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apostila civil parte geral

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PROFESSOR 
DUARTE JUNIOR 
DIREITO CIVIL 
PARTE GERAL 
1 
CONTATOS 
2 
@DuarteJr_ 
Duarte Junior 
duartejr@duartejr.com 
www.duartejr.com 
PROCEDIMENTOS DIDÁTICOS 
 Horário; 
 Freqüência; 
 Participação (Interatividade); 
 Aulas expositivas dialogadas; 
 Estudos de casos; 
 Exercícios práticos escritos ou orais; 
 Leitura e discussão de textos; 
 Pesquisas individuais e em grupo; 
 Seminários orientados; 
 Utilização de ferramentas alternativas; 
 
 
3 
BIBLIOGRAFIA 
 Básica 
 1. GAGLIANO, Pablo Stolze; PAMPLONA FILHO, Rodolfo. Novo curso de 
direito civil, volume 1: parte geral. 13ª ed. rev. atual. e reform. São Paulo: 
Saraiva: 2011. 
 2. VENOSA, Sílvio de Salvo. Direito Civil: parte geral. 11ª Ed. São Paulo: 
Atlas, 2011. 
 3. TARTUCE, Flávio. Lei de Introdução e Parte Geral. 6. ed. Rio de Janeiro: 
Forense. São Paulo: Método, 2010. 
 Complementar 
 GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito civil brasileiro.Parte Geral 8. ed. São 
Paulo: Saraiva, 2010. v. 1. 
 Sugestão Particular 
 LEIA 2 PÁGINAS DE CADA DOUTRINA E ESCOLHA A QUE MAIS SE 
IDENTIFICAR; 
 
4 
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO 
 Unidade I - Lei de Introdução as Normas 
do Direito Brasileiro (6h) 
– Fontes do Direito 
– Interpretação e Integração das Normas 
– Existência, vigência, validade e eficácia das 
normas (tempo e espaço) 
 
5 
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO 
 Unidade II - Da Pessoa Natural (8h) 
– Início da Pessoa Natural 
– O Nascituro 
– Capacidade Civil 
– Extinção da Pessoa Natural 
– Domicílio da Pessoa Natural 
 
6 
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO 
 Unidade III - Personalidade Jurídica e os 
Direitos da Personalidade (8h) 
– Espécies de Pessoa 
– A Personalidade Jurídica 
– Os Direitos da Personalidade 
– Nome Civil 
 
7 
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO 
 Unidade IV - Pessoa Jurídica (6h) 
– Conceito e Elementos 
– Classificação das Pessoas Jurídicas de Direito Privado 
– Início da Existência 
– Entes Despersonalizados 
– Capacidade e Direitos da Personalidade aplicáveis às 
Pessoas Jurídicas 
– Domicílio 
– Extinção da Pessoa Jurídica 
– Desconsideração da Personalidade Jurídica (Disregard 
Doctrine) 
8 
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO 
 Unidade V - Bens Jurídicos (8h) 
– Conceito 
– Classificação 
 Unidade VI. Fatos Jurídicos (12h) 
– Definição 
– Classificação 
– Negócio Jurídico 
– Defeitos/Vícios dos Negócios Jurídicos 
– Fato Ilícito 
– Abuso de Direito 9 
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO 
 Unidade VII - Prova do Negócio Jurídico (4h) 
– Noções Conceituais 
– Prova Emprestada 
– Efeitos da Revelia 
– Meios de Prova 
 Unidade VIII - Prescrição e Decadência (8h) 
– Prescrição 
– Decadência 
– Distinção entre Prescrição e Decadência 
10 
PROFESSOR 
DUARTE JUNIOR 
1ª AULA DIREITO CIVIL 
Lei de Introdução as Normas do Direito 
Brasileiro 
Nova redação dada pela Lei nº 
12.376/2010 
11 
1. Noção de Direito 
 A norma jurídica pertence à vida social. Possui caráter social vez que 
regulamenta as relações interindividuais. 
 
 O poder é elemento essencial no processo de criação da norma 
jurídica, que surge de um ato decisório do poder político. 
 
 Assim, mediante normas, o direito pretende obter o equilíbrio social, 
procurando proteger a saúde e a moral pública, resguardando os 
direitos e a liberdade das pessoas. 
 
 O civilista irá analisar as normas de direito civil, em atenção à 
realidade social subjacente (fatores externos), bem como o valor 
(consecução de uma finalidade). 
 Logo, os elementos do direito: fato, valor e norma coexistem numa 
unidade concreta. 12 
1. Noção de Direito 
 Definição de direito: “ordenação heterônoma 
das relações sociais, baseada numa integração 
normativa de fatos e valores” (Miguel Reale). 
 Direito objetivo: complexo de normas jurídicas 
que regem o comportamento humano, de modo 
obrigatório, prescrevendo uma sanção quando 
da sua violação (jus est norma agendi). 
 Direito subjetivo: seria a prestação jurisdicional 
pela ação dos órgãos públicos e operadores da 
justiça (mérito do advogados). É subjetivo 
porque a pessoa tem a faculdade de exercê-lo. 
 
 
13 
2. Direito Público e Privado 
 As normas de direito público asseguram 
diretamente o interesse da sociedade e 
indiretamente o do particular. Bem como as de 
direito privado visam atender imediatamente o 
interesse dos indivíduos e mediatamente o do 
poder público. 
 Problemática: como limitar o interesse 
público-privado? 
 O direito público regulas as relações em que o 
Estado é parte, por força do poder soberano e da 
tutela do bem coletivo. 
 
 
14 
2. Direito Público e Privado 
 O direito privado disciplina as relações entre 
particulares, nas quais predomina o interesse de ordem 
privada, como: compra e venda, casamento, 
testamento, empréstimo, etc. 
 
 Logo, haverá situações em que não será possível 
dissociar um do outro, apenas levar em consideração a 
preponderância de um em relação ao outro. 
 
 
15 
2. Direito Público e Privado 
 
 
16 
DIREITO PÚBLICO 
INTERNO 
DIREITO PÚBLICO 
EXTERNO 
DIREITO PRIVADO 
-Direito Constitucional 
-Direito Administrativo 
-Direito Tributário 
-Direito Financeiro 
-Direito Processual 
-Direito Penal 
-Direito Previdenciário 
 
- Direito Internacional 
 
-Direito Civil 
-Direito Empresarial 
-Direito do Trabalho 
-Direito do Consumidor 
 
3. Fontes Jurídicas 
 Fonte material (ou de produção): aponta a 
origem do direito, aludindo à fatores éticos, 
sociológicos, históricos, políticos, etc., que 
produzem o direito e condicionam seu 
desenvolvimento. 
 Fonte formal: demonstra os meios empregados 
pelo jurista para conhecer o direito, ao indicar os 
documentos que revelam o direito vigente, 
possibilitando sua aplicação a casos concretos, 
apresentando-se, então, como fonte de cognição 
(Luis Fernando Coelho). 
 
 
17 
3. Fontes Jurídicas 
 As fontes formais podem ser estatais e não-
estatais. 
 As estatais subdividem-se em: legislativas 
(leis, decretos, regulamentos), 
jurisprudenciais (sentenças, precedentes 
judiciais, súmulas, OJ’s) e convencionais 
(tratados e convenções internacionais). 
 As não-estatais abrangem o direito 
consuetudinário (usos e costumes), o direito 
científico (a doutrina) e as convenções em geral 
ou negócios jurídicos. 
 
 
18 
4. Norma Jurídica 
 As normas jurídicas têm um conteúdo que varia 
de acordo com a época, lugar, política dominante, 
etc. Contudo, o conteúdo da norma varia, mas 
não a sua essência. A essência não se confunde 
com a norma. A norma é algo real, porém, sua 
essência é ideal, pois é atemporal; a ela não 
chegamos através dos sentidos, mas da intuição 
intelectual, sendo desprovida de valor. A norma 
jurídica é uma norma de conduta, no sentido 
de que seu escopo é dirigir o comportamento 
dos indivíduos (particulares, públicos ou 
internacionais). 
 
 
19 
4. Norma Jurídica 
 Ela prescreve como se deve orientar a conduta de cada 
um, sendo, portanto, prescritiva ou diretiva. É 
imperativa como toda norma de comportamento 
humano destinada a regular o agir do homem e a 
orientá-lo para suas finalidades. Logo, situa-se no 
âmbito da normatividade ética. 
 O desrespeito a uma norma moral pode causar: 
1) sanção individual e interna (arrependimento, vergonha); 
2) sanção externa, como a opinião pública que estima as 
pessoas honestas e despreza os iníquos 
(transgressores da lei). 
 
 
 
20 
4. Norma Jurídica 
 A normade direito, ao mesmo tempo que 
estabelece a ordem desejada, sanciona a 
transgressão, a fim de que essa infração não se 
produza. 
 
 A coação é um outro elemento da norma 
jurídica, sendo, então, a aplicação efetiva da 
sanção (uso da força). Porém, é a norma jurídica 
que autoriza o uso da faculdade de coagir, 
legitimando-a. A coatividade é do lesado, mas a 
autorização para o seu uso é da norma jurídica. 
 
 
21 
5. Teoria da Hierarquia das 
Normas Jurídicas 
5.1 Normas constitucionais: são as relativas aos textos da 
CF, de modo que as demais normas da ordenação jurídica 
deverão ser conformes a elas. São as mais importantes, por 
assegurarem os direitos fundamentais da pessoa, como indivíduo 
e cidadão, e disciplinarem a estrutura da nação e organização do 
Estado. 
5.2 Leis complementares: ficam entre a norma constitucional 
e a lei ordinária, por que tratam de matérias especiais, que não 
podem ser deliberadas em leis ordinárias e cuja aprovação exige 
quorum especial. Não podem apresentar contradição ao texto da 
CF, sob pena de serem declaradas inconstitucionais (art. 59, 
§único, 61 e 69, CF). Destinam-se à regulamentação de textos 
constitucionais, quando o direito definido não é auto executável e 
há necessidade de se estabelecerem os requisitos e forma de sua 
aquisição e exercício. 
 
 
22 
5. Teoria da Hierarquia das 
Normas Jurídicas 
5.3 Leis ordinárias: são as que emanam dos órgãos investidos de 
função legislativa pela CF, mediante discussão e aprovação de projetos 
de lei submetidos às duas Casas do Congresso Nacional (Câmara dos 
Deputados e Senado) e, posteriormente à sanção e promulgação do 
Presidente da República e publicação no Diário Oficial da União. 
a) Leis delegadas: têm a mesma posição hierárquica das ordinárias, 
sendo elaboradas pelo Presidente da República, que deverá solicitar a 
delegação ao Congresso Nacional (art. 68, §§ 1º ao 3º, CF). 
b) Medidas provisórias (art. 62, CF): estão no mesmo plano das 
ordinárias e das delegadas, embora não sejam leis (art. 84, XXVI, CF). O 
Presidente da República poderá adotar tais medidas, com força de lei, em 
caso de relevância e urgência, devendo submetê-las de imediato ao 
Congresso Nacional. Contudo, perderão sua eficácia se não forem 
convertidas em lei dentro de 60 dias, prorrogável por uma única vez por 
igual prazo, contado a partir de sua publicação. O Poder Executivo exerce 
função normativa. 
 
 
23 
5. Teoria da Hierarquia das 
Normas Jurídicas 
 Obs: Vedada está a edição de Medida Provisória sobre (art. 
62, §1º, CF): 
 Questão relativa à nacionalidade, cidadania, direitos 
políticos, partidos políticos e direito eleitoral; direitos 
penal, processual penal e processual civil, organização do 
poder judiciário e Ministério Público; planos plurianuais, 
diretrizes orçamentárias; 
 Detenção ou sequestro de bens, de poupança popular ou 
qualquer outro ativo financeiro; 
 Matéria reservada à lei complementar; 
 Assunto já disciplinado em projeto de lei aprovado pelo 
Congresso Nacional e pendente de sanção ou veto do 
Presidente da República. 
 
24 
5. Teoria da Hierarquia das 
Normas Jurídicas 
 c) Decretos legislativos: são normas, aprovadas pelo 
Congresso, sobre matéria de sua exclusiva 
competência, como ratificação de tratados 
internacionais, julgamento das contas do Presidente da 
República. Portanto, tais atos não são remetidos ao 
Presidente para serem sancionados. 
 
 d) Resoluções: são decisões do Legislativo sobre 
assuntos do seu interesse, como questões 
concernentes à licença ou perda de cargo por deputado 
ou senador, ou à fixação de subsídios. 
 
25 
5. Teoria da Hierarquia das 
Normas Jurídicas 
5.4 Decretos regulamentares: são normas 
jurídicas gerais, abstratas e impessoais, 
estabelecidas pelo Executivo, para desenvolver uma 
lei, facilitando sua execução. 
 
5.5 Normas internas: são os despachos, estatutos, 
regimentos dos órgãos públicos, tribunais, etc. 
 
5.6 Normas individuais: envolvem diretamente os 
interesses dos particulares, com determinação de 
matéria específica. São os contratos, sentenças 
judiciais, testamento, etc. 
 
26 
Quadro Resumo 
NORMAS JURÍDICAS 
1. NORMAS CONSTITUCIONAIS 
2. LEIS COMPLEMENTARES 
3. LEIS ORDINÁRIAS: 
a) Leis Delegadas 
b) Medidas Provisórias 
c) Decretos Legislativos 
d) Resoluções 
4. DECRETOS REGULAMENTARES 
5. NORMAS INTERNAS 
6. NORMAS INDIVIDUAIS 
27 
6. Princípios basilares do 
Direito 
 Personalidade: ao aceitar que todo ser humano é sujeito 
de direitos e obrigações, pelo simples fato de ser uma 
pessoa. Vale lembrar que com a mudança do 
entendimento dos Tribunais Superiores no Brasil, hoje, 
adota-se a Teoria Concepcionista, que determina o início 
da personalidade ainda quando do nascituro, pois há vida 
a partir da concepção. 
 Autonomia da vontade: pelo reconhecimento de que a 
capacidade jurídica da pessoa humana lhe confere o poder 
de praticar ou abster-se de certos atos, conforme sua 
vontade. 
 Liberdade de estipulação negocial: devido à permissão 
de outorgar direitos e de aceitar deveres, nos limites 
legais, dando origem a negócios jurídicos. 
28 
6. Princípios basilares do 
Direito 
 Propriedade individual: pela idéia que a pessoa, pelo seu 
trabalho ou pelas formas admitidas em lei, pode exteriorizar a 
sua personalidade em bens móveis ou imóveis que passam a 
constituir o seu patrimônio. 
 Intangibilidade familiar: reconhecer a família como uma 
expressão imediata de seu ser pessoal; 
 Legitimidade da herança e do direito de testar: entre os 
poderes que as pessoas têm sobre seus bens, se inclui o de 
poder transmiti-los, total ou parcialmente, a seus herdeiros 
(“inter vivus” ou “causa mortis”). 
 Solidariedade social: ante a função social da propriedade e 
dos negócios jurídicos, a fim de conciliar as exigências da 
coletividade com os interesses particulares (difusos). 
 29 
7. Vigência da Lei (com base 
na LINDB) 
 Processo Legislativo: elaboração do projeto – análise pela 
casa legislativa – análise pelo chefe do executivo – sanção – 
promulgação – publicação 
 Embora nasça com a promulgação, só começa a vigorar com sua 
publicação no Diário Oficial. Tornando-se obrigatória, pois 
ninguém pode escusar-se de cumpri-la alegando que não a 
conhece (art. 3º, LINDB). 
 A vigência se inicia com a publicação e se estende até sua 
revogação, ou até o prazo estabelecido para sua validade. A 
vigência, portanto, é uma qualidade temporal da norma. 
 Segundo o art. 1º, LINDB, a lei, salvo disposição contrária, 
“começa a vigorar em todo o país 45 dias depois de 
oficialmente publicada”. O intervalo entre a data de sua 
publicação e a sua entrada em vigor denomina-se “vacatio legis”. 
30 
7. Vigência da Lei (com base 
na LINDB) 
 Quando a lei brasileira é admitida no exterior (em 
geral quando cuida de atribuições de ministros, 
embaixadores, cônsules, etc.), a sua obrigatoriedade 
inicia-se três meses depois de oficialmente 
publicada. 
 Se durante a vacatio legis ocorrer nova publicação 
de seu texto, para correção de erros materiais ou falha de 
ortografia, o prazo da obrigatoriedade começará a correr 
da nova publicação. 
 O prazo de 45 dias não se aplica aos decretos e 
regulamentos, cuja obrigatoriedade determina-se pela 
publicação oficial. Tornam-se, assim, obrigatórios, desde a 
data de sua publicação. 
31 
7. Vigência da Lei (com base 
na LINDB) 
 7.2 Revogação da lei: cessa a vigência da lei com a sua 
revogação. Não se tratando de vigência temporária, terá vigor até 
que outra a modifique ou revogue (art. 2º, LINDB), por força do 
Princípio da Continuidade. 
 Em alguns casos especiaisa lei pode ter vigência temporária e 
cessará por causas intrínsecas, tais como: 
a) Advento de termo fixado para a sua duração; 
b) Implemento de condição resolutiva (circunstanciais). Ex: enquanto 
durar a guerra; 
c) Consecução de seus fins: quando destinada a um determinado fim e 
este se realiza. 
 Dá-se, nesses casos, a caducidade da lei: torna-se sem efeito pela 
superveniência de uma causa prevista em seu próprio texto, sem 
necessidade de norma revogadora. É também o caso de leis cujos 
pressupostos fáticos desaparecem, por exemplo, lei que se destina 
ao combate de uma determinada doença. 
32 
7. Vigência da Lei (com base 
na LINDB) 
 A revogação da lei pode ser expressa 
(quando a lei nova declara, de modo taxativo 
e inequívoco, que a lei anterior ou parte dela 
fica revogada) ou tácita (quando não há 
declaração nesse sentido, mas mostra-se 
incompatível com a lei antiga. 
 
 A revogação pode ser total (ab-
rogação) ou parcial (derrogação). 
 33 
7. Vigência da Lei (com base 
na LINDB) 
 QUESTÃO DE OAB: O nosso direito não admite, como 
regra, a repristinação, que é o fenômeno da 
restauração da lei revogada pelo fato da lei 
revogadora ter perdido a sua vigência (art. 2º, §3º, 
LINB). Não há, portanto, o efeito repristinatório, 
restaurador, da primeira lei revogada, salvo quando 
houver pronunciamento expresso do legislador 
nesse sentido. 
 Assim, por exemplo, revogada a Lei 1 pela Lei 2, 
e posteriormente revogada a lei revogadora (2) pela 
Lei 3, não se restabelece a vigência da Lei 1, salvo se 
a Lei 3 determinar a sua repristinação. 
 
34 
7.3 Teoria das Antinomias 
 Antinomia é a presença de duas normas 
conflitantes. Decorre da existência de duas ou mais 
normas relativas ao mesmo caso, imputando-lhe 
soluções logicamente incompatíveis. Critérios de 
solução dos conflitos: 
 
- Cronológico: a norma posterior prevalece sobre a 
anterior; 
- Da especialidade: a norma especial prevalece sobre 
a geral; 
- Hierárquico: a norma superior prevalece sobre a 
inferior. 35 
8. Obrigatoriedade das Leis 
 Sendo a lei uma ordem dirigida à vontade geral, uma vez em vigor torna-
se obrigatória para todos (art. 3º, LINDB). Tal dispositivo visa garantir a 
eficácia global da ordem jurídica, que estaria comprometida se admitisse a 
alegação de ignorância de lei vigente. 
 
 A teoria da necessidade social (Clóvis Beviláqua) sustenta que a lei tem 
efeito erga omnes por elevada razão de interesse público, ou seja, para 
que seja possível a convivência social. A publicação oficial da lei tem por 
finalidade torná-la conhecida e neutralizar a ignorância. 
 
 Contudo, devemos considerar o conhecimento falso da lei, chamado de 
erro de direito, como causa de anulação de negócio jurídico. Tal instituto 
só poderá ser invocado quando comprovada a boa-fé do agente. Ex: 
inadimplemento contratual sem a intenção de descumprir a lei (art. 139, 
CC). 36 
9. Teoria das Lacunas e Soluções 
(Integração das Normas Jurídicas) 
 Há situações em que não há previsão legal para a 
solução do conflito. Como o magistrado não pode 
eximir-se de proferir decisão sob o pretexto de que a 
lei é omissa (art. 126, CPC), deve valer-se dos 
mecanismos destinados a suprir as lacunas da lei, 
que são: a analogia, os costumes (direito 
consuetudinário) e os princípios jurídicos, 
considerando esta como ordem hierárquica. 
 O direito estaticamente considerado (caso a caso) 
pode conter lacunas. Porém, sob o aspecto dinâmico 
(lato sensu), NÃO, pois ele mesmo prevê os meios 
para suprir os espaços vazios e promover a 
integração do sistema. 
37 
9.1 ANALOGIA 
 Quando o juiz utiliza-se da analogia para solucionar 
determinado litígio, não está apartando-se da lei, mas 
aplicando à hipótese não prevista em lei um dispositivo 
legal relativo a caso semelhante. Isso porque o direito 
brasileiro consagra a supremacia da lei escrita, bem como 
por força do princípio da igualdade de tratamento. 
 Requisitos: 
 a) inexistência de dispositivo legal prevendo e 
disciplinando a hipótese do caso concreto; 
 b) semelhança entre a relação não contemplada e outra 
regulada na lei; 
 c) identidade de fundamentos lógicos e jurídicos no ponto 
comum às duas situações. 
 
38 
#DuDica Não confundir analogia 
com interpretação extensiva 
A primeira implica no uso de outra norma do sistema jurídico, em 
razão da ausência de norma adequada à solução do caso 
concreto. 
 A segunda, porém, consiste na extensão do âmbito de 
aplicação da mesma norma a situações não expressamente 
previstas mas compreendidas pelo seu espírito, mediante uma 
interpretação menos literal. Ex: O juiz, ao interpretar o art. 25, CC, 
estende ao companheiro a legitimidade conferida ao cônjuge do 
ausente para ser o seu curador. 
#DuDica Os negócios jurídicos benéficos, a renúncia e a fiança não 
admitem o uso de analogia, nem interpretação extensiva, pois são 
interpretadas estritamente (art. 114 e 819, CC), pois importam 
restrição ou renúncia a um direito. 
 
39 
9.2 USOS E COSTUMES 
 O juiz só pode recorrer ao direito consuetudinário 
quando esgotadas as possibilidades de suprir a 
lacuna pelo emprego da analogia. Daí dizer-se que 
o costume se caracteriza como fonte subsidiária ou 
fonte supletiva. 
 
 Difere-se da lei quanto à origem, posto que esta 
nasce de um processo legislativo, tendo origem 
certa e determinada, enquanto o costume tem 
origem incerta. Distingue-se também na forma, 
pois é direito não escrito. 
 
 
40 
9.2 USOS E COSTUMES 
 O costume é composto de dois elementos: o uso ou 
prática reiterada de um comportamento (elemento 
externo ou material) e a convicção de sua 
obrigatoriedade (elemento interno ou psicológico). 
Logo, é conceituado como “a prática uniforme, 
constante, pública e geral de determinado ato, com a 
convicção de sua necessidade” (Washington de Barros 
Monteiro). 
 Porém, para que se converta em costume jurídico, e 
deixe de ser simples uso sem força coercitiva, é 
necessário que a autoridade judiciária tome 
conhecimento de sua existência e o aplique, 
declarando-o obrigatório. 41 
9.2 USOS E COSTUMES 
 Espécies de costumes: 
a) Secundum legem: quando se acha expressamente referido 
na lei. Neste caso, sua eficácia é reconhecida pelo direito 
positivo, como por exemplo os arts. 1297, §1º, 596 e 615, 
CC. Passa a ter caráter de lei, deixando de ser costume 
propriamente dito. 
b) Praeter legem: quando se destina a suprir a lei, nos casos 
em que há omissão desta, como prevê o art. 4º, LINDB e o 
art. 126, CPC. 
c) Contra legem: que se opõe à lei. O costume contrário à 
aplicação da lei não tem o poder de revogá-la. Os 
doutrinadores, em geral, rejeitam tais costumes por entendê-
los incompatíveis com a tarefa do Estado e com o princípio de 
que as leis só se revogam por outras. 42 
9.3 Princípios gerais de Direito 
 São estes constituídos de regras que se encontram na 
consciência dos povos e são universalmente aceitas, 
mesmo não escritas. Muitas delas passam a integrar nosso 
direito positivo, como a de que “ninguém pode lesar a 
outrem” (art. 186, CC), a que veda o enriquecimento sem 
causa (art. 1216, 1220), a que não admite escusa de não 
cumprimento da lei por não conhecê-la (art. 3º, LINDB). 
 Em sua maioria, os princípios estão implícitos no sistema 
jurídico civil, como o de que “ninguém pode valer-se da 
própria torpeza”, pois o sistema jurídico reprime o dolo, o 
de que “a boa-fé se presume”, o de que “ninguém pode 
transferir mais direitos do que tem”, o de que “se deve 
favorecer mais aquele que procura evitar um dano do que 
aquele que busca realizar um ganho” etc. 43 
9.3 Princípios geraisde Direito 
 No direito brasileiro, são princípios constitucionais 
(superiores ou fundamentais) os referidos no art. 1º, 
CF: soberania, cidadania, dignidade da pessoa 
humana, os valores sociais do trabalho e da livre-
iniciativa, o pluralismo político. Têm força normativa, 
tendo aplicação preferencial sobre qualquer norma 
ordinária que se lhes oponha ou contradiga (poder 
vinculativo). 
 Para que possam ser empregados como norma 
supletiva de direito, os princípios gerais devem ser 
reconhecidos como direito aplicável, dotados, assim, 
de juridicidade. 
44 
9.4 Equidade art. 5º, LINDB 
 Não constitui meio supletivo de lacuna da lei, sendo 
mero recurso auxiliar da aplicação desta. É empregada 
quando a própria lei cria espaços para o juiz formular a 
norma mais adequada ao caso. É utilizada quando a lei 
expressamente o permite (art. 127, CPC). 
 
 Ocorre geralmente nos casos de conceitos vagos ou 
quando a lei formula várias alternativas e deixa a 
escolha a critério do juiz. Como exemplo podemos citar 
o art. 1586, CC, que autoriza o juiz a regular por 
maneira diferente dos critérios legais a situação dos 
filhos em relação aos pais, se houver motivos graves e 
a bem do menor. 45 
10. Aplicação e interpretação das 
normas jurídicas 
 As normas são genéricas e impessoais e contêm um 
comando abstrato, não se referindo especificamente 
a casos concretos. 
 Silogismo: premissa maior (norma jurídica) + 
premissa menor (caso concreto) = sentença. 
 Para verificar se a norma é aplicável ao caso em 
julgamento ou se deve proceder à integração 
normativa (mediante analogia, costumes e 
princípios), o juiz procura descobrir o sentido da 
norma, interpretando-a. 
 Interpretar é descobrir o sentido e o alcance da 
norma jurídica. 46 
10. Aplicação e interpretação das 
normas jurídicas 
 Interpretação subjetiva: se pesquisa a vontade do legislador 
(voluntas legislatoris) expressa na lei. Essa teoria não é 
acolhida porque quando a norma é antiga a vontade do 
legislador originário está normalmente superada. 
 
 Interpretação objetiva: não se visa a vontade do legislador, 
mas da norma (voluntas legis). A lei depois de promulgada 
separa-se de seu autor e alcança uma existência objetiva. 
 
 Interpretação da livre pesquisa: o juiz deve ter função 
criadora na aplicação da norma, que deve ser interpretada em 
função das concepções jurídicas morais e sociais de cada 
época. 
47 
10. Aplicação e interpretação das 
normas jurídicas 
 Hermenêutica é a ciência da interpretação das leis. Como toda 
ciência, tem seus métodos: 
a) Interpretação autêntica ou legislativa: é a feita pelo próprio 
legislador, por outro ato. Este, reconhecendo a ambiguidade da 
norma, edita uma nova lei, destinada a esclarecer a sua intenção. 
Nesse caso, a lei interpretativa é considerada como a própria lei 
interpretada. 
b) Interpretação jurisprudencial ou judicial: é a fixada pelos 
tribunais. Embora não tenha força vinculante, influencia 
grandemente os julgamentos nas instâncias inferiores. Ex: súmula 
vinculante: para evitar uma grande demanda processual nos 
tribunais, sendo esta de competência do STF (Lei n. 11417, 2006). 
c) Interpretação doutrinária: é a feita pelos estudiosos e 
comentaristas do direito (jurisconsultos), para que os advogados, 
juízes e promotores possam entender melhor o sentido da norma e 
aplicá-la. 48 
11. Interpretação das leis no 
tempo 
 Quando a lei é modificada por outra e já se haviam 
formado relações jurídicas na vigência da lei anterior, 
pode instaurar-se o conflito das leis no tempo. Logo, 
aplica-se ou não a lei nova às situações anteriormente 
constituídas? Critérios: 
a) Disposições transitórias: são elaboradas pelo 
legislador no próprio texto normativo, destinadas a 
evitar e solucionar conflitos de leis no tempo, tendo 
vigência temporária. Ex: CC/2002 que tem no livro 
complementar “Das Disposições finais e transitórias” 
(arts. 2028 a 2046). 
49 
11. Interpretação das leis no 
tempo 
b) Irretroatividade das normas: é a lei que não se aplica às 
situações constituídas anteriormente. É um princípio que 
objetiva assegurar a certeza, a segurança e a estabilidade do 
ordenamento jurídico. Porém, não tem caráter absoluto, pois, 
em determinadas situações a lei poderá retroagir, atingindo 
os efeitos dos atos jurídicos praticados na vigência da norma 
revogada. 
 Conclusão: a CF/88 e a LINDB adotaram, com efeito, o 
princípio da irretroatividade das leis, como regra, e o da 
retroatividade como exceção, em respeito ao ato jurídico 
perfeito, ao direito adquirido e à coisa julgada. 
 Assim, aplica-se a lei nova aos casos pendentes de 
julgamento e futuros, só podendo ser retroativa, para atingir 
fatos já consumados, e for determinada de forma expressa 
pelo legislador. 
50 
11. Interpretação das leis no 
tempo 
 Observações: 
a) Ato jurídico perfeito: já consumado segundo a lei 
vigente ao tempo em que se efetuou (art. 6º, §1º, 
LINDB). 
b) Direito adquirido: é o que se já incorporou 
definitivamente ao patrimônio e à personalidade de 
seu titular, não podendo lei nem fato posterior alterar 
tal situação jurídica (art. 6º, §2º, LINDB). 
c) Coisa julgada: é a imutabilidade dos efeitos da 
sentença transitada em julgado, não mais sujeita à 
recursos. 
51 
12. Eficácia da lei no espaço 
 Na federação brasileira não se leva em conta a 
naturalidade da pessoa para determinar se é a lei do 
Estado A ou do Estado B que deve ser aplicada a ele. 
Aqui, a Lei de cada município se aplica dentro 
daquele município, o que também ocorre com as leis 
estaduais, que somente se aplicam dentro dos 
respectivos Estados. 
 
 Esse princípio da territorialidade, entretanto, não é 
absoluto. É possível dentro do estado nacional, surgir 
a necessidade de regular relações entre nacionais e 
estrangeiros (extraterritorialidade). 52 
12. Eficácia da lei no espaço 
 Pelo sistema da territorialidade, a norma jurídica aplica-se 
no território do Estado, estendendo-se às embaixadas, 
consulados, navios de guerra onde quer que se encontrem, 
navios mercantes em águas territoriais ou em alto-mar, 
navios estrangeiros (menos os de guerra em águas 
territoriais) e aeronaves no espaço aéreo nacional. O Brasil 
adota o sistema da territorialidade moderada. 
 Pela extraterritorialidade, a norma é aplicada em território 
de outro Estado, segundo os princípios e convenções 
internacionais. Estabelece-se um privilégio pelo qual certas 
pessoas escapam à jurisdição do Estado em cujo território se 
achem, submetendo-se apenas à jurisdição do seu país. A 
norma estrangeira passa a integrar momentaneamente o 
direito nacional, para solucionar determinado caso submetido 
à apreciação. 
53 
12. Eficácia da lei no espaço 
 Qual lei aplicamos se um português domiciliado na Argentina 
celebra, na Grécia, um contrato com um francês domiciliado na 
Itália acerca de um bem situado no Brasil? 
 Personalidade, ao nome, à capacidade e aos direitos de família 
a lei do país em que for domiciliada a pessoa (art. 7º); 
 Bens, lei do país em que estiverem situados (art. 8º e § 
1º, art. 12); 
 Obrigações, lei do país em que se constituírem (art. 9º); 
 Sucessão hereditária, lei do país em que era domiciliado o 
morto (art. 10º); 
 Pessoas jurídicas, lei do país em que se constituírem (art. 
11). 
 Réu domiciliado no Brasil ou pena a ser cumprida neste, 
aplica-se a lei brasileira (art. 12) 54 
12. Eficácia da lei no espaço 
 As sentenças proferidas no estrangeiro dependem, para 
serem executadas no Brasil, do preenchimento dos requisitos 
formais (juízo de delibação) do art. 15, LINDB: 
 a) haver sido proferida por juiz competente; 
 b) teremsido as partes citadas ou haver-se legalmente 
verificado a revelia; 
 c) ter transitado em julgado e estar revestida das 
formalidades necessárias para a execução no lugar em que foi 
proferida; 
 d) estar traduzida por intérprete autorizado; 
 e) ter sido homologada pelo STJ (art. 105, I, i, CF 
acrescentado pela EC nº 45/2004 que estabelece a 
competência do STJ para homologar sentença estrangeira). 
55 
DAS PESSOAS 
1. Sujeitos de Direito e Pessoas 
 Personalidade Jurídica 
– O reconhecimento jurídico de que um ente pode 
ser sujeito de direitos. 
– Por exemplo: pessoas naturais (seres humanos 
com vida), pessoas jurídicas (entes criados pela 
imaginação humana para o desempenho de um 
determinado papel social – associações, 
sociedades e as fundações – art. 44) e os 
entes de capacidade reduzida (nascituro e os 
entes despersonalizados – condomínio, espólio, 
massa falida e a herança jacente). 
56 
DAS PESSOAS 
1. Sujeitos de Direito e Pessoas 
 Pessoa Natural: início da personalidade; 
nascituro 
– A determinação exata do momento em que se inicia a 
personalidade da pessoa natural tem grande 
relevância; afinal, somente podem ser sujeitos de 
direitos aqueles a quem se atribui personalidade 
jurídica. 
– Pessoa natural é o ser humano com vida – art. 2º 
(teoria natalista). Sendo assim, o natimorto não foi 
(docimasia hidrostática de Galeno). 
– Devemos considerar também a teoria 
concepcionista, onde o nascituro, é considerado 
pessoa desde a concepção – 2ª parte do art. 2º. 57 
DAS PESSOAS 
1. Sujeitos de Direito e Pessoas 
 Imaginemos que um dos pais do nascituro venha a 
morrer, deixando patrimônio. Terá o nascituro direito à 
herança? 
 
 Se for reconhecida sua personalidade, e, 
posteriormente sua capacidade, certamente sim. Mas 
caso contrário, não terá. 
 
 O nascituro não é pessoa natural, mas pode ser sujeito 
de certos direitos, com capacidade reduzida, o direito 
sucessório do nascituro fica resguardado até o 
momento em que se comprove a existência de uma 
criança viva. 58 
DAS PESSOAS 
1. Sujeitos de Direito e Pessoas 
 Pessoa natural: fim da personalidade 
– Segundo o Código Civil, esse momento é o da morte 
(morte encefálica ou cerebral) – art. 6º, primeira parte. 
 Comoriência – art. 8º 
– Morte de mais de uma pessoa no mesmo momento, ou 
seja, “morte em conjunto”. 
– Por exemplo: Pai, mãe e filho morrem em um acidente 
aéreo. 
 Presunção da morte – art. 7º 
– Casos em que se acredita que uma pessoa morreu, mas 
não se tem certeza. 
– Não confundir com ausência. 
 
 
 
59 
DAS PESSOAS 
1. Sujeitos de Direito e Pessoas 
 Pessoa jurídica: início da personalidade 
– A criação das pessoas jurídicas é sempre obra humana e 
pode se dar, no caso das pessoas jurídicas de Direito 
Privado, por atos jurídicos bilaterais ou unilaterais. 
– A pessoa jurídica de direito privado só adquire 
personalidade jurídica quando o ato que a constitui é 
levado a registro – art. 45 – no cartório de registro civil 
das pessoas jurídicas ou na junta comercial, dependendo 
do caso. 
– A partir do momento em que a PJ adquirir personalidade, 
esta ganha patrimônio distinto do patrimônio de quem a 
criou. 
– #DuDica A Teoria da desconsideração da personalidade 
jurídica ou Teoria da Penetração – art. 50 CC e 28 CDC. 60 
DAS PESSOAS 
1. Sujeitos de Direito e Pessoas 
 Pessoa jurídica: fim da personalidade 
– Ocorre quando se extingue a personalidade da pessoa 
jurídica. 
– Sua extinção depende de uma ato de vontade dos associados, 
sócios ou administradores – dissolução. 
– Nos casos específicos das sociedades empresárias – art. 982 
– a extinção também pode ocorrer em razão de falência. 
– Em qualquer caso, a PJ mantém sua personalidade até que 
ocorra a liquidação – art. 51. 
 
– #DuDica Fim da personalidade 
 PF = MORTE – CERTIDÃO DE ÓBITO 
 PJ = LIQUIDAÇÃO – CANCELAMENTO DE REGISTRO 
 
61 
DAS PESSOAS 
2.2 Atributos da Personalidade 
– O reconhecimento da existência de uma pessoa pelo Direito 
lhe dá, imediatamente, 4 atributos: nome, capacidade, 
estado e o domicílio. 
 Nome 
– O nome da pessoa natural – art. 55 LRP Lei nº 6.015/73 – 
é composto de prenome e de um ou mais sobrenomes dos 
pais. Admite-se, ainda, o uso de um agnome, como Júnior, 
Filho, Neto, Sobrinho etc., para distinguir de um homônimo. 
– É dever do oficial do registro se recusar a registrar nomes que 
possam expor a pessoa ao ridículo – parágrafo único art. 55 
LRP. 
– Admite-se a alteração do nome no 1º ano após se atingir a 
maioridade civil – art. 56 LRP. Após esse prazo, só com 
autorização judicial – art.57 LRP. 
62 
DAS PESSOAS 
2.2 Atributos da Personalidade 
 Nome 
– O nome da pessoa jurídica, depende da natureza da 
pessoa: associações e fundações, a lei não faz 
exigências. Por exemplo: Associação dos Moradores 
do Maiobão ou Fundação Roberto Marinho. 
 
– Quanto as sociedades, são feitas exigências, as quais 
variam de acordo com o tipo societário. 
 Vide Direito Empresarial 
 
63 
DAS PESSOAS 
2.2 Atributos da Personalidade 
 Capacidade 
– Personalidade é o reconhecimento jurídico de que um 
ente pode ser sujeito de direitos. 
– Já a capacidade jurídica pode ser conceituada como a 
aptidão genérica para adquirir direitos. 
– A capacidade pode ser: política ou civil (de direito ou 
de fato). 
– Capacidade de Direito: consiste no grau de aptidão para 
adquirir direitos ou praticar, por si ou por outrem, atos 
não proibidos pela lei. 
– Capacidade de Fato: consiste na aptidão para o 
exercício, por si, dos atos da vida civil. 
 #DuDica De Direito está escrito na Lei. De Fato, 
precisa de uma ação, de algo para existir. 64 
DAS PESSOAS 
2.2 Atributos da Personalidade 
 Incapacidade Absoluta 
– Algumas pessoas, para fins de proteção, o Direito 
nega completamente a capacidade de fato – 
absolutamente incapazes – nomeia-se um 
representante – art. 166, I – que irá praticar os 
atos da vida civil por elas. 
– Art. 3º 
– #DuDica serão considerados nulos os atos 
praticados por pessoas absolutamente incapazes. 
– #DuDica Inciso III, muita gente confunde como 
hipótese de incapacidade relativa. Ex: Pessoa em 
estado de coma. 65 
DAS PESSOAS 
2.2 Atributos da Personalidade 
 Incapacidade Relativa 
– A outras pessoas que o Direito também nega 
capacidade de fato plena, porém não considera nulos, 
mas anuláveis – art. 171, I – os atos que pessoalmente 
praticarem. 
– Trata-se dos relativamente incapazes, a quem se 
atribui um assistente para o exercício dos atos da vida 
civil, e que vêm listados no art. 4º. 
– #DuDica Pródigos são aqueles que por uma razão 
qualquer, dissipam seu patrimônio, realizam gastos 
excessivos, endividam-se. (IV, art. 4º cc art. 1782). 
66 
DAS PESSOAS 
2.2 Atributos da Personalidade 
 Obs: Certos atos da vida civil podem ser praticados 
sem a devida assistência: 
 - ser testemunha (art. 228, I); 
 - aceitar mandato procuratório (art. 666); 
 - fazer testamento (art. 180, §único); 
 - exercer emprego público que não exige a maioridade 
(art. 5º, §único, III); 
 - casar (art. 1517); 
 - ser eleitor; 
 - celebrar contrato de trabalho. 67 
DAS PESSOAS 
Índios (Lei nº 6001/73) 
 Vide Art. 231 e 232 CF/88 
 Compete privativamente à União legislar sobre populações 
indígenas (art. 22, XIV, CF), estando sujeitos à sua tutela até se 
adaptarem à civilização. 
 Os negócios jurídicos celebrados entre índios e estranhos, 
sem a participação da Fundação Nacional do Índio - FUNAI, 
são nulos. 
 É incapaz desde o nascimento, exceto quando atingir idade 
mínima de 21 anos, conhecimento da língua portuguesa, 
habilitaçãopara exercício de atividade útil à comunidade 
nacional, razoável compreensão dos usos e costumes, pois a 
capacidade dos índios será regulada por legislação especial 
(art. 4º, §único, CC). 68 
DAS PESSOAS 
Índios (Lei nº 6001/73) 
 Classificação: 
 a) isolados: quando vivem em grupos desconhecidos; 
 b) em vias de integração: quando em contato intermitente ou 
permanente com grupos estranhos, conservando condições de 
vida nativa, mas aceitando algumas práticas e modos de 
existência comuns aos demais setores da comunhão nacional; 
 c) integrados: quando incorporados à comunhão nacional e 
reconhecidos no pleno exercício dos direitos civis, mesmo que 
conservem os direitos consuetudinários de sua cultura. Uma 
vez ocorrida a sua integração, o índio passa a ser um cidadão 
comum, podendo, inclusive, ser responsabilizado civil e 
criminalmente. 
69 
DAS PESSOAS 
2.2 Atributos da Personalidade 
 Maioridade e Emancipação 
– Aos 18 anos completos a pessoa adquire a capacidade 
plena para prática por si dos atos da vida civil (art. 5º) 
– A Lei admite que certas pessoas, menores de 18 anos, 
adquiram a capacidade plena por meio da 
emancipação de que trata parágrafo único do art. 5º. 
 
 Emancipação – é o ato jurídico por meio do 
qual se atribui capacidade jurídica plena a um 
menor. 
70 
DAS PESSOAS 
2.2 Atributos da Personalidade 
 Emancipação 
I – Emancipação Parental e emancipação Judicial 
 A emancipação judicial terá lugar quando ambos os 
pais, ou apenas um deles, não concordar em emancipar 
o filho, ou quando o menor estiver sobre tutoria, caso 
em que o juiz ouvirá o tutor no processo e decidirá. 
 O menor deverá ter no mínimo 16 anos. 
II – Emancipação Legal - Casamento 
 Admite-se o casamento do maior de 16 anos, exigindo-
se, no entanto, autorização dos pais ou dos 
representantes legais (art. 1517). 
 Excepcionalmente, em caso de gravidez, é que se 
autoriza o casamento dos menores de 16 anos. 71 
DAS PESSOAS 
2.2 Atributos da Personalidade 
 Emancipação 
III – Emancipação Legal – Emprego Público 
Efetivo 
 Com a Constituição Federal de 1988, esta 
hipótese, desapareceu na prática – art. 37, II 
CF/88. 
IV – Emancipação Legal – Colação de Grau 
 Perdeu a razão de ser, visto que, no atual sistema 
educacional é impossível que um menor de 18 
anos conclua o ensino superior. 
V – Emancipação Legal – Economia Própria 
72 
DAS PESSOAS 
2.2 Atributos da Personalidade 
 Estado 
– Conjunto de características que individualizam e 
designam uma pessoa. Essas características, para o 
Direito Civil, referem-se ao: 
– Estado Familiar – pai, mãe, filho ou filha, solteiro, 
casado etc.; 
– Estado Político – cidadão ou não, nacional ou 
estrangeiro; 
– Estado Profissional – empregado ou não, jurista, 
médico; 
– Estado Individual – homem, mulher, heterossexual, 
homossexual; 
 Princípio da Igualdade 73 
DAS PESSOAS 
2.2 Atributos da Personalidade 
 Domicílio – art. 70 a 78 
– Morada, residência. 
– No Direito, domicílio possui duas acepções: domicílio 
político (lugar onde a pessoa vota) e domicílio civil 
(lugar em que a pessoa, com ânimo definitivo, 
estabelece sua residência e o centro de suas 
atividades. 
– É possível uma pessoa ter diversos domicílios – art. 
71 
– E se a pessoa não tiver residência habitual, nem 
exercer atividade profissional em lugar fixo? – art. 73 
– Mudança de domicílio – art. 74 
– Pessoas Jurídicas – art. 75 
 
 
74 
DAS PESSOAS 
2.2 Atributos da Personalidade 
 Domicílio – art. 70 a 78 
– A doutrina classifica domicílio: 
– Voluntário – há possibilidade de escolha, o 
qual pode ser geral ou de eleição (definido 
em um contrato – art. 78) 
– Necessário – imposição pelo Direito, o qual 
pode ser de origem (de quem adquire ao 
nascer) ou legal (determinado pela lei – art. 
76). 
 
 75 
DAS PESSOAS 
2.2 Atributos da Personalidade 
 Domicílio – art. 70 a 78 
 
76 
DOMICÍLIO NECESSÁRIO 
INCAPAZ – o domicílio do seu representante ou assistente 
Servidor Público – lugar onde exercer permanentemente sua 
função 
Militar – lugar onde servir 
Oficial da Marinha ou da Aeronáutica – lugar da sede do 
comando 
Marítimo – lugar onde o navio estiver matriculado 
Preso – lugar onde cumprir a sentença 
DAS PESSOAS 
2.3 Direitos da Personalidade – art. 11 a 21 
 A partir da Revolução Francesa e da Declaração 
Universal dos Direitos do Homem e do Cidadão, o 
Direito passou a preocupar-se, cada vez mais, com a 
dignidade do ser humano. 
 No rol dos direitos da personalidade incluíram-se o 
direito à vida, à liberdade, à igualdade, à 
imagem, ao nome etc. 
 Constituição Federal de 1988 
 Ilimitados, Absolutos e oponíveis a todos 
 Características: intransmissibilidade, 
irrenunciabilidade, indisponibilidade e 
imprescritibilidade. 
77 
DAS PESSOAS 
2.3 Direitos da Personalidade – art. 11 a 21 
 No entanto, em casos expressos, admite-se 
disposição relativa – art. 13 e 14. 
 
 Enunciado 4 – I Jornada de Direito Civil 
– “o exercício dos direitos da personalidade pode sofrer 
limitação voluntária, desde que não seja permanente nem 
geral”. 
 Enunciado 139 – III Jornada de Direito Civil 
– “os direitos da personalidade podem sofrer limitações, ainda 
que não especificamente previstas em lei, não podendo ser 
exercidos com abuso de direito de seu titular, 
contrariamente à boa-fé objetiva e aos bons costumes”. 
78 
DAS PESSOAS 
2.4 Entes Despersonalizados 
 Entes de capacidade reduzida são aqueles que não 
se enquadram nem no conceito de pessoa natural, 
nem no conceito de pessoa jurídica, mas que, no 
entanto, atuam no plano jurídico como sujeitos de 
direitos, razão pela qual gozam de personalidade. 
 
 Consideram-se entes de capacidade reduzida o 
nascituro e os entes costumeiramente 
denominados despersonalizados condomínio, 
espólio, massa falida e da herança jacente. 
79 
DAS PESSOAS 
3. Ausência – arts. 22 a 39 
 Pode acontecer de uma pessoa desaparecer sem 
deixar notícias, nem representante. 
 Para solucionar esses casos, o Direito determina a 
declaração da ausência do desaparecido, por meio 
de sentença (art. 22 do CC e art. 1159 do CPC). 
 As consequências jurídicas da declaração de 
ausência são a curadoria dos bens do ausente, a 
abertura da sucessão provisória e, por fim, a 
declaração de morte presumida e a abertura da 
sucessão definitiva. 
80 
DAS PESSOAS 
3. Ausência – arts. 22 a 39 
 Hipóteses de Ausência 
– Constatado o desaparecimento, sem notícias, e 
sem nomeação de representante, restará 
configurada a situação jurídica da ausência. Será 
necessária sentença declaratória da ausência. 
– Se o desaparecido houver deixado representante, 
com poderes para administrar seus bens, este será 
responsável por administrar os interesses da 
pessoa, e nessa hipótese não se configurará 
ausência, desde que o representante nomeado 
queira e possa exercer o mandato, e que lhe 
tenham sido outorgados poderes suficientes. 
81 
DAS PESSOAS 
3. Ausência – arts. 22 a 39 
 Hipóteses de Ausência 
– Nas hipóteses em que o representante nomeado não 
querer ou não poder exercer o mandato, ou de seus 
poderes forem insuficientes, fica configurada a 
ausência – art. 23 
– Também se caracteriza a ausência se, mesmo 
tendo nomeado representante, a pessoa 
desaparecida não retornar em até 3 anos de seu 
desaparecimento. Decorrido esse prazo, os 
interessados poderão requerer que seja declarada a 
ausência e aberta a sucessão provisória – art. 26, 
segunda parte 
82 
DAS PESSOAS 
3. Ausência – arts. 22 a 39 
 Procedimento da Declaração de Ausência – 
arts. 22 a 24 CC e arts. 1.159 a1169 CPC 
 A declaração de Ausência pode ser requerida pelo 
MP ou por qualquer interessado (cônjuge ou 
companheiro, herdeiros presumidos, legais ou 
testamentários, tiverem direitos sobre os bens e 
os credores). 
 O juiz nomeará curador, e a sentença deverá ser 
levada a registro – art. 94 Lei nº 6.015/73 Lei dos 
Registros Públicos) 
83 
DAS PESSOAS 
3. Ausência – arts. 22 a 39 
 Curadoria dos Bens 
– É preciso que alguém cuide deles, em nome do 
ausente, e administre seus interesses. 
– O juiz, na sentença que declarar a ausência, 
mandará arrecadar os bens do ausente e lhes 
nomeará curador, ou seja, uma pessoa que deles 
tomará conta. 
– Da sentença que nomear curador deverão constar 
os poderes e obrigações – art. 24 
– Ordem para nomeação do curador – art. 25 
– Eventual substituição do curador deverá ser 
averbada – art. 104 LRP 84 
DAS PESSOAS 
3. Ausência – arts. 22 a 39 
 Curadoria dos Bens 
– Após arrecadação dos bens do ausente, o juiz 
mandará publicar editais durante o período de 1 
ano, os quais devem ser reproduzidos de 2 em 2 
meses, anunciando a arrecadação e convocando o 
ausente para se imitir na posse de seus bens – 
art. 1161 CPC 
85 
DAS PESSOAS 
3. Ausência – arts. 22 a 39 
 Cessa a Curadoria dos Bens – art. 1162 
CPC 
– Comparecimento do ausente; 
– Comparecimento do procurador; 
– Comparecimento de quem o represente; 
– Pela certeza da morte do ausente; 
– Pela abertura da sucessão provisória. 
 
 
86 
DAS PESSOAS 
3. Ausência – arts. 22 a 39 
 Abertura da Sucessão Provisória 
– A sucessão é provisória, pois é possível que a 
pessoa desaparecida ainda retorne ou venha a ser 
localizada. 
– Art. 26, duas são as hipóteses que autorizam a 
abertura da sucessão provisória: 
 Decurso de 1 ano da sentença que declarou a 
ausência e determinou a arrecadação dos bens 
do ausente; 
 Decurso de 3 anos do desaparecimento de 
pessoa que deixou representante, cuja 
ausência, portanto, não foi declarada. 87 
DAS PESSOAS 
3. Ausência – arts. 22 a 39 
 Abertura da Sucessão Provisória 
– Partes legitimas a requerer abertura da sucessão 
provisória: 
 Ministério Público – art. 28, § 1º 
 Interessados – art. 27 
 
 Garantia da Restituição – art. 30 
 Alienação ou Hipoteca somente por ordem 
judicial – art. 31 
 Sucessores Provisórios = Representantes – art. 
32 
88 
DAS PESSOAS 
3. Ausência – arts. 22 a 39 
 Abertura da Sucessão Provisória 
– Se nenhum interessado requerer a abertura do 
inventário dentro de 30 dias a contar do 
trânsito em julgado da sentença que 
determinou a abertura da sucessão provisória, 
os bens do ausente serão arrecadados na 
forma dos arts. 1819 a 1823 – herança jacente 
– art. 28, § 2º 
– Frutos – art. 33 
– Herdeiro Incapaz de dar garantia – art. 34 
 
89 
DAS PESSOAS 
3. Ausência – arts. 22 a 39 
 Regresso ou Morte do Ausente 
– A situação dos sucessores provisórios se mantém 
até que uma de três coisas aconteça: 
 Ausente regresse ou seja localizado; 
 Se prove sua morte – art. 35; 
 Decorra o prazo legal para a abertura da 
sucessão definitiva. 
 Direito aos Bens – art. 36 
 Direito a metade capitalizada dos frutos caso 
comprove que sua ausência foi involuntária e 
justificada 
 Perderá seus direitos – parágrafo único do art. 33 90 
DAS PESSOAS 
3. Ausência – arts. 22 a 39 
 Declaração da Morte Presumida e Abertura da 
Sucessão Definitiva 
– Caso passem mais de 10 anos, desde o trânsito em 
julgado da sentença que determinou a abertura da 
sucessão provisória, sem que se tenha notícia do ausente, 
os interessados poderão requerer a declaração da morte 
presumida – art. 6º segunda parte, bem como requerer 
a abertura da sucessão definitiva, levantando as 
cauções prestadas – art. 37 
– Esse prazo é reduzido para cinco anos, se ficar provado 
que o ausente, conta com mais de 80 anos de idade – 
art. 38 #DuDica 5 anos sem notícias + 80 anos 
– Retorno do Ausente – Vide Slide 93 91 
DAS PESSOAS 
3. Ausência – arts. 22 a 39 – Revisão 
• Pessoa desaparece sem deixar notícias ou 
representante 
Após 1 ano 
• Declaração de Ausência: Curadoria dos bens do 
ausente 
Após 10 
anos 
• Abertura da Sucessão Provisória 
• Abertura da Sucessão Definitiva 
92 
DAS PESSOAS 
3. Ausência – arts. 22 a 39 
93 
RETORNO DO AUSENTE – Art. 39 
APÓS A ABERTURA DA SUCESSÃO PROVISÓRIA, MAS 
ANTES DA DEFINITIVA: RECEBE TODOS OS BENS, 
INCLUSIVE A METADE CAPITALIZADA DOS FRUTOS, SE 
A AUSÊNCIA TIVER SIDO INVOLUNTÁRIA E 
JUSTIFICADA 
EM ATÉ 10 ANOS APÓS A ABERTURA DA SUCESSÃO 
DEFINITIVA: RECEBE OS BENS NO ESTADO EM QUE SE 
ENCONTRAREM, INCLUSIVE OS BENS SUB-ROGADOS 
E O PREÇO DOS BENS ALIENADOS 
APÓS 10 ANOS CONTADOS DA ABERTURA DA 
SUCESSÃO DEFINITIVA: NÃO RECEBE NADA 
DAS PESSOAS 
4. Pessoas Jurídicas – arts. 40 a 69 
94 
 A ideia genial por trás das pessoas jurídicas 
é a da separação. Isso porque, apesar de 
serem, sempre, criação humana, ganham 
uma existência que é separada do seu 
criador. A personalidade distinta implica 
existência distinta e patrimônio distinto. 
 
 Separação Patrimonial 
DAS PESSOAS 
4. Pessoas Jurídicas – arts. 40 a 69 
95 
 Em razão da teoria da realidade jurídica – 
realidade técnica a pessoa jurídica deverá 
cumprir algumas formalidades para que lhe 
seja atribuída personalidade. 
DAS PESSOAS 
4. Pessoas Jurídicas – arts. 40 a 69 
96 
 ESPÉCIES DE PESSOA JURÍDICA 
– Pessoas Jurídicas de Direito Público – art. 41 
 União, Estado, Distrito Federal, Territórios, Municípios, 
Autarquias, Associações Públicas e demais entidades 
públicas criadas por lei. 
– Pessoas Jurídicas de Direito Privado – art. 44 
 Associações, Sociedades, fundações e Empresas 
Individuais de Resp. Limitada. 
 Organizações Religiosas e os Partidos Políticos (Lei nº 
9.096/95) não são objeto de estudo do Direito Civil. 
DAS PESSOAS 
4. Pessoas Jurídicas – arts. 40 a 69 
97 
 4.1 – Pessoas Jurídicas de Direito Privado 
 4.1.1 – Associações – Art. 53 
– Entidades criadas pela reunião de pessoas para 
a consecução de atividades não econômicas. 
– Exemplos: Associações Atléticas, estudantis, de 
bairro, educacionais, de classe etc. 
– #DuDica Os eventuais lucros obtidos por uma 
associação devem ser revestidos em benefício da 
própria associação, e não distribuídos aos 
associados. 
DAS PESSOAS 
4. Pessoas Jurídicas – arts. 40 a 69 
98 
 4.1.1 – Associações – Art. 53 
– Adquire personalidade jurídica quando o estatuto 
é registrado no ofício do Registro Civil das 
Pessoas Jurídicas ou, na falta deste, no ofício do 
Registro de Títulos e Documentos, conforme art. 
2º, II, da Lei de Registros Públicos – Lei 6015/73. 
 
– Dissolução – art. 61 primeira parte 
DAS PESSOAS 
4. Pessoas Jurídicas – arts. 40 a 69 
99 
 4.1.2 – Sociedades 
– Finalidade lucrativa 
– O Código Civil de 2002 dedicou todo um livro ao 
chamado Direito de Empresa – arts. 966 a 1.195 
– A sociedade somente adquire personalidade 
jurídica a partir do registro: se empresárias, no 
Registro Público de Empresas Mercantis (Juntas 
Comerciais); se não empresárias, no Registro 
Civil das Pessoas Jurídicas. 
DAS PESSOAS 
4. Pessoas Jurídicas – arts. 40 a 69 
10
0 
 4.1.3 – Fundações – Art. 62 
– São patrimônios personalizados à consecução de 
finalidades religiosas, morais culturais ou de 
assistência. 
– A constituição da fundação se dá pela dotação 
de bens livres para um determinado fim, 
determinado pelo instituidor, por escritura pública 
ou por testamento. 
– #DuDica Incorporação do Patrimônio –art. 69 
DAS PESSOAS 
4. Pessoas Jurídicas – arts. 40 a 69 
10
1 
PESSOAS JURÍDICAS DE DIREITO PRIVADA 
Associações – reuniões de pessoas com finalidade 
não econômica 
Sociedades – reuniões de pessoas com intuito de 
obter lucro 
Fundações – patrimônio personalizado para a 
promoção de atividades religiosas, morais, culturais ou 
de assistência 
DAS PESSOAS 
4. Pessoas Jurídicas – arts. 40 a 69 
10
2 
 Teoria da Desconsideração da Personalidade 
Jurídica – Art. 50 
– Tal abuso se caracteriza quando a finalidade da 
pessoa jurídica é desviada, ou quando há confusão 
patrimonial. 
– O Código Civil adotou a teoria maior. Desta forma, a 
desconsideração só ocorrerá nos casos de abuso da 
personalidade jurídica. 
– O Código de Defesa do Consumidor (art. 28) adotou a 
teoria menor, ampliando as possibilidade de 
desconsideração. 
– #DuDica Teoria Inversa 
5. Bens – arts. 79 a 103 
10
3 
 É comum, ao se falar em bens, pensar-se 
em coisas. Estas são, na verdade, espécie 
daqueles, e se referem aos bens 
corpóreos, materiais e suscetíveis de 
valoração econômica. 
 Três são os requisitos para caracterizar a 
coisa: interesse econômico, gestão 
econômica e subordinação jurídica. 
5. Bens – arts. 79 a 103 
10
4 
 Bens considerados em si mesmo 
– O bens podem, ser classificados em móveis ou 
imóveis, fungíveis ou infungíveis, 
consumíveis ou inconsumíveis, divisíveis ou 
indivisíveis, e singulares ou coletivos 
 Bens Móveis e Imóveis 
– Móveis são aqueles que podem ser 
movimentados, seja por força própria, seja por 
força alheia, sem que isso altere suas 
características essenciais (art. 82). 
5. Bens – arts. 79 a 103 
10
5 
 Bens Móveis e Imóveis 
– Móveis são aqueles que podem ser 
movimentados, seja por força própria, seja por 
força alheia, sem que isso altere suas 
características essenciais (art. 82). 
– São também considerados bens móveis para fins 
legais: as energias que tenham valor 
econômico, direitos reais sobre bens móveis 
e as ações correspondentes e os direitos 
pessoais de caráter patrimonial e as 
respectivas ações (art. 83). 
5. Bens – arts. 79 a 103 
10
6 
 Bens Móveis e Imóveis 
– São também bens móveis, os materiais 
destinados a alguma construção, antes de 
serem empregados, bem como os materiais de 
demolição. 
 
– São semoventes os bens móveis cujo o 
movimento é possível por força própria. Ex: 
animais. 
 
5. Bens – arts. 79 a 103 
10
7 
 Bens Móveis e Imóveis 
– São considerados bens imóveis, aqueles não 
suscetíveis de movimento, em razão de se 
encontrarem incorporados ao solo, natural ou 
artificialmente (art. 79). 
– São classificados em imóveis por natureza 
(solo), imóveis por acessão artificial (edifícios 
e as plantações) e imóveis por acessão 
intelectual (em razão de estarem 
economicamente vinculados a um imóvel. Por 
exemplo, máquinas de uma fábrica). 
 
5. Bens – arts. 79 a 103 
10
8 
 Bens Móveis e Imóveis 
– São também considerados bens imóveis, os 
direitos reais sobre imóveis e as ações que 
asseguram (80, I); e o direito a sucessão aberta (80, 
II). 
– São imóveis, as edificações que forem 
transferidas para outro local, desde que, ao serem 
separadas dos solo, conservem sua unidade (81, I); 
e os materiais que forem temporariamente 
destacados de uma construção para, 
posteriormente serem nela reempregados (81, II). 
5. Bens – arts. 79 a 103 
10
9 
 Bens Fungíveis ou Infungíveis 
– Os bens fungíveis são aqueles que podem ser 
substituídos perfeitamente por outros, desde que 
sejam da mesma espécie e qualidade, e estejam na 
mesma quantidade (85). 
 
– Os bens infungíveis são aqueles que não podem 
ser substituídos. 
5. Bens – arts. 79 a 103 
11
0 
 Bens Consumíveis e Inconsumíveis 
– São consumíveis aqueles que se deterioram com a 
consumação (86). Ex. Alimentos, produtos de 
limpeza etc. 
 
– Já os inconsumíveis são aqueles que não sofrem 
destruição em razão do consumo. 
5. Bens – arts. 79 a 103 
11
1 
 Bens Divisíveis e Indivisíveis 
– São divisíveis os bens que admitem fracionamento, 
sem, contudo, sofrer alteração na sua substância, ou 
ter seu valor consideravelmente diminuído, ou, 
ainda, deixarem de servir para o uso a que se 
destinam (87). 
 
– Já os bens indivisíveis não admitem tal 
fracionamento. 
5. Bens – arts. 79 a 103 
11
2 
 Bens Divisíveis e Indivisíveis 
– São divisíveis os bens que admitem fracionamento, 
sem, contudo, sofrer alteração na sua substância, ou 
ter seu valor consideravelmente diminuído, ou, ainda, 
deixarem de servir para o uso a que se destinam (87). 
– Já os bens indivisíveis não admitem tal 
fracionamento. 
– #DuDica Divisão do Terreno x Livro 
– #DuDica Admite-se que bens naturalmente divisíveis 
sejam considerados indivisíveis, por determinação 
legal ou por vontade das partes (88) 
 
5. Bens – arts. 79 a 103 
11
3 
 Bens Singulares ou Coletivos 
– São singulares os bens que, embora reunidos, se 
consideram de per si, independente dos demais (89). 
 Ex: caneta 
– Outros, por sua vez, são tratados coletivamente e 
podem ser objeto de relações jurídicas próprias (90, 
parágrafo único), seja porque, com isso, ganham uma 
destinação unitária própria, ou porque essa é sua 
relevância jurídica – universalidade de fato (90), ou, 
ainda, porque integram o complexo de relações jurídicas 
de uma pessoa, dotada de valor econômico – 
universalidade de direito (91). Ex: Herança 
5. Bens – arts. 79 a 103 
11
4 
 Bens Públicos ou Particulares 
– Classificam-se os bens, em atenção ao titular do 
domínio (proprietário), em públicos e particulares. 
– Bens públicos, pertencem às pessoas jurídica de direito 
público interno. 
– Os bens públicos podem ser: 
 Uso Comum do Povo (rios, mares, estradas, ruas) 
 Bens de Uso Especial (edifícios ou terrenos destinados ao 
serviço da administração pública) 
 Bens Dominicais (os que constituem o patrimônio das PJ de 
Direito Público, como objeto de direito pessoal. Podendo 
inclusive, ser alienado (100/101). 
5. Bens – arts. 79 a 103 
11
5 
 Bens Públicos ou Particulares 
– Seja qual for a sua classificação, tradicionalmente 
nenhum bem público sujeita-se à usucapião (102). 
#DuDica Existem estudos no Direito Administrativo que 
confirmam a possibilidade de usucapião dos bens dominicais. 
 
– O uso dos bens públicos poderá ser gratuito ou oneroso 
(103). 
5. Bens – arts. 79 a 103 
11
6 
 Bens Reciprocamente Considerados 
– Os bens podem ser classificados de acordo com sua 
relação uns com os outros, ou, como se costuma dizer, 
reciprocamente considerados. De acordo com esse 
critério, classificam-se em bens principais, acessórios 
ou pertenças; frutos, produtos, benfeitorias e 
acessões. 
 
5. Bens – arts. 79 a 103 
11
7 
 Bens Principais, Acessórios e Pertenças 
– Bem principal é aquele que tem existência autônoma 
(92). 
– Bem acessório é aquele cuja existência depende de 
um bem principal “acessorium sequitur principale” 
– Em razão do acessório seguir o principal, se alguém 
doa a cadeira, doa também o assento, ainda que não 
mencione o fato expressamente. 
– Pertenças são bens que, não constituindo partes 
integrantes, se destinam, de modo duradouro, ao uso, 
ao serviço ou ao aforamento de outro (93). 
5. Bens – arts. 79 a 103 
11
8 
 Bens Principais, Acessórios e Pertenças 
– Qual a relevância jurídica das pertenças? 
 Os negócios jurídicosque se referem ao bem 
principal não abrangem as pertenças, a não ser que 
o contrário seja estabelecido em lei, ou decorra da 
vontade das partes, ou das circunstâncias do caso. 
 Ex: Venda de Fazenda com porteira fechada 
5. Bens – arts. 79 a 103 
11
9 
 Frutos e Produtos 
– Admite-se que os frutos ou produtos pendentes 
(aqueles que estão unidos à coisa principal) sejam 
objeto de negócio jurídico (95). 
– Por essa razão, é possível vender 10 sacas de laranjas 
que ainda estão presas à laranjeira. 
 Frutos 
– São chamados de frutos os bens que se originam periodicamente 
de um outro bem, sem que este sofra alteração em sua substância, 
especificamente por não sofrer redução nem deterioração. 
– Ex: frutas, aluguéis, juros. 
5. Bens – arts. 79 a 103 
12
0 
 Frutos 
– Os frutos são classificados em: 
 Pendentes – enquanto não destacados do bem que os 
originou; 
 Percebidos ou Colhidos – depois de separados; 
 Percipiendos – caso não tenham sido colhidos, embora 
pudessem sê-lo; 
 Consumidos – aqueles que não mais existem. 
 
#DuDica Todos os frutos podem ser objetos de negócio 
jurídico (95) 
 
5. Bens – arts. 79 a 103 
12
1 
 Produtos 
– São extraídos da substância de outro bem, daí por que 
implicam redução ou deterioração deste (recursos não 
renováveis). 
– Exemplo: pedras, ou minerais, extraídos de uma mina. 
#DuDica Assim como os frutos, os produtos, mesmo 
antes de serem extraídos da coisa, podem ser objeto 
de negócio jurídico (95). 
5. Bens – arts. 79 a 103 
12
2 
 Benfeitorias e Acessões 
– É comum que uma coisa seja melhorada, ou que 
nela sejam acrescentadas outras coisas, por fato do 
homem ou pela natureza. A pintura (acessório – parte 
integrante) de uma casa representa um 
melhoramento; a instalação de um rádio (pertença – 
uma parte não integrante) em um carro representa um 
acréscimo. 
– Os melhoramentos e acréscimos que se incorporam à 
coisa principal como acessórios dela podem tomar 
forma de benfeitorias ou de acessões. 
5. Bens – arts. 79 a 103 
12
3 
 Benfeitorias 
– É uma obra realizada em uma coisa para conservá-la 
(necessária – 96, § 1º), melhorá-la (útil – 96, § 2º) ou 
embelezá-la (voluptuária – 96, § 3º). 
– Os melhoramentos ou acréscimos que sobrevenham ao 
bem sem intervenção do proprietário, possuidor ou 
detentor não são considerados benfeitorias (97). 
5. Bens – arts. 79 a 103 
12
4 
 Acessões 
– Fala-se em acessões artificiais para se referir aos 
acréscimos feitos à coisa com o intuito de lhe dar 
destinação. Não se trata, portanto, de obras para conservar, 
melhorar ou embelezar a coisa. 
– Ex: Construção de uma casa em um terreno 
– Acessões Naturais 
– Pode acontecer, por outro lado, de sobrevir à coisa um 
acréscimo por ação da natureza, o qual poderá dar 
destinação, melhorar ou embelezar a coisa, mas não será 
considerado benfeitoria porquanto não sofre intervenção do 
proprietário, possuidor ou detentor. Ex: Aluvião 
6. Fatos Jurídicos 
12
5 
 Todo fato que gera repercussão no plano do Direito. 
– Em sentido estrito 
 Naturais (ocorrem independentemente de ação humana) 
 Atos-fatos jurídicos – consistem em condutas humanas que 
produzem determinado efeito jurídico, ainda que a vontade não 
tenha sido a ele direcionada. O ordenamento concentra-se no 
fato, e não na vontade. 
 
– Atos Jurídicos 
 Ocorrem por atuação da vontade relevante, se subdividindo em 
lícitos (voluntários e negócios jurídicos) e ilícitos. 
7. Atos Jurídicos Lícitos art. 104 a 
114 e 121 a 185 
12
6 
 São todos os fatos jurídicos que ocorrem por atuação da 
vontade humana, cuja a prática não é proibida pelo 
Direito. 
 
 São espécies de atos jurídicos os atos jurídicos 
voluntários e os negócios jurídicos. 
7. Atos Jurídicos Lícitos art. 104 a 
114 e 121 a 185 
12
7 
 1.1 Atos Jurídicos Voluntários 
– Também chamados de atos jurídicos em sentido estrito, são os 
atos praticados por atuação da vontade e cujos efeitos são 
determinados por lei. 
– Exemplo: Casamento e suas consequências. 
 
 1.2 Negócios Jurídicos 
– São os atos praticados por atuação da vontade e para cujos 
efeitos a lei reserva um espaço mais amplo dentro do qual a 
vontade pode atuar. 
– Exemplo: Contratos em suas infinitas espécies. 
7. Atos Jurídicos Lícitos art. 104 a 
114 e 121 a 185 
12
8 
 2 Elementos dos Atos Jurídicos 
– Podem ser intrínsecos, porque integram o ato; outros extrínsecos, 
porque o circundam – não integram. 
 2.1 Elementos Intrínsecos 
– Podem ser elementos essenciais e os elementos acidentais. 
 2.1.1 Elementos Essenciais – Plano de Existência 
– São aqueles sem os quais simplesmente não existe o ato. Trata-se do 
sujeito, da vontade e do objeto. 
 2.1.2 Elementos Acidentais – Plano de Eficácia 
– Fazem parte da essência do ato, integram-no. Trata-se da condição, 
do termo e do encargo. 
#DuDica Por serem acidentais, nem sempre se encontram presentes nos 
atos jurídicos, e a ausência deles por si só não compromete a 
existência e validade do ato. 
7. Atos Jurídicos Lícitos art. 104 a 
114 e 121 a 185 
12
9 
 2.2 Elementos Extrínsecos 
– Os elementos que circundam o ato, mas não integram, são ditos 
extrínsecos. Cuida-se da capacidade do agente (ou agentes), da 
possibilidade do objeto, da licitude do motivo determinante e da 
observação da forma. 
– A presença ou não de tais elementos importa na validade ou 
invalidade do ato jurídico, razão pela qual são examinados no plano 
de validade, constituindo-se em requisitos de validade do ato. 
 3 Requisitos de Validade do Atos Jurídicos 
– São 4, segundo a doutrina clássica: capacidade dos sujeitos, 
possibilidade do objeto, a licitude do motivo, a observação da 
forma. 
– O artigo 104 do Código Civil, omitiu do rol a licitude do motivo. 
Todavia, no art. 166, III, incluiu a ilicitude do motivo determinante 
entre causas de nulidade do ato. 
7. Atos Jurídicos Lícitos art. 104 a 
114 e 121 a 185 
13
0 
#DuDicas 
 - Absolutamente capaz, pode pactuar um contrato de compra e 
venda?! 
 
 - Sobre a ilicitude do motivo determinante o Código Civil adotou a 
teoria causalista objetivista, ao estatuir a nulidade dos atos jurídicos 
cujo motivo determinante, for ilícito (art. 166, III). 
 No exame desse requisito de validade do ato, deve-se analisar não o 
motivo interno, subjetivo que levou os sujeitos a agir, mas sim o fim 
social que buscavam atingir, ou, em outras palavras, seu propósito 
negocial, a razão jurídica de terem agido. 
 
7. Atos Jurídicos Lícitos art. 104 a 
114 e 121 a 185 
13
1 
 4 Modalidade dos Atos Jurídicos 
– Podem ser puro e simples, condicional, a termo ou modal, conforme 
veremos a seguir. 
 4.1 Ato Puro e Simples 
– É o ato que não contém elementos acidentais. Por esta razão, sua 
eficácia se inicia tão logo o ato é praticado, e não tem extinção 
predefinida (art. 134). 
 4.2 Ato Condicional 
– É o ato sujeito a condição, a qual pode ser suspensiva ou 
resolutiva. 
 4.2.1 Ato Sujeito a Condição Suspensiva 
– Não há desde logo aquisição de direito, mas mera expectativa, a 
aquisição só ocorrerá se e quando a condição se implementar (art. 
125). Todavia, essa expectativa recebe proteção jurídica. 
7. Atos Jurídicos Lícitos art. 104 a 
114 e 121 a 185 
13
2 
 4.2.1 Ato Sujeito a Condição Suspensiva 
– O art. 130, por sua vez, autoriza o titular do direito condicional a 
praticar atos destinados a conservá-lo, referindo-se a ele como 
direito eventual. 
– Cumpre salientarque a doutrina diferencia expectativa de direito 
do instituto do direito eventual. Aquela se caracteriza por uma 
potencialidade (pode ser adquirido ou não). Quem começa um 
novo emprego tem a expectativa de, após 12 meses de trabalho, 
adquirir direito a férias. Já o direito eventual é um direito futuro, 
cuja aquisição, embora não se tenha ainda concluído, já se iniciou. 
É o caso de quem compra um bem parcelado. Com o pagamento 
da primeira parcela, inicia-se a aquisição do direito. 
– Em todo caso, para que bem se interprete o art. 130, basta ler 
direito “eventual” como “condicional”. 
7. Atos Jurídicos Lícitos art. 104 a 
114 e 121 a 185 
13
3 
 4.2.2 Ato Sujeito a Condição Resolutiva 
– Se o ato jurídico se encontra sujeito a uma condição resolutiva, por sua 
vez, a aquisição do direito se opera desde logo (art. 127). 
– Por exemplo, no momento em que o doador for dispensado do emprego, o 
direito de propriedade do donatário se extinguirá. 
 4.2.3. Impossibilidade e ilicitude da condição 
– Reputam-se inválidas as condições ilícitas (122), sejam elas 
suspensivas ou resolutivas. Consideram-se também inválidas (123) as 
condições suspensivas físicas ou juridicamente impossíveis. As 
condições resolutivas física ou juridicamente impossíveis, por sua vez, 
são tidas por inexistentes, assim como as condições de não fazer coisa 
impossível, sejam elas suspensivas ou resolutivas. 
– Segundo o art. 123, as condições inválidas invalidam o ato a elas 
subordinado. As inexistentes, fazem com que o ato seja interpretado como 
se fosse puro e simples. 
7. Atos Jurídicos Lícitos art. 104 a 
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 4.2.3.1 Condições Ilícitas 
– Art. 122 Lícitas são aquelas que não são contrárias à lei, à ordem pública 
ou aos bons costumes, e ilícitas as que privarem de eficácia o ato jurídico 
ou sujeitarem ao puro arbítrio de um dos sujeitos. 
– Art. 123, as condições ilícitas invalidam os atos jurídicos a elas 
subordinados. 
– Condições Puramente Potestativas, reputa-se ilícita e invalida o ato. 
– Exemplo: Judite estipula que emprestará dinheiro a Afrânio, e cobrará 
juros, se quiser. 
– Condições Simplesmente Potestativas, as quais sujeitam à vontade de 
ambos os sujeitos do ato, ou à vontade de um deles somada a um fator 
externo, são lícitas! 
– Exemplo: Judite promete vender a Afrânio um dos futuros potros da égua 
Veloz contanto que Afrânio se agrade das características de um deles e 
que Judite aceite o preço que Afrânio lhe ofertar. 
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 4.2.3.2 Condições física ou juridicamente impossíveis 
– Fisicamente impossível é aquela que a própria natureza impede 
de se implementar (inválida). 
– Por exemplo, a condição de o sujeito voar, ou secar água dos 
oceanos, ou impedir o sol de brilhar. 
– Juridicamente impossível é a condição que, embora fisicamente 
possível, consubstancia-se em prática vedada pela lei 
(inexistente). 
– Por exemplo, a condição de o sujeito se casar com sua irmã, o que 
é proibido pelo ordenamento jurídico (art. 1521, II, Código Civil). 
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 4.2.3.3 Condições de não fazer coisa impossível – art. 124, 
segunda parte 
– A impossibilidade da abstenção, seja a condição suspensiva ou 
resolutiva, macula apenas a condição, mas não o ato jurídico, o 
qual é considerado puro e simples. 
– Exemplo I, Marcos doa a Heraldo uma casa de campo contanto 
que Heraldo não morra. Ora, ninguém é dado a não morrer. Essa 
condição é de não fazer coisa impossível, e, por conseguinte, 
reputa-se inexistente. 
– Exemplo II, Cipriano se compromete a dar uma renda mensal a 
Décio até que a Terra pare de girar. A condição, aqui resolutiva, 
também tem por objeto uma abstenção impossível, e é também 
ignorada pelo Direito. 
 
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 4.2.4 Eficácia do implemento da condição 
– A doutrina costuma discutir se o implemento da condição, 
seja ela suspensiva ou resolutiva, opera retroativamente. 
 
– O Código Civil de 2002, seguindo a trilha do anterior, deixou 
de apreciar a questão. Por esta razão, boa parte da doutrina 
conclui que o implemento da condição somente terá efeito 
retroativo se os sujeitos tiverem expressamente definido que 
assim seria (segunda parte do art. 128). 
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 4.2.5 Interferência voluntária no implemento da condição 
– Se o sujeito desfavorecido por uma condição 
voluntariamente obstaculizar o seu implemento ou se o 
sujeito por ela favorecido voluntariamente forçar-lhe a 
realização, agindo objetivamente de forma maliciosa – 
violando a boa-fé -, a condição obstaculizada será 
considerada implementada, e a condição cujo implemento 
foi forçado será considerada invalida. 
 
– Exemplo: Filhotes de uma ninhada e Envenenar laranjeiras 
 
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 4.3 Ato Sujeito a Termo 
– O ato jurídico é sujeito a termo quando a sua produção de efeitos 
depende de um evento futuro e certo. Se o evento marcar o início da 
produção de efeitos do ato, denomina-se termo inicial. Se marcar o fim da 
produção de efeitos denomina-se termo final. 
– De acordo com o art. 131, o termo, se inicial, suspende o exercício do 
direito, mas não sua aquisição. 
 4.3.1 Contagem de Prazo 
– O art. 132 determina como se deve realizar a contagem dos prazos. 
– No art. 133 estipula duas presunções: a de que, nos testamentos, o 
prazo corre em favor do herdeiro, e que, nos contratos, corre em favor 
do devedor. 
#DuDica Pode haver disposição em contrário 
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 4.4 Ato Modal 
– É o ato sujeito a encargo (modo). 
– O encargo não suspende nem a aquisição nem o exercício 
do direito, salvo se estipulado como condição suspensiva 
– art. 136. 
– Desta forma, o ato jurídico modal produz efeitos 
independentemente do cumprimento do encargo. Todavia, 
admite-se que o estipulador exija o seu cumprimento, em 
alguns casos, sob pena de revogação do ato gratuito, 
como na doação – art. 555. 
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 4.4 Ato Modal – art. 137 
ILICITUDE OU IMPOSSIBILIDADE DO 
MOTIVO DETERMINANTE DO ATO 
JURÍDICO 
ILICITUDE OU IMPOSSIBILIDADE DO 
ENCARGO 
INVALIDADE DO ATO INEXISTENTE 
A doa a B uma casa, mas lhe impõe o 
encargo de permitir que um quartinho na 
garagem seja mantido desocupado, para 
que lá A, ocasionalmente, guarde as 
coisas que rouba 
A doa a B um terreno e determina que B 
construa uma casa de prostituição 
O ENCARGO NÃO SE CONFUNDE COM 
O MOTIVO DETERMINANTE. O 
OBJETIVO DO ATO É A RESIDÊNCIA DE 
B 
A RAZÃO JURÍDICA DA DOAÇÃO É 
NULA 
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 5 Classificação dos Atos Jurídicos 
– Atos Unilaterais, Bilaterais e Plurilaterais 
– Atos Gratuitos e Onerosos 
– Atos Inter Vivos e Causa Mortis 
 Atos Causa Mortis são praticados em vida, mas os 
efeitos são gerados após a morte. 
Ex. Testamento. 
– Atos Principais e Acessórios 
– Atos Solenes e Consensuais 
– Atos Causais e Abstratos 
– Atos Intuito Personae e Atos Impessoais 
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 6 INTERPRETAÇÃO DA VONTADE NOS ATOS JURÍDICOS 
– É necessário em primeiro lugar, saber se o sujeito 
manifestou sua vontade conscientemente. 
– É necessário saber se o manifestante realmente está 
expressando sua vontade de praticar

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