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Atualidades – Teoria e Exercícios – TJDFT 
Aula 05 – Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável 
Prof. Leandro Signori 
 
 
 t d b | P f L d Si i 
 
1 
 
 
 
 Caros Alunos, 
 Pra começo de conversa, lembro vocês de não esquecerem da nossa aula 
ao vivo. Estou contando com a sua presença! 
─ E hoje é a nossa última aula em apostilas… É verdade, nossa apostila de 
hoje é a última… 
─ Ah... 
─ Eu também gostei muito da companhia de vocês… 
 De coração, agradeço a oportunidade do convívio com vocês. Foi um 
imenso prazer ter ministrado este curso. 
Sobre o curso, espero sinceramente que ele tenha atendido as suas 
expectativas e lhes propiciado um excelente aprendizado. 
 Lembrem-se de que são dezenas de vagas em disputa e que vocês 
precisam de apenas uma delas para ingressar no TJDFT. Não, não é necessário 
ser o primeiro. Se for, ótimo. O importante é entrar, estar na fila, nem que seja 
para estar com a mão na maçaneta e fechar a porta da sala dos classificados. 
 E uma das vagas será sua, acredite, coloque isto na sua cabeça. VOCÊ 
VAI PASSAR! 
 Continuo à disposição de vocês no Fórum de Dúvidas. Peço 
encarecidamente que não vão para a prova com dúvidas. Antes me procurem. 
Fico no aguardo de notícias positivas sobre suas aprovações, que 
certamente virão. 
Ótimos estudos até o dia da prova e que Deus os abençoe, ilumine e os 
acompanhe na parte final desta jornada, como servidor público e em toda a sua 
vida, 
Um grande abraço, 
Aula 05 – Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável 
 
Atualidades – Teoria e Exercícios – TJDFT 
Aula 05 – Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável 
Prof. Leandro Signori 
 
 
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2 
 Prof. Leandro Signori 
 
Sumário 
1. As origens das preocupações ambientais 
2. A sociedade de consumo 
3. O desenvolvimento sustentável 
3.1 Um novo patamar de discussões 
3.1.1 Conferência de Estocolmo 
 3.1.2 Relatório Brundtland: Nosso Futuro Comum 
3.1.3 Rio 92 ou Eco-92 
3.1.5 Rio+20 
4. Problemas ambientais do planeta e do Brasil 
4.1 Aquecimento global 
4.2 Desmatamento 
4.3 Biodiversidade e extinção de espécies 
4.4 Escassez de água 
4.5 Crise hídrica em São Paulo 
4.6 Resíduos sólidos 
4.7 Rompimento de barragens em Minas Gerais 
5. Questões comentadas 
6. Questões propostas 
 
 
 
 
 
Atualidades – Teoria e Exercícios – TJDFT 
Aula 05 – Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável 
Prof. Leandro Signori 
 
 
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3 
1. As origens das preocupações ambientais 
 O pensamento ambiental está presente em toda a história da 
humanidade. Problemas ambientais sempre existiram, mas de forma diferente, 
conforme cada período histórico. 
Foi com o advento da Revolução Industrial (séc. XVIII e XIX), que o meio 
ambiente começou a ser tratado isoladamente. A natureza passou a ser vista 
como se fosse um conjunto de elementos que não tinham nenhuma relação 
com a sociedade e existia apenas para atender às suas necessidades. Nesse 
contexto histórico – com suas características sociais, econômicas e políticas – 
os interesses econômicos privados ou particulares de curto prazo tornaram-se 
explícitos e prevaleceram sobre qualquer alerta de problemas ambientais que 
poderiam surgir em longo prazo. 
O desenvolvimento do capitalismo foi acompanhado por profundos 
avanços científicos, que aceleraram a busca por recursos naturais. De meados 
do século XIX até os nossos dias, ocorreu um verdadeiro saque aos recursos 
naturais e uma destruição selvagem de muitos elementos da natureza. 
Em 1962, a bióloga norte-americana Rachel Carson, publicou Primavera 
Silenciosa, livro que despertou a consciência ambiental planetária. A 
publicação denunciava o uso indiscriminado de agrotóxicos ou pesticidas nas 
lavouras, afirmando que eles eram prejudiciais à natureza e a saúde humana. A 
partir deste fato, e muito em função dessas denúncias que levaram a outras, 
assistimos ao despertar da consciência ambiental, mesmo que de forma gradual 
e muitas vezes imperceptível para a maioria da população. 
 
2. A sociedade de consumo 
 Vivemos em uma sociedade marcada e dominada pela lógica do consumo. 
Todas as pessoas - jovens, adultos, idosos – sejam elas ricas ou pobres - estão 
inseridas nesse contexto. São centenas de milhares de produtos apresentados 
como se tivéssemos a necessidade de tê-los para se alcançar a felicidade. O ato 
de consumir é colocado como uma das formas que permitem ao cidadão ou ao 
indivíduo sentir-se inserido na sociedade. 
 A economia mundial vive um momento em que um dos seus 
sustentáculos é a produção em larga escala de bens materiais. Vive-se um 
tempo em que existe forte pressão para que o estilo de vida seja baseado no 
consumo. A casa, o carro, as viagens fazem parte desse estilo. 
 A expansão do consumismo acelerado acarreta alta demanda/necessidade 
de energia, minérios, água e tudo o que é necessário à produção e ao 
Atualidades - Teoria e Exercícios - TJ DFT 
Aula 05 - Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável 
Prof. Leandro Signori 
funcionamento dos bens de consumo. O consumo exacerbado, não sustentável, 
globalizou-se. A expansão desenfreada do consumo trouxe consigo problemas 
que antes eram vistos como indiretos, mas que hoje estão cada vez mais 
ligados de forma direta aos problemas ambientais. 
A ONU tem alertado para a velocidade da utilização dos recursos 
naturais, que já é muito maior que a capacidade de regeneração da natureza. 
Para alguns elementos da natureza a reposição é impossível, a escala de tempo 
para a formação é milhões de vezes maior que a vida média dos seres 
humanos. 
Segundo o World Wildlife Fund (WWF), uma das ONGs ambientalistas 
mais ativas no mundo, o homem está consumindo 30°/o a mais dos recursos 
naturais que a Terra pode oferecer. Se continuarmos nesse ritmo predatório, 
em 2030 a demanda atingirá os 100°/o - ou seja, precisaremos de dois planetas 
para sustentar o mundo. 
Pegada ecológica humana 
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Crédito: Ecological Footprint Network, 2010 
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1 
PASSAMOS DO LIMITE - A linha azul representa tudo de que a humanidade dispõe para sobreviver - os 
recursos de um planeta, nem mais nem menos. É sobre esse planeta que a humanidade imprime sua 
pegada ecológica. (linha vermelha). A maneira de manter o equilíbrio entra a pegada ecológica e a 
biocapacidade é reduzir o ritmo de exploração dos recursos naturais, desenvolvendo a produção de uma 
forma equilibrada. 
A 
Atualidades - Teoria e Exercícios - TJDFT 
Aula 05 - Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável 
Prof. Leandro Signori 
A biocapacidade e um indicador que mede a área de terras e águas 
capazes de gerar recursos biológicos úteis e de absorver os resíduos produzidos 
pelas atividades humanas. A Terra tem uma biocapacidade de 13,4 bilhões de 
hectares globais. A pressão das atividades humanas sobre os ecossistemas é 
medida pela pegada ecológica. Ela nos mostra se o nosso estilo de vida está 
de acordo com a capacidade do planeta em oferecer e renovar seus recursos 
naturais e absorver os resíduos provocados pela atividade humana. 
O índice, apresentado em hectares globais, representa a superfície 
ocupada por terras cult ivadas, pastagens, florestas, áreas de pesca ou 
edificadas. Em tese, a sustentabil idade do planeta estaria garantida se cada 
pessoa no mundo utilizasse1,8 hectares de área (quase dois campos de 
futebol). O problema é que essa média é de cerca de 2,7 hectares. Nos países 
desenvolvidos, esse número é ainda maior - o índice dos Estados Unidos, por 
exemplo, é de 9,6 hectares por pessoa. 
Pegada Ecológica do Brasil 
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20 - Biocapacidade 
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1960 1970 1980 1990 2000 2007 
No Brasil a pegada ecológica per capita se mantém praticamente a mesma 
entre 1961 e 2007. Mas o aumento populacional mais o crescimento econômico 
e a destruição de ecossistemas fazem a biocapacidade cair acentuadamente 
nesse período. 
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(FGV / AL BA/2014 - TÉCNICO DE NÍVEL SUPERIOR) É um indicador 
utilizado para avaliar o consumo humano de recursos naturais em 
relação à capacidade da Terra de regenerá -los. 
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Atualidades - Teoria e Exercícios - TJDFT 
Aula 05 - Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável 
Prof. Leandro Signori 
Esse indicador mede a área biologicamente produtiva necessana para 
regenerar os recursos consumidos por uma população humana, de 
modo a estimar quantos "planetas Terra" seriam necessários para 
sustentar a humanidade, caso todos vivessem segundo um determinado 
estilo de vida. 
A descrição acima faz referência à noção de 
a) pegada ecológica. 
b) manejo sustentável. 
c) biodiversidade. 
d) sustentabilidade. 
e) ecossistema. 
COMENTÁRIOS: 
A pressão das atividades humanas sobre os ecossistemas é medida pela 
pegada ecológica. Ela nos mostra se o nosso estilo de vida está de acordo 
com a capacidade do planeta em oferecer e renovar seus recursos naturais e 
absorver os resíduos provocados pela atividade humana. 
O índice foi criado pelo World Wildlife Fund (WWF). Apresentado em 
hectares globais, representa a superfície ocupada por terras cu ltivadas, 
pastagens, florestas, áreas de pesca ou edificadas. Em tese, a sustentabilidade 
do planeta estaria garantida se cada pessoa no mundo utilizasse 1,8 hectares 
de área (quase dois campos de futebol). O problema é que essa média é de 
cerca de 2,7 hectares. Nos países desenvolvidos, esse número é ainda maior -
o índice dos Estados Unidos, por exemplo, é de 9,6 hectares por pessoa. 
Gabarito: A 
3. O desenvolvimento sustentável 
Apesar de relativamente recente, a ideia de "desenvolvimento 
sustentável" era percebida há muitas décadas. A deterioração do ar, da água e 
dos solos já preocupava muitos governos europeus, que vivenciavam a 
destruição das florestas e dos rios, bem como a péssima qualidade de vida dos 
seus habitantes. 
No início do sécu lo XX ficava cada vez mais claro que esses problemas 
somente cresceriam e que seria necessária uma ação conjunta . Porém, foi 
somente depois da Segunda Guerra Mundia l (1939-1945) que os esforços 
internacionais pela preservação ambiental começaram a ter algum resu ltado. 
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 Em 1972, o Clube de Roma, uma organização voltada ao debate do 
futuro da humanidade, publicou com apoio de especialistas do Massachusetts 
Institute of Technology (MIT), o relatório Limites do Crescimento. Alvo de 
muita polêmica, o relatório afirmava que se continuassem os ritmos de 
crescimento da população, da utilização de recursos naturais e da poluição, a 
humanidade correria sérios riscos de sobrevivência no final do século XXI. 
 
3.1 Um novo patamar de discussões 
O relatório do Clube de Roma repercutiu de tal forma que, em 1972, a 
ONU organizou a Conferência de Estocolmo, conhecida como 1ª Conferência 
Internacional para o Meio Ambiente Humano. 
 
3.1.1. Conferência de Estocolmo 
 Considerada um marco do movimento ambiental, foi a primeira 
conferência organizada pela ONU que debateu os problemas ambientais do 
planeta. Poucos avanços foram conseguidos ao final da conferência, porém, a 
sensibilização das lideranças da comunidade internacional acabou levando a 
ONU a criar o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente 
(Pnuma). 
A conferência foi marcada pela disputa do “desenvolvimento zero”, 
defendido pelos países desenvolvidos; e o “desenvolvimento a qualquer custo”, 
defendido pelas nações subdesenvolvidas. Os países desenvolvidos 
argumentaram que para preservar o planeta era preciso controlar o crescimento 
populacional ou reduzir a velocidade do crescimento econômico. Essa tese ficou 
conhecida como neomaltushianismo. 
Se implementada, a proposta dos ricos afetaria diretamente os países em 
desenvolvimento. Esses haviam iniciado recentemente o seu processo de 
industrialização e inserção na economia mundial e suas populações tinham altas 
taxas de crescimento vegetativo. Os países em desenvolvimento protestaram, 
acusando os países ricos de tentar restringir o seu desenvolvimento e assim 
manter a dependência dos países pobres. 
 
 3.1.2 Relatório Brundtland: Nosso Futuro Comum 
 Em 1987, o Pnuma divulgou um documento contundente que voltou a 
agitar muitos governos, no qual apresenta um novo conceito – 
Desenvolvimento Sustentável. 
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Prof. Leandro Signori 
O relatório Nosso Futuro Comum é o primeiro grande documento científico 
que apresenta com detalhes as causas dos principais problemas ambientais e 
ecológicos, envolvendo atividades e políticas econom1cas e discutindo 
abertamente os problemas das tecnologias usadas para movimentar a 
sociedade. 
O documento popularizou o conceito de desenvolvimento sustentável, 
assim definido pelo relatório: 
"Desenvolvimento sustentável é aquele que satisfaz as necessidades da 
geração presente sem comprometer a capacidade das gerações futuras de 
satisfazerem as suas próprias necessidades." 
Galera, a ideia de sustentabilidade diz respeito à noção de que a 
sociedade deve viver com os recursos naturais que o meio ambiente pode 
fornecer- lhe, e não com o que ela deseja que a Terra forneça-lhe. O grande 
desafio é aliar o progresso econômico à preservação do meio ambiente, o que 
exige uma mudança de modelo de desenvolvimento e nos padrões de 
consumo vigentes. 
3.1.3 Rio 92 ou Eco-92 
A Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e 
Desenvolvimento (CNUMAD), realizou-se no Rio de Janeiro, de 3 a 14 de 
junho de 1992. A cúpu la constituiu-se em um dos maiores eventos organizados 
pela ONU, nela foram elaborados os seguintes documentos oficiais: 
• Três convenções 
o Mudança do Clima 
o Biodiversidade 
o Desertificação 
• Agenda 21 
• Declaração do Rio sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento 
• Declaração de princípios sobre florestas 
• Carta da Terra 
Vamos conhecer os principais documentos: 
Convenção do Clima 
Nesta convenção, a comunidade internacional reconheceu as mudanças 
cl imáticas como um problema ambiental rea l e global e o papel das atividades 
humanas nas mudanças cl imáticas. O objetivo do tratado é a estabi lização dos 
o 
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gases estufa em um nível no qual a atividade humana não interfira seriamente 
no sistema climático, ou no qual as mudanças no clima ocorram lentamente de 
modo a permitir a adaptação dos ecossistemas. 
A “responsabilidade comum, porém diferenciada”, é o princípio 
básico da convenção. Esse princípio estabelece a necessidade de que todos os 
países devem dividir entre si os custos com as ações que visem à redução das 
emissões. Cabe aos países desenvolvidos assumirem os maiores compromissos. 
Historicamente, são eles osgrandes emissores e apresentam maior capacidade 
econômica para suportar os custos de redução de emissões dos gases estufa. 
Os países em desenvolvimento são os mais vulneráveis aos impactos 
gerados pela mudança climática, além de não terem recursos para enfrentar 
adequadamente seus efeitos adversos. O Protocolo de Kyoto é o primeiro 
instrumento da convenção. 
 
Convenção da Biodiversidade 
A Convenção da Biodiversidade (CDB) estabelece valores comerciais ao 
conhecimento acumulado pelos povos das florestas, bem como que os países 
paguem pelo direito de uso de produtos sintetizados com a biodiversidade de 
fora de seu território. 
Uma vez que a maior parte dos produtos é fabricada por transnacionais 
sediadas em países ricos e as maiores biodiversidades encontram-se em nações 
mais pobres, o acordo pode significar a entrada de recursos nesses países, que 
poderão ser aplicados em desenvolvimento e na preservação de seus 
ecossistemas. 
 Com o tratado, a saída de material genético de uma nação para a 
exploração comercial em outra, sem pagamento de patente, passa a ser 
considerada biopirataria. A CDB deu origem ao Protocolo de Cartagena 
sobre Biossegurança que estabelece normas para transferência, manipulação 
e uso de organismos vivos modificados por biotecnologia, inclusive 
transgênicos. 
 
Agenda 21 
A Agenda 21, é o principal documento aprovado pelos Estados-membros 
presentes na ECO 92. O documento está dividido em quatro seções e quarenta 
capítulos sobre as mais variadas áreas. Trata-se de um planejamento de 
futuro, com ações de curto, médio e longo prazos, contendo metas, 
indicadores, instrumentos, recursos e responsabilidades definidas. Não 
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é uma agenda ambiental, mas uma agenda para o desenvolvimento 
sustentável. 
O compromisso com a sustentabilidade traduz-se, na Agenda 21, em 
vinte e sete princípios calcados em três premissas: 
• os países desenvolvidos devem mudar seu padrão de produção e 
consumo e, portanto, seu modelo econômico; 
• os países em desenvolvimento devem manter as metas de crescimento, 
mas adotar métodos e sistemas de produção sustentáveis; 
• as nações desenvolvidas devem apoiar o crescimento das mais pobres, 
com recursos financeiros, transferência de tecnologia e reformas nas relações 
comerciais e financeiras internacionais. 
 
3.1.4 Rio+20 
Vinte anos após a Rio92, os países membros da ONU, reuniram-se em 
2012, no Rio de Janeiro, na Conferência da ONU para o Desenvolvimento 
Sustentável. O evento teve como objetivo analisar os progressos feitos desde 
1992 e avançar na adoção de políticas para o desenvolvimento sustentável. 
Previamente à conferência, a ONU divulgou um balanço geral da situação 
do planeta. A entidade considerou que o progresso em prol da sustentabilidade 
nas duas décadas anteriores, havia sido bastante limitado. Segundo a ONU, 
novas tecnologias e métodos de produção adotados pela indústria baixaram em 
um terço o volume de recursos empregados em cada bem ou serviço produzido 
nos últimos vinte e cinco anos. 
Apesar dessa evolução, no resultado final, o planeta passou a consumir 
50% a mais de recursos naturais. Isso ocorreu porque as nações mais ricas não 
reduziram seu nível de consumo. Simultaneamente, as economias emergentes, 
como Índia e China, extremamente populosas, passaram a consumir mais do 
que nas décadas anteriores. 
Enquanto um norte-americano consome 90 quilos de recursos (matérias-
primas e insumos) por dia, e um europeu, 45 quilos, na África o padrão é de 10 
quilos per capita. O mundo atual abriga ainda bilhões de pessoas carentes de 
bens de consumo básicos – até mesmo de alimentos. 
Como o cenário era de muita expectativa, esperavam-se resultados 
concretos. Não foi o que ocorreu. A Rio+20 causou frustração aos que 
esperavam metas ou agendas de compromissos. O resultado final da Rio+20, o 
documento “O futuro que queremos”, aborda mais de 30 temas que vão 
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Aula 05 - Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável 
Prof. Leandro Signori 
desde cidades, transporte, comércio e turismo até agricultura verde, combate à 
pobreza, proteção dos oceanos e desertificação. 
No documento, os pa íses signatários afirmam seu compromisso com 
diretrizes gerais, mas não com metas ou prazos específicos, que foram jogados 
para uma conferência futura. Os pa íses ricos não se comprometeram com mais 
recursos para o Fundo Verde, criado para as nações em desenvolvimento. Outra 
proposta desconsiderada foi a de aumentar o poder e a estrutura do Programa 
das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), transformando-o em uma 
agência do sistema ONU. 
O documento final da conferência aborda ainda formas de promover uma 
"economia verde", que não prejudique o meio ambiente, promova a eficiência 
no uso dos recursos naturais e, ao mesmo tempo, promova a erradicação da 
pobreza e da fome. 
Sustentável é o desenvolvimento v isto da maneira mais ampla possível -
crescimento econômico com igua ldade e justiça social, sem comprometer os 
recursos naturais, que garanta qualidade de vida para as gerações futuras. A 
ideia é que a pressão exercida pelas atividades humanas não seja tão intensa a 
ponto de esgotar seus recursos, como as terras aráveis, água limpa e florestas. 
Ao mesmo tempo, todo desenvolvimento deve garantir condições de saúde, 
moradia e educação a toda a população - respeitando, inclusive, as 
peculiaridades e culturas de diferentes grupos, como as populações indígenas. 
(ESAF/MF/2014 - ASSISTENTE TÉCNICO-ADMINISTRATIVO} Sobre o 
desenvolvimento sustentável e iniciativas governamentais e de 
organismos internacionais voltadas à sua promoção, assinale a 
afirmativa incorreta. 
a} A Conferência das Nações Unidas sobre o Ambiente e o 
Desenvolvimento (Eco-92} propôs a superação da ideia de que 
crescimento econômico é o mesmo que desenvolvimento. Com a Eco-
92, passa-se a falar em desenvolvimento sustentável, que contempla 3 
dimensões interdependentes: a econômica, a social e a ambiental. 
1 1 
Atualidades - Teoria e Exercícios - TJDFT 
Aula 05 - Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável 
Prof. Leandro Signori 
b) A primeira definição de desenvolvimento sustentável - como sendo 
"aquele que satisfaz as necessidades presentes, sem comprometer a 
capacidade das gerações futuras de suprir suas próprias necessidades" 
- adota somente o enfrentamento dos problemas ambientais como 
objetivo do desenvolvimento sustentável. 
c) A Agenda Ambiental na Administração Pública {A3P) é um programa 
de gestão socioambiental criado pelo Ministério do Meio Ambiente. O 
programa tem sido implementado por diversos órgãos e instituições 
públicas das três esferas de governo e no âmbito dos três poderes e 
pode ser usado como modelo de gestão socioambiental por outros 
segmentos da sociedade. 
d) A Eco-92 e as conferências internacionais que a sucederam tiveram 
importante papel na edição de leis brasileiras voltadas à promoção do 
desenvolvimento sustentável, a exemplo da Lei n. 12.187 /2009, que 
institui a Política Nacional sobre Mudança do Clima, e da Lei n. 
12.305/2010, que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos. 
e) Embora os resultados práticos das conferências que sucederam a 
Eco-92 - em especial a Rio+lO em Johanesburgo e a Rio+20 no Brasil -
sejam fortemente criticados, estas conferências têm um importante 
papel de questionamento e mobilização dos povos em relação ao tipo 
de desenvolvimento que se deseja e às responsabilidades individuais e 
coletivas pelo legado que deixaremos às gerações futuras. 
COMENTÁRIOS: 
a) Correta.Crescimento econômico é um conceito referente ao crescimento da 
atividade econômica, à expansão do Produto Interno Bruto (PIB). Isso é 
diferente de desenvolvimento, que pode ser humano, social, econômico, 
ambiental, entre outros. Muitos autores discorrem que o desenvolvimento 
sustentável contempla até mais de três dimensões interdependentes, seriam 
cinco: econômica, social, ambiental, cu ltura l e política ou democrática. 
b) Incorreta. O mais conhecido conceito de desenvolvimento sustentável é 
aquele apresentado no Relatório Brundtland - Nosso Futuro Comum. 
Conforme o documento, desenvolvimento sustentável é "aquele que satisfaz as 
necessidades presentes, sem comprometer a capacidade das gerações futuras 
de suprir suas próprias necessidades". Veja que o conceito é um tanto genérico, 
amplo e não restringe o desenvolvimento sustentável ao o enfrentamento dos 
problemas ambientais. 
c) Correta. A Agenda Ambiental na Administração Pública (A3P) é um 
programa de gestão socioambiental criado pelo Ministério do Meio Ambiente. O 
Atualidades - Teoria e Exercícios - TJDFT 
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Prof. Leandro Signori 
programa tem sido implementado por diversos órgãos e instituições públicas 
das três esferas de governo e no âmbito dos três poderes e pode ser usado 
como modelo de gestão socioambiental por outros segmentos da sociedade. 
d) Correta. A Eco-92 e as conferências internacionais que a sucederam tiveram 
importante papel na edição de leis brasileiras voltadas à promoção do 
desenvolvimento sustentável, a exemplo da Lei n. 12.187 /2009, que institui a 
Política Nacional sobre Mudança do Clima, e da Lei n. 12.305/2010, que institu i 
a Política Naciona l de Resíduos Sólidos. 
e) Correta. As conferências da ONU são os principais momentos de debate e 
tomada de decisões sobre o futuro do planeta. Elas têm um importante papel 
de questionamento e mobilização dos povos em relação ao t ipo de 
desenvolvimento que se deseja e às responsabilidades individuais e coletivas 
pelo legado que deixaremos às gerações futuras. 
Gabarito: B 
4. Problemas ambientais do planeta e do Brasil 
4.1 Aquecimento global 
O aquecimento global tem como causa a intensificação do 
fenômeno natural do efeito estufa . Ele permite à atmosfera da Terra reter 
parte do calor que o Sol envia ao planeta, o que mantém a temperatura média 
do nosso planeta em torno de 14ºC, essencial para boa parte das formas de 
vida. 
Quando os cientistas falam em mudança do cl ima e em aquecimento 
global, estão se referindo ao aumento extraordinário da capacidade da 
atmosfera de reter calor. Situações desse tipo já ocorreram antes na história da 
Terra, motivadas, por exemplo, por alterações na atividade solar ou por 
grandes erupções vulcânicas. Mas agora a maioria dos cientistas acredita que o 
fenômeno está sendo alimentado pela ação do homem. 
Os gases responsáveis pelo efeito estufa, como o dióxido de carbono e o 
gás carbônico (C02), são produzidos pela queima de combustíveis fósseis, 
como petróleo e carvão mineral. O metano (CH4) é gerado pelo arroto e 
flatu lência do gado, pela decomposição da matéria orgânica no lixo e em 
plantações alagadas. O óxido nitroso (N20) advém do processo digestivo do 
gado. Além disso, ao alterar o uso da terra, por meio do desmatamento e de 
atividades agrícolas, o ser humano lança no ar C02 que estava acumu lado nas 
plantas e no solo. 
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O excesso de gases liberados na atmosfera tem como consequência 
alterações no cl ima, como o aumento das chuvas em várias regiões, o avanço 
do mar em áreas litorâneas e rasas e o agravamento das secas. 
f) Quando os raios do Sol 
chegam à Terra, cerca de 
30'%. da energia luminosa 
volta para o espaço, 
refletida por poeira e 
nuvens, na atmosfera, e 
por refletores naturais na 
superficie, como áreas 
cobertas por neve e gelo 
Efeito Estufa 
C, Aquecida, a 
superfície emite 
calor na forma de 
radiação 
infravermelha 
e o ar, terras e águas 
absorvem cerca de 
70,i da radlaçlo solar 
para o espaço, mas a 
maior parte é retida 
na atmosfera, 
absorvida por vapor· 
d'Agua, dióxido de 
carbono e outros 
gases do efeito estufa 
1 Segundo os cientistas que 
• defendem o aquecimento global: 
e São jogados pela 
ação humana na 
atmosfera milhões 
de toneladas de 
carbono 
e Ao aumentar a concentração 
desse e de outros gases, o 
homem amplia o efeito estufa, 
provocando o aquecimento 
do planeta 
f) Segundo o I PCC, os 
milhões de toneladas de 
carbono jogados pela ação 
humana na atmosfera 
ampliam o efeito estufa, 
causando o aq uecirnento 
do planeta 
Concentração de gases do efeito 
estufa nos últimos 10 mil anos 350 
Dióxido de carbono (ppm) 
300 
150 
8.000 5. soo 3.000 soo 2000 
a.e. a.e. a.e. ac. 
A China é o maior emissor mundial de C02, seguida dos Estados Unidos, 
União Europeia, Rússia, Índia, Japão, Brasil e Canadá. 
O Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC) da 
ONU analisa e acompanha o processo do aquecimento global. O organismo 
elabora relatórios e documentos para acompanhar a situação ambiental do 
planeta. As conclusões são de que já existe um aquecimento global em 
andamento, com evidências de que ele é agravado pelas atividades humanas. 
Relatório do IPCC, divulgado em outubro de 2014, indica que a 
temperatura média da superfície da Terra e dos oceanos aumentou 0,8SºC 
entre 1880 e 2012, um aquecimento de velocidade inédita . De acordo com o 
relatório, a Terra caminha atualmente para um aumento de pelo menos 4ºC até 
2100 na comparação com nível da era pré-industrial, o que provocará grandes 
secas, inundações, aumento do nível do mar e extinção de muitas espécies, 
além de fome, popu lações deslocadas e conflitos potenciais. 
1 A 
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15 
O relatório - a primeira revisão global do IPCC desde 2007 - foi divulgado 
antes das negociações do clima de dezembro em Lima, que pretendem traçar o 
caminho para a reunião de dezembro de 2015 em Paris, que tem como meta a 
assinatura de um compromisso global para alcançar a meta de limitar o 
aquecimento global a no máximo 2ºC até 2100. 
As negociações esbarram há vários anos no debate sobre quais países 
deveriam assumir o custo da redução das emissões de gases do efeito estufa, 
que procedem principalmente do petróleo, gás e carvão, que atualmente 
constituem grande parte da energia consumida. O documento afirma que o uso 
de energias renováveis, o aumento da eficiência energética e o 
desenvolvimento de outras medidas destinadas a limitar as emissões custaria 
muito menos que enfrentar as consequências do aquecimento global. 
A posição do IPCC não é unânime no meio científico. Um grupo 
bastante minoritário de cientistas contesta a afirmação de que o aquecimento 
global estaria sendo causado pelas atividades humanas. Os críticos 
argumentam que até hoje a ciência não conhece todos os mecanismos que 
regem o clima, e que mudanças climáticas intensas sempre aconteceram e são 
naturais. 
Nos últimos 500 mil anos ocorreram vários períodos glaciais (nos quais a 
temperatura global baixava muito) e também interglaciais (em que havia um 
aquecimento global). Assim, para os críticos, mesmo que esteja ocorrendo um 
aquecimento global, ele pode ter causas naturais, e não há certeza de que as 
ações humanas reforcem significativamente o efeito estufa. 
 
O Protocolo de Kyoto 
Para enfrentar o problema do aquecimento global, governos do mundo 
todo buscam, sob o guarda-chuva da ONU, adotar atitudes em conjuntopara 
diminuir as emissões dos gases de efeito estufa. Pelo Protocolo de Kyoto, 
elaborado em 1997, os países desenvolvidos se comprometeram a reduzir sua 
emissão de gases do efeito estufa em pelo menos 5,2% em relação aos níveis 
de 1990 – meta que deveria ser cumprida entre 2008 e 2012. Nações em 
desenvolvimento, como Brasil e China, não têm metas de redução. 
Para entrar em vigor, o protocolo precisava ser ratificado por países que 
representassem pelo menos 55% das emissões mundiais de gases do efeito 
estufa. O Protocolo de Kyoto entrou em vigor em 2005, mas grandes 
poluidores, como os Estados Unidos, não o ratificaram, por considerar que isso 
afetaria sua economia. 
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16 
O prazo do protocolo venceu em 2005, mais foi prorrogado até 2020 por 
falta de um novo acordo. Em razão disso, estão em andamento negociações 
para um novo protocolo que vigorará a partir de 2021. Elas acontecem na COP-
19, realizada em novembro de 2013 em Varsóvia, na Polônia, na COP-20, que 
ocorreu em 2014, em Lima, Peru, e tem conclusão prevista para a COP-21, em 
Paris, em 2015. A COP-21 não aprovará metas obrigatórias de redução 
de emissões de CO2. As metas serão voluntárias, definidas por cada 
pais, que já estão as anunciando previamente. 
O maior emissor mundial de gases estufa, a China, sempre se manteve 
na defensiva no que diz respeito as mudanças climáticas, evitando assumir 
compromissos de redução de emissões de gases estufa. Mas está mudando de 
posição, recentemente anunciou compromissos para reduzir as suas emissões e 
tornar a sua matriz energética menos poluente. O principal insumo da matriz 
energética chinesa é o carvão, o mais poluente dos combustíveis fósseis. Os 
Estados Unidos e a União Europeia também já anunciaram as suas metas de 
redução de emissões de gases estufa. 
 
E o Brasil? 
O Brasil é o sétimo maior emissor mundial de gases estufa. As 
emissões brasileiras aumentaram 62% entre 1990 e 2005. Neste quesito, o 
nosso país está melhorando. O último Relatório de Estimativas Anuais de 
Emissões de Gases de Efeito Estufa, divulgado em outubro de 2013, pelo 
Ministério da Ciência e Tecnologia, mostra que as emissões brasileiras em 2010 
foram 39% menores do que no ano de 2005. E não é só isto, quando 
comparado com 1990, as emissões brasileiras caíram cerca de dez por cento. 
O desmatamento, principalmente na Amazônia, que era o principal vilão 
das emissões brasileiras, agora é o principal responsável pela queda das 
nossas emissões, pois, deixou de ser a atividade que mais emite gases do 
efeito estufa no Brasil. 
Conforme o relatório, com dados de 2010, a mudança do uso da terra e 
florestas caiu para a terceira posição, respondendo por 22% das emissões 
brasileiras. A agropecuária passou a ser a maior emissora, seguida do 
conjunto dos usos da energia, sobretudo os combustíveis fósseis. Do total do 
percentual de emissões atribuídas ao desmatamento (22%), a Amazônia 
respondeu por pouco mais da metade, em torno de 11-12%. 
Com efeito, o desmatamento na Amazônia Legal caiu 
drasticamente. Em 2004, a área desmatada foi de 27.772 km², em 2012 
chegou ao mínimo de 4.571 km². Em 2014 foi de 5.012 Km². Na última década, 
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os estados que mais reduziram a taxa de desmatamento foram Mato Grosso ( -
910/o ), Rondônia (-82º/o) e Pará (-79°/o) . Os que menos reduziram foram Acre ( -
580/o), Amapá (-33°/o) e Roraima (-30°/o) . No último período analisado (2013 -
2014 ), estes estados foram os únicos que registraram aumento da área 
desmatada . 
Desmatamento na Amazônia Legal 
Compare as taxas ao longo dos anos (em km2) 
21.m 
2004 05 06 (Jl 08 09 10 11 12 13 2014 
lil.com br Fonte· lnpe lnfográfico e laborado em: 14/8/2015 
O Brasil já anunciou as metas voluntárias que levará a Conferência do 
Clima de Paris. As metas brasileiras para reduzir a emissão de gases de efeito 
estufa são de 37°/o até 2025 e de 43°/o até 2030, sobre o que o Brasil emit iu no 
ano de 2005. 
(UEPA/SEFAZ PA/2013 - FISCAL DE RECEITAS ESTADUAIS) Leia o 
Texto para responder a Questão 
"O aquecimento global é uma consequência das alterações climáticas 
ocorridas no planeta." 
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Diversas pesquisas confirmam o aumento da temperatura média global. 
Conforme cientistas do Painel Intergovernamental em Mudança do 
Clima {IPCC), da Organização das Nações Unidas {ONU), o século XX foi 
o mais quente dos últimos cinco séculos, com aumento de temperatura 
média entre 0,3°C e 0,6°C. "Esse crescimento pode parecer 
insignificante, mas é suficiente para modificar todo clima de uma região 
e afetar profundamente a biodiversidade, desencadeando vários 
desastres ambientais". 
Brasil Escola, disponível: http://www.brasilescola.com/ geografia/aquecimento-
global.htm (com adaptações) 
Sobre o aquecimento global é correto afirmar que: 
a) o aquecimento global está diretamente relacionado aos fenômenos 
físicos e naturais como degelo das camadas polares a desertificação e à 
atividade industrial. 
b) as previsões mais otimistas da comunidade científica estimam que 
nos próximos anos nos aproximaremos da erradicação da emissão de 
gases poluentes pela consciência social e política do problema. 
c) o Brasil, principal poluidor e emissor de gases de efeito estufa, tem 
nos desmatamentos e nas queimadas as principais fontes de emissão 
de gases causadores do aquecimento global. 
d) as principais atribuições para o aquecimento global são relacionadas 
às atividades humanas, que intensificam o efeito estufa através do 
aumento na queima de gases de combustíveis fósseis, como petróleo, 
carvão mineral e gás natural. 
e) através do Protocolo de Kyoto as nações desenvolvidas 
comprometem-se a reduzir sua emissão de gases que provocam o 
efeito estufa, pela metade em relação aos níveis de 1990. 
COMENTÁRIOS: 
a) Incorreta. O aquecimento globa l está di reta mente relacionado ao aumento 
da concentração de gases estufa na atmosfera. O degelo das camadas polares é 
uma das consequências do aquecimento global. 
b) Incorreta. As previsões da comunidade científica indicam um aumento da 
emissão de gases estufa na atmosfera , em linha com o que vem ocorrendo nas 
últimas décadas. Os sucessivos alertas dos cientistas não têm sido suficientes 
para a formação de uma sólida consciência social e da adoção, por meio da 
classe política mundial, de medidas para a efetiva solução do problema. 
10 
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c) Incorreta. O desmatamento foi, durante muito tempo, a principal fonte das 
emissões brasileiras de gases do efeito estufa. Conforme o último Relatório de 
Estimativas Anuais de Emissões de Gases de Efeito Estufa, divulgado em 
outubro de 2013 pelo Ministério da Ciência e Tecnologia, a agropecuana 
passou a ser a maior emissora, seguida do conjunto dos usos da energia, 
sobretudo os combustíveis fósseis. 
d) Correta. As atividades antrópicas (humanas) são as grandes responsáveis 
pelo fenômeno da intensificação do efeito estufa, principa lmente, por meio da 
queima de combustíveis fósseis como o petróleo, carvão e gás natura l. 
e) Incorreta. Por meio do Protocolo de Quioto, as nações desenvolvidas se 
comprometeram a reduzir as suas emissões de gases em 5,2°/o em relação aos 
níveis de 1990. A redução deveria ter ocorrido no período de 2008 a 2012, 
denominado de Primeiro Períodode Compromisso do Protocolo de Quioto. 
Gabarito: D 
4.2 Desmatamento 
A destruição das florestas está entre os grandes problemas ambientais da 
humanidade. O desmatamento acentua o aumento das temperaturas globais e 
afeta os níveis de biodiversidade. A expansão de novas terras dedicadas à 
agropecuária corresponde a 314 da redução das superfícies das formações 
florestais do mundo. Outras causas do desmatamento são a exploração de 
madeira, o crescimento das cidades, a construção de grandes obras, como 
estradas e barragens de hidrelétricas, e a mineração. 
Nos séculos passados, os países desenvolvidos devastaram a maior parte 
de suas florestas. A Europa, por exemplo, praticamente eliminou todas as 
matas nativas do continente. Hoje, o desmatamento é maior nas nações em 
desenvolvimento, principalmente no Brasil e na Indonésia. 
As áreas florestais do mundo cobrem aproximadamente 1/3 das terras 
emersas do planeta. Em termos continentais, a América é o continente que 
apresenta as mais extensas áreas recobertas por formações floresta is, devido 
principalmente as terras florestadas do Brasil, Canadá e EUA. Cinco países -
Rússia, Brasil, Canadá, Estados Unidos e China -, concentram pouco mais da 
metade das formações florestais do mundo. 
O Brasil é um país florestal com aproximadamente 54°/o do seu território 
coberto por florestas naturais. No entanto, o país perde anualmente milhares de 
quilômetros quadrados de vegetação com o corte de árvores e as queimadas. 
1ft 
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Estima-se que quase um quinto da mata origina l já tenha sido derrubada, até 
2010. 
Somente no Biorna Amazônia, estima-se que, até 2010, tenham sido 
derrubados em torno de 740 mi l km2, cerca de 18º/o da mata original do Biorna . 
O desmate da Amazônia acontece tanto nas zonas de transição, nas bordas da 
floresta com o cerrado - região conhecida como Arco do Desmatamento - , 
quanto no interior da mata, principalmente no oeste paraense e no entorno da 
Rodovia BR-163 (Cuiabá-Santarém), na Terra do Meio. 
No entanto, a área desmatada na Amazônia manteve tendência de queda 
entre 2005 e 2014. Após ter em 2013 um aumento de desmate de 28°/o, em 
2014 o total desmatado foi de 4.848 km2, menos 17°/o que no período anterior, 
e o segundo menor valor da série histórica, conforme o Instituto Nacional de 
Pesquisas Espaciais (Inpe) . 
Diminuir o desmatamento na Amazônia é um dos focos mais importantes 
da Política Nacional de Mudança do Clima (PNMC). O plano objetiva alcançar até 
o ano 2020, uma taxa 80°/o menor que a média registrada entre 1996 e 2005. 
Uma das grandes polêmicas atuais sobre o uso do solo na Amazônia diz 
respeito à construção de usinas hidrelétricas, que pretendem aproveitar o 
potencial hídrico da Bacia Amazônica. Em 2010 e 2011, foram iniciadas obras 
das represas de Santo Antônio e Jirau, no Rio Madeira, em Rondônia (ambas já 
inauguradas), e a de Belo Monte, no Rio Xingu, no Pará. Essa usina, com 
capacidade instalada para gerar 11,2 mil megawatts, será a segunda maior do 
país. Entidades ambientalistas temem os impactos sobre os ecossistemas 
amazônicos, as comunidades r ibeirinhas e os 2,2 mil indígenas da região. Desde 
o início ocorrem protestos e, em 2014, dezenas de ações tramitavam em juízo. 
(FCC/AL SP/2010 - AGENTE TÉCNICO LEGISALTIVO ESPECIALIZADO) A 
Amazônia é alvo da atenção de organismos nacionais e internacionais 
por ser uma das últimas florestas tropicais do mundo. Representa um 
biorna ameaçado pelo desmatamento, cujos efeitos podem contribuir 
para acelerar o ritmo do aquecimento global. Isto não significa que seja 
a única vegetação de importância no Brasil. Na área continental 
brasileira, cinco outros grandes biornas requerem atenção pelo impacto 
ambiental provocado por sua devastação. 
Pela ordem, os biornas mais afetados pela devastação são: 
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a) Mata Atlântica, Pampa e Cerrado. 
b) Pantanal, Cerrado e Pampa. 
c) Pampa, Cerrado e Pantanal. 
d) Cerrado, Caatinga e Mata Atlântica. 
e) Caatinga, Pantanal e Mata Atlântica. 
COMENTÁRIOS: 
A questão perguntou pela ordem, quais os biornas mais afetados pela 
devastação. Conforme o percentua l de área desmatada, em re lação à área 
total, a Mata Atlântica é o biorna mais desmatado. Assim, a resposta da 
assertiva é a letra "A", pois é a única opção que traz a Mata Atlântica em 
primeiro lugar. Porém a questão é de 2010, ou seja, utilizou os dados de 
desmatamento do ano de 2009. E no comentário da questão utilizei 
informações mais recentes, do ano de 2012. 
De qualquer forma, se aparecer uma questão dessas na sua prova é 
importante você ter claro que: 
- A Mata Atlântica é o biorna brasileiro mais desmatado; 
- A Amazônia é o biorna brasileiro menos desmatado e o Pantanal o 
segundo menos devastado 
- Pode haver uma variação sobre qual é o segundo biorna brasileiro mais 
devastado, entre o Pampa, Cerrado e Caatinga. Isso vai depender do 
desmatamento anual de cada biorna, já que os percentuais de desmatamento 
deles são muito próximos. 
Gabarito: A 
4.3 Biodiversidade e extinção de espécies 
A biodiversidade consiste na variedade de todas as formas de vida 
(animais, vegetais e micro-organismos), espécies e ecossistemas em uma 
região ou em todo o planeta . Estudos recentes começam a avaliar o valor 
econômico da biodiversidade considerando os serviços ambientais que oferece à 
sociedade humana, tais como, a possibilidade de amenizar impactos de eventos 
extremos (ex. enchentes) e a contribuição para o equi líbrio da saúde mental e 
física da população (lazer e turismo) . 
Não se fala mais em conservação de florestas apenas por causa de seu 
papel climático na absorção do carbono. Florestas, como outros biornas, devem 
também ser conservadas porque a diversidade genética das plantas e animais é 
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22 
a base das atividades agrícolas, pecuárias, pesqueiras e extrativistas e da 
moderna indústria de biotecnologia. A manutenção da biodiversidade é 
essencial para processos vitais do meio ambiente, como a purificação de ar e 
água, a fertilidade do solo, a manutenção das chuvas e a regulação climática. 
 A biodiversidade não se distribui de maneira uniforme pelo planeta. Ela é 
maior em ambientes em que há abundância de luz solar, água doce e clima 
mais estável. Isso explica por que as florestas tropicais, mesmo ocupando 
apenas 7% da superfície do globo, podem abrigar até 90% de todos os 
seres vivos. 
Humm... agora deu para entender por que o Brasil é destaque em termos 
de biodiversidade. Está no território nacional a maior floresta tropical úmida 
(Floresta Amazônica), com mais de 30 mil espécies vegetais, bem como a maior 
planície inundável (o Pantanal), além do Cerrado, da Caatinga e da Mata 
Atlântica. Além disso, a costa brasileira possui uma série de ecossistemas que 
incluem recifes de corais, dunas, manguezais, estuários e lagoas. O país abriga 
20% das espécies conhecidas, graças à extensão de seu território e aos 
diversos climas que caracterizam os seus biomas. 
Já falamos que a Mata Atlântica é o bioma brasileiro mais devastado. Por 
esta situação crítica ela é considerada um hotspot (ponto quente, em 
português). O termo é usado para designar lugares que, além de apresentarem 
alto grau de diversidade biológica e endemismo (referência a espécies que só 
existem naquele ecossistema), devem ser especialmente protegidos, pois estão 
muito ameaçados pela atividade humana. Foram definidos 34 hotspotsno 
planeta, visando concentrar esforços na proteção dessas áreas, sendo dois no 
Brasil. Além da Mata Atlântica, o Cerrado também é um hotspot. 
No mundo todo, ocorre um processo acelerado de perda de 
biodiversidade, de tal modo que há cientistas falando que a Terra está passando 
por seu sexto período de extinção em massa (já houve cinco antes, por diversos 
motivos). O Brasil possui atualmente 627 espécies de animais ameaçados de 
extinção, de acordo com o Ministério do Meio Ambiente. As principais causas de 
extinção de espécies são a degradação de ambientes naturais – consequência 
da abertura de grandes áreas para a implantação de pastagens ou da 
agricultura convencional –, o extrativismo desordenado, a expansão urbana, a 
ampliação da malha viária, os desastres ambientais (derramamento de 
petróleo, poluição), o desmatamento, a formação de lagos para hidrelétricas e a 
mineração. 
Outra causa importante é a introdução de espécies exóticas. São aquelas 
que entram em um ecossistema no qual não existiam (como, por exemplo, 
ocorre no Brasil com os eucaliptos, árvore australiana). Algumas dessas 
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23 
espécies se veem com vantagens competitivas no novo ambiente e, favorecidas 
pela ausência de predadores, dominam nichos ocupados por espécies nativas. 
A Convenção da Biodiversidade é o acordo internacional que busca 
garantir a conservação e o uso sustentável da biodiversidade no mundo. O 
tratado estabelece que deve haver valores comerciais para o conhecimento 
acumulado pelos povos das florestas, e que os países paguem pelo direito de 
usar produtos sintetizados com a biodiversidade de fora de seu território. O 
acordo pode significar a entrada de recursos nos países em desenvolvimento, 
em que há florestas preservadas, que poderão ser aplicados para desenvolver e 
preservar seus ecossistemas. Com o tratado, a saída de material genético de 
uma nação para a exploração comercial em outra sem pagamento de patente 
passa a ser considerada biopirataria. 
No âmbito da convenção, o Protocolo de Cartagena sobre 
Biossegurança estabelece normas para transferir, manipular e usar 
organismos vivos modificados por biotecnologia, inclusive transgênicos. A 
convenção inclui ainda o Protocolo de Nagoya, com normas sobre o acesso a 
recursos genéticos e a repartição justa e equitativa dos benefícios de sua 
utilização. O Protocolo está em vigor, sem a participação do Brasil, que ainda 
não o ratificou. 
 
4.4 Escassez de água 
Mais de um bilhão de pessoas no mundo vivem sem acesso à quantidade 
mínima de água de que necessitam diariamente. A crescente escassez hídrica é 
uma realidade local e global. Resultado de um fenômeno natural e cíclico, 
agravado por falta de políticas públicas eficientes, a seca castiga o ser humano 
há muito tempo. 
Historicamente, diversos conflitos foram travados pelo controle do líquido. 
A ONU identifica 273 aquíferos e 163 bacias hidrográficas transnacionais, onde 
vivem mais de 40% da população mundial. A disputa pelo controle de rios e 
aquíferos integra as causas de alguns dos mais longos embates entre nações, 
como o confronto entre Israel e seus vizinhos. 
Costuma-se dizer que a escassez é também de qualidade da água. 
Estima-se que mais de 700 milhões de pessoas no mundo não têm acesso à 
água potável e 2,3 bilhões carecem de esgoto tratado. A água transmite 
diferentes tipos de doenças, que podem ser evitadas com investimento 
econômico maciço na área de saúde e saneamento básico. Essas medidas 
fariam a mortalidade infantil diminuir drasticamente no mundo e, como 
resultado, haveria o aumento da expectativa de vida da população mundial. 
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As cores no mapa-múndi indicam a disponibilidade hídrica nas diversas regiões do planeta 
• não há falta A escassez hídrica está 
• ameaça de escassez associada a extensas áreas 
• escassez moderada de AGRICULTURA IRRIGADA, 
• grave escassez como o sul da lndia, o norte 
da China e as planícies da 
sem dados disponlveis América do Norte 
Em algumas regiões, 
a carência de água 
leva a CONFLITOS 
ARMADOS, como em 
alguns países da África e 
do Oriente Médio 
A falta de água ocorre também em 
AGLOMERADOS POPULACIONAIS, em áreas áridas e 
semiáridas e em centros urbanos em rápida expansão 
Especial istas em gestão de recursos hídricos ponderam que a crise de 
água é mais uma questão de mau gerenciamento do recurso do que de 
escassez natura l. O acelerado crescimento demográfico, as alterações 
cl imáticas e a rápida urbanização do planeta estão entre os principais fatores 
que pressionam o ciclo hidrológico. Consome-se água mais rapidamente do que 
a capacidade de reposição do líquido pela natureza. 
No Brasil, o semiárido, no Nordeste, é uma região que sofre com secas 
constantes. A seca é um fenômeno natural, mas, quando prolongada, causa 
graves problemas sociais, econômicos e ambientais no sertão. 
Para atenuar o problema, o Estado brasileiro desenvolveu, principalmente 
a partir do século XX, políticas públicas de combate aos efeitos da seca, tais 
como a construção de açudes, represas, perímetros de irrigação e políticas 
sociais. Atua lmente dois grandes programas governamentais estão em 
execução no semiárido . Um deles é a instalação de um mi lhão de cisternas para 
coletar a água da chuva, nas zonas rurais. 
O outro programa é a controversa obra de transposição do Rio São 
Francisco, com previsão de gastos de oito bilhões de reais. Alguns 
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especialistas afirmam que a construção de poços profundos e de cisternas para 
a coleta de água da chuva seria uma alternativa mais eficaz e barata para 
combater a seca . Opositores da obra também argumentam que o projeto não 
alcançará muitas comunidades e beneficiará principalmente os grandes 
fazendeiros, além de causar impactos ambientais ainda não bem mensurados 
no entorno do "Velho Chico". 
o 'sEM'IÁRIDO ~ Algunsriosque secam 
" : i durante a estiagem 
Osertãonordestinotemumclimasemi·Arido, ,·~.,- , '\,/) \ 
com poucas chuvas. Pode haver secas prolongadas, :) ,; 
por questõesclimáticas globais / ' ·' , 
( CE .RN·-~ 
' \ 
CAUSAS DA SECA ,-. i PB : 1 Asecaéresultante de ;- ----! ;' . ~ características naturais do ' PI PE ' 
sertão. A pri ncipal é o padrão de (·' / ::;: 
circul.l.ção dos ventos, que não ( ~ .-~\1co ,: 
'-.., \~ Al ,: 
favorece a formação de nuvens ,, 8A "° / 
de chuva, em especial no ! SE _:,s.. 
período de estiagem (variável ~: ,-' POLIGONOOAS SECAS 
'., 1 ' Para organizar ações de segundo a região do semiárido). ;J' combate aos efeitos da 
As masus de ar com umidade :'' ,,,/··' falta de chuvas, em 1951, provocam precipitações antes ,, 0 governo federal criou, 
ou passam ao largo da reglao. ,/,, ,' com legislação própria, 
A topografia também influencia./ / , , a região do Polígono das 
j J.,, :' .J Secas, que se estende 
Miisde 
60°/o 
da população nordestina 
vive em áreas semiáridas. 
··- ,, ',. Ô pelo sertão nordestino e 
MG /' o norte de Minas Gerais. 
·,~,-···'' ,. O -:) v .:> e) 
"6 :RS s e1 õ 
é a previsão de gastoscom 
J as obras de transposiç.i.o e de 
{) revitalização do Rio São Francisco 
A GRANDE OBRA 
A TRANSPOSIÇÃO DO RIO SÃO FRANCISCO 
Para atenuar os efeitos da seca, o projeto de 
transposição do Rio São Frandsco foi lançado em 
2007. Nele, estão previstas a comtrução de canais 
que vão transferir dei% a3%das águas do 
"Velho Chico•para rios e açudes que atualmente 
secam durante a estiagem do semi.trido 
nordestino. o governo diz que a obra beneficiará 
12 milhões de pessoas e estimulará a agricultura 
nas áreas atingidas. A transposição está dividida 
em dois eixos. O Eixo Norte captará água em 
Cabrobó (PE) para levá-la ao sertão de Ceará, 
Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte. 
O Eixo leste colherá as águas em Petrolândia (PE], 
beneficiando o sertão e o agreste de Pernambuco e 
Paraíba. Depois de adiamentos, está prevista a 
conclusão do Eixo Leste para o final de 2014. 
O Brasil é um dos países mais ricos em recursos hídricos do planeta. 
Abriga 12°/o de toda a água doce disponível na superfície de planeta. O líquido, 
porém, não se distribui de maneira uniforme pelo território nacional. Cerca de 
72°/o das reservas encontram-se nos rios da Região Norte, que reúne 5°/o da 
população nacional. 
4.5 Crise hídrica em São Paulo 
São Paulo vive atualmente a pior crise hídrica de sua história . O cenano 
de escassez de água em São Paulo é dramático. O Sistema Cantareira está 
com seu nível de água muito abaixo da sua capacidade de armazenamento . Um 
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dos maiores sistemas produtores de água do mundo, o Cantareira, abastecia 
8,8 milhões de pessoas na região metropolitana de São Paulo. Com a crise 
hídrica passou a abastecer 5,6 milhões de pessoas, as demais passaram a ser 
abastecidas pelos Sistemas Guarapiranga e Alto Tietê. Outro sistema em 
situação crítica é o Alto Tietê que abastece 4,8 milhões de pessoas. Os demais 
sistemas – Guarapiranga (5,8 milhões de pessoas), Rio Claro (1,5 milhão de 
pessoas), Rio Grande (1,2 milhão de pessoas) e Alto Cotia (410 mil) estão em 
melhor situação. 
 O baixíssimo nível dos reservatórios tem como causa a pouca quantidade 
de chuva nos meses de novembro de 2013 a fevereiro de 2014. Nesse período, 
choveu apenas 36,3% do esperado. Os meses subsequentes – março a outubro 
– são de poucas chuvas, insuficientes para repor o volume de água dos 
reservatórios. O baixo volume de chuvas se repetiu no final de 2014 e no início 
de 2015 (novembro a janeiro). Em fevereiro e março de 2015 choveu acima da 
média histórica mensal, recuperando um pouco a reserva de água nas represas. 
Contudo, a situação permanece crítica. 
 Diante dessa situação, inicialmente a Sabesp, companhia de saneamento 
do Governo de São Paulo, ofereceu para um desconto para os consumidores 
que economizarem água. Recentemente anunciou que vai multar quem 
consumir água excessivamente. A companhia também reverteu a distribuição 
de água para 2,6 milhões de pessoas que passaram a ser abastecidas pelos 
sistemas Guarapiranga e Alto Tietê, em vez do sistema Cantareira. 
 No entanto, a medida mais polêmica foi a utilização do chamado “volume 
morto” das represas de Nazaré Paulista e Joanópolis. Trata-se de uma reserva 
de 400 bilhões de litros d’água, que está abaixo da linha de captação das 
bombas dessas represas. 
 Entre as medidas para solucionar a crise, o Governo de São Paulo 
apresentou um pacote de obras hídricas, sendo que uma delas causou 
polêmica: A transposição das águas do Rio Paraíba do Sul para o Sistema 
Cantareira. A proposta chegou a gerar uma disputa entre os governos de São 
Paulo e do Rio de Janeiro. Autoridades fluminenses alegaram que a 
transposição poderia afetar o abastecimento de água no Rio de Janeiro, já que 
o Paraíba do Sul é a principal fonte de abastecimento do Estado. Depois de uma 
longa negociação, em que foram estabelecidos limites e condições para a 
retirada de água, o projeto recebeu o aval da Agência Nacional de Águas (ANA). 
O órgão tem entre suas funções mediar conflitos que envolvam rios que 
atravessam vários estados e, portanto, pertencem à União – como é o caso do 
Paraíba do Sul. 
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 Mais de um ano e meio após o início da crise, o governo de São Paulo, 
reconheceu oficialmente que a situação hídrica na grande São Paulo é crítica, 
por meio de Portaria, publicada no dia 19 de outubro. A medida permite que o 
Estado suspenda as licenças de captação particulares de águas superficiais e 
subterrâneas para priorizar o abastecimento público na região. A Portaria 
declarou em situação de criticidade hídrica a região da bacia hidrográfica do 
Alto Tietê, onde ficam cinco dos seis sistemas que abastecem a Grande São 
Paulo. 
Não se pode atribuir culpa exclusiva a natureza para justificar a 
crise. O consumo de água cresce anualmente na grande São Paulo e a 
capacidade de armazenamento não acompanhou o ritmo desse crescimento. A 
poluição dos rios, a degradação das suas margens e nascentes, o desperdício de 
água pelos consumidores e as perdas (vazamentos) na rede de distribuição 
também ajudam a explicar a atual crise. 
O drama da falta d’água também atingiu, em maior ou menor grau, os 
moradores de estados vizinhos. Em Minas Gerais, a falta de chuvas fez com que 
as prefeituras de 102 municípios decretassem situação de emergência em 
janeiro de 2015. O quadro não era diferente no Rio de Janeiro, estado 
fortemente dependente das águas do Paraíba do Sul, um rio federal que nasce 
na Serra da Bocaina, em São Paulo, passa por Minas Gerais e cruza o território 
fluminense até desaguar no Atlântico, em São João da Barra (RJ). Vital para o 
abastecimento da população fluminense e dos moradores do Vale do Paraíba, 
em São Paulo, o Paraíba do Sul tem em seu leito, de 1.150 quilômetros, quatro 
importantes reservatórios: Funil, no Rio de Janeiro, e Paraibuna, Santa Branca 
e Jaguari, estes três últimos localizados no estado de São Paulo. Uma das 
funções dessas represas é regular a vazão do Paraíba do Sul. Em janeiro deste 
ano, as barragens de Paraibuna e Santa Branca entraram na reserva técnica – 
também conhecida como volume morto –, situação em que o volume de água 
remanescente no lago está armazenado abaixo dos dutos de captação. Os 
reservatórios do Paraíba do Sul, é importante ressaltar, possuem uma dupla 
função, de abastecimento de água e geração de energia elétrica. Por isso, a 
redução de seus níveis também pode afetar o suprimento de eletricidade na 
região 
 
(VUNESP/FUNDUNESP/2014 – TÉCNICO ADMINISTRATIVO) Alckmin 
inicia retirada do volume morto do Cantareira 
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O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), acionou às 10h35 
desta quinta-feira, 15, as sete bombas instaladas na Represa Jacareí, 
em Joanópolis, no interior paulista, que iniciaram a captação de água 
do chamado "volume morto" do Sistema Cantareira, mas não quis 
precisar até quando a reserva profunda do manancial será suficiente 
para abastecer 47°/o da Grande São Paulo sem adoção de racionamento 
generalizado. 
(Estadão, http:/ /goo.gl/804dZV,15.mai.2014. Adaptado) 
Outra medida adotada pelo governo para evitar o racionamento é 
a) a cobrança de multa para os clientes que aumentarem em 50°/o o 
consumo d'água. 
b) a captação de água no Rio Paraíba do Sul, ainda que sob o protesto 
do governo do Rio de Janeiro. 
c) o desconto de 30°/o na conta d'água para os clientes que 
economizarem no consumo. 
d) o uso das águas captadas nas chuvas como água de reuso para 
limpeza doméstica. 
e) a construção de barragens para represar alguns rios paulistas e 
captar as suas águas. 
COMENTÁRIOS: 
São Paulo vive atualmente a pior crise hídrica de sua história. O cenáriode escassez de água em São Pau lo está dramático. 
O Sistema Cantareira está com seu nível de água muito abaixo da sua 
capacidade de armazenamento. Um dos maiores sistemas produtores de água 
do mundo, o Cantareira, abastece 8,8 milhões de pessoas na região 
metropolitana de São Paulo. As seis represas que o com põem estão interligadas 
em diferentes níveis por 48 qui lômetros de túneis criados com o objetivo de 
aproveitar os desníveis e a consequente acumulação da água por gravidade. 
O baixíssimo nível dos reservatórios tem como causa a pouca quantidade 
de chuva nos meses de novembro de 2013 a fevereiro de 2014. Nesse período, 
choveu apenas 36,3°/o do esperado. Os meses subsequentes - março a outubro 
- são de poucas chuvas, insuficientes para repor o volume de água dos 
reservatórios. O baixo volume de chuvas está se repetindo em 2014 e no início 
de 2015. 
Diante dessa situação, a Sabesp, companhia de saneamento do Governo 
de São Paulo, ofereceu um desconto de 30°/o na conta de água para os clientes 
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que economizassem 20°/o ou mais no consumo de água. Posteriormente, a 
companhia ampliou as fa ixas de desconto. A partir de 1 o de novembro de 2014, 
os imóveis que reduzirem em 10°/o ou 15°/o o consumo terão desconto de 10°/o 
na conta. Aqueles que diminuírem o consumo entre 15°/o ou 20°/o receberão 
bônus 20°/o. Quem economizar 20°/o ou mais, continua recebendo desconto de 
30°/o na conta de água. O cálculo é feito em relação à média de consumo entre 
fevereiro de 2013 a janeiro de 2014. 
No entanto, a medida mais drástica adotada até o momento é a multa 
para quem consumir água excessivamente. 
A companhia também reverteu a distribuição de água para 2,6 milhões de 
pessoas que passaram a ser abastecidas pelos sistemas Guarapiranga e Alto 
T ietê, em vez do sistema Cantareira. 
No entanto, a medida mais polêmica foi a utilização do chamado "volume 
morto" das represas de Nazaré Paulista e Joanópolis. Trata-se de uma reserva 
de 400 bilhões de litros d'água, que está abaixo da linha de captação das 
bombas dessas represas. 
Gabarito: e 
4.6 Resíduos sólidos 
A grande produção de resíduos nas sociedades modernas obriga os 
governos a adotar soluções caras para armazenar esse material. Se isso não for 
feito de maneira adequada, o lixo jogado na natureza contamina a água, 
prejudica a flora e a fauna, compromete a saúde pública e contribui para as 
enchentes. 
De acordo com o Ministério do Meio Ambiente, 59°/o do lixo produzido 
pelas cidades brasileiras vão para os lixões - locais onde os resíduos são 
lançados a céu aberto, sem nenhum controle - e somente 13°/o são 
reaproveitados. Dados como esse levaram o governo federal criar a Lei da 
Política Nacional de Resíduos Sólidos {PNRS}, em 2010. 
A lei estabelece a responsabil idade compartilhada entre o poder público, a 
indústria e a sociedade . Também proíbe a criação de lixões e deu prazo de 
quatro anos. findo em 02/08/2014. para que os municípios substituam os lixões 
por aterros sanitários. Vencido o prazo de adaptação. menos da metade dos 
municípios cumpriu a determinação: somente 2.202. de um total de 5.564 
municípios. 
O Senado Federal aprovou em 21 de outubro uma medida provisória que 
amplia o prazo para que os municípios acabem com os lixões e os substituam 
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por aterros sanitários. O novo prazo é agosto de 2018, mais quatro anos em 
relação ao original. 
Um dos destaques do PNRS é a chamada logística reversa, que prevê a 
responsabilidade do consumidor em devolver os produtos usados no final de 
sua vida útil, como também a responsabilidade do comércio de receber os 
aparelhos usados, e dos fabricantes e importadores de dar uma destinação final 
ambientalmente adequada ao lixo. Por exemplo, ao comprar um computador, a 
pessoa fica obrigada de, ao final de sua utilização, dar um destino previamente 
acertado ao produto. 
 
 4.7 Rompimento de barragens em Minas Gerais 
 No dia 05 de novembro a barragem do Fundão que armazenava lama 
resultante do rejeito da produção de minério de ferro se rompeu em 
Mariana (MG). O mar de lama que escorreu da barragem passou por cima de 
outra barragem, a de Santarém. Ambas, ficam no subdistrito de Bento 
Rodrigues, a 35 km do centro do município de Mariana, cidade histórica mineira 
a 124 km de distância de Belo Horizonte. As barragens são de propriedade da 
mineradora Samarco, controlada pela brasileira Vale e pela anglo-australiana 
BHP Billiton. Além de Santarém, que não se rompeu, outra barragem corre o 
risco de se romper, a de Germano. 
 De acordo com a Samarco, o rejeito é composto, em sua maior parte, por 
areia e não apresenta nenhum elemento químico danoso à saúde. Segundo o 
Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais 
Renováveis), a lama é composta principalmente por óxido de ferro e areia. No 
entanto, análise laboratorial encomendada após o desastre encontrou na água 
do rio partículas de metais pesados como chumbo, alumínio, ferro, bário, cobre, 
boro e mercúrio. 
 A avalanche de lama destruiu o subdistrito de Bento Rodrigues. 
Mas de 600 pessoas ficaram desabrigadas e foram resgatadas pelo Corpo de 
Bombeiros. Elas abandonaram as casas e fugiram para as partes altas do 
distrito, mas afirmaram que nenhum sinal de alerta foi emitido. A 
Samarco admitiu que avisou moradores somente por telefone. 
 Até o dia 20 de novembro não se sabia o que havia provocado o acidente. 
Até essa data, 11 mortes foram confirmadas e doze pessoas continuam 
desaparecidas. Ao todo, 556 pessoas perderam tudo na tragédia. 
 A lama chegou ao Rio Doce, seguindo pelo seu leito e nos 
próximos dias chegará ao Oceano Atlântico, desaguando no litoral do 
Espírito Santo, no município de Linhares. Além dos metais pesados encontrados 
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nos rejeites, a força da lama prejudicou a biodiversidade do rio para sempre -
ambientalistas não descartam a possibilidade de que espécies endêmicas 
inteiras tenham sido soterradas pela lama. Por onde passou, a lama causou a 
morte de grande quantidade de peixes. 
Vários municípios, alguns loca lizados a centenas de quilômetros de 
Mariana, que dependem do rio Doce para o abastecimento de água para a 
população, tiveram que suspender total ou parcialmente a captação de água no 
rio . Entre eles grandes municípios como Uberaba e Governador Valadares. 
Este tema é assunto certo de Atualidades nas prox1mas provas de 
concurso público. No link a seguir, leitura complementar obrigatória e atenta: 
http://gl.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2015/11/rompimento-de-
barragens-em-mariana-perguntas-e-respostas.html 
MINAS GERAIS 
., 
Governador 
Valadares 
Bento Rodrigues 
Barragens 
do Fundão 
r 
I 
Unhares 
• 
Lama já chegou a Colatina (Espírito Santo) 
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BARRAGEM 
-DOFUNDAO 
Parte da mina: 
Germano 
BENTO 
RODRIGUES 
População 
estimada: 612 
RISCO DE ROMPIMENTO 
l:il .com.br lnfográfico atualizado em: 20/11/2015 
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QUESTÕES COMENTADAS(CESPE/MDIC/2014 – AGENTE ADMINISTRATIVO) O Leste da China 
está sofrendo com a mais grave poluição do ar em décadas. Na cidade 
de Nanquim, escolas foram forçadas a cancelar aulas e o horizonte de 
Xangai foi encoberto por uma névoa acre. Esse episódio é um aviso de 
que nenhuma parte do país está imune aos perigos da poluição. 
O Globo, caderno Amanhã, 10/12/2013, p. 7 (com adaptações). 
Tendo o fragmento de texto acima como referência inicial e 
considerando a amplitude do tema que ele focaliza, julgue o item. 
 
01) A poluição atmosférica é um dos mais graves problemas do mundo 
contemporâneo e, caso nada seja feito para reduzi-la ou impedir sua 
expansão, colocará em risco a própria sobrevivência no planeta. 
 
COMENTÁRIOS: 
A poluição atmosférica, sobretudo, aquela relacionada à emissão de gases 
estufa, causadores do aquecimento global, é um dos mais graves problemas do 
mundo contemporâneo. Caso nada seja feito para reduzir a poluição 
atmosférica ou impedir a sua expansão, o planeta sofrerá drásticas 
consequências, que podem colocar em risco a existência das formas de vida. 
Gabarito: Certo 
 
02) A emissão de gases poluentes na atmosfera, como os resultantes 
da queima de combustíveis fósseis, contribui decisivamente para as 
alterações climáticas com as quais o mundo contemporâneo vem 
convivendo há algum tempo. 
 
COMENTÁRIOS: 
O mundo contemporâneo convive com a problemática do aquecimento 
global, causado pela intensificação do fenômeno natural do efeito estufa. A 
emissão de gases estufa na atmosfera, como os resultantes da queima de 
combustíveis fósseis (ex. gás carbônico), contribui decisivamente para as 
alterações climáticas. 
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Gabarito: Certo 
 
03) (CESPE/TRT 17ª REGIÃO/2009 – ANALISTA JUDICIÁRIO) Acerca 
do trabalho, da tecnologia e do desenvolvimento sustentável, julgue o 
item subsequente. 
O desenvolvimento sustentável, uma utopia para o mundo atual, é 
anseio de todos os setores sociais e políticos dos países centrais do 
capitalismo. 
 
COMENTÁRIOS: 
Se o desenvolvimento sustentável fosse um anseio de todos os setores 
sociais e políticos dos países centrais do capitalismo, o planeta Terra estaria 
numa situação melhor. Os países centrais do capitalismo são os países 
desenvolvidos, como os EUA, Japão, Alemanha, França e Inglaterra. Parcela da 
sociedade e dos políticos desses países, e não só lá – do mundo também, impõe 
obstáculos e resistência ao desenvolvimento sustentável. 
Gabarito: Errado 
 
04) (CESPE/MI/2009 – Analista Técnico Administrativo) Em vigor há 
quase três anos, a Lei da Mata Atlântica não conseguiu evitar a 
continuação do desmatamento do bioma. A mata atlântica está 
reduzida a 7,9% de sua área original no país e, entre 2005 e 2008, 
102,9 mil hectares foram desmatados ilegalmente, segundo estudo 
realizado pela Fundação SOS Mata Atlântica e pelo Instituto Nacional de 
Pesquisas Espaciais. A diretora da Fundação SOS Mata Atlântica disse 
que o desmatamento ocorre principalmente para substituir o uso da 
floresta, geralmente para a agropecuária e exploração de pínus, 
principalmente em Santa Catarina. Além disso, a mata atlântica situa-se 
em uma região onde há muitos usos e muitas cidades e, por isso, está 
tão fragmentada. As principais cidades e metrópoles brasileiras estão 
localizadas nessa região, portanto o impacto das pessoas e da 
utilização dessa floresta desde o descobrimento do Brasil tem levado à 
redução drástica da área da mata atlântica. 
Internet: <oglobo.globo.com> (com adaptações). 
Tendo como referência inicial o texto acima, julgue os itens a seguir. 
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Infere-se do texto que atividades econômicas têm parte da 
responsabilidade no desmatamento da mata atlântica. 
 
COMENTÁRIOS: 
Considerada um dos biomas mais ameaçados do planeta, a mata 
Atlântica é um mosaico de ecossistemas diversificados. Há 500 anos ela cobria 
cerca de 15% do que hoje é o território nacional. Conforme dados da Fundação 
SOS Mata Atlântica atualmente restam 8,5 % de remanescentes florestais 
acima de 100 hectares do que existia originalmente. Ou 12,5% de área 
remanescente se somados todos os fragmentos de floresta nativa acima de 3 
hectares. É um hotspot mundial, ou seja, uma das áreas mais ricas em 
biodiversidade e mais ameaçadas do planeta e também decretada Reserva da 
Biosfera pela Unesco e Patrimônio Nacional, na Constituição Federal de 1988. 
Vivem na Mata Atlântica mais de 61% da população brasileira, com base 
no Censo Populacional 2010 do (IBGE), são mais de 112 milhões de habitantes, 
em cujo domínio é gerado aproximadamente 70% do PIB brasileiro. O fato de 
estar em área territorial populosa e de intensa atividade econômica contribui 
para a intensificação da degradação do bioma, sofrendo pressões da 
agropecuária; exploração predatória de madeira e espécies vegetais; 
industrialização; expansão urbana desordenada e poluição. 
 Gabarito: Certo 
 
(CESPE/IRBR/2010 – Diplomata/Terceiro Secretário) As relações entre 
o desenvolvimento econômico e o meio ambiente, que se destacam na 
agenda de governos e organismos internacionais, têm sido objeto de 
diversas iniciativas no plano multilateral nas últimas décadas. A 
respeito desse tema, julgue C ou E. 
 
05) No plano multilateral, as primeiras iniciativas de se tratar em 
conjunto as questões relacionadas ao desenvolvimento econômico e ao 
meio ambiente ocorreram em 1964, na Conferência das Nações Unidas 
sobre Comércio e Desenvolvimento, que incluiu, na sua agenda, o tema 
sobre a poluição decorrente do crescimento da atividade industrial. 
 
COMENTÁRIOS: 
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37 
O primeiro grande evento global da ONU sobre meio ambiente foi a 
Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano, 
realizada em Estocolmo, Suécia, de 5 a 16 de junho de 1972. Quando da 
realização da conferência, predominava a visão de que o meio ambiente era 
uma fonte inesgotável, e que toda ação de aproveitamento da natureza fosse 
infinita. Porém os problemas ambientais demonstravam os efeitos danosos ao 
ser humano e ao meio ambiente, tais como a chuva ácida, os efeitos da 
inversão térmica e as ilhas de calor, provocados pela elevada poluição 
industrial. O crescimento da atividade industrial foi um dos debates centrais de 
conferência. 
Gabarito: Errado 
 
06) O Protocolo de Quioto fixou as metas de redução de emissão de 
gases que provocam o efeito estufa, a serem cumpridas pelos países 
industrializados e, progressivamente, adotadas pelos países em 
desenvolvimento, tendo sido essa a medida principal para a 
consolidação de um regime global sobre mudança climática. 
 
COMENTÁRIOS: 
O Protocolo de Quioto estabeleceu, para os países desenvolvidos e da ex-
URSS, metas de redução de emissões de gases intensificadores do efeito estufa. 
Os países em desenvolvimento não possuem metas de redução de emissões nos 
termos do protocolo. Pelo texto do protocolo, os países que possuem metas 
deverão reduzir as suas emissões, em pelo menos 5,2% em relação aos níveis 
que emitiam em 1990, no período entre 2008 e 2012, chamado de primeiro 
período de compromisso. 
Gabarito: Errado 
 
(CESPE/CBM DF/2011 - O Brasil se

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