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Ge stã o M er ca do lóg ica de Pr od uto s e Se rv iço s Au la 11 - Es tr ut ur as o rg an iza cio na is da g er ên cia d e pr od ut os 95Faculdade On-Line UVB Anotações do Aluno uvb Aula Nº 11 – Estruturas organizacionais da gerência de produtos Objetivos desta aula Os objetivos desta aula são: • Explicar as estruturas organizacionais em marketing. • Discutir novos arranjos organizacionais. • Avaliar os fatores determinantes para a construção do modelo de organização de marketing. • Descrever as formas tradicionais de organização de marketing. • Examinar como a mudança é um fenômeno típico da vida organizacional. AS ESTRUTURAS ORGANIZACIONAIS EM MARKETING As estruturas organizacionais das empresas têm mudado com muita freqüência nos últimos anos, em virtude, principalmente, das constantes alterações que estão acontecendo nos ambientes de negócios que estabelecem novos índices de competitividade no mercado. A empresa, ao se organizar estruturalmente, procura determinar padrões que lhe permitam responder, de forma competitiva, às demandas do mercado. Como conseqüência, as estruturas de marketing também estão questionadas e novos arranjos organizacionais estão sendo propostos. Para Tofler (1985, p.31), a mudança é um fenômeno típico da vida Ge stã o M er ca do lóg ica de Pr od uto s e Se rv iço s Au la 11 - Es tr ut ur as o rg an iza cio na is da g er ên cia d e pr od ut os 96Faculdade On-Line UVB Anotações do Aluno uvb organizacional e diversas situações determinam sua ocorrência, destacando-se: 1- A estrutura de qualquer empresa deve ser apropriada ao seu ambiente externo e não apenas a sua dimensão deste ambiente. 2- As mudanças no ambiente empresarial acontecem com tal intensidade e nível de qualidade que as estruturas bem-sucedidas do passado são impróprias para a realidade de hoje. 3- As crenças básicas sobre a organização – idéias que davam certo no passado – devem ser reavaliadas. As novas crenças devem substituir as antigas e servirem como norteadoras das novas políticas empresariais. Não se pode admitir a rigidez de uma organização em ambientes que têm, como característica fundamental, a mudança. A globalização é, também, um dos fatores que contribuem para o repensar dos modelos organizacionais, pois, como aponta Dreifuss (1996, p.33), as colossais invenções científico-tecnológicas que marcam essa época viabilizam estruturações dos sistemas produtivos e gerenciais, de alcance global, além de induzir reorganizações de cunho societário. Os novos paradigmas da administração fortalecem a idéia de que se deve privilegiar a flexibilidade nas estruturas organizacionais, de modo a suprir a empresa das condições estruturais básicas para oferecer respostas competentes e criativas em ambientes dinâmicos e mutantes. O estabelecimento de um modelo ideal de organização de marketing não é uma tarefa fácil. São muitos os fatores, tanto de natureza interna como externa à empresa, que devem ser considerados para a definição de um arranjo organizacional que atenda às necessidades da empresa. Como exemplo, Mattar e Santos (1999, p.16) citam o ambiente dos negócios da empresa, o perfil e os hábitos dos clientes e consumidores, as características dos revendedores e suas expectativas em relação aos negócios, o ambiente competitivo, a filosofia de gestão prevalecente na empresa, as políticas de marketing, a estrutura de poder na organização, Ge stã o M er ca do lóg ica de Pr od uto s e Se rv iço s Au la 11 - Es tr ut ur as o rg an iza cio na is da g er ên cia d e pr od ut os 97Faculdade On-Line UVB Anotações do Aluno uvb os recursos humanos e seus níveis de competência. O entendimento da repercussão de cada um desses fatores na gestão de marketing é a condição necessária para o estabelecimento de uma solução organizacional que seja parte integrante da estratégia de mercado da empresa. As estruturas de marketing encontradas com maior freqüência nas empresas obedecem a alguns princípios básicos de especialização: função, região geográfica, produto, mercado ou alguma outra forma que combine as alternativas anteriores. Organização por Função É a forma mais comum de organização e tem, como elemento básico, a distribuição das responsabilidades pelas atividades de marketing da empresa a profissionais que são especialistas em determinadas funções de marketing e que, na maioria dos casos, reportam-se a um vice-presidente de marketing, diretor de marketing ou gerente geral de marketing. A Figura 11.1 retrata essa estrutura organizacional. Apesar da sua simplicidade administrativa, esse tipo de organização deixa de ser eficiente quando a empresa aumenta o número de produtos ou mesmo de mercados a serem atendidos pela empresa. Isso ocorre porque cada especialista funcional está mais preocupado com os objetivos estabelecidos para sua função do que com os objetivos globais de marketing. Ge stã o M er ca do lóg ica de Pr od uto s e Se rv iço s Au la 11 - Es tr ut ur as o rg an iza cio na is da g er ên cia d e pr od ut os 98Faculdade On-Line UVB Anotações do Aluno uvb Organização por Região Geográfica As empresas que atendem a diversos mercados dispersos geograficamente tendem a utilizar, na estrutura de organização de marketing, alguma forma de especialização em nível geográfico. A solução mais freqüentemente adotada pelas empresas é a de estabelecer a especialização nas áreas de vendas, conforme mostrado na Figura 11.2: FA aplicabilidade desse modelo ocorre, com mais freqüência, nas situações em que as empresas cobrem com seus produtos e serviços mercados bastante dispersos geograficamente e dependem de planos e ações de vendas bem ajustados às particularidades das regiões em que atuam. Organização por Mercado Esse modelo de organização é utilizado por empresas que vendem seus produtos para um conjunto de mercados altamente diversificados e atendidos por diferentes canais de distribuição. A Figura 11.3 mostra esse modelo: Ge stã o M er ca do lóg ica de Pr od uto s e Se rv iço s Au la 11 - Es tr ut ur as o rg an iza cio na is da g er ên cia d e pr od ut os 99Faculdade On-Line UVB Anotações do Aluno uvb Uma das dificuldades operacionais dessa estrutura é que o gerente de mercado é responsável por programas e não por recursos. Ele depende do apoio dos executivos de linha para que seus planos e idéias se transformem em lucros para a empresa. Organização por Produto Esse modelo de organização é usado, com mais freqüência, nas empresas em que, para atender a necessidades de diferentes segmentos de mercados, são aumentadas a amplitude e a extensão de seu composto de produtos. Quando isso ocorre, passa a ser útil a introdução, na organização de marketing, da função Gerência de Produto, cujas responsabilidades compreendem: desenvolver planos de marketing para os produtos, coordenar a implantação desses planos com as áreas funcionais e monitorar seu desempenho em relação aos objetivos estabelecidos. A Figura 11.4 retrata essa estrutura organizacional: Ge stã o M er ca do lóg ica de Pr od uto s e Se rv iço s Au la 11 - Es tr ut ur as o rg an izacio na is da g er ên cia d e pr od ut os 100Faculdade On-Line UVB Anotações do Aluno uvb A principal vantagem do modelo de organização por produtos é que cada linha de produtos ou mesmo item de produto, dependendo de sua importância e necessidade de atenção especial, passa a ter um gerenciamento de marketing próprio - o que possibilita a realização de ações de marketing específicas para cada produto e cada segmento de consumo. A desvantagem reside no fato de os gerentes de produto não terem autoridade funcional sobre as áreas da empresa que desenvolvem, produzem, distribuem, divulgam e vendem os produtos. Organização por Produto/Mercado Empresas que fabricam produtos variados e os vendem a mercados diversificados enfrentam um problema para o estabelecimento de um modelo ideal de organização de marketing. Elas podem optar por um sistema de organização por produto e esperar que seus gerentes de produtos saibam como lidar com mercados diversificados, ou, então, adotar a organização por mercado e confiar nas habilidades e capacidades dos gerentes de mercado para desenvolver propostas de marketing para produtos altamente divergentes. A Figura 11.5 detalha esse modelo Ge stã o M er ca do lóg ica de Pr od uto s e Se rv iço s Au la 11 - Es tr ut ur as o rg an iza cio na is da g er ên cia d e pr od ut os 101Faculdade On-Line UVB Anotações do Aluno uvb organizacional: Alguns estudiosos entendem que esse modelo é caro e gera conflitos. É caro porque é uma estrutura matricial tridimensional: existem dois níveis de administração de programa (produtos e mercados) somados a um nível de administração de recursos (propaganda, promoção, pesquisa). Pode gerar conflitos na definição de campos de responsabilidade dos gerentes de programas e gerentes de recursos, caso seus papéis e formas de convivência na estrutura de organização não estejam claramente definidos. Além dos problemas relacionados com os prováveis conflitos, também, à semelhança do que ocorre com o gerente de produto, o gerente de mercado pode ter sua eficiência dificultada pelo fato de não ter autoridade de linha sobre as áreas funcionais da empresa que são responsáveis pelo desenvolvimento, produção e comercialização dos produtos. Síntese A análise das estruturas organizacionais mostra que não existe um modelo de organização de marketing que possa ser considerado o melhor para a execução das funções de marketing. Ge stã o M er ca do lóg ica de Pr od uto s e Se rv iço s Au la 11 - Es tr ut ur as o rg an iza cio na is da g er ên cia d e pr od ut os 102Faculdade On-Line UVB Anotações do Aluno uvb As mudanças que ocorrem no ambiente empresarial são de tamanha intensidade e nível de qualidade, que a preocupação com a evolução organizacional não só de marketing, mas também de todas as demais funções, deve ser uma constante na vida das empresas. As formas tradicionais de organização da área de marketing obedecem a alguns princípios básicos de especialização: função, região geográfica, produto ou mercado. Referências Bibliográficas KOTLER, Philip. Administração de Marketing. Rio de Janeiro: Phb, 2004. MATTAR, F. ; SANTOS, D. Gerência de Produtos: Como Tornar seu Produto um Sucesso. São Paulo: Atlas, 1999. TOFLER, A. A Empresa Flexível. Rio de Janeiro: Record, 1985.
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