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raiva em herbivoro

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I Congresso Brasileiro de Pecuária Bovina, VIII Congresso Capixaba de Pecuária Bovina: dias 09 a 12 de novembro de 2016 Local: Cine Teatro da UVV – Vila Velha, ES
CAPTURA DE MORCEGOSHEMATÓFAGOS DA ESPÉCIEDesmodus RotundusEM ZONA RURAL DO MUNICIPIO DE CASTELO- ES PARA CONTROLE POPULACIONAL E CONTROLE DA RAIVA EM BOVINOS
Ludmilla Aparecida Vieira Tiradentes, Tania de França Padilha Thomaz, Diogo Vivacqua de Lima
Instituição: Multivix- Castelo
Sub-área: Sanidade Animal
Resumo: A raiva é umaencefalite agudaeprogressiva,quepode acometertodas espécies de mamíferos eohumanos. O morcego hematófago da espécieDesmodus rotundusé o principal transmissor da raiva, sendo considerado um importante reservatório da doença. A transmissão é geralmente por contato direto. Com o objetivo de diminuir a população do morcegoDesmodus rotundusna região da atividade, foi feito no dia 26 de Agosto de 2016, no interior de Castelo a captura de morcegos. Tendo também o objetivo de ressaltar a importância da atividade epidemiológica desenvolvida pelos órgãos competentes para a diminuição da doença.
Palavras-chave: morcego hematófago, raiva, transmissão.
Introdução
A raiva é uma encefalite aguda, progressiva, causada por um RNA vírus da famíliaRhabdoviridae, do gêneroLyssavirusO vírus da raiva é pouco resistentes aos agentes químicos, físicos e às condições ambientais, como dessecação, luminosidade e temperatura excessiva. Mesmo em condições ambientais adversas,o vírus pode manter sua infecciosidade por períodos relativamente longos, sendo então inativado naturalmente pelo processo de autólise(Instituto Pasteur, 2001; MAPA, 2006).
É uma doença zoonótica e que pode acometer qualquer espécie de mamífero segundo aOrganização Internacional de Epistozia. O morcego hematófago da espécieDesmodus rotundusé o principal transmissor da raiva, sendo considerado um importante reservatório da doença.A transmissão do vírus é quase sempre pelo contato direto. Ainoculação das partículas de vírus da raiva no organismo de um animal suscetível ocorre por lesões da pele provocadas, na maioria das vezes, pela mordedura de um animal infectado, que esteja eliminando vírus na saliva. É possível, ainda, que a infecção ocorra por feridas ou por soluções de continuidade da pele, quando em contato com saliva e órgãos de animais infectados (Instituto Pasteur, 2001; MAPA, 2001; MAPA, 2006).
No Brasil a raiva dos herbívoros pode ser considerada endêmica havendo registro de casos em várias regiões. A disseminação da raiva em âmbito nacional em herbívoro tem ocorrido muito em função do destruição do habitat natural dos morcegos hematófagos. Logo, passaram a utilizar os herbívoros, em especial os bovinos, como fontes dos alimentos. ODesmodus rotundusapresenta uma alta versatilidade na utilização de abrigos, prontamente a perda de seu habitat natural os obrigam a buscar novos abrigos podendo ser naturais, como grutas, ou artificiais, como currais (Ito, M. et al. 2001).
A notificação ao serviçooficial de controle de raiva é obrigatória em situações que proprietário suspeita de casos de raiva em herbívoros, bem como a presença de animais apresentando mordeduras por morcegos hematófagos, ou ainda, informar aexistência de abrigos desses morcegos.A não-notificação coloca em risco a saúde dos rebanhos da região, podendo expor o próprio homem à enfermidade (Instituto Pauster, 2001; MAPA, 2005).
A maioria dos agrupamentos deDesmodus rotundusé constituída por 20 a 200 indivíduos, apresentando uma estrutura social complexa, baseada na formação de haréns, onde um macho dominante defende um grupo de fêmeas e seus filhotes. O contato físico, como lamber outros indivíduos de sua espécie ocorre principalmente entre as fêmeas, garantindo a integridade do grupo e a partilha de alimento, estimulando também o regurgitamento do alimento de uma fêmea saciada, permitindo o seu aproveitamento por outra que não tenha se alimentado (MAPA, 2005, MAPA, 2006).
Um fato a ser ressaltado na raiva bovina é o de que as marcas da mordedura dos bovinos pelos morcegos hematófagos nem sempre são percebidas pelos produtores. Isso se deve ao hábito alimentar dos morcegos que se alimentam durante a noite, através de pequenas incisões na pele dos bovinos, localizadas principalmente nas partes baixas dos membros inferiores e na região do pescoço. O método escolhido para o controle de vetores dependerá da espécie animal envolvida, da topografia e de eventuais restrições legais (áreas de proteção ambiental, reservas indígenas e outras).O método para o controle de morcegos hematófagos está baseado na utilização de substâncias anticoagulantes, especificamente a warfarina. Os métodos de controle devem ser seletivos e executados corretamente, de tal forma a atingir unicamente morcegos hematófagos da espécieDesmodus rotundus, não causando dano ou transtorno algum a outras espécies, que desempenham papel importante na manutenção do equilíbrio ecológico na natureza. É fundamental que os produtores sejam orientados a incorporar, no manejo sanitário dos rebanhos, o hábito de monitorar em seus animais a presença de lesões provocadas por morcegos hematófagos (de Lemos, R.A.A., 2004; Instituto Pausteur, 2001, MAPA, 2005; MAPA, 2006;)
O objetivo do trabalho foi mostrar a importância do controle de morcegos hematófagos da espécieDesmodus rotundus, diminuindo assim a incidência de raiva em bovinos na localidade.
Material e métodos
A atividade de captura doDesmodus rotundusfoi realizada no dia 24 de Agosto de 2016 na zona rural do município de Castelono estado do Espírito Santo. A captura foi realizada em torno de um curralde bovinos,onde os animais ficaram empiquete próximo ao curral por trêsnoites seguidas para que os morcegos identificassem a nova localização. Acaptura foi realizada em horário noturno entre20:30 e 23:30 horas.
No dia da atividade todo o curral foi cercado com redes de malha fina tipo ATX, de cor negra, armadas com distância de 10cm do solo com aproximadamente 3 metros de altura e com 4 estirantes horizontais, onde eram inspecionadas a cada 20 minutos.
Os morcegos capturados foram da espécieDesmodus rotundusque se caracteriza pelo tipo defocinhotal, envergardura de asa). Foram mantidos em gaiolas até o final da atividade de captura. Foram tratados na região do dorso com 2 gramas de pasta anticoagulante e em seguida foram liberados.
Resultados e Discussão
A propriedade estava com elevado índice de mordedura de morcego nos bovinos, onde as redondezas da propriedade foram inspecionadas e não foram encontrados grutas nem furnas que poderiam ser abrigos de morcegos. Em uma localidade próximatambém apresentava elevado índice de mordedura de morcego nos demais bovinos. Neste mesmo dia havia morrido um bovino com suspeitas de raiva. Foi feita a coleta doencéfalo e acondicionado com gelo em caixa de isopor e enviado para o laboratório X.Para facilitar a captura dos morcegos os bovinos foram levados para o curral onde permaneceram até o final da captura.
No tempo em que foi feitaa atividade, foram capturados quatromorcegos da espécieDesmodus rotundus(sendo duas fêmeas e dois machos, onde ummorcego macho foi encaminhado para exames laboratoriais. Os outros trêsmorcegosDesmodus rotundusforam tratados com pasta anticoagulante e liberados posteriormente.
Na amostra de material do bovino que havia morrido e enviado para análise, foi positivo para raiva.
Levando em consideração o fato de lamberem uns aos outros, para cada morcegoDesmodus rotundusdevidamente tratado com pasta anticoagulante, 20 outros morcegos da mesma espécie virão a óbito, pois este produto causa hemorragias provocando a morte, no período de 4 a 10 dias.
Figura 1 Desmodus rotundus(foto: Ludmilla Vieira)
Figura 2 Desmodus rotundus(foto: Ludmilla Vieira)
Figura 3 fêmea deDesmodus rotundus(foto: arquivo pessoal)
Conclusão
Conclui- se a importância da atividade epidemiológica em relação a raiva animal, com controle dos morcegos da espécieDesmodus rotundusdiminuindo a circulação do vírus, consequentementediminuindo a ocorrência da raiva. É importante tambémressaltar a importância da vacinação contra a raiva em bovinos por pelo menos 2 vezes por ano em locais com elevada taxa de mordedura e bovinos, para prevenção da doença.
Referência
De Lemos RAA,Botulismo, Meningoencefalite por herpevírus bovino tipo 5, Polioencefalomalacia e Raiva, 2004, Série 2 qualificação rural, pag. 63 a 83
Instituto Pasteur.Manual: Raiva bovina.Editora: AnimGrafs S/C Ltda, 30 ed, 2001. 7p.
MAPA, Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Controle da raiva dos herbívoros- Manual Técnico 2005, pag 41 a 69
MAPA- Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Apostila:Conhecimentos Específicos para Médico Veterinário. Editora: VESTICON, 2006. 901p.
Ito, M.; et al.Genetic characterization and geographic distribution of rabies virus isolates in Brazil: identification of two reservoirs, dogs and vampire bats. Virology, v. 284, n. 2, p. 214- 222, 2001. Disponível em: . Acesso em: 30 outubro. 2016. doi:http://dx.doi.org/10.1006/viro.2000.0916.

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