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Nelson Donizete Ferreira Júnior – MEDICINA – UNIPAC – ARAGUARI/MG Araguari, dezembro/2013 Semiologia da Glândula Tireoide Normal - Dois lobos laterais conectados pelo istmo estreito; Abaixo e anterior à Laringe; - Variações: lobo piramidal e remanescente do Ducto Tireoglosso (acima do Istmo); - Embriologia: evaginação do epitélio faríngeo que se desloca inferiormente como parte do Ducto Tiroglosso a partir do Forâmen Cego na base da língua até alcançar a região anterior do pescoço (posição normal); - Isso explica a Tireoide Lingual (tecido tireoidiano ectópico na base da língua) e a Retroesternal (descida excessiva); É necessária a avaliação antes de remover esses tecidos, pois geralmente são os únicos tecidos tireoidianos da pessoa Hipotireoidismo Sintomático (quando na remoção), e na remoção total pode até causar Hipoparatireoidismo; - Suprida pelas Aa. Tireoidianas Superior e Inferior formando um plexo capilar; - É dividida em lóbulos compostos de Folículos dispersos por Septos Fibrosos finos e repletos de Tireoglobulina; - ↓T3/T4 TRH TSH (células tireotróficas da adeno-hipófise) receptor de TSH no epitélio folicular da Tireoide receptor ativado se associa a uma PTN G estimuladora ↑AMPc crescimento da Glândula e Síntese de Hormônios (T3 e T4) e sua liberação por cinases proteicas dependentes de AMPc; (FEEDBACK NEGATIVO) - A dissociação desse controle resulta em Autonomia Tireoidiana e Hiperfunção; - Nos tecidos periféricos, T3 e T4 interagem com o receptor do hormônio tireoidiano (TR) para formar um complexo hormônio-receptor que se desloca para o núcleo e se liga aos elementos de resposta da tireoide (TREs) nos genes-alvo, iniciando sua transcrição; - T4 = Tiroxina; T3 = Triiodotironina - As células epiteliais foliculares da tireoide convertem T4 em menores quantidades em T3; - T3 e T4 são liberados na corrente sanguínea, ligados, a maioria, de maneira reversível a PTN Plasmáticas como a Tiroxina Ligada à Globulina (TBG) e a Transtiretina (TTR) para serem transportadas aos tecidos periféricos; - As PTN de ligação mantêm em certos limites os níveis de T3 e T4 e asseguram que esses hormônios estejam disponíveis para os tecidos; - Nos tecidos, maior parte de T4 livre é desiodinada em T3 (T3 se liga aos receptores nucleares de HT – TR - com afinidade 10x maior que o T4, com atividade proporcionalmente maior); - Interação HT-TR formação de um complexo hormônio receptor multiproteico que se liga a Elementos de Resposta do Hormônio Tireoidiano (TREs) nos genes-alvo, regulando sua transcrição; Nelson Donizete Ferreira Júnior – MEDICINA – UNIPAC – ARAGUARI/MG Araguari, dezembro/2013 - Efeitos Celulares do HT (são diversos): ↑catabolismo dos carboidratos e lipídio; ↑síntese proteica em várias células; Resultado Final: ↑metabolismo basal; Papel crítico no desenvolvimento cerebral (deficiência no feto/neonato interfere no desenvolvimento intelectual); - A Tireoide é um dos órgãos mais reativos do corpo e a glândula endócrina com mais hormônio armazenado; Responde a vários estímulos e está em constante adaptação; - Puberdade, gravidez e estresse fisiológico ela ↑tamanho e atividade hiperplasia transitória do epitélio tireoidiano; Logo após o estresse, ocorre involução da glândula; - Bociogênicos são agentes químicos que inibem a função da tireoide ↓T3 e T4 ↑TSH Hiperplasia da Tireoide (Bócio); - O iodeto, em alta dose, inibe a proteólise da tiroglobulina HT é sintetizado e incorporado em quantidades cada vez maiores de coloide, mas não é liberado no sangue; - Os folículos da tireoide também possuem Células Parafoliculares (Células C) que sintetizam e secretam Calcitonina (hormônio que promove a absorção de cálcio pelo esqueleto e inibe a reabsorção de osso pelos osteoclastos); Patologia - A maioria é tratada clínica ou cirurgicamente; incluem Hiper e Hipofunção e Tumores; Hipertireoidismo - Tireotoxicose: estado hipermetabólico causado por níveis circulantes elevados de T3 e T4 livres; O Hipertireoidismo é a causa mais comum, mas também pode ser liberação excessiva de hormônio pré-formado ou uma função extratireoidiana; - Hipertireoidismo Primário (na tireoide), Secundário (na hipófise) e Terciário (no hipotálamo); Central (Secundário ou Terciário); - Causas mais comuns de Tireotoxicose com Hiperfunção da Tireoide: 1) Hiperplasia Difusa da tireoide associada à Doença de Graves (85%); 2) Bócio multinodular hiperfuncionante; 3) Adenoma hiperfuncionante da tireoide; - Quadro Clínico: manifestações diversas que incluem as alterações causadas pelo estado hipermetabólico induzido pelo excesso de hormônio, assim como as manifestações causadas pelo ↑atividade do SNS; - ↑HT ↑taxa de metabolismo basal pele mole, quente e eritematosa devido ao ↑FS e à vasodilatação periférica para ↑perda de calor; a intolerância ao calor é comum; sudorese pelo alto nível de calorigênese; ↑metabolismo basal ↓peso e ↑apetite; - Manifestações cardíacas são as primeiras e mais constantes: ↑DC (pelo ↑contratilidade e da necessidade periférica de O2); Taquicardia, palpitações e cardiomegalia; Arritmias e fibrilação atrial em idosos; ICC em idosos já cardiopáticos; - Sistema Neuromuscular: ↑simpático tremores, labilidade emocional, ansiedade, dificuldade de concentração e insônia; astenia proximal (miopatia tireoidiana); - Alterações Oculares: olhos salientes, olhar fixo e ↑fenda palpebral; Nelson Donizete Ferreira Júnior – MEDICINA – UNIPAC – ARAGUARI/MG Araguari, dezembro/2013 - Sistema GI: ↑simpático hiperestimulação intestinal, má absorção e diarreia; - Sistema Esquelético: HT ↑reabsorção óssea osteoporose; - Atrofia de mm esquelético e ↑do fígado pela degeneração gordurosa dos hepatócitos; - Crise Tireotóxica (emergência): início abrupto do Hipertireoidismo grave (Graves*) pelo ↑agudo das catecolaminas (infecções, cirurgias, interrupção do tratamento com drogas antitireoidianas ou qualquer tipo de estresse) febre e taquicardia; - Hipertireoidismo Apático: tireoxicose em idosos nos quais suas condições mascaram os sintomas; são diagnosticados laboratorialmente buscando explicações para ↓peso ou complicações de doenças cardiovasculares; - Diagnóstico: achados clínicos + laboratoriais (determinação da concentração sérica de TSH é o mais útil, pois o TSH está ↓ desde o estágio inicial/subclínico); TSH↓ e o T4↑ (confirmação); Tireoxicose é um caso raro (T3↑ e T4↓); No Hipertireoidismo Secundário/Hipofisário faz-se a Prova de Estimulação com TRH (para confirmar o secundário, o TSH não irá ↑ com o TRH); - Cintilografia Tireoidiana com iodo radioativo pode ser útil na determinação da etiologia: ↑difuso da captação em toda a glândula (Graves); ↑captação em nódulo solitário (adenoma tóxico) e ↓captação (tireoidite); - Tratamento: diversos medicamentos. Tipicamente inclui b-bloqueador para controlar o SNS, tionamida para bloquear a síntese de HT e agentes que inibem a conversão de T4 em T3; O iodo radioativo pode diminuir a função da glândula; Hipotireoidismo - Causado por qualquer alteração estrutural ou funcional que interfira na produção de níveis adequados de HT, podendo ser em qualquer parte do eixo hipotalâmico-hipofisário-tireoidiano (terciário, secundário ou primário*); O primário pode ser Tireoprivo (ausência/perda de parênquima tireoidiano) ou Bociogênico (↑tamanho da tireoide pelo TSH); - Causas de Hipotireoidismo Primário: ablação cirúrgica ou induzida por radiação (iodo radioativo ou radiação externa); Bem como algumas drogas (tratamento de Hipertireoidismo, pe); - O Hipotireoidismo Auto-Imune é a forma mais comum do Bociogênico quando há carência de Iodo. A maioriaAuto-Imune é causada pela Tireoidite de Hashimoto (são comuns auto- anticorpos circulantes, inclusive contra o receptor de TSH). Há alguns tipos com anticorpos anti-TSH circulante (sem bócio nem infiltrado linfocítico da TH); - Erros inatos no metabolismo tireoidiano são causas menos frequentes de Hipotireoidismo Bociogênico (no transporte ou na organificação do iodeto, deficiência da desalogenase, ou na ligação da iodotirosina); - Síndrome de Resistência ao HT: desordem autossômica dominante rara por mutações no receptor do HT (TR) que não vai ter habilidade de ligar com o HT resistência generalizada aos HT (inclusive na hipófise, que não receberá o feedback) T4 e T3↑ e TSH↑ também; Nelson Donizete Ferreira Júnior – MEDICINA – UNIPAC – ARAGUARI/MG Araguari, dezembro/2013 - Outras causas de Hipotireoidismo: agenesia ou hipoplasia tireoidiana e mutações congênitas nos receptores de TSH; - Hipotireoidismo Secundário (qualquer causa de hipopituitarismo – tumor, necrose pós-parto - ↓TSH) e Terciário (defeito no hipotálamo ou no FS até a hipófise impedindo que o TRH chegue até ela); - Manifestações clínicas clássicas de hipotireoidismo: creatinismo e mixedema; - Creatinismo (crianças iguais a Cristo, sem pecado, pelo retardo mental): Hipotireoidismo que se desenvolve na infância; frequente antigamente pela carência de Iodo, em raras ocasiões pode ser por erros inatos do metabolismo na síntese de HT (Creatinismo Esporádico); Características Clínicas: deficiência no desenvolvimento esquelético e do SNC – retardo mental grave, baixa estatura, características faciais rudes, protrusão da língua e hérnia umbilical; T3 e T4 maternos são importantes no início da gestação até o desenvolvimento da tireoide do feto, principalmente para o SNC; E é necessária a ↓ desses hormônios maternos em fases adiantadas da gestação; - Mixedema: hipotireoidismo em crianças mais velhas e adultos; Manifestações Clínicas: variam com a idade de início da deficiência – crianças mais velhas ficam intermediárias entre creatinismo e hipotireoidismo adulto (que vai aparecendo lentamente); Aspectos Clínicos: alterações nas atividade físicas e mentais (fadiga generalizada, apatia, lentidão mental inicialmente parecida com depressão; ↓DC; dispneia e ↓da capacidade física; ↓SNS – constipação e ↓sudorese; pele fria e pálida pela ↓FS; acúmulo de substâncias na MEC edema, alargamento dos aspectos faciais, ↑volume da língua e rouquidão; Diagnóstico Laboratorial (no clínico os sintomas não são específicos): determinação do nível sérico de TSH é o mais sensível (TSH↑ no primário pela perda de feedback negativo); Os níveis de T4 estarão sempre reduzidos; Os de TSH podem não estar aumentados no Hipotireoidismo Central (1º/2º); Tireoidite - Diversos tipos de inflamações da tireoide doença aguda com dor tireoidiana intensa ou desordem com pouca inflamação que se manifesta pela disfunção no início; - Tireoidite Infecciosa pode ser aguda ou crônica; as agudas podem chegar à tireoide pelo sangue ou por colonização direta da glândula; Outras infecções podem começar em indivíduos imunodeprimidos; Qualquer causa pode desencadear dor no súbita no pescoço e na glândula com febre, calafrios e os sinais de infecção; Pode ser autolimitada ou controlada com tratamento; a infecção não deixa sequelas, exceto pequenas cicatrizes; - Tireoidite de Hashimoto: - Causa mais comum de Hipotireoidismo onde os níveis de iodo são normais (onde há deficiência desse sal, a principal causa é essa própria deficiência); - Insuficiência tiroidiana gradual devido à destruição auto-imune da glândula; - Mais prevalente entre 45 e 65 anos e mulheres; mas pode ocorrer até em crianças; - Possui um componente genético importante que apresenta um padrão de herança não mendeliano (como na maioria das doenças auto-imunes), variações nas funções de vários genes; Varias anormalidades cromossômicas foram associadas à essa doença (Turner, Down); Nelson Donizete Ferreira Júnior – MEDICINA – UNIPAC – ARAGUARI/MG Araguari, dezembro/2013 - Patogenia: doença auto imune na qual o SI reage contra vários antígenos tireoidianos; ↓progressiva dos tirócitos (células epiteliais) gradualmente substituídos por um infiltrado de células mononucleares e fibrose; Mecanismos efetores da morte dos tirócitos: morte celular mediada pelas células Tc (CD8); morte celular medianda por citocinas; ligação de anticorpos antitireoidianos seguida de ADCC; - Morfologia: aumento difuso do tamanho da tireoide ou mais localizado; cápsula intacta, glândula bem demarcada; pálida; firme; algo nodular; infiltrado mononuclear (linfócitos, plasmócitos e centros germinativos); folículos atróficos (células de Hurthle) com deposição de colágeno (variante fibrosa, sem ultrapassar a cápsula); Resposta metaplásica: epitélio cúbico células de Hurthle; - Quadro Clínico: aumento indolor da tireoide, difuso e simétrico ou localizado (suspeita de neoplasia); geralmente com certo grau de hipotireoidismo gradual (pode ser precedido por tireo/hashitoxicose, T3 e T4f↑, TSH↓, captação de iodo↓ e que depois ↓T3/T4 e compensa o TSH) mulher de meia idade; seu desenvolvimento ↑risco de desenvolver outras doenças auto imunes e linfomas; - Tideoide Subaguda (Granulomatosa): - Tideoidite de De Quervain; bem menos frequente; 30-50 anos; mulheres preferencialmente (todas as doenças da tireoide); - Patogenia: acredita-se que seja causada por uma infecção viral ou processo inflamatório pós- virótico; maioria apresenta história de infecção respiratória alta pouco antes do início da tireoidite; incidência sazonal (verão); relacionado a caxumba, sarampo, adenovírus e outras doenças virais; consequência de uma infecção viral que fornece um antígeno, virótico ou tireoidiano, que é liberado após a destruição do tecido do hospedeiro induzida pelo vírus; esse Ag estimula os LTc que então danificam as células foliculares da tireoide; o processo é limitado, não se perpetua porque é iniciado pelo vírus e não pelo SI; - Morfologia: ↑volume da glândula uni ou bilateralmente; consistência firme, cápsula intacta, discretamente aderida a estruturas vizinhas; tecido tireoidiano normal, borrachudo e castanho (alterações esparsas e depende do grau); com o progresso, as áreas são cercadas por Células Gigantes Multinucleadas (granulomatosa); há estágios diferentes numa mesma glândula; infiltrado inflamatório crônico e fibrose; - Quadro Clínico: aparecimento súbito ou gradual; dor no pescoço que pode irradiar para região superior do pescoço, mandíbula, garganta ou ouvidos; febre, fadiga, fraqueza, anorexia e mialgia associados a um ↑variável da glândula; inflamação e hipertireoidismo transitórios (↓ o curso em 2-6w, mesmo sem tratamento – pela destruição dos folículos e liberação excessiva de HT - ↑HT ↓TSH ↓captação de iodo), pode ser seguido de hipotireoidismo assintomático transitório; 6-8w volta ao normal; - Tireoidite Linfocítica Subaguda (Indolor) ou Silenciosa: - Causa rara de Hipotireoidismo (leve, de bócio ou ambos); em qualquer idade, principalmente mulheres de meia-idade e no pós-parto; Nelson Donizete Ferreira Júnior – MEDICINA – UNIPAC – ARAGUARI/MG Araguari, dezembro/2013 - Patogenia desconhecida; suspeita de auto-imune pela presença de anticorpos contra tireoglobulina e a peroxidase tireoidiana ou uma história familiar de doença auto-imune na tireoide; - Ocasionalmente se transforma em Tireoidite Crônica Auto-Imune após vários anos; - Morfologia: possível aumento simétrico moderado, mas geralmente macroscopicamente está normal; Ao MO apresenta infiltração linfocítica com centros germinativos hiperplásicos no parênquima tireoidiano e destruiçãoe colapso esparso dos folículos da tireoide; Sem fibrose e metaplasia das células de Hurthle; - Quadro Clínico: hipotireoidismo, podendo encontrar qualquer um de seus achados (palpitação, taquicardia, tremores, fraqueza, fadiga); geralmente indolor, mas com ↑volumétrico mínimo e difuso; no pós-parto há maior risco de recorrência nas gestações posteriores; poucos evoluem para Hipotireoidismo; alguns são assintomáticos; Durante o período de tireotoxicose T3 e T4↑ e TSH↓; - Tireoidite de Riedel: rara; intensa fibrose da glândula e estruturas contíguas do pescoço; talvez seja auto-imune; - Tireoidite Pós-Palpação: após palpação vigorosa da glândula causando destruição multifocal dos folículos da tireoide associada à presença de células da inflamação e formação ocasional de células gigantes; não há anormalidades funcionais; - Doença de Graves: - Causa mais comum de Hipertireoidismo Endógeno; “palpitações violentas e prolongadas nas mulheres.” - Graves; - Tríade Clínica: (1) Hipertireoidismo (pelo ↑difuso e hiperfuncional da glândula); (2) Oftalmopatia Infiltrativa resultando em Exoftalmia; (3) Dermopatia infiltrativa localizada (mixedema pretibial) na maioria; - Incidência maior entre 20-40 anos e em mulheres; - Fatores genéticos são importantes na sua etiologia; suscetibilidade genética associada à presença de determinados haplotipos do MHC; - Patogenia: desordem auto-imune com vários anticorpos no plasma, incluindo contra o receptor de TSH, peroxissomos da tireoide e tiroglobulina; Os anticorpos contra o receptor de TSH são os mais envolvidos: (1) TSI (Ig Estimuladora da Tireoide – substância tireoestimulante de ação prolongada – LATS – que estimula mais lentamente que o TSH; é uma IgG que se liga ao receptor de TSH e imita sua ação ↑HT; é específico para Graves e encontra-se em níveis detectáveis); (2) TGI (Ig Estimuladoras do Crescimento Tireoidiano – direcionada contra o receptor de TSH e implicadas na proliferação do epitélio folicular tireoidiano); (3) TBII (Ig Inibidora da Ligação de TSH – contra os receptores de TSH, evitam que o TSH se ligue normalmente a eles; algumas delas imitam a função do TSH ↑atividade dos folículos enquanto outras inibem a função; podem haver inibidoras e ativadoras simultaneamente explicando porque alguns pacientes com Graves desenvolvem episódios de hipotireoidismo espontaneamente); Nelson Donizete Ferreira Júnior – MEDICINA – UNIPAC – ARAGUARI/MG Araguari, dezembro/2013 - A imunização de camundongos com receptores de TSH resulta na geração de AC que causam estímulo da tireoide, ↑seu tamanho com infiltração linfocítica, ↑níveis de tiroxina e em alguns há sinais oculares semelhantes aos de Graves; Há preponderância feminina e predisposição genética; fator desencadeante desconhecido e o mecanismo principal pode ser a perda da tolerância das células Ta, resultando na produção de auto-anticorpos contra o TSH. - Um fenômeno auto-imune mediado pelas células T também tem papel importante na oftalmopatia infiltrativa (característica de Graves) o volume do tecido retro-orbital e dos músculos extraoculares ↑ por várias causas: infiltração acentuada do espaço retro-orbitário por células mononucleares (predominantemente T); edema inflamatório dos músculos extra- oculares; acúmulo de componentes da MEC; ↑número de adipócitos; deslocamento anterior do globo ocular e podem interferir na função dos músculos extra-oculares; - As desordens auto-imunes da tireoide abrangem um continuum na qual Graves (hiperfunção) se encontra em um extremo e Hashimoto (hipofunção) se encontra em outro extremo; - Hipertiroidismo pode aparecer em paciente com Hashimoto preexistente (hashitoxicose); outros pacientes com Graves podem apresentar Hipotireoidismo espontaneamente; existem famílias em que Graves e Hashimoto coexistem (em ambas as desordens, há maior frequência de outras doenças auto-imunes); - Morfologia: ↑simétrico de volume pela Hipertrofia Difusa e Hiperplasia; aparência lisa, macia e cápsula intacta; parênquima maciço, carnudo, semelhante ao tecido muscular normal; excesso de células com formação de papilas que invadem os folículos mas sem um centro fibrovascular do carcinoma papilar; células foliculares mais altas e numerosas (sem o tratamento); Infiltrados linfoides (células T*, B e plasmócitos) em todo o interstício; comum encontrar centros germinativos; o tratamento pré-operatório altera a morfologia da glândula; administração de iodo involui o epitélio e acúmulo de coloide ao bloquear a secreção de tiroglobulina; a droga antitireoidiana propiltiouracil acentua hipertrofia e hiperplasia pois ↑TSH; é impossível analisar a atividade da glândula por exame histológico nesse pré-operatório; alterações em tecidos extratireoidianos – hiperplasia linfoide generalizada – hipertrofia cardíaca com isquemia em cardiopatas, oftalmopatia (infiltrados, edema ou fibrose dos músculos), dermatopatia (espessamento da pele por deposição de substâncias); - Quadro Clínico: alterações relacionadas com tireotoxicose + as associadas especificamente a Graves (hiperplasia difusa da glândula – em todos -, oftalmopatia e dermatopatia); ↑tireoide ↑FS na glândula hiperativa sopro audível; Oftamopatia: ↑SNAS olhar de imobilidade e espanto, ↑ fenda palpebral; resulta na exoftalmia (protusão que pode evoluir ou regredir), músculos extra-oculares fracos, pode danificar a córnea; Dermatopatia infiltrativa (Mixedema Pré-tibial) – mais comum na pele das canelas, com induração escamosa (em poucos pacientes) pápulas/nódulos pouco pigmentados, casca de laranja; Latoratoriais: T3 e T4↑ e TSH↓, captação de iodo ↑ de forma difusa pela estimulação constante das Ig aos folículos; - Tratamento: ↓sintomas do hipertireoidismo pelo ↑do tônus b-adrenérgico; ↓síntese de hormônios (tionamidas) ou ablação com iodo radioativo ou cirurgia; - Bócios Difusos e Multinoludares: - Bócio - ↑do tamanho da tireoide; manifestação mais comum da doença; os difusos e multinodulares refletem alterações na síntese de HT, frequentemente pela carência de Iodo; Nelson Donizete Ferreira Júnior – MEDICINA – UNIPAC – ARAGUARI/MG Araguari, dezembro/2013 ↓HT ↑TSH hiperplasia/trofia dos folículos tireoidianos e ↑glandular superação da deficiência (estado metabólico eutireoideo); Se a alteração for grave resposta compensatória insuficientes para superar a deficiência de HT hipotireoidismo bociogênico; grau de crecimento proporcional ao nível de deficiência HT; - Bócio Difuso Não-Tóxico (Simples) – envolve a glândula de maneira uniforme sem produção de nódulos; pode ser endêmico ou esporádico; folículos repletos de coloide; Endêmico: em áreas geográficas carentes de Iodo ↓HT ↓TSH bócio; há ainda substâncias bociogências (cálcio e alguns vegetais – mandioca, repolho); A madioca inibe o transporte de Iodo para a tireoide; Esporádico: menor frequência; mulheres da puberdade acima; várias causas, incluindo ingestão de substâncias que inibem síntese de HT, defeitos enzimáticos hereditários (autossômico e recessivo que interfere na síntese de HT); - Morfologia: evolução do bócio difuso não-tóxico: fase hiperplásica (↑difuso e simétrico) fase de involução do coloide, se ↑Iodo ou ↓demanda de HT; - Quadro Clínico: maioria clinicamente eutireoideos; primariamente efeitos de massa da glândula aumentada; apenas o TSH pode estar pouco elevado; nas crianças o defeito congênito de biossíntese pode causar creatinismo; - Bócio Multinodular: episódios frequentes de hiperplasia e involução ↑irregular da tireoide (multinodular); podem ser não-tóxicos ou induzir tireotoxicose (tóxico); eles produzem ↑extremos de tamanho da tireoide e são mais confundidos comneoplasia; como são derivados do bócio simples, podem ser endêmicos ou esporádicos; mulheres mais velhas*; mesma origem; acredita-se que sejam desenvolvidos por variações das respostas das células foliculares aos estímulos externos, como os hormônios tróficos; hiperplasia folicular desigual, novos folículos, acúmulo desigual de coloide tensões e estresses ruptura de folículos e vasos hemorragia, cicatrização e calcificação* nódulos; - Morfologia: glândulas multilobuladas, ↑simétrico; padrão de crescimento imprevisível; pode exercer pressão na traqueia e esôfago; pode ser intratorácico ou mergulhante (cresce atrás do esterno); um nódulo pode sobressair e aparentar ser único; - Quadro Clínico: efeito de massa da glândula aumentada; efeitos cosméticos óbvios (↑pescoço); pode haver obstrução de vias aéreas, disfagia e compressão de grandes vasos; a maioria apresenta eutireoidismo, mas alguns podem ter hipertireoidismo (síndrome de Plummer – sem a exoftalmia e dermatopatia de Graves); pode também haver hipotireoidismo; os nódulos hiperfuncionates concentram Iodo radioativo; pode mascaram neoplasias;
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