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Universidade Federal do Pará – UFPA Instituto de Ciências Biológicas – ICB Módulo de Moléculas Células Gênese e Níveis de Organização – MCGNO Laboratório de Anatomia Articulações • Classificações das articulações - Estruturalmente, com base nas características anatômicas (presença ou ausência de um espaço entre os ossos da articulação – cavidade articular / sinovial): o Articulações fibrosas: Não existe cavidade articular e os ossos são unidos por tecido conjuntivo denso não modelado, rico em fibras colágenas; o Articulações cartilagíneas: Não existe cavidade articular e os ossos são unidos por cartilagem; o Articulações sinoviais: Os ossos que formam a articulação têm um cavidade articular (sinovial) e são unidos por tecido conjuntivo denso não modelado de uma cápsula articular e, frequentemente, por ligamentos acessórios. - Funcionalmente, com base no grau de movimento que permitem: o Sinartrose: Articulação fixa; o Anfiartrose: Articulação pouco móvel; o Diartrose: Articulação com liberdade de movimentos → Todas as diartroses são articulações sinoviais. Articulações fibrosas • Não possuem cavidade articular (sinovial) e os ossos são unidos, muito compactamente, por tecido conjuntivo denso não modelado. • Permitem pouco ou nenhum movimento. • Classificam-se em: o Suturas: Ocorrem apenas entre os ossos do crânio. Fina camada de tecido conjuntivo denso não modelado. As bordas irregulares interligadas das suturas conferem resistência adicional e diminuem as chances de fratura. Classificada funcionalmente como sinartrose (fixa). Ex: Sutura coronal, sagital, escamosa, internasal, intermaxilar, etc. o Sindesmoses: Há uma distância maior entre as faces da articulação e há mais tecido conjuntivo denso não modelado do que em uma sutura. O tec. conj. denso não modelado está normalmente disposto como um feixe (ligamento), e a articulação permite movimento limitado (anfiartrose) ou nenhum movimento (sinartrose). Ex: Sindesmose tibiofibular (anfiartrose); gonfose – “sindesmose dentoalveolar” (sinartrose). o Membranas interósseas: Lâmina substancial de tecido conjuntivo denso não modelado que une os ossos longos adjacentes e permite pouco movimento (anfiartrose). Há duas membranas interósseas (sindesmoses) principais no corpo humano: rádio-ulnar e tíbio-fibular. Articulações cartilagíneas • Não possui cavidade articular (sinovial) e permite pouco ou nenhum movimento. • Os ossos da articulação são firmemente unidos por cartilagem hialina ou por fibrocartilagem. • Classificam-se em: o Sincondroses: Material de conexão é a cartilagem hialina. Funcionalmente é uma sinartrose. Pode tornar-se uma sinostose (osso substitui a cartilagem hialina) ou uma articulação óssea. Ex: Cartilagem epifisial (une a epífise e a diáfise de um osso em crescimento); Articulação entre a primeira costela e o manúbrio do esterno (as outras articulações esternocostais são articulações sinoviais planas). o Sínfises: Extremidades dos ossos da articulação são recobertas por cartilagem hialina, mas um disco plano largo de fibrocartilagem une os ossos. Todas as sínfises ocorrem na linha mediana do corpo. É funcionalmente uma anfiartrose (pouco móvel). Ex: Sínfise púbica (entre as faces anteriores dos ossos do quadril); manúbrio-esternal; xifoesternal; discos intervertebrais (uma parte do disco é composta por fibrocartilagem)., Articulações Sinoviais - Estrutura: • Presença de um espaço chamado cavidade articular (sinovial) entre os ossos da articulação, • Como a cavidade articular permite que uma articulação execute movimentos com ampla liberdade, todas as articulações sinoviais são classificadas funcionalmente como diartroses. • Os ossos em uma articulação sinovial são recobertos por uma lâmina de cartilagem hialina, chamada de cartilagem articular. A cartilagem recobre as faces articulares dos ossos com uma superfície escorregadia e lisa, mas não une os ossos. • A cartilagem articular reduz o atrito entre os ossos na articulação durante o movimento e ajuda a absorver os impactos. • Cápsula Articular: o Uma cápsula articular, semelhante a um manguito, envolve uma articulação sinovial, circunda a cavidade articular e une os ossos da articulação. o Composta por 2 camadas: cápsula fibrosa externa e membrana sinovial interna. o A cápsula fibrosa consiste em tecido conjuntivo denso não modelado que se fixa ao periósteo dos ossos da articulação. Flexibilidade – Permite considerável movimento na articulação; Resistência à tração – Ajuda a evitar deslocamento dos ossos. Ligamentos – Feixes de fibras de algumas cápsulas fibrosas dispostos em paralelos (tec. conj. denso modelado) que são muito bem adaptados para resistir a trações (um dos principais fatores mecânicos que mantêm os ossos firmemente unidos em uma articulação sinovial). o A membrana sinovial é composta por tecido conjuntivo areolar com fibras elásticas. Em muitas articulações sinoviais, a membrana sinovial apresenta acúmulos de tecido adiposo chamados de corpos adiposos articulares (p. ex. o corpo adiposo infrapatelar no joelho). • Líquido Sinovial: o Secretado pela membrana sinovial. o Consiste em ácido hialurônico e em líquido intersticial filtrado do plasma sanguíneo. o Funções: Redução do atrito (lubrificação da articulação), absorção de impactos e o fornecimento de oxigênio e nutrientes para os condrócitos dentro da cartilagem articular, assim como a remoção de dióxido de carbono e resíduos produzidos pelos condrócitos (cartilagem é um tecido avascular), contém células fagocíticas que removem micróbios e fragmentos resultantes do desgaste normal da articulação; o Aquecimento antes do exercício: estimulação da produção e secreção do líquido sinovial → ↑líquido ↓tensão sobre as articulações durante o exercício. • Ligamentos acessórios e Discos Articulares: o Muitas articulações sinoviais também contêm ligamentos acessórios: ligamentos extracapsulares e ligamentos intracapsulares. o Ligamentos extracapsulares: Fora da cápsula articular. Ex.: Ligamentos colaterais fibular e tibial da articulação do joelho. o Ligamentos intracapsulares: Dentro da cápsula articular, mas mantidos fora da cavidade sinovial pelas pregas da membrana sinovial. Ex.: Ligamentos cruzados anterior e posterior. o No interior de algumas articulações sinoviais, como na do joelho, corpos adiposos de fibrocartilagem se situam entre as faces articulares dos ossos e são presos à cápsula fibrosa – discos articulares ou meniscos – subdividem a cavidade sinovial em 2 espaços e permite que movimentos separados ocorram em cada espaço; ajudam a manter a estabilidade da articulação e a direcionar o fluxo de líquido sinovial para as áreas de maior atrito. - Bolsas: • Estruturas saciformes situadas estrategicamente para reduzir o atrito em algumas articulações, como nas articulações do ombro e do joelho. • Não são exatamente partes das articulações sinoviais, porém, assemelham-se às cápsulas articulares porque suas paredes consistem em tecido conjuntivo revestido por membrana sinovial. • Também são preenchidas por líquido, semelhante ao líquido sinovial. • Localizadas entre a pele e os ossos, tendões e ossos, músculos e ossos, e ligamentos e ossos. - Bainhas Tendíneas: • Também reduzem o atrito nas articulações. • Bolsas tubulares envolvendo os tendões que sofrem atrito considerável. • Locais em que os tendões passam pelas cavidades articulares (sinoviais), como o tendão do músculos bíceps braquialna articulação do ombro. • Também são encontradas no punho e no tornozelo, nos quais muitos tendões se juntam em um espaço confinado, e nos dedos das mãos e dos pés, nos quais há muito movimento. Tipos de articulações sinoviais • Articulações Planas: o Faces articulares achatadas ou pouco encurvadas; o Permitem, fundamentalmente, movimentos laterais e para a frente e para trás entre as faces planas dos ossos; o Não-axiais; o Ex.: Articulações intercarpais, intertarsais, esternoclaviculares, acromioclaviculares, esternocostais (do 2º ao 7º par de costelas) e articulações costovertebrais. • Articulação Gínglimo: o A face convexa de um osso encaixa-se na face côncava de outro osso; o Movimento angular, de abrir e fechar (dobradiças); o Monoaxiais/Uniaxiais; o Ex.: Articulações do joelho (gínglimo modificado), do cotovelo, talocrural e interfalângicas. • Articulações Trocóideas: o Face pontiaguda ou arredondada de um osso articula-se com um anel formado parcialmente por outro osso e parcialmente por um ligamento. o Monoaxial. o Ex.: Articulação atlantoaxial, articulação radiulnar. • Articulações Elipsóideas: o Projeção oval convexa de um osso se encaixa na depressão oval de outro osso. o Biaxial (flexão-extensão e abdução-adução). o Ex.: Articulações metatarsofalângicas (2º ao 5º dedos) e radiocarpal. • Articulações Selares: o Face articular de um osso tem o formato de sela e a face articular do outro osso se encaixa na “sela”, como um “cavaleiro sentado”. o É uma articulação elipsóidea modificada, na qual o movimento é mais livre. o Triaxiais (flexão-extensão; abdução-adução e rotação). o Ex.: Articulação carpometacarpal (entre o trapézio do carpo e o osso metacarpal do polegar). • Articulações Esferóideas: o Face esferóidea de um osso se encaixando na depressão caliciforme de outro osso. o Triaxiais (flexão-extensão; abdução-adução e rotação). o Ex.: Ombro (cabeça do úmero na cavidade glenoidal da escápula) e quadril (cabeça do fêmur no acetábulo do osso do quadril). Fatores que afetam o contato e a amplitude do movimento nas articulações sinoviais • Forma ou estrutura dos ossos da articulação (determinam o grau de precisão do encaixe); • Resistência e tensão dos ligamentos da articulação; • Disposição e tensão dos músculos; • Contato de partes moles; • Hormônios; • Desuso. Articulação Temporomandibular (ATM) • Combinação de articulação gínglimo e articulação plana. • Formada pelo processo condilar da mandíbula e pela fossa mandibular e pelo tubérculo articular do temporal. • Única articulação móvel entre os ossos do crânio (com exceção dos ossículos da audição). • Componentes anatômicos: o Disco articular: Disco de fibrocartilagem que separa a cavidade articular em compartimentos superior e inferior, cada um com uma membrana sinovial; o Cápsula articular: Envoltório razoavelmente frouxo e fino em torno da circunferência da articulação; o Ligamento lateral: 2 faixas curtas, na face lateral da cápsula articular, que se estendem inferoposteriormente da margem inferior e do tubérculo do processo zigomático do temporal até as faces lateral e posterior do colo da mandíbula. O ligamento lateral é recoberto pela glândula parótida e ajuda a impedir o deslocamento excessivo da mandíbula. o Ligamento esfenomandibular: Faixa fina estendendo-se inferoanteriormente da espinha do esfenoide até o ramo da mandíbula. Não contribui significativamente para a resistência da articulação. o Ligamento estilomandibular: Faixa espessa da fáscia cervical que se estende do processo estiloide do temporal até a margem ínferoposterior do ramo da mandíbula. Este ligamento separa a glândula parótida da glândula submandibular e limita os movimentos da mandíbula na ATM. • Movimentos: Na ATM, apenas a mandíbula se move, porque o temporal está firmemente ancorado a outros ossos do crânio pelas suturas. Consequentemente, a mandíbula pode atuar no abaixamento e na elevação que ocorrem no compartimento inferior e na prostração, na retração, no deslocamento lateral e na rotação leve que ocorrem no compartimento superior.
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