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PROFESSOR DUARTE JUNIOR DIREITO CIVIL PARTE GERAL 1 CONTATOS 2 @DuarteJr_ Duarte Junior duartejr@duartejr.com www.duartejr.com PROCEDIMENTOS DIDÁTICOS Horário; Freqüência; Participação (Interatividade); Aulas expositivas dialogadas; Estudos de casos; Exercícios práticos escritos ou orais; Leitura e discussão de textos; Pesquisas individuais e em grupo; Seminários orientados; Utilização de ferramentas alternativas; 3 BIBLIOGRAFIA Básica 1. GAGLIANO, Pablo Stolze; PAMPLONA FILHO, Rodolfo. Novo curso de direito civil, volume 1: parte geral. 13ª ed. rev. atual. e reform. São Paulo: Saraiva: 2011. 2. VENOSA, Sílvio de Salvo. Direito Civil: parte geral. 11ª Ed. São Paulo: Atlas, 2011. 3. TARTUCE, Flávio. Lei de Introdução e Parte Geral. 6. ed. Rio de Janeiro: Forense. São Paulo: Método, 2010. Complementar GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito civil brasileiro.Parte Geral 8. ed. São Paulo: Saraiva, 2010. v. 1. Sugestão Particular LEIA 2 PÁGINAS DE CADA DOUTRINA E ESCOLHA A QUE MAIS SE IDENTIFICAR; 4 CONTEÚDO PROGRAMÁTICO Unidade I - Lei de Introdução as Normas do Direito Brasileiro (6h) – Fontes do Direito – Interpretação e Integração das Normas – Existência, vigência, validade e eficácia das normas (tempo e espaço) 5 CONTEÚDO PROGRAMÁTICO Unidade II - Da Pessoa Natural (8h) – Início da Pessoa Natural – O Nascituro – Capacidade Civil – Extinção da Pessoa Natural – Domicílio da Pessoa Natural 6 CONTEÚDO PROGRAMÁTICO Unidade III - Personalidade Jurídica e os Direitos da Personalidade (8h) – Espécies de Pessoa – A Personalidade Jurídica – Os Direitos da Personalidade – Nome Civil 7 CONTEÚDO PROGRAMÁTICO Unidade IV - Pessoa Jurídica (6h) – Conceito e Elementos – Classificação das Pessoas Jurídicas de Direito Privado – Início da Existência – Entes Despersonalizados – Capacidade e Direitos da Personalidade aplicáveis às Pessoas Jurídicas – Domicílio – Extinção da Pessoa Jurídica – Desconsideração da Personalidade Jurídica (Disregard Doctrine) 8 CONTEÚDO PROGRAMÁTICO Unidade V - Bens Jurídicos (8h) – Conceito – Classificação Unidade VI. Fatos Jurídicos (12h) – Definição – Classificação – Negócio Jurídico – Defeitos/Vícios dos Negócios Jurídicos – Fato Ilícito – Abuso de Direito 9 CONTEÚDO PROGRAMÁTICO Unidade VII - Prova do Negócio Jurídico (4h) – Noções Conceituais – Prova Emprestada – Efeitos da Revelia – Meios de Prova Unidade VIII - Prescrição e Decadência (8h) – Prescrição – Decadência – Distinção entre Prescrição e Decadência 10 PROFESSOR DUARTE JUNIOR 1ª AULA DIREITO CIVIL Lei de Introdução as Normas do Direito Brasileiro Nova redação dada pela Lei nº 12.376/2010 11 1. Noção de Direito A norma jurídica pertence à vida social. Possui caráter social vez que regulamenta as relações interindividuais. O poder é elemento essencial no processo de criação da norma jurídica, que surge de um ato decisório do poder político. Assim, mediante normas, o direito pretende obter o equilíbrio social, procurando proteger a saúde e a moral pública, resguardando os direitos e a liberdade das pessoas. O civilista irá analisar as normas de direito civil, em atenção à realidade social subjacente (fatores externos), bem como o valor (consecução de uma finalidade). Logo, os elementos do direito: fato, valor e norma coexistem numa unidade concreta. 12 1. Noção de Direito Definição de direito: “ordenação heterônoma das relações sociais, baseada numa integração normativa de fatos e valores” (Miguel Reale). Direito objetivo: complexo de normas jurídicas que regem o comportamento humano, de modo obrigatório, prescrevendo uma sanção quando da sua violação (jus est norma agendi). Direito subjetivo: seria a prestação jurisdicional pela ação dos órgãos públicos e operadores da justiça (mérito do advogados). É subjetivo porque a pessoa tem a faculdade de exercê-lo. 13 2. Direito Público e Privado As normas de direito público asseguram diretamente o interesse da sociedade e indiretamente o do particular. Bem como as de direito privado visam atender imediatamente o interesse dos indivíduos e mediatamente o do poder público. Problemática: como limitar o interesse público-privado? O direito público regulas as relações em que o Estado é parte, por força do poder soberano e da tutela do bem coletivo. 14 2. Direito Público e Privado O direito privado disciplina as relações entre particulares, nas quais predomina o interesse de ordem privada, como: compra e venda, casamento, testamento, empréstimo, etc. Logo, haverá situações em que não será possível dissociar um do outro, apenas levar em consideração a preponderância de um em relação ao outro. 15 2. Direito Público e Privado 16 DIREITO PÚBLICO INTERNO DIREITO PÚBLICO EXTERNO DIREITO PRIVADO -Direito Constitucional -Direito Administrativo -Direito Tributário -Direito Financeiro -Direito Processual -Direito Penal -Direito Previdenciário - Direito Internacional -Direito Civil -Direito Empresarial -Direito do Trabalho -Direito do Consumidor 3. Fontes Jurídicas Fonte material (ou de produção): aponta a origem do direito, aludindo à fatores éticos, sociológicos, históricos, políticos, etc., que produzem o direito e condicionam seu desenvolvimento. Fonte formal: demonstra os meios empregados pelo jurista para conhecer o direito, ao indicar os documentos que revelam o direito vigente, possibilitando sua aplicação a casos concretos, apresentando-se, então, como fonte de cognição (Luis Fernando Coelho). 17 3. Fontes Jurídicas As fontes formais podem ser estatais e não- estatais. As estatais subdividem-se em: legislativas (leis, decretos, regulamentos), jurisprudenciais (sentenças, precedentes judiciais, súmulas, OJ’s) e convencionais (tratados e convenções internacionais). As não-estatais abrangem o direito consuetudinário (usos e costumes), o direito científico (a doutrina) e as convenções em geral ou negócios jurídicos. 18 4. Norma Jurídica As normas jurídicas têm um conteúdo que varia de acordo com a época, lugar, política dominante, etc. Contudo, o conteúdo da norma varia, mas não a sua essência. A essência não se confunde com a norma. A norma é algo real, porém, sua essência é ideal, pois é atemporal; a ela não chegamos através dos sentidos, mas da intuição intelectual, sendo desprovida de valor. A norma jurídica é uma norma de conduta, no sentido de que seu escopo é dirigir o comportamento dos indivíduos (particulares, públicos ou internacionais). 19 4. Norma Jurídica Ela prescreve como se deve orientar a conduta de cada um, sendo, portanto, prescritiva ou diretiva. É imperativa como toda norma de comportamento humano destinada a regular o agir do homem e a orientá-lo para suas finalidades. Logo, situa-se no âmbito da normatividade ética. O desrespeito a uma norma moral pode causar: 1) sanção individual e interna (arrependimento, vergonha); 2) sanção externa, como a opinião pública que estima as pessoas honestas e despreza os iníquos (transgressores da lei). 20 4. Norma Jurídica A normade direito, ao mesmo tempo que estabelece a ordem desejada, sanciona a transgressão, a fim de que essa infração não se produza. A coação é um outro elemento da norma jurídica, sendo, então, a aplicação efetiva da sanção (uso da força). Porém, é a norma jurídica que autoriza o uso da faculdade de coagir, legitimando-a. A coatividade é do lesado, mas a autorização para o seu uso é da norma jurídica. 21 5. Teoria da Hierarquia das Normas Jurídicas 5.1 Normas constitucionais: são as relativas aos textos da CF, de modo que as demais normas da ordenação jurídica deverão ser conformes a elas. São as mais importantes, por assegurarem os direitos fundamentais da pessoa, como indivíduo e cidadão, e disciplinarem a estrutura da nação e organização do Estado. 5.2 Leis complementares: ficam entre a norma constitucional e a lei ordinária, por que tratam de matérias especiais, que não podem ser deliberadas em leis ordinárias e cuja aprovação exige quorum especial. Não podem apresentar contradição ao texto da CF, sob pena de serem declaradas inconstitucionais (art. 59, §único, 61 e 69, CF). Destinam-se à regulamentação de textos constitucionais, quando o direito definido não é auto executável e há necessidade de se estabelecerem os requisitos e forma de sua aquisição e exercício. 22 5. Teoria da Hierarquia das Normas Jurídicas 5.3 Leis ordinárias: são as que emanam dos órgãos investidos de função legislativa pela CF, mediante discussão e aprovação de projetos de lei submetidos às duas Casas do Congresso Nacional (Câmara dos Deputados e Senado) e, posteriormente à sanção e promulgação do Presidente da República e publicação no Diário Oficial da União. a) Leis delegadas: têm a mesma posição hierárquica das ordinárias, sendo elaboradas pelo Presidente da República, que deverá solicitar a delegação ao Congresso Nacional (art. 68, §§ 1º ao 3º, CF). b) Medidas provisórias (art. 62, CF): estão no mesmo plano das ordinárias e das delegadas, embora não sejam leis (art. 84, XXVI, CF). O Presidente da República poderá adotar tais medidas, com força de lei, em caso de relevância e urgência, devendo submetê-las de imediato ao Congresso Nacional. Contudo, perderão sua eficácia se não forem convertidas em lei dentro de 60 dias, prorrogável por uma única vez por igual prazo, contado a partir de sua publicação. O Poder Executivo exerce função normativa. 23 5. Teoria da Hierarquia das Normas Jurídicas Obs: Vedada está a edição de Medida Provisória sobre (art. 62, §1º, CF): Questão relativa à nacionalidade, cidadania, direitos políticos, partidos políticos e direito eleitoral; direitos penal, processual penal e processual civil, organização do poder judiciário e Ministério Público; planos plurianuais, diretrizes orçamentárias; Detenção ou sequestro de bens, de poupança popular ou qualquer outro ativo financeiro; Matéria reservada à lei complementar; Assunto já disciplinado em projeto de lei aprovado pelo Congresso Nacional e pendente de sanção ou veto do Presidente da República. 24 5. Teoria da Hierarquia das Normas Jurídicas c) Decretos legislativos: são normas, aprovadas pelo Congresso, sobre matéria de sua exclusiva competência, como ratificação de tratados internacionais, julgamento das contas do Presidente da República. Portanto, tais atos não são remetidos ao Presidente para serem sancionados. d) Resoluções: são decisões do Legislativo sobre assuntos do seu interesse, como questões concernentes à licença ou perda de cargo por deputado ou senador, ou à fixação de subsídios. 25 5. Teoria da Hierarquia das Normas Jurídicas 5.4 Decretos regulamentares: são normas jurídicas gerais, abstratas e impessoais, estabelecidas pelo Executivo, para desenvolver uma lei, facilitando sua execução. 5.5 Normas internas: são os despachos, estatutos, regimentos dos órgãos públicos, tribunais, etc. 5.6 Normas individuais: envolvem diretamente os interesses dos particulares, com determinação de matéria específica. São os contratos, sentenças judiciais, testamento, etc. 26 Quadro Resumo NORMAS JURÍDICAS 1. NORMAS CONSTITUCIONAIS 2. LEIS COMPLEMENTARES 3. LEIS ORDINÁRIAS: a) Leis Delegadas b) Medidas Provisórias c) Decretos Legislativos d) Resoluções 4. DECRETOS REGULAMENTARES 5. NORMAS INTERNAS 6. NORMAS INDIVIDUAIS 27 6. Princípios basilares do Direito Personalidade: ao aceitar que todo ser humano é sujeito de direitos e obrigações, pelo simples fato de ser uma pessoa. Vale lembrar que com a mudança do entendimento dos Tribunais Superiores no Brasil, hoje, adota-se a Teoria Concepcionista, que determina o início da personalidade ainda quando do nascituro, pois há vida a partir da concepção. Autonomia da vontade: pelo reconhecimento de que a capacidade jurídica da pessoa humana lhe confere o poder de praticar ou abster-se de certos atos, conforme sua vontade. Liberdade de estipulação negocial: devido à permissão de outorgar direitos e de aceitar deveres, nos limites legais, dando origem a negócios jurídicos. 28 6. Princípios basilares do Direito Propriedade individual: pela idéia que a pessoa, pelo seu trabalho ou pelas formas admitidas em lei, pode exteriorizar a sua personalidade em bens móveis ou imóveis que passam a constituir o seu patrimônio. Intangibilidade familiar: reconhecer a família como uma expressão imediata de seu ser pessoal; Legitimidade da herança e do direito de testar: entre os poderes que as pessoas têm sobre seus bens, se inclui o de poder transmiti-los, total ou parcialmente, a seus herdeiros (“inter vivus” ou “causa mortis”). Solidariedade social: ante a função social da propriedade e dos negócios jurídicos, a fim de conciliar as exigências da coletividade com os interesses particulares (difusos). 29 7. Vigência da Lei (com base na LINDB) Processo Legislativo: elaboração do projeto – análise pela casa legislativa – análise pelo chefe do executivo – sanção – promulgação – publicação Embora nasça com a promulgação, só começa a vigorar com sua publicação no Diário Oficial. Tornando-se obrigatória, pois ninguém pode escusar-se de cumpri-la alegando que não a conhece (art. 3º, LINDB). A vigência se inicia com a publicação e se estende até sua revogação, ou até o prazo estabelecido para sua validade. A vigência, portanto, é uma qualidade temporal da norma. Segundo o art. 1º, LINDB, a lei, salvo disposição contrária, “começa a vigorar em todo o país 45 dias depois de oficialmente publicada”. O intervalo entre a data de sua publicação e a sua entrada em vigor denomina-se “vacatio legis”. 30 7. Vigência da Lei (com base na LINDB) Quando a lei brasileira é admitida no exterior (em geral quando cuida de atribuições de ministros, embaixadores, cônsules, etc.), a sua obrigatoriedade inicia-se três meses depois de oficialmente publicada. Se durante a vacatio legis ocorrer nova publicação de seu texto, para correção de erros materiais ou falha de ortografia, o prazo da obrigatoriedade começará a correr da nova publicação. O prazo de 45 dias não se aplica aos decretos e regulamentos, cuja obrigatoriedade determina-se pela publicação oficial. Tornam-se, assim, obrigatórios, desde a data de sua publicação. 31 7. Vigência da Lei (com base na LINDB) 7.2 Revogação da lei: cessa a vigência da lei com a sua revogação. Não se tratando de vigência temporária, terá vigor até que outra a modifique ou revogue (art. 2º, LINDB), por força do Princípio da Continuidade. Em alguns casos especiaisa lei pode ter vigência temporária e cessará por causas intrínsecas, tais como: a) Advento de termo fixado para a sua duração; b) Implemento de condição resolutiva (circunstanciais). Ex: enquanto durar a guerra; c) Consecução de seus fins: quando destinada a um determinado fim e este se realiza. Dá-se, nesses casos, a caducidade da lei: torna-se sem efeito pela superveniência de uma causa prevista em seu próprio texto, sem necessidade de norma revogadora. É também o caso de leis cujos pressupostos fáticos desaparecem, por exemplo, lei que se destina ao combate de uma determinada doença. 32 7. Vigência da Lei (com base na LINDB) A revogação da lei pode ser expressa (quando a lei nova declara, de modo taxativo e inequívoco, que a lei anterior ou parte dela fica revogada) ou tácita (quando não há declaração nesse sentido, mas mostra-se incompatível com a lei antiga. A revogação pode ser total (ab- rogação) ou parcial (derrogação). 33 7. Vigência da Lei (com base na LINDB) QUESTÃO DE OAB: O nosso direito não admite, como regra, a repristinação, que é o fenômeno da restauração da lei revogada pelo fato da lei revogadora ter perdido a sua vigência (art. 2º, §3º, LINB). Não há, portanto, o efeito repristinatório, restaurador, da primeira lei revogada, salvo quando houver pronunciamento expresso do legislador nesse sentido. Assim, por exemplo, revogada a Lei 1 pela Lei 2, e posteriormente revogada a lei revogadora (2) pela Lei 3, não se restabelece a vigência da Lei 1, salvo se a Lei 3 determinar a sua repristinação. 34 7.3 Teoria das Antinomias Antinomia é a presença de duas normas conflitantes. Decorre da existência de duas ou mais normas relativas ao mesmo caso, imputando-lhe soluções logicamente incompatíveis. Critérios de solução dos conflitos: - Cronológico: a norma posterior prevalece sobre a anterior; - Da especialidade: a norma especial prevalece sobre a geral; - Hierárquico: a norma superior prevalece sobre a inferior. 35 8. Obrigatoriedade das Leis Sendo a lei uma ordem dirigida à vontade geral, uma vez em vigor torna- se obrigatória para todos (art. 3º, LINDB). Tal dispositivo visa garantir a eficácia global da ordem jurídica, que estaria comprometida se admitisse a alegação de ignorância de lei vigente. A teoria da necessidade social (Clóvis Beviláqua) sustenta que a lei tem efeito erga omnes por elevada razão de interesse público, ou seja, para que seja possível a convivência social. A publicação oficial da lei tem por finalidade torná-la conhecida e neutralizar a ignorância. Contudo, devemos considerar o conhecimento falso da lei, chamado de erro de direito, como causa de anulação de negócio jurídico. Tal instituto só poderá ser invocado quando comprovada a boa-fé do agente. Ex: inadimplemento contratual sem a intenção de descumprir a lei (art. 139, CC). 36 9. Teoria das Lacunas e Soluções (Integração das Normas Jurídicas) Há situações em que não há previsão legal para a solução do conflito. Como o magistrado não pode eximir-se de proferir decisão sob o pretexto de que a lei é omissa (art. 126, CPC), deve valer-se dos mecanismos destinados a suprir as lacunas da lei, que são: a analogia, os costumes (direito consuetudinário) e os princípios jurídicos, considerando esta como ordem hierárquica. O direito estaticamente considerado (caso a caso) pode conter lacunas. Porém, sob o aspecto dinâmico (lato sensu), NÃO, pois ele mesmo prevê os meios para suprir os espaços vazios e promover a integração do sistema. 37 9.1 ANALOGIA Quando o juiz utiliza-se da analogia para solucionar determinado litígio, não está apartando-se da lei, mas aplicando à hipótese não prevista em lei um dispositivo legal relativo a caso semelhante. Isso porque o direito brasileiro consagra a supremacia da lei escrita, bem como por força do princípio da igualdade de tratamento. Requisitos: a) inexistência de dispositivo legal prevendo e disciplinando a hipótese do caso concreto; b) semelhança entre a relação não contemplada e outra regulada na lei; c) identidade de fundamentos lógicos e jurídicos no ponto comum às duas situações. 38 #DuDica Não confundir analogia com interpretação extensiva A primeira implica no uso de outra norma do sistema jurídico, em razão da ausência de norma adequada à solução do caso concreto. A segunda, porém, consiste na extensão do âmbito de aplicação da mesma norma a situações não expressamente previstas mas compreendidas pelo seu espírito, mediante uma interpretação menos literal. Ex: O juiz, ao interpretar o art. 25, CC, estende ao companheiro a legitimidade conferida ao cônjuge do ausente para ser o seu curador. #DuDica Os negócios jurídicos benéficos, a renúncia e a fiança não admitem o uso de analogia, nem interpretação extensiva, pois são interpretadas estritamente (art. 114 e 819, CC), pois importam restrição ou renúncia a um direito. 39 9.2 USOS E COSTUMES O juiz só pode recorrer ao direito consuetudinário quando esgotadas as possibilidades de suprir a lacuna pelo emprego da analogia. Daí dizer-se que o costume se caracteriza como fonte subsidiária ou fonte supletiva. Difere-se da lei quanto à origem, posto que esta nasce de um processo legislativo, tendo origem certa e determinada, enquanto o costume tem origem incerta. Distingue-se também na forma, pois é direito não escrito. 40 9.2 USOS E COSTUMES O costume é composto de dois elementos: o uso ou prática reiterada de um comportamento (elemento externo ou material) e a convicção de sua obrigatoriedade (elemento interno ou psicológico). Logo, é conceituado como “a prática uniforme, constante, pública e geral de determinado ato, com a convicção de sua necessidade” (Washington de Barros Monteiro). Porém, para que se converta em costume jurídico, e deixe de ser simples uso sem força coercitiva, é necessário que a autoridade judiciária tome conhecimento de sua existência e o aplique, declarando-o obrigatório. 41 9.2 USOS E COSTUMES Espécies de costumes: a) Secundum legem: quando se acha expressamente referido na lei. Neste caso, sua eficácia é reconhecida pelo direito positivo, como por exemplo os arts. 1297, §1º, 596 e 615, CC. Passa a ter caráter de lei, deixando de ser costume propriamente dito. b) Praeter legem: quando se destina a suprir a lei, nos casos em que há omissão desta, como prevê o art. 4º, LINDB e o art. 126, CPC. c) Contra legem: que se opõe à lei. O costume contrário à aplicação da lei não tem o poder de revogá-la. Os doutrinadores, em geral, rejeitam tais costumes por entendê- los incompatíveis com a tarefa do Estado e com o princípio de que as leis só se revogam por outras. 42 9.3 Princípios gerais de Direito São estes constituídos de regras que se encontram na consciência dos povos e são universalmente aceitas, mesmo não escritas. Muitas delas passam a integrar nosso direito positivo, como a de que “ninguém pode lesar a outrem” (art. 186, CC), a que veda o enriquecimento sem causa (art. 1216, 1220), a que não admite escusa de não cumprimento da lei por não conhecê-la (art. 3º, LINDB). Em sua maioria, os princípios estão implícitos no sistema jurídico civil, como o de que “ninguém pode valer-se da própria torpeza”, pois o sistema jurídico reprime o dolo, o de que “a boa-fé se presume”, o de que “ninguém pode transferir mais direitos do que tem”, o de que “se deve favorecer mais aquele que procura evitar um dano do que aquele que busca realizar um ganho” etc. 43 9.3 Princípios geraisde Direito No direito brasileiro, são princípios constitucionais (superiores ou fundamentais) os referidos no art. 1º, CF: soberania, cidadania, dignidade da pessoa humana, os valores sociais do trabalho e da livre- iniciativa, o pluralismo político. Têm força normativa, tendo aplicação preferencial sobre qualquer norma ordinária que se lhes oponha ou contradiga (poder vinculativo). Para que possam ser empregados como norma supletiva de direito, os princípios gerais devem ser reconhecidos como direito aplicável, dotados, assim, de juridicidade. 44 9.4 Equidade art. 5º, LINDB Não constitui meio supletivo de lacuna da lei, sendo mero recurso auxiliar da aplicação desta. É empregada quando a própria lei cria espaços para o juiz formular a norma mais adequada ao caso. É utilizada quando a lei expressamente o permite (art. 127, CPC). Ocorre geralmente nos casos de conceitos vagos ou quando a lei formula várias alternativas e deixa a escolha a critério do juiz. Como exemplo podemos citar o art. 1586, CC, que autoriza o juiz a regular por maneira diferente dos critérios legais a situação dos filhos em relação aos pais, se houver motivos graves e a bem do menor. 45 10. Aplicação e interpretação das normas jurídicas As normas são genéricas e impessoais e contêm um comando abstrato, não se referindo especificamente a casos concretos. Silogismo: premissa maior (norma jurídica) + premissa menor (caso concreto) = sentença. Para verificar se a norma é aplicável ao caso em julgamento ou se deve proceder à integração normativa (mediante analogia, costumes e princípios), o juiz procura descobrir o sentido da norma, interpretando-a. Interpretar é descobrir o sentido e o alcance da norma jurídica. 46 10. Aplicação e interpretação das normas jurídicas Interpretação subjetiva: se pesquisa a vontade do legislador (voluntas legislatoris) expressa na lei. Essa teoria não é acolhida porque quando a norma é antiga a vontade do legislador originário está normalmente superada. Interpretação objetiva: não se visa a vontade do legislador, mas da norma (voluntas legis). A lei depois de promulgada separa-se de seu autor e alcança uma existência objetiva. Interpretação da livre pesquisa: o juiz deve ter função criadora na aplicação da norma, que deve ser interpretada em função das concepções jurídicas morais e sociais de cada época. 47 10. Aplicação e interpretação das normas jurídicas Hermenêutica é a ciência da interpretação das leis. Como toda ciência, tem seus métodos: a) Interpretação autêntica ou legislativa: é a feita pelo próprio legislador, por outro ato. Este, reconhecendo a ambiguidade da norma, edita uma nova lei, destinada a esclarecer a sua intenção. Nesse caso, a lei interpretativa é considerada como a própria lei interpretada. b) Interpretação jurisprudencial ou judicial: é a fixada pelos tribunais. Embora não tenha força vinculante, influencia grandemente os julgamentos nas instâncias inferiores. Ex: súmula vinculante: para evitar uma grande demanda processual nos tribunais, sendo esta de competência do STF (Lei n. 11417, 2006). c) Interpretação doutrinária: é a feita pelos estudiosos e comentaristas do direito (jurisconsultos), para que os advogados, juízes e promotores possam entender melhor o sentido da norma e aplicá-la. 48 11. Interpretação das leis no tempo Quando a lei é modificada por outra e já se haviam formado relações jurídicas na vigência da lei anterior, pode instaurar-se o conflito das leis no tempo. Logo, aplica-se ou não a lei nova às situações anteriormente constituídas? Critérios: a) Disposições transitórias: são elaboradas pelo legislador no próprio texto normativo, destinadas a evitar e solucionar conflitos de leis no tempo, tendo vigência temporária. Ex: CC/2002 que tem no livro complementar “Das Disposições finais e transitórias” (arts. 2028 a 2046). 49 11. Interpretação das leis no tempo b) Irretroatividade das normas: é a lei que não se aplica às situações constituídas anteriormente. É um princípio que objetiva assegurar a certeza, a segurança e a estabilidade do ordenamento jurídico. Porém, não tem caráter absoluto, pois, em determinadas situações a lei poderá retroagir, atingindo os efeitos dos atos jurídicos praticados na vigência da norma revogada. Conclusão: a CF/88 e a LINDB adotaram, com efeito, o princípio da irretroatividade das leis, como regra, e o da retroatividade como exceção, em respeito ao ato jurídico perfeito, ao direito adquirido e à coisa julgada. Assim, aplica-se a lei nova aos casos pendentes de julgamento e futuros, só podendo ser retroativa, para atingir fatos já consumados, e for determinada de forma expressa pelo legislador. 50 11. Interpretação das leis no tempo Observações: a) Ato jurídico perfeito: já consumado segundo a lei vigente ao tempo em que se efetuou (art. 6º, §1º, LINDB). b) Direito adquirido: é o que se já incorporou definitivamente ao patrimônio e à personalidade de seu titular, não podendo lei nem fato posterior alterar tal situação jurídica (art. 6º, §2º, LINDB). c) Coisa julgada: é a imutabilidade dos efeitos da sentença transitada em julgado, não mais sujeita à recursos. 51 12. Eficácia da lei no espaço Na federação brasileira não se leva em conta a naturalidade da pessoa para determinar se é a lei do Estado A ou do Estado B que deve ser aplicada a ele. Aqui, a Lei de cada município se aplica dentro daquele município, o que também ocorre com as leis estaduais, que somente se aplicam dentro dos respectivos Estados. Esse princípio da territorialidade, entretanto, não é absoluto. É possível dentro do estado nacional, surgir a necessidade de regular relações entre nacionais e estrangeiros (extraterritorialidade). 52 12. Eficácia da lei no espaço Pelo sistema da territorialidade, a norma jurídica aplica-se no território do Estado, estendendo-se às embaixadas, consulados, navios de guerra onde quer que se encontrem, navios mercantes em águas territoriais ou em alto-mar, navios estrangeiros (menos os de guerra em águas territoriais) e aeronaves no espaço aéreo nacional. O Brasil adota o sistema da territorialidade moderada. Pela extraterritorialidade, a norma é aplicada em território de outro Estado, segundo os princípios e convenções internacionais. Estabelece-se um privilégio pelo qual certas pessoas escapam à jurisdição do Estado em cujo território se achem, submetendo-se apenas à jurisdição do seu país. A norma estrangeira passa a integrar momentaneamente o direito nacional, para solucionar determinado caso submetido à apreciação. 53 12. Eficácia da lei no espaço Qual lei aplicamos se um português domiciliado na Argentina celebra, na Grécia, um contrato com um francês domiciliado na Itália acerca de um bem situado no Brasil? Personalidade, ao nome, à capacidade e aos direitos de família a lei do país em que for domiciliada a pessoa (art. 7º); Bens, lei do país em que estiverem situados (art. 8º e § 1º, art. 12); Obrigações, lei do país em que se constituírem (art. 9º); Sucessão hereditária, lei do país em que era domiciliado o morto (art. 10º); Pessoas jurídicas, lei do país em que se constituírem (art. 11). Réu domiciliado no Brasil ou pena a ser cumprida neste, aplica-se a lei brasileira (art. 12) 54 12. Eficácia da lei no espaço As sentenças proferidas no estrangeiro dependem, para serem executadas no Brasil, do preenchimento dos requisitos formais (juízo de delibação) do art. 15, LINDB: a) haver sido proferida por juiz competente; b) teremsido as partes citadas ou haver-se legalmente verificado a revelia; c) ter transitado em julgado e estar revestida das formalidades necessárias para a execução no lugar em que foi proferida; d) estar traduzida por intérprete autorizado; e) ter sido homologada pelo STJ (art. 105, I, i, CF acrescentado pela EC nº 45/2004 que estabelece a competência do STJ para homologar sentença estrangeira). 55 DAS PESSOAS 1. Sujeitos de Direito e Pessoas Personalidade Jurídica – O reconhecimento jurídico de que um ente pode ser sujeito de direitos. – Por exemplo: pessoas naturais (seres humanos com vida), pessoas jurídicas (entes criados pela imaginação humana para o desempenho de um determinado papel social – associações, sociedades e as fundações – art. 44) e os entes de capacidade reduzida (nascituro e os entes despersonalizados – condomínio, espólio, massa falida e a herança jacente). 56 DAS PESSOAS 1. Sujeitos de Direito e Pessoas Pessoa Natural: início da personalidade; nascituro – A determinação exata do momento em que se inicia a personalidade da pessoa natural tem grande relevância; afinal, somente podem ser sujeitos de direitos aqueles a quem se atribui personalidade jurídica. – Pessoa natural é o ser humano com vida – art. 2º (teoria natalista). Sendo assim, o natimorto não foi (docimasia hidrostática de Galeno). – Devemos considerar também a teoria concepcionista, onde o nascituro, é considerado pessoa desde a concepção – 2ª parte do art. 2º. 57 DAS PESSOAS 1. Sujeitos de Direito e Pessoas Imaginemos que um dos pais do nascituro venha a morrer, deixando patrimônio. Terá o nascituro direito à herança? Se for reconhecida sua personalidade, e, posteriormente sua capacidade, certamente sim. Mas caso contrário, não terá. O nascituro não é pessoa natural, mas pode ser sujeito de certos direitos, com capacidade reduzida, o direito sucessório do nascituro fica resguardado até o momento em que se comprove a existência de uma criança viva. 58 DAS PESSOAS 1. Sujeitos de Direito e Pessoas Pessoa natural: fim da personalidade – Segundo o Código Civil, esse momento é o da morte (morte encefálica ou cerebral) – art. 6º, primeira parte. Comoriência – art. 8º – Morte de mais de uma pessoa no mesmo momento, ou seja, “morte em conjunto”. – Por exemplo: Pai, mãe e filho morrem em um acidente aéreo. Presunção da morte – art. 7º – Casos em que se acredita que uma pessoa morreu, mas não se tem certeza. – Não confundir com ausência. 59 DAS PESSOAS 1. Sujeitos de Direito e Pessoas Pessoa jurídica: início da personalidade – A criação das pessoas jurídicas é sempre obra humana e pode se dar, no caso das pessoas jurídicas de Direito Privado, por atos jurídicos bilaterais ou unilaterais. – A pessoa jurídica de direito privado só adquire personalidade jurídica quando o ato que a constitui é levado a registro – art. 45 – no cartório de registro civil das pessoas jurídicas ou na junta comercial, dependendo do caso. – A partir do momento em que a PJ adquirir personalidade, esta ganha patrimônio distinto do patrimônio de quem a criou. – #DuDica A Teoria da desconsideração da personalidade jurídica ou Teoria da Penetração – art. 50 CC e 28 CDC. 60 DAS PESSOAS 1. Sujeitos de Direito e Pessoas Pessoa jurídica: fim da personalidade – Ocorre quando se extingue a personalidade da pessoa jurídica. – Sua extinção depende de uma ato de vontade dos associados, sócios ou administradores – dissolução. – Nos casos específicos das sociedades empresárias – art. 982 – a extinção também pode ocorrer em razão de falência. – Em qualquer caso, a PJ mantém sua personalidade até que ocorra a liquidação – art. 51. – #DuDica Fim da personalidade PF = MORTE – CERTIDÃO DE ÓBITO PJ = LIQUIDAÇÃO – CANCELAMENTO DE REGISTRO 61 DAS PESSOAS 2.2 Atributos da Personalidade – O reconhecimento da existência de uma pessoa pelo Direito lhe dá, imediatamente, 4 atributos: nome, capacidade, estado e o domicílio. Nome – O nome da pessoa natural – art. 55 LRP Lei nº 6.015/73 – é composto de prenome e de um ou mais sobrenomes dos pais. Admite-se, ainda, o uso de um agnome, como Júnior, Filho, Neto, Sobrinho etc., para distinguir de um homônimo. – É dever do oficial do registro se recusar a registrar nomes que possam expor a pessoa ao ridículo – parágrafo único art. 55 LRP. – Admite-se a alteração do nome no 1º ano após se atingir a maioridade civil – art. 56 LRP. Após esse prazo, só com autorização judicial – art.57 LRP. 62 DAS PESSOAS 2.2 Atributos da Personalidade Nome – O nome da pessoa jurídica, depende da natureza da pessoa: associações e fundações, a lei não faz exigências. Por exemplo: Associação dos Moradores do Maiobão ou Fundação Roberto Marinho. – Quanto as sociedades, são feitas exigências, as quais variam de acordo com o tipo societário. Vide Direito Empresarial 63 DAS PESSOAS 2.2 Atributos da Personalidade Capacidade – Personalidade é o reconhecimento jurídico de que um ente pode ser sujeito de direitos. – Já a capacidade jurídica pode ser conceituada como a aptidão genérica para adquirir direitos. – A capacidade pode ser: política ou civil (de direito ou de fato). – Capacidade de Direito: consiste no grau de aptidão para adquirir direitos ou praticar, por si ou por outrem, atos não proibidos pela lei. – Capacidade de Fato: consiste na aptidão para o exercício, por si, dos atos da vida civil. #DuDica De Direito está escrito na Lei. De Fato, precisa de uma ação, de algo para existir. 64 DAS PESSOAS 2.2 Atributos da Personalidade Incapacidade Absoluta – Algumas pessoas, para fins de proteção, o Direito nega completamente a capacidade de fato – absolutamente incapazes – nomeia-se um representante – art. 166, I – que irá praticar os atos da vida civil por elas. – Art. 3º – #DuDica serão considerados nulos os atos praticados por pessoas absolutamente incapazes. – #DuDica Inciso III, muita gente confunde como hipótese de incapacidade relativa. Ex: Pessoa em estado de coma. 65 DAS PESSOAS 2.2 Atributos da Personalidade Incapacidade Relativa – A outras pessoas que o Direito também nega capacidade de fato plena, porém não considera nulos, mas anuláveis – art. 171, I – os atos que pessoalmente praticarem. – Trata-se dos relativamente incapazes, a quem se atribui um assistente para o exercício dos atos da vida civil, e que vêm listados no art. 4º. – #DuDica Pródigos são aqueles que por uma razão qualquer, dissipam seu patrimônio, realizam gastos excessivos, endividam-se. (IV, art. 4º cc art. 1782). 66 DAS PESSOAS 2.2 Atributos da Personalidade Obs: Certos atos da vida civil podem ser praticados sem a devida assistência: - ser testemunha (art. 228, I); - aceitar mandato procuratório (art. 666); - fazer testamento (art. 180, §único); - exercer emprego público que não exige a maioridade (art. 5º, §único, III); - casar (art. 1517); - ser eleitor; - celebrar contrato de trabalho. 67 DAS PESSOAS Índios (Lei nº 6001/73) Vide Art. 231 e 232 CF/88 Compete privativamente à União legislar sobre populações indígenas (art. 22, XIV, CF), estando sujeitos à sua tutela até se adaptarem à civilização. Os negócios jurídicos celebrados entre índios e estranhos, sem a participação da Fundação Nacional do Índio - FUNAI, são nulos. É incapaz desde o nascimento, exceto quando atingir idade mínima de 21 anos, conhecimento da língua portuguesa, habilitaçãopara exercício de atividade útil à comunidade nacional, razoável compreensão dos usos e costumes, pois a capacidade dos índios será regulada por legislação especial (art. 4º, §único, CC). 68 DAS PESSOAS Índios (Lei nº 6001/73) Classificação: a) isolados: quando vivem em grupos desconhecidos; b) em vias de integração: quando em contato intermitente ou permanente com grupos estranhos, conservando condições de vida nativa, mas aceitando algumas práticas e modos de existência comuns aos demais setores da comunhão nacional; c) integrados: quando incorporados à comunhão nacional e reconhecidos no pleno exercício dos direitos civis, mesmo que conservem os direitos consuetudinários de sua cultura. Uma vez ocorrida a sua integração, o índio passa a ser um cidadão comum, podendo, inclusive, ser responsabilizado civil e criminalmente. 69 DAS PESSOAS 2.2 Atributos da Personalidade Maioridade e Emancipação – Aos 18 anos completos a pessoa adquire a capacidade plena para prática por si dos atos da vida civil (art. 5º) – A Lei admite que certas pessoas, menores de 18 anos, adquiram a capacidade plena por meio da emancipação de que trata parágrafo único do art. 5º. Emancipação – é o ato jurídico por meio do qual se atribui capacidade jurídica plena a um menor. 70 DAS PESSOAS 2.2 Atributos da Personalidade Emancipação I – Emancipação Parental e emancipação Judicial A emancipação judicial terá lugar quando ambos os pais, ou apenas um deles, não concordar em emancipar o filho, ou quando o menor estiver sobre tutoria, caso em que o juiz ouvirá o tutor no processo e decidirá. O menor deverá ter no mínimo 16 anos. II – Emancipação Legal - Casamento Admite-se o casamento do maior de 16 anos, exigindo- se, no entanto, autorização dos pais ou dos representantes legais (art. 1517). Excepcionalmente, em caso de gravidez, é que se autoriza o casamento dos menores de 16 anos. 71 DAS PESSOAS 2.2 Atributos da Personalidade Emancipação III – Emancipação Legal – Emprego Público Efetivo Com a Constituição Federal de 1988, esta hipótese, desapareceu na prática – art. 37, II CF/88. IV – Emancipação Legal – Colação de Grau Perdeu a razão de ser, visto que, no atual sistema educacional é impossível que um menor de 18 anos conclua o ensino superior. V – Emancipação Legal – Economia Própria 72 DAS PESSOAS 2.2 Atributos da Personalidade Estado – Conjunto de características que individualizam e designam uma pessoa. Essas características, para o Direito Civil, referem-se ao: – Estado Familiar – pai, mãe, filho ou filha, solteiro, casado etc.; – Estado Político – cidadão ou não, nacional ou estrangeiro; – Estado Profissional – empregado ou não, jurista, médico; – Estado Individual – homem, mulher, heterossexual, homossexual; Princípio da Igualdade 73 DAS PESSOAS 2.2 Atributos da Personalidade Domicílio – art. 70 a 78 – Morada, residência. – No Direito, domicílio possui duas acepções: domicílio político (lugar onde a pessoa vota) e domicílio civil (lugar em que a pessoa, com ânimo definitivo, estabelece sua residência e o centro de suas atividades. – É possível uma pessoa ter diversos domicílios – art. 71 – E se a pessoa não tiver residência habitual, nem exercer atividade profissional em lugar fixo? – art. 73 – Mudança de domicílio – art. 74 – Pessoas Jurídicas – art. 75 74 DAS PESSOAS 2.2 Atributos da Personalidade Domicílio – art. 70 a 78 – A doutrina classifica domicílio: – Voluntário – há possibilidade de escolha, o qual pode ser geral ou de eleição (definido em um contrato – art. 78) – Necessário – imposição pelo Direito, o qual pode ser de origem (de quem adquire ao nascer) ou legal (determinado pela lei – art. 76). 75 DAS PESSOAS 2.2 Atributos da Personalidade Domicílio – art. 70 a 78 76 DOMICÍLIO NECESSÁRIO INCAPAZ – o domicílio do seu representante ou assistente Servidor Público – lugar onde exercer permanentemente sua função Militar – lugar onde servir Oficial da Marinha ou da Aeronáutica – lugar da sede do comando Marítimo – lugar onde o navio estiver matriculado Preso – lugar onde cumprir a sentença DAS PESSOAS 2.3 Direitos da Personalidade – art. 11 a 21 A partir da Revolução Francesa e da Declaração Universal dos Direitos do Homem e do Cidadão, o Direito passou a preocupar-se, cada vez mais, com a dignidade do ser humano. No rol dos direitos da personalidade incluíram-se o direito à vida, à liberdade, à igualdade, à imagem, ao nome etc. Constituição Federal de 1988 Ilimitados, Absolutos e oponíveis a todos Características: intransmissibilidade, irrenunciabilidade, indisponibilidade e imprescritibilidade. 77 DAS PESSOAS 2.3 Direitos da Personalidade – art. 11 a 21 No entanto, em casos expressos, admite-se disposição relativa – art. 13 e 14. Enunciado 4 – I Jornada de Direito Civil – “o exercício dos direitos da personalidade pode sofrer limitação voluntária, desde que não seja permanente nem geral”. Enunciado 139 – III Jornada de Direito Civil – “os direitos da personalidade podem sofrer limitações, ainda que não especificamente previstas em lei, não podendo ser exercidos com abuso de direito de seu titular, contrariamente à boa-fé objetiva e aos bons costumes”. 78 DAS PESSOAS 2.4 Entes Despersonalizados Entes de capacidade reduzida são aqueles que não se enquadram nem no conceito de pessoa natural, nem no conceito de pessoa jurídica, mas que, no entanto, atuam no plano jurídico como sujeitos de direitos, razão pela qual gozam de personalidade. Consideram-se entes de capacidade reduzida o nascituro e os entes costumeiramente denominados despersonalizados condomínio, espólio, massa falida e da herança jacente. 79 DAS PESSOAS 3. Ausência – arts. 22 a 39 Pode acontecer de uma pessoa desaparecer sem deixar notícias, nem representante. Para solucionar esses casos, o Direito determina a declaração da ausência do desaparecido, por meio de sentença (art. 22 do CC e art. 1159 do CPC). As consequências jurídicas da declaração de ausência são a curadoria dos bens do ausente, a abertura da sucessão provisória e, por fim, a declaração de morte presumida e a abertura da sucessão definitiva. 80 DAS PESSOAS 3. Ausência – arts. 22 a 39 Hipóteses de Ausência – Constatado o desaparecimento, sem notícias, e sem nomeação de representante, restará configurada a situação jurídica da ausência. Será necessária sentença declaratória da ausência. – Se o desaparecido houver deixado representante, com poderes para administrar seus bens, este será responsável por administrar os interesses da pessoa, e nessa hipótese não se configurará ausência, desde que o representante nomeado queira e possa exercer o mandato, e que lhe tenham sido outorgados poderes suficientes. 81 DAS PESSOAS 3. Ausência – arts. 22 a 39 Hipóteses de Ausência – Nas hipóteses em que o representante nomeado não querer ou não poder exercer o mandato, ou de seus poderes forem insuficientes, fica configurada a ausência – art. 23 – Também se caracteriza a ausência se, mesmo tendo nomeado representante, a pessoa desaparecida não retornar em até 3 anos de seu desaparecimento. Decorrido esse prazo, os interessados poderão requerer que seja declarada a ausência e aberta a sucessão provisória – art. 26, segunda parte 82 DAS PESSOAS 3. Ausência – arts. 22 a 39 Procedimento da Declaração de Ausência – arts. 22 a 24 CC e arts. 1.159 a1169 CPC A declaração de Ausência pode ser requerida pelo MP ou por qualquer interessado (cônjuge ou companheiro, herdeiros presumidos, legais ou testamentários, tiverem direitos sobre os bens e os credores). O juiz nomeará curador, e a sentença deverá ser levada a registro – art. 94 Lei nº 6.015/73 Lei dos Registros Públicos) 83 DAS PESSOAS 3. Ausência – arts. 22 a 39 Curadoria dos Bens – É preciso que alguém cuide deles, em nome do ausente, e administre seus interesses. – O juiz, na sentença que declarar a ausência, mandará arrecadar os bens do ausente e lhes nomeará curador, ou seja, uma pessoa que deles tomará conta. – Da sentença que nomear curador deverão constar os poderes e obrigações – art. 24 – Ordem para nomeação do curador – art. 25 – Eventual substituição do curador deverá ser averbada – art. 104 LRP 84 DAS PESSOAS 3. Ausência – arts. 22 a 39 Curadoria dos Bens – Após arrecadação dos bens do ausente, o juiz mandará publicar editais durante o período de 1 ano, os quais devem ser reproduzidos de 2 em 2 meses, anunciando a arrecadação e convocando o ausente para se imitir na posse de seus bens – art. 1161 CPC 85 DAS PESSOAS 3. Ausência – arts. 22 a 39 Cessa a Curadoria dos Bens – art. 1162 CPC – Comparecimento do ausente; – Comparecimento do procurador; – Comparecimento de quem o represente; – Pela certeza da morte do ausente; – Pela abertura da sucessão provisória. 86 DAS PESSOAS 3. Ausência – arts. 22 a 39 Abertura da Sucessão Provisória – A sucessão é provisória, pois é possível que a pessoa desaparecida ainda retorne ou venha a ser localizada. – Art. 26, duas são as hipóteses que autorizam a abertura da sucessão provisória: Decurso de 1 ano da sentença que declarou a ausência e determinou a arrecadação dos bens do ausente; Decurso de 3 anos do desaparecimento de pessoa que deixou representante, cuja ausência, portanto, não foi declarada. 87 DAS PESSOAS 3. Ausência – arts. 22 a 39 Abertura da Sucessão Provisória – Partes legitimas a requerer abertura da sucessão provisória: Ministério Público – art. 28, § 1º Interessados – art. 27 Garantia da Restituição – art. 30 Alienação ou Hipoteca somente por ordem judicial – art. 31 Sucessores Provisórios = Representantes – art. 32 88 DAS PESSOAS 3. Ausência – arts. 22 a 39 Abertura da Sucessão Provisória – Se nenhum interessado requerer a abertura do inventário dentro de 30 dias a contar do trânsito em julgado da sentença que determinou a abertura da sucessão provisória, os bens do ausente serão arrecadados na forma dos arts. 1819 a 1823 – herança jacente – art. 28, § 2º – Frutos – art. 33 – Herdeiro Incapaz de dar garantia – art. 34 89 DAS PESSOAS 3. Ausência – arts. 22 a 39 Regresso ou Morte do Ausente – A situação dos sucessores provisórios se mantém até que uma de três coisas aconteça: Ausente regresse ou seja localizado; Se prove sua morte – art. 35; Decorra o prazo legal para a abertura da sucessão definitiva. Direito aos Bens – art. 36 Direito a metade capitalizada dos frutos caso comprove que sua ausência foi involuntária e justificada Perderá seus direitos – parágrafo único do art. 33 90 DAS PESSOAS 3. Ausência – arts. 22 a 39 Declaração da Morte Presumida e Abertura da Sucessão Definitiva – Caso passem mais de 10 anos, desde o trânsito em julgado da sentença que determinou a abertura da sucessão provisória, sem que se tenha notícia do ausente, os interessados poderão requerer a declaração da morte presumida – art. 6º segunda parte, bem como requerer a abertura da sucessão definitiva, levantando as cauções prestadas – art. 37 – Esse prazo é reduzido para cinco anos, se ficar provado que o ausente, conta com mais de 80 anos de idade – art. 38 #DuDica 5 anos sem notícias + 80 anos – Retorno do Ausente – Vide Slide 93 91 DAS PESSOAS 3. Ausência – arts. 22 a 39 – Revisão • Pessoa desaparece sem deixar notícias ou representante Após 1 ano • Declaração de Ausência: Curadoria dos bens do ausente Após 10 anos • Abertura da Sucessão Provisória • Abertura da Sucessão Definitiva 92 DAS PESSOAS 3. Ausência – arts. 22 a 39 93 RETORNO DO AUSENTE – Art. 39 APÓS A ABERTURA DA SUCESSÃO PROVISÓRIA, MAS ANTES DA DEFINITIVA: RECEBE TODOS OS BENS, INCLUSIVE A METADE CAPITALIZADA DOS FRUTOS, SE A AUSÊNCIA TIVER SIDO INVOLUNTÁRIA E JUSTIFICADA EM ATÉ 10 ANOS APÓS A ABERTURA DA SUCESSÃO DEFINITIVA: RECEBE OS BENS NO ESTADO EM QUE SE ENCONTRAREM, INCLUSIVE OS BENS SUB-ROGADOS E O PREÇO DOS BENS ALIENADOS APÓS 10 ANOS CONTADOS DA ABERTURA DA SUCESSÃO DEFINITIVA: NÃO RECEBE NADA DAS PESSOAS 4. Pessoas Jurídicas – arts. 40 a 69 94 A ideia genial por trás das pessoas jurídicas é a da separação. Isso porque, apesar de serem, sempre, criação humana, ganham uma existência que é separada do seu criador. A personalidade distinta implica existência distinta e patrimônio distinto. Separação Patrimonial DAS PESSOAS 4. Pessoas Jurídicas – arts. 40 a 69 95 Em razão da teoria da realidade jurídica – realidade técnica a pessoa jurídica deverá cumprir algumas formalidades para que lhe seja atribuída personalidade. DAS PESSOAS 4. Pessoas Jurídicas – arts. 40 a 69 96 ESPÉCIES DE PESSOA JURÍDICA – Pessoas Jurídicas de Direito Público – art. 41 União, Estado, Distrito Federal, Territórios, Municípios, Autarquias, Associações Públicas e demais entidades públicas criadas por lei. – Pessoas Jurídicas de Direito Privado – art. 44 Associações, Sociedades, fundações e Empresas Individuais de Resp. Limitada. Organizações Religiosas e os Partidos Políticos (Lei nº 9.096/95) não são objeto de estudo do Direito Civil. DAS PESSOAS 4. Pessoas Jurídicas – arts. 40 a 69 97 4.1 – Pessoas Jurídicas de Direito Privado 4.1.1 – Associações – Art. 53 – Entidades criadas pela reunião de pessoas para a consecução de atividades não econômicas. – Exemplos: Associações Atléticas, estudantis, de bairro, educacionais, de classe etc. – #DuDica Os eventuais lucros obtidos por uma associação devem ser revestidos em benefício da própria associação, e não distribuídos aos associados. DAS PESSOAS 4. Pessoas Jurídicas – arts. 40 a 69 98 4.1.1 – Associações – Art. 53 – Adquire personalidade jurídica quando o estatuto é registrado no ofício do Registro Civil das Pessoas Jurídicas ou, na falta deste, no ofício do Registro de Títulos e Documentos, conforme art. 2º, II, da Lei de Registros Públicos – Lei 6015/73. – Dissolução – art. 61 primeira parte DAS PESSOAS 4. Pessoas Jurídicas – arts. 40 a 69 99 4.1.2 – Sociedades – Finalidade lucrativa – O Código Civil de 2002 dedicou todo um livro ao chamado Direito de Empresa – arts. 966 a 1.195 – A sociedade somente adquire personalidade jurídica a partir do registro: se empresárias, no Registro Público de Empresas Mercantis (Juntas Comerciais); se não empresárias, no Registro Civil das Pessoas Jurídicas. DAS PESSOAS 4. Pessoas Jurídicas – arts. 40 a 69 10 0 4.1.3 – Fundações – Art. 62 – São patrimônios personalizados à consecução de finalidades religiosas, morais culturais ou de assistência. – A constituição da fundação se dá pela dotação de bens livres para um determinado fim, determinado pelo instituidor, por escritura pública ou por testamento. – #DuDica Incorporação do Patrimônio –art. 69 DAS PESSOAS 4. Pessoas Jurídicas – arts. 40 a 69 10 1 PESSOAS JURÍDICAS DE DIREITO PRIVADA Associações – reuniões de pessoas com finalidade não econômica Sociedades – reuniões de pessoas com intuito de obter lucro Fundações – patrimônio personalizado para a promoção de atividades religiosas, morais, culturais ou de assistência DAS PESSOAS 4. Pessoas Jurídicas – arts. 40 a 69 10 2 Teoria da Desconsideração da Personalidade Jurídica – Art. 50 – Tal abuso se caracteriza quando a finalidade da pessoa jurídica é desviada, ou quando há confusão patrimonial. – O Código Civil adotou a teoria maior. Desta forma, a desconsideração só ocorrerá nos casos de abuso da personalidade jurídica. – O Código de Defesa do Consumidor (art. 28) adotou a teoria menor, ampliando as possibilidade de desconsideração. – #DuDica Teoria Inversa 5. Bens – arts. 79 a 103 10 3 É comum, ao se falar em bens, pensar-se em coisas. Estas são, na verdade, espécie daqueles, e se referem aos bens corpóreos, materiais e suscetíveis de valoração econômica. Três são os requisitos para caracterizar a coisa: interesse econômico, gestão econômica e subordinação jurídica. 5. Bens – arts. 79 a 103 10 4 Bens considerados em si mesmo – O bens podem, ser classificados em móveis ou imóveis, fungíveis ou infungíveis, consumíveis ou inconsumíveis, divisíveis ou indivisíveis, e singulares ou coletivos Bens Móveis e Imóveis – Móveis são aqueles que podem ser movimentados, seja por força própria, seja por força alheia, sem que isso altere suas características essenciais (art. 82). 5. Bens – arts. 79 a 103 10 5 Bens Móveis e Imóveis – Móveis são aqueles que podem ser movimentados, seja por força própria, seja por força alheia, sem que isso altere suas características essenciais (art. 82). – São também considerados bens móveis para fins legais: as energias que tenham valor econômico, direitos reais sobre bens móveis e as ações correspondentes e os direitos pessoais de caráter patrimonial e as respectivas ações (art. 83). 5. Bens – arts. 79 a 103 10 6 Bens Móveis e Imóveis – São também bens móveis, os materiais destinados a alguma construção, antes de serem empregados, bem como os materiais de demolição. – São semoventes os bens móveis cujo o movimento é possível por força própria. Ex: animais. 5. Bens – arts. 79 a 103 10 7 Bens Móveis e Imóveis – São considerados bens imóveis, aqueles não suscetíveis de movimento, em razão de se encontrarem incorporados ao solo, natural ou artificialmente (art. 79). – São classificados em imóveis por natureza (solo), imóveis por acessão artificial (edifícios e as plantações) e imóveis por acessão intelectual (em razão de estarem economicamente vinculados a um imóvel. Por exemplo, máquinas de uma fábrica). 5. Bens – arts. 79 a 103 10 8 Bens Móveis e Imóveis – São também considerados bens imóveis, os direitos reais sobre imóveis e as ações que asseguram (80, I); e o direito a sucessão aberta (80, II). – São imóveis, as edificações que forem transferidas para outro local, desde que, ao serem separadas dos solo, conservem sua unidade (81, I); e os materiais que forem temporariamente destacados de uma construção para, posteriormente serem nela reempregados (81, II). 5. Bens – arts. 79 a 103 10 9 Bens Fungíveis ou Infungíveis – Os bens fungíveis são aqueles que podem ser substituídos perfeitamente por outros, desde que sejam da mesma espécie e qualidade, e estejam na mesma quantidade (85). – Os bens infungíveis são aqueles que não podem ser substituídos. 5. Bens – arts. 79 a 103 11 0 Bens Consumíveis e Inconsumíveis – São consumíveis aqueles que se deterioram com a consumação (86). Ex. Alimentos, produtos de limpeza etc. – Já os inconsumíveis são aqueles que não sofrem destruição em razão do consumo. 5. Bens – arts. 79 a 103 11 1 Bens Divisíveis e Indivisíveis – São divisíveis os bens que admitem fracionamento, sem, contudo, sofrer alteração na sua substância, ou ter seu valor consideravelmente diminuído, ou, ainda, deixarem de servir para o uso a que se destinam (87). – Já os bens indivisíveis não admitem tal fracionamento. 5. Bens – arts. 79 a 103 11 2 Bens Divisíveis e Indivisíveis – São divisíveis os bens que admitem fracionamento, sem, contudo, sofrer alteração na sua substância, ou ter seu valor consideravelmente diminuído, ou, ainda, deixarem de servir para o uso a que se destinam (87). – Já os bens indivisíveis não admitem tal fracionamento. – #DuDica Divisão do Terreno x Livro – #DuDica Admite-se que bens naturalmente divisíveis sejam considerados indivisíveis, por determinação legal ou por vontade das partes (88) 5. Bens – arts. 79 a 103 11 3 Bens Singulares ou Coletivos – São singulares os bens que, embora reunidos, se consideram de per si, independente dos demais (89). Ex: caneta – Outros, por sua vez, são tratados coletivamente e podem ser objeto de relações jurídicas próprias (90, parágrafo único), seja porque, com isso, ganham uma destinação unitária própria, ou porque essa é sua relevância jurídica – universalidade de fato (90), ou, ainda, porque integram o complexo de relações jurídicas de uma pessoa, dotada de valor econômico – universalidade de direito (91). Ex: Herança 5. Bens – arts. 79 a 103 11 4 Bens Públicos ou Particulares – Classificam-se os bens, em atenção ao titular do domínio (proprietário), em públicos e particulares. – Bens públicos, pertencem às pessoas jurídica de direito público interno. – Os bens públicos podem ser: Uso Comum do Povo (rios, mares, estradas, ruas) Bens de Uso Especial (edifícios ou terrenos destinados ao serviço da administração pública) Bens Dominicais (os que constituem o patrimônio das PJ de Direito Público, como objeto de direito pessoal. Podendo inclusive, ser alienado (100/101). 5. Bens – arts. 79 a 103 11 5 Bens Públicos ou Particulares – Seja qual for a sua classificação, tradicionalmente nenhum bem público sujeita-se à usucapião (102). #DuDica Existem estudos no Direito Administrativo que confirmam a possibilidade de usucapião dos bens dominicais. – O uso dos bens públicos poderá ser gratuito ou oneroso (103). 5. Bens – arts. 79 a 103 11 6 Bens Reciprocamente Considerados – Os bens podem ser classificados de acordo com sua relação uns com os outros, ou, como se costuma dizer, reciprocamente considerados. De acordo com esse critério, classificam-se em bens principais, acessórios ou pertenças; frutos, produtos, benfeitorias e acessões. 5. Bens – arts. 79 a 103 11 7 Bens Principais, Acessórios e Pertenças – Bem principal é aquele que tem existência autônoma (92). – Bem acessório é aquele cuja existência depende de um bem principal “acessorium sequitur principale” – Em razão do acessório seguir o principal, se alguém doa a cadeira, doa também o assento, ainda que não mencione o fato expressamente. – Pertenças são bens que, não constituindo partes integrantes, se destinam, de modo duradouro, ao uso, ao serviço ou ao aforamento de outro (93). 5. Bens – arts. 79 a 103 11 8 Bens Principais, Acessórios e Pertenças – Qual a relevância jurídica das pertenças? Os negócios jurídicosque se referem ao bem principal não abrangem as pertenças, a não ser que o contrário seja estabelecido em lei, ou decorra da vontade das partes, ou das circunstâncias do caso. Ex: Venda de Fazenda com porteira fechada 5. Bens – arts. 79 a 103 11 9 Frutos e Produtos – Admite-se que os frutos ou produtos pendentes (aqueles que estão unidos à coisa principal) sejam objeto de negócio jurídico (95). – Por essa razão, é possível vender 10 sacas de laranjas que ainda estão presas à laranjeira. Frutos – São chamados de frutos os bens que se originam periodicamente de um outro bem, sem que este sofra alteração em sua substância, especificamente por não sofrer redução nem deterioração. – Ex: frutas, aluguéis, juros. 5. Bens – arts. 79 a 103 12 0 Frutos – Os frutos são classificados em: Pendentes – enquanto não destacados do bem que os originou; Percebidos ou Colhidos – depois de separados; Percipiendos – caso não tenham sido colhidos, embora pudessem sê-lo; Consumidos – aqueles que não mais existem. #DuDica Todos os frutos podem ser objetos de negócio jurídico (95) 5. Bens – arts. 79 a 103 12 1 Produtos – São extraídos da substância de outro bem, daí por que implicam redução ou deterioração deste (recursos não renováveis). – Exemplo: pedras, ou minerais, extraídos de uma mina. #DuDica Assim como os frutos, os produtos, mesmo antes de serem extraídos da coisa, podem ser objeto de negócio jurídico (95). 5. Bens – arts. 79 a 103 12 2 Benfeitorias e Acessões – É comum que uma coisa seja melhorada, ou que nela sejam acrescentadas outras coisas, por fato do homem ou pela natureza. A pintura (acessório – parte integrante) de uma casa representa um melhoramento; a instalação de um rádio (pertença – uma parte não integrante) em um carro representa um acréscimo. – Os melhoramentos e acréscimos que se incorporam à coisa principal como acessórios dela podem tomar forma de benfeitorias ou de acessões. 5. Bens – arts. 79 a 103 12 3 Benfeitorias – É uma obra realizada em uma coisa para conservá-la (necessária – 96, § 1º), melhorá-la (útil – 96, § 2º) ou embelezá-la (voluptuária – 96, § 3º). – Os melhoramentos ou acréscimos que sobrevenham ao bem sem intervenção do proprietário, possuidor ou detentor não são considerados benfeitorias (97). 5. Bens – arts. 79 a 103 12 4 Acessões – Fala-se em acessões artificiais para se referir aos acréscimos feitos à coisa com o intuito de lhe dar destinação. Não se trata, portanto, de obras para conservar, melhorar ou embelezar a coisa. – Ex: Construção de uma casa em um terreno – Acessões Naturais – Pode acontecer, por outro lado, de sobrevir à coisa um acréscimo por ação da natureza, o qual poderá dar destinação, melhorar ou embelezar a coisa, mas não será considerado benfeitoria porquanto não sofre intervenção do proprietário, possuidor ou detentor. Ex: Aluvião 6. Fatos Jurídicos 12 5 Todo fato que gera repercussão no plano do Direito. – Em sentido estrito Naturais (ocorrem independentemente de ação humana) Atos-fatos jurídicos – consistem em condutas humanas que produzem determinado efeito jurídico, ainda que a vontade não tenha sido a ele direcionada. O ordenamento concentra-se no fato, e não na vontade. – Atos Jurídicos Ocorrem por atuação da vontade relevante, se subdividindo em lícitos (voluntários e negócios jurídicos) e ilícitos. 7. Atos Jurídicos Lícitos art. 104 a 114 e 121 a 185 12 6 São todos os fatos jurídicos que ocorrem por atuação da vontade humana, cuja a prática não é proibida pelo Direito. São espécies de atos jurídicos os atos jurídicos voluntários e os negócios jurídicos. 7. Atos Jurídicos Lícitos art. 104 a 114 e 121 a 185 12 7 1.1 Atos Jurídicos Voluntários – Também chamados de atos jurídicos em sentido estrito, são os atos praticados por atuação da vontade e cujos efeitos são determinados por lei. – Exemplo: Casamento e suas consequências. 1.2 Negócios Jurídicos – São os atos praticados por atuação da vontade e para cujos efeitos a lei reserva um espaço mais amplo dentro do qual a vontade pode atuar. – Exemplo: Contratos em suas infinitas espécies. 7. Atos Jurídicos Lícitos art. 104 a 114 e 121 a 185 12 8 2 Elementos dos Atos Jurídicos – Podem ser intrínsecos, porque integram o ato; outros extrínsecos, porque o circundam – não integram. 2.1 Elementos Intrínsecos – Podem ser elementos essenciais e os elementos acidentais. 2.1.1 Elementos Essenciais – Plano de Existência – São aqueles sem os quais simplesmente não existe o ato. Trata-se do sujeito, da vontade e do objeto. 2.1.2 Elementos Acidentais – Plano de Eficácia – Fazem parte da essência do ato, integram-no. Trata-se da condição, do termo e do encargo. #DuDica Por serem acidentais, nem sempre se encontram presentes nos atos jurídicos, e a ausência deles por si só não compromete a existência e validade do ato. 7. Atos Jurídicos Lícitos art. 104 a 114 e 121 a 185 12 9 2.2 Elementos Extrínsecos – Os elementos que circundam o ato, mas não integram, são ditos extrínsecos. Cuida-se da capacidade do agente (ou agentes), da possibilidade do objeto, da licitude do motivo determinante e da observação da forma. – A presença ou não de tais elementos importa na validade ou invalidade do ato jurídico, razão pela qual são examinados no plano de validade, constituindo-se em requisitos de validade do ato. 3 Requisitos de Validade do Atos Jurídicos – São 4, segundo a doutrina clássica: capacidade dos sujeitos, possibilidade do objeto, a licitude do motivo, a observação da forma. – O artigo 104 do Código Civil, omitiu do rol a licitude do motivo. Todavia, no art. 166, III, incluiu a ilicitude do motivo determinante entre causas de nulidade do ato. 7. Atos Jurídicos Lícitos art. 104 a 114 e 121 a 185 13 0 #DuDicas - Absolutamente capaz, pode pactuar um contrato de compra e venda?! - Sobre a ilicitude do motivo determinante o Código Civil adotou a teoria causalista objetivista, ao estatuir a nulidade dos atos jurídicos cujo motivo determinante, for ilícito (art. 166, III). No exame desse requisito de validade do ato, deve-se analisar não o motivo interno, subjetivo que levou os sujeitos a agir, mas sim o fim social que buscavam atingir, ou, em outras palavras, seu propósito negocial, a razão jurídica de terem agido. 7. Atos Jurídicos Lícitos art. 104 a 114 e 121 a 185 13 1 4 Modalidade dos Atos Jurídicos – Podem ser puro e simples, condicional, a termo ou modal, conforme veremos a seguir. 4.1 Ato Puro e Simples – É o ato que não contém elementos acidentais. Por esta razão, sua eficácia se inicia tão logo o ato é praticado, e não tem extinção predefinida (art. 134). 4.2 Ato Condicional – É o ato sujeito a condição, a qual pode ser suspensiva ou resolutiva. 4.2.1 Ato Sujeito a Condição Suspensiva – Não há desde logo aquisição de direito, mas mera expectativa, a aquisição só ocorrerá se e quando a condição se implementar (art. 125). Todavia, essa expectativa recebe proteção jurídica. 7. Atos Jurídicos Lícitos art. 104 a 114 e 121 a 185 13 2 4.2.1 Ato Sujeito a Condição Suspensiva – O art. 130, por sua vez, autoriza o titular do direito condicional a praticar atos destinados a conservá-lo, referindo-se a ele como direito eventual. – Cumpre salientarque a doutrina diferencia expectativa de direito do instituto do direito eventual. Aquela se caracteriza por uma potencialidade (pode ser adquirido ou não). Quem começa um novo emprego tem a expectativa de, após 12 meses de trabalho, adquirir direito a férias. Já o direito eventual é um direito futuro, cuja aquisição, embora não se tenha ainda concluído, já se iniciou. É o caso de quem compra um bem parcelado. Com o pagamento da primeira parcela, inicia-se a aquisição do direito. – Em todo caso, para que bem se interprete o art. 130, basta ler direito “eventual” como “condicional”. 7. Atos Jurídicos Lícitos art. 104 a 114 e 121 a 185 13 3 4.2.2 Ato Sujeito a Condição Resolutiva – Se o ato jurídico se encontra sujeito a uma condição resolutiva, por sua vez, a aquisição do direito se opera desde logo (art. 127). – Por exemplo, no momento em que o doador for dispensado do emprego, o direito de propriedade do donatário se extinguirá. 4.2.3. Impossibilidade e ilicitude da condição – Reputam-se inválidas as condições ilícitas (122), sejam elas suspensivas ou resolutivas. Consideram-se também inválidas (123) as condições suspensivas físicas ou juridicamente impossíveis. As condições resolutivas física ou juridicamente impossíveis, por sua vez, são tidas por inexistentes, assim como as condições de não fazer coisa impossível, sejam elas suspensivas ou resolutivas. – Segundo o art. 123, as condições inválidas invalidam o ato a elas subordinado. As inexistentes, fazem com que o ato seja interpretado como se fosse puro e simples. 7. Atos Jurídicos Lícitos art. 104 a 114 e 121 a 185 13 4 4.2.3.1 Condições Ilícitas – Art. 122 Lícitas são aquelas que não são contrárias à lei, à ordem pública ou aos bons costumes, e ilícitas as que privarem de eficácia o ato jurídico ou sujeitarem ao puro arbítrio de um dos sujeitos. – Art. 123, as condições ilícitas invalidam os atos jurídicos a elas subordinados. – Condições Puramente Potestativas, reputa-se ilícita e invalida o ato. – Exemplo: Judite estipula que emprestará dinheiro a Afrânio, e cobrará juros, se quiser. – Condições Simplesmente Potestativas, as quais sujeitam à vontade de ambos os sujeitos do ato, ou à vontade de um deles somada a um fator externo, são lícitas! – Exemplo: Judite promete vender a Afrânio um dos futuros potros da égua Veloz contanto que Afrânio se agrade das características de um deles e que Judite aceite o preço que Afrânio lhe ofertar. 7. Atos Jurídicos Lícitos art. 104 a 114 e 121 a 185 13 5 4.2.3.2 Condições física ou juridicamente impossíveis – Fisicamente impossível é aquela que a própria natureza impede de se implementar (inválida). – Por exemplo, a condição de o sujeito voar, ou secar água dos oceanos, ou impedir o sol de brilhar. – Juridicamente impossível é a condição que, embora fisicamente possível, consubstancia-se em prática vedada pela lei (inexistente). – Por exemplo, a condição de o sujeito se casar com sua irmã, o que é proibido pelo ordenamento jurídico (art. 1521, II, Código Civil). 7. Atos Jurídicos Lícitos art. 104 a 114 e 121 a 185 13 6 4.2.3.3 Condições de não fazer coisa impossível – art. 124, segunda parte – A impossibilidade da abstenção, seja a condição suspensiva ou resolutiva, macula apenas a condição, mas não o ato jurídico, o qual é considerado puro e simples. – Exemplo I, Marcos doa a Heraldo uma casa de campo contanto que Heraldo não morra. Ora, ninguém é dado a não morrer. Essa condição é de não fazer coisa impossível, e, por conseguinte, reputa-se inexistente. – Exemplo II, Cipriano se compromete a dar uma renda mensal a Décio até que a Terra pare de girar. A condição, aqui resolutiva, também tem por objeto uma abstenção impossível, e é também ignorada pelo Direito. 7. Atos Jurídicos Lícitos art. 104 a 114 e 121 a 185 13 7 4.2.4 Eficácia do implemento da condição – A doutrina costuma discutir se o implemento da condição, seja ela suspensiva ou resolutiva, opera retroativamente. – O Código Civil de 2002, seguindo a trilha do anterior, deixou de apreciar a questão. Por esta razão, boa parte da doutrina conclui que o implemento da condição somente terá efeito retroativo se os sujeitos tiverem expressamente definido que assim seria (segunda parte do art. 128). 7. Atos Jurídicos Lícitos art. 104 a 114 e 121 a 185 13 8 4.2.5 Interferência voluntária no implemento da condição – Se o sujeito desfavorecido por uma condição voluntariamente obstaculizar o seu implemento ou se o sujeito por ela favorecido voluntariamente forçar-lhe a realização, agindo objetivamente de forma maliciosa – violando a boa-fé -, a condição obstaculizada será considerada implementada, e a condição cujo implemento foi forçado será considerada invalida. – Exemplo: Filhotes de uma ninhada e Envenenar laranjeiras 7. Atos Jurídicos Lícitos art. 104 a 114 e 121 a 185 13 9 4.3 Ato Sujeito a Termo – O ato jurídico é sujeito a termo quando a sua produção de efeitos depende de um evento futuro e certo. Se o evento marcar o início da produção de efeitos do ato, denomina-se termo inicial. Se marcar o fim da produção de efeitos denomina-se termo final. – De acordo com o art. 131, o termo, se inicial, suspende o exercício do direito, mas não sua aquisição. 4.3.1 Contagem de Prazo – O art. 132 determina como se deve realizar a contagem dos prazos. – No art. 133 estipula duas presunções: a de que, nos testamentos, o prazo corre em favor do herdeiro, e que, nos contratos, corre em favor do devedor. #DuDica Pode haver disposição em contrário 7. Atos Jurídicos Lícitos art. 104 a 114 e 121 a 185 14 0 4.4 Ato Modal – É o ato sujeito a encargo (modo). – O encargo não suspende nem a aquisição nem o exercício do direito, salvo se estipulado como condição suspensiva – art. 136. – Desta forma, o ato jurídico modal produz efeitos independentemente do cumprimento do encargo. Todavia, admite-se que o estipulador exija o seu cumprimento, em alguns casos, sob pena de revogação do ato gratuito, como na doação – art. 555. 7. Atos Jurídicos Lícitos art. 104 a 114 e 121 a 185 14 1 4.4 Ato Modal – art. 137 ILICITUDE OU IMPOSSIBILIDADE DO MOTIVO DETERMINANTE DO ATO JURÍDICO ILICITUDE OU IMPOSSIBILIDADE DO ENCARGO INVALIDADE DO ATO INEXISTENTE A doa a B uma casa, mas lhe impõe o encargo de permitir que um quartinho na garagem seja mantido desocupado, para que lá A, ocasionalmente, guarde as coisas que rouba A doa a B um terreno e determina que B construa uma casa de prostituição O ENCARGO NÃO SE CONFUNDE COM O MOTIVO DETERMINANTE. O OBJETIVO DO ATO É A RESIDÊNCIA DE B A RAZÃO JURÍDICA DA DOAÇÃO É NULA 7. Atos Jurídicos Lícitos art. 104 a 114 e 121 a 185 14 2 5 Classificação dos Atos Jurídicos – Atos Unilaterais, Bilaterais e Plurilaterais – Atos Gratuitos e Onerosos – Atos Inter Vivos e Causa Mortis Atos Causa Mortis são praticados em vida, mas os efeitos são gerados após a morte. Ex. Testamento. – Atos Principais e Acessórios – Atos Solenes e Consensuais – Atos Causais e Abstratos – Atos Intuito Personae e Atos Impessoais 7. Atos Jurídicos Lícitos art. 104 a 114 e 121 a 185 14 3 6 INTERPRETAÇÃO DA VONTADE NOS ATOS JURÍDICOS – É necessário em primeiro lugar, saber se o sujeito manifestou sua vontade conscientemente. – É necessário saber se o manifestante realmente está expressando sua vontade de praticar
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