento. 
§ 3o O descumprimento da exigência de que trata o § 2o , desde que arguido e provado pelo agravado, importa inadmissibilidade do agravo de instrumento.
O tribunal não pode, de oficio, não conhecer do recurso do agravado por falta destes requisitos. A lei exige, para que o recurso não seja conhecido, a parte contraria alegue a falta dos documentos no prazo legal. O agravado tem que alegar a falta dos documentos.
Quando o agravante entra com o agravo, ele deve juntar a cópia dos documentos perante o juiz, neste caso pode haver o juízo de retratação, se isto acontecer, o agravo fica prejudicado.
Art. 1.019. Recebido o agravo de instrumento no tribunal e distribuído imediatamente, se não for o caso de aplicação do art. 932, incisos III e IV, o relator, no prazo de 5 (cinco) dias: 
I - poderá atribuir efeito suspensivo ao recurso ou deferir, em antecipação de tutela, total ou parcialmente, a pretensão recursal, comunicando ao juiz sua decisão; 
II - ordenará a intimação do agravado pessoalmente, por carta com aviso de recebimento, quando não tiver procurador constituído, ou pelo Diário da Justiça ou por carta com aviso de recebimento dirigida ao seu advogado, para que responda no prazo de 15 (quinze) dias, facultando-lhe juntar a documentação que entender necessária ao julgamento do recurso; 
III - determinará a intimação do Ministério Público, preferencialmente por meio eletrônico, quando for o caso de sua intervenção, para que se manifeste no prazo de 15 (quinze) dias
O art. 932, é aplicável à qualquer recurso, segundo o qual, o relator pode não conhecer o recurso, pode dar provimento ao recurso e pode não dar provimento, de forma monocrática. Lembrando que antes de dar provimento, o relator deve intimar a parte contraria para contrarrazões.
O agravo de instrumento não possui efeito suspensivo, porem se houver risco de dano, e possível pedir ao relator o efeito suspensivo. 
A intimação da parte contraria para a contraminuta, somente se dá após o juízo de admissibilidade e conhecimento do recurso. 
Porem a lei fala em antecipação de tutela recursal. 
3) Agravo Interno
É recurso que pode ser interposto contra decisão interlocutória proferida monocraticamente por relator. Prazo de 15 dias para a interposição do recurso, sem preparo e interposto perante o próprio relator, para o relator poder exercer o juízo de retratação. Se ele não se retratar, segue-se para o julgamento colegiado.
Se houver retratação, o agravo perde o objeto e fica prejudicado. Se não houver retratação, vai para julgamento colegiado.
Art. 1.021. Contra decisão proferida pelo relator caberá agravo interno para o respectivo órgão colegiado, observadas, quanto ao processamento, as regras do regimento interno do tribunal. 
§ 1o Na petição de agravo interno, o recorrente impugnará especificadamente os fundamentos da decisão agravada. 
§ 2o O agravo será dirigido ao relator, que intimará o agravado para manifestar-se sobre o recurso no prazo de 15 (quinze) dias, ao final do qual, não havendo retratação, o relator levá-lo-á a julgamento pelo órgão colegiado, com inclusão em pauta. 
§ 3o É vedado ao relator limitar-se à reprodução dos fundamentos da decisão agravada para julgar improcedente o agravo interno. (Termo certo é desprovido)
§ 4o Quando o agravo interno for declarado manifestamente inadmissível ou improcedente em votação unânime, o órgão colegiado, em decisão fundamentada, condenará o agravante a pagar ao agravado multa fixada entre um e cinco por cento do valor atualizado da causa. 
§ 5o A interposição de qualquer outro recurso está condicionada ao depósito prévio do valor da multa prevista no § 4o, à exceção da Fazenda Pública e do beneficiário de gratuidade da justiça, que farão o pagamento ao final.
No agravo interno é costume somente copiar os fundamentos da decisão monocrática. Porem segundo o §3º, o relator terá que explicar os motivos pelos quais ele irá desprover o agravo interno
No agravo interno, é possível que o agravante seja obrigado a pagar uma multa, caso o relator entenda que o agravo interno seja manifestamente inadmissível, desprovido em decisão colegiada unanime. O órgão colegiado, em decisão fundamentada, condenará o agravado a pagar multa de 1% a 5% do valor da causa.
Se o agravante multado decidir recorrer, além do preparo é necessário pagar a multa para que se possa recorrer, mesmo beneficiário de justiça gratuita e fazenda pública que pagarão a multa ao fim do processo.
Embargos de Declaração
Os embargos de declaração são cabíveis quando houver obscuridade, omissão, contradição e erro de fato na decisão judicial. Os embargos são recursos de eficácia vinculada, pois somente são cabíveis em hipóteses descritas na lei. O prazo para se interpor os embargos de declaração é de 5 dias perante o próprio órgão que prolatou a decisão, e este órgão é que vai julgar os embargos. Não ha necessidade de preparo, e por isso não há que se falar em deserção. Os embargos tem o chamado efeito devolutivo regressivo (retratarão). Os embargos de declaração terão a finalidade infringente quando puderem alterar a decisão judicial já tomada.
Art. 1.022. Cabem embargos de declaraçãocontra qualquer decisão judicial para: (acordão, decisão monocrática, interlocutória, sentença)
I - esclarecer obscuridade ou eliminar contradição;
II - suprir omissão de ponto ou questão sobre o qual devia se pronunciar o juiz de ofício ou a requerimento; 
III - corrigir erro material.
Parágrafo único. Considera-se omissa a decisão que:
 I - deixe de se manifestar sobre tese firmada em julgamento de casos repetitivos ou em incidente de assunção de competência aplicável ao caso sob julgamento; 
II - incorra em qualquer das condutas descritas no art. 489, § 1o .
Art. 489. São elementos essenciais da sentença:
I - o relatório, que conterá os nomes das partes, a identificação do caso, com a suma do pedido e da contestação, e o registro das principais ocorrências havidas no andamento do processo; 
II - os fundamentos, em que o juiz analisará as questões de fato e de direito; 
III - o dispositivo, em que o juiz resolverá as questões principais que as partes lhe submeterem.
§ 1o Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja ela interlocutória, sentença ou acórdão, que: 
I - se limitar à indicação, à reprodução ou à paráfrase de ato normativo, sem explicar sua relação com a causa ou a questão decidida; 
II - empregar conceitos jurídicos indeterminados, sem explicar o motivo concreto de sua incidência no caso; 
III - invocar motivos que se prestariam a justificar qualquer outra decisão;
IV - não enfrentar todos os argumentos deduzidos no processo capazes de, em tese, infirmar a conclusão adotada pelo julgador; 
V - se limitar a invocar precedente ou enunciado de súmula, sem identificar seus fundamentos determinantes nem demonstrar que o caso sob julgamento se ajusta àqueles fundamentos;
VI - deixar de seguir enunciado de súmula, jurisprudência ou precedente invocado pela parte, sem demonstrar a existência de distinção no caso em julgamento ou a superação do entendimento. 
§ 2o No caso de colisão entre normas, o juiz deve justificar o objeto e os critérios gerais da ponderação efetuada, enunciando as razões que autorizam a interferência na norma afastada e as premissas fáticas que fundamentam a conclusão. 
§ 3o A decisão judicial deve ser interpretada a partir da conjugação de todos os seus elementos e em conformidade com o princípio da boa-fé.
Art. 1.023. Os embargos serão opostos, no prazo de 5 (cinco) dias, em petição dirigida ao juiz, com indicação do erro, obscuridade, contradição ou omissão, e não se sujeitam a preparo. 
§ 1o Aplica-se aos embargos de declaração o art. 229. (Litisconsortes com procuradores diferentes)
§ 2o O juiz intimará o embargado para, querendo, manifestar-se, no prazo de 5 (cinco) dias, sobre os embargos opostos, caso seu eventual acolhimento implique a modificação da decisão embargada.
Obscuridade é quando o julgador não deixou claro aquilo que ele quis dizer. Neste caso se utiliza dos embargos de declaração pala esclarecer a decisão judicial, para que o juiz julgue com outras palavras o que já havia sido dito. No caso de obscuridade, a decisão já tomada não será modificada, e por isso não há necessidade de haver contraditório, ou seja, o julgador pode julgar os embargos sem a necessidade de ouvir a parte contraria. E isso porque não há possibilidade da parte contraria ser prejudicada.
Omissão é quando o julgador não se pronuncia por um ponto ou questão especifica alegada pela parte. Então para suprir o vício	 da omissão, a parte interpõe embargos de declaração para que o juiz se pronuncie sobre aquela matéria. Se antes o juiz tiver sido omisso, após os embargos ele irá sanar a omissão, se o recurso for conhecido e aceito. Neste caso, há possibilidade de alteração da decisão judicial, e por isso é necessário que haja o contraditório, por isso o juiz antes de julgar os embargos ira intimar a parte contraria para as contrarrazões. Neste caso os embargos terão finalidade infringente.
Contradição é quando a decisão judicial trouxer proposições inconciliáveis. Em decisões judiciais que tiverem duas ou mais assertivas contrárias, que necessariamente se excluam, o julgador deve escolher uma, e se optarem por aquela ou por aquelas que não se coadunem com a conclusão da peça, esta terá sido substancialmente alterada. Caso esteja a fundamentação em discordância com a conclusão, uma das duas terá de ser refeita, de modo que esta passe a ser a simples e lógica decorrência daquela. Dessa forma, em caso de contradição, os embargos declaratórios poderão ter efeitos infringentes, visto que um dos pontos contraditórios entre si terá de prevalecer sobre o outro e poderá eventualmente modificar o dispositivo da sentença.
Erro de Fato é o mesmo que erro material. É o erro que o próprio juiz pode corrigir de oficio. Digito errado, nome errado da parte, etc.
Embargos com fins Infringentes
Todas as vezes que os embargos de declaração puderem modificar a decisão judicial, eles são chamados embargos de declaração com fins infringentes ou modificativos.
Sempre que a decisão faltar fundamentação ela será nula, e para evitar esta nulidade, a parte maneja embargos de declaração. Porém o juiz pode rejeitar os embargos, aí a parte pode manejar outro recurso pedindo a nulidade da decisão por falta de fundamentação. Neste caso, se a causa estiver madura, o próprio tribunal não precisa anular a decisão, pode dar a decisão com sua determinada fundamentação.
Art. 1.024. O juiz julgará os embargos em 5 (cinco) dias. 
§ 2o Quando os embargos de declaração forem opostos contra decisão de relator ou outra decisão unipessoal proferida em tribunal, o órgão prolator da decisão embargada decidi-los-á monocraticamente. 
§ 3o O órgão julgador conhecerá dos embargos de declaração como agravo interno se entender ser este o recurso cabível, desde que determine previamente a intimação do recorrente para, no prazo de 5 (cinco) dias, complementar as razões recursais, de modo a ajustá-las às exigências do art. 1.021, § 1o. 
§ 4o Caso o acolhimento dos embargos de declaração implique modificação da decisão embargada, o embargado que já tiver interposto outro recurso contra a decisão originária tem o direito de complementar ou alterar suas razões, nos exatos limites da modificação, no prazo de 15 (quinze) dias, contado da intimação da decisão dos embargos de declaração. 
§ 5o Se os embargos de declaração forem rejeitados ou não alterarem a conclusão do julgamento anterior, o recurso interposto pela outra parte antes da publicação do julgamento dos embargos de declaração será processado e julgado independentemente de ratificação.
Atualmente é comum que a parte maneje embargos contra decisão monocrática do relator, porém sem alegar nenhum dos vícios do art. 1.022, desta forma o relator pode aplicar o princípio da fungibilidade e conhece os embargos como se fosse agravo interno.
Segundo o princípio da consumação ou complementariedade, não é possível complementar o ato que já tenha sido feito, porem se houver o julgamento dos embargos, e a decisão foi modificada, é possível complementar as razoes do recurso, desde que dentro dos limites do recurso.
Os embargos de declaração, podem ter finalidade prequestionatória. Todas as vezes que a parte precisar manejar recurso excepcional, é necessário que a matéria objeto do recurso esteja prequestionada, ou seja, ela já teria sido decidida pelos tribunais estaduais, tem que estar constante no acórdão. Se a matéria não estiver constante do acórdão, não será possível manejar recurso especial ou extraordinário, porque faltará o requisito prequestionamento.
Se o acórdão não faz menção aquela matéria, ela não está prequestionada, e desta forma o acórdão foi omisso, e para sanar este vicio da omissão, se maneja embargos de declaração. Porem se maneja embargos com a finalidade específica de que o acórdão se manifeste sobre aquela matéria que será objeto de recurso especial ou extraordinário, que o acórdão prequestione a matéria.
Art. 1.025. Consideram-se incluídos no acórdão os elementos que o embargante

Outros materiais