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Universidade Federal de Itajubá Instituto de Ciências Exatas – Departamento de Física e Química Volumetria de oxirredução – Permanganometria Gabriel da Silva Dias 24394 Lucas Raposo Carvalho 23872 ITAJUBÁ 2013 Universidade Federal de Itajubá Instituto de Ciências Exatas – Departamento de Física e Química Gabriel da Silva Dias 24394 Lucas Raposo Carvalho 23872 Volumetria de oxirredução – Permanganometria Relatório submetido à Prof.ª Márcia, como requisito parcial para aprovação na disciplina de QUI027 - Química Analítica Experimental II - do curso de graduação em Química Bacharelado da Universidade Federal de Itajubá. ITAJUBÁ 2013 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ............................................................................................ 4 2. MATERIAIS E MÉTODOS ........................................................................... 6 3. RESULTADOS E DISCUSSÕES ................................................................ 9 4. CONCLUSÃO ............................................................................................ 12 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................ 13 1. INTRODUÇÃO O manganês (Mn) é um metal de transição, pertencente ao grupo 7B da tabela periódica, de número atômico 25 e massa atômica 54,938 u. [1] Seu ponto de fusão é de 1519 K e seu ponto de ebulição é de 2334 K, o que indica que o manganês é sólido a temperatura ambiente. [1] Os íons denominados manganatos, na nomenclatura inorgânica, são quaisquer entidades moleculares carregadas negativamente (com caráter iônico) com manganês como átomo central. Entretanto, o nome é comumente usado para referir ao ânion MnO4 2-, que possui o íon Mn6+. [2] No caso do íon permanganato, trata-se do composto MnO4 -, que possui o íons Mn7+ em sua estrutura, e apresenta a seguinte forma estrutural, de geometria tetraédrica: [3] (Figura 1 e 2: Fórmulas estruturais do Permanganato, MnO4 -. Fonte: http://en.wikipedia.org/wiki/Permanganate) Como o manganês está no seu estado de oxidação +7 e é um metal de transição (possui elétrons no orbital d), o ânion permanganato é um forte agente oxidante e possui coloração roxa em solução (tratando-se de um ânion composto). [3] Dentre as técnicas de análise usadas em química analítica, as técnicas de titulação de oxidação-redução envolvem o processo de oxidação ou redução do analito de interesse. Como o ânion permanganato é um forte agente oxidante, um de seus usos é uniformizar o caráter iônico do analito a ser usado. [4] Um exemplo disso é quando o analito possui íons ferro, por exemplo, nos estados de oxidação 2+ e 3+. Sendo assim, o caráter oxidante do permanganato serviria para que todos (ou a grande maioria) dos íons presentes sejam de ferro no seu estado de oxidação 3+. [4] De maneira específica, o caráter oxidante do ânion permanganato pode ser explicado pela seguinte semi-reação de redução: [4] )(2)( 2 )()(4 458 laqaqaq OHMneHMnO E0red = 1,51 V Como o potencial padrão de redução dessa reação é maior do que zero, essa reação tende a acontecer, quando a espécie está em contanto com metais (que tem uma tendência grande a oxidarem). Dentre as vantagens do uso de solução de permanganato em titulações de oxidação-redução, pode-se destacar a previamente citada, a coloração desse ânion em solução e o seu preço, que é de R$ 0,25 para cada litro de uma solução de KMnO4 a 0,02 mol/L. [4] Por fim, para reações de padronização utilizando o MnO4 -, têm-se como indicador o próprio permanganato, já que o seu excesso ou falta na solução provocará uma eventual mudança de cor. 2. MATERIAIS E MÉTODOS 2.1 Preparação e padronização de uma solução de KMnO4 0,02 mol.L-1. Foi dissolvido 0,8 g de KMnO4 (Permanganato de Potássio) em 250 mL de água destilada. A solução resultante foi então fervida por 40 minutos, usando um aquecedor para laboratório com agitador magnético, resfriada logo após e filtrada. A solução preparada de permanganato de potássio foi transferida então para um balão volumétrico de 250 mL para ser padronizada. Para a padronização da solução, foram pesadas três porções de 0,25 g cada de oxalato de sódio (Na2C2O4), previamente seco, em 3 erlenmeyers de 250 mL, um para cada porção. Ao erlenmeyer com oxalato de sódio, foram adicionados 60 mL de água destilada, sendo necessária a agitação da solução para que o sal seja dissolvido. Aos erlenmeyer foram adicionados, também, 15 mL de ácido sulfúrico (H2SO4) a uma concentração de 2 mol/L. A solução a ser padronizada de permanganato de potássio foi colocada na bureta (que era específica para análise de permanganato de potássio e devia estar previamente limpa, seca, e ambientada com a solução). Após verificar se não havia vazamento na bureta, foi adicionada à ela a solução de KMnO4 até o menisco, calibrando a quantidade de líquido adicionada. Foi colocado um fundo branco em cada erlenmeyer para que a mudança de cor fosse mais facilmente verificada. Para que a padronização fosse feita, a solução de oxalato de sódio presente no erlenmeyer deveria ser aquecida a 90º C e, durante a titulação, não deveria atingir valores inferiores a 60º C. O ponto de viragem de cada titulação era o aparecimento de uma coloração rósea no erlenemeyer, persistindo por mais de 30 segundos. Sendo realizado em triplicata, foi anotado o volume de permanganato de potássio usado em cada padronização para que a sua concentração real fosse calculada. 2.2 Análise de uma amostra de água oxigenada (Permaganometria). Com a solução devidamente padronizada, procedeu-se á analise de uma amostra de água oxigenada (de marca Farmax, com 3% de peróxido de hidrogênio). A amostra de água oxigenada comercial foi diluída de modo que possua concentração de 2 volumes ou menos (ou seja usando 2 mL do frasco original, adicionado esse volume a um balão volumétrico de 100 mL e completando até o menisco com água destilada). Com a água oxigenada diluída, transferiu-se 25 mL da solução a um erlenmeyer de 250 mL usando uma pipeta de 25 mL previamente calibrada. A alíquota de 25 mL foi novamente diluída com 50 mL de água destilada e foi acrescentado um volume de 10 mL de ácido sulfúrico a uma concentração de 2 mol/L. A titulação foi feita normalmente, com o permanganato na bureta e a amostra de água oxigenada no erlenmeyer, até que uma coloração rósea fosse percebida por mais de 30 segundos. Esse processo foi realizado novamente em triplicata e os volumes de permanganato consumidos foram anotados para que fosse possível calcular a concentração de água oxigenada na amostra. 2.3 Tratamento estatístico dos dados obtidos Para que os dados obtidos neste experimento sejam característicos de uma análise quantitativa, foi necessário compará-lo com os dados obtidos por outros grupos, e, para fazê-lo, utilizou-se de métodos estatísticos. O primeiro artifício estatístico é o cálculo da média ( x ) dos dados. Esse cálculo pode ser feito através da seguinte fórmula: [5] n x x n i n 1 Onde n é o número de dados analisados. Além disso, foi feito o cálculo do desvio padrão ( s ) desses dados, utilizando a seguinte fórmula: [5] 1 )( 1 2 nxx s n i n Além disso, foi calculado o coeficiente de variação (CV) dos dados obtidos, utilizando a seguinte fórmula: [5] x s CV Onde (s) é o desvio padrão dos dados e ( x ) é a média dos dados obtidos. Por fim, foi calculado o desvio padrão relativo das medidas (DPR), que é o coeficiente de variação (CV) multiplicado por 100. [5] Para comparação de dados obtidos, usamos o erro relativo (e.r.) entre dois dados, considerando um teórico (que pode ser encontrado em literatura, tabelado ou resultado de uma média de vários dados obtidos) e um experimental. O erro relativo (e.r.) entre dois dados é dado pela seguinte fórmula: [5] teórico teóricoerimental x xx re exp .. Caso se queira o valor do erro relativo (e.r.) em porcentagem, basta multiplicar o resultado obtido acima por 100. 3. RESULTADOS E DISCUSSÕES 3.1 Preparação e padronização de uma solução de KMnO4 0,02 mol.L-1 Massa de KMnO4 (Permanganato de Potássio) pesada: 0,8024 g Para o preparo da solução de ácido sulfúrico a uma concentração de 2 mol/L, utilizou-se uma solução de ácido sulfúrico concentrado (a 18 mol/L) e realizou-se o seguinte cálculo: mL C VC V ácido ácidoácido ácido 1,11 )18( )100)(2('' Logo,coletou-se um volume de aproximadamente 11,1 mL de ácido sulfúrico e transferiu-se esse volume para um balão volumétrico de 100 mL (com uma pequena quantidade de água previamente colocada, para que a reação não seja perigosa), após isso, completou-se até o menisco com água. Tabela 1: Massas de Oxalato de Sódio Massas Valores Média Desvio Padrão Coeficiente de Variação Desvio Padrão Relativo M1 0,2480 g 0,24897 g 0,00278 0,01116 1,12% M2 0,2468 g M3 0,2521 g Tabela 2: Volumes de Permanganato gastos Volumes Valores Média Desvio Padrão Coeficiente de Variação Desvio Padrão Relativo V1 31,6 mL 31,47 mL 0,321 0,0102 1,02% V2 31,7 mL V3 31,1 mL Para a determinação da concentração real da solução preparada de KMnO4, foi necessário considerar a seguinte reação de oxirredução, em meio ácido: )(2)(2)( 2 )( 2 42)()(4 )(2)( 2 42 )(2)( 2 )()(4 8102C5162 22C 458 lgaqaqaqaq gaq laqaqaq OHCOMnOHMnO eCOO OHMneHMnO Sabendo, além disso, que a massa molar do oxalato de sódio é de 133,99 g/mol [6], procedeu-se aos seguinte cálculos: Lmol V n C mol n n mol M m n KMnO KMnO KMnO oxalato KMnO oxalato oxalato oxalato /024,0 )10.47,31( )00074,0( 00074,0 )5( )2)(00186,0( )5( )2( 00186,0 )99,133( )24897,0( 3 4 4 4 4 Como se pode observar, a concentração real da solução (0,024 mol/L) é bem próxima da calculada. 3.2 Análise de uma amostra de água oxigenada (Permaganometria). Como não havia solução de permanganato suficiente para que a titulação fosse feita em triplicata, só foi realizada uma repetição do processo. Tabela 3: Volumes de Permanganato gastos Volumes Valores Média Desvio Padrão Coeficiente de Variação Desvio Padrão Relativo V1 38,8 mL 38,30 mL 0,7071 0,0185 1,85% V2 37,8 mL Para que a concentração de água oxigenada fosse calculada, considerou-se a seguinte reação de oxirredução, em meio ácido: )(2)(2)( 2 )(22)()(4 )(2)()(22 )(2)( 2 )()(4 582562 22 458 glaqaqaqaq gaqaq laqaqaq OOHMnOHHMnO eOHOH OHMneHMnO Considerando os dados obtidos anteriormente, realizaram-se os seguintes cálculos para determinar a concentração real da água oxigenada na amostra: Lmol n C n n VCn OH OH KMnO OH KMnOKMnOKMnO /149,1 )2( )100( 002298,0 )2( )5( 000919,0)10.30,38)(024,0( 22 22 4 22 444 3 Para que a concentração da solução seja calculada em volumes, temos que considerar a decomposição da água oxigenada, de acordo com a seguinte reação: )(2)(2)(22 22 glaq OOHOH Como se pode perceber, 2 mols de água oxigenada geram 1 mol de gás oxigênio, o que, nas CNTP, representam 22,4 L de gás [6], logo, realizou-se o seguinte cálculo: V n V O O 87,12 )2( )4,22)(149,1( )2( )4,22( 22 2 H Por fim, para calcular a concentração em g/L, realizou-se o seguinte cálculo, considerando que a massa molar da água oxigenada é de 34g/mol [6]: Lg m C g n m OH OH OH OH /91,3 )1000( )100( 06,39 )1( )34( 22 22 22 22 Considerando que as concentrações dadas eram de 10 volumes e de 3%, pode-se explicar a diferença nos valores obtidos pelo fato de que o permanganato de potássio, em contanto com a luz, se decompõe em MnO2 (óxido de magnésio), por isso usa-se a bureta com a coloração mais escura, porém, isso não impede a passagem da luz e a eventual decomposição. [3] Além disso, o pequeno volume usado de água oxigenada também aumenta a chance de haverem erros no experimento. 4. CONCLUSÃO Concluindo, a concentração da solução de água oxigenada usada foi de 1,149 mol/L, 12,87 volumes e 3,91 g/L. Esses valores entram em conflito com os fornecidos por eventuais erros durante o processo e pelo desgaste natural da água oxigenada (decomposição em oxigênio) [7], que também aumenta a chance de haverem erros na análise. Como essa decomposição ocorre tão facilmente, é de se esperar que a concentração inicial de água oxigenada presente no frasco seja maior do que 10 volumes. Por fim, quanto ao tipo de titulação utilizada, verificou-se que tem uma vantagem muito evidente, já que o indicador da padronização é o próprio permanganato, já que o seu excesso em uma solução incolor provoca a coloração dessa solução. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS [1] Manganês. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Mangan%C3%AAs>. Acesso em 23 de junho de 2013. [2] Manganate. Disponível em: <http://en.wikipedia.org/wiki/Manganate>. Acesso em 23 de junho de 2013. [3] Permanganate. Disponível em: <http://en.wikipedia.org/wiki/Permanganate>. Acesso em 23 de junho de 2013. [4] SKOOG, WEST, HOLLER, CROUCH. Fundamento de Química Analítica. 8ª Ed. São Paulo: Editora Thomson. 2006 [5] VUOLO, J.H. Fundamentos da Teoria de Erros. 2ª Ed., São Paulo: Edgard Blücher. 1995. [6] ATKINS, Peter. Princípios básicos de química: Questionando a vida moderna e o meio ambiente. 3 ed. Porto Alegre: Bookman, 2006. [7] Hydrogen Peroxide. Disponível em: < http://en.wikipedia.org/wiki/Hydrogen_peroxide>. Acesso em 23 de junho de 2013.
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