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RESPONSABILIDADE CIVIL - Causas Excludentes

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RESPONSABILIDADE CIVIL
Causas Excludentes de Responsabilidade Civil e Cláusula de Não Indenizar
Trata-se de matéria com importantes efeitos práticos, uma vez que, com frequência, é arguida como matéria de defesa pelo réu (agente causador do dano) no bojo da ação indenizatória proposta pela vítima. 
Como causas excludentes de responsabilidade civil devem ser entendidas todas as circunstâncias que, por atacar um dos elementos ou pressupostos gerais da responsabilidade civil, rompendo o nexo causal, terminam por fulminar qualquer pretensão indenizatória. 
As causas excludentes são: 
Estado de Necessidade; 
O Estado de Necessidade tem assento legal no art.188 do Código Civil.
“CC, Art. 188 – Não constituem atos ilícitos:
I – os praticados em legítima defesa ou no exercício regular de um direito reconhecido;
II – a deterioração ou destruição da coisa alheia, ou a lesão a pessoa, a fim de remover perigo iminente.
Parágrafo único. No caso do inciso II, o ato será legítimo somente quando as circunstâncias o tornarem absolutamente necessário, não excedendo os limites do indispensável para a remoção do perigo”. 
Consiste na situação de agressão a um direito alheio, de valor jurídico ou inferior àquele que se pretende proteger, para remover perigo iminente, quando as circunstâncias do fato não autorizarem outra forma de atuação.
O parágrafo único do referido artigo prevê que o estado de necessidade “somente será considerado legítimo quando as circunstâncias o tornarem absolutamente necessário, não excedendo os limites do indispensável para a remoção do perigo”.
Segundo Maria Helena Diniz o estado de necessidade consiste na ofensa do direito alheio para remover perigo iminente, quando as circunstâncias o tornarem absolutamente necessário e quando não exceder os limites do indispensável para a remoção do perigo.
Com isso, quer dizer que o agente, atuando em estado de necessidade, não está insento do dever de atuar nos estritos limites de sua necessidade para a remoção de perigo. Será responsabilizado, pois, por qualquer excesso que venha a cometer.
Entretanto, se o terceiro atingido não for o causador da situação de perigo, poderá exigir indenização do agente que houvera atuado em estado de necessidade, cabendo a este ação regressiva contra o verdadeiro culpado.
“CC, Art. 929. Se a pessoa lesada, ou o dono da coisa, no caso do inciso II do art. 188, não forem culpados do perigo, assistirlhes-á direito à indenização do prejuízo que sofreram.”
Legítima Defesa;
Tem fundamento no mesmo artigo (que versa sobre o Estado de necessidade) 188, I, primeira parte.
No caso da legítima defesa, o indivíduo encontra-se diante de uma situação atual ou de iminente de ijusta agressão, dirigida a si ou a terceiro, que não é obrigado a suportar.
A desnecessidade ou imoderação dos meios de repulsa poderá caracterizar o excesso, proibido pelo Direito.
Vale lembrar que, se o agente exercendo a sua lídima prerrogativa de defesa, atinge terceiro, que poderá exigir indenização do agente, cabendo a este ação regressiva contra o verdadeiro culpado.
A Legítima defesa pode dividir-se em:
Legitima defesa real (art.188, I, primeira parte) - pressupõe a reação proporcional a uma injusta agressão, atual ou iminente, utilizando-se moderadamente dos meios de defesa postos à disposição do ofendido.
Legítima defesa putativa – quando o agente, em face de uma suposta ou imaginária agressão, repele-a, utilizando moderadamente dos meios necessários para a defesa do seu direito ameaçado.
Exercício Regular de Direito e Estrito Cumprimento do Dever Legal;
O inciso I do art. 188 não trata do estrito cumprimento do dever legal, apenas do exercício regular de direito, mas a doutrina, a exemplo de Frederico Marques, determina como desnecessário denominar os dois, pois quem age em estrito cumprimento do dever legal, age em exercício regular de direito. Sempre respeitando os limites racionais do lídimo exercício do seu direito.
Ambos são cláusulas excludentes da responsabilidade civil.
Desde que não haja abuso ou excesso.
Exemplos de Estrito Cumprimento do Dever Legal:
- Oficial de Justiça
- Policial
- Funcionário da Infraero (R-X de aeroporto)
Exemplos de Exercício Regular de Direito:
- Guarda Volumes 
- Porta giratória de bancos
Caso Fortuito e Força Maior;
“CC, Art. 393. O devedor não responde pelos prejuízos resultantes de caso fortuito ou força maior, se expressamente não se houver por eles responsabilizado.
Parágrafo único. O caso fortuito ou de força maior verifica-se no fato necessário, cujos efeitos não era possível evitar ou impedir.”
Para a lei não há diferença de significado entre caso fortuito e força maior, ambos são fatos necessários que não se pode evitar.
Na doutrina, as opiniões são distintas, sendo predominante a de Maria Helena Diniz, segundo a qual: 
- Caso fortuito é evento imprevisível 
- Força maior é evento inevitável
Tanto o caso fortuito quanto a força maior excluem a responsabilidade civil por quebra do nexo causal, salvo se havia responsabilização expressa em contrato para tal caso – situação das seguradoras.
Culpa Exclusiva da Vítima;
A culpa exclusiva da vítima nunca pode ser presumida, sempre deverá ser provada e gera a exclusão da responsabilidade civil também por quebra do nexo causal.
Ex.: Atropelamento em rodovia perto de passarela. Se motorista na velocidade adequada – culpa exclusiva da vítima. Se motorista acima da velocidade – culpa concorrente – juiz reduzirá a indenização, mas não excluirá a responsabilidade civil.
Fato de Terceiro;
No fato de terceiro o suposto causador do dano atuou apenas como agente físico de um dano verdadeiramente e juridicamente causado por terceiro.
É causa excludente da responsabilidade civil por quebra do nexo causal.
Quem será responsabilizado é o terceiro, real causador do dano.
Teoria do Corpo Neutro
Ocorre no caso específico de exclusão da responsabilidade civil por fato de terceiro em acidentes de trânsito quando um objeto é considerado projétil do impacto de outro. 
Ex.: Engavetamento.
O responsável será apenas o causador físico do dano, não havendo nem a possibilidade de acionar o corpo neutro e este acionar regressivamente o real causador, pois a legitimidade passiva será apenas do real causador do dano – Posição STJ.
Cláusula de não indenizar;
Consiste na cláusula contratual que prevê isenção de responsabilidade civil.
Ex.: Estacionamentos.
STJ Súmula nº 130: A empresa responde, perante o cliente, pela reparação de dano ou furto de veículo ocorrido em seu estacionamento.
Em contratos de adesão, principalmente os que tratam de situação de direitos do consumidor, essa cláusula é nula de pleno direito por ser abusiva – CDC art. 25.

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