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Relações de Trabalho

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Relações de Trabalho. Empregado. 
Terceirização. Responsabilidade 
Subsidiária 
Professora: Aline Torres 
Relação de Emprego x Relação de 
Trabalho 
O Direito do Trabalho não se preocupa apenas e tão somente com as relações 
entre empregado e empregador. Sua abrangência atinge muitas questões 
conexas, ou seja, assuntos ligados ao universo do trabalho dentro da sociedade. 
Assim ao mesmo tempo em que busca a PAZ SOCIAL, controlando a relação 
de emprego, também protege as relações de trabalho. 
 
► Distinção entre Relação de Emprego e Relação de Trabalho 
 
→Relação de emprego: designa uma relação jurídica apoiada no contrato de 
trabalho subordinado (art. 3º da CLT) 
 
→Relação de trabalho: compreende todas as outras formas de relações 
jurídicas cujo o escopo seja a prestação de serviços remunerados ou não. 
 
 
 
 
 
►Relação de Trabalho é um grande GÊNERO do qual a relação de emprego é 
apenas uma das ESPÉCIES. 
 
Tanto a relação de emprego quanto a relação de trabalho são de competência da 
Justiça do Trabalho – EC nº45/2004 – Ampliou a competência. 
 
Estão englobadas na Relação de Trabalho as modalidades: trabalhador autônomo, 
eventual, temporário, avulso, portuário, estagiário, etc.. 
 
● Estes profissionais prestam serviços para algum empregador, porém NÃO são 
considerados EMPREGADOS. 
 
→ PORTANTO: para eles NÃO SE APLICAM AS NORMAS DA CLT. 
 
 
 
Relação de Emprego x Relação de 
Trabalho 
Relação de Emprego x Relação de 
Trabalho 
Serão aplicadas as normas da CLT para aquele que for considerado 
EMPREGADO, ou seja, que mantenha uma RELAÇÃO DE 
EMPREGO. 
 
► Então quem é o EMPREGADO? 
 
Art. 3º da CLT: “Considera-se empregado toda pessoa física, que 
prestar serviços de natureza não eventual a empregador, sob a 
dependência deste e mediante salário.” 
 
 
 
 
Relação de Emprego x Relação de 
Trabalho 
Requisitos essenciais para a configuração do EMPREGADO: 
 
S ubordinação – obrigação que o empregado tem de cumprir as ordens 
determinadas pelo empregador decorrentes do contrato de trabalho. 
H abitualidade – o trabalho prestado deve ter caráter NÃO eventual, ou seja, o 
trabalho deve ter natureza contínua, não podendo ser ocasional, esporádico. 
O nerosidade – o empregado recebe salário pela prestação dos serviços, o que 
constitui a contraprestação do empregador. 
P essoa física – o empregado deve ser PESSOA FÍSICA. Não é possível um 
empregado ser pessoa jurídica ou um animal. 
P essoalidade – o contrato de trabalho é realizado por PESSOA CERTA, daí dizer 
que é intuitu personae . Não há possibilidade de fazer-se substituir por outra 
pessoa. 
Relação de Emprego x Relação de 
Trabalho 
Há quem destaque outro requisito, o da ALTERIDADE – que significa o 
trabalhador exerce sua atividade para outro e não para si próprio. Destaca-se 
que o empregado NÃO ASSUME OS RISCOS DO NEGÓCIO. Portanto, 
aquele que trabalha para próprio não está em uma relação de emprego, mas 
apenas realiza um trabalho. 
 
PORTANTO: O EMPREGADO É A PESSOA FÍSICA QUE TRABALHA 
COM HABITUALIDADDE, SUBORDINÇÃO, PESSOALIDADE E 
RECEBE UM SALÁRIO PELA PRESTAÇÃO DOS SERVIÇOS. 
 
→ ESTÁ SUJEITO, DESTA FORMA, A LEGISLAÇÃO TRABALHISTA: 
CLT 
Relação de Emprego x Relação de 
Trabalho: Espécies de Trabalhadores 
● EMPREGADO EM DOMICÍLIO: é originário do trabalho artesanal, da pequena 
indústria caseira. A confecção era feita em casa, por vários membros da família, sendo 
vendida ao consumidor final ou a intermediários que a revendiam. 
 
TRABALHO EM DOMICÍLIO – é o executado na habitação do empregado ou em 
uma oficina de família, por conta de empregador que o remunere (Art. 83 da CLT). 
 
Para a caracterização do VÍNCULO DE EMPREGO é preciso que o empregado em 
domicílio tenha SUBORDINAÇÃO, que poderá ser medida pelo controle do 
empregador sobre o trabalho do obreiro, como estabelecendo cota de produção, 
determinando dia e hora para a entrega do produto, qualidade da peça, etc. A 
pessoalidade também será necessária, pois se o trabalhador for substituído por familiar 
não há PACTO LABORAL. Ex: montadora de bijuterias para lojas Renner. 
 
Distingue-se do Trabalhador autônomo – pois este pode trabalhar em casa, mas não tem 
subordinação, presta serviços por conta própria e assume os riscos de sua atividade. 
Relação de Emprego x Relação de 
Trabalho: Espécies de Trabalhadores 
● EMPREGADO DOMÉSTICO: A Lei Complementar nº 150 de 1º de junho de 2015 
dispõe sobre o contrato de trabalho doméstico. O seu artigo 1º 
Conceitua o que vem a ser empregado doméstico: 
 
Art. 1o Ao empregado doméstico, assim considerado aquele que presta serviços de 
forma contínua, subordinada, onerosa e pessoal e de finalidade não lucrativa à pessoa 
ou à família, no âmbito residencial destas, por mais de 2 (dois) dias por semana, aplica-
se o disposto nesta Lei. 
 
 Exemplos de empregados domésticos: babás, cozinheiros, cuidador de idosos ou 
acompanhantes, empregada doméstica, faxineiros, governantas, jardineiros, 
motoristas, vigias, caseiros (em locais que não visa o lucro) 
 
Conforme disposto na Lei Complementar nº 150 de 1º de junho de 2015 e também a 
Constituição Federal de 1988 são direitos dos trabalhadores domésticos: 
Relação de Emprego x Relação de 
Trabalho: Espécies de Trabalhadores 
 Aposentadoria; 
 Aviso Prévio; 
 Adicional Noturno; 
 Banco de Horas; 
 Férias Remuneradas (ao menos ⅓ sobre as férias); 
 FGTS; 
 Intervalos para refeição ou descanso; 
 Integração à Previdência Social; 
 Irredutibilidade Salarial; 
 Jornada de Trabalho - até 8 horas diárias e 44 horas por semana (a menos 
que a jornada seja reduzida e haja a compensação de horas, por meio de 
acordo); 
 
Relação de Emprego x Relação de 
Trabalho: Espécies de Trabalhadores 
 Licença-maternidade (pode ser de 120 dias, não ocorrendo prejuízos ao salário); 
 Proibições (é proibido haver diferença de salário por causa da cor, idade, sexo ou 
estado civil; não deve haver discriminação do salário para portadores de deficiência; é 
proibido o trabalho arriscado ou insalubre para menores de 18 anos); 
 Minimizar riscos no trabalho, de acordo com as normas de higiene, segurança e saúde; 
 Remuneração de Hora Extra; 
 Remuneração de Horas Trabalhadas em Viagem a Serviço; 
 Repouso Semanal Remunerado; 
 Salário Mínimo - direito de pelo menos receber um salário mínimo por mês; 
 Salário-família; 
 Seguro-desemprego; 
 Vale-transporte; 
 13º Salário. 
 
Relação de Emprego x Relação de 
Trabalho: Espécies de Trabalhadores 
● EMPREGADO RURAL: a Lei nº 5.889 de 8 de junho de 1973, estatui as regras que 
regem o trabalho rural. Em seu Art. 2º se extrai o conceito de empregado rural: 
 
Art. 2º Empregado rural é toda pessoa física que, em propriedade rural ou prédio rústico, presta 
serviços de natureza não eventual a empregador rural, sob a dependência deste e mediante 
salário. 
 
O Empregado rural tem que atender aos mesmos requisitos já mencionados para ser considerado 
empregado: SHOPP. 
 
Será empregado rural: o que planta, aduba, ordenha, cuida do gado 
 
A distinção entre o trabalhador rural e o doméstico reside em que este presta serviços, a pessoa ou 
a família, que não tem finalidade de lucro, enquanto em relação ao primeiro, a atividade rural deve 
ser lucrativa . Se há plantação no sítio, mas não há comercialização, o caseiro será empregado 
doméstico, porém se houver venda de produtos, o mesmo caseiro será empregado rural. 
 
A CF igualou os direitos do trabalhador urbano e do rural no caput doart. 7º 
Relação de Emprego x Relação de 
Trabalho: Espécies de Trabalhadores 
● EMPREGADO PÚBLICO: é o funcionário da União, Estados, municípios, 
suas autarquias e fundações que seja regido pela CLT, tendo todos os direitos 
igualado aos do empregado comum. NÃO é regido pelo ESTATUTO DO 
FUNCIONÁRIO PÚBLICO. 
 
● DIRETOR DE SOCIEDADE: no Direito do Trabalho, pode-se dizer que 
existem 2 teorias para justificar a situação em que se encontra o diretor da 
empresa, embora sejam encontrados seus desdobramentos: a primeira 
considera o diretor um mandatário da sociedade, não gozando este de 
quaisquer direitos trabalhistas, mas de vantagens estatutárias; a segunda, em 
que o diretor é um verdadeiro empregado, subordinado aos dirigentes máximos 
da empresa até mesmo ao Conselho de Administração, nas sociedades que o 
possuem. 
Relação de Emprego x Relação de 
Trabalho: Espécies de Trabalhadores 
● DIRETOR DE SOCIEDADE: Pouco importa o nome dado ao cargo. Se a 
empresa rotula o empregado de diretor, mas permanece algum elemento do 
contrato de trabalho, principalmente a SUBORDINAÇÃO, nada irá mudar 
sua situação de EMPREGADO. 
 
O suposto diretor mais se caracteriza como empregado de confiança do que 
órgão da sociedade. Aplicação do art. 499 da CLT – diretor-empregado. Não 
haveria, assim, estabilidade no cargo de diretor, mas seria computado o tempo 
de serviço para todos os efeitos legais. 
 
Para que o diretor NÃO seja considerado EMPREGADO, deve ter autonomia 
para tomar decisões e não ser SUBORDINADO a outra pessoa. 
Relação de Emprego x Relação de 
Trabalho: Espécies de Trabalhadores 
● TRABALHADOR TEMPORÁRIO: a Lei nº 6.019 de 3 de janeiro de 1974 dispõe 
sobre o trabalho temporário nas empresas urbanas. Seu art. 2º define o que vem a ser 
trabalhador temporário: 
 
Art. 2º - Trabalho temporário é aquele prestado por pessoa física a uma empresa, 
para atender à necessidade transitória de substituição de seu pessoal regular e 
permanente ou à acréscimo extraordinário de serviços. 
 
Com relação a duração do contrato estabelece o: 
 
Art. 10 - O contrato entre a empresa de trabalho temporário e a empresa tomadora 
ou cliente, com relação a um mesmo empregado, não poderá exceder de três meses, 
salvo autorização conferida pelo órgão local do Ministério do Trabalho e Previdência 
Social, segundo instruções a serem baixadas pelo Departamento Nacional de Mão-
de-Obra. 
Relação de Emprego x Relação de 
Trabalho: Espécies de Trabalhadores 
● TRABALHADOR TEMPORÁRIO: Continuando porém, a prestação de 
serviços do trabalhador para a empresa tomadora por mais de 3 meses, o 
vínculo de emprego forma-se diretamente com a última. 
 
● EMPREGADO APRENDIZ: De acordo com o artigo 403 da CLT 
Considera-se aprendiz o trabalhador maior de 14 e menor de 24 anos de idade, 
sujeito à formação técnico-profissional metódica, contratado por empresa e 
matriculado em Serviços Nacionais de Aprendizagem, ou em outras entidades 
autorizadas por lei. 
Importante salientar que o termo "menor aprendiz" não mais poderá ser 
utilizado, face às alterações promovidas pela Lei nº 11180/2005, que mudou a 
idade máxima para 24 anos, e não mais 18, sendo mais adequado a 
utilização do termo "aprendiz", tão somente. 
 
 
 
Relação de Emprego x Relação de 
Trabalho: Espécies de Trabalhadores 
● TRABALHADOR AUTÔNOMO: é a pessoa física que presta serviços 
habitualmente por conta própria a uma ou mais de uma pessoa, assumindo os riscos de 
sua atividade econômica. NÃO É SUBORDINADO como o empregado, podendo 
exercer livremente sua atividade, no momento que desejar e de acordo com sua 
conveniência. 
 
Distingue-se o trabalhador autônomo do eventual, pois o primeiro presta serviços com 
habitualidade e o segundo, esporadicamente, apenas em determinada ocasião. 
 
Distingue-se o trabalhador autônomo do empregado, pois apesar de ambos prestarem 
serviços com habitualidade, o trabalhador autônomo não está sujeito a 
SUBORDINAÇÃO como o empregado. Além disso o autônomo trabalha por conta 
própria e o empregado por conta alheia. 
 
Distingue-se o trabalhador autônomo do avulso. O primeiro não é regido por sindicato 
ou órgão de gestão de mão-de-obra, enquanto o segundo tem esta característica. O 
serviço autônomo é feito de forma habitual ao mesmo tomador, já o trabalho avulso 
nem sempre é feito para o mesmo tomador de serviços. 
 
Relação de Emprego x Relação de 
Trabalho: Espécies de Trabalhadores 
● TRABALHADOR EVENTUAL: A Lei nº 8.212/91, que dispõe sobre a 
organização da Seguridade Social, em seu art. 12, inciso V, alínea “g” indica o 
que vem a ser o trabalhador eventual: 
Art. 12, V, 
 g) quem presta serviço de natureza urbana ou rural, em caráter eventual, a 
uma ou mais empresas, sem relação de emprego; 
 
O eventual é pessoa física contratada apenas para trabalhar em certa ocasião 
específica: trocar uma instalação elétrica, consertar um encanamento, pintura 
de uma parede, etc... A ausência de continuidade pressupõe a inexistência 
da relação de emprego. 
Relação de Emprego x Relação de 
Trabalho: Espécies de Trabalhadores 
● TRABALHADOR AVULSO: A Lei nº 8.212/91, que dispõe sobre a organização da 
Seguridade Social, em seu art. 12, inciso Vi, indica o que vem a ser o trabalhador 
avulso: 
Art. 12 
VI - como trabalhador avulso: quem presta, a diversas empresas, sem vínculo 
empregatício, serviços de natureza urbana ou rural definidos no regulamento; 
 
O avulso não presta serviços com pessoalidade, pois o trabalhador pode ser substituído 
por outra pessoa. É, portanto, a pessoa física que presta serviços SEM VÍNCULO 
EMPREGATÍCIO, de natureza urbana ou rural, à diversas pessoas, sendo 
sindicalizado ou não com intermediação obrigatória do sindicato da categoria 
profissional ou do órgão gestor de mão-de-obra. 
São exemplos: estivador, conferente de carga e descarga, amarrador da embarcação no 
porto, etc... 
Relação de Emprego x Relação de 
Trabalho: Espécies de Trabalhadores 
● ESTAGIÁRIO: Regulado pela Lei nº 11.788 de 25 de setembro de 2008. O 
contrato de estágio não gera vínculo empregatício, embora o estagiário receba 
bolsa ou outra forma de contraprestação que venha a ser combinada, devendo 
o estudante, em qualquer hipótese estar segurado contra acidentes. 
 
Distingue-se o estagiário do aprendiz – o estagiário NÃO É EMPREGADO, 
já o aprendiz sempre SERÁ EMPREGADO tendo contrato de trabalho. 
 
A diferença entre o estágio e o contrato de trabalho é que no primeiro o 
objetivo é a formação profissional do estagiário, tendo, portanto, finalidade 
pedagógica, embora haja pessoalidade, subordinação, continuidade e uma 
forma de contraprestação. 
Relação de Emprego x Relação de 
Trabalho: Espécies de Trabalhadores 
● TRABALHADOR VOLUNTÁRIO: a Lei nº 9.608 de 18 de fevereiro de 1998, que trata 
do serviço voluntário em seu art. 1º, informa o que vem a ser trabalho voluntário: 
 
Art. 1o Considera-se serviço voluntário, para os fins desta Lei, a atividade não 
remunerada prestada por pessoa física a entidade pública de qualquer natureza ou a 
instituição privada de fins não lucrativos que tenha objetivos cívicos, culturais, 
educacionais, científicos, recreativos ou de assistência à pessoa. 
 
Apenas poderá ser prestado por pessoa física, que é o trabalhador e não por pessoa jurídica. 
 
Distingue-se o trabalho voluntário do religioso. Este tem por fundamento os votos feitos pela 
pessoa, de consagrar sua vida a Deus, da fé a certa crença. O trabalho voluntário NÃO tem 
essa característica, pois não envolve a fé a pessoa, mas o fato do trabalho ser feito SEM 
REMUNERAÇÃO. 
TERCEIRIZAÇÃO: Contratação de 
terceiros► Consiste na possibilidade de contratar terceiro para a realização de 
atividades que não constituem o objeto principal da empresa. Essa contratação 
pode envolver tanto a produção de bens, como de serviços, como ocorre na 
necessidade de contratação de empresa de limpeza, de vigilância ou até mesmo 
para serviços temporários. 
 
As causas do aumento da terceirização no Brasil e no mundo têm relação com 
a diminuição dos custos com funcionários. Afinal, para as empresas, sai mais 
barato que parte de sua mão de obra seja contratada por terceiros, em vez de 
mantê-los sob a sua tutela, o que eleva os gastos com direitos trabalhistas e 
eventuais problemas de segurança do trabalho, como indenizações e outras 
questões. 
TERCEIRIZAÇÃO: Contratação de 
terceiros 
Desde o ano de 2004 tramita no Congresso Nacional uma proposta para 
alterar a regulamentação da terceirização no Brasil. Recentemente, essa 
proposta passou a ser bastante discutida ao ganhar prioridade no tratamento de 
sua votação, levantando uma série de pontos polêmicos sobre o processo em 
questão. 
 
O primeiro ponto polêmico é justamente o fato do projeto de lei permitir 
também a terceirização para atividades-fim, ou seja, permitir que praticamente 
todos os funcionários de uma mesma empresa sejam terceirizados. Muitos 
movimentos sindicais, além de juristas e especialistas, afirmam que essa 
proposta legitima totalmente o processo de precarização do trabalho 
promovido pelo processo de terceirização, além de ferir a Constituição 
Brasileira. 
TERCEIRIZAÇÃO: Contratação de 
terceiros 
Outro ponto polêmico refere-se à proposta de transferir para a empresa 
terceirizada toda e qualquer responsabilidade sobre os direitos trabalhistas dos 
empregados em questão. Os defensores dessa medida argumentam que isso 
diminuiria a burocracia e facilitaria o processo, deixando questões trabalhistas 
totalmente nas mãos de uma empresa específica. Os críticos, por outro lado, 
afirmam que isso transferiria direitos para empresas menos qualificadas 
economicamente e haveria, portanto, maiores riscos de não pagamentos de 
salários e encargos, intensificando o processo de diminuição dos direitos dos 
trabalhadores. 
Responsabilidade Subsidiária 
 
A responsabilidade subsidiária é a que vem reforçar ou suplementar a responsabilidade 
principal. A corresponsabilidade dos interessados diferencia-se porque na 
subsidiariedade há uma estratificação vertical, que implica o chamamento sucessivo 
dos responsáveis; primeiro o principal, depois o subsidiário. É o chamado benefício de 
ordem. Por esta razão, o responsável subsidiário tem o direito de regresso contra o 
devedor principal para reaver integralmente o que solveu, porquanto o débito era 
somente do devedor principal. Desta forma exige-se a inadimplência ou insolvência do 
devedor principal para efetivar-se a responsabilidade subsidiária. 
 
►A responsabilidade subsidiária é fruto de construção jurisprudencial que está 
preceituada no verbete 331 IV do TST. 
 
Responsabilidade Subsidiária 
Súmula nº 331 do TST 
CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS. LEGALIDADE (nova redação do item IV 
e inseridos os itens V e VI à redação) - Res. 174/2011, DEJT divulgado em 27, 30 e 
31.05.2011 
I - A contratação de trabalhadores por empresa interposta é ilegal, formando-se o vínculo 
diretamente com o tomador dos serviços, salvo no caso de trabalho temporário (Lei nº 6.019, de 
03.01.1974). 
 
II - A contratação irregular de trabalhador, mediante empresa interposta, não gera vínculo de 
emprego com os órgãos da Administração Pública direta, indireta ou fundacional (art. 37, II, da 
CF/1988). 
 
III - Não forma vínculo de emprego com o tomador a contratação de serviços de vigilância (Lei nº 
7.102, de 20.06.1983) e de conservação e limpeza, bem como a de serviços especializados ligados 
à atividade-meio do tomador, desde que inexistente a pessoalidade e a subordinação direta. 
 
 
Responsabilidade Subsidiária 
IV - O inadimplemento das obrigações trabalhistas, por parte do empregador, implica a 
responsabilidade subsidiária do tomador dos serviços quanto àquelas obrigações, desde que haja 
participado da relação processual e conste também do título executivo judicial. 
 
V - Os entes integrantes da Administração Pública direta e indireta respondem subsidiariamente, 
nas mesmas condições do item IV, caso evidenciada a sua conduta culposa no cumprimento das 
obrigações da Lei n.º 8.666, de 21.06.1993, especialmente na fiscalização do cumprimento das 
obrigações contratuais e legais da prestadora de serviço como empregadora. A aludida 
responsabilidade não decorre de mero inadimplemento das obrigações trabalhistas assumidas pela 
empresa regularmente contratada. 
 
VI – A responsabilidade subsidiária do tomador de serviços abrange todas as verbas decorrentes 
da condenação referentes ao período da prestação laboral.

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