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Resumo de Direito Tributário 1º semestre

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DIREITO FINANCEIRO E TRIBUTÁRIO – 1º semestre
DIREITO FINANCEIRO
ORÇAMENTO PÚBLICO
Conceito: O Orçamento Público, em sentido amplo, é um documento legal (aprovado por lei) contendo a previsão de receitas e a estimativa de despesas a serem realizadas por um Governo em um determinado exercício. Nele estão descritas as receitas e despesas de determinada circunscrição política, referentes normalmente ao período de um ano, a fim de que o Estado tenha o domínio sobre sua arrecadação e respectivos gastos necessários à consecução das necessidades públicas em geral.
→ O orçamento público é elaborado por períodos, através de projetos de lei do Presidente da República (executivo), os quais deverão ser aprovados pelo legislativo. Dessa forma, quem executa é o próprio executivo (apesar de requerer meios com o legislativo), sendo que, cada deputado poderá buscar os projetos específicos para sua região (tal conduta costuma acarretar as emendas parlamentares). 
	O orçamento possui assento constitucional consagrado a partir do art. 165 da Constituição Federal, o qual prevê que a obtenção das receitas e a consequente realização de despesas decorrem de três planejamentos orçamentários: 
Plano plurianual (PPA)
Lei de diretrizes orçamentárias (LDO)
Lei orçamentária anual (LOA). 
	Dessa forma, esses três mecanismos devem atuar de forma conjunta e harmônica, para que possam transmitir uma maior segurança e precisão a respeito da destinação das receitas e gastos públicos.
Constituição Federal de 1988 
Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão:
I - o plano plurianual; 
II - as diretrizes orçamentárias; 
III - os orçamentos anuais. 
§ 1º A lei que instituir o plano plurianual estabelecerá, de forma regionalizada, as diretrizes, objetivos e metas da administração pública federal para as despesas de capital e outras delas decorrentes e para as relativas aos programas de duração continuada. 
§ 2º A lei de diretrizes orçamentárias compreenderá as metas e prioridades da administração pública federal, incluindo as despesas de capital para o exercício financeiro subsequente, orientará a elaboração da lei orçamentária anual, disporá sobre as alterações na legislação tributária e estabelecerá a política de aplicação das agências financeiras oficiais de fomento. 
§ 3º O Poder Executivo publicará, até trinta dias após o encerramento de cada bimestre, relatório resumido da execução orçamentária. 
§ 4º Os planos e programas nacionais, regionais e setoriais previstos nesta Constituição serão elaborados em consonância com o plano plurianual e apreciados pelo Congresso Nacional. 
§ 5º A lei orçamentária anual compreenderá: 
I - o orçamento fiscal referente aos Poderes da União, seus fundos, órgãos e entidades da administração direta e indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público; 
II - o orçamento de investimento das empresas em que a União, direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto; 
III - o orçamento da seguridade social, abrangendo todas as entidades e órgãos a ela vinculados, da administração direta ou indireta, bem como os fundos e fundações instituídos e mantidos pelo Poder Público. 
§ 6º O projeto de lei orçamentária será acompanhado de demonstrativo regionalizado do efeito, sobre as receitas e despesas, decorrente de isenções, anistias, remissões, subsídios e benefícios de natureza financeira, tributária e creditícia. 
§ 7º Os orçamentos previstos no § 5º, I e II, deste artigo, compatibilizados com o plano plurianual, terão entre suas funções a de reduzir desigualdades inter-regionais, segundo critério populacional. 
§ 8º A lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação da despesa, não se incluindo na proibição a autorização para abertura de créditos suplementares e contratação de operações de crédito, ainda que por antecipação de receita, nos termos da lei. 
§ 9º Cabe à lei complementar: 
I - Dispor sobre o exercício financeiro, a vigência, os prazos, a elaboração e a organização do plano plurianual, da lei de diretrizes orçamentárias e da lei orçamentária anual; 
II - Estabelecer normas de gestão financeira e patrimonial da administração direta e indireta bem como condições para a instituição e funcionamento de fundos. 
III - dispor sobre critérios para a execução equitativa, além de procedimentos que serão adotados quando houver impedimentos legais e técnicos, cumprimento de restos a pagar e limitação das programações de caráter obrigatório, para a realização do disposto no § 11 do art. 166. 
PLANO PLURIANUAL (PPA)
	A regulamentação do Plano Plurianual é prevista no art. 165 da Constituição. É um plano de longo/médio prazo, através do qual se procura ordenar as ações do governo que levem a atingir as metas e objetivos fixados para o período de 4anos, tanto no governo federal, como nos governos estaduais e municipais.
	O plano deverá ser elaborado no primeiro ano de governo e encaminhado até 31 de agosto do ano de ingresso do Presidente da República, contemplando as ações governamentais, desdobradas em programas e metas.
Obs.: Assim que o Presidente da República assume seu cargo, ele não cumpre o seu próprio plano de governo, mas sim o do governante anterior, haja vista que, o plano plurianual ainda não foi direcionado para aprovação, vez que, tal ato só ocorre em 31 de agosto do ano de ingresso no cargo. 
	Com a adoção deste plano, tornou-se obrigatório o Governo planejar todas as suas ações e também seu orçamento de modo a não ferir as diretrizes nele contidas, somente devendo efetuar investimentos em programas estratégicos previstos na redação do plano plurianual para o período vigente. Conforme a Constituição, também é sugerido que a iniciativa privada volte suas ações de desenvolvimento para as áreas abordadas pelo plano vigente.
	Com a intervenção estatal na ordem econômica e social, o orçamento passou a ter novas funções, a ser um instrumento de programação econômica e de programação da ação governamental. É um instrumento de politica fiscal, quando procura criar condições para o desenvolvimento nacional, estadual ou municipal. 
Obs.: Nenhum investimento, cuja execução ultrapasse um exercício financeiro, poderá ser iniciado sem prévia inclusão no plano plurianual, sob pena de crime de responsabilidade.
LEI DE DIRETRIZES ORÇAMENTÁRIAS (LDO)
	A Lei de Diretrizes Orçamentarias é a lei que antecede a lei orçamentária, que define as meta e prioridades em termos de programas a executar pelo Governo. Esta norteia a elaboração do orçamento de forma a adequar às diretrizes e objetivos estabelecidos no plano plurianual, restrito ao ano a que se refere. Dessa forma, a lei define as metas em termos de programas de curto prazo. 
	Estabelece parâmetros para a aplicação do recurso orçamentário anual, por meio do Plano Plurianual (PPA), para garantir o objetivo-meta-fim, sem prejudicar o controle do Tesouro Nacional e internacional. Da mesma forma, irá procurar nortear o comportamento da Receita, bem como especificar - em detalhamentos setoriais, indicadores e ações - os gastos da Despesa no mesmo período.
	A lei deverá dispor sobre limitação de empenho. A obrigação de pagamento por parte do Poder Público decorre da lei ou de contrato. A lei fica, por exemplo, o que se paga ao servidor público, após identificar seu cargo e a posição funcional em que se encontra. O contrato é o instrumento obrigacional decorrente de uma licitação ou de mera convergência de vontades, nas hipóteses em que a lei a dispensa. 
 → O projeto de lei da LDO deve ser enviado pelo Poder Executivo ao Congresso Nacional até o dia 15 de abril de cada ano (8 meses e meio antes do encerramento da sessão legislativa). No 1º semestre de cada ano, a referida lei de diretrizes precisa ser votada, sempre respeitando o plano plurianual vigente.
	Sendo assim, a Lei de Diretrizes Orçamentárias tem como a principal finalidade orientar a elaboração dos orçamentos fiscal e da seguridade social e de investimentodo Poder Público, incluindo os poderes Executivo, Legislativo, Judiciário e as empresas públicas e autarquias. Busca sintonizar a Lei Orçamentária Anual com as diretrizes, objetivos e metas da administração pública, estabelecidas no Plano Plurianual. 
	A lei de diretrizes orçamentárias - LDO define as metas e prioridades do governo para o ano seguinte, orienta a elaboração da lei orçamentária anual, dispõe sobre alterações na legislação tributária e estabelece a política das agências de desenvolvimento. Considera a análise de como executar o plano vigente, contabilizando os custos e meios para realizar tais concretizações. 
LEI ORÇAMENTÁRIA ANUAL
	A lei orçamentaria anual trata – se do orçamentoGeral da União propriamente dito, e é composto pelo Orçamento Fiscal, Orçamento de Investimento das Empresas Estatais Federais e Orçamento da Seguridade Social.
	É elaborada anualmente pelo poder Executivo em atendimento à Constituição Federal e a Lei Federal 4.320/64, que estabelece as normas gerais para elaboração, execução e controle orçamentário (executa os objetivos e metas com base nas receitas e despesas públicas). 
Orçamento Fiscal: Refere-se aos três poderes e órgãos de administração pública direta e indireta.
Orçamento de Investimento das Empresas Estatais Federais: empresas em que o Estado detém a maioria do capital social com direito a voto.
Orçamento da Seguridade Social: entidades a ela vinculadas, fundos e fundações mantidas pelo poder público.
	É elaborada para possibilitar a concretização das situações planejadas no Plano Plurianual. Obedece a Lei de Diretrizes Orçamentárias estabelecendo a programação das ações a serem executadas para alcançar os objetivos determinados, cujo cumprimento se dará durante o exercício financeiro.
	Sendo assim, é instrumento constitucional de planejamento operacional. Por determinação constitucional, o Governo é obrigado a encaminhar o Projeto de Lei Orçamentária Anual ao Congresso nacional até o dia 31 de agosto de cada ano (4 meses antes do encerramento da sessão legislativa). Acompanha o projeto, uma mensagem do Presidente da República, na qual é feito um diagnóstico sobre a situação econômica do país e suas perspectivas.
	A Constituição determina que o Orçamento deva ser votado e aprovado até o final de cada legislatura. Depois de aprovado, o projeto é sancionado e publicado pelo Presidente da República, transformando-se na Lei Orçamentária Anual.
Obs.: Medida provisória não pode tratar de matéria orçamentaria, exceto se condizer a gastos extraordinários, conforme preceitua o artigo 62, § 2º da CF:
Constituição Federal de 1988 
Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar medidas provisórias, com força de lei, devendo submetê-las de imediato ao Congresso Nacional.
§ 2º Medida provisória que implique instituição ou majoração de impostos, exceto os previstos nos arts. 153, I, II, IV, V, e 154, II, só produzirá efeitos no exercício financeiro seguinte se houver sido convertida em lei até o último dia daquele em que foi editada
→ Importante frisar que se o plano orçamentário for rejeitado, deve ser apresentado outro no mesmo prazo. 
BREVES CONSIDERAÇÕES SOBRE OS TERMOS ORÇAMENTÁRIOS
→ Despesas: Saída de capital (dinheiro) – Não existe pretensão de retorno (não necessariamente precisa de consumo). Para o orçamento público, toda e qualquer saída de capital é uma despesa, seja ela um gasto com manutenção de prédio público, pagamento de funcionários, construção de hidrelétricas, etc. 
Exemplo: Ao entrar em um restaurante, usualmente não se espera que exista qualquer retorno.
→ Despesas de capital: Despesas necessárias ao planejamento e execução de obras, aquisição de instalações, equipamentos e material permanente, constituição ou aumento do capital do Estado que não sejam de caráter comercial ou financeiro, incluindo-se as aquisições de imóveis considerados necessários à execução de tais obras. Existe o intuito de ter o retorno, seja através de aumento de patrimônio público ou uma melhora na qualidade de serviços prestados. 
Tipos: Obras Públicas; Serviços em Regime de Programação Especial; Equipamentos e Instalações; Material Permanente; Participação em Constituição ou Aumento de Capital de Empresas ou Entidades Industriais ou Agrícolas.
→ Investimento: Trata – se de saída de capital com previsão e possibilidade de retorno.
→ Inversões financeiras: Destinam – se à aquisição de imóveis ou de bens de capital em utilização, à aquisição de títulos representativos do capital de empresas ou entidades de qualquer espécie, já constituídas, quando a operação não importe aumento do capital, e à constituição ou aumento do capital de entidades ouempresas que visem a objetivos comerciais ou financeiros, inclusive operações bancárias ou de seguros. Ou seja, operações que importem a troca de dinheiro por bens.
Exemplo: Desapropriação indireta → A ordem natural do procedimento é invertido, de modo que, primeiramente o Estado invade a propriedade particular e passa a utiliza–la, e o proprietário real deve ingressar com o processo no rito ordinário contra o Estado visando a indenização com fulcro no ato ilícito do Estado.
→ Transferência de capital: São Transferências de Capital as dotações para investimentos ou inversões financeiras que outras pessoas de direito público ou privado devam realizar, independentemente de contraprestação direta em bens ou serviços, constituindo essas transferências auxílios ou contribuições, segundo derivem diretamente da Lei de Orçamento ou de lei especialmente anterior, bem como as dotações para amortização da dívida pública.Trata – se do repasse da União, quando a transferência tiver como objetivo a realização por quem recebe o dinheiro de uma despesa de capital ou de uma inversão financeira. 
São as dotações para investimentos ou inversões financeiras que outras pessoas de direito público ou privado devam realizar, constituindo – se em auxílios ou contribuições. 
Exemplo: A construção de uma obra que possa demorar de 5 a 10 anos é fundamental que exista a previsão da “despesa de capital”, que resulta de investimentos e inversão financeira. 
ORÇAMENTO
PRINCIPIOS DO ORÇAMENTO
Princípio da Unidade:
	Cada esfera de governo deve possuir apenas um orçamento, fundamentado em uma única política orçamentária e estruturado uniformemente. Assim, existe o orçamento da União, o de cada Estado e o de cada Município.
	O orçamento deve ser uno, ou seja, deve existir apenas um orçamento para dado exercício financeiro. Dessa forma integrado, é possível obter eficazmente um retrato geral das finanças públicas e, o mais importante, permite-se ao Poder Legislativo o controle racional e direto das operações financeiras de responsabilidade do Executivo.
	São evidências do cumprimento deste princípio, o fato de que apenas um único orçamento é examinado, aprovado e homologado. Além disso, tem-se um caixa único e uma única contabilidade.
Princípio da Universalidade:
A Lei Orçamentária deve incorporar todas as receitas e despesas, de modo que nenhuma instituição pública deve ficar fora do orçamento, ou seja, toda a administração direta e indireta deve estar dentro do orçamento, mesmo que por esferas.
Indispensável para o controle parlamentar, pois possibilita:
→ conhecer a priori todas as receitas e despesas do governo e dar prévia autorização para respectiva arrecadação e realização;
→ impedir ao Executivo a realização de qualquer operação de receita e de despesa sem prévia autorização Legislativa;
→ conhecer o exato volume global das despesas projetadas pelo governo, a fim de autorizar a cobrança de tributos estritamente necessários para atendê-las.
Princípio da Anualidade
	Estabelece um período limitado de tempo para as estimativas de receita e fixação da despesa, ou seja, o orçamento deve compreender o período de um exercício, que corresponde ao ano fiscal.
	Deve ser elaborado e autorizado para um determinado período de tempo, geralmente um ano, com exceção dos créditos especiaise extraordinário autorizados nos últimos quatro meses do exercício, reabertos nos limites de seus saldos, serão incorporados ao orçamento do exercício subsequente.
LEI 4.320/1964 (RECEITAS E DESPESAS)
	Receitas Públicas são todos os ingressos de caráter não devolutivo auferidas pelo poder público, em qualquer esfera governamental, para alocação e cobertura das despesas públicas. Dessa forma, todo o ingresso orçamentário constitui uma receita pública, pois tem como finalidade atender às despesas públicas.
	Despesa pública é o conjunto de dispêndios realizados pelos entes públicos para custear os serviços públicos (despesas correntes) prestados à sociedade ou para a realização de investimentos (despesas de capital).
Obs.: A despesa e a receita são as duas faces da mesma moeda, as duas vertentes do mesmo orçamento. Implicam – se mutuamente e devem se equilibrar. 
	Nos termos Lei nº. 4320/64, as receitas e despesas públicas classificam-se, de acordo com a sua categoria econômica em: receitas e despesas correntes e receitas e despesas de capital.
→ O termo "corrente" dá ideia daquilo que corre normalmente, isto é, daquilo que é corriqueiro; já o termo "de capital", dá a ideia de capitalização, ou seja, aquilo que busca o incremento patrimonial.
RECEITAS:
Receitas CORRENTES: Diz respeito à receita que vai viabilizar uma despesa corrente, pois tende ao equilíbrio. Não possui uma destinação certa, haja vista que, quem vai determinar o destino da receita é a lei orçamentária. Dessa forma, a finalidade dessa espécie de receita é transformar – se em uma despesa.
"§ 1º - São Receitas Correntes as receitas tributária, de contribuições, patrimonial, agropecuária, industrial, de serviços e outras e, ainda, as provenientes de recursos financeiros recebidos de outras pessoas de direito público ou privado, quando destinadas a atender despesas classificáveis em Despesas Correntes. (Redação dada pelo Decreto Lei nº 1.939, de 20.5.1982)".
Receitas de CAPITAL: Caracteriza – se por destinar – se a despesa de capital, e tende a aumentar o patrimônio, pois investe – se para ter retorno.
"§ 2º - São Receitas de Capital as provenientes da realização de recursos financeiros oriundos de constituição de dívidas; da conversão, em espécie, de bens e direitos; os recursos recebidos de outras pessoas de direito público ou privado, destinados a atender despesas classificáveis em Despesas de Capital e, ainda, o superávit do Orçamento Corrente.
→ Para a doutrina, as receitas classificam – se em:
Receita Direta:Aquela em que o Estado age diretamente no mercado produzindo riqueza para si. Dividendos de empresa pública são exemplos de receita direta. 
Receita Indireta: Ele indiretamente age no mercado, retirando uma parcela da riqueza produzida licitamente. Os tributos são os grandes exemplos de receitas indiretas. 
Receita Creditícia: É o Estado tomando emprestado dinheiro de alguém (mútuo). 
DESPESAS:
Despesas CORRENTES: Diz respeito asdespesas do governo que se realizam de forma contínua, uma vez que estão ligadas à sua manutenção. São permanentes, pois, tais modalidades de despesas governamentais. Caso venham a faltar, certamente decorrerão prejuízos no curto, médio e longo prazos, seja para o próprio ente governamental e/ou para a coletividade em geral: para o ente governamental, pois se ressentirá de um a contraprestação direta em bens e serviços, necessários ao seu regular funcionamento; para a coletividade, visto que esta não poderá usufruir, total ou parcialmente, de um serviço público prestado ou colocado à sua disposição, para sua utilização, efetiva ou em potencial. Em última análise, podemos dizer que as Despesas Correntes compreendem o universo dos gastos do governo imprescindíveis à sua sobrevivência e/ou à prestação dos serviços públicos. 
Exemplo: O pagamento de pessoal, de material de consumo e a contratação de serviços de terceiros e as transferências correntes (convênios).
→ As despesas correntes se dividem em despesas de custeio e transferências correntes: 
Despesas de custeio: As despesas de custeio compreendem as dotações para manutenção de serviços anteriormente criados, inclusive as destinadas a atender a obras de conservação e adaptação de bens imóveis, nelas se incluindo as despesas de pessoal, de material, de consumo, de serviço de terceiros, etc. 
Transferências correntes: Classificam – se como transferências correntes as dotações para despesas às quais não corresponde contraprestação direta em bens ou serviços, inclusive para contribuições e subvenções sociais e econômicas, as despesas com inativos, as pensões, as transferências intergovernamentais e os juros da divida contratada. 
Despesas CORRENTES: São as realizadas com o propósito de criar bens patrimoniais ou de uso da população. Sua característica principal é a descontinuidade. Tais despesas têm uma data para se iniciarem e serem concluídas, diversamente do que ocorre com as despesas correntes, cuja conclusão é fato, em regra, impossível de se cogitar. É perfeitamente plausível a ideia de que o término da construção de uma escola (despesa de capital) esteja previsto para ocorrer em uma data no futuro. Assim, concluída a escola, realizada também estará a despesa de capital correspondente. É nesse sentido que deverá ocorrer à descontinuidade antes assinalada. 
Exemplo: A construção de prédios, aquisição de prédios para instalação dos serviços. Incluem investimentos (destinadas ao planejamento e à execução de obras públicas, aquisição de instalações, equipamentos e material permanente), inversões financeiras e transferências de capital (inclusive convênios).
→ As despesas de capital se dividem em investimentos, inversões financeiras e transferências de capital:
Investimentos: São as dotações para o planejamento e a execução de obras, inclusive as destinadas à aquisição de imóveis a elas destinados. Usualmente os gastos são motivados pela busca de um retorno futuro. 
Inversões Financeiras: São as dotações à aquisição de títulos representativos do capital de empresas ou entidades de qualquer espécie. Dessa forma, não necessariamente se gasta para ter lucro, é possível obter retorno antes de gastar. 
Transferências de capital:Visa transferir o dinheiro de um ente para o outro, para que o segundo tenha uma despesa de capital (despesa de investimento ou inversão financeira).São as dotações para investimentos ou inversões financeiras que outras pessoas de direito público ou privado devam realizar, independentemente de contraprestação direta em bens ou serviços, constituindo essas transferências auxílios ou contribuições, segundo derivem diretamente da Lei de Orçamento ou de lei especial anterior, bem como as dotações para amortização da divida pública. 
Realização da despesa pública:
	A realização da despesa passa por três fases distintas:
Empenho
Liquidação
Pagamento
Obs.: Quando se tratar de obras, serviços e compras a realização da despesa será precedida de licitação. 
Passos:
Programação de Despesas: O primeiro passo para possuir uma despesa pública é planejar. 
Licitação: Analisar qual é o produto ou serviço que se encaixa na necessidade pública. A aquisição de bens e a adjudicação de serviços deve sempre ser precedida de consulta e oferta à sociedade, em busca de igual oportunidade para os agentes econômicos e do melhor preço e qualidade para a Administração. Importante frisar que as obras e os serviços só podem ser licitados quando houver projeto básico aprovado pela autoridade competente. 
Empenho: É o ato pelo qual se reserva, do total da dotação orçamentária, a quantia necessária ao pagamento, ou seja, é a separação do dinheiro para pagar o contrato. Permite à administração realizar ulteriormente o pagamento e garante ao credor a existência da verba necessária ao fornecimento ou ao cumprimento de responsabilidades contratuais. A lei torna necessária a expedição de nota de empenho para cada despesa, salvo quando há empenho global (é vedada a realização de despesa sem prévio empenho, haja vistaque, o empenho antecede a compra e a prestação do serviço).
Liquidação:A administração verifica o direito adquirido pelo credor, tendo por base os documentos comprobatórios, ou seja, envolve fiscalização e quantificação de quanto do serviço ou obra já foi entregue. Examina se houve a entrega dos bens adquiridos ou a realização da obra, a ver da sua adequação aos termos da licitação prévia. 
Pagamento: É o momento final da realização da despesa pública. As autoridades (municipal, estadual ou federal) emitem a ordem de pagamento e as tesourarias e estabelecimentos bancários autorizados realizam-no. 
Obs.: A despesa empenhada mas não paga até o término do exercício financeiro se transforma em restos a pagar, devendo o pagamento ser feito no ano seguinte. 
FISCALIZAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA
	O art. 70 da Constituição serve de introdução ás demais normas que compõem a Seção IX, intitulada “Da Fiscalização Financeira e Orçamentaria”.
	A fiscalização financeira se faz por meio do controle. O controle aborda a fiscalização, que representa a fase final de um ciclo que se inicia com a elaboração do orçamento pelo Legislativo, e ainda às fases anteriores de exame e aprovação do orçamento, quando o Legislativo controla o Executivo. 
→ Modalidades de Fiscalização:
Fiscalização contábil: É a que se faz através dos registros contáveis, dos balanços, da escrituração sintética, da análise e interpretação dos resultados econômicos e financeiros. 
Fiscalização financeira: Tem por objeto o controle da arrecadação das receitas e da realização das despesas. 
Fiscalização orçamentária: É a que se exerce sobre a execução do orçamento. Tem por fim precípuo, através da contabilidade, das análises e das verificações, mensurar o nível de concretização das previsões constantes da lei anual. 
Fiscalização operacional: Visa ao controle de programas governamentais específicos, como por exemplo, o bolsa família e o fome zero, sob os aspectos da economicidade e eficiência. 
Fiscalização patrimonial: Se exerce pela contabilidade ou pelas inspeções e verificações, e tem por objetivo o controle da situação e das modificações dos bens móveis e imóveis que constituem o patrimônio público (bens dominicais e bens públicos de uso do povo, incluindo o meio ambiente).
→ Objeto da fiscalização: A Constituição Federal estende o controle as subvenções e aos subsídios, que, indiscriminamente são concedidos no sistema constitucional anterior, e que auxiliaram como causa na grande crise econômica do País. 
Subvenções: São transferência de receita para cobrir despesas de custeio de órgãos públicos ou privados (Lei nº 4.320/64).
Subsídios:Constituem instrumento de transferência de recursos do governo para os particulares independentemente do fornecimento de bens ou serviço, mas vinculados a certa “performance” econômica pelo beneficiário.
	Dessa forma, a fiscalização abrange as isenções, os créditos fiscais, as deduções, as reduções de base de cálculo e de alíquotas de impostos, que produzem o mesmo efeito econômico de figuras e depesas públicas como as subvenções. 
CONTROLE DA EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA
	O controle financeiro compreende:
→ Controle externo: exercido pelo Congresso Nacional com o auxilio do Tribunal de Contas.
→ Controle interno: mantido pelos poderes Legislativo, Executivo e Judiciário. 
	O controle financeiro é sistêmico, de modo que, dele participam integralmente e em harmonia, o Congresso Nacional e o Tribunal de Contas, o Executivo e o Judiciário, cada qual nos limites previamente traçados. 
	Sendo assim, prestará contas qualquer pessoa física ou jurídica, pública ou privada, que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiros, bens e valores públicos ou pelos quais a União responda.
CONTROLE EXTERNO:
	Compete ao Congresso Nacional a responsabilidade final pelo controle externo, porém, desempenha suas funções com o auxilio do Tribunal de Contas, a quem incumbe o exame inicial e o parecer prévio e não-vinculante sobre as contas da Administração. Só o Congresso libera a responsabilidade do Presidente da República pela execução do orçamento. 
→ Existem diversos tipos de controle externo:
Controle “a posteriori”: É o tipo comum no nosso constitucionalismo. Inicia – se depois de praticado o ato administrativo ou de encerrado o exercício financeiro.
Controle contemporâneo: É o que se faz quase ao mesmo tempo da execução orçamentária. Realizam-no o Congresso Nacional e o Tribunal de Contas através das comissões e das auditorias. 
Controle prévio: É o que se exerce antes da prática do ato de execução orçamentária, participando de sua formação e sendo necessário ao seu aperfeiçoamento (Despereceu do Direito Brasileiro a partir da CF de 1967).
	Compete ao Tribunal de Contas, no exercício do controle externo e em auxilio ao Congresso Nacional:
Apreciar as contas da República ou do Estado (não do Presidente da República).
Julgar as contas dos administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos. Frisa – se que o julgamento se dá sobre as contas e não sobre os responsáveis pelas contas, haja vista que, trata – se de regularidade contábil e não responsabilidade penal. 
Apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos de admissão de pessoal e de concessão de aposentadorias (se faz pelo exame casuístico dos processos de nomeação, aposentadoria, reforma,etc). 
Realizar inspeções e auditorias e fiscalizar as contas nacionais das empresas multinacionais. 
Fiscalizar a aplicação de quaisquer recursos repassados pela União, mediante convênio, acordo ou ajuste, a Estado, ao Distrito Federal ou a Município (a fiscalização abrange apenas os repasses discricionários).
Aplicar aos responsáveis as sanções previstas em lei, servindo o acórdão de titulo para a execução. 
Sustar, se não atendido, a execução do ato impugnado. 
CONTROLE INTERNO:
	Controle interno é o que exerce cada um dos Poderes (legislativo, executivo, judiciário) na missão de autotutela da legalidade e da eficácia de gestão financeira. É simétrico ao externo no que concerne às finalidades, objetivos e métodos. 
Obs.: A controladoria geral da União é o órgão responsável pelo auxilio do executivo no papel de agente fiscalizador interno. 
Incumbe-lhe avaliar o cumprimento das metas previstas no plano plurianual, a execução dos programas de governo e dos orçamentos da União. 
É o controle do bom andamento da gestão econômica, financeira e patrimonial nos órgãos e entidades da administração federal, bem como da aplicação de recursos públicos por entidades de direito privado. 
 O controle interno deve ser exercido ainda sobre as operações de crédito, avais e garantias, bem como sobre direitos e haveres da União.
Obs.: O controle interno deve apoiar o controle externo no exercício de sua missão institucional. Os responsáveis pelo controle interno, ao tomarem conhecimento de qualquer irregularidade ou ilegalidade, dela darão ciência ao Tribunal de Contas da União, sob pena de responsabilidade solidária. 
→ Importante frisar que qualquer cidadão é parte legitima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe. As contas do município ficam durante 60 dias (anualmente) à disposição de qualquer contribuinte, para exame e apreciação (§2º, art. 74 CF).
TRIBUNAL DE CONTAS:
	O tribunal de contas é o órgão auxiliar dos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, bem como da comunidade e de seus órgãos de participação politica. 
Auxilia o Legislativo no controle externo, fornecendo-lhe informações, pareceres e relatórios. 
Auxilia a Administração e o Judiciário na autotutela da legalidade e no controle interno, orientando a sua ação e controlando os responsáveis por bens e valores públicos.
O Tribunal de Contas elabora seu regimento com a mesma autonomia do Poder Judiciário, exercendo alguns atos típicos da função jurisdicional, vez que, julga as contas dos administradores e responsáveis com todos os requisitos materiaisda jurisdição (independência, imparcialidade, igualdade processual, ampla defesa, produção plena das provas e direito a recurso), no entanto, no ponto de vista formal, não detém qualquer parcela da função jurisdicional, tendo em vista que as suas decisões não produzem a coisa julgada e podem ser revistas pelo Judiciário.
Auxilia a própria comunidade, haja vista que, a Constituição aumentou a participação do povo no controle do patrimônio público e na defesa dos direitos difusos. 
Obs.: O Tribunal de Contas é órgão auxiliar do Legislativo, porém não pratica atos de natureza legislativa. 
→ O relatório do chefe do Legislativoé direcionado para o Tribunal de Contas, para que o Tribunal realize a votação e aprove ou rejeite o relatório exposto. 
Obs.: Prefeito cujo relatório é rejeitado pelo Tribunal de Contas não pode ser reeleito para outro cargo. 
	A análise para rejeitar ou aceitar o relatório de contas é baseada na Lei nº 101/2000 (Lei de Responsabilidade Fiscal):
→ Lei de responsabilidade fiscal: 
	A Lei de Responsabilidade Fiscal estabelece normas de finanças públicas voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal. É um código de conduta para os administradores públicos que passarão a obedecer normas e limites para administrar as finanças, prestando contas de quanto e como gastam os recursos da sociedade, ou seja, teve por objetivo trazer a obrigatoriedade do equilíbrio na contas públicas.
Para alcançar este objetivo a Lei dispõe de meios, dentre os quais destaca-se:
Ação planejada e transparente na busca do equilíbrio das contas públicas, cujas metas de resultado entre receitas e despesas devem ser cumpridas.
Controle de prazos.
Limites e condições para a renúncia de receita, despesas com pessoal, seguridade social, dívidas consolidada e mobiliária, operações de crédito, concessão de garantia e inscrição em restos a pagar.
Prevenção de riscos e correção de possíveis desvios. 
	Nas disposições preliminares da Lei de Responsabilidade Fiscal consta, minuciosamente, o rol de responsáveis pela observância aos seus comandos legais: a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, também de- nominados entes da Federação. Nas referências a estes, estão compreendidos o Poder Executivo, o Poder Legislativo (incluindo os Tribunais de Contas), o Poder Judiciário, o Ministério Público, as administrações diretas, fundos, autarquias, fundações e empresas estatais dependentes.
→ Organização do Tribunal de Contas: 
	A Constituição traça as normas básicas para a organização do Tribunal de Contas, inspirada no principio da independência do órgão. O Tribunal possui quadro próprio de pessoal e seus servidores devem apresentar alto grau de preparo intelectual e profissionalização, aferidos em concurso público. 
	A organização e a composição dos Tribunais de Contas do Estados e do Distrito Federal, bem como dos Tribunais e Conselhos de Contas dos Municípios, devem seguir as mesmas regras constitucionais estabelecidas para o Tribunal de Contas da União. 
DIREITO TRIBUTÁRIO
Definição legal: O Código Tributário Nacional preleciona em seu artigo 3°, a saber:
Conceito: Tributo corresponde a uma relação jurídica existente entre Estado e contribuinte, uma vez implementada determinada situação fática prevista em lei como autorizadora dessa exigência, cujo objeto consiste numa prestação pecuniária, não revestida de caráter sancionatório, e disciplinada por regime jurídico próprio. 
Tributo como prestação: Traz a ideia de entrega em decorrência de uma relação jurídica, porém, uma prestação em dinheiro, sendo moeda nacional, ou pecúnia cujo valor nela se possa exprimir, ou tudo aquilo que é possível valorar. 
CARACTERISTICAS:
→ Execução fiscal:Caso o individuo proprietário não arque com as despesas de seus bens, sofrerá uma execução fiscal (fisco), de modo que, o bem é remetido a leilão, e se arrematado, terá uma quota parte destinado ao Estado, no intuito de findar a divida, e a outra metade remetida ao individuo ex proprietário. 
→ Compulsória: É uma obrigação ex lege, ou seja, nasce de uma simples realização do fato descrito na lei, sendo portanto, compulsória. 
→ Não possui caráter sancionário: O tributo não é sanção/punição por ato ilícito, tal como a multa, por exemplo, mas sim exercido com cidadania, no intuito de contribuir com o Estado. 
→Atividade vinculada: A exigência do tributo se dá mediante atividade administrativa plenamente vinculada, ou seja, não há discricionariedade deferida ao administrador tributário no exercício da atividade estatal. 
ESPÉCIES DE TRIBUTOS: 
IMPOSTOS: 
	Impostos são os tributos não vinculados a uma atuação estatal, de modo que, basta que o sujeito passivo realize qualquer das situações previstas em lei para que a pessoa política competente esteja autorizada a exigir o imposto correspondente, não se impondo contraprestação direta ao sujeito passivo. 
	No sistema brasileiro, os impostos são numerosos, e a repartição de competências para a instituição de impostos foi efetuada consoante as múltiplas materialidades:
Impostos sobre o comércio exterior: Imposto de importação e imposto de exportação – atribuídos a União.
Imposto sobre a renda: Atribuído a União.
Impostos sobre o patrimônio:Imposto sobre a Propriedade territorial rural e Imposto sobre Grandes Fortunas para a União; Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores para os Estados – membros e o Distrito Federal.
Impostos sobre transmissão de bens e direitos: Imposto sobre a Transmissão Causa mortis e Doação de Quaisquer Bens e Direitos aos Estados – membros e ao Distrito Federal e Imposto sobre Transmissão de Bens e Imóveis aos Municípios. 
Impostos sobre circulação e produção: O imposto sobre Produtos Industrializados e o Imposto sobre Operações Financeiras outorgados à União. O imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestações de Serviço de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação aos Estados – membros e ao Direito Federal. 
→ Classificação dos impostos: 
Impostos reais: São impostos reais aqueles cujo aspecto material da hipótese de incidência limita – se descrever um fato, acontecimento ou coisa independentemente do elemento pessoal ou seja, indiferente ao eventual sujeito passivo e suas qualidades. 
Exemplo: IPTU e IPVA
Impostos pessoais: São impostos pessoais aqueles cujo aspecto material da hipótese de incidência leva em consideração certas qualidades juridicamente qualificadas do sujeito passivo. 
Exemplo: IR
Imposto direto: É aquele em que o contribuinte absorve o impacto econômico da exigência fiscal.
Exemplo: IR
Imposto indireto: Observa – se o fenômeno da repercussão tributária, segundo a qual o contribuinte de direito não é aquele que absorve o impacto econômico da imposição tributária, pois o repassa ao contribuinte de fato, o consumidor final. 
Exemplo: IPI e ICMs. 
Impostos fiscais: São aqueles cujo objetivo precípuo é a geração de receita.
Impostos extrafiscais: São aqueles que tem por finalidade principal a arrecadação. 
TAXAS:
	Taxas são tributos vinculados a uma atuação estatal diretamente referida ao sujeito passivo, que pode consistir no exercício do poder de policia ou na prestação de serviço público especifico e divisível, em utilização efetiva ou potencial. 
	Dessa forma, paga – se a taxa por ter – se provocado o exercício do poder de policia, em razão de ter sido prestado serviço público especifico e divisível ou, ainda por ter sido serviço dessa natureza coloca à disposição do sujeito passivo. 
	A taxa de serviço visa remunerar o custo do serviço público prestado ou colocado à disposição do sujeito passivo
Obs.: As Taxas não se confundem com os impostos, porque os fatos que podem dar suporte à instituição destes jamais poderá constituir hipóteses de incidência daquelas, e vice – versa. 
Taxa de policia: 
Cuida – se da atividade de policia administrativa, ou seja, de fiscalização e controle do comportamento dos particulares, visando a prevenção da ocorrênciade danos ao interesse público. A taxa, instituída com esse fundamento, objetiva remunerar o custo dessa atividade estatal. 
Taxa de serviço:
Deve analisar – se a taxa de serviço pelo exame do conceito de serviços públicos específicos e divisíveis. 
	Inicialmente, serviço público é uma atividade material de incumbência do Poder Público, sujeita a regime de direito administrativo, que visa ao atendimento de necessidade coletiva:
Elemento subjetivo: Significa que o serviço público é sempre uma atividade de incumbência do Estado.
Elemento formal: Diz que o regime jurídico próprio a que se sujeita tal atividade, de direito administrativo, é distinto daquele aplicável aos serviços de natureza privada.
Elemento material: Revela que o serviço público é sempre uma atividade de interesse público, jamais podendo concernir apenas ao interesse de uma ou algumas pessoas. 
Serviço público especifico: É aquele que consiste em atividade estatal fruível individualmente por cada um de seus usuários. É o caso, dentre outros, dos serviços de fornecimento de água tratada e de energia elétrica. Contrapõe – se ao serviço público geral, no qual os administrados fruem coletivamente da atividade estatal, tais como segurança e iluminação pública. 
Serviço público divisível: É aquele que, sendo especifico, possibilita a mensuração da fruição individual. Se inviável tal mensuração, descabida a exigência de taxa. Ou seja, a taxa de serviço visa remunerar o custo do serviço público prestado ou colocado à disposição do sujeito passivo, logo, se o serviço público não apresentar tais características, não pode servir de suporte à instituição da taxa. 
Diferenças entre taxa e tarifa: 
	A polêmica ensejou a edição da Súmula 545 do STF:
	Importa saber se a prestação de serviço público especifico e divisível somente pode ser remunerada mediante taxa ou se, diversamente existe a opção de fazê-lo mediante tarifa ou preço público. 
	Vale dizer que a maior parte dos serviços públicos concedidos e permitidos tem sua remuneração submetida ao regime de tarifa ou preço público, restando afastada a disciplina tributária. A exigência de taxas, presentemente, está praticamente circunscrita aos serviços públicos específicos e divisíveis prestados diretamente pelo Poder Púbico, por exemplo, taca judiciária e expedição de documentos, como passaporte. 
CONTRIBUIÇÃO DE MELHORIA:
	A contribuição de melhoria é um tributo vinculado a uma atuação estatal indiretamente referida ao sujeito passivo, consubstanciada na realização de obra pública de que decorra valorização imobiliária. 
Obra pública, por sua vez, é a construção, reparação, edificação ou ampliação de um bem imóvel pertencente ou incorporado ao domínio público. 
Constituindo, tal como taxa, tributo vinculado a uma atuação estatal, por meio da contribuição de melhoria, a pessoa jurídica que realizou a obra visa recuperar, ao menos em parte, junto àqueles que se beneficiaram especialmente do resultado dessa atuação, o gasto que efetuou. 
	Sendo assim, os proprietários de imóveis valorizados em decorrência de obra pública, realizada com recursos advindos dos impostos pagos por todos, devem ser chamados a contribuir aos cofres públicos em razão do especial beneficio obtido com o sacrifico geral, arcando os proprietários de imóveis valorizados com o custo da obra, total ou parcialmente, todos os particulares são recolocados em pé de igualdade perante o Poder Público (igualdade da repartição da carga tributária). 
Obs.: Utilizando – se do instrumento da contribuição de melhoria, prestigia-se a ideia de isonomia, impedindo seja onerada toda a coletividade quando da obra pública resultar beneficio especial para alguns. 
	O Código Tributário Nacional prevê a contribuição de melhorias em seus artigos 81 e 82:
Obs.: 
Limite total: consiste na despesa realizada para a construção de obra pública. 
Limite individual: traduz – se no acréscimo de valor que cada imóvel beneficiado experimentou. 
EMPRÉSTIMO COMPULSÓRIO: 
	A Constituição Federal, em seu artigo 148, contempla a espécie tributária de empréstimo compulsório:
	Caracteriza – se por ter uma receita vinculada a necessidade que fundamentou a sua criação na época. Necessário esclarecer que é tributo vinculado, mas sim a receita do mesmo que é vinculada (tributo pode ser vinculado ou não, mas a receita sempre vai ser vinculada ao motivo de sua criação.
	O empréstimo compulsório somente pode ter por fundamento as situações extraordinária expressamente indicadas, onde sobreleva o requisito da urgência, restritivo de seu cabimento. 
Obs.: Trata – se de tributo instituído com vista à especifica destinação dos recursos advindos de sua arrecadação.
	Dessa forma, estão previstas duas modalidades de empréstimo compulsório:
→ Empréstimo compulsório como instrumento de geração de receita para o atendimento de despesas extraordinárias referentes à calamidade pública, guerra externa ou sua iminência (não há obrigatoriedade de observância da anterioridade, diante da natureza da urgência revelada nas hipóteses).
→ Refere – se a investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional (determina o aguardo do exercício financeiro seguinte para que a exigência fiscal torne – se eficaz). 
CONTRIBUIÇÕES: 
	As contribuições constituem tributos qualificados constitucionalmente por suas finalidades. São tributos vinculados cujas hipóteses de incidência consiste numa atuação estatal indireta e mediatamente referida ao obrigado. 
	Podem ser: 
Sociais
Intervenção no domínio econômico 
Corporativas.
→ Contribuições sociais: 
	As contribuições sociais constituem instrumentos de atuação da União na área social. Podem ser instituídas para alcançar finalidades relativas à seguridade social, à educação, à cultura e ao desporto, á ciência e à tecnologia, à comunicação social, ao meio ambiente, à família, à criança e ao adolescente, ao idoso e aos índios. 
	Dentre as diversas contribuições sociais, dedica – se maior atenção àquelas destinadas ao financiamento da seguridade social, que apresentam regime jurídico parcialmente diferenciado. 
Obs.: Algumas contribuições sociais destinadas ao financiamento da seguridade social, são COFINS, PIS e CSSL. 
	O § 2º do artigo 149 da Constituição Federal abriga normas aplicáveis às contribuições sociais: 
→ Contribuições interventivas:
	Caracterizam – se por serem tributos setoriais, isto é, por abrangerem ramos da atividade econômica específicos, como o canavieiro, o da navegação mercantil, etc. Dai restar evidente o caráter extrafiscal dessas contribuições, pois constituem instrumentos autorizados à União voltados ao direcionamento do comportamento dos particulares, nos diversos segmentos do domínio econômico. 
	A instituição de contribuições interventivas somente está autorizada nas estritas hipóteses em que o Estado pode intervir na ordem econômica: 
Como agente protagonizador da atividade econômica, explorando diretamente atividade econômica somente quando necessária a imperativos de segurança nacional ou a relevante interesse público, se dando por intermédio de empresas estatais.
Na qualidade de agente normativo e regulador da economia, exercendo as funções de fiscalização, incentivo e planejamento, sendo este determinante par ao setor público e indicativo para o setor privado, e disciplinando os preços, o consumo, a poupança e o investimento. 
Dessa forma, é na modalidade de intervenção estatal em sentido estrito que ocorre a instituição desse tributo, isto porque, quando o Estado explora diretamente atividade econômica, em regra, não terá necessidade de criar exação para custear tal atuação, uma vez que, os recursos dela provenientes remunerarão as despesas decorrentes de seu empenho. 
→ Contribuições no interesse de categorias profissionais ou econômicas:
	Visam gerar receita para as chamadas autarquias corporativas, pessoas jurídicas instituídas com o objetivo de exercer a atividade de fiscalização do exercício dasdiversas profissões.
Exemplo: Conselhos profissionais de medicina, odontologia, engenharia, entre outros, bem como a ordem dos advogados do Brasil, os quais exigem de seus inscritos o pagamento da respectiva contribuição profissional. 
	Trata – se de contribuições parafiscais, uma vez que, sua instituição se dá mediante lei federal, delegando a União sua capacidade tributaria ativa a esses entes, que passam a ser os sujeitos ativos da obrigação tributária correspondente. 
COMPETÊNCIA DE TRIBUTOS
	Competência tributária é o poder de criar tributos, sendo esse poder conferido pela Constituição Federal à União, aos Estados-membros, ao Distrito Federal e aos Municípios. O legislador constitucional determinou quais tributos cada ente político pode criar, bem como limitou esse poder de criação, impondo limites.
	É a aptidão para criar tributos em abstrato, por meio de lei, com todos os elementos essenciais (hipótese de incidência, sujeito ativo, sujeito passivo, base de cálculo, alíquota). Abrange também a aptidão para aumentar, parcelar, diminuir, isentar, modificar, perdoar tributos e etc. (princípio de que quem pode o menos pode o mais).
	O parágrafo único do art. 11 da Lei Complementar nº 101 trata de sanção institucional imposta ao ente que não cobra todos os impostos de sua competência. Tal dispositivo é constitucional, pois, pelo entendimento consignado pelo STF, só é válido para os repasses voluntários; os repasses obrigatórios deverão ser efetuados, independentemente de o ente federativo instituir ou não todos os impostos de sua competência.
→ A lógica não é obrigar o ente a criar o imposto, mas a fazê-lo agir com responsabilidade. Se ele possui competência para criar imposto e não o faz, a presunção é de que não precisa da respectiva receita, sendo justa a recusa dos entes maiores de repassarem recursos eventualmente solicitados. O espírito da LFR é de que o ente deve instituir, prever e arrecadar todos os tributos economicamente viáveis de sua competência constitucional. Se não for viável tal instituição/arrecadação, não deve ser exigido – ex: Município que não tem prestadores de serviço não tem porque criar ISS, pois isto geraria mais gastos que receita.
	A competência para legislar sobre direito tributário é de todos os entes federativos – art. 24, I e art. 30 da CF (competência concorrente) -, cabendo à União legislar sobre normas gerais e aos Estados, DF e Municípios legislar sobre normas específicas, atuando de forma suplementar ao que lhes for pertinente. Se a União não tratar da matéria geral, a competência dos Estados, DF e Municípios passa a ser supletiva (deixa de ser suplementar).
→  A criação dos tributos se faz por meio de lei ordinária, em regra. Contudo, existem quatro tributos que só podem ser criados por meio de lei complementar (CEGI): Contribuições Sociais Residuais (art. 195, § 4º da CF), Empréstimos Compulsórios (art. 148 da CF), IGF (art. 153, VII da CF) e Imposto Residual (art. 154, I da CF).
	De acordo com o art. 62, § 2º da CF, é possível a criação de imposto por meio de Medida Provisória, desde que respeite dois requisitos: deve poder ser instituído por meio de lei ordinária (é vedada a criação por MP de matéria reservada a lei complementar) e deve ser convertida em lei até o final do exercício financeiro em que ela for editada.
Obs.: A competência tributária é dos entes federativos e é uma verdadeira faculdade – cada ente decide sobre a criação ou não do tributo, com base em um juízo de oportunidade e conveniência política e econômica.
→ Quando se estabelece a competência de um ente sobre uma determinada situação, já está limitando a competência de outro ente.
CARACTERISTICAS: 
PRIVATIVIDADE:
Cada pessoa política tem seus próprios tributos.
INDELEGABILIDADE:
A competência tributária tem natureza política e é intransferível. Quando a CF outorgou poder para um determinado ente federativo criar um tributo, só aquele ente poderá cria-lo, ou seja, um ente político não pode delegar, conferir a outra pessoa de direito público a competência tributária que tenha recebido da Constituição Federal. O poder de tributar é exclusivo do ente político que o recebeu.
FACULTATIVIDADE:
A competência tributária é facultativa, isto é, os entes federativos têm o poder de criar o tributo, cabendo a eles a decisão de criar ou não, por exemplo, o ente por instituir o Imposto sobre Grandes Fortunas (IGF), o qual existe previsão constitucional, contudo, a União ainda não criou o referido tributo.
IRRENUNCIABILIDADE: 
O ente federativo deve aceitar a competência que lhe foi outorgada, malgrado ele não seja obrigado a exercê-la. Pode deixar de exercitar mas, não pode abrir mão em definitivo, vez que, torna – se um ônus, de modo que o legislador de hoje não pode criar entraves para o de amanhã. 
INALTERABILIDADE:
O fato de a constituição federal ter conferido a competência tributária para cada ente federativo criar tributos, o legislador infraconstitucional, quando cria, não pode alterar a característica do tributo. 
INCABUCABILIDADE: 
O poder de tributar é um poder-faculdade, o ente político o exerce quando lhe seja mais conveniente e oportuno, o fato de permanecer inerte e não criar o tributo não altera em nada sua competência tributária que permanece a mesma. O não exercício da competência não tem como consequência a perda da mesma.
→ CAPACIDADE TRIBUTÁRIA ATIVA: 
	A competência tributária se distingue da capacidade tributária ativa. A primeira é o poder, a aptidão de criar tributos, é legislar instituindo tributos, já a segunda é a capacidade de ser sujeito ativo da relação jurídica tributária.
	A capacidade tributária ativa é a aptidão para ser colocado, por lei, na posição de sujeito ativo da relação tributária, ou seja, na posição de credor, com as prerrogativas que lhe são inerentes de fiscalizar o cumprimento das obrigações pelos contribuintes, lançar e cobrar os respectivos créditos tributários. Apenas as pessoas jurídicas de direito público é que têm capacidade tributária ativa, podendo, pois ser colocadas na posição de sujeito ativo de obrigações tributárias (art. 119 do CTN); aliás só as pessoas políticas de direito público desenvolvem atividade administrativa plenamente vinculada (art. 3º do CTN).
	Assim , sujeito ativo será o próprio ente político do qual a lei instituidora do tributo emana (posição esta que se presume) ou, se a lei expressamente designar, outras pessoa jurídica de direito público, ou seja, uma autarquia ou uma fundação.
	A capacidade tributária ativa é o poder de cobrar e fiscalizar o tributo, esta , ao contrário da competência tributária, é delegável a outras pessoas jurídicas de direito público. 
DOS IMPOSTOS DA UNIÃO:
Compete a União: 
→ O artigo 153 da Constituição prevê a criação dos seguintes impostos:
Imposto de Renda (IR): É um imposto federal, ou seja, somente a União tem competência para instituí-lo (Art.153, III, da Constituição Federal). O fato gerador do Imposto de Renda é a aquisição da disponibilidade econômica ou jurídica de renda ou de proventos de qualquer natureza. De Renda, assim entendido o produto do capital, do trabalho ou da combinação de ambos; de proventos de qualquer natureza, assim entendidos os acréscimos patrimoniais não incluídos no conceito de renda.
Imposto sobre propriedade territorial rural (ITR): O Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural – ITR, de apuração anual, tem como fato gerador a propriedade, o domínio útil ou a posse de imóvel por natureza, localizado fora da zona urbana do município, em 1º de janeiro de cada ano. Considera-se imóvel rural a área contínua, formada de uma ou mais parcelas de terras, localizada na zona rural do município.
Imposto sobre grandes fortunas (IGF): O fato gerador do imposto sobre grandes fortunas será a titularidade de valor superior a R$ 2.000.000,00 (dois milhões) no primeiro dia de cada ano. Os sujeitos passivos são as pessoas físicas domiciliadas no País, o espólio e a pessoa física ou jurídica domiciliadano exterior em relação ao patrimônio que tenha no país.
→ O artigo 154 da Constituição prevê a criação dos seguintes impostos:
Imposto extraordinário de guerra (IEG): Trata-se do Imposto Extraordinário de Guerra (IEG). A CRFB entregou à União a competência extraordinária de instituir tal imposto nos casos de guerra externa ou sua iminência (art. 154, II, CRFB). Pode ser criado por Lei Ordinária ou Medida Provisória.
 Imposto Sobre o Rendimento das Pessoas Colectivas (IRC): O Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Coletivas (IRC) incide sobre os rendimentos obtidos, pelos sujeitos passivos abaixo referidos, durante o período de tributação, mesmo que sejam provenientes de atos ilícitos. Nos termos do Código do IRC, são sujeitos passivos deste imposto as sociedades comerciais ou civis sob forma comercial, as cooperativas, as empresas públicas e as demais pessoas coletivas de direito público ou privado, com sede ou direção efetiva em território português, bem como as entidades desprovidas de personalidade jurídica, com sede ou direção efetiva em território português, cujos rendimentos não sejam tributáveis em imposto sobre o rendimento das pessoas singulares (IRS) ou em IRC diretamente na titularidade de pessoas singulares ou coletivas.  
Compete aos Estados e ao Distrito Federal:
→ O artigo 155 da Constituição prevê a criação dos seguintes impostos:
Imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual, intermunicipal e de comunicação (ICMS): O ICMS é um imposto não cumulativo, compensando-se o valor devido em cada operação ou prestação com o montante cobrado anteriormente. Em cada etapa da circulação de mercadorias e em toda prestação de serviço sujeita ao ICMS deve haver emissão da nota fiscal ou cupom fiscal. Esses documentos serão escriturados nos livros fiscais para que o imposto possa ser calculado pelo contribuinte e arrecadado pelo Estado. Para atuar em um ramo de atividade alcançado pelo imposto, a pessoa, física ou jurídica, deve se inscrever no Cadastro de Contribuintes do ICMS. Também deve pagar o imposto a pessoa não inscrita quando importa mercadorias de outro país, mesmo sem habitualidade ou intuito comercial.
Imposto Sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA): O IPVA, devido anualmente, tem como fato gerador a propriedade de veículo automotor terrestre, aquático e aéreo. Considera-se ocorrido o fato gerador do imposto em 1º de janeiro de cada exercício. Ocorre também o fato gerador, no momento da perda da condição que fundamentava a isenção, não incidência ou imunidade. 
Imposto sobre a Transmissão Causa Mortis e Doações de quaisquer bens ou direitos (ITCMD): O ITCMD é um Imposto Estadual devido por toda pessoa física ou jurídica que receber bens ou direitos como herança (em virtude da morte do antigo proprietário) ou como doação. Estão compreendidos na incidência do imposto os bens que, na divisão de patrimônio comum, na partilha ou adjudicação, forem atribuídos a um dos cônjuges, a um dos conviventes, ou a qualquer herdeiro, acima da respectiva meação ou quinhão.
Compete aos Municípios:
→ O artigo 156 da Constituição prevê a criação dos seguintes impostos:
Imposto Predial Territorial Urbano (IPTU): O IPTU tem como fato gerador a propriedade, o domínio útil ou a posse de propriedade imóvel localizada em zona urbana ou extensão urbana. Em caso de áreas rurais, o imposto sobre a propriedade do imóvel é o ITR. Os contribuintes do imposto são as pessoas físicas ou jurídicas que mantém a posse do imóvel, por justo título. A função do IPTU é tipicamente fiscal, embora também possua função social. Sua finalidade principal é a obtenção de recursos financeiros para os municípios, embora ele também possa ser utilizado como instrumento urbanístico de controle do preço da terra.
Imposto sobre serviços de qualquer natureza (ISS): O imposto sobre serviços de qualquer natureza (ISS), com exceção dos impostos compreendidos em circulação de mercadorias (ICMS), é um imposto brasileiro municipal, ou seja, somente os municípios têm competência para instituí-lo (Art.156, III, da Constituição Federal). A única exceção é o Distrito Federal, unidade da federação que tem as mesmas atribuições dos Estados e dos Municípios. Possui como fato gerador a prestação de serviço (por empresa ou profissional autônomo) de serviços descritos na lista de serviços da Lei Complementar nº 116.
Imposto sobre a transmissão de bens imóveis e de direitos a eles relativos (ITBI): O imposto sobre a transmissão de bens imóveis e de direitos a eles relativos (ITBI) é um imposto brasileiro, de competência municipal, ou seja, somente os municípios têm competência para instituí-lo (Art.156, II, da Constituição Federal). O ITBI tem como fato gerador a transmissão, ‘‘inter vivos’’, a qualquer título, de propriedade ou domínio útil de bens imóveis; quando há a transmissão a qualquer título de direitos reais sobre imóveis, exceto os direitos reais de garantia; ou quando há a cessão de direitos relativos às transmissões acima mencionadas. O contribuinte do imposto é qualquer das partes na operação tributada, como dispuser a lei, que, no caso, será lei municipal.
TÉCNICAS DE ANÁLISE DE ATRIBUIÇÃO DE COMPETÊNCIA: 
	A Constituição Federal fez uma lista exaustiva, transcrevendo a amarração dos impostos, de modo que, o legislador infraconstitucional não consegue espaço relevante para atuar na criação, alteração e extinção dos impostos. 
	A modalidade que dispõe mais liberdade ao referido legislador, diz respeito as contribuição sociais, haja vista que, existe a necessidade de adequação da lei perante a sociedade. 
IMUNIDADES
	A Constituição brasileira contempla dezenas de normas imunizantes, alusivas a distintos tributos – impostos, taxas e contribuições. Trata – se de uma exoneração fixada na Constituição Federal, que confere direito público subjetivo a certas pessoas, de não se sujeitarem à tributação. Pode ser visualizada sob os aspectos formal e substancial:
 → Formal: Excepciona o principio da generalidade da tributação, segundo o qual todos aqueles que realizam a mesma situação de fato, à qual a lei atrela o dever de pagar tributo, estão a eles obrigados, sem distinção. 
→ Material: A imunidade consiste no direito público subjetivo, de certas pessoas, de não se sujeitarem a à tributação, nos termos delimitados por essa norma constitucional 
Dessa forma, imunes são as pessoas, bens ou situações não abrangidos pelos contornos das regras da competência tributária, mediante normas explicitas ou implícitas, extraídas de um ou mais princípios constitucionais.
Obs.: A imunidade é inconfundível com a isenção, vez que, a isenção é exoneração tributária em nível infraconstitucional. 
CLASSIFICAÇÃO: 
→ IMUNIDADES SUBJETIVAS:
	São aquelas outorgadas em razão da condição de determinadas pessoas; recaem sobre sujeitos. São outorgadas em função da natureza jurídica da pessoa, ou mesmo, em consideração ao papel socialmente relevante que desempenha. 
	As pessoas titulares do direito à imunidade tributária de natureza subjetiva não possuem capacidade tributária de natureza subjetiva não possuem capacidade tributária para figurar no pólo passivo de relações obrigacionais tributárias concernentes a imposições fiscais abrangidas pela vedação.
	A imunidade recíproca das pessoas políticas, autarquias e fundações instituídas e mantidas pelo poder publico é tipicamente subjetiva.
→ IMUNIDADES OBJETIVAS: 
	São aquelas concedidas em função de determinados fatos, bens ou situações; recaem sobre as coisas. É a hipótese de imunidade que recai sobre livros, jornais e periódicos, bem como sobre o papel destinado à sua impressão.
→ IMUNIDADES MISTAS: 
	É aquela determinadas em razão da natureza jurídica de certas pessoas e determinados fatos, bens ou situações. É, por exemplo, o caso da exoneração referente ao Imposto Territorial Rural (ITR) para pequenas glebas rurais, definidas em lei, quando as explore, sóou com sua família, o proprietário que não possua outro imóvel. 
→ IMUNIDADES GENÉRICAS: 
	As imunidades genéricas são contempladas no artigo 150, VI da Constituição Federal, e dirigem vedações a todas as pessoas políticas e abrangem todo e qualquer imposto (apenas) que recaia sobre o patrimônio, a renda, ou os serviços das entidades mencionadas (daí a denominação que recebem). 
	As referidas imunidades têm o intuito de proteger ou promover valores constitucionais básicos, e são dotadas de intensa carga axiológica, vez que a Lei Maior as fundamenta em diversos valores. 
	Sendo assim, nas palavras de Costa, as imunidades genéricas dirigem vedações a todas as pessoas políticas e abrangem todo e qualquer imposto que recaia sobre o patrimônio, a renda ou os serviços das entidades mencionadas. 
Espécies de imunidade genérica:
Imunidade recíproca: 
	O artigo 150, VI “a”, da CF estatui ser vedado às pessoas políticas instituir imposto sobre patrimônio, renda ou serviços, umas das outras, ou seja, existirá imunidade recíproca sempre que houver uma relação de ente político com outro ente político. 
	Vale ressaltar que a imunidade recíproca as pessoas políticas se estende às autarquias e às fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público. 
	A imunidade recíproca abarca, inclusive, os impostos indiretos, isto é, aqueles que comportam o fenômeno da repercussão econômica, como IPI e ICMS. 
	Referida imunidade não se aplica ao patrimônio, à renda e aos serviços relacionados com a exploração de atividades econômicas regidas pelas normas aplicáveis a empreendimentos privados, ou em que haja contraprestação ou pagamento de preços ou tarifas pelo usuário, nem exonera o promitente comprador da obrigação de pagar imposto relativamente ao bem imóvel. 
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
VI - instituir impostos sobre:
a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros;
Imunidade de templos de qualquer culto: 
	O artigo 150, VI, “b” da Constituição Federal, prescreve ser vedado às pessoas políticas prescreve ser vedado às pessoas políticas instituir impostos sobre os templos de qualquer culto. Importante frisar que tal vedação compreende somente o patrimônio, a renda e os serviços relacionados com as finalidades essenciais da entidade. 
	Templo de qualquer cultoé o edifício e suas instalações ou pertenças adequadas àquele fim, ou seja, compreende o próprio culto e tudo quanto vincula o órgão à função.
	A renda considera imune é aquela que decorre da prática do culto religioso, compreendendo as doações dos fiéis, inclusive as espórtulas e os dízimos, bem como as conseqüentes de aplicações financeiras, pois estas visam à preservação do patrimônio da entidade. 
	Costa entende que a imunidade sobre a renda abarca toda a renda utilizada a finalidade do templo, independente da sua origem, ou seja, o que a Lei Maior exige é uma correspondência entre a renda obtida pelo templo e sua aplicação, então, havendo relação entre a renda e as finalidades essenciais, satisfeita estará a vontade constitucional, logo è a destinação dos recursos, obtidas pela entidade o fator determinante do alcance da exoneração constitucional. 
	Desse modo, a exoneração constitucional sob exame afasta a exigência do IPTU relativo ao imóvel onde o culto se realiza, o ISSQN concernente ao serviço religioso, o IR sobre as esmolas, doações e rendimentos decorrentes de aplicações financeiras, o ITBI na aquisição desses bens, o IPVA referente aos veículos automotores usados na cataquese ou nos serviços de culto, etc. O importante é que a arrecadação seja utilizada para fins relacionados ao templo. 
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
VI - instituir impostos sobre:
b) templos de qualquer culto;
Imunidade dos partidos políticos e suas fundações: 
	Preceitua a Lei Maior, em seu artigo 150, IV, “c” ser vedado instituir impostos sobre o patrimônio, a renda ou os serviços dos partidos políticos e suas fundações. 
	São os partidos políticos, instrumentos de governo, entidades fundadas e mantidas exclusivamente para fins públicos, como órgãos imediatos e complementares da organização estatal, desempenhando o papel de veículos entre o cidadão e o exercício do poder político. 
	O intuito de tal vedação é de evitar a utilização de impostos como forma de inibir as atividades ou os ideais destas entidades, garantindo – se a livre agremiação. Referida imunidade se fundamenta no direito político e em seu pluralismo partidário, haja vista que, existe a necessidade de vários partidos políticos para que os indivíduos possam optar pelos ideais que melhor os representam, sob pena de retornar a um estado de ditadura. 
	Então, os partidos políticos e suas fundações estão exonerados das exigências do IPTU sobre os imóveis que ocupam; do ISSQN em relação aos serviços que prestarem a terceiros; do IR em relação aos rendimentos auferidos; do ITBI na aquisição desses bens; do IPVA referente aos veículos automotores utilizados para seus fins, entre outros. 
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
VI - instituir impostos sobre:
c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei;
Imunidade das entidades sindicais de trabalhadores:
	Preceitua a Constituição Federal, em seu artigo 150, IV, “c” ser vedado instituir impostos sobre o patrimônio, a renda ou os serviços das entidades sindicais de trabalhadores.
	Convém frisas que a imunidade em análise alcança tão somente as entidades sindicais de trabalhadores, não abrangendo os sindicatos patronais, que, usualmente, dispõem de mais recursos para a sua manutenção.
	A imunidade decorre da ideia de beneficias as entidades representativas, já que atuam na defesa dos direitos e interesses coletivos ou individuais da categoria, inclusive em questões judiciais ou administrativas. 
	Em conseqüência, as entidades sindicais de trabalhadores, estão exonerados das exigências do IPTU sobre os imóveis que ocupam; do ISSQN em relação aos serviços que prestarem a terceiros; do IR em relação aos rendimentos auferidos; do ITBI na aquisição desses bens; do IPVA referente aos veículos automotores utilizados para seus fins, entre outros.
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
VI - instituir impostos sobre:
c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei;
Imunidade das instituições de educação e de assistência social: 
	Preceitua a Lei Maior, em seu artigo 150, IV, “c” ser vedado instituir impostos sobre o patrimônio, a renda ou os serviços das instituições de educação e de assistência social.
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
VI - instituir impostos sobre:
c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei;
	Aquele que, sem visar o lucro, cumpre um dos objetivos previstos no artigo 203 da Constituição Federal, ou seja, pratica um ato que implique na proteção a família, a maternidade, a infância, a adolescência,a velhice, o amparo as crianças e adolescentes carentes, a promoção da integração ao mercado de trabalho, a habitação a reabilitaçãode pessoas portadoras de deficiência e a promoção de sua integração a vida comunitária, ou a garantia de um salário mínimo mensal a pessoa portadora de deficiência e ao idoso que comprove não possuir meios de prover a própria manutenção ou de tê-la provida por sua família, desde que, a prática desse ato seja voluntária e implique em mera liberalidade do praticante, ou seja, não decorra de imposição legal. 
	Instituições são aquelas entidades formadas com o propósito de servir à coletividade, colaborando com o Estado ao suprir suas deficiências. São pessoas de Direito Privado que exercem, sem fim lucrativo, atividades de colaboração com o Estado em funções cujo desempenho é, em principio, atribuição deste. Objetiva – se impedir sejam tais entidades oneradas por via de impostos. 
	A educação é direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. 
	Já a assistência social será prestada a quem dela necessitar, independente da contribuição à seguridade social, e tem por objetivos: 
A proteção à familia, à maternidade, à infância, à adolescência e à velhice;
O amparo às crianças e adolescentes carentes;
A promoção da integração ao mercado de trabalho;
A habitação a reabilitação de pessoas portadoras de deficiência e a promoção de sua integração a vida comunitária
A garantia de um salário mínimo mensal de beneficio mensal a pessoa portadora de deficiência e ao idoso que comprove não possuir meios de prover a própria manutenção ou de tê-la provida por sua família. 
	A razão da outorga dessa imunidade é a realização, pelas instituições por ela beneficiadas, de atividades próprias do Estado, de relevante interesse público; a educação, o acesso à cultura, a assistência social, em suas diversas modalidades, como médica, hospitalar, jurídica, etc. assim, por ajudarem a suprir as deficiências da atuação estatal nessas áreas, são recompensadas com a vedação constitucional da exigência de impostos. 
	Consequentemente, as instituições de educação e de assistência social que atendam a todos os requisitos constitucionais e legais estão exoneradas das exigências de IPTU sobre os imóveis que ocupam; do ISSQN em relação aos serviços que prestarem a terceiros; do IR em relação aos rendimentos auferidos; do ITBI na aquisição desses bens; do IPVA referente aos veículos automotores utilizados para seus fins, entre outros.
	Importante frisar que não é a ausência de lucro que caracteriza uma entidade sem fins lucrativos, visto que o lucro é relevante e mesmo necessário para que a mesma possa continuar desenvolvendo suas atividades. O que está vedado é a utilização da entidade como instrumento de auferimento de lucro por seus dirigentes, já que esse intento é buscado por outro tipo de entidade, qual seja, a empresa. 
	A qualificação de uma entidade como sendo “sem fins lucrativos” exige o atendimento de dois únicos pressupostos, sendo a não distribuição dos lucros auferidos aos seus dirigentes, e a não reversão do patrimônio da mesma às pessoas que a criaram, com a aplicação dos resultados econômicos positivos obtidos na própria entidade. 
	A imunidade tributária abrange, por exemplo, as instituições de educação públicas, que por força de norma constitucional têm atividades gratuitas, e são alcançadas pela imunidade recíproca, no entanto, nada impede que as instituições de educação privada, para efeito de fruírem da imunidade fiscal, cobrem mensalidades de seus alunos, desde que os recursos assim obtidos sejam revertidos aos seus fins institucionais, tais como remuneração de professores e funcionários, investimentos em instalações, equipamentos, materiais, entre outros. 
Imunidade dos livros, jornais, periódicos e o papel destinado à sua impressão: 
	Preceitua a Lei Maior, em seu artigo 150, VI, “d” ser vedado instituir impostos sobre livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão 
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
VI - instituir impostos sobre:
d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão.
	Prestigia esta imunidade diversos valores, sendo a liberdade de comunicação, a liberdade de manifestação do pensamento, a expressão da atividade intelectual, artística, cientifica, visando ao acesso à informação e à difusão da cultura e da educação, bem como o direito exclusivo dos autores de utilização, publicação ou reprodução de suas obras, transmissível aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar.
	Em razão disso, não há dúvida de que estão livres aqueles itens da exigências dos impostos que recairiam nas operações e prestações que os tenham por objeto, tais como impostos de importação e exportação, ICMS, IPI e ISSQN. 
Obs.: Existe conflito sobre o entendimento da exigência de impostos diante do tempo de inovações tecnológicas, onde os livros, são são mais necessariamente impressos em papel, Para Costa o conceito de livro deve ter sua conotação modificada, para comportar conteúdos que não foram imaginados pelo legislador constituinte, porém, que são indubitavelmente fiéis à finalidade da norma constitucional, abrangendo além da mídia escrita. 
Imunidade de fonogramas e videofonogramas musicais produzidos no Brasil, contendo obras musicais ou literomusicais de autores brasileiros e/ou obras em geral interpretadas por artistas brasileiros, bem como os suportes materiais ou arquivos digitais que os contenham, salvo na etapa de replicação industrial de mídias ópticas de leitura a laser: 
A Constituição Federal prelecionou a hipótese supracitada em seu artigo 150, VI “e”:
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
VI - instituir impostos sobre:
e) fonogramas e videofonogramas musicais produzidos no Brasil contendo obras musicais ou literomusicais de autores brasileiros e/ou obras em geral interpretadas por artistas brasileiros bem como os suportes materiais ou arquivos digitais que os contenham, salvo na etapa de replicação industrial de mídias ópticas de leitura a laser. (Incluída pela Emenda Constitucional nº 75, de 15.10.2013)
Obs.: Fonograma é o registro de ondas sonoras (a própria música), e videofonograma, por sua vez, o registro de imagens e sons, em determinado suporte. 
	Dessa forma, o intuito é incentivar a produção musical de autoria e/ou interpretação brasileiras, por meio de CDs, DVDs e outras mídias, desonerando esses itens de carga tributária de impostos. ,
	Tal imunidade afasta, a exigência de Imposto de Importação e Exportação, ICMS, IPI e ISSQN.
→ IMUNIDADES ESPECIFICAS:
	As imunidades especificas, em geral, são restritas a um único tributo, que pode ser imposto, taxa ou contribuição, e servem a valores mais limitados ou conveniências especiais. 
	A Constituição de 1988 contempla um grande número de imunidades especificas, assim entendidas aquelas que, como regra, dirigem – se especialmente a uma pessoa política e são restritas a um único tributo. 
→ Impostos:
IPI – Imposto sobre Produtos Industrializados (art. 153, § 3°, III CF)
Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre:
§ 3º O imposto previsto no inciso IV:
III - não incidirá sobre produtos industrializados destinados ao exterior.
ITR – Imposto sobre propriedade territorial rural (art. 153, § 4°, II CF)
Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre:
§ 4º O imposto previsto no inciso VI do caput:
II - não incidirá sobre pequenas glebas rurais, definidas em lei, quando as explore o proprietário que não possua outro imóvel
ICMS – Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação (art. 155, § 2°, X “a”, “b”, “c” e “d” CF)
Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir

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