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Análise quantitativa II – PLE Professor: Júlio Afonso Alunos: Andreza Vieira, Filipe Martinez, Giovana Gonzales, Mariana Gomes, Raphael Harris e Tainara de Assis 1 ▪ A adulteração de vinho pode ser realizada por meio de diluição com água, adição de álcool ou outras substâncias e a mistura ou substituição por um vinho de menor qualidade. ▪ Outro tipo de fraude de vinho é a rotulagem incorreta, que pode ser realizada de forma dolosa. É o tipo de adulteração observada quando o rotulo de um vinho muito caro é colocado em uma garrafa de um vinho barato. ▪ O tipo de fraude mais comum é a da rotulagem incorreta isso porque a degustação a cegas, mesmo que realizada por profissionais experientes, não consegue identificar exatamente o vinho. 2 ▪ Além desses dois tipos de fraudes existem fraudes consideradas perigosas. Essas fraudes ocorrem quando o produtor tenta adicionar artificialmente características ao vinho que não foram obtidas durante o processo de vinificação. ▪ Acetato de chumbo, dietilenoglicol, arsênio e metanol são substâncias perigosas a saúde humana e podem ser encontradas nos vinhos,pois são adicionados pelos produtores. ▪ Felizmente os controles atualmente são bem efetivos o que dificulta essas práticas. ▪ Foram criadas, ao longo do tempo, diversas legislações e mecanismos de controle do comércio e produção de vinhos, entretanto essas legislações não foram capazes de extinguir essas práticas , desse modo casos de fraudes são registradas nos dias atuais. 3 ▪ A fraude de vinho é uma prática bem antiga. ▪ Desde o ano 1754 a.C. na antiga Mesopotâmia o ato de falsificar vinho é ilegal. ▪ O “Código de Hamurabi” , um dos códigos de leis mais antigos já decifrados, contém uma lei que afirma que qualquer pessoa que fosse flagrada vendendo vinhos falsificados deveria ser afogado. ▪ Plínio, o velho, reclamava que na antiga Roma não era possível identificar um bom vinho romano. 4 ▪ No império Romano a prática de corrigir o vinho com sapa era bem difundida Sapa: O suco de vinho é reduzido até um terço de seu volume através de sua fervura em recipientes de chumbo. ▪ Esse processo além de adoçar o vinho ajudava a mantê-lo por mais tempo e o contaminava com chumbo. ▪ A adição de chumbo a vinhos foi um prática muito difundida durante o século 17, causando intoxicação grave dos consumidores em toda Europa. 5 ▪ A adição de chumbo não era o único processo de fraude utilizado. ▪ Em 1327 na Inglaterra o rei Eduardo III reclamou aos xerifes que os vinicultores da cidade de Londres misturavam vinhos ruins com outros vinhos e vendiam a mistura pelo mesmo preço dos vinhos de qualidade. ▪ Como medida preventiva as tabernas foram proibidas de estocarem vinhos de origens diferentes em uma mesma adega e seus barris deviam ficar visíveis aos consumidores para evitar que os comerciantes mexessem nos vinhos. ▪ As penas para quem fosse pego vendendo vinhos falsificados iam desde consumir todo o estoque até o enforcamento. ▪ No século 19 outra técnica de adulteração se difundiu pelo continente europeu, a adição de gesso visando aumentar sua duração. 6 ▪ As primeiras vidreiras foram trazidas para o Brasil pela expedição colonizadora no ano de 1532 ▪ Brás Cubas é reconhecido como o primeiro a cultivar uvas em terras brasileiras em 1551. ▪ Em 1808 com a chegada da família iniciou-se a produção de vinho em terras brasileiras. A partir desse momento o vinho foi introduzido nas refeições e reuniões sociais. ▪ Os vinhos brasileiros vendidos como uma marca teve inicio em 1875 com a chegada de imigrantes italianos na Serra Gaúcha. 7 ▪ Famílias como os Salton, produziam os vinhos na Serra e iam vender em Porto Alegre. ▪ Apesar das vendas já ocorrem desde 1875, as vinícolas só se tornaram oficiais em 1910 quando o governo federal exigiu que fosse aberto empresas, para que fosse possível recolher os impostos. 8 Figura 1: Vinhos de fabricação Brasileira ▪ Os vinhos brasileiros eram originalmente compostos por: água, açúcar, corantes ( flor de sabugueiro, fucsina), acetato de chumbo, álcool e uva. ▪ O processo de conservação era feito de maneira legítima, misturando o vinho já pronto em água ardente e álcool. ▪ A conservação do vinho era realizada afim de evitar as alterações espontâneas a qual ele era exposto, para isso era adicionado ao vinho substâncias preservativas. ▪ Conforme os estudos químicos do vinho foram sendo desenvolvidos e aprimorados algumas substâncias utilizadas no processo de conservação foram abolidas,como o acetato de chumbo e sulfato de potássio. ▪ No lugar dessas substâncias os enólogos passaram a utilizar o álcool, o ácido salicílico, o ácido sulfuroso, o ácido bórico e os boratos. 9 ▪ Quando os vinhos eram fabricados apenas com álcool, açúcar e vinhos naturais, ou seja, uma mistura entre vinhos tintos doces grossos e ricos em cor com vinhos brancos ricos em álcool, os produtores podiam denominar o produto de vinho. ▪ Quando a fabricação além desses produtos continha também outros produtos sejam de origem vegetal, mineral ou produtos que não tivessem nada de uva em sua composição, o produto final era fruto de falsificações ou fraudes. 10 ▪ Assim como no exterior os vinhos brasileiros eram fraudados. ▪ As fraudes mais comuns eram o típico vender “gato por lebre”, ou seja, vender vinhos de jaboticaba por vinhos de uva. ▪ Ou então a alteração da composição do vinho por adição de álcool ao suco de uva ou outras frutas e a adição de água para que o produto rendesse. ▪ As noticias de fraudes eram comumente estampadas nos jornais. ▪ Os jornais de 1910 já indicavam a ausência de fiscalização dos vinhos vendidos. Os vinhos importados eram altamente taxados, dessa forma não vinham falsificados, entretanto quando chegavam nas terras brasileiras sofriam os processos de adulteração com substâncias nocivas. 11 Figura 2: Notícias do Jornal do Commercio de outubro de 1990 (abaixo) e abril de 1874 (acima) ▪ Em janeiro de 1923 por meio dos decretos n. 4631/1923 e n. 16054/1923 surgiram as primeiras regulamentações para fraudes de vinho. ▪ O decreto 4631/1923 trazia em seu Art. 5° que só poderiam ser vendidas como vinho bebidas resultante do processo de fermentação de uvas frescas. ▪ O uso da palavra vinho para bebidas provenientes da fermentação de outras frutas só poderiam ser chamadas de vinho se expressassem o nome da fruta ou planta utilizada no processo. 12 ▪ O teste de fraude realizado em 1930 era embebedar uma fatia de pão com vinho e coloca-la em contato com água em um prato fundo. Se a água ficasse rapidamente violácea sabia-se que o vinho era falso. Já se a água demorasse mais de 10 minutos para a adquirir a coloração o vinho era verdadeiro. ▪ Ocorreu também casos de falsos fraudes, o senador Vergueiro após ter seus vinhos duas vezes testados como falsos, enviou amostras para análise na Alemanha e na França, testes esses que tiveram resultados exatamente opostos aos obtidos no Brasil. ▪ Após destruir o vinhedo o senador descobriu que os resultados nacionais acusavam a falsificação, pois o seu técnico falsificava as amostras a pedido dos representantes de vinhos estrangeiros,visando desmoralizar os vinhos nacionais. 13 ▪ Em 1937 a lei n. 549/1937 estabeleceu um maior controle e fiscalização na importação e elaboração de vinhos. ▪ O decreto . 2499/1938 estabeleceu que “Vinhos nacionais ou importados e produtos líquidos de uva só poderão ser vendidos e entregues ao consumo após serem previamente examinados em laboratórios competentes,oficiais e autorizados”. ▪ O Art. 2 parágrafo 3 estabeleceu que “ Marcas de vinho não poderiam colocar indicações geográficas que não indicassem a real região de produção das uvas ou dos vinhos”. ▪ Os vinhos nacionais só podem ser elaborados por cantinas registradas e comercializados por pessoas naturais ou juridicamente registradas. 14 ▪ Apenas em 1982 as fraudes de vinhos passaram a ter punições mais severas. ▪ Antes os fraudadores pagavammultas leves e algumas vezes deviam destruir os lotes falsificados. ▪ Com as punições mais rigorosas as multas passaram a ser proporcionais ao número de garrafas fraudadas e a vinícola e a fabrica, de onde o vinho fraudado era proveniente, deveriam ser destruídas. ▪ Essas medidas passaram a ser aplicadas buscando diminuir o número de falsificações. 15 ▪ Muitas falsificações eram detectadas através de testes sensoriais como cheiro, coloração, turbidez e gosto. Quando as falsificações eram mais sofisticadas a detecção era realizada por meio de testes químicos . ▪ Uma das análises que eram feitas era para verificar se o vinho era envelhecido, ou envelhecido falsamente. ▪ Para isso era adicionado ao vinho algumas gotas da solução de água e 0,5g de sal de azedas. Se o vinho fosse falsificado ocorria a precipitação de oxalato do cal, caso o vinho fosse envelhecido naturalmente era observado apenas a turvação do líquido. 16 ▪ Outra técnica utilizada era a determinação de enxofre através de testes com ovos. No qual um ovo claro era adicionado a um recipiente contendo vinho e esses permaneciam em contato por 24h, caso o vinho tivesse enxofre em sua composição era formado sobre o ovo uma película amarelada. ▪ Para alterar o sabor do vinho era adicionado chumbo,o teste para a presença desse metal era feito na presença de sulfureto de cálcio, no vinho adulterado ocorria a formação de um precipitado preto. ▪ Outro teste para chumbo era o contato do vinho com uma lâmina de zinco, após algumas horas de contato se o vinho fosse adulterado era observado a formação de cristais de chumbo. 17 ▪ Na Espanha e em Portugal os vinhos eram falsificados com phytolacca, uma planta da região. ▪ A presença dessa planta era determinada por meio do seguinte teste: era adicionado ao vinho alumínio e carbonato de sódio, o vinho era filtrado e posteriormente sofria a adição de algumas gotas de carbonato de cálcio diluído. Por fim o vinho era aquecido, se fosse observado a perda de coloração tratava-se de um vinho adulterado, se a cor se mantinha após o processo o vinho era tido como legítimo. 18 19 Curitiba, Fevereiro, 2020 • Na cidade de Curitiba, em fevereiro de 2020, seis comerciantes foram autuados pela polícia civil após denúncia de consumidores alegando terem passado mal ao beber o produto. • A operação determinou a presença de álcool combustível misturado ao vinho colonial. • O vinho adulterado continha etanol, corantes, estabilizantes e ácido cítrico. Figura 3: vinhos falsificados continham presença de combustível.Fonte:Amanda Menezes/RPC 20 Figura 4: Vinho da marca Gilioli, uma das empresas envolvidas.Fonte:Vvino Rio Grande do Sul, Maio 2014 • No Rio Grande do Sul, em 2014, foi detectada a presença da substância natamicina, um antifúngico que prolonga a conservação do vinho. • O uso da substância é proibido pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Itália, 2008 ▪ Em 2008, na Itália, investigações descobriram que havia misturado Merlot com o Sangiovese por 25 anos. ▪ No total, 1,34 milhões de litros de vinho rotulado com Brunello de Montalcio tiveram de ser desclassificados. ▪ O mercado dos Estados Unidos proibiu o vinho por grande parte de 2008. Embora rapidamente o vinho voltou a venda, sem dúvida a reputação foi prejudicada. 21 Figura 5: Vinho Sangiovese. Fonte: Via Vina ▪ Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa): órgão responsável pela criação das normas que definem, regularizam e controlam a produção e circulação de vinhos. ▪ Alguns parâmeros são importantes na análise química do vinho, tais como a acidez, turbidez,teor alcoólico,açúcares,etc. ▪ Lei nº 7.678, de 08 de novembro de 1988 regulamentada pelo Decreto n° 8.198, de 20 de fevereiro de 2014 22 23 Classe a) de mesa; b) leve; c) fino; d) espumante; e) frisante; f) gaseificado; g) licoroso; h) composto; Cor a) tinto; b) rosado, rosé ou clarete; c) branco; Teor de açúcar a) nature; b) extra-brut; c) brut; d) seco, sec ou dry; e) meio doce, meio seco ou demi-sec; f) suave; e g) doce Tabela 1: A lei 10.970 de 2004 - que altera a lei nº 7.678, de 08 de novembro de 1988 - classifica os vinhos de acordo com: 24 Densidade Relativa É a relação expressa em quatro casas decimais da massa volumétrica (g mL-1) do vinho a 20 oC, com a massa volumétrica da água à mesma temperatura. Definição Princípio Aerometria Homogeneização Ajuste de temperatura Densímetro Procedimento básico 25 Teor Alcoólico ➢ Corresponde ao número de litros de álcool etílico em 100 litros de vinho. Princípio Destilação do vinho previamente alcalinizado e posterior medida do grau alcoólico por densimetria Procedimento básico 1. Adição de 50 mL de vinho em um balão volumétrico; 2. Transferência da amostra para um balão destilatório; 3. Adição de 10 mL de solução de CaO; 4. Destilação; 5. Determinação da densidade do destilado. 26 Acidez total Princípio ➢ Corresponde à soma dos ácidos tituláveis quando se neutraliza o vinho até pH 7,0 com solução alcalina. Titulação com hidróxido de sódio 0,1 N, utilizando o azul de bromotimol como indicador do final da reação, até o aparecimento de cor azul. Procedimento básico Titulação com NaOH 0,1N Determinação da acidez total Acidez total = (n N1000)/V n = mililitros de hidróxido de sódio gastos na titulação N = normalidade do hidróxido de sódio V = volume de vinho utilizado em mL 27 Acidez Volátil Princípio ➢ Corresponde à soma dos ácidos graxos da série acética presentes no vinho no estado livre ou salificado. A separação dos ácidos voláteis acontece por meio do arraste do vapor da água. Procedimento básico Titulação com NaOH 0,1N Determinação da acidez total Acidez total = (n N1000)/V n = mililitros de hidróxido de sódio gastos na titulação N = normalidade do hidróxido de sódio V = volume de vinho utilizado em mL Eliminação dos ácidos voláteis 28 pH Princípio ➢ Representa a concentração de íons de hidrogênio livres dissolvidos no vinho. Baseado na diferença de potencial entre dois eletrodos mergulhados na amostra de vinho em análise. Procedimento básico Leitura da amostra Calibração do equipamento 29 Açúcares redutores Princípio ➢ São aqueles que, quando aquecidos em meio alcalino e na presença de minerais – geralmente o cobre –, têm a propriedade de reduzir esses metais. Baseado na reação do açúcar contido no vinho com o cobre presente em uma solução cuproalcalina. Procedimento básico 1. Adição de 10 mL de Fehling A, 10 mL de Fehling B e 20 mL do vinho diluído en um erlenmeyer; 2. Aquecimento da mistura com um funil de refluxo colocado sobre o erlenmeyer; 3. Resfriamento da solução e adição de 10 mL de KI, 10 mL de H2SO4 e água destilada; 4. Titulação com tiossulfato de sódio 0,1N e 2 mL de amido como indicador; 30 Cinzas Princípio ➢ Correspondem ao resíduo da incineração do extrato seco do vinho. Incineração do extrato do vinho numa temperatura de 500 oC a 550 oC , até a combustão completa do carbono. Procedimento básico 1. Aquecimento da cápsula de platina 2. Adição da amsotra na cápsula 3. Queima em bico de Bunsen 4. Mufla (525°C ± 25°C) 5. Resfriamento no dessecador 6. Determinação da massa As cinzas são expressas em g L-1 de amostra pela fórmula: 31 Ácido sórbico ➢ Este ácido é um ácido graxo insaturado, e por conta do seu efeito antisséptico é utilizado como aditivo conservador em vinho suave. Análise Cromatografia Líquida de Alta Eficiência (CLAE) Condições analíticas • Fase móvel: solução de metanol, tetrahidrofurano e ácido fosfórico na proporção de 280:70:1,2 • Temperatura:ambiente. • Pressão:100 atmosferas. • Volume injetado:20 µL. • Detector UV:254 nm. • Sensibilidade:0,32 D.O 32 Ácido sórbico Procedimentos básicos Diluição da amostra de vinho a 10% Homogeneização e filtração com membrana de celulose Injeção da amostra no aparelho
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