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Paper - A ESCOLA METÓDICA E OS NOVOS MÉTODOS HISTORIOGRÁFICOS

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO- UEMA
CENTRO DE ESTUDOS SUPERIORES DE CAXIAS- CESC
DEPARTAMENTO DE HISTÓRIA E GEOGRAFIA
CURSO: HISTÓRIA
DISCIPLINA: TEORIA DA HISTÓRIA
A ESCOLA METÓDICA E OS NOVOS MÉTODOS HISTORIOGRÁFICOS
Natália Cristina Arcanjo Santos 
CAXIAS-MA
2016
RESUMO
Este paper tem como objetivo conduzir uma discussão inicial acerca da noção sobre a Escola Metódica através de estudos historiográficos. Analisa os métodos históricos empregados por metodistas do século XIX, fazendo uma ampla abordagem em torno desse novo método de pesquisa, analisa todo o conjunto social da época, o conceito de história, os métodos de pesquisa empregados, a inclusão dessa nova história no âmbito acadêmico, o distanciamento da história tradicional e o declínio da escola metódica, enquanto ciência, como verdade absoluta. 
Palavras chaves: Escola Metódica. Historiográficos. História Tradicional. 
1 INTRODUÇÃO
Ao analisar as escolas históricas, é possível conhecer a Escola Metódica, ou como era frequentemente chamada Positivista, que teve Ch.- V Langlois e Ch. Seigmonobs como seus principais precursores. É a escola responsável por organizar o método de pesquisa da história, baseada em investigações científicas, se distanciando cada vez mais de especulações filosóficas para, assim, garantir uma objetividade absoluta da história.
O objetivo desse paper é fazer uma breve análise acerca do desenvolvimento dos métodos de pesquisa da história, enfatizando os métodos que foram utilizados para se chegar a esses resultados, sendo que a história passa por um processo de cientificação em busca de uma verdade universal e absoluta. A temática traz questionamentos ao método de pesquisa histórica, desenvolvida pelos metodistas do século XIX, pois era uma história seca, em que o único papel do historiador era a verificação dos documentos e a transcrição cronológica dos fatos. 
A Escola Metódica tinha a pretensão de tornar a história uma ciência metodologicamente rigorosa, tendo como modelo as ciências naturais, esse método de pesquisa, até então, conseguiu abranger o que era necessário, mas, com o passar do tempo, foram surgindo questionamentos se de fato esse método positivista de ciência, como verdade absoluta, era o melhor caminho a se seguir. 
A observação crítica da história que desde a antiguidade era escrita com uma forte presença literária passou a ser remodelada e estruturada através de pesquisas científicas e através de métodos de pesquisa cada vez mais precisos. A escola metódica, enquanto corrente de pensamento, impõe sua visão objetiva, critica e direta sobre a história tradicional, e acaba fundando simultaneamente uma disciplina científica com um discurso ideológico e revolucionário. 
Assim, esse estudo tem como propósito discutir sobre o desenvolvimento dessa nova historiografia e os métodos de pesquisas utilizados. 
2 HISTÓRIA CIENTÍFICA 
A história era estudada através de pesquisas históricas e da visão do historiador, constituía uma história humanizada e que narrava apenas à história dos políticos e grandes heróis, com uma forte presença da literatura. Essa era considerada a história tradicional. 
Procurando estabelecer bases do método de pesquisa na história através de investigação científica, se afastando de qualquer especulação filosófica e usando a objetividade absoluta, como principal ferramenta de domínio da história, surge a Escola Metódica, com a certeza de atingir seus resultados através da aplicação de técnicas rigorosas, com uma analise detalhada dos inventários de fontes. 
A escola metódica surgiu em um período de crise das ciências humanas, passando a ser a única ciência válida, pois trabalhava com a investigação científica e não possuía teoria humanista. A história que até então era escrita de forma literária, onde a fantasia estava sempre presente, se afasta de todos esses conceitos e passa a obter outros métodos de estudo e análise. Passa a ser utilizados documentos oficiais para um estudo aprofundado da história, já que possuíam uma validade científica, tendo uma estrutura diplomática e militar, garantindo, assim, uma veracidade dos fatos, chegando à cientificação da história. Esse novo método de fazer história passou a ser visto como um grande avanço para a modernidade, como conseqüência, acabou se distanciando de todas as correntes filosóficas para se atingir essa verdade absoluta.
Modernidade quer dizer que o homem desenvolveu a capacidade de organizar a vida humana conforme conhecimentos e descobertas devidas à racionalidade e à pesquisa científica. Essa capacidade foi combinada com a promessa de erigir por via da racionalização o império do homem (regnum hominis). Corre que entrementes estamos vivenciando um fenômeno oposto. Temos a sensação de estar perdendo progressivamente as fontes do sentido e da significância de nossa própria vida. As fontes do sentido e do significado na vida cultural estão secando (RÜSEN, 1997, p. 82).
A Revista Histórica (1876) é o ponto final de uma tradição humanista, sendo responsável pela elaboração de pesquisas e pela publicação. Tendo como principal função promover inovações de pesquisas, abrangendo todas as análises históricas, que, até então não tinha seu devido reconhecimento, desliza ao longo dos anos de um feroz nacionalismo para um sensato pacifismo, sendo assim um poderoso aliado para o desenvolvimento desse novo método de pesquisa historiográfico. 
3 HISTÓRIA E HISTORIADOR NA ESCOLA METÓDICA
O conceito de história na escola metódica é de uma história concreta e objetiva, tendo como única e principal função a análise e transcrição de uma história absoluta. Esse novo método de se fazer história traz como principal colaboradora a ciência positiva que é algo irrefutável e com uma exatidão precisa, podendo assim atingir a objetividade e conhecer a verdadeira história.
O Historiador, através de suas pesquisas, registra o fato de maneira passiva, pois sua principal tarefa consiste em reunir um número significativo de dados e se certificar que se trata de um documento seguro e, a partir daí, iniciar sua pesquisa e fazer o registro histórico, deixando de lado toda e qualquer especulação filosófica. Os historiadores da escola metódica participam da reforma do ensino superior, ocupam cátedras em novas universidades e formulam programas. Estão à frente da elaboração de grandes coleções que são destinados, tanto a alunos dos colégios secundários, como das escolas primárias. A figura do historiador sofre um processo de reformulação e passa a ser um tipo específico de profissional e intelectual, que toma para si o cargo da pesquisa historiográfica, que um dia fora realizada por eruditos com interesses mais diversificados.
Todos aqueles que se entregam á investigação cientifica são solidários uns com os outros; trabalham para a mesma obra, executam partes diversas de um mesmo plano, tendem para o mesmo objetivo. É útil, é indispensável que sintam unidos todos juntos e que os seus esforços sejam coordenados para serem mais fortes. (MANIFESTO, p.321)
Os adeptos da escola metódica partiam dos princípios de Leopolde Von Ranke (1795-1886), que exerceu um papel importante na formulação da estrutura dos aportes teóricos que possibilitaram fornecer um caráter científico à história por meio da teoria positivista. O historicismo de Ranke promovia a ideia de que era possível se resgatar o passado em sua totalidade, se o historiador agisse com total imparcialidade e objetividade na reprodução dos fatos históricos, dando o devido valor aos documentos oficiais para assim se produzir uma “história verdadeira”
 A história deveria ser transcrita por um historiador com mente neutra, pois qualquer interferência de caráter pessoal alteraria o valor da pesquisa e o sentido da verdade própria dos fatos, modificando a própria história. Os historiadores sempre estavam em uma busca incessante de fatos históricos e sua comprovação empírica para obter a totalidade sobre os fatos e não deixarnenhuma margem de dúvida no que se refere à sua compreensão, caso contrário esta se tornaria uma ciência falha e totalmente fora de seu caráter científico, e, portanto desprovida de valor e validade.
4 MÉTODO HISTÓRICO 
O método histórico também pode ser chamado de método crítico, pois faz uma análise minuciosa acerca dos fatos e dos acontecimentos históricos. Para um conhecimento a ser investigado epistemologicamente, ele deve ser circunscrito em uma lógica que o analisa em suas múltiplas condições de acontecimento (PIAGET, 1980). 
O Método Científico é o ponto de partida para o estabelecimento na montagem dos grandes arquivos com uma análise crítica das fontes. Esse método refere-se a um aglomerado de regras básicas dos procedimentos de reprodução do conhecimento cientifico, consiste em juntar evidências empíricas baseada na observação sistemática e controladas - geralmente obtidas por meio de pesquisa de campo- e analisá-las, a partir desse princípio lógico. Para muitos autores o método científico nada mais é que a lógica aplicada à ciência.
Segundo Ch.- V Langlois e Ch. Seigmonobs é preciso efetuar: 1) a análise do conteúdo do autor e a crítica passiva de interpretação para se certificar do que o autor quis dizer; 2) a análise das condições em que a obra é produzida e a crítica negativa necessária para controlar as afirmações do autor. As ferramentas de pesquisa possuem duas operações para a construção do conhecimento: análise e a síntese. Entre essas duas operações quatro se destacam, são elas a heurística, a crítica interna e externa, e a hermenêutica.
O primeiro processo é a heurística, que é a operação pela qual se procede a recolha das fontes de informação necessárias à análise histórica. Todo o material recolhido é verificado, analisado e destrinchado dentre os estudiosos para só então passar a ser reconhecido e utilizado como uma fonte segura. 
Analisando o método interno e externo de pesquisa, verifica-se que ambos estão vinculados a setores sociais que buscam soluções e a produção de conhecimento. O Método interno faz uma análise ao interior da própria ciência em questão, de como a ciência consegue abranger as formas de conhecimento sem impor questionamentos sobre dos fatos, mais obtendo total exatidão em suas fontes. Em contrapartida, o método Externo faz a análise da vinculação da ciência partindo do contexto sócio-histórico, sendo que a história é um campo amplo e repleto de questionamentos e inquietações, que até então haviam sendo explicada através do campo filosófico e que com esse processo de cientificação a história se tornou concreta e absoluta. 
A hermenêutica impõe frequentemente o recurso a um estudo linguístico a fim de determinar o valor das palavras ou das frases. Assim como nas obras redigidas em latim o significado dos termos podem variar segundo as épocas. A hermenêutica obriga a interrogar-se sobre as intenções das pessoas que produzem os documentos. 
Se tratando dessa questão de forma mais objetiva, não se trata de descobrir novas respostas para questões que já se estavam habituadas de trabalhar, mas sim, descobrir novas questões que permitam formular os problemas de um modo diferente, o que muda o quadro epistêmico de um conhecimento.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
O propósito deste trabalho foi o de apresentar um novo modo de se estudar história no século XIX a partir dos estudos realizados pela Escola Metódica. A inquietação em busca por um novo método de se adquirir conhecimento levou os pesquisadores a criarem um novo método de pesquisa da história se espelhando nas ciências naturais, tendo como finalidade se obter uma verdade irrefutável acerca de estudos históricos, e consolidando a história como ciência.
O Historiador passa por uma readaptação no seu modo de agir diante das fontes, pois até então as opiniões particulares influenciavam sempre numa determinada proporção que fugia um pouco da temática abordada. Já o historiador metódico não pode problematizar seu objeto de pesquisa, se tornando impedido de construir hipóteses e de reinterpretar os resultados adquiridos através de suas pesquisas, pois o trabalho tem que ser objetivo e definitivo. Deste modo se construiria uma representação mais verdadeira do passado, sendo necessário voltar sempre às fontes.
Essa nova historiografia possibilitou uma nova visão sobre a história, trouxe uma objetividade tendo a ciência como fator determinante no desenvolvimento da razão, deixando de lado todo o plano filosófico, desprezando os acontecimentos singulares e em busca de um rigoroso empirismo. 
O pensamento histórico é uma actividade da imaginação... Tende-se para reconstituir o passado em relação ao presente... Em matéria de história, nenhuma aquisição é definitiva. Um testemunho, válido num dado momento, deixa de o ser assim que se modificam os métodos e, assim que mudam as competências dos historiadores (A Idéia de História, 1946, pp.247-248). 
As mudanças que se sucedem com o passar do tempo abre um leque de métodos que possibilita uma reformulação do que já se conhece. O conhecimento sempre está em um constante processo de transformação. 
REFERÊNCIAS 
BOURDÉ, G.; MARTIN, H. A escola metódica. In: ______ As escolas históricas. Lisboa: Publicações Europa-América, s/d, pp. 97-118.
RÜSEN, Jörn. A História Entre a Modernidade e a Pós-modernidade. História: questões e debates, Curitiba, v. 14, n. 26/27, p. 80-101, jan./dez. 1997.

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