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Transtornos da Personalidade Definição DSM V: Padrão persistente de uma experiência interna/comportamento que se desvia acentuadamente das expectativas da cultura do indivíduo, é difuso e inflexível, tem início na adolescência ou no início da fase adulta, é estável ao longo do tempo e leva a sofrimento ou prejuízo; • Personalidade? ◦ Conjunto de traços emocionais e comportamentos estáveis e duradouros que caracterizam o indivíduo em sua vida cotidiana (o “jeito de ser”); ◦ Temperamento (biologicamente herdado) + Caráter (aprendido); ◦ Será patológica quando: traços inflexíveis e mal-adaptativos causando prejuízo funcional ou sofrimento subjetivo significativos; GRUPO A GRUPO B GRUPO C excêntricos dramáticos, erráticos, impulsivos ansiosos, medo • Paranoide • Esquizoide • Esquizotípica • Antissocial • Borderline • Histriônica • Narcisista • Evitativa • Dependente • Obsessivo- compulsiva Critérios: A. Padrão de comportamento/experiências internas que se desvia acentuadamente das expectativas culturais em pelo menos duas das seguintes áreas: 1. Cognição; 2. Afetividade; 3. Funcionamento interpessoal; 4. Controle de impulsos; B. O padrão é inflexível e abrange uma faixa ampla de situações pessoais e sociais; C. Sofrimento clinicamente significativo e prejuízo no funcionamento social, profissional ou outras áreas importantes; D. Padrão estável e de longa duração que surge ao fim da adolescência ou no início da vida adulta; E. Não é manifestação ou consequência de um outro transtorno mental; F. Não se pode atribuir esse padrão aos efeitos de uma substância ou condição médica; *Na hora do diagnóstico, levar em consideração questões culturais, socioeconômicas e de gênero (ex: diagnosticar 80% da população carcerária com personalidade antissocial não dá né, super ou subdiagnóstico de personalidade histriônica ou dependente em mulheres); Manejo dos Transtornos: Psicoterapia em todos os casos, e terapia farmacológica pode ser usada no controle dos sintomas: 1. antipsicóticos para os do grupo A; 2. estabilizadores do humor mais para o B por causa da impulsividade e das compulsões; 3. antidepressivos e ansiolíticos mais para os do C devido ao caráter mais depressivo e ansioso (mas pode usar nos outros caso também apresentem depressão/ansiedade); Renata Kestering Santi, UFSM GRUPO A: 1. Transtorno de Personalidade Paranóide • 0,5 – 2,5%, mais H; • Raramente procuram tto, fanáticos, visão simplista (bem x mal); • Padrão de desconfiança e suspeita difusa dos outros, interpretando suas motivações como malévolas; • 4 ou + destes: Suspeitas sem embasamento de ser maltratado, dúvidas injustificáveis acerca da confiabilidade dos outros, medo infundado de que usarão suas informações contra si, percebe significados ocultos em comentários/eventos normais, guarda rancor, reage com raiva ou contra-ataca rapidamente a supostos insultos ao seu caráter (que não seriam normalmente percebidos assim), ciúme excessivo; • Pessoas de difícil convivência, problemas com relacionamento íntimo, labilidade afetiva, forte senso de autonomia, necessidade de manter o controle, rígidos, críticos; • Lembrar, persistente! Não pode ocorrer só durante curso da esquizofrenia, transtorno bipolar ou depressivo psicótico, etc; • Comorbidades: ◦ Pode ser um antecedente pré-morbido de transt. delirante e esquizofrenia (mas não aumenta o risco pra elas); ◦ Aumenta risco para agorafobia e TOC; ◦ Pode evoluir para depressão e abuso de substâncias; 2. Transtorno de Personalidade Esquizóide • 3 – 5% • Distanciamento das relações sociais, expressão das emoções restrita em contextos interpessoais; • Não deseja e não sente prazer em relações íntimas, preferência por atividades solitárias, pouco ou nenhum interesse por atividades sexuais, tem prazer em poucas atividades, sem amigos próximos, aparente indiferença a elogios ou críticas, frieza emocional/embotamento afetivo; • Persistente… Diferenciar também de transtorno do espectro autista; • Comorbidades: ◦ Também pode anteceder esquizofrenia e transt. Delirante; ◦ Podem desenvolver depressão maior (?); ◦ Personalidade esquizotípica, paranóide e evitativa; 3. Transtorno de Personalidade Esquizotípica • 0,6 – 4,6%, HF de esquizofrenia; • Desconforto agudo e capacidade reduzida para relacionamentos íntimos + distorções cognitivas ou da percepção + comportamentos excêntricos; • 5 ou + destes: ideias de referência (excluindo delírios), crenças estranhas ou pensamento mágico inconsistentes com a cultura, experiências perceptivas incomuns, pensamento e discurso estranhos, desconfiança ou ideação paranóide, afeto inadequado ou restrito, comportamento ou aparência excêntricos, ausência de amigos, ansiedade social excessiva; • Também diferenciar com esquizofrenia, bipolar, autismo… • Comorbidades: ◦ Mais de 50% apresenta pelo menos um episódio de depressão maior; GRUPO B: 4. Transtorno de Personalidade Antissocial • 3% homens; 1% mulheres; • Desconsideração e violação dos direitos dos outros; • 3 ou + destes: fracasso em se ajustar às normas sociais, tendência à falsidade e manipulação, impulsividade ou fracasso em fazer planos para o futuro, irritabilidade e agressividade, descaso pela segurança de si e dos outros, irresponsabilidade reiterada, ausência de remorso (indiferença, racionalização); • Diagnóstico só > 18 anos; • Transtorno de conduta < 15 anos; • O padrão de comportamento não é atribuível à esquizofrenia ou bipolaridade; • Falta de empatia, autoapreciação inflada e charme superficial: preditivos de recidiva em prisões e ambiente forenses; • Porém a maioria não chega a desenvolver criminalidade grave (psicopata “típico”); • *Sedutores: falam o que o interlocutor quer ouvir (manipulação); • Dizem que pode se tornar menos evidente ou até mesmo evoluir para remissão ao longo da vida (principalmente na 4ª década), mas isso pode ser devido à alta relação que fazem do transtorno com todo santo cristo que vai preso; 5. Transtorno de Personalidade Borderline • 1,6 – 6% (75% mulheres); • Instabilidade nas relações pessoais, da autoimagem e dos afetos + impulsividade acentuada que surge no início da vida adulta; • 5 ou + destes: esforços desesperados para evitar abandono real ou imaginado, relacionamentos instáveis (idealização x desvalorização), perturbação da identidade, impulsividade em pelo menos duas áreas autodestrutivas (gastos; sexo; abuso de substâncias; direção irresponsável; compulsão alimentar), recorrência de comportamento automutilante ou suicida, instabilidade afetiva (humor hiperreativo), sentimento crônico de vazio, raiva intensa e dificuldade de controlá-la, ideação paranóide transitória ou sintomas dissociativos intensos; • Padrão de sabotagem pessoal, história de abuso, traumas e negligência durante a infância; • Não costumam ser manipulativos e se arrependem de seus atos; • Tendem a alcançar uma estabilidade maior nos relacionamentos durante a vida adulta, diminuindo também o risco de suicídio; • Comorbidades: ◦ Depressão, bipolar; ◦ Abuso de substâncias; ◦ Transtornos alimentares (principalmente bulimia nervosa); ◦ TEPT, TDAH; Esse surge na infância ou início da adolescência (lembrar do Kevin!) 6. Transtorno de Personalidade Histriônica • 2 – 3% (mais em mulheres); • Emocionalidade e busca de atenção em excesso; • 5 ou + destes: desconforto quando não é o centro das atenções, interação sedutora/inadequada/provocativa, mudanças rápidas e emoções superficiais, uso da aparência física como forma de chamar a atenção, discurso impressionista e carente de detalhes, teatralidade/expressões exageradas/autodramatização, sugestionável, considerar as relações mais íntimas do que realmente são; • Dificuldade em alcançar intimidade, “vitimismo”,manipulação e dependência emocional, ações visando satisfação imediata, entediam-se rapidamente; • Comorbidades: ◦ Transtorno de sintomas somáticos, transtorno conversivo; ◦ Depressão maior; 7. Transtorno de Personalidade Narcisista • Grandiosidade (fantasia ou comportamento) + necessidade de admiração + falta de empatia; • 5 ou + destes: sensação grandiosa da própria importância, preocupação com fantasias de sucesso limitado/poder/beleza/amor ideal, acredita ser “especial” e que só pode se relacionar com pessoas e coisas tão “especiais” quanto, demanda admiração excessiva, sentimento de possuir direitos (expectativas irracionais quanto a um tto diferenciado), explorador em relações interpessoais, carece de empatia, sentimento de inveja ou acreditar que os outros o invejam, esnobismo/desdém; • Autoestima vulnerável (sensíveis a críticas), pode tanto ser competitivo (provar seu valor) quanto evitar competições (medo de perder e ferir ainda mais a auestima); • Comorbidades: ◦ Distimia e transtorno depressivo maior; ◦ Transtorno bipolar (hipomania); ◦ Anorexia nervoso, abuso de substâncias; GRUPO C: 8. Transtorno de Personalidade Evitativa • 1 – 10% • Inibição social + sentimento de inadequação + hipersensibilidade à avaliação negativa; • 4 ou + destes: evitação de atividades profissionais que exijam contato interpessoal por medo da crítica, não se dispões a se envolver com pessoas, reservado em relacionamentos íntimos, preocupação com críticas ou rejeição em situações sociais, inibição em situações sociais novas, vê a si mesmo como inferior aos outros, reluta em envolver-se em situações novas ou assumir riscos por medo do constrangimento; • Timidez “patológica”, crianças tímidas são mais predispostas a desenvolver o transtorno; • Comorbidades: ◦ Transtorno depressivo, bipolar e de ansiedade, principalmente fobia social; ◦ Muito comum ocorrer junto com personalidade dependente; 9. Transtorno de Personalidade Dependente • 2,5%, história de dx crônica na infância; • Necessidade excessiva de ser cuidado que leva a um comportamento de submissão e apego; • 5 ou + destes: dificuldade em tomar decisões cotidianas sem opiniões externas, precisa que os outros assumam as suas responsabilidades, dificuldade em demonstrar desacordo, dificuldade em iniciar projetos ou fazer algo por conta própria (devido à falta de autoconfiança), extremos para obter carinho e apoio até mesmo fazendo coisas desagradáveis, sente-se desconfortável ou desamparado quando sozinho, relacionamentos em sequência (não consegue ficar sozinho), preocupação irreal de ser abandonado; • Submisso na consulta, depressão diante perdas; • Comorbidades: ◦ Transtornos depressivos, de ansiedade e adaptação; ◦ Personalidade borderline, histriônica e evitativa; 10. Transtorno de Personalidade Obsessivo-Compulsiva • TPOC = Padrão de comportamento de preocupação com a ordem, perfeccionismo e controle mental e interpessoal à custa de flexibilidade, abertura e eficiência; ◦ Diferente de TOC = > Pensamentos e rituais obsessivos; • 4 ou + destes: preocupação excessiva com regra/ordem/horários/listas que o objetivo da tarefa acaba se perdendo, perfeccionismo que interfere na conclusão da tarefa, dedicação excessiva ao trabalho em detrimento do lazer e amizades (não explicado por uma óbvia necessidade material), excessivamente rígido e inflexível quanto a assuntos de moralidade, ética ou valores, incapaz de descartar objetos usados sem valor mesmo sem valor sentimental, reluta em delegar tarefas ou trabalhar em grupo a não ser que seja do seu jeito, avareza excessiva (o dinheiro deve ser economizado para catástrofes futuras...); • Dificuldade em tomar decisões quando a resposta não pode ser encontrada por regras e protocolos pré definidos, afeto controlado ou artificial, relações cotidianas sérias e formais, propensão a sentir e acumular raiva (não a manifesta diretamente) • Robozinho;
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