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Trabalho de Parto e Hemorragias do 3º e 4º período Trabalho de parto: contrações uterinas que resultam da dilatação do colo e seu apagamento ao longo do tempo; • Duração: 12 – 18h na primigesta; • Pródromos de trabalho de parto são comuns após a 35ª semana, porém não resultam em modificação do colo – podem durar até 2 semanas – internar por causa disso aumenta a ansiedade da mãe e eleva o número de cesáreas; Tempos e mecanismo de parto: 1. DILATAÇÃO 2. EXPULSÃO 3. DEQUITAÇÃO 4. PRIMEIRA HORA PÓS-PARTO 1º período: Dilatação • Período mais longo • 3cm – 10cm (dilatação máxima) • Primigesta: 1cm/h ◦ APAGA - > DILATA • Multípara: costuma ser mais rápido, já internam com um colo mais dilatado ◦ APAGA e DILATA 1. Fase latente = dilatação lenta 0,6 – 1cm/h Até os 3 cm Contrações irregulares Fase mais rápida na multípara Pródromos do trabalho de parto • Em geral não interna, mas se for de alto risco é bom avaliar melhor 2. Fase ativa = dilatação rápida 1cm/h ou + Dos 3 – 10cm Contrações regulares Trabalho de parto propriamente dito (interna) • Avaliação ◦ Altura uterina: ver se é compatível com a idade gestacional; Renata Kestering Santi, UFSM ◦ Manobras de Leopold: palpação do fundo uterino para identificar o dorso do bebê e consequentemente a apresentação (cefálica/pélvica); ◦ BCFs; ◦ Dinâmica uterina: avaliar por 10min. 3 FO + dilatação indica trabalho de parto; ◦ Inspeção do períneo: sangramento, secreções, perda líquida (fazer exame especular se presente); ◦ Toque vaginal: posição em relação às espinhas ilíacas, apagamento, dilatação, espessura, altura, consistência; ◦ Partograma: avaliação iniciada na fase ativa, possui a linha de alerta e a linha de ação; 2ª período: Expulsão • Dilatação completa até a saída do bebê; • Início dos esforços expulsivos (puxo); • Primigesta: 2h; • Multíparas: 1h; • Manobras: ◦ Proteção do períneo (Ritgen) ◦ Episiotomia ◦ Liberação do ombro anterior – tração inferior da cabeça (Roberts) ◦ Liberação do ombro posterior – tração para cima ▪ Verificar distócia de ombro quando esses não se liberam; 3º período: Dequitação • Descolamento, descida e desprendimento da placenta; • 5 – 30 minutos; • Espontânea ou por manejo ativo (ocitocina): ◦ Ocitocina IM reduz em 40% o sangramento, sendo que no HUSM não se faz dequitação espontânea; • Revisar leito placentário e membranas; • Revisar períneo, fechar episio; 4º período: 1ª hora pós-parto • 1ª hora após a saída da placenta; • Risco de hemorragia materna; • Avaliar sinais vitais e grau de contração uterina; (Cristine) Passou a linha de alerta: Ocitocina e amniotomia Correção de dinâmica Passou a linha de ação: Cesára (Caroline) Passou a linha de ação: Contrações não efetivas? Medicação; Bolsa íntegra? Rompe a bolsa; Já fez as duas coisas e nada? Cesárea; • Amamentação na primeira hora: liberação de ocitocina, diminui sangramentos de 3º e 4º período; Hemorragias do 3º e 4º período: • Maior causa de morbidade materna (20 – 25%); • 1 – 5% dos partos; • Perda de sangue > 500mL em PV e > 1000mL em PC (difícil de estimar) • OU diminuição de 10 pontos do Hct ◦ Primária: < 24h ◦ Secundária: > 24h – 12 semanas • Causas ◦ TÔNUS = Atonia uterina ▪ útero não contrai e não faz hemostasia; ▪ 80% dos casos de hemorragia pós-parto; ▪ útero amolecido; ▪ fatores de risco: gemelaridade, multíparas, parto prolongado, corioamnionite; ◦ TRAUMA ▪ lacerações, incisão cirurgica, ruptura uterina; ◦ COAGULOPATIA ▪ causa e consequência (hemorragia persistente = consumo de fatores de coagulação e hemodiluição dos fatores restantes); • Fatores de risco ◦ Retenção da placenta ◦ Parada da progressão do trabalho de parto ◦ Acretismo placentário ◦ Lacerações ◦ Parto instrumentado ◦ RN GIG > 4kg ◦ Distúrbios hipertensivos (pré-eclâmpsia, eclâmpsia e HELLP) ◦ Indução do trabalho de parto ◦ Segunda fase prolongada (aumenta risco de laceração) • Diagnóstico ◦ Sangramento acima do esperado + sintomas e/ou sinais de hipovolemia: ▪ sint: palidez, fraqueza, palpitação, diaforese, confusão mental, fome de ar, síncope; ▪ hipov: hipotensão, taquicardia, oligúria, SatO2 < 95%; ◦ Atentar para esses sinais, porque as vezes a mulher pode estar com hemorragia interna; • Manejo ◦ Medidas gerais: ◦ 1º: Medidas não cirúrgicas = estabilizar hemodinamicamente ▪ Avaliar sinais vitais, laboratoriais; ▪ Repor volume (2 acessos calibrosos + hemoconcentrado + fibrinogênio baixo); ▪ Corrigir coagulopatia; ◦ 2º: Histerectomia (último recurso) ▪ Indicação absoluta no acretismo placentário; ◦ Parto Vaginal: ▪ 1º – Massagem Uterina (estimula contração uterina) + Ocitocina = geralmente funciona ▪ Não funcionou dentro de 5/10 minutos? Metilergovina (não usar em HAS ou glaucoma); ▪ Também não deu? Misoprostol (se pcte muito instável usar via retal) ▪ Examinar trato urogenital; ▪ Excluir ruptura uterina e inversão uterina (relacionada ao excesso de tração na dequitação da placenta – resolução manual mediante anestesia e interrupção da ocitocina – se recidivar leva pra laparotomia – se prole completa pode-se fazer histerectomia); ▪ Tamponamento uterino pode ser utilizado para encaminhar a paciente a um centro de referência para melhor manejo, mas não é terapêutico; ◦ Parto Cesáreo: ▪ Geralmente causada por extensão lateral da incisão; ▪ 1º – Massagem Uterina + útero-tônicos (diretamente no útero e nos cornos uterinos); ▪ Sutura da incisão; ▪ Torniquete uterino para ganhar tempo até a transfusão (dreno de penrose atrás do útero e faz um garrote); ▪ Última opção: histerectomia; ◦ 24 depois: ▪ Fazer US: tem algo novo? Distúrbios hemorrágicos? Coriocarcinoma? • Complicações: ◦ Síndrome de Sheehan devido ao choque hipovolêmico (baixa perfusão da glândula pituitária); ◦ Edema pulmunar (sobrecarga de líquidos); ◦ Anemia; ◦ Complicações relacionadas à transfusão e à anestesia; ◦ Trombose venosa; ◦ Esterelidade (histerectomia); ◦ Síndrome de Asherman (formação de aderências intrauterinas devido à lesões da curetagem); • Prognóstico: ◦ 15% de reincidência na próxima gestação; ◦ Não precisa rastrear distúrbios hemorrágicos porque a maioria é causada por atonia;
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