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Álgebra Linear Assunto: Núcleo e Imagem de uma Transformação Linear Universidade Federal Rural do Semi-Árido - UFERSA Campus Pau dos Ferros-RN 12 de maio de 2016 (prof(a) Mônica Sousa) UFERSA 12 de maio de 2016 1 / 23 NÚCLEO DE UMA TRANSFORMAÇÃO LINEAR Sabendo o que é uma transformação linear podemos caracterizá-la. As- sim como sua ”essência” é uma função: Definião 1: Dizemos que uma transformação linear L : V →W é injetora se for uma função injetora, isto é, v1 6= v2 ⇒ L(v1) 6= L(v2) ou L(v1) = L(v2) ⇒ v1 = v2. (prof(a) Mônica Sousa) UFERSA 12 de maio de 2016 1 / 23 Por exemplo, seja L : R2 → R2 definida por L ([ u1 u2 ]) = [ u1 + u2 u1 − u2 ] e vejamos se é injetora. Se L(v1) = L(v2), fazemos v1 = [ x1 x2 ] , v2 = [ y1 y2 ] e então [ x1 + x2 x1 − x2 ] = [ y1 + y2 y1 − y2 ] . Daí, 2x1 = 2y1, implicando x1 = y1 e x2 = y2. Logo, v1 = v2 e L é injetora. (prof(a) Mônica Sousa) UFERSA 12 de maio de 2016 2 / 23 Por exemplo, seja L : R2 → R2 definida por L ([ u1 u2 ]) = [ u1 + u2 u1 − u2 ] e vejamos se é injetora. Se L(v1) = L(v2), fazemos v1 = [ x1 x2 ] , v2 = [ y1 y2 ] e então [ x1 + x2 x1 − x2 ] = [ y1 + y2 y1 − y2 ] . Daí, 2x1 = 2y1, implicando x1 = y1 e x2 = y2. Logo, v1 = v2 e L é injetora. (prof(a) Mônica Sousa) UFERSA 12 de maio de 2016 2 / 23 Também temos transformações que não são injetoras, Por exemplo, seja L : R3 → R2 definida por L u1 u2 u3 = [ u1 u2 ] e vejamos que não é injetora. Se L x1 x2 x3 = L y1 y2 y3 , então [ x1 x2 ] = [ y1 y2 ] . Daí, v1 6= v2 para x3 6= y3. Logo, L não é injetora. (prof(a) Mônica Sousa) UFERSA 12 de maio de 2016 3 / 23 Mas temos outros meios de concluirmos se uma transformação é inje- tora, para isso precisamos saber que: Definição 2: Seja L : V →W uma transformação linear. O núcleo de L é o subconjunto de V que consiste de todos os elementos de V que são associado ao vetor nulo de W , ou seja, kerL = {v ∈ V |L(v) = 0W }. (prof(a) Mônica Sousa) UFERSA 12 de maio de 2016 4 / 23 Observação (a) kerL 6= ∅, pois L(0V ) = 0W , donde 0V ∈ kerL. (b) kerL é um subespaço de V , pois L(v1 + v2) = L(v1) + L(v2) = 0W e L(rv) = rL(v) = 0W ; Por exemplo, seja L : R3 → R2 definida por L u1 u2 u3 = [ u1 u2 ] . Encontremos o kerL. (prof(a) Mônica Sousa) UFERSA 12 de maio de 2016 5 / 23 Observação (a) kerL 6= ∅, pois L(0V ) = 0W , donde 0V ∈ kerL. (b) kerL é um subespaço de V , pois L(v1 + v2) = L(v1) + L(v2) = 0W e L(rv) = rL(v) = 0W ; Por exemplo, seja L : R3 → R2 definida por L u1 u2 u3 = [ u1 u2 ] . Encontremos o kerL. (prof(a) Mônica Sousa) UFERSA 12 de maio de 2016 5 / 23 Observação (a) kerL 6= ∅, pois L(0V ) = 0W , donde 0V ∈ kerL. (b) kerL é um subespaço de V , pois L(v1 + v2) = L(v1) + L(v2) = 0W e L(rv) = rL(v) = 0W ; Por exemplo, seja L : R3 → R2 definida por L u1 u2 u3 = [ u1 u2 ] . Encontremos o kerL. (prof(a) Mônica Sousa) UFERSA 12 de maio de 2016 5 / 23 Como L u1 u2 u3 = [ 0 0 ] ⇒ [ u1 u2 ] = [ 0 0 ] , segue que u1 = 0 e u2 = 0, donde kerL = v = u1 u2 u3 ∈ R3 ∣∣∣∣∣L(v) = 0W = 0 0 u3 ∣∣∣∣∣u3 ∈ R . (prof(a) Mônica Sousa) UFERSA 12 de maio de 2016 6 / 23 E com o seguinte resultado podemos ver que: Teorema 1: A transformação linear L : V →W é injetora se, e somente se, kerL = {0V }. Demonstração. Se v ∈ kerL e L é injetora, então obtemos L(v) = 0W = L(0V ), donde v = 0V , pois L(v) = L(w) implica v = w para todo v, w ∈ V . Logo, kerL = {0V }. Se kerL = {0V }, então L(v) = L(w), implica L(v)− L(w) = 0W , donde L(v − w) = 0W e assim, v − w = 0V . Logo, v = w e L é injetora. (prof(a) Mônica Sousa) UFERSA 12 de maio de 2016 7 / 23 No exemplo anterior obtermos que kerL = 0 0 u3 ∣∣∣∣∣u3 ∈ R 6= 0 0 0 , donde L não é injetora Observação (a) Também poderíamos anunciar esse teorema dizendo que L é injetora se, e somente se, dimkerL = 0; (b) E ter como consequência que se L(x) = b e L(y) = b, então x− y ∈ kerL. (prof(a) Mônica Sousa) UFERSA 12 de maio de 2016 8 / 23 IMAGEM DE UMA TRANSFORMAÇÃO LINEAR Agora passamos a outra característica: Definição 2: Seja L : V →W uma transformação linear. A imagem de L é o subconjunto de W que consiste de todos os elementos de W que são associado por L a algum vetor de V , ou seja, im L = {w ∈W |L(v) = w, para algum v ∈ V }. Também dizemos que w é imagem de v por L e que L é sobrejetora se im L =W . (prof(a) Mônica Sousa) UFERSA 12 de maio de 2016 9 / 23 Por exemplo, a projeção L : R3 → R2 definida por L u1 u2 u3 = [ u1 u2 ] é sobrejetora. Pois, dado w ∈ R2 qualquer tem-se w = [ a b ] . Assim, existe v = a b u3 ∈ R3, tal que L(v) = L a b u3 = [ a b ] = w. (prof(a) Mônica Sousa) UFERSA 12 de maio de 2016 10 / 23 Por exemplo, a projeção L : R3 → R2 definida por L u1 u2 u3 = [ u1 u2 ] é sobrejetora. Pois, dado w ∈ R2 qualquer tem-se w = [ a b ] . Assim, existe v = a b u3 ∈ R3, tal que L(v) = L a b u3 = [ a b ] = w. (prof(a) Mônica Sousa) UFERSA 12 de maio de 2016 10 / 23 Observação (a) A im L é um subespaço de W ; (b) E para dizer se uma transformação linear é injetora ou sobrejetora temos de resolver um sistema linear. Esses também são importantes para determinar uma base de qualquer subespaço, em particular do kerL e da im L. (prof(a) Mônica Sousa) UFERSA 12 de maio de 2016 11 / 23 Por exemplo, seja L : R3 → R3 definida por L u1 u2 u3 = u1 + u3 u1 + u2 u2 − u3 . Determinemos a dimkerL e dim im L. Como L u1 u2 u3 = 0 0 0 implica u1 + u3 u1 + u2 u2 − u3 = 0 0 0 , segue que u1 + u3 = 0 u1 + u2 = 0 u2 − u3 = 0 . Daí, u1 = −u3 u2 = u3 u3 = r , r ∈ R. Assim, (prof(a) Mônica Sousa) UFERSA 12 de maio de 2016 12 / 23 kerL = −r r r ∣∣∣∣∣r ∈ R , donde, −1 1 1 gera o kerL e, portanto, dimkerL = 1 e portanto L não é injetora. Agora para im L como u1 + u3 u1 + u2 u2 − u3 = u1 1 1 0 + u2 0 1 1 + u3 1 0 −1 (prof(a) Mônica Sousa) UFERSA 12 de maio de 2016 13 / 23 temos que im L = ger 1 1 0 , 0 1 1 , 1 0 −1 , assim, resta ver se são L.I. fazendo a1 1 1 0 + a2 0 1 1 + a3 1 0 −1 = 0 0 0 . Daí, escalonando a matriz aumentada desse sistema obtemos, 1 0 1 p 0 0 1 −1 p 0 0 0 0 p 0 (prof(a) Mônica Sousa) UFERSA 12 de maio de 2016 14 / 23 Portanto, 1 1 0 , 0 1 1 é uma base de im L e dim im L = 2. Mas, temos um resultado que facilita esse trabalho: Teorema 2:(do Núcleoe da Imagem) Se L : V →W é uma transformação linear de uma espaço vetorial V de dimensão n em um espaço vetorial W , então dimkerL+ dim im L = dimV. Assim, precisamos saber apenas a dimensão do núcleo ou da imagem de L. (prof(a) Mônica Sousa) UFERSA 12 de maio de 2016 15 / 23 Portanto, 1 1 0 , 0 1 1 é uma base de im L e dim im L = 2. Mas, temos um resultado que facilita esse trabalho: Teorema 2:(do Núcleo e da Imagem) Se L : V →W é uma transformação linear de uma espaço vetorial V de dimensão n em um espaço vetorial W , então dimkerL+ dim im L = dimV. Assim, precisamos saber apenas a dimensão do núcleo ou da imagem de L. (prof(a) Mônica Sousa) UFERSA 12 de maio de 2016 15 / 23 Observação A dimensão do kerL é também chamada de nulidade de L. Por exemplo, no exemplo anterior, a nulidade de L é igual a 1. Também, Corolário 1: Se L : V →W é uma transformação linear tal que dimV = dimW , então: (a) se L é injetora, então é sobrejetora; (b) se L é sobrejetora, então é injetora. (prof(a) Mônica Sousa) UFERSA 12 de maio de 2016 16 / 23 Observação A dimensão do kerL é também chamada de nulidade de L. Por exemplo, no exemplo anterior, a nulidade de L é igual a 1. Também, Corolário 1: Se L : V →W é uma transformação linear tal que dimV = dimW , então: (a) se L é injetora, então é sobrejetora; (b) se L é sobrejetora, então é injetora. (prof(a) Mônica Sousa) UFERSA 12 de maio de 2016 16 / 23 Demonstração. (a) Se L é injetora, então kerL = {0W }. Daí, dimkerL = 0. Logo, pelo teorema 2, dim im L = dimV = dimW . Portanto, L é sobrejetora. (b) Se L é sobrejetora, então im L =W . Daí, dim im L = dimW = dimV . Logo, pelo teorema 2, dimkerL+ dimV = dimV , donde dimker = 0. Portanto, L é injetora. (prof(a) Mônica Sousa) UFERSA 12 de maio de 2016 17 / 23 Temos também outro tipo de transformação: Definição 4: Uma transformação linear L : V →W é chamada de invertível se for uma função invertível, ou seja, se existir uma função L−1 :W → V , dita inversa de L, tal que L−1 ◦ L = IV e L ◦ L−1 = IW , onde I é a transformação identidade, em IV (v) = v e IW (w) = w para todo v ∈ V e w ∈W . (prof(a) Mônica Sousa) UFERSA 12 de maio de 2016 18 / 23 Assim, Teorema 3: Uma transformação linear L : V →W é invertível se, e somente se, L for injetora e sobrejetora. Também, L−1 é uma transformação linear e (L−1)−1 = L. Por exemplo, Consideremos o operador linear L : R3 → R3 dado por L u1 u2 u3 = 1 1 1 2 2 1 0 1 1 u1 u2 u3 . Vejamos que é invertível e qual é sua inversa. (prof(a) Mônica Sousa) UFERSA 12 de maio de 2016 19 / 23 Como L u1 u2 u3 = 0 0 0 implica 1 1 1 2 2 1 0 1 1 u1 u2 u3 = 0 0 0 , obtemos 1 1 1 p 0 2 2 1 p 0 0 1 1 p 0 que escalonando, 1 0 0 p 0 0 1 0 p 0 0 0 1 p 0 , donde, L é injetora. E, como dimV = dimW , pelo corolário 1, L é sobrejetora. (prof(a) Mônica Sousa) UFERSA 12 de maio de 2016 20 / 23 Portanto, L é invertível. Daí, existe L−1 : R3 → R3 tal que L−1(w) = v. Assim, para determinar L−1 fazemos w = L(v), donde, w1 w2 w3 = 1 1 1 2 2 1 0 1 1 v1 v2 v3 implicando w1 = v1 + v2 + v3 w2 = 2v1 + 2v2 + v3 w3 = v2 + v3 e matricialmente 1 1 1 p w1 2 2 1 p w2 0 1 1 p w3 , (prof(a) Mônica Sousa) UFERSA 12 de maio de 2016 21 / 23 que escalonando chegamos a 1 0 0 p w1 − w2 0 1 0 p −2w1 + w2 + w3 0 0 1 p 2w1 − w2 . Logo, L−1 é dada por L−1 w1 w2 w3 = v1 v2 v3 = w1 − w2 −2w1 + w2 + w3 2w1 − w2 . (prof(a) Mônica Sousa) UFERSA 12 de maio de 2016 22 / 23 E finalizemos destacando que também: Observação (a) Uma transformação L : V →W é injetora se, e somente se, a imagem L(S) de todo subconjunto L.I. S de V é L.I. em W ; (b) Uma transformação L : V →W , onde dimV = dimW é invertível se, e somente se, a imagem L(A) de toda base A de V é uma base de W ; (c) Também, se A é uma matriz n× n não singular, então a transformação linear L : Rn → Rn dada por L(x) = Ax, x ∈ Rn, é invertível. (prof(a) Mônica Sousa) UFERSA 12 de maio de 2016 23 / 23
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