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MATÉRIA PENAL IV - AULAS 1 A 6

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AULA 3 - 12/09 (CONTINUAÇÃO)
Corrupção passiva é o crime do funcionário público, ele pode solicitar diretamente ou terceira pessoa pode solicitar para ele (indiretamente).
Desacato (art. 331)
É a ofensa proferida contra funcionário público, que exige a presença deste, podendo se dar de duas formas:
Estando o funcionário público no exercício da função;
O funcionário público está fora do exercício da função mas nesse caso a ofensa tem que ter relação com a função exercida.
AULA 4 – 12/09
Tráfico de influência (art 332)
O particular solicita, exige, cobra ou obtém vantagem sob o pretexto de influir na conduta de um funcionário público, a doutrina chama esse crime de venda de fumaça porque o sujeito ativo vende um influência que não tem. A pena será aumentada (art 332 §Ú – CP) se o sujeito ativo alega ou insinua que a vantagem também é para o funcionário público. É uma espécie de estelionato.
 OBS: O art 357 do CP trata o crime de exploração de prestígio que está no capítulo Crimes contra a Administração da Justiça e o modo de agir do agente é o mesmo do tráfico de influência, ou seja, o sujeito ativo vende um prestígio que não possui, a diferença está nas pessoas em que o particular diz que vai influir se for juiz, jurado, membro do Ministério Público, funcionário da justiça, perito, tradutor, intérprete ou testemunha o crime será de Exploração de Prestígio.
Corrupção Ativa (art 333)
É a conduta o particular que oferece ou promete vantagem indevida ao funcionário público. O particular que apenas cede a solicitação do funcionário público não comete o art 333 do CP por falta de previsão legal. 
A corrupção ativa pode ser:
Própria quando o particular oferece ou promete vantagem indevida para que o funcionário público pratique um ato ilegal. 
Ex: coronel da PM reformado oferece dinheiro para não prendê-lo em flagrante quando praticava ato sexual com criança.
Imprópria o particular oferece ou promete vantagem indevida para que o funcionário público pratique um ato legal.
Ex: a ex mulher oferece um dinheiro a oficial de justiça para prender seu ex marido que tinha mandato de prisão.
A corrupção ativa só pode ser antecedente, ou seja, o oferecimento ou promessa feita pelo particular ao funcionário público tem que ser anterior a prática do ato. 
Vamos supor que, um oficial de justiça cumpra um mandato de penhora e depois o advogado lhe dê um dinheiro por isso. o advogado não comete corrupção ativa porque a redação do art 333 do CP exige que seja o oferecimento ou a promessa de vantagem que leve o funcionário público a praticar o ato, logo não existe crime de corrupção ativa subsequente.
Art 334-A - Contrando
CASO CONCRETO 3
Ele também deveria ser atuado em flagrante pelo crime de resistência (art 329) porque se opôs a execução de um ato legal praticado por funcionário público competente usando de grave ameaça.
Objetiva:
C
CASO CONCRETO 4
O crime praticado contra o patrimônio é de estelionato previsto no art 171 CP e contra a administração pública o crime de corrupção ativa art 333 CP que consumou no momento do oferecimento da vantagem indevida aos policiais.
Objetiva:
B
AULA 5 – 12/09/16
CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO DA JUSTIÇA
Denunciação Caluniosa (art 339)
É o crime de calúnia com um ‘’plus’’ porque o agente não se contenta em macular a honra da vítima imputando-lhe falsamente a prática de um crime, ele vai além dando causa a uma investigação policial, processo judicial ou administrativo imputando alguém a prática de um crime ou contravenção penal que o sabe inocente.
A pena será aumentada de sexta parta se o agente se serve de anonimato ou de nome falso.
Comunicação falsa de crime ou de contravenção (art 340)
Provocar a ação de autoridades públicas comunicando a ocorrência de um crime ou contravenção penal que sabe não ter ocorrido.
Autoacusação falsa (Art 341)
O agente se acusa perante a autoridade de um crime inexistente ou praticado por outra pessoa.
26/09/2016
AULA 6
CRIMES HEDIONDOS
ANOTAÇÃO: pode haver homicídio qualificado e privilegiado ao mesmo tempo será hediondo? 
Segundo o entendimento do STF não é hediondo por analogia ao art 67 CP deve ser considerado preponderante a motivação do crime como ela está no privilégio o homicídio qualificado e privilegiado ao mesmo tempo não é hediondo.
Inciso I-A: É lesão corporal gravíssima ou seguida de morte (art 129, §2° e §3°) quando praticado contra integrante das forças armadas, das polícias, corpo de bombeiros, integrantes do sistema prisional ou da força nacional de segurança em decorrência da função (no exercício ou fora da função) ou algum de seus parentes conforme o art 1°, I-A da lei de crimes hediondos.
Inciso II - ROUBO SEGUIDO DE MORTE (art 157, §3° parte final CP ; Latrocínio): O latrocínio que é um crime complexo pode se dar com culpa ou dolo no resultado morte. 
Conforme SÚMULA 603 – STF a competência para processar e julgar o latrocínio não é do Tribunal do Júri e sim do Juíz Singular porque ele está inserido nos crimes contra o patrimônio, e a competência do tribunal do júri é para os crimes dolosos contra a vida.
Na hipótese em que o agente consiga êxito na subtração dos bens da vítima, tente matá-la e não consiga a hipótese será de latrocínio tentado. Já na hipótese em que o agente tente subtrair os bens da vítima sem êxito mas ocasione sua morte a hipótese será de latrocínio consumado, SÚMULA 610 – STF.
Só haverá latrocínio se a morte decorrer da violência física empregada no roubo porque se decorrer da grave ameaça haverá roubo em concurso com o homicídio culposo ou doloso conforme o caso (Roubo não é crime hediondo, só é hediondo se houver morte na forma consumada ou tentada).
Inciso III - Extorsão qualificada pela morte (art. 158 CP): o roubo se diferencia da extorsão porque neste último o comportamento da vítima é imprescindível para que o agente obtenha êxito na empreitada criminosa (cartão de crédito – senha – banco).
Em 2009 o legislador criou um §3° ao art 158 CP que é uma forma qualificada que é a extorsão com restrição a liberdade da vítima e na parte final desse parágrafo criou a extorsão com restrição da liberdade da vítima seguida de morte com a maior pena do Cód. Penal – 25 à 30 anos.
PERGUNTA: A extorsão com restrição da liberdade da vítima seguida de morte que está no art 158 §3° CP parte final é crime hediondo?
1° CORRENTE: é pois muito embora o art 1° da Lei 1.072/90, inc. III só mencione o art 158 §2° CP deve ser feita uma interpretação extensiva para alcançar também o §3°. (interpretação extensiva: ≠ analogia:)
2° CORRENTE: Não é hediondo pois não se pode fazer analogia para prejudicar o réu e o rol da lei dos crimes hediondos só se refere ao art 158 §2° CP.
Inciso IV - Extorsão mediante sequestro: é crime hediondo tanto na forma simples quanto qualificada.A consumação se dá no momento do sequestro desde que presente a finalidade de obter um valor pelo resgate.
Inciso V - Estupro na forma simples ou qualificada.
Inciso VI – Estupro de vulnerável também na forma simples ou qualificada:
PERGUNTA: A presunção de vulnerabilidade dos menores de 14 anos é absoluta ou relativa?
1° COREENTE: é relativa, ou seja, para configuração do crime o juiz deve verificar a vítima específica se ela tem ou não conhecimento sobre as coisas do sexo, maturidade para consentir, etc.
2° CORRENTE: a presunção é absoluta praticou ato sexual com menor de 14 anos é estupro de vulnerável (opinião majoritária).
OBS: conforme art 225 CP a ação penal no crime de estupro é pública condicionada a representação da vítima, salvo se ela for menor de 18 anos ou pessoa vulnerável (incondicionada – menor 16 anos, vulnerabilidade). No entanto parte da doutrina entende que quando a vulnerabilidade for passageira a ação penal deve ser condicionada a representação. EX: pessoa drogada.
Inciso VII-A – Epidemia com resultado morte (art 267). 
Inciso VII-B – Falsificação de remédio (art 273): é a falsificação de produto destinado a fins medicinais outerapêuticos e conforme art 273 § 1°-A inclui-se outros produtos entre eles os cosméticos e saneante. A doutrina discute acerca da desproporcionalidade da pena desse crime (10 a 15 anos de reclusão) bem como sobre sua inclusão no rol.
Inciso VIII – Favorecimento de prostituição ou qualquer forma de exploração de vulnerável (art 218-B, §1° e §2° CP): menor de 18anos. 
Parágrafo Único – Genocídio Lei 2889/56
IMPLICAÇÕES PENAIS E PROCESSUAIS PENAIS PARA CRIMES HEDIONDOS E EQUIPARADOS (tráfico de drogas, tortura e terrorismo)
Para quem comete crime hediondo e equiparado não cabe (art 2° da lei 8.072/90):
Anistia , graça ou indulto:
Anistia – é concedida pelo congresso nacional, é uma lei penal de efeito retroativo que funciona como esquecimento jurídico apagando todos os efeitos condenatórios em regra cabível para os crimes políticos (causa extintiva da punibilidade – apaga tudo).
Graça – é o perdão individual concedido pelo presidente da república através de decreto e depende de provocação da parte interessada (gera reincidência).
Indulto – é o perdão concedido pelo presidente da república de forma coletiva por questões de política criminal (gera reincidência).
A proibição de anistia e graça feita pelo legislador da lei dos crimes hediondos é uma mera repetição do que a Constituição no art 5°, XLIII já proibia. 
PERGUNTA: A proibição de indulto da lei dos crimes hediondos é Inconstitucional?
Para o STF proibir indulto não fere a Constituição porque quando o legislador constituinte proibiu a graça se referiu ao gênero, perdão do presidente da república que comporta duas espécies: a graça em sentido estrito que é o perdão individual; e o indulto que é o perdão coletivo. 
(OBS:O rol dos crimes hediondos é TAXATIVO)
AV1 – 17/10 às 7:40

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