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Aula 1 Insuficiência da Hermenêutica Clássica

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1 
 
 
 
 2 
AULA 1: HERMENÊUTICA E INTERPRETAÇÃO CLÁSSICA DO DIREITO 3 
INTRODUÇÃO 3 
CONTEÚDO 4 
O QUE É HERMENÊUTICA? 4 
ELEMENTOS DA HERMENÊUTICA CLÁSSICA 6 
A NOVA INTERPRETAÇÃO CONSTITUCIONAL 10 
ASPECTOS HERMENÊUTICOS QUE ENFRAQUECEM A CONCEPÇÃO TECNOFORMAL DO 
DIREITO 12 
ATIVIDADE PROPOSTA 14 
REFERÊNCIAS 14 
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 17 
CHAVES DE RESPOSTA 23 
ATIVIDADE PROPOSTA 23 
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 23 
 
 
 
 
 3 
Introdução 
Esta aula tem como objetivo trazer conhecimentos avançados sobre a 
hermenêutica e interpretação constitucional. Além da existência dos métodos 
clássicos de interpretação, que concebem uma atividade exegética de técnica 
de conhecimento mecânico de aplicação do texto constitucional, por meio de 
um raciocínio silogístico, com o aparecimento dos casos difíceis, exige-se a 
extensão da hermenêutica para além da interpretação do texto. 
 
Com efeito, todo o avanço do Direito Constitucional dá-se a partir de uma 
nova hermenêutica, no âmbito do movimento do neoconstitucionalismo. 
Assim sendo, sem negar a importância dos métodos tradicionais, é preciso 
destacar uma nova perpesctiva da hermenêutica constitucional, que permita 
ao intéprete a fomulação de juízos de valor, dependente de elementos 
axiológicos, pois se encontra envolto a normas de textura aberta ou princípios 
antagônicos. 
 
Objetivos: 
1. Conhecer o conceito de hermenêutica e identificar os elementos 
clássicos de interpretação como forma de resolução de casos fáceis. 
2. Reconhecer a insuficiência dos métodos clássicos de interpretação 
diante dos casos difíceis (hard cases). 
 
 
 
 
 
 4 
Conteúdo 
O que é hermenêutica? 
Antes de enfrentar os objetivos principais dessa aula, é preciso conhecer o 
sentido de hermenêutica. A palavra hermenêutica significa “explicar”, 
“interpretar”, que reside no verbo grego hermeneuein e no substantivo 
hermeneia. Sua raiz tem origem no nome do deus Hermes que, na mitologia 
grega, tinha a função de tornar acessível a linguagem transmitida pelos 
deuses. 
 
Na mitologia grega, Hermes era filho de Zeus e da ninfa Maia. Em Roma, foi 
assimilado ao Deus Mercúrio. Hermes era considerado o mensageiro dos 
deuses, já que levava a mensagem destes aos mortais (deus-mensageiro 
alado). Ele atuava como um “intérprete”, pois transformava algo ininteligível 
em algo bem compreendido pelos mortais. Essa função não era muito nobre 
no Olimpo e Hermes a recebeu por não ser originariamente um deus. Por ter 
migrado da condição humana para a condição divina, Hermes dominava tanto 
o entendimento entre os homens quanto o entendimento entre os deuses. 
Por isso, é também o deus da comunicação. Segundo Richard Palmer 1 , 
Hermes “se associa a uma função de transmutação – transformar tudo aquilo 
que ultrapassa a compreensão humana em algo que essa inteligência consiga 
compreender”. 
 
Ainda na mitologia grega, na condução das almas ao Hades, esta função está 
presente, já que se trata de almas humanas e da transição destas almas ao 
mundo telúrico (onde vivem as almas encarnadas) ao mundo ctônico (onde 
residem as almas desencarnadas). Portanto, a língua grega vincula tudo o 
que depende de desvendamento (comunicação) e acesso (condução) a 
Hermes. Daí, algo ser hermeticamente fechado (como o Hades) e o acesso 
a um entendimento profundo depender de uma hermenêutica (uma 
interpretação que depende de recursos não triviais). 
 
1 Palmer, Richard E. Hermenêutica. Lisboa: Edições 70, 1999. p. 24. 
 
 5 
Essa concepção de interpretação, como acesso a um entendimento 
extraordinário, está presente em todas as ciências. Sobretudo nas ciências 
humanas e sociais, a Hermenêutica se instituiu como campo do conhecimento 
específico e ancilar em relação ao conhecimento-fim, no nosso caso, o Direito 
Constitucional. Ela é a teoria da interpretação das leis, ou seja, método 
genérico e científico da arte de interpretar. Não se confunde com a 
interpretação que corresponde ao processo concreto por meio do qual o 
intérprete aplica os princípios, instrumentos e fórmulas preconizadas pela 
hermenêutica. 
 
Como toda palavra de origem grega adotada pela ciência, a hermenêutica 
abarca diversos níveis de reflexão e significa, num primeiro momento, a 
explicação e interpretação, como também a compreensão. 
 
Carlos Maximiliano informa que a hermenêutica jurídica não importa em tão 
somente na arte de interpretar, mas também na preocupação de aplicação do 
direito. 2 Interpretar significa explicar, esclarecer, reproduzir por outras 
palavras o pensamento exteriorizado e extrair da sentença, norma ou frase 
tudo o que a mesma contém. A hermenêutica difere da interpretação no 
sentido de que no primeiro caso se confunde como uma ciência do direito que 
pretende estabelecer quais são os métodos de esclarecer as leis, enquanto a 
intepretação deve ser compreendida como a aplicação desses métodos a fim 
de revelar o sentido da norma às situações de fato. 
 
A hermenêutica nasceu como esforço para descrever os modos de 
compreensão, mais especificamente “históricos” e “humanísticos”. Dessa 
maneira, a hermenêutica deixa de ser um conjunto de métodos, artifícios, 
técnicas de explicação de um texto para se dirigir a uma dimensão mais 
 
2 MAXIMILIANO, Carlos. Hermenêutica e aplicação do direito. 13. ed. Rio de Janeiro: 
Forense, 1993. p. 1. 
 
 
 6 
originária cuja compreensão é vista como um fenômeno epistemológico e 
ontológico. 
 
Nesses termos, é possível afirmar que a hermenêutica é essencial em todas 
as ciências humanas, já que se ocupa da interpretação das “obras” humanas. 
É uma metaciência que permeia a compreensão de todas as disciplinas 
humanísticas. 
 
Elementos da hermenêutica clássica 
Verificado o que vem a ser hermenêutica vamos, em seguida, entender os 
elementos clássicos propostos por Savigny. Entretanto, é preciso lembrar que 
por estarem as normas constitucionais situadas num nível hierarquicamente 
superior às demais normas, devemos dar especial atenção à utilização desses 
métodos. A técnica de intepretação sofrerá significativa mudança dadas as 
especificidades e estatura das normas constitucionais. 
 
A hermenêutica jurídica clássica é entendida a partir de um conjunto de 
métodos de interpretação. Veja cada um dos métodos ou elementos clássicos 
de interpretação: 
 
1. Gramatical, textual, filológica, verbal, semântica ou literal 
(verba legis) 
É a interpretação em que o operador do direito verifica qual o sentido do 
texto gramatical da norma jurídica, ou seja, verifica o valor semântico das 
palavras que integram o texto jurídico, bem como a sintaxe, pontuação etc. O 
intérprete fica sujeito ao texto da lei de forma expressa e direta. 
 
Por meio desse método, o aplicador do direito procura revelar o sentido literal 
da norma. Atente-se que o elemento gramatical constitui o primeiro passo na 
tarefa do processo interpretativo. O intérprete parte inicialmente do texto e 
encontra nesse seu limite, por compreender o sentido possível das palavras. 
 
 7 
 
Ao citar as palavras do ex-ministro do Supremo Tribunal Federal Luiz Galloti, 
o jurista Luís Roberto Barroso adverte sobre o uso irracional do método 
gramatical, conforme se extrai da passagem abaixo: 
 
De todas, a interpretação literal é a pior. Foi por ela que Cléia, na 
Chartreuse de Parme, de Stendhal, havendo feito um voto a Nossa 
Senhora de que não mais veria seu amante Fabrício, passou a 
recebê-lo na mais absoluta escuridão, supondo que assim estariacumprindo o compromisso.3 
 
 Assim, somente será legítima a utilização desse método hermenêutico se o 
intérprete buscar o correto alcance da norma. Na eventual contradição entre 
o sentido gramatical e o sentido lógico, esse deverá prevalecer. 
 
2. Lógica ou racional 
A interpretação lógica da norma jurídica poderá ocorrer de duas formas: a 
lógica interna relacionada à lógica formal e a lógica externa que procura 
investigar as razões sociais que levaram ao surgimento do comando 
normativo. 
 
Tal método procura descobrir o sentido e o alcance da norma através dos 
raciocínios lógicos. 
 
3. Teleológica ou finalística 
A interpretação teleológica ou finalística é aquela que se encontra em sintonia 
com o fim visado pelo legislador, isto é, qual a razão de ser da norma (ratio 
legis). Por isso, a norma jurídica deve ser compreendida como um meio para 
atingir determinado propósito almejado pelo legislador. 
 
 
3 apud BARROSO, Luís Roberto. Interpretação e aplicação da Constituição. 2. ed. São 
Paulo: Saraiva, 1998. p. 127. 
 
 
 
 8 
4. Sistemática 
A interpretação da norma jurídica é realizada levando-se em consideração o 
seu conjunto, o sistema em que a norma está inserida. A unicidade do 
sistema jurídico proporciona uma interpretação sistemática de suas normas, 
já que o ordenamento jurídico representa um todo harmônico entre seus 
dispositivos legais. É, pois, uma visão estrutural de todo o sistema de normas. 
Luis Roberto Barroso 4 ensina que o “método sistemático disputa com o 
teleológico a primazia no processo interpretativo. O direito objetivo não é um 
aglomerado aleatório de disposições legais, mas um organismo jurídico, um 
sistema de preceitos coordenados ou subordinados, que convivem 
harmonicamente.” 
 
Torna-se imprescindível a contextualização da norma jurídica no sistema ao 
qual pertence. Daí, devemos analisar a norma comparando-a com outros 
textos normativos do sistema jurídico. 
 
5. Histórica 
O intérprete procura analisar a evolução histórica dos fatos, a exposição de 
motivos, mensagens, emendas, discussões parlamentares referentes ao 
nascimento daquela norma jurídica. Vale destacar que modernamente o 
processo de exegese não atribui grande importância à questão de desvendar 
a mens legislatoris, já que os valores da sociedade atual podem estar em 
distonia em relação à intenção do legislador à época do processo de 
elaboração da lei. 
 
Nas lições de José de Oliveira Ascensão, a interpretação histórica5 deve ter 
em conta aqueles dados ou acontecimentos históricos que expliquem a lei. 
São eles: 
 
 
4 BARROSO, Luís Roberto. Interpretação e aplicação da Constituição. 2. ed. São Paulo: 
Saraiva, 1998. p. 127. 
5 ASCENSÃO, José de Oliveira. O direito: Introdução e teoria geral. 2. ed. Rio de Janeiro: 
Renovar, 2001. p. 426. 
 
 9 
• precedentes normativos (históricos e comparativos); 
• trabalhos preparatórios; e 
• occasio legis (pode ser compreendido por todo o circunstancialismo social 
que rodeou o aparecimento da lei). Como exemplo, a legislação restritiva de 
direitos que norteou a sociedade americana após o atentado de 11 de 
setembro. O intérprete jurídico não pode deixar de ponderar o 
circunstancialismo social de “terror” que forçou o aparecimento de uma 
legislação diferenciada. 
 
6. Sociológica 
O intérprete procura investigar a realidade social. O método possui três 
objetivos: a) eficacial, que confere aplicabilidade e eficácia à norma de acordo 
com os fatos sociais; b) atualizador, que permite que a norma seja 
interpretada de forma histórica-evolutiva, conferindo maior amplitude para 
abranger novas situações antes não contempladas e, c) transformador, que 
procura atender aos anseios e exigências para o atingimento do bem comum. 
 
7. Autêntica, legal, legislativa 
É realizada pelo próprio órgão que editou a norma, declarando seu sentido, 
alcance e conteúdo. 
 
8. Extensiva ou ampliativa 
Quanto aos efeitos da interpretação, o método extensivo procura atribuir um 
sentido mais amplo à norma jurídica do que ela originalmente teria. 
 
Essa interpretação permite a ampliação do texto. 
 
9. Restritiva ou Limitativa 
O exegeta dá um sentido mais restrito à norma jurídica. Tal técnica diminui e 
limita a incidência do conteúdo da norma jurídica. Para que o método possa 
ser utilizado, é preciso que uma norma jurídica exprima além do que 
 
 10 
realmente pretendia dizer. Neste caso, o legislador disse mais do que 
pretendia dizer e caberá ao intérprete restringir o seu conteúdo. 
 
 10. Declarativa 
O intérprete apenas procurará declarar aquilo que contém na norma, sem 
ampliar ou reduzir os efeitos da interpretação. 
A nova interpretação constitucional 
Como vimos, as interpretações gramatical, histórica, sistemática e teleológica 
constituem métodos da hermenêutica savignyana. Os métodos clássicos são 
aplicados de forma subjuntiva, sem valoração normativa e, por isso, tem 
maior potencial de gerar certeza e previsibilidade. 
 
Porém, o texto constitucional é permeado e envolto de normas de textura 
aberta ou princípios antagônicos que indicam respostas diversas para o 
mesmo problema, além da existência de conceitos jurídicos indeterminados. 
Nesse passo, no âmbito de uma Constituição repleta de princípios 
contraditórios (ainda que aparentes), a aplicação única da velha 
hermenêutica tornaria desnutrido o processo de interpretação constitucional. 
 
A lógica subsuntiva aplicada a partir de conceitos jurídicos fechados 
abstratamente formulados não se coaduna com as normas constitucionais 
feitas sob a forma de princípios, que possuem, portanto, baixa densidade 
normativa e alto teor de vagueza. 
 
É por isso que Luís Roberto Barroso demonstra que, mesmo no quadro da 
dogmática jurídica tradicional, já haviam sido: 
 
sistematizados diversos princípios específicos de interpretação 
constitucional, aptos a superar as limitações da interpretação 
jurídica convencional, concebida sobretudo em função da legislação 
infraconstitucional, e mais especialmente do direito civil. A grande 
virada na interpretação constitucional se deu a partir da difusão de 
 
 11 
uma constatação que, além de singela, sequer era original: não é 
verdadeira a crença de que as normas jurídicas em geral — e as 
normas constitucionais em particular — tragam sempre em si um 
sentido único, objetivo, válido para todas as situações sobre as 
quais incidem. E que, assim, caberia ao intérprete uma atividade de 
mera revelação do conteúdo preexistente na norma, sem 
desempenhar qualquer papel criativo na sua concretização. A nova 
interpretação constitucional assenta-se no exato oposto de tal 
proposição: as cláusulas constitucionais, por seu conteúdo aberto, 
principiológico e extremamente dependente da realidade 
subjacente, não se prestam ao sentido unívoco e objetivo que uma 
certa tradição exegética lhes pretende dar. O relato da norma, 
muitas vezes, demarca apenas uma moldura dentro da qual se 
desenham diferentes possibilidades interpretativas. 6 
 
O intérprete deve superar antigas leituras e tentar elaborar outro padrão 
reconstruído a partir da análise do caso concreto decidendo. Isso se dá 
também porque a singularidade das normas constitucionais exige princípios e 
métodos distintos para sua interpretação. Nesse passo, ao lado do método 
jurídico ou hermenêutico clássico, surgem outros como o tópico-problemático, 
o hermenêutico concretizador, o científico espiritual e o normativo 
estruturante. 
 
Em suma, além da existênciados métodos clássicos de interpretação, que 
concebem uma atividade exegética de técnica de conhecimento mecânico de 
aplicação do texto constitucional, dada as especificidade das normas 
constitucionais e o aparecimento dos casos difíceis, exige-se a extensão da 
hermenêutica para além da aplicação subjuntiva. 
 
 
6 BARROSO, Luís Roberto. O começo da história. A nova interpretação constitucional e o 
papel dos princípios no direito brasileiro. In: Temas de direito constitucional. Tomo III, 
Rio de Janeiro: Renovar, 2008. p. 7. 
 
 12 
Aspectos hermenêuticos que enfraquecem a concepção 
tecnoformal do direito 
A imprecisão e a abertura do texto constitucional, a possibilidade de colisão 
de normas constitucionais de mesma hierarquia e a ocorrência de casos 
difíceis sem uma correspondente regulamentação jurídica são fatores que 
limitam a aplicação mecânica do direito, dentro de uma concepção 
tecnoformal, que só leva em consideração a letra da lei. Em consequência, 
podemos dizer que a insuficiência das fórmulas clássicas de interpretação se 
dá a partir desses obstáculos. 
 
Os avanços da dogmática constitucional pós-positiva superaram, nesse 
aspecto, a dogmática savignyana que muitas vezes se apresenta insuficiente 
para a solução de casos difíceis, mormente nas hipóteses de conflitos de 
princípios constitucionais de mesma hierarquia, onde não se pode aplicar o 
método subjuntivo-dedutivo. 
 
Não se quer afirmar que a nova interpretação constitucional suprimiu por 
completo a hermenêutica clássica. Nesse sentido, precisa a lição de Luís 
Roberto Barroso7, verbis: 
 
Muitas situações ainda subsistem em relação às quais a 
interpretação constitucional envolverá uma operação intelectual 
singela, de mera subsunção de determinado fato à norma. Tal 
constatação é especialmente verdadeira em relação à Constituição 
brasileira, povoada de regras de baixo teor valorativo, que cuidam 
do varejo da vida. (...). Portanto, ao se falar em nova interpretação 
constitucional, normatividade dos princípios, ponderação de valores, 
teoria da argumentação, não se está renegando o conhecimento 
convencional, a importância das regras ou a valia das soluções 
subsuntivas. (...) A ideia de uma nova interpretação constitucional 
liga-se ao desenvolvimento de algumas fórmulas originais de 
realização da vontade da Constituição. Não importa em desprezo ou 
 
7 Cf. “O começo da história. A nova interpretação constitucional e o papel dos princípios no 
direito brasileiro”. In: Temas de direito constitucional. Tomo III. p. 7-8. 
 
 13 
abandono do método clássico – o subsuntivo, fundado na aplicação 
de regras – nem dos elementos tradicionais da hermenêutica: 
gramatical, histórico, sistemático e teleológico. Ao contrário, 
continuam eles a desempenhar um papel relevante na busca de 
sentido das normas e na solução de casos concretos. Relevante, 
mas nem sempre suficiente. 
 
No plano da interpretação constitucional, as avançadas construções teóricas 
de natureza pós-positiva devem assumir caráter subsidiário, sendo 
empregadas tão somente naquelas hipóteses em que as fórmulas 
hermenêuticas clássicas se mostrarem inaptas para a solução do caso 
concreto. Isto significa dizer por outras palavras que, no universo dogmático 
do direito constitucional contemporâneo, a hermenêutica clássica de 
racionalidade subjuntiva tem prioridade sobre a dogmática pós-positivista de 
racionalidade discursiva. 
 
As fórmulas hermenêuticas tradicionais concebidas por Savigny (métodos 
gramatical, histórico, sistemático e teleológico) continuam sendo relevantes 
nesses tempos de neoconstitucionalismo. 
 
Enfim, sem qualquer pretensão de esgotar o espectro temático atinente às 
fórmulas clássicas de interpretação constitucional, queremos apenas 
favorecer, nesse ponto, o entendimento de que a velha hermenêutica ainda é 
pertinente, muito embora nem sempre seja suficiente. 
 
As fórmulas hermenêuticas tradicionais concebidas por Savigny (métodos 
gramatical, histórico, sistemático e teleológico) continuam sendo muito 
importantes nesses tempos de neoconstitucionalismo, na medida em que a 
dimensão semântica do texto normativo entremostra ao intérprete os limites 
da interpretação constitucional. Ou seja, as teorias contemporâneas da 
argumentação jurídica e da teoria discursiva do direito não têm o condão de 
afastar por completo a hermenêutica tradicional, ao contrário, a aplicação da 
metódica de Savigny deve ser empregada com prioridade. 
 
 14 
Os métodos clássicos não podem ser afastados e continuam a ser utilizados 
na maioria dos casos pelos intérpretes, desde que sejam considerados de fácil 
solução, caso contrário, é importante fazer uso de novos instrumentos 
hermenêuticos. 
 
A ideia de uma nova interpretação constitucional não importa abandono nem 
desprezo pelo método clássico. As avançadas construções teóricas de 
natureza pós-positivista devem assumir caráter subsidiário, sendo 
empregadas tão somente naquelas hipóteses em que as fórmulas 
hermenêuticas clássicas se mostrarem inaptas para a solução do caso 
concreto. 
 
Atividade proposta 
Com relação ao emprego das cotas raciais para a seleção dos ingressantes no 
ensino superior nas Universidades Públicas, pode o magistrado aplicar o 
método subjuntivo-dedutivo? 
 
 
 
Material complementar 
 
Para aprofundar seu conhecimento, leia a obra de LOUREIRO, M. F; 
CARNEIRO, M. F. Hermenêutica como Método de Aplicação do 
Direito Constitucional. Porto Alegre: Sergio Antonio Fabris Editor, 
2011. p. 35-50. 
 
 
 
Referências 
BARROSO, Luís Roberto. Interpretação e aplicação da Constituição. 2. 
ed. São Paulo: Saraiva. 1996. 
 
 15 
 
_______. A nova interpretação constitucional. Ponderação, direitos 
fundamentais e relações privadas. Rio de Janeiro: Renovar, 2003. 
 
_______. O começo da história. A nova interpretação constitucional e o papel 
dos princípios no direito brasileiro. In: Temas de direito constitucional. 
Tomo III. Rio de Janeiro: Renovar, 2008. 
 
BERTI, Enrico. As razões de Aristóteles. São Paulo: Loyola, 1998. 
 
BONAVIDES, Paulo. Curso de direito constitucional. 8. ed. São Paulo: 
Malheiros, 1999. 
 
CAMARGO, Margarida Maria Lacombe. Hermenêutica e argumentação: 
uma contribuição ao estudo do direito. Rio de Janeiro: Renovar, 1999. 
 
FERRAZ Jr., Tercio Sampaio. Introdução ao estudo do direito. 2. ed. São 
Paulo: Atlas, 1994. 
 
FREITAS, Juarez. A interpretação sistemática do direito. 4. ed. São 
Paulo: Malheiros, 2004. 
 
GRAU, Eros Roberto. Ensaio e discurso sobre a interpretação/aplicação 
do direito. São Paulo: Malheiros, 2002. 
 
GRODIN, Jean. Introdução à hermenêutica filosófica. São Leopoldo: 
Unisinos, 2003. 
 
HEIDEGGER, Martin. Ser e tempo. Parte I. Petrópolis: Vozes, 2002. 
 
 
 16 
LOUREIRO, M. F; CARNEIRO, M. F. Hermenêutica como Método de 
Aplicação do Direito Constitucional. Porto Alegre: Sergio Antonio Fabris 
Editor, 2011. 
 
MAXIMILIANO, Carlos. Hermenêutica e aplicação do direito. 13. ed. Rio 
de Janeiro: Forense, 1993. 
 
MELLO, Cleyson de Moraes. Hermenêutica e direito. Rio de Janeiro: Freitas 
Bastos, 2006. 
 
_______. Introdução ao estudo do direito. Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 
2006. 
 
OLIVEIRA JÚNIOR, José Alcebíades de. Teoria jurídica e novos direitos. 
Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2000. 
 
PALMER, Richard. Hermenêutica. Lisboa: Edições 70, 1999. 
 
PEREZ LUÑO, Antonio-Enrique. Los derechos fundamentales. 8. ed. 
Madrid: Tecnos, 2004. 
 
ROTHENBURG,Walter Claudius. Princípios constitucionais. Porto Alegre: 
Sergio Antonio Frabris Editor, 1999. 
 
SARLET, Ingo Wolfgang. A eficácia dos direitos fundamentais. 3. ed. 
Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2003. 
 
SILVA, Kelly Susane Alflen da. Hermenêutica jurídica e concretização 
judicial. Porto Alegre: Sergio Antonio Fabris Editor, 2000. 
 
STRECK, Lenio Luiz. Hermenêutica jurídica e(m) crise. Porto Alegre: 
Livraria do Advogado, 2003. 
 
 17 
Exercícios de fixação 
Questão 1 
A hermenêutica e a interpretação têm servido de objeto de estudo de 
doutrinadores estrangeiros como nacionais. É certo que o jurista Carlos 
Maximiliano trata sobre o tema. Pode-se afirmar com apoio no magistério de 
Carlos Maximiliano que: 
 
a) Hermenêutica e interpretação são palavras sinônimas. 
b) Hermenêutica e interpretação são diferentes, sendo que hermenêutica 
é prática da interpretação. 
c) Hermenêutica e interpretação são diferentes. A Interpretação é 
aplicação da hermenêutica. 
d) Hermenêutica e interpretação são semelhantes, sendo que a 
Interpretação é a teoria científica da arte hermenêutica. 
 
Questão 2 
No que se refere à chamada interpretação clássica do direito, podemos 
afirmar que: 
 
a) Permanece sendo, nos dias atuais, o modo próprio de se interpretar o 
direito. 
b) Está completamente superada não sendo mais levado em conta, no 
processo hermenêutico, qualquer de suas tradicionais dimensões 
(literal, lógico, sistemático, histórico ou teleológico). 
c) Por não possuir mecanismos capazes de gerar uma interpretação 
adequada ao mundo hodierno, em alguns casos, deve ceder espaço 
para uma lógica discursiva de interpretação, mais condizente com as 
necessidades do mundo contemporâneo. 
d) Reconhece a principiologia pós-positivista como método fundante para 
o processo hermenêutico. 
 
 
 
 18 
Questão 3 
São elementos ou critérios utilizados na interpretação clássica, EXCETO: 
 
a) Principiologia pós-positivista. 
b) Literal ou gramatical. 
c) Histórico. 
d) Sistemático. 
 
Questão 4 
No que se refere à chamada interpretação clássica do direito, podemos 
afirmar que: 
 
I. as fórmulas hermenêuticas tradicionais concebidas por Savigny 
(métodos gramatical, histórico, sistemático e teleológico) continuam 
sendo relevantes nesses tempos de neoconstitucionalismo. 
II. as teorias contemporâneas da argumentação jurídica e da teoria 
discursiva do direito negam por completo a hermenêutica tradicional. 
III. O método subsuntivo-dedutivo permanece sendo o único método 
aplicável na busca pela melhor aplicação da norma. 
IV. a insuficiência da velha hermenêutica acabou por reforçar a 
necessidade de instrumentos hermenêuticos avançados para desvelar 
os limites das normas constitucionais principiológicas, abertas e 
conflitantes entre si. 
 
Estão corretas as seguintes assertivas: 
a) ( ) I e II. 
b) ( ) II e III. 
c) ( ) III e IV. 
d) ( ) I e IV. 
 
 
 
 
 19 
Questão 5 
Os métodos clássicos conformam o que se chama de racionalidade subsuntiva 
de aplicação do direito. Assim, é CORRETO afirmar que: 
 
a) Têm maior potencial para gerar a certeza e a previsibilidade do 
fenômeno jurídico. 
b) Têm prioridade sobre a dogmática pós-positivista de racionalidade 
lógica e ordinária. 
c) Não têm prioridade sobre a dogmática pós-positivista de racionalidade 
discursiva. 
d) Não têm maior potencial para gerar a certeza e a previsibilidade do 
fenômeno jurídico. 
 
Questão 6 
Leia o trecho abaixo: 
 
“Uma das conferências que assisti em um ainda recente congresso versava 
sobre a distinção entre os métodos de interpretação, gramatical, teleológico 
etc. De repente percebi que quem palestrava tinha mais de duzentos anos, 
um autêntico morto sem sepultura, fazendo ressoar o Bolero, de Ravel...” 
A partir dessa passagem do ex- Ministro do STF Eros Grau, podemos afirmar 
que são motivos que comprovam a insuficiência da hermenêutica clássica, 
EXCETO: 
 
a) A imprecisão e a abertura do texto constitucional. 
b) A completude do direito. 
c) A possibilidade de colisão de normas constitucionais de mesma 
hierarquia. 
d) A ocorrência de casos difíceis sem uma correspondente 
regulamentação jurídica. 
 
 
 
 20 
Questão 7 
A doutrina pacificou o entendimento no sentido de que as pretensões 
axiológicas encontradas na Constituição merecem para uma melhor 
concretização o emprego de nova interpretação constitucional. Tendo em 
vista esta constatação, é CORRETO afirmar que: 
 
a) Afasta-se definitivamente a subsunção tradicional. 
b) Os métodos de interpretação tradicional sucumbiram ao ponto de ser 
plenamente substituídos pelas modernas teorias da argumentação 
jurídica. 
c) Apesar das insuficiências contemporâneas da hermenêutica clássica, há 
que se compreender que esta ainda tem seu espaço na interpretação 
constitucional contemporânea. 
d) Em todas as situações concretas, o método clássico será empregado 
pelo jurista constitucional. 
 
Questão 8 
Leia o trecho abaixo de autoria de Luís Roberto Barroso: 
 
O pós-positivismo identifica um conjunto de ideias difusas que ultrapassam o 
legalismo estrito do positivismo normativista, sem recorrer às categorias da 
razão subjetiva do jusnaturalismo. “(..) a nova hermenêutica e a ponderação 
de interesses são componentes dessa reelaboração teórica, filosófica e prática 
que fez a travessia de um milênio para o outro. (...) O novo direito 
constitucional brasileiro (...) foi fruto de duas mudanças de paradigma: a) a 
busca da efetividade das normas constitucionais, fundada na premissa da 
força normativa da Constituição; b) o desenvolvimento de uma dogmática da 
interpretação constitucional, baseada em novos métodos hermenêuticos e na 
sistematização de princípios específicos de interpretação constitucional”. (Cf. 
A nova interpretação constitucional. Rio de Janeiro: Renovar, 2003. p. 
47). 
 
 
 21 
Analise as seguintes afirmativas: 
I. A dogmática jurídica positivista é a doutrina do principialismo que 
atribui força normativa aos princípios constitucionais. 
II. A dogmática pós-positivista desloca para o epicentro do sistema 
jurídico a dignidade da pessoa humana e a força normativa dos 
princípios. 
III. A mundividência do paradigma positivista era limitada porque 
acreditava na crença inabalável de que a cientificidade do direito vinha 
de sua sistematização intrínseca, ou seja, da norma posta pelo 
legislador democrático. 
IV. Dentre outras, são características da dogmática jurídica pós-positivista: 
a aplicação mecânica da lei, a pretensão de completude do direito, o 
legalismo normativista estrito e a neutralidade do intérprete. 
 
Somente é CORRETO o que se afirma em: 
a) ( ) I e III. 
b) ( ) II e III. 
c) ( ) III e IV. 
d) ( ) I, II e IV. 
 
Questão 9 
Sobre a interpretação constitucional, assinale a assertiva INCORRETA: 
 
a) As avançadas construções teóricas de natureza pós-positivista devem 
assumir caráter subsidiário, sendo empregadas tão somente naquelas 
hipóteses em que as fórmulas hermenêuticas clássicas se mostrarem 
inaptas para a solução do caso concreto. 
b) Não há limites ao intérprete para a aplicação das modernas técnicas 
pós-positivistas. 
c) Nosso modelo de Estado Democrático de Direito dá albergue a 
variáveis axiológicas contraditórias e abertas, cuja interpretação deve 
ser feita mediante processo de ponderação de valores. 
 
 22 
d) As interpretações gramatical, histórica, sistemática e teleológica 
constituem métodos da hermenêutica savignyana. 
 
Questão 10 
Em relaçãoà interpretação clássica do Direito, analise as afirmativas abaixo: 
 
I. O intérprete deve superar antigas leituras e tentar elaborar um outro 
padrão reconstruído a partir da análise do caso concreto decidendo. 
II. A interpretação clássica do Direito é considerada fechada e baseada na 
abstração dos textos normativos. 
III. A interpretação clássica é atualmente considerada satisfatória, já que 
os operadores do Direito devem somente compreender, interpretar e 
aplicar o Direito dentro dos limites da ordem jurídica vigente. 
IV. Representa o fenômeno jurídico em sua complexidade e é analisada a 
partir de uma abertura de horizontes, de caráter ontológico. 
 
Somente é CORRETO o que se afirma em: 
a) ( ) II. 
b) ( ) I e II. 
c) ( ) III e IV. 
d) ( ) I, II e IV. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 23 
 
Atividade proposta 
A resposta desse hard case somente pode ser encontrada com o subsídio da 
nova hermenêutica constitucional, pois o intérprete encontra-se diante de 
normas abstratas que exigem um maior esforço interpretativo na solução do 
caso concreto. Dessa forma, o pós-positivismo jurídico irá orientar o 
magistrado a construir com base na justiça, equidade e moral a melhor 
solução. Para aprofundar o conhecimento, verificar as decisões proferidas 
pelo STF na ADPF 186-2, no Recurso Extraordinário 597.285/RS e na ADI 
3.197/RJ. 
 
Exercícios de fixação 
Questão 1 - C 
Justificativa: A hermenêutica é a teoria da interpretação das leis, ou seja, 
método genérico e científico da arte de interpretar. Não se confunde com a 
interpretação que corresponde o processo concreto por meio do qual o 
intérprete aplica os princípios, instrumentos e fórmulas preconizadas pela 
hermenêutica. 
 
Questão 2 - C 
Justificativa: Pela existência de casos difíceis, permeados de valores, a 
interpretação clássica deve dividir espaço com outros métodos. 
 
Questão 3 - A 
Justificativa: Apenas no caso são critérios clássicos de intepretação o literal 
ou gramatical, o histórico e o sistemático. A principiologia pós-positivista 
auxilia a nova intepretação constitucional. 
 
 24 
 
Questão 4 - D 
Justificativa: Os métodos clássicos não podem ser afastados e continuam a 
ser utilizados na maioria dos casos pelos intérpretes, desde que sejam 
considerados de fácil solução, caso contrário, é importante fazer uso de novos 
instrumentos hermenêuticos. 
 
Questão 5 - A 
Justificativa: Os métodos clássicos são aplicados de forma subjuntiva, sem 
valoração normativa e, por isso, têm maior potencial de gerar certeza e 
previsibilidade. 
 
Questão 6 - B 
Justificativa: O texto constitucional é permeado e envolto de normas de 
textura aberta ou princípios antagônicos que indicam respostas diversas para 
o mesmo problema, além da existência de conceitos jurídicos indeterminados. 
 
Questão 7 - C 
Justificativa: Embora não se considere necessário que o intérprete formule 
juízo de valor e desempenhe atividade criativa na utilização dos métodos 
clássicos de interpretação, ele continua a resolver casos considerados fáceis. 
 
Questão 8 - B 
Justificativa: A ideia de uma nova interpretação constitucional não importa 
abandono nem desprezo pelo método clássico. Isso somente é possível a 
partir de uma perspectiva neoconstitucional, na qual a dogmática pós-
positivista dá importância ao princípio da dignidade da pessoa humana e 
força normativa aos princípios. 
 
Questão 9 - C 
 
 25 
Justificativa: A possibilidade de o intérprete valorar o texto da norma não 
significa que a ele se dê um cheque em branco. Há um sentido do texto como 
limite à atuação criativa ou corretiva do intérprete. 
 
Questão 10 - A 
Justificativa: A interpretação clássica baseia-se na aplicação do método 
subjuntivo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Atualizado em: 16 set. 2015