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Responsável pelo Conteúdo: Prof. Ms. Adriana Domingues Freitas Profa. Dra. Jussara Maria Marins Revisão Textual: Profa. Esp. Vera Lídia de Sá Cicaroni Figura 1: Cartaz do filme A Rede social Ver www.aredesocial.com.br e um trailer do filme no youtube. O Filme foi inspirado no livro “The Accidental Billionaires: The Founding of Facebook, A Tale of Sex, Money, Genius, and Betrayal” (traduzido e reduzido para Biliona´rios por Acaso) escrito por Ben Mezrich sobre Mark Zuckerberg um dos fundadores do Facebook, junto com o brasileiro Eduardo Saverin, Chris Hughes e Dustin Moskovitz. Mark ja´ programava desde o ensino me´dio. Criou va´rios programas para jogos e em especial um programa de reposicionamento de mu´sicas para Ipod, entre outros. No filme “Mark invade as bases de dados de va´rios alojamentos, baixa as fotos e o nome das estudantes e, em algumas horas, usando um algoritmo dado por seu melhor amigo Eduardo Saverin, ele cria o FaceMash, onde os estudantes homens escolhem quais das duas estudantes apresentadas 1 Unidade: Relac¸o˜es e Func¸o˜es Fabio Typewritten Text Fabio Typewritten Text Motivação Inicial Fabio Typewritten Text Provavelmente , todos vocês viram o filme A Rede Social (The Social Network), dirigido pornullDavid Fincher, que dirigiu outros filmes importantes, como o Curioso Caso de BenjamimnullButton, Se7ven, Clube da Luta e outros. Fabio Typewritten Text Fabio Typewritten Text sa˜o mais atraentes.´´ Para decidir isto Saverin usa um algoritmo baseado em classificac¸a˜o e escores (rating) com umme´todo de calcular o n´ıvel de habilidade de dois jogadores num jogo como o xadrez, desenvolvido por um f´ısico professor de nome Elo. A fo´rmula da func¸a˜o usada, e´ dada por: EA = 1 1 + 10(RB−RA)/400 O resto e´ o filme e a histo´ria do Facebook, uma das mais famosas redes sociais que tornou seus criadores famosos e biliona´rios. Figura 2: Redes de Computadores Uma rede (na˜o de dormir) e´ um conjunto de nodos ou ve´rtices que sa˜o conetados por arestas, ligac¸o˜es ou relac¸o˜es que consiste num tipo de grafo com algumas caracter´ısticas. Vamos definir formalmente nesta unidade, o que e´ uma relac¸a˜o e um tipo especial de relac¸a˜o que sa˜o as func¸o˜es. Conecte-se! Mas viva a vida real!!! Fabio Typewritten Text Fabio Typewritten Text Contextualizac¸a˜o de Relac¸o˜es e Func¸o˜es Profa.Me. Adriana Freitas e Profa.Dra Jussara Maria Marins Do mesmo modo que, os conjuntos e nu´meros permeiam todas as atividades do nosso dia a` dia, o mesmo acorre com as Relac¸o˜es e Func¸o˜es. Sem o estudo das relac¸o˜es e func¸o˜es e´ imposs´ıvel compreender, por exemplo, os mecanismos das func¸o˜es que modelam o uso dos computadores. Tudo que e´ programado e´ feito atrave´s da definic¸a˜o de uma func¸a˜o ou composic¸a˜o de func¸o˜es dadas, expl´ıcita ou implicitamente. Func¸o˜es e finalidade esta˜o, intimamente, associadas, de modo que, ao falar de uma, mesmo que na˜o seja no aˆmbito de nu´meros, inicialmente, e´ a mesma coisa que falar da outra. Todo conjunto de instruc¸o˜es que e´ fornecido a um programa e´ tambe´m um conjunto de func¸o˜es que ira˜o atuar sobre os dados de entrada, mesmo que, estes na˜o sejam, inicialmente, nu´meros. De fato, estamos construindo um conjunto de conhecimentos hierarquizado: ... Novos Conhecimentos |definic¸o˜es | |propriedades| | relac¸o˜es e func¸o˜es | | tipos | | operac¸o˜es| | definic¸o˜es| | propriedades | |operac¸o˜es| |conjuntos| | elementos| Contudo, essa hierarquia, sinaliza mais, um conjunto de pre´-requisitos, do que algo esta´tico. De fato, o conhecimento pode ser visualizado numa curva crescente, espiralada, que comec¸a, aumenta, volta ao um certo ponto, sedimentando, e torna a crescer... Figura 1: Espiral de Conhecimentos O caminho prossegue... 1 Unidade: Relac¸o˜es e Func¸o˜es Fabio Typewritten Text Contextualização Fabio Typewritten Text Fabio Typewritten Text Fabio Typewritten Text Fabio Typewritten Text Fabio Typewritten Text Fabio Typewritten Text Fabio Typewritten Text Fabio Typewritten Text Fabio Typewritten Text Fabio Typewritten Text Fabio Typewritten Text Fabio Typewritten Text Fabio Typewritten Text Fabio Typewritten Text Fabio Typewritten Text Fabio Typewritten Text Fabio Typewritten Text Fabio Typewritten Text Figura 1: Ma´quina de Pascal 1 Relac¸o˜es As func¸o˜es desempenham um papel muito importante em qualquer a´rea da Matema´tica. Intuitivamente, uma func¸a˜o e´ uma ma´quina que transforma um objeto de entrada num novo objeto de sa´ıda, sendo que a maneira como ocorre essa transformac¸a˜o e´ a sua finalidade, ou seja, finalidade e func¸a˜o esta˜o, intimamente, associadas. As ma´quinas, em geral, desempe- nham uma ou um agrupamento de func¸o˜es e podem ser abstratas ou materiais. Uma das primeiras ma´quinas materiais a executar func¸o˜es matema´ticas de modo mecaˆnico foi a ma´- quina inventada por Pascal, em 1644, quando ele tinha apenas 20 anos, para ajudar seu pai nos ca´lculos de sua loja. A figura 1 mostra a sua ma´quina chamada Pascalina. A ma´- quina computador, a despeito de toda sua generalidade, ao contra´rio de muitas ma´quinas, so´ executa func¸o˜es matema´ticas e lo´gicas, mesmo parecendo que seja mais. Mesmo objetos art´ısticos como a imagem na figura 2 sa˜o feitos a partir de uma func¸a˜o. Um fractal e´ um tipo mais geral de uma curva geome´trica que pode ser dividido em partes - as frac¸o˜es - e de cada uma delas, geramos outras curvas semelhantes a` original. Existem diversos tipos e algumas sa˜o transformadas em bel´ıssimas imagens. Mas, antes de estudarmos as func¸o˜es, veremos a definic¸a˜o de relac¸o˜es, que sa˜o ainda mais amplas que as func¸o˜es. Veremos, que toda func¸a˜o e´ feita a partir de uma relac¸a˜o, mas nem toda relac¸a˜o estabelece uma func¸a˜o. 1.1 Definic¸a˜o de Relac¸a˜o Conforme dissemos, uma func¸a˜o transforma um objeto de entrada em outro objeto, que e´ chamado de sa´ıda. Descrever a func¸a˜o e´ descrever a transformac¸a˜o ou a regra de transfor- mac¸a˜o. Logo, para termos uma func¸a˜o, precisamos de um conjunto de objetos de entrada, uma maneira de modifica´-los segundo a regra dada, para chegar a outro objeto do conjunto de resultados. As func¸o˜es podem ser de muitos tipos. Para descrever melhor o conceito de transformac¸a˜o como func¸a˜o, necessitamos do conceito de relac¸a˜o. Ora, parece que a palavra relac¸a˜o, e´ ainda mais geral do que func¸a˜o e de fato o e´. Mas e´ fa´cil descrever, matematica- Cruzeiro do Sul Educacional 1 Campus Virtual Unidade: Relac¸o˜es e Func¸o˜es Figura 2: Um exemplo de Fractal mente, uma relac¸a˜o. O conjunto inicial de uma func¸a˜o ou relac¸a˜o, assim como, o conjunto de chegada, ou dos resultados sa˜o conjuntos quaisquer. Temos va´rios exemplos de relac¸o˜es com os mais diversos objetos ou pessoas. Temos relac¸o˜es familiares, nume´ricas, sociais, etc. As relac¸o˜es familiares comuns sa˜o: ser ma˜e, ser irma˜o, ser parente, ser filho, etc. Todas elas possuem mais ou menos formais e sa˜o bastante importantes em algumas aplicac¸o˜es em computac¸a˜o, quando criamos Bancos de Dados, por exemplo. Em va´rios formula´rios que devemos preencher para diversas finalidades e´ sempre solicitado o nome da ma˜e, o enderec¸o, o e-mail, como alguns exemplos. As relac¸o˜es sa˜o muito aplicadas em Bancos de Dados, desde o armazenamento dos dados, propriamente, dito, como tambe´m na busca e transformac¸a˜o de informac¸o˜es. Atualmente, as redes sociais, principalmente com os programas na internet, usam as relac¸o˜es entre as pessoas, que sa˜o estabelecidas pelos usos e contatos. As relac¸o˜es que formam as redes sociais computadorizadas, como Facebook, Linkdln, etc. sa˜o formadas por diversos conceitos matema´ticos. Essas redes sa˜o estabelecidasa partir de relac¸o˜es captadas via uso da pro´pria internet e dadas pelos usua´rios. Elas tambe´m esta˜o sendo cada vez mais usadas pelos meios de publicidade, o que, a`s vezes, chega a ser extremamente, chato. As relac¸o˜es nume´ricas sa˜o usadas desde o in´ıcio da aprendizagem em Matema´tica e ate´ em L´ınguas. Todos no´s aprendemos a relac¸a˜o de ordem das letras, no alfabeto latino, que nos e´ dada de forma, totalmente, arbitra´ria. Por que c vem antes de m, f vem antes de g e assim por diante? E´ uma convenc¸a˜o, plenamente, aceita. Como dizemos, se na˜o fosse essa, seria outra, imposta analogamente. Ja´ as relac¸o˜es nume´ricas, exceto as primitivas, como a de pertineˆncia, sa˜o definidas de forma coerente com outras definic¸o˜es anteriores e suas finalidades. As relac¸o˜es matema´ticas mais comuns sa˜o as de igualdade = ou de inclusa˜o entre conjuntos ⊂, de ordenac¸a˜o, como ≤, de ser mu´ltiplo, entre nu´meros, etc. Nas relac¸o˜es, pode estar associado um conceito de sentido, direc¸a˜o ou in´ıcio da relac¸a˜o, como por exemplo, na relac¸a˜o de ser ma˜e, se dizemos que Tereza e´ ma˜e de Beatriz, baseados em algum fato ou Cruzeiro do Sul Educacional 2 Campus Virtual Fabio Typewritten Text documento, e´ claro que na˜o podemos inverter a relac¸a˜o e dizer que Beatriz e´ ma˜e de Tereza, baseados no mesmo documento. Pore´m, em outras relac¸o˜es, como ser amigo, essa reversa˜o ou simetria e´ va´lida; se Joa˜o e´ amigo de Pedro, supo˜e-se, naturalmente, que Pedro e´ amigo de Joa˜o. Logo, para usarmos as definic¸o˜es previamente feitas, vamos usar o Produto Cartesiano que reflete esse sentido da origem para o destino. No diciona´rio, temos va´rios conceitos de relac¸a˜o: 1. ato de relatar, relato; 2. ato de informar, de noticiar; 3. considerac¸a˜o que resulta da comparac¸a˜o de dois ou mais objetos; 4. lista que conte´m nomes de pessoas ou de coisas; rol, listagem; 5. semelhanc¸a, parecenc¸a; 6. vinculac¸a˜o de alguma ordem entre pessoas, fatos ou coisas; ligac¸a˜o, conexa˜o etc. Podemos concluir, para nossos estudos, que Relac¸a˜o e´ uma vinculac¸a˜o entre objetos. Como descrever esse conceito, matematicamente? Se tentarmos conceituar vinculac¸a˜o cai- remos em relac¸a˜o, e da´ı, teremos um c´ırculo vicioso. Vejamos, agora, a definic¸a˜o de relac¸a˜o, atrave´s das definic¸o˜es de Teoria de Conjuntos. Definic¸a˜o 1.1. Relac¸a˜o Dados dois conjuntos quaisquer A e B, uma relac¸a˜o de A em B, e´ qualquer subconjunto do produto cartesiano A × B. • Observac¸o˜es: • Os conjuntos A e B podem ser, inclusive, iguais. • A noc¸a˜o de vinculac¸a˜o, relac¸a˜o, propriamente, dita, esta´ estabelecida na escolha dos pares do subconjunto. • A vinculac¸a˜o pode estabelecer um significado especial, como ser ma˜e, ser mu´ltiplo, etc. ou, ser, totalmente, abstrata. O produto cartesiano pode ser visualizado num diagrama ou num gra´fico. Se A = {a, b, c} e B = {1, 2}, enta˜o o produto cartesiano e´ A × B = {(a, 1), (a, 2), (b, 1), (b, 2), (c, 1), (c, 2)}. Isso pode ser visto no diagrama da figura 3. O gra´fico que usa os eixos cartesianos, pode ser visto na figura 4, no qual os elementos do primeiro conjunto A, ficam no eixo horizontal das abscissas, e os elementos do segundo conjunto, o B, no eixo das ordenadas, o vertical. Cruzeiro do Sul Educacional 3 Campus Virtual Unidade: Relac¸o˜es e Func¸o˜es Figura 3: Diagrama do Produto Cartesiano A × B Figura 4: Gra´fico de A × B Como o produto cartesiano na˜o e´ comutativo, a ordem dos conjuntos e´ relevante para obtermos o resultado. O primeiro conjunto indicado, e´ o Conjunto de Partida e o segundo e´ o Conjunto de Chegada. Qualquer relac¸a˜o entre os elementos de A e B sera´ dada por um subconjunto desse produto cartesiano. Exemplo 1.1. Consideremos a relac¸a˜o que vincula as letras de uma palavra que esta˜o no conjunto A = {a, b, c} com o nu´mero de vezes que ela aparece na palavra. Considere a palavra casa. A relac¸a˜o sera´: R1 = {(a, 2), (c, 1)} Observe que a letra “s” na˜o pertence a A, s < A, logo na˜o fara´ parte da relac¸a˜o. Se a palavra for baba´, enta˜o a relac¸a˜o sera´: R2 = {(a, 2), (b, 2)} No exemplo dado, o Conjunto de Partida e´ formado por letras A = {a, b, c} e o Conjunto de Chegada e´ de nu´meros naturais B = {1, 2}. q Nem todos os elementos de A ou de B esta˜o na relac¸a˜o. Os elementos do conjunto de Partida que esta˜o, efetivamente, na relac¸a˜o fazem parte do Domı´nio, e os do Conjunto de Chegada fazem parte do Contra-domı´nio. Cruzeiro do Sul Educacional 4 Campus Virtual O Domı´nio de R e´ indicado por D(R) ou Dom(R) e o Contra-domı´nio e´ indicado por CD(R). No exemplo da relac¸a˜o anterior, temos: Dom(R1) = {a, c}, Dom(R2) = {a, b} e CD(R1) = {1, 2}, CD(R2) = {2} As relac¸o˜es devem ser indicadas pelo conjunto de partida, o conjunto de chegada e a regra de formac¸a˜o. Muitas vezes, quando os conjuntos esta˜o bem claros, eles sa˜o omitidos e mostramos apenas a regra de formac¸a˜o por palavras ou s´ımbolos. Assim xRy ou R(x, y) vai indicar a regra de formac¸a˜o. As relac¸o˜es usuais do dia a dia, que sa˜o as mais amplas poss´ıveis, sa˜o modeladas, per- feitamente, por esse conceito matema´tico. Temos diversos exemplos e vamos citar apenas alguns. Exemplo 1.2. Relac¸a˜o ser ma˜e Considere o conjunto das pessoas delimitado por A = {Ce´lia, Antoˆnia, Beatriz} e o con- junto B = {Andre´,Carlos,Raquel,Flavia, Joa˜o}, e a relac¸a˜o R(x, y) = x e´ ma˜e de y. Sabemos, atrave´s de alguns documentos, que: Ce´lia e´ ma˜e de Beatriz, Andre´ e Fla´via; Beatriz e´ ma˜e de Raquel e Carlos; e Antoˆnia ainda na˜o e´ ma˜e. Podemos dizer que a relac¸a˜o R de A em B e´ dada por R = {(Ce´lia,Andre´),(Ce´lia,Fla´via),(Beatriz,Raquel),(Beatriz,Carlos)} Observe bem que, embora Ce´lia seja ma˜e de Beatriz, essa na˜o pertence ao conjunto B, portanto, na˜o esta´ na relac¸a˜o R como foi definida. Embora Antoˆnia pertenc¸a ao conjunto A, ela na˜o faz parte da relac¸a˜o. E´ claro que, se mudarmos um dos conjuntos, a relac¸a˜o tambe´m muda. Assim, se tivermos o conjunto C = {Ce´lia,Antoˆnia,Beatriz,Andre´,Carlos,Raquel,Flavia, Joa˜o} e fizermos a relac¸a˜o “ser ma˜e” no conjunto C ×C, teremos outros pares: R1 = {(Ce´lia, Beatriz),(Ce´lia,Andre´),(Ce´lia,Fla´via),(Beatriz,Raquel),(Beatriz,Carlos)} Os diagramas de cada uma delas sa˜o diferentes. No segundo caso, como a relac¸a˜o e´ de C em C, podemos cita´-lo so´ uma vez. Os dois casos esta˜o na figura 5. Contudo e´ necessa´rio um certo cuidado ao fazermos a relac¸a˜o “ser ma˜e” na˜o separando o conjunto das ma˜es e filhos, pois poder´ıamos pensar que, se Ce´lia e´ ma˜e de Beatriz e Beatriz e´ ma˜e de Raquel, enta˜o Ce´lia e´ ma˜e de Raquel, o que na˜o e´ verdade, pois Ce´lia e´ avo´ de Raquel. A relac¸a˜o ser ma˜e na˜o e´ transmitida de Ce´lia para Raquel. Em outras relac¸o˜es isso pode acontecer. Uma notac¸a˜o usual e´ usarmos apenas o par de interesse e dizer Ce´lia R1 Beatriz ou (Ce´lia,Beatriz) ∈ R1 . Cruzeiro do Sul Educacional 5 Campus Virtual Unidade: Relac¸o˜es e Func¸o˜es Figura 5: (a) Relac¸a˜o “ser ma˜e” em A × B e em (b) C ×C q As relac¸o˜es de parentesco familiar, e outras tantas, sa˜o modeladas, como visto acima. Essa notac¸a˜o e´ usada, tambe´m para criar bancos de dados nos quais podemos, inclusive, trabalhar com noc¸o˜es de Inteligeˆncia Artificial, no campo de representac¸a˜o de conhecimento. Nesse caso, e´ necessa´rio definir, cuidadosamente, as relac¸o˜es para na˜o concluirmos coisas erradas ou absurdas. As relac¸o˜es matema´ticas nume´ricas tambe´m sa˜o, analogamente, modeladas como um sub- conjunto do produto cartesiano. Exemplo 1.3. Vamos definir algumas relac¸o˜es que, embora sejam bem conhecidas, a`s vezes, carecem de rigor. 1. Relac¸a˜o “e´ Menor do que” em N Intuitivamente, um nu´mero x e´ menor do que outro y quando ele vem antes desse u´ltimo, na sequeˆnciados nu´meros. Mas como descrever o que vem antes de? A fo´rmula ou definic¸a˜o seguinte responde a isso, levando em conta que, ja´ esta´ definida a adic¸a˜o. x < y de f⇔ (∃k ∈ N)[y = x + k] Isso significa: x e´ menor que y, por definic¸a˜o, se, existe um nu´mero natural k de modo que, y = x + k, ou seja, existe uma distaˆncia 1 k entre x e y. Quando uma relac¸a˜o for definida, na partida e na chegada com o mesmo conjunto de A em A o diagrama pode usar apenas uma representac¸a˜o do conjunto. A relac¸a˜o “ e´ menor do que” em A e´ dada na figura 6. Assim, a seta de 1 para 2, de 2 para 3, etc. indica a ocorreˆncia da relac¸a˜o e´ menor do que. Se A = {1, 2, 3, 4, 5} enta˜o a relac¸a˜o “e´ menor do que” em A e´ dada por: 1O conceito de distaˆncia, tambe´m possui uma definic¸a˜o matema´tica, na˜o necessa´ria nesse curso. Cruzeiro do Sul Educacional 6 Campus Virtual R< = {(1, 2), (1, 3), (1, 4), (1, 5), (2, 3), (2, 4), (2, 5), (3, 4), (3, 5), (4, 5)} Figura 6: A relac¸a˜o < em A × A 2. Relac¸a˜o “e´ Menor ou igual a” Essa e´ uma relac¸a˜o composta por < e por =, x ≤ y pode ser aplicado quando x = y, ou tambe´m quando x < y. Se, qualquer um dos casos, for verdadeiro, enta˜o a relac¸a˜o se aplica. x ≤ y de f⇔ x < y ou x = y E a relac¸a˜o ≤ do conjunto A nele mesmo, e´ dada por: R≤ = {(1, 1), (1, 2), (1, 3), (1, 4), (1, 5), (2, 2), (2, 3), (2, 4), (2, 5), (3, 3), (3, 4), (3, 5), (4, 4), (4, 5), (5, 5)} Podemos estender a definic¸a˜o para outros conjuntos ou restringi-la para subconjuntos. q A relac¸a˜o inversa, que e´ indicada por R−1< , e´ feita invertendo-se a ordem de todos os pares ordenados. Nesse caso, a relac¸a˜o inversa de ‘menor ’ (< ) e´ ‘maior ’ (>). R−1< = {(5, 1), (5, 2), (5, 3), (5, 4), (4, 1), (4, 2), (4, 3), (3, 1), (3, 2), (2, 1)} Se x < y, enta˜o podemos afirmar que y > x, que e´ a relac¸a˜o dual do ‘<’. Pore´m, devemos ter cuidado quando negamos uma desigualdade. Por exemplo, se dizemos que “17 na˜o e´ menor que 25”,(o que e´ falso), isto acarreta que, 17 e´ menor que 25 ou 25 e´ maior que 17. Mas, quando nos referimos a nu´meros desconhecidos ou inco´gnitos, x ou y, enta˜o devemos pensar na possibilidade deles serem iguais. x ≮ y ← x ≥ y Cruzeiro do Sul Educacional 7 Campus Virtual Unidade: Relac¸o˜es e Func¸o˜es x � y ← x > y Em geral, temos a definic¸a˜o de relac¸a˜o inversa: Definic¸a˜o 1.2. Relac¸a˜o Inversa Se R e´ uma relac¸a˜o de A em A, enta˜o a relac¸a˜o inversa e´ dada por: R−1 = {(y, x)|(x, y) ∈ R} • Observac¸o˜es: 1. O expoente -1 tem o significado de inverso tanto para a relac¸a˜o como para nu´meros. 2. Como a ordem e´ fundamental num par ordenado, enta˜o (x,y) tem um significado e (y,x) tem outro. 3. A relac¸a˜o inversa R−1 consiste apenas em trocar a ordem dos pares da relac¸a˜o. Exemplo 1.4. Relac¸a˜o divide e ser mu´ltiplo Sabemos que 2 divide 8, 2 divide 34, etc. De modo inverso, dizemos que 8 ou 34 sa˜o mu´ltiplos de 2. A definic¸a˜o e´ dada por: x | y de f⇔ (∃q ∈ N)[y = q · x] Se B = {1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9}, enta˜o a relac¸a˜o de “divide” em B × B e´: R| = {(1, 1), (1, 2), (1, 3), (1, 4), (1, 5), (1, 6), (1, 7), (1, 8), (1, 9), (2, 2), (2, 4), (2, 6), (2, 8), (3, 3), (3, 6), (3, 9), (4, 4), (4, 8), (5, 5), (6, 6), (7, 7), (8, 8), (9, 9)} Vemos que 1 divide qualquer nu´mero, 2 divide 2, ou 4 ou 8, que sa˜o os pares, 2 divide qualquer nu´mero par; 3|6, 3|9, etc. Mas 3 6 |8, pois na˜o existe nenhum nu´mero natural que, multiplicado por 3, resulte em 8, ou seja, sempre ocorre que 8 , q × 3, sendo q um nu´mero natural. Ver o diagrama dessa relac¸a˜o na figura 7. A relac¸a˜o inversa de ‘divide’ e´ ‘ser mu´ltiplo’. q Exemplo 1.5. Inclusa˜o entre conjuntos. A inclusa˜o no Conjunto das Partes de um conjunto 2 tambe´m e´ uma relac¸a˜o. Como exemplo, tomemos A = {x, y, z}, e o conjunto das partes de A e´: P(A) = {∅, {x}, {y}, {z}, {x, y}, {x, z}, {y, z}, {x, y, z}} 2Conjunto formado por todos os subconjuntos de um conjunto dado Cruzeiro do Sul Educacional 8 Campus Virtual Figura 7: Relac¸a˜o divide em B × B R⊂ = {(∅, {x}), (∅, {y}), (∅, {z}), (∅, {x, y}), (∅, {x, z}), (∅, {y, z}), (∅, {x, y, z}) ({x}, {x, y}), ({x}, {x, z}), ({x}, {x, y, z}), ({y}, {x, y}), ({y}, {y, z}), ({y}, {x, y, z}), ({x, y}, {x, y, z}), ({x, z}, {x, y, z}), ({y, z}, {x, y, z}), } A relac¸a˜o dual ou inversa da inclusa˜o ⊂ e´ a de conte´m ⊇. Veremos, logo depois, um diagrama especial de nome Hasse para esse tipo de relac¸a˜o. q Podemos descrever certas figuras geome´tricas atrave´s de uma relac¸a˜o entre seus pontos. Exemplo 1.6. C´ırculo O c´ırculo pode ser visto como uma relac¸a˜o entre os pontos do plano R2. O c´ırculo C1 e´ o c´ırculo centrado no ponto (0, 0) do plano e com raio r = 1. C1 = {(x, y) ∈ R2|x2 + y2 = 1} De fato, o conjunto desses pontos esta´ na figura 8 e e´ infinito, mas podemos destacar: (0, 1) ∈ C1, (0,−1) ∈ C1, (1, 0) ∈ C1, (0, 0) < C1, (0, 1) ∈ C1, ( √ 3 2 , 1 2 ) ∈ C1, ( √ 2 2 , √ 2 2 ) ∈ C1, (−1, 0) ∈ C1, (1, 1) < C1, (−1,−1) < C1, etc E´ fa´cil ver, apenas olhando a figura, que alguns desses pontos pertence ao c´ırculo. Quando na˜o e´ evidente, fazemos o ca´lculo: ( √ 3 2 )2 + ( 1 2 )2 = 3 4 + 1 4 = 1 Logo, ( √ 3 2 , 1 2 ) ∈ C1. Cruzeiro do Sul Educacional 9 Campus Virtual Unidade: Relac¸o˜es e Func¸o˜es Estes 4 pontos (0, 1) ∈ C1, (0,−1) ∈ C1, (−1, 0) ∈ C1 (1, 0) ∈ C1 correspondem aos 4 pontos do plano que interseccionam ou cortam os eixos x e y, que tambe´m podem estar associados ao Norte e Sul, Oeste e Leste. Mas o ponto central (0, 0) < C1 - na˜o pertence ao c´ırculo, embora ele seja o centro do c´ırculo. Os pontos intermedia´rios, como: ( √ 3 2 , 1 2 ) ∈ C1, ( √ 2 2 , √ 2 2 ) ∈ C1, correspondem aos aˆngulos de 30 e 45 graus. Figura 8: C´ırculo de raio 1 centrado em (0,0) q 1.2 Tipos de Relac¸o˜es Algumas relac¸o˜es possuem caracter´ısticas distintas que podem existir entre seus elementos. Essas caracter´ısticas, quando agrupadas, sa˜o os tipos ou propriedades. Tomemos o exemplo da relac¸a˜o “ ser amigo” entre as pessoas de um conjunto. Se Paulo e´ amigo de Se´rgio, enta˜o, comumente, dizemos que Se´rgio e´ amigo de Paulo. Num sentido mais amplo de “ser amigo” podemos dizer que Paulo e´ amigo de si mesmo, se conceituamos ser amigo como gostar, fraternalmente, da pessoa. Essa caracter´ıstica de alguns tipos de relac¸a˜o, na qual um elemento esta´ relacionado sempre consigo mesmo, e´ chamada de reflexividade. Assim, dizemos, que a relac¸a˜o ser amigo, e´ reflexiva. Mas a relac¸a˜o “ser ma˜e” na˜o e´ reflexiva, pois ningue´m e´ ma˜e de si mesmo, no sentido comum ou natural. E´ claro que na˜o estamos considerando as possibilidades gene´ticas dos clones. Para dizermos que uma relac¸a˜o e´ de um certo tipo, e´ necessa´rio que a propriedade esteja presente em todos os pares da relac¸a˜o. Se, numa dada relac¸a˜o, a caracter´ıstica na˜o for presente em, pelo menos um par da relac¸a˜o, enta˜o na˜o podemos afirmar a propriedade. Havendo um ou mais pares nos quais a caracter´ıstica desejada, na˜o e´ verificada enta˜o na˜o existe a propriedade. A exigeˆncia de ser verificada, em todos elementos x e´ indicada pelo s´ımbolo ∀ . Cruzeiro do Sul Educacional 10 Campus Virtual Assim (∀x ∈ A) significa: (a) Para todos elementos x que pertencem ao conjunto A; (b) para todo elemento de A; (c) para qualquer elemento x do conjunto A; e (d) para cada elemento do conjunto A. Todos, qualquer e cada sa˜o sinoˆnimos. Definic¸a˜o 1.3. Relac¸a˜o Reflexiva Uma relac¸a˜o R em A e´ reflexiva, se todos os elementos de A, esta˜o relacionados consigo mesmos, ou seja: (∀x ∈ A)[(x, x) ∈ R] • Exemplo 1.7. Seja A = {10, 12, 14, 16, 18}; a relac¸a˜o R dada por R1 = {(10, 10), (10, 18), (12, 12), (12, 14), (14, 14), (14, 16), (16, 16), (16, 18), (18, 18), } e´ reflexiva.q Definic¸a˜o 1.4. Relac¸a˜o Sime´trica Uma relac¸a˜o R em A e´ sime´trica, se para cada elemento x de A que esta´ relacionado com algum y, enta˜o ocorre que y tambe´m esta´ relacionado com x, ou seja: (∀x, y ∈ A)[(x, y) ∈ R → (y, x) ∈ R] O s´ımbolo → significa: enta˜o. Da´ı, lemos a frase anterior como: Para todos elementos x, y do conjunto A, se, o par (x, y) esta´ na relac¸a˜o, enta˜o o par (y, x) tambe´m esta´ na relac¸a˜o R. • Exemplo 1.8. Relac¸a˜o Sime´trica e Reflexiva Dado um conjunto de pessoas a relac¸a˜o “ser amigo” e´ reflexiva e sime´trica,conforme ja´ foi comentado anteriormente. q Exemplo 1.9. Relac¸a˜o Sime´trica Seja A = {10, 12, 14, 16, 18} e a relac¸a˜o R dada por R = {(10, 18), (12, 12), (12, 14), (14, 12), (14, 16), (16, 14), (16, 16), (16, 18), (18, 10), (18, 16), (18, 18), } R e´ sime´trica. Nessa relac¸a˜o toda vez que um par (a, b) esta´ na relac¸a˜o o seu sime´trico, ou seja, o par (b, a) tambe´m esta´ na relac¸a˜o, por exemplo, (10, 18) ∈ R e temos tambe´m o par (18, 10); (14, 16) e (16, 14) e todos os demais casos. Cruzeiro do Sul Educacional 11 Campus Virtual Unidade: Relac¸o˜es e Func¸o˜es Conve´m observar que na˜o estamos obrigando que todos os pares poss´ıveis estejam presentes na relac¸a˜o. Mas se um par esta´, enta˜o o seu sime´trico, tambe´m deve estar, para que a relac¸a˜o seja considerada como Sime´trica. Mas esta mesma relac¸a˜o na˜o e´ reflexiva, pois nem todos elementos de A esta˜o relacionados consigo mesmos, por exemplo x = 10 na˜o esta relacionado consigo mesmo, o par (10, 10) na˜o esta´ na relac¸a˜o. q Definic¸a˜o 1.5. Relac¸a˜o Transitiva Uma relac¸a˜o R em A e´ transitiva, se para cada elemento x de A que esta´ relacionado com algum y - formando o par (x, y) e esse mesmo y esta´ relacionado com algum z - formando o par (y, z), enta˜o acarreta que x deve estar relacionado com z, ou seja, existe tambe´m o par (x, z). Simbolicamente: (∀x, y, z ∈ A)[(x, y) ∈ R ∧ (y, z) ∈ R → (x, z) ∈ R] • Exemplo 1.10. Relac¸a˜o Transitiva. A relac¸a˜o x < y e´ transitiva no conjunto Z. Se dizemos que um nu´mero 3 e´ menor que 10 e por sua vez que 10 e´ menor que 24, enta˜o podemos afirmar que 3 e´ menor que 24. Mesmo se dissermos que, x e´ menor que 10 e 10 e´ menor que 24, enta˜o podemos afirmar que x e´ menor que 24. Mas isso, vale para quaisquer nu´meros: se x < y, pela definic¸a˜o de “ser menor”, existe um nu´mero k tal que x + k = y. Analogamente, se y < z, enta˜o existe um nu´mero m tal que y + m = z. Para verificar se x < z, basta tomar o nu´mero k + m e da´ı x + (k + m) = z, logo, de fato, x < z. E´ claro que podemos constatar isso com outros exemplos nume´ricos em vez de ‘letras’, isto e´, varia´veis. Mas so´ exemplos, na˜o provam uma afirmac¸a˜o. Restara´ a du´vida para outros casos. A argumentac¸a˜o anterior e´ uma prova do que afirmamos. q Exemplo 1.11. Num conjunto de nu´meros as relac¸o˜es x|y e x = y sa˜o reflexivas, sime´tricas e transitivas. q Definic¸a˜o 1.6. Relac¸a˜o Antissime´trica Uma relac¸a˜o R em A e´ anti-sime´trica se (∀x, y ∈ A)[(x, y) ∈ R ∧ (y, x) ∈ R → x = y] • Cuidado! Dizer que uma relac¸a˜o e´ anti-sime´trica na˜o e´ o mesmo que dizer que uma relac¸a˜o na˜o e´ sime´trica. Um tipo na˜o e´ a negac¸a˜o do outro. Uma relac¸a˜o pode na˜o ser sime´trica e nem anti-sime´trica. Cruzeiro do Sul Educacional 12 Campus Virtual Exemplo 1.12. A relac¸a˜o divide e´ antissime´trica. Consideremos o conjunto dos nu´meros naturais. Se dizemos que um nu´mero 2 divide outro, digamos y, sabemos que o outro e´ um nu´mero par. Agora, se dissermos que o outro, y tambe´m divide 2, so´ podemos concluir que eles sa˜o iguais, ou seja, o outro deve ser exatamente 2. Vamos supor que y na˜o seja 2, e seja 8, por exemplo. Ora, de fato, 2 divide 8, mas nesse caso, na˜o podemos dizer que 8 divide 2. Logo, se 2 divide y e tambe´m ocorre que y divide 2, enta˜o e´ porque y = 2. q 1.3 Relac¸a˜o de Ordem e Equivaleˆncia Podemos agrupar os tipos de relac¸o˜es em duas grandes classes. Definic¸a˜o 1.7. Relac¸a˜o de Equivaleˆncia Uma relac¸a˜o R em A e´ de equivaleˆncia se ela for: 1. Reflexiva 2. Sime´trica 3. Transitiva • A outra classe e´ a de ordem. Definic¸a˜o 1.8. Relac¸a˜o de Ordem Uma relac¸a˜o R em A e´ de equivaleˆncia se ela for: 1. Reflexiva 2. Antissime´trica 3. Transitiva • Exemplo 1.13. Relac¸o˜es diversas: Considere o conjunto A = {1, 2, 3, 4, 5}. 1. A relac¸a˜o R1 : x ≤ y em A e´ reflexiva, antissime´trica e transitiva, logo, e´ uma relac¸a˜o Ordem em A. R1 = {(1, 1), (1, 2), (1, 3), (1, 4), (1, 5), (2, 2), (2, 3), (2, 4), (2, 5) (3, 3), (3, 4), (3, 5)(4, 4), (4, 5), (5, 5)} Cruzeiro do Sul Educacional 13 Campus Virtual Unidade: Relac¸o˜es e Func¸o˜es Figura 9: Relac¸a˜o ≤ 2. A relac¸a˜o R2 : x = y em A e´ reflexiva, sime´trica e transitiva, logo, e´ uma relac¸a˜o de equivaleˆncia em A. R2 = {(1, 1), (2, 2), (3, 3), (4, 4), (5, 5)} 3. A relac¸a˜o R3 : x|y em A e´ reflexiva, antissime´trica e transitiva, logo, e´ uma relac¸a˜o de Ordem em A. R3 = {(1, 1), (1, 2), (1, 3), (1, 4), (1, 5), (2, 2), (2, 4), (3, 3), (4, 4), (5, 5)} As relac¸o˜es de ≤ e | podem ser estendidas a outros conjuntos nume´ricos, subconjuntos de N,Z e mantera˜o as mesmas caracter´ısticas. A relac¸a˜o de ordem dada por ≤ pode ser estendida tambe´m para Q,R. 4. A relac¸a˜o R4 em A dada por R4 = {(1, 2), (2, 4), (1, 4), (3, 5)} e´ apenas transitiva. Observe que existem os 3 pares (x, y), (y, z), (x, z) associados respectivamente, com x = 1, y = 2 e z = 4. Contudo o par (3, 5) na˜o e´ associado com nenhum outro. O que e´ necessa´rio e´: se existirem dois pares, (x, y), (y, z), enta˜o e´ obrigato´rio ter, o terceiro par(x, z). Se existisse o par (5, 9) em R enta˜o dever´ıamos ter, tambe´m o par (3, 9) na relac¸a˜o R, para que ela fosse considerada como transitiva. 5. A Relac¸a˜o R5 em A dada por R5 = {(1, 2), (2, 1), (1, 4), (4, 1), (5, 1), (1, 5)} e´ apenas sime´trica. Cruzeiro do Sul Educacional 14 Campus Virtual 6. A inclusa˜o entre conjuntos R6 A relac¸a˜o ⊆ no conjunto das partes de um conjunto A e´ uma relac¸a˜o de ordem, pois e´ reflexiva, antissime´trica e transitiva. Isso pode ser visto no seguinte diagrama, no qual tomamos como refereˆncia o conjunto finito de 3 elementos, B = {x, y, z}. Essa relac¸a˜o de ordem pode ser vista na figura com o diagrama de Hasse, que tem caracter´ısticas especiais e e´ pro´prio, entre outras coisas, para representar uma relac¸a˜o de ordem, conforme se veˆ na figura 10. Cada seta de a para b, a → b, indica que existe uma ligac¸a˜o da relac¸a˜o: (a, b) = aRb. No caso, existe uma seta {x} → {x, y} pois {x} ⊂ {x, y}, entre outras incluso˜es. No caso, na˜o existe seta de {x, y} para {y, z} pois {x, y} 1 {x, z} Figura 10: Relac¸a˜o ⊆ em B = {x, y, z} q Exemplo 1.14. Relac¸o˜es em Geometria. 1. A relac¸a˜o de paralelismo na geometria plana r || s : r = s ou r ∩ s = ∅, ou seja, r e s nunca se encontram ou sa˜o iguais. As retas paralelas manteˆm sempre a mesma distaˆncia entre si. A relac¸a˜o e´ claramente sime´trica, pois, se, a reta a e´ paralela a b, enta˜o a reta b e´ paralela a reta a. Se, temos 3 retas, r, s, t, e, se r||s e s||t, enta˜o, pela definic¸a˜o, r||t. Ser paralela e´ uma relac¸a˜o reflexiva, pois r e´ igual a si mesma e da´ı satisfaz a` definic¸a˜o dada. Como, a relac¸a˜o e´ reflexiva, sime´trica e transitiva, enta˜o e´ uma relac¸a˜o de equivaleˆncia. 2. A relac¸a˜o de perpendicularidade r ⊥ s e´ so´ sime´trica. Na˜o e´ reflexiva, pois uma reta na˜o pode ser perpendicular a si mesma, assim como na˜o e´ transitiva, pois se dadas treˆs retas r, s e t, se r ⊥ s e s ⊥ t enta˜o r||t, ou seja, as retas r e t sa˜o paralelas e na˜o perpendiculares. q Cruzeiro do Sul Educacional 15 Campus Virtual Unidade: Relac¸o˜es e Func¸o˜es 2 Func¸o˜es As func¸o˜essa˜o presentes em va´rios processos mesmo que aparentemente na˜o percebemos as suas definic¸o˜es. Qualquer ma´quina, de um liquidificador ate´ um computador, possui uma ou mais func¸o˜es que podem ser descritas matematicamente. 2.1 Definic¸a˜o de Func¸a˜o De alguns modos, ja´ usamos o conceito de func¸a˜o e, agora, vamos defini-la formalmente. Definic¸a˜o 2.1. Func¸a˜o Uma func¸a˜o de A em B e´ uma relac¸a˜o nos mesmos conjuntos, a qual satisfaz aos dois ı´tens: 1. Dom(f)=A 2. Se (x, y) ∈ f e (x, z) ∈ f , enta˜o y = z • Ou seja, com isso dizemos que, todos os elementos de A possuem algum valor em B e que, para cada elemento do Conjunto de Partida A, existe apenas um elemento correspondente no Conjunto de Chegada B. Isso pode ser dito, simbolicamente, como: (∀x ∈ A)(∃y ∈ B)[Se (x, y) ∈ f e (x, y′) ∈ f enta˜o y = y′] O conjunto A e´ chamado de Domı´nio e o conjunto B de Contra-domı´nio de f . A notac¸a˜o de func¸a˜o e´ f : A → B x 7→ y = f (x) Notemos que: • Numa relac¸a˜o qualquer, o Domı´nio na˜o precisa ser todo o conjunto de partida, em geral, Dom(R) ⊆ A mas numa func¸a˜o isso e´ obrigato´rio: Dom( f ) = A. So´ em alguns casos se fala em func¸a˜o parcial, na qual isso na˜o acontece. • Os elementos do contra-domı´nio que sa˜o resultados da func¸a˜o para algum elemento do Domı´nio constituem a Imagem da func¸a˜o f , cuja notac¸a˜o e´ Im( f ) : Im( f ) = { f (x)|x ∈ A} Im( f ) ⊆ B O termo Imagem e´ usado tanto para o valor da func¸a˜o y para um elemento x, como para o conjunto de todas as imagens dos elementos de A. Cruzeiro do Sul Educacional 16 Campus Virtual Ja´ vimos e conhecemos va´rios tipos de func¸o˜es. Exemplo 2.1. Func¸o˜es em conjuntos finitos. Sejam A = {1, 2, 3} e B = {a, b, c}. 1. Consideremos a primeira func¸a˜o f1: f1 : A → B x 7→ y = f (x) e f1 = {(1, c), (2, b), (3, a)} Nesse caso, Im( f1) = B. 2. Outro exemplo, com os mesmo conjuntos e´ f2 = {(1, a), (2, b), (3, c)} Ainda temos Im( f2) = B, mas as func¸o˜es sa˜o diferentes, f1 , f2, pois os valores sa˜o diferentes. 3. Seja, agora, a terceira func¸a˜o f3, dada por: f3 = {(1, a), (2, a), (3, a)} Agora Im( f3) = {a} Ale´m disso, observe, agora, que todos os exemplos possuem o mesmo domı´nio e contra- domı´nio, mas as func¸o˜es f1, f1 e f3 sa˜o diferentes. As imagens das func¸o˜es f1 e f3, respectiva- mente Im( f1) e Im( f3), sa˜o diferentes. q Teorema 2.1. Igualdade de func¸o˜es Sejam f : A → B e g : A → B, enta˜o f = g se e somente se (∀x ∈ X)[ f (x) = g(x)] ? Isso quer dizer que, para todo elemento de A as imagens de cada termo devem ser iguais tanto pela func¸a˜o g como pela f. Ale´m disso, Domı´nio e Imagem devem ser iguais. Exemplo 2.2. Igualdade de Func¸o˜es Sejam A = {1, 2, 3} e B = {a, b, c}. f1 : A → B x 7→ y = f1(x) Cruzeiro do Sul Educacional 17 Campus Virtual Unidade: Relac¸o˜es e Func¸o˜es Figura 11: Func¸o˜es de A em B f2 : A → B x 7→ y = f2(x) f1 = {(1, c), (2, a), (3, c)} f2 = {(1, c), (3, c), (2, a)} Agora as func¸o˜es f1 e f2 sa˜o iguais. q Definic¸a˜o 2.2. Operac¸o˜es Uma func¸a˜o com domı´nio A×A em A e´ chamada de operac¸a˜o bina´ria ou operador bina´rio. Se o domı´nio for apenas A e o contra-domı´nio tambe´m o conjunto A, o operador e´ chamado una´rio ou apenas func¸a˜o. Os valores do domı´nio sa˜o tambe´m chamados de argumentos. Se o domı´nio for A × A × A, a operac¸a˜o e´ terna´ria, etc. • Exemplo 2.3. Func¸o˜es Aritme´ticas As func¸o˜es aritme´ticas que constituem as operac¸o˜es ja´ estudas em va´rios conjuntos nu- me´ricos, sa˜o func¸o˜es. Vejamos uma descric¸a˜o mais completa da adic¸a˜o e multiplicac¸a˜o. Definic¸a˜o 2.3. Adic¸a˜o A operac¸a˜o bina´ria adic¸a˜o e´ definida por + : N × N→ N (x, y) 7→ z = f ((x, y)) = x + y Cruzeiro do Sul Educacional 18 Campus Virtual O valor de x + y e´ definido, atrave´s da Teoria de Conjuntos. Sejam A e B conjuntos disjuntos, e n(A) = x e n(B) = y, enta˜o x + y de f = n(A ∪ B) se A ∩ B = ∅ O s´ımbolo n(A) significa nu´mero de elementos de A. • Definic¸a˜o 2.4. Multiplicac¸a˜o A operac¸a˜o bina´ria multiplicac¸a˜o e´ definida por · : N × N→ N (x, y) 7→ w = f ((x, y)) = x · y A multiplicac¸a˜o e´ definida pela adic¸a˜o de uma mesma parcela y pelo nu´mero de vezes da parcela x, x · y de f= y + y + . . . + y︸ ︷︷ ︸ x vezes . • Isso nos mostra que conceitos ta˜o “ intuitivos” ou sedimentados de va´rias formas sa˜o de- fin´ıveis, ou seja, explicitados de forma objetiva, simbo´lica e finita, usando apenas outras noc¸o˜es ja´ definidas ou realmente ba´sicas, que sa˜o dadas em nu´mero finito e bem pequeno. O diagrama, a seguir, na figura 12, mostra apenas alguns pares da func¸a˜o. Figura 12: Alguns pontos da func¸a˜o Adic¸a˜o Observe tambe´m que, agora, o domı´nio e´ infinito e, ale´m disso, e´ constitu´ıdo de pares de elementos do produto cartesiano, ao passo que o contra-domı´nio e´ de elementos simples. Temos uma func¸a˜o pois a cada par temos uma u´nica soma e todos os pares de nu´meros naturais possuem uma soma, pois a operac¸a˜o e´ fechada. Para definir subtrac¸a˜o e divisa˜o, usamos algumas restric¸o˜es da adic¸a˜o e multiplicac¸a˜o. Cruzeiro do Sul Educacional 19 Campus Virtual Unidade: Relac¸o˜es e Func¸o˜es q Dica para a Computac¸a˜o: Outra maneira, mais formal e´ usarmos a definic¸a˜o recursiva na qual na˜o usamos as reticeˆncias, como no exemplo da multiplicac¸a˜o: y+y+ . . .+y. Muitas vezes, isso e´ claramente, entendido por no´s, no entanto, esse processo na˜o pode ser mecanizado, diretamente, num computador, atrave´s de uma linguagem de programac¸a˜o, ao passo que, a definic¸a˜o recursiva e´ quase imediata, na maioria, nas linguagens computacionais. A multiplicac¸a˜o de dois naturais, m, n ∈ N pode ser definida recursivamente por: m · n = { m(1) = m se n = 1 m(n) = m(n − 1) + m se n > 1 } Isso quer dizer se n = 1, enta˜o m · 1 = m, ou seja, qualquer nu´mero m multiplicado por 1 e´ m. Se, por exemplo, n = 4, enta˜o m · 4 = m(4) e´ calculado, em cadeia: m(4) = m(3) + m = [m(2) + m] + m = [[m(1) + m]+m] + m =m + m+m + m Outra definic¸a˜o recursiva, muito comum, e´ a de fatorial: n! = n · (n− 1)!, se n > 1 e 0! = 1. Observe que nessas definic¸o˜es, na˜o usamos reticeˆncias.⊗ As func¸o˜es ou operac¸o˜es nume´ricas que foram definidas no conjunto dos Naturais sa˜o tambe´m definidas em outros conjuntos, como os Inteiros, Racionais e Reais, usando as pro- priedades desses novos conjuntos que permitem estender os conceitos da subtrac¸a˜o e divisa˜o. Podemos definir func¸o˜es na˜o so´ nos conjuntos discretos, como os Naturais, Inteiros ou Racionais, mas tambe´m nos Reais, como as func¸o˜es trigonome´tricas, lineares, quadra´ticas, etc. Estudaremos as func¸o˜es Lineares e Quadra´ticas mais tarde, detalhadamente. Exemplo 2.4. Func¸o˜es Trigonome´tricas As relac¸o˜es entre os lados dos triaˆngulos constituem func¸o˜es trigonome´tricas, como seno, cosseno e tangente. Agora a func¸a˜o e´ definida num conjunto infinito e cont´ınuo, o conjunto dos reais, mas o contra-domı´nio, no caso do seno e cosseno, e´ apenas um intervalo dos reais, pois os valores do seno e cosseno esta˜o apenas em [−1, 1]. Ja´, na tangente, o contra-domı´nio e´ todo o conjunto real, muito embora, a tangente na˜o esteja definida em certos pontos nos quais o valor e´ infinito. Mas, isso e´ mais estudado em Ca´lculo. sin : R→ R x 7→ y = sin(x) cos : R→ R x 7→ y = cos(x) Mas Im(sin) = Im(cos) = [−1, 1]. tan : R→ R x 7→ y = tan(x) Agora Im(tan) = R. Cruzeiro do Sul Educacional 20 Campus Virtual Figura 13: Func¸o˜es Trigonome´tricas, Seno, Cosseno e Tangente q Sob certas condic¸o˜es, a composic¸a˜o entre func¸o˜es tambe´m resulta em uma func¸a˜o. Definic¸a˜o 2.5. Func¸a˜o Composta Sejam f : A → B e g : C → D a composic¸a˜o das duas func¸o˜es e´indicada por g◦ f : A → D e´ dada por g ◦ f (x) = g( f (x)), para todo x ∈ A. g ◦ f = {(x, z) ∈ A × D | ∃y ∈ B tal que (x, y) ∈ f e (y, z) ∈ g} • 2.2 Tipos de Func¸o˜es Assim como tivemos tipos de relac¸o˜es, tambe´m temos tipos de func¸o˜es. Definic¸a˜o 2.6. Func¸a˜o Injetora Uma func¸a˜o f : A → B e´ do tipo Injetora, ou um-a-um se ocorre que: (∀x1, x2 ∈ A)[ f (x1) = f (x2) → x1 = x2] ou seja, se a elementos diferentes do domı´nio corresponderem elementos diferentes na Imagem de f , enta˜o a func¸a˜o e´ injetora. • Outro modo equivalente de dizer a mesma coisa e´ (∀x1, x2 ∈ A)[x1 , x2 → f (x1) , f (x2)] Cruzeiro do Sul Educacional 21 Campus Virtual Unidade: Relac¸o˜es e Func¸o˜es Exemplo 2.5. Para A = {1, 2, 3, 4} e B = {a, b, c, d, e}. f1 : A → B x 7→ y = f (x) f1 = {(1, c), (2, b), (3, a), (4, d)} f2 = {(1, a), (2, b), (3, c), (4, d)} Nesse caso, f1 e f2 sa˜o injetoras. Mas, a seguinte func¸a˜o f3 na˜o e´ injetora, f3 = {(1, a), (2, b), (3, c), (4, c)}, pois, para x = 3 e y = 4, temos, x , y mas f (x) = f (y) = c. Figura 14: As func¸o˜es f1 e f2 sa˜o injetoras, f3 na˜o o e´. q Algumas func¸o˜es reais podem ser injetoras, outras na˜o. Exemplo 2.6. As func¸o˜es seno e cosseno na˜o sa˜o injetoras, pois, para diferentes aˆngulos, temos, em alguns casos, os mesmos valores de seno ou cosseno, por exemplo: sin(450) = sin( pi 4 ) = sin(1350) = √ 2 2 sin(900) = sin( pi 2 ) = sin(4500) = 1, etc. Pore´m, se definirmos o Domı´nio como sendo o intervalo real de [0, pi2 ], enta˜o as func¸o˜es seno e cosseno sa˜o injetoras. A cada aˆngulo desse intervalo existe apenas um seno ou um cosseno. sin : [0, pi2 ] → [0, 1] x 7→ y = sin(x) Cruzeiro do Sul Educacional 22 Campus Virtual Figura 15: A func¸a˜o f4 na˜o e´ Sobrejetora e f5 e´ Sobrejetora. q A adic¸a˜o na˜o e´ injetora, pois cada nu´mero do Contra-domı´nio e´ imagem de pelo menos 2 pares, resultado da adic¸a˜o de zero com ele mesmo, x = x + 0 e com algum outro par, por exemplo, 8 e´ resultado da soma de 0 com 8: 0+8=8, 2+6=8, 4+4=8., etc. Analogamente a multiplicac¸a˜o na˜o e´ injetora, pois cada par e´ o produto da unidade por ele mesmo: x = x · 1 e de pelo menos um outro par. “Sera´ que existe alguma restric¸a˜o do domı´nio para que a adic¸a˜o seja injetora, tal como pode ser feito no caso do seno?” Definic¸a˜o 2.7. Func¸a˜o Sobrejetora Uma func¸a˜o f : A → B e´ do tipo sobrejetora, se ocorre que: (∀y ∈ B)(∃x ∈ A)[ f (x) = y] ou seja, a func¸a˜o e´ sobrejetora, se Im( f ) = B. • Exemplo 2.7. Para A = {1, 2, 3, 4, 5} e B = {a, b, c, d}, sejam f3 e f4, dadas a seguir: f3 : A → B x 7→ y = f (x) f4 = {(1, c), (2, b), (3, b), (4, d), (5, d)} f5 = {(1, a), (2, b), (3, c), (4, d), (5, d)} Nesse caso, f4 na˜o e´ sobrejetora e f5 e´ sobrejetoras. Mas a seguinte func¸a˜o f6 na˜o e´ sobrejetora, f6 = {(1, a), (2, a), (3, c), (4, c), (5, c)}, pois, para y = b e y = c, na˜o temos z,w ∈ A tal que f (w) = b, e f (z) = d. Cruzeiro do Sul Educacional 23 Campus Virtual Unidade: Relac¸o˜es e Func¸o˜es q Exemplo 2.8. As func¸o˜es trigonome´tricas seno e cosseno na˜o sa˜o sobrejetoras, pois, por exemplo, 0.5 e´ seno de 300 = pi6 , mas 1.2 na˜o e´ seno de nenhum aˆngulo e da´ı a Imagem de seno ou cosseno e´ apenas o intervalo [−1, 1]. Im(sin) = Im(cos) = [−1, 1]. Nesse caso as duas func¸o˜es seno e cosseno tornam-se sobrejetoras. A func¸a˜o tangente: tan e´ sobrejetora, pois todo valor real e´ imagem tangente de pelo menos algum aˆngulo, (mais de um, na verdade). Evidentemente, alguns desses aˆngulos podem ser maiores que 900. A func¸a˜o tangente e´ injetora e sobrejetora quando o domı´nio e´ o intervalo [−pi, pi] ou [−1800, 1800]. Podemos ter as seguintes restric¸o˜es, de modo que, as func¸o˜es trigonome´tricas sejam inje- toras e sobrejetoras. sin : [0, pi2 ] → [0, 1] x 7→ y = sin(x) cos : [0, pi2 ] → [0, 1] x 7→ y = cos(x) tan : [−pi, pi] → R x 7→ y = tan(x) q A func¸a˜o da Adic¸a˜o e Multiplicac¸a˜o sa˜o sobrejetoras. Cada elemento do Contra-domı´nio N e´ imagem de algum par do domı´nio que e´ N × N. No caso da adic¸a˜o, cada elementos do Contra-domı´nio e´ imagem, ou seja, e´ a soma dele mesmo com o zero, pelo menos. No caso da multiplicac¸a˜o, analogamente, cada nu´mero natural e´ resultado do produto dele mesmo com a unidade, o 1. Definic¸a˜o 2.8. Func¸a˜o Bijetora Uma func¸a˜o f : A → B e´ do tipo bijetora, se e somente se f e´ injetora e tambe´m sobrejetora. • Exemplo 2.9. Nos exemplos anteriores f1 e f2 sa˜o bijetoras. q As restric¸o˜es das func¸o˜es trigonome´tricas dadas anteriormente sa˜o bijetoras. Ale´m disso, as func¸o˜es lineares f (x) = ax + b, sendo a , 0, que sera˜o vistas logo depois, tambe´m sa˜o bijetoras. O estudo das func¸o˜es e´ muito vasto e lindo, como a figura inicial. Criamos as func¸o˜es, principalmente, para podermos descrever o comportamento de va´rios fenoˆmenos da natureza, Cruzeiro do Sul Educacional 24 Campus Virtual como ca´lculo e velocidades, de temperaturas, de volumes, etc. Se conhecemos um valor de uma argumento podemos calcular qual valor sera´ a sa´ıda de determinado fenoˆmeno. Terminamos essa unidade, onde definimos relac¸o˜es e func¸o˜es, suas caracter´ısticas e tipos. Num mundo, visto apenas mecanicamente, como muitos cientistas o veˆem, todos os processos que conhecemos sa˜o descritos por func¸o˜es simples ou complexas, que, para muitos, podem ate´ ser modeladas para mapear o comportamento do ce´rebro humano como um todo. Alguns neurocientistas e pesquisadores de Inteligeˆncia Artificial e outras a´reas, pensam que isso pode acontecer, num futuro pro´ximo. E´ claro, que esse assunto e´ controverso, mesmo sem levarmos em conta, so´ as considerac¸o˜es te´cnicas e filoso´ficas do tema. Cruzeiro do Sul Educacional 25 Campus Virtual _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ Blank Page
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