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artigo 5. Doença Hepática Alcoólica.pdf

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Hepatologia
113Prática Hospitalar • Ano VIII • Nº 48 • Nov-Dez/2006
Desde longa data são conhecidos alguns dos malefícios que o consumo excessivo de bebidas que contêm álcool (álcool 
etílico ou etanol) pode causar. Em trabalho re-
cente se concluiu que o consumo diário de vinho 
tinto, em doses consideradas “pequenas“, atuou 
como protetor de coronárias.(1) As conclusões de 
trabalhos como esse devem ser muito cuidadosas, 
não devem significar estímulo para o consumo de 
bebidas alcoólicas. É indispensável “visão global”, 
salientando seus enormes riscos quando consu-
midas de modo excessivo. Vale lembrar também 
que mesmo em doses diárias pequenas há o 
risco de desenvolver dependência (sendo esta 
imprevisível). Os efeitos benéficos mencionados 
não foram verificados em todos os trabalhos. Em 
estudo epidemiológico, o mencionado consumo 
de etanol (em qualquer bebida alcoólica) não 
diminuiu os índices de mortalidade por doença 
coronariana.(2) Se fosse recomendar-se o consumo 
de álcool como cardioprotetor, deveria ser a partir 
de que idade? Cerca de 75% dos acidentes fatais 
com veículos ocorreram em pacientes com menos 
de 50 anos. 
Morrem, portanto, antes de iniciarem o consu-
mo de álcool como tratamento (53 anos de idade 
dos pacientes do citado trabalho de Mukamal et al., 
2003).(1) Como comentado em outros trabalhos, o 
uso de álcool em indivíduos de meia-idade não se 
justifica como terapêutica.(2,3) Mesmo em estudo de 
metanálise não houve evidência de efeito benéfico 
de vinho em homens sobre doença vascular.(4) Os 
trabalhos realizados, a partir de 1960, possibilitaram 
demonstrar a hepatotoxicidade do etanol.(5) Alguns 
autores verificaram que o etanol produziu estea-
tose, com evidentes alterações ultra-estruturais 
em ratos e no homem, assim 
como fibrose e cirrose em ma-
cacos. Dados epidemiológicos 
também reforçam os argumen-
tos a favor da existência de 
efeito hepatotóxico do álcool. 
A hepatotoxicidade do etanol 
está intimamente relacionada 
com o metabolismo do etanol, 
que se processa principal-
mente no fígado. O álcool é a 
principal causa de cirrose nos 
países ocidentais. Estudos 
epidemiológicos possibilitaram demonstrar que há 
correlação entre consumo per capita de álcool e 
índices de mortalidade por cirrose em vários países 
do mundo. Para ressaltar a importância da doença 
hepática alcoólica (DHA), mencionaremos trabalho 
prospectivo realizado nos EUA. Os autores estuda-
ram 280 pacientes com DHA. Após 48 meses de 
seguimento, verificaram que mais da metade do 
grupo com cirrose e dois terços dos que tinham 
cirrose e hepatite alcoólica (HA) haviam falecido.(6) 
A doença hepática alcoólica é a causa mais 
freqüente de disfunção hepática nos EUA. Essa 
ocorrência naquele país está também relacionada 
com o consumo elevado de bebidas alcoólicas, 
onde cerca de metade da população adulta con-
some regularmente bebidas alcoólicas e 15 a 20 
milhões de indivíduos são alcoólatras. Em alguns 
hospitais universitários, o álcool é atualmente a 
principal causa da cirrose, entre os cirróticos in-
Doença Hepática Alcoólica: 
Diagnóstico e Tratamento
Prof. Dr. Moysés Mincis1 • Prof. Dr. Ricardo Mincis2
1 - Professor Titular da Disciplina de Gastroenterologia da Unifesp/EPM. Professor 
Titular da Disciplina de Gastroenterologia da Faculdade de Ciências Médicas de Santos.
2 - Professor Mestre da Disciplina de Gastroenterologia da Faculdade de Ciências 
Médicas de Santos.
Prof. Dr. Moysés Mincis 
(à esq.) e Prof. Dr. Ricardo 
Mincis
114 Prática Hospitalar • Ano VIII • Nº 48 • Nov-Dez/2006
ternados.(7) No Brasil, onde, segundo dados 
da Secretaria Nacional Antidrogas, há 11% 
de indivíduos dependentes do álcool, a inci-
dência de doença hepática alcoólica parece 
ser elevada. Não há, contudo, dados sobre 
essa incidência, como um todo, abrangendo 
muitos Estados em nosso país. Em Inquérito 
Nacional realizado em 1991, com dados 
fornecidos por alguns Estados, a prevalência 
de cirrose alcoólica variou entre 12% a 30% 
dos etilistas estudados.(8) O consumo de 
etanol pode causar os seguintes tipos de 
lesões hepáticas: 
• esteatose, 
• hepatite alcoólica, 
• cirrose, 
• fibrose perivenular, 
• hepatite crônica ativa, 
• “fibrose alcoólica” (no Japão), 
• hepatocarcinoma, 
• lesões venosas oclusivas, 
• degeneração gordurosa microvesicular, 
• colangite microscópica.
A esteatose é a primeira e a mais 
freqüente das lesões hepáticas, induzidas 
pelo etanol, podendo ser a única ou estar 
associada com outra(s) lesão(ões), como 
hepatite alcoólica e cirrose. Esta surge, 
invariavelmente, após ingestão de altas 
doses de álcool, especialmente após três a 
sete dias de consumo etílico. A esteatose 
alcoólica pode evoluir, com a continuação 
da ingestão etílica, para fibrose e cirrose. 
Cerca de 10% a 35% dos pacientes com 
esteatose desenvolvem HA e 10% a 20% 
cirrose.(5)
Segundo dados da literatura, a preva-
lência da hepatite alcoólica variou entre 8% 
e 63%, considerando trabalhos em diversos 
países.(9) É a lesão pré-cirrótica mais impor-
tante. Autores relatam cirrose hepática em 
50% dos casos de hepatite alcoólica. Os 
índices de mortalidade por hepatite alcoólica 
variaram, conforme os trabalhos consulta-
dos, de 0% a 13,5% nas formas leves e de 
29% a 55% nas formas graves.(9) A hepatite 
alcoólica comumente só se desenvolve em 
pacientes que consomem pelo menos 80 g 
de álcool etílico ao dia, durante pelo menos 
cinco anos (geralmente dez anos ou mais).
A cirrose hepática é a fase da DHA 
considerada irreversível. A incidência da 
cirrose varia entre 12% e 30%, conforme 
os trabalhos consultados.(7) A cirrose só se 
estabeleceria após período mínimo de dez 
anos do consumo etílico.(7) A fibrose perive-
nular caracteriza-se pela presença de fibrose 
em torno da veia hepática, com extensão 
de pelo menos 2/3 e espessura superior a 
4 mm. É considerada lesão pré-cirrótica.(5) 
Embora raramente o consumo crônico 
de etanol pode causar quadro histológico 
caracterizado pela presença de piecemeal 
necroses. Cerca de 5% dos pacientes com 
cirrose alcoólica desenvolvem carcinoma 
hepatocelular(10) (que pode também, embora 
raramente, se desenvolver em alcoólatras 
sem cirrose).
Os fatores de risco para doença hepá-
tica alcoólica são: 
• quantidade de álcool ingerida, 
• duração (tempo) da ingestão, 
• continuidade, 
• sexo feminino, 
• desnutrição, 
• substâncias hepatotóxicas em bebidas 
alcoólicas, 
• outras condições patológicas (obesida-
de, deposição de ferro), 
• hepatites pelos vírus B e C, 
• fator genético (predisponente).(5,11)
MetabolisMo do etanol e suas 
ConseqüênCias
Analisaremos resumidamente esse 
item, sendo que mais detalhes constam 
de outra publicação.(5) O álcool é absorvido 
por difusão passiva simples sem sofrer 
processos de digestão. Cerca de 75% do 
álcool ingerido é absorvido no estômago e 
25% nos intestinos, principalmente ao nível 
de jejuno proximal. Excesso de ingestão de 
álcool altera a absorção de nutrientes, tais 
como vitaminas, proteínas, aminoácidos, 
desencadeando desnutrição e o dano he-
pático de muitos alcoólicos. O metabolismo 
normal de outros nutrientes, tais como o dos 
lipídios, pode ser alterado pelo metabolismo 
do etanol (que, como mencionado, ocorre 
quase exclusivamente no fígado), contribuin-
do para a formação de espécies de oxigênio 
reativo, causando estresse e depleção de 
glutationa, fatores que exacerbam o dano 
hepático. O estresse oxidativo induzido pelo 
etanol desempenha papel fundamental no 
mecanismo pelo qual o etanol produz dano 
hepático.(12) Álcool também interfere com o 
ciclo do folato, resultando hipometilação de 
DNA e pode predispor ao câncer. O álcool 
pode ser oxidado por três vias: 
• ADH (álcool-desidrogenase) localizada 
no citosol ou fração solúvel, 
• MEOS (sistemamicrossômico de oxi-
dação do etanol localizado no retículo 
endoplasmático) e 
• catalase (acredita-se que essa via não 
tenha papel significante no homem). 
A principal via é a ADH, que produz al-
deído acético, que pode formar complexos 
estáveis de aldeído acético-proteína, que é 
imunogênico, sendo capaz de induzir dano 
inflamatório no fígado. Como conseqüência 
da oxidação via ADH há maior produção de 
NADH, causando alterações nos metabolis-
mos dos lipídios, hidratos de carbono, ácido 
úrico e diminuição da síntese protéica, au-
mento de colágeno e esteatose. A indução 
do citocromo P4502E1 pelo consumo crôni-
co de etanol desempenha papel importante 
na patogenia da DHA e altera o metabolismo 
de outros compostos, como o do acetami-
nofeno e ambiental de pró-carcinógenos. 
Em vários trabalhos recentes destaca-se a 
importância de determinantes genéticos do 
alcoolismo e da DHA.(13,14) Para se contrapor 
aos malefícios do consumo excessivo do 
álcool, alguns autores mencionam que o 
café e o chá reduzem o risco de doença 
hepática crônica nos EUA.(15) No Japão, o 
consumo habitual de café foi capaz, em um 
estudo, de reduzir o risco de hepatocarcino-
ma. Alguns autores admitem e outros não, 
que o vinho seja menos hepatotóxico que 
outras bebidas alcoólicas.
diagnóstiCo
O estudo diagnóstico da DHA deve 
incluir: anamnese, exame físico, exames 
laboratoriais, métodos diagnósticos por 
imagem, dados morfológicos e avaliação 
da resposta (clínica e laboratorial) após a 
Hepatologia
115Prática Hospitalar • Ano VIII • Nº 48 • Nov-Dez/2006
abstenção alcoólica. O dado mais impor-
tante por ocasião da anamnese é procurar 
“conhecer bem“ os hábitos etílicos. Os 
alcoólatras freqüentemente subestimam 
sua ingestão de álcool, informando que 
“bebem socialmente”. Deve-se também 
procurar saber se há história familiar de 
alcoolismo, uso de medicamentos que 
podem causar interação com o álcool, 
distúrbios da personalidade e a existência 
de doenças que poderiam ser causadas 
pelo efeito do álcool (exemplo: polineurite), 
entre outros dados.(16) Os pacientes com 
DHA podem ou não apresentar sintomas. 
Esses são inespecíficos e compreendem 
principalmente anorexia, náuseas, vômitos, 
emagrecimento e dores abdominais. Esses 
sintomas podem existir nas formas leves e 
intensas. Nas leves não há dados suges-
tivos de insuficiência hepatocelular ou de 
hipertensão portal. Nas formas intensas, 
com encefalopatia hepática há alterações 
psíquicas (desorientação temporoespacial, 
confusão, sonolência, letargia). Para se 
formular a hipótese diagnóstica de DHA, o 
consumo diário de álcool deve ser no mí-
nimo de 40 g para a mulher e de 80 g para 
o homem, durante período de pelo menos 
um ano. Ao exame físico pode haver febre, 
aranhas vasculares, icterícia, ginecomastia, 
eritema palmar, hepatoesplenomegalia, 
entre outros sinais. A hepatomegalia está 
presente aproximadamente em 80% dos 
casos de DHA (em pacientes que continuam 
ingerindo bebidas alcoólicas).(5) Nas formas 
intensas, com encefalopatia, há sinais que 
caracterizam essa complicação hepática. 
A ascite está presente em 80% das formas 
intensas. Muitos pacientes apresentam tam-
bém sinais relacionados com a síndrome de 
feminização: ginecomastia, perda de pêlos 
e atrofia testicular.
Entre os exames laboratoriais merecem 
destaque aspartato aminotransferase (AST) 
e alanina aminotransferase (ALT) que não 
ultrapassam 300 UI/L, exceto em poucos pa-
cientes com necrose esclerosante hialina ou 
quando há associadamente doença hepática 
induzida pelo paracetamol ou hepatite viral. 
AST/ALT ≥ 2 é muito sugestivo de hepatite 
ou cirrose alcoólicas. A gama-glutamiltrans-
ferase (GGT) está aumentada em número 
considerável de pacientes com DHA, mas 
pode também estar elevada em alcoólatras 
sem hepatopatia evidente e ainda em algu-
mas doenças não hepáticas. Altos índices 
de GGT/FA são mais sugestivos de DHA do 
que de doença hepática não-alcoólica. As 
determinações dos níveis de albuminemia, 
do tempo de protrombina e da bilirrubinemia 
são úteis para detectar disfunção hepática. 
A denominada função discriminante (FD) de 
Maddrey et al. é muito útil para avaliação 
prognóstica da HA.(17) A FD é calculada deter-
minando os níveis séricos de bilirrubina (em 
µmol/l) e o tempo de protrombina, utilizando 
a seguinte equação:
FD = 4,6 (tempo de protrombina – tem-
po controle) + níveis de bilirrubina/17,1). A 
divisão do nível de bilirrubina por 17,1 só 
deve ser feita quando o nível de bilirrubina 
for expresso em mg/dl, a fim de converter 
para µmol/L. Valores de 32 ou mais denotam 
doença hepática intensa, com índice de 
mortalidade em quatro semanas superior 
a 35%. Recentemente foi sugerido modelo 
para avaliar a fase final de doença hepática 
como fator preditivo de mortalidade de HA, 
em 30 e 90 dias, especialmente entre os que 
apresentam ascite e/ou encefalopatia. Esse 
modelo (MELD) baseia-se em três variáveis: 
creatinina sérica, bilirrubinas séricas e índice 
internacional normalizado (INR) para tempo 
de protrombina. Esse modelo é considerado 
superior ao teste da FD de Maddrey e es-
cores de Child-Turcote-Pugh.(18,19) Surgiram 
recentemente vários testes bioquímicos 
para o estudo diagnóstico de DHA (5-
hydroxytryptophol (metabólito urinário da 
serotonina), ethylglucuronide etilsulfato, 
peptídeo do pró-colágeno tipo III, transfer-
rina carboidrato-deficiente, entre outros). 
Entretanto, não apresentam sensibilidade e 
especificidade que possibilitam diagnóstico 
de certeza de alcoolismo e de DHA. Embora 
os testes laboratoriais sejam úteis para o 
estudo diagnóstico da DHA, nem sempre 
há correlação entre os seus resultados e os 
dados histológicos. Alguns exames devem, 
por vezes, ser realizados para excluir doença 
hepática não-alcoólica: hepatite crônica viral 
(vírus B ou C), hepatopatias auto-imunes, 
hemocromatose genética, doença de Wil-
son, entre outras.
A ultra-sonografia apresenta grande sen-
sibilidade para o diagnóstico de esteatose, 
porém de especificidade relativamente bai-
xa. Alguns autores consideram a existência 
do denominado “pseudo-sinal dos canais 
paralelos” de utilidade para o diagnóstico de 
HA (a sensibilidade seria de 82%, a especifi-
cidade de 87% e a acurácia de 84%). Esse 
sinal não foi observado em pacientes com 
hepatopatias não-alcoólicas e tampouco em 
indivíduos sadios. A ultra-sonografia pode 
ser útil para o diagnóstico diferencial com 
icterícia obstrutiva. A tomografia computa-
dorizada pode mostrar dados sugestivos de 
esteatose e aspecto característico de fibrose 
hepática confluente na cirrose hepática 
avançada. A ressonância magnética é útil 
para o diagnóstico de esteatose, cirrose e 
para o diagnóstico diferencial entre cirrose 
alcoólica e cirrose biliar primária, além de 
identificar nódulos regenerativos (estes 
podem, à ultra-sonografia e à tomografia 
computadorizada, mimetizar hepatocar-
cinoma). Esofagogastroduodenoscopia 
pode mostrar se há varizes do esôfago, 
que podem existir mesmo na ausência de 
cirrose hepática.(17)
Apesar da importância dos dados clí-
nicos, testes laboratoriais e dos métodos 
diagnósticos por imagem, o diagnóstico de 
DHA, do tipo de lesão e de sua atividade 
só pode ser estabelecido com a inclusão 
de dados morfológicos, fornecidos pela 
laparoscopia e biópsia. Entretanto, os dados 
morfológicos, sem o conhecimento dos 
dados clínicos (especialmente os hábitos 
etílicos) não possibilitam o diagnóstico de 
“doença hepática de etiologia alcoólica”. 
Além disso, os dados do exame histológico 
não informam sobre a disfunção hepática (e 
desse modo não substituem os testes de 
função hepática). Por outro lado, devemos 
lembrar que freqüentemente a biópsia hepá-
tica não é realizada por várias razões. Dado 
importante para o diagnóstico de DHA é amelhora marcante, clínica e laboratorial, que 
surge após abstenção alcoólica. Contudo, a 
ausência dessa melhora não permite excluir 
a hipótese de DHA.
116 Prática Hospitalar • Ano VIII • Nº 48 • Nov-Dez/2006
trataMento
1.	 Abstenção	total	de	bebidas	alcoóli-
cas. É de fundamental importância para 
o tratamento. A esteatose não é, como 
se supunha, lesão sempre benigna. Além 
de poder evoluir (sem fase intermediária) 
para a cirrose, pode ser importante por 
ocasião de transplante hepático e em res-
secções do fígado. Órgãos de doadores 
com esteatose são mais propensos ao 
desenvolvimento de falência primária do 
enxerto. Órgãos com esteatose intensa 
devem ser descartados (com relação ao 
transplante). A presença de esteatose 
também tem sido vista como potencial fa-
tor de risco para grandes cirurgias. Assim 
sendo, a esteatose (mesmo leve) deve ser 
tratada. Dependendo de sua intensidade, 
essa lesão pode desaparecer após uma 
a seis semanas de abstenção alcoólica 
e dieta normal. A HA pode regredir e o 
fígado se apresentar histologicamente 
normal após período de cessação de 
ingestão etílica. Essa cessação é impor-
tante, embora não suficiente em muitos 
casos, para a regressão de HA. Como 
mencionado, a cirrose é a fase irrever-
sível da doença hepática, podendo se 
apresentar sob as formas compensada 
(sem ascite ou icterícia) ou descom-
pensada.(20) A abstenção alcoólica em 
pacientes com cirrose de etiologia etílica 
pode aumentar a sobrevida, principal-
mente entre os que apresentam a forma 
compensada. A fibrose perivenular, a 
hepatite crônica ativa e a degeneração 
gordurosa microvesicular podem, em 
alguns casos, regredir após abstinência 
alcoólica. Quanto ao tratamento da 
dependência etílica, a Food and Drug 
Administration dos EUA aprovou dois 
medicamentos: dissulfiram e naltrexona. 
Se durante o uso de dissulfiram houver 
ingestão alcoólica, há aumento da con-
centração de aldeído acético (que não se 
converte em acetato) e que é tóxico para 
o sistema nervoso central. Os sintomas 
que podem surgir são: náuseas, vômitos, 
rubor facial e grande desconforto. Pode 
ocorrer também aumento da pressão 
arterial. Os efeitos colaterais da droga em 
si são raros e incluem algumas formas de 
neuropatia, surtos psicóticos e aumento 
do tempo de ação de anticoagulantes, 
anticonvulsivantes e antidepressivos. 
A dose é de 250 mg ao dia. A naltre-
xona é antagonista opiáceo. Estudos 
controlados têm demonstrado que uma 
dose de 50 mg ao dia por 12 semanas 
diminui consideravelmente o desejo de 
beber, a taxa de recaídas e a gravidade 
das mesmas. Doses diárias acima de 
50 mg podem induzir hepatotoxicidade 
dose-dependente, o que contra-indica 
o uso em pacientes com hepatite aguda 
e insuficiência hepática. Naltrexona é a 
melhor escolha se o paciente não está 
em abstenção etílica pelo menos três ou 
cinco dias.(16) Efeitos adversos: náuseas, 
vômitos, cefaléia, vertigens, insônia, 
fadiga e sonolência.
2.	 Repouso. É recomendado na HA e nas 
formas descompensadas da DHA, com 
ascite, icterícia ou encefalopatia. 
3.	 Tratamento	sintomático. Das náu-
seas, vômitos e dores abdominais. Se 
for necessário usar analgésicos, preferir 
acetaminofeno, em doses não superio-
res a 2 g ao dia. 
4.	 Correção	dos	distúrbios	hidroeletro-
líticos	e	metabólicos.	Da desnutrição 
protéico-calórica, das deficiências vita-
mínicas e do ácido fólico. 
5.	 Administração	endovenosa	de	ami-
noácidos. Na dose diária de 80 g, 
associadamente com dieta de 100 g de 
proteínas e 3.000 calorias ao dia, que 
pode reduzir a hiperbilirrubinemia, ele-
var a concentração sérica de albumina 
e diminuir o índice de mortalidade em 
pacientes com HA. 
6.	 Soluções	ricas	em	aminoácidos	ra-
mificados	(leucina, isoleucina, valinas, 
quando houver encefalopatia hepática). 
7.	 Cuidados. Relativos à retenção de 
líquidos, disfunção renal, infecções e 
hemorragias gastrointestinais. 
8.	 Erradicação. Do Helicobacter pylori 
(Hp) em pacientes com HA e encefalo-
patia hepática está indicada, segundo 
alguns autores; pois diminui a formação 
de amônia (houve em alguns trabalhos 
aumento da prevalência de Hp na HA). 
Não há, contudo, consenso quanto a 
essa indicação.
Tratamento	específico
Corticosteróides. Os corticosteróides 
têm, entre outros, os seguintes efeitos be-
néficos: aumentam o apetite, que está ge-
ralmente diminuído em etilistas; atuam como 
antiinflamatório; podem proteger membranas 
plasmáticas e de organelas contra efeitos 
tóxicos do etanol e de seus metabólitos; 
poderiam atenuar a ação citotóxica de an-
ticorpos células T-dependente, assim como 
da linfocina por essas produzidas; diminuem 
a produção das interleucinas 6 e 8 e fator 
alfa de necrose tumoral; inibem a adesão de 
neutrófilos em células endoteliais. Os corti-
costeróides também aumentam a produção 
de albumina e inibem a dos colágenos I e IV. 
Entretanto, o seu emprego pode favorecer o 
aparecimento de infecções, septicemia, em 
pacientes com DHA, os quais são geralmen-
te imunodeprimidos; podem desencadear, 
embora raramente, pancreatite aguda, qua-
dros psicóticos, e favorecer infecções por 
vírus. Esses medicamentos estão indicados 
no tratamento da forma intensa da HA, em 
pacientes que não estejam apresentando 
hemorragia gastrointestinal ou infecções. 
Consideramos forma intensa da HA quando 
a função discriminante for maior que 32 ou 
quando houver encefalopatia espontânea. 
Os corticosteróides estão contra-indicados 
em doentes com o vírus da hepatite B, Aids 
e, possivelmente, com o vírus da hepatite C. A 
revisão da literatura permite verificar que foram 
utilizados os seguintes corticosteróides: pred-
nisona, prednisolona e 5-metilprednisolona, 
doses que variam de, aproximadamente, 35 
a 80 mg ao dia durante (na maioria dos traba-
lhos) quatro a seis semanas. Os efeitos bené-
ficos desses medicamentos (na mencionada 
forma intensa da HA), diminuindo os índices 
de mortalidade, duram pelo menos um ano, 
prednisolona seria melhor que prednisona,(21) 
a qual requer a conversão para prednisolona 
(forma ativa). Quanto às interações, vale lem-
brar que a co-administração de digoxina pode 
aumentar a toxicidade digitálica secundária a 
Hepatologia
117Prática Hospitalar • Ano VIII • Nº 48 • Nov-Dez/2006
hipocalemia; estrógenos podem aumentar 
os níveis de metilprednisolona; fenobarbital, 
fenitoína e rifampicina podem diminuir os níveis 
de metilprednisolona; quando forem usados 
concomitantemente diuréticos, deve-se mo-
nitorizar para hipocalemia. 
Esteróides anabolizantes. Esses me-
dicamentos foram usados com o objetivo de 
estimular a síntese protéica e a regeneração 
hepática em pacientes com HA. Entretanto, 
em revisões sistemáticas e metanálises 
envolvendo estudos randomizados condu-
zidos pela Cochrane Database não foram 
demonstrados benefícios. 
Propiltiuracil. Esse medicamento atua-
ria bloqueando o estado hipermetabólico 
induzido pelo etanol e assim protegeria a 
zona perivenular do dano hipóxico. No tra-
tamento da cirrose o propiltiuracil foi eficaz 
em um e ineficaz em outros trabalhos da 
literatura.(22) Recomendamos não utilizar 
esse medicamento até que outras pesquisas 
comprovem sua eficácia.
Colchicina. Esse medicamento inter-
fere no metabolismo de colágeno, inibindo 
sua síntese, diminuindo sua deposição e 
aumentando sua dissolução. Inibe também 
a secreção de pró-colágeno no tecido em-
brionário. Alguns acreditam que a colchicina 
possa atuar modificando a membrana de 
hepatócitos ou regulando o fluxo de mono-
nucleares para a área necrótica. Em uma 
investigação em cirróticos, utilizando-se a 
colchicina na dose de 1 g ao dia, durante 
cinco dias por semana, houve melhora 
clínica evidente.(23) Revisões sistemáticas e 
metanálises envolvendo estudos randomi-
zados conduzidas pelaCochrane Database 
não verificaram benefícios. 
Ácido ursodesoxicólico. Parece ter 
propriedades hepatoprotetoras.(24) Seu 
efeito benéfico é ainda mais evidente no 
tratamento da colestase intra-hepática 
(não incomum na DHA) leve ou moderada. 
Indicamos esse medicamento na DHA com 
colestase intra-hepática, na dose de 150 mg 
três a quatro vezes ao dia, até o desapare-
cimento dos sintomas. Dados preliminares 
de um pequeno ensaio clínico em pacientes 
com HA mostraram significativa melhora dos 
testes bioquímicos hepáticos.
S-adenosil-L-metionina (Same). Esse 
medicamento parece ser realmente hepato-
protetor e segundo dados experimentais, 
útil no tratamento da fase “inicial” do dano 
hepático pelo etanol e outras substâncias 
hepatotóxicas (exemplo: ciclosporina A). 
Same é eficaz no tratamento da colestase 
intra-hepática, mesmo quando esta surge 
como complicação de insuficiência hepática 
aguda. Same é um metabólito fisiológico sin-
tetizado a partir da metionina e ATP e exerce 
papel essencial nas reações bioquímicas 
de transmetilação e transulfuração. Same 
é convertido em cisteína que é necessária 
para a síntese de glutatião, substância-
chave na proteção do fígado contra a ação 
de radicais livres e compostos tóxicos de 
origem endógena; está diminuída em diver-
sas doenças hepáticas e não-hepáticas. A 
eficácia desse medicamento quanto à me-
lhora ou normalização da função hepática na 
DHA parece ser mais evidente após período 
de abstenção alcoólica. Há na literatura um 
trabalho prospectivo em pacientes com HA 
intensa e no qual se observou que a admi-
nistração IV de 200 mg, duas vezes ao dia, 
durante 14 dias, ocasionou melhora clínica 
e laboratorial em 36% dos casos. O efeito 
benéfico no tratamento da HA seria por 
sua ação antioxidante. Em recente trabalho 
prospectivo, randomizado, duplo-cego, 
verificou-se que Same foi eficaz no trata-
mento de pacientes com cirrose alcoólica, 
especialmente Child A e B. Há fundamento 
bioquímico para ser utilizado(25) e merece 
ser pesquisado.(26) Pode ser administrado 
via intravenosa, intramuscular ou via oral. 
Recentemente surgiram estudos placebo-
controlados nos quais não se verificaram 
benefícios significativos.
Fosfatidilcolina. Em estudo realizado 
em babuínos que ingeriam etanol, durante 
mais de seis anos e meio, observou-se que 
a suplementação da dieta com extrato de 
lecitina poliinsaturada de feijão de soja, con-
tendo 94%-98% de fosfatidilcolina, preveniu 
o desenvolvimento de fibrose portal e cirro-
se. Esses resultados não foram confirmados 
em pesquisas no homem.(27) 
N-acetilcisteína EV. Embora em um 
trabalho pareceu ter sido eficaz no trata-
mento da HA, aumentando a sobrevida em 
56% dos casos, em ensaios prospectivos 
randomizados preliminares seu uso não 
mostrou benefício.
Pentoxifilina. Atua diminuindo a visco-
sidade do sangue, inibe a adesão e ativação 
de neutrófilos e modula a liberação de cito-
cinas (entre outros efeitos). A ação benéfica 
no tratamento de HA intensa parece estar 
relacionada com a diminuição do risco de 
desenvolvimento da síndrome hepatorrenal, 
e pelo efeito inibitório sobre o fator de necro-
se tumoral. Em grande ensaio randomizado, 
duplo-cego e controlado por placebo em 
101 pacientes com HA, verificou-se que 
houve melhora significativa na sobrevida 
de curto prazo. 
Silimarina. Embora haja pesquisas em 
que se observou melhora clínica e histológi-
ca da HA, após o emprego da silimarina, há 
necessidade de maior número de estudos, 
multicêntricos, para se assegurar a eficá-
cia desse medicamento. Eventualmente 
a associação de sil imarina com ácido 
ursodesoxicólico poderia ser benéfica no 
tratamento da HA.
Infusão de insulina e glucagon. Esses 
hormônios foram empregados no tratamen-
to da HA porque estimulam a regeneração 
celular. A melhora da função hepática foi 
discreta. Como ocorreram casos de óbito 
(conseqüentemente a hipoglicemia) não 
devem ser utilizados.
Outros medicamentos e nutrição 
parenteral e enteral artificial. Foram 
estudados efeitos de antibióticos e lactoba-
cilos (diminuem a absorção de endotoxinas), 
tromboxano (capaz, em estudo experimen-
tal, de reverter a inflamação e fibrose), de 
inibidor do fator de necrose tumoral, assim 
como da nutrição parenteral e enteral artifi-
cial, sem eficácia comprovada.
Metformina poderia ser usada no tra-
tamento da DHA ou prevenir sua progres-
são.(28) Infliximabe vem sendo estudado 
atualmente.(13)
Medicamentos	em	pacientes	com	DHA
A administração de medicamentos aos 
pacientes com disfunção hepática deve 
ser feita levando-se em consideração o 
Hepatologia
118 Prática Hospitalar • Ano VIII • Nº 48 • Nov-Dez/2006
fato de poderem apresentar redução do 
clareamento e aumento da vida média de 
drogas. Exemplos: cloranfenicol, lincomici-
na, clordiazepóxido, diazepam, fenobarbital, 
meperidina, teofilina, propranolol, fenantoí-
na, tolbutamida. 
Tratamento	da	hepatite	C	em	pacientes	
que	consomem	bebidas	alcoólicas
Até recentemente esses pacientes eram 
excluídos do tratamento específico da he-
patite C. Em estudo multicêntrico recente 
verificou-se que a terapêutica (interferon e 
ribavirina) não alterava a resposta virológica 
sustentada nos etilistas.(29)
Vacinação	contra	a	hepatite	B	em	
alcoólatras
Dispõe-se, atualmente, de uma vacina 
segura e eficaz (obtida por recombinação 
genética) contra a hepatite B, amplamente 
utilizada em todo o mundo. Essa vacinação 
é feita com doses de 20 µg de antígeno, que 
devem ser administradas por via intramus-
cular aos 0,30 e 180 dias. Com essa dose, 
obtém-se o aparecimento de anticorpos em 
95% dos indivíduos. Contudo, em etilistas, a 
resposta quanto a essa imunoprofilaxia não 
é satisfatória. Em pesquisa recente verificou-
se que, se a dose utilizada for o dobro da 
mencionada, pode-se obter boa resposta, 
ou seja, proteção contra a hepatite B.(30)
Tratamento	cirúrgico
Deve-se evitar cirurgia em doentes com 
HA (especialmente os que não estão em 
abstenção alcoólica), pois a mortalidade 
nesses casos é muito alta.
Quanto ao transplante hepático, as se-
guintes considerações devem ser feitas:
a. deve-se, em princípio, incluir entre os 
“candidatos” a transplante de fígado os 
pacientes com DHA; 
b. o critério de seleção (indicação de doen-
tes com DHA como “candidatos”) deve 
basear-se em dados clínicos (os mes-
mos utilizados para hepatopatias não-
alcoólicas, excluindo-se, naturalmente, 
os que apresentam comprometimento 
significante extra-hepático, especial-
mente disfunção cerebral, pancreatite 
crônica, cardiomiopatia e anormalidades 
musculoesqueléticas e psiquiátricas); 
c. período de abstinência etílica de, pelo me-
nos, seis meses antes do transplante. 
ConClusão
Baseado nesses critérios, conclui-se que 
não se deve, em princípio, indicar transplante 
de fígado na HA aguda (ou seja, em fase de 
consumo etílico). Em publicação recente sa-
lienta-se que não há consenso quanto à con-
veniência de se indicar transplante hepático 
em pacientes com HA aguda que não respon-
deram ao tratamento clínico, em abstenção 
de seis meses. Atualmente a cirrose alcoólica 
é a segunda indicação mais freqüente de 
transplante no Brasil e no mundo. A sobrevida 
após um ano de transplante é semelhante à 
que ocorre em outras hepatopatias crônicas, 
entre 66% e 100%. A sobrevida após cinco 
anos também apresenta altos índices. Entre-
tanto, a recidiva após o transplante, segundo 
alguns autores, é de 33%, com potencial de 
dano ao enxerto. Em estudo realizado em 
nosso meio, os índices de recidiva, quanto 
ao uso de álcool, foram pequenos.(31) Em 
publicações recentes ressalta-se a importân-
cia da proibição do tabagismo, que constitui 
problema adicional ao da recidiva do alcoolis-
mo. Os indivíduos receptores de transplante 
são submetidosdurante períodos longos a 
terapia imunossupressora, que juntamente 
com fatores como o fumo constituem risco 
de malignidade.(13) t
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R. Itapeva, 518 - 8º - conj. 804 
CEP 01232-000 - São Paulo - SP.

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