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Transtornos do Desenvolvimento da Linguagem

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Atraso simples de linguagem
São crianças que apresentam uma performance de linguagem pior do que a de sua idade mental, estabelecendo um espaço cronológico de pelo menos 12 messes. Sendo que, o método utilizado para identificar estes atrasos é o parâmetro de comparação; sobre a idade mental, onde identificamos o nível linguístico e a idade cronológica, que é o desenvolvimento esperado para fase que o indivíduo se encontra. 
Enfatizando que a nossa atenção como terapeuta deve estar voltada principalmente para crianças que apresentam fatores de risco. Para isso, devemos atentar-se aos critérios de exclusão como a presença de perda auditiva, retardo mental, impedimento no desenvolvimento motor da fala, distúrbios sócio emocionais, sintomatologia neurológicas, complicações durante a gestação, entre outros aspectos.
Embora não apresentem alterações cognitivas, logo na infância identificamos os primeiros indícios de atrasos de linguagem. Pois tardiamente são apresentadas as primeiras palavras; logo após, demonstram alterações morfológicas e sintáticas, com pouca expansão vocabular e dificuldades em adquirir alguns conceitos, principalmente os mais abstratos e figurativos; além de, dificuldades em combinar significados na formação de sentenças. 
Nos testes de nomeação apresentam erros relacionados a atributos semânticos e dificuldades em recuperar os itens lexicais. Assim, geralmente utilizam generalizações como forma de restringir o significado da palavra, demonstrando déficits na intenção comunicativa e maior uso do meio não-verbal de comunicação. Além disso, possuem alterações fonológicas que podem tornar a fala ininteligível.
	Relato: Eloisa era uma criança inquieta, porém começou a falar as primeiras palavras tardiamente devido à falta de estimulação familiar. Sua mãe engravidou cedo e seu namorado não assumiu a guarda da menina, logo ela vivia somente com a mãe e a avó; no entanto, sua mãe ignorava a responsabilidade materna, passava o dia nas redes sociais e não dava atenção a filha. Então a avó de Eloisa além de trabalhar fora de casa, cuidava dos afazeres domiciliares e da criança; com isso, a criança apresentou atrasos no desenvolvimento da linguagem, porém quando foi inserida na escola aos três anos de idade seu vocabulário expandiu e atualmente não apresenta atrasos linguísticos.
Distúrbio específico de linguagem
	
É uma das alterações do desenvolvimento da linguagem, porém no DEL é iniciada na infância e persiste por toda vida do indivíduo. Estas pessoas apresentam comprometimentos cognitivos, onde o desenvolvimento neurológico é atípico em duas áreas fundamentais para a linguagem, chamadas de Wernick e Broca. Nos aspectos fonológicos, eles identificam os fonemas isoladamente; no entanto, possuem dificuldades na percepção de sons acusticamente diferentes que são exemplares de um mesmo fonema. Com isso, alguns teóricos afirmam que indivíduos com DEL apresentam o nível silábico de fala; fator que contribui para pouca inteligibilidade de fala e maiores reduções na sequência de consoantes da palavra, principalmente em estruturas silábicas complexas, lodo apresentam falhas na memória operacional fonológica.
Essa população geralmente apresenta atraso de um ano no aparecimento das primeiras palavras e falha na grande expansão vocabular. Com dificuldades em adquirir alguns conceitos, principalmente aqueles relacionados a concepção de abstratas e figurativas, problemas para combinar o significado das palavras para formar sentenças. Desse modo possui menores números de nomeações do que as crianças normais, demonstrando dificuldades na recuperação lexical, capacidade limitada no armazenamento da informação na memória e menor velocidade de nomeação.
Substituições pertinentes próximas do esperado e ocorrência de substituições não pertinentes em todos os campos semânticos avaliados, o que demonstra tanto um atraso no desenvolvimento semântico-lexical, como características de desvio de padrão de normalidade, quando se analisam as substituições não pertinentes ao desenvolvimento normal. Apesar destas características obterem uma importância significativa, atualmente as dificuldades morfossintáticas estão sendo destacadas como a principal marca do DEL. É importante avaliarmos a linguagem, a estruturação das frases, a extensão das produções a partir da faixa etária; assim como, a utilização de substantivos, verbos, advérbios, uso adequado de pronomes, conjunções, preposições etc. Mesmo que a criança não produza, aquilo que ela compreende. 
Além disso, possui comunicação limitada. Onde, em maior parte do tempo utiliza respostas gestuais e verbais com estrutura sintática menos complexa, o que dificulta suas intenções comunicativas, pois geralmente exerce um papel passivo nas conversas. Com frequência, ignoram as perguntas do interlocutor ou realizam respostas incoerentes e inapropriadas. Alguns teóricos defendem que pessoas com DEL seriam mais difluentes; por causa, da sua dificuldade em elaborar adequadamente o que pretende dizer e organiza-las em estruturas frasais apropriadas.
Relato: Gabriel tem sete anos, porém sua fala é ininteligível. Reconhece e pronuncia alguns fonemas, porém não fala palavras ou elabora frases, onde seu principal meio de comunicação é a expressão não verbal. Seus colegas encaram a sua linguagem como uma brincadeira de mimica, onde ele sempre exerce o papel principal.
Desvios fonológicos
Dificuldade de fala com uso inadequado dos sons, de acordo com a idade e com as variações regionais, que podem envolver erros produção, na percepção ou na organização dos sons. Segundo Grunwell, os critérios de inclusão deste diagnóstico são: Idade acima de 4 anos, audição normal, inexistência de anormalidades anatômicas e/ou fisiológicas no mecanismo de fala; ausência de disfunção neurológica relevante; capacidades intelectuais adequadas para o desenvolvimento da linguagem falada, compreensão da linguagem apropriada para a idade e linguagem expressiva, vocabulário e extensão do enunciado adequado a idade. 
Estas crianças podem apresentar diferentes níveis de dificuldades leve, levemente-moderado, moderadamente-grave e grave. Onde, pode abranger a falta de discriminação das diferenças fonéticas, reconhecimento de contrastes fonológicos e das representações desses contrastes no léxico, a modificação dos sons que são padrão da fala, em razão de um uso inadequado das regras fonológicas, articulação imprecisa, entre outros aspectos. 
Para isso, devemos identificar os componentes, fonéticos e fonêmicos. A alteração fonética, tem como característica a inabilidade para articular os sons de fala; com isso, verificamos a dificuldade de utilizar os componentes motores durante a comunicação. A alteração fonêmica, afetar o modo que a informação sonora é armazenada e representada no léxico mental ou acessada e recuperada cognitivamente; diante disso, a dificuldade está relacionada a base linguística ou cognitiva. Estas pessoas geralmente são pouco compreendidas, esta ininteligibilidade nessas crianças é influenciada por variáveis pragmáticas, contextuais e linguísticas; logo, podem apresentar implicações sociais.
Falantes com distúrbio fonológico no Brasil, apresentam características comuns como o histórico de otite média de repetição, infecções das vias aéreas superiores e início tardio da fala. Nos processos fonológicos são: simplificação do encontro consonantal, simplificação de líquidas, eliminação de consoante final, frontalização de palatal, ensurdecimento de fricativa, ensurdecimento de plosivas, plosivação de fricativas, frontalização de velar e posterização para palatal.
Relato: Durante o período escolar me deparei com Aline, ela tinha sete anos e era a aluna mais estudiosa da sala. Foi a primeira a aprender a lê e escrever, gostava de compreender tudo ao seu redor, decorava nomes facilmente, porém era tímida, não gostava de falar pois todos davam risada da sua fala complicada e difícil de entender.
 
Alterações de Fala de Origem Musculoesquelética
A produção da fala dependedo desenvolvimento cognitivo e fonológico adequado. Desse modo, é necessário a integridade do sistema neurológico, assim como todas as estruturas envolvidas na produção desse ato motor, comandadas pelo sistema nervoso central e periférico. Além disso, o sistema respiratório, fonador, articular, a ressonância e prosódia deve estar íntegro.
O aumento das tonsilas faríngea e/ou palatinas diminuem ou obstruem a passagem do ar. Consequentemente, para compensar a incapacidade respiratória a boca se entreabre e a língua adquire uma posição mais baixa. Em decorrência desse posicionamento inadequado dos lábios e língua pode ocorrer flacidez da língua e lábios, principalmente na parte inferior, retração dos lábios superior, possível atresia do arco maxilar, possíveis alterações oclusais, sendo as mais comuns neste caso as mordidas abertas ou cruzadas unilaterais; algumas funções do sistema estomatognático como a mastigação e a deglutição podem estar alteradas. Além do acúmulo de saliva, pois a frequência da deglutição passa a ser menor. Com este quadro de alterações ósseas, dentárias, musculares e funcionais, os fonemas sibilantes podem ser produzidos de forma distorcida.
A ausência de elementos dentários, seu apinhamento e a inclinação lingualizadas ou vestibularizada dos incisivos superiores podem levar a uma alteração do espaço intra-oral, dificultando o posicionamento da língua para articulação precisa dos fonemas, principalmente a articulação dos dentoalveolares. As mordidas abertas, cruzadas e sobremordidas podem favorecer o aparecimento de pontos de contato inadequados na produção de fonemas. Nas sobremordida, é comum apresentarem assobio nas sibilantes. Nas mordidas cruzadas, pode ocorrer o deslizamento da mandíbula para a lateral, o que também favorece a má produção das sibilantes. As mordidas abertas podem favorecer o aparecimento do ceceio anterior, assim como a anteriorização do ponto de articulação dos fonemas linguodentais.
Na disfunção da articulação temporomandibular (DTM), ocorre complicações nas partes moles e partes ósseas da estrutura dentofacial que afetam os movimentos mandibulares. Logo, é comum ocorrer a redução da amplitude do movimento mandibular e o aumento da atividade da musculatura perioral, lateralização da mandíbula na produção de /s/ e /z/; assim como, a diminuição da velocidade da fala e alteração da voz. Os movimentos mandibulares inadequados durantes e fala, como deslizes mandibulares frontais ou laterais, menor abertura da boca ou movimentos exagerados da mandíbula, ocorrem como tentativas de realização correta da articulação dos fonemas a serem produzidos.
A quantidade e a qualidade da saliva interferem na produção da fala. O excesso de saliva acumula nas comissuras e é expelida durante a fala, para minimizar este ato é recomendável a diminuição do espaço entre os maxilares durante a fala, evitando esse escape. No entanto, leva a uma imprecisão da fala. Nos casos que, apresentam pouca saliva, a língua aumenta seus movimentos na busca de saliva. O frênulo da língua, quando alterado, provoca várias modificações nos movimentos da língua e dos lábios, assim como na correta e precisa articulação de alguns fonemas. Grupos consonantais com /l/ e com /r/ podem não ser produzidos de forma clara e consistente.
Em alguns pacientes o crescimento craniofacial não ocorre de maneira adequada. Acontece grandes desproporções maxilomandibulares, no sentido horizontal, vertical ou transversal; com isso, possuem tendência de desenvolverem alterações na articulação de fonemas. Encontram-se também alterações faciais decorrentes de traumas ou cirurgias, geralmente a musculatura busca adaptar-se a sua forma causando alterações em sua estrutura. 
Em faces longas, observa-se maior flacidez da musculatura, propiciando a abertura da boca, consequente o posicionamento baixo da língua. Nas faces curtas, o espaço intra-oral é menor, propiciando maiores deslizamentos da mandíbula, anteriores ou laterais, com a finalidade de possibilitar a articulação correta dos sons sibilantes. Nos indivíduos que possuem próteses dentárias causam problemas na perfeita articulação dos sons da fala quando não são bem construídas e/ou adaptadas. A fala ocorre com boca mais cerrada para não perder sua estabilidade e isso acaba causando imprecisão articulatória
Relato: Durante o ensino médio me deparei com um professor de matemática que sofreu acidente doméstico. Sua casa foi incendiada e infelizmente o fogo atingiu seu rosto, foi afetado principalmente nas principais musculaturas das funções estomatognáticas; sua epiderme apresenta um aspecto rosado, com alguns lugares mais escuros, os músculos supra e infra hioideos aparentam está atrofiados pois possui um aspecto enrugado e alguns músculos da mimica facial como o orbicular da boca, mentual, depressor do ângulo da boca, depressor do lábio inferior, risório, bucinador e a porção inferior do zigomático maior e menor, assim como a porção inferior do levantador da asa do nariz e depressor do septo nasal, estavam flácidos. 
Com isso suas funções como sucção, mastigação, fonação e deglutição estavam alteradas, porém não compreendíamos a produção de saliva exagerada ao ponto de externaliza-la durante sua fala, além de obter a conversação comprometida, logo identifico que as alterações nas musculaturas, principalmente o selamento dos lábios alterados afetaram suas funções.
Apraxia de fala
Pessoas com apraxia apresentam demonstram desordem na programação e/ou planejamento dos movimentos sequenciais da fala, erros articulatórios inconsistentes; com predomínio de alterações nos domínios fonético, fonológico e prosódico. Além disso, com diferença significativa em relação á produção de fala automática e emissões voluntárias intencionais.
A falta de precisão e consistência dos movimentos de fala na ausência de déficits neuromusculares são características de quadros de apraxia. A alteração ocorre no planejamento e/ou programação de parâmetro espaço-temporais das sequências dos movimentos, resultando em erros na produção dos sons da fala e alterações de prosódicas. Possui dificuldades na programação do gesto articulatório, ou seja, na organização dos movimentos das estruturas envolvidas na produção da fala.
As más formações do sistema nervoso, doenças ou danos neurológicos poderão gerar desordens de linguagem e fala denominadas neurogênicas. Onde os principais são apraxia e disartria. A apraxia é caracterizada por suas alterações na sequência dos movimentos da fala, porém não apresenta fraqueza, lerdeza ou descoordenação. Durante a conversação este indivíduo possui intenção comunicativa, sabe quais palavras deseja emitir, entretanto, não é capaz de realizar a programação postural das estruturas fonoarticulatórias em uma sequência adequada para a articulação dos sons. Este quadro pode agravar-se com a presença de apraxia não-verbal, também descritas como apraxia orofacial ou bucofacial.
Caracterizado pelo contraste entre a execução voluntária e involuntária da fala. Além das variabilidades de erros, que pode variar de acordo com o paciente, estes erros apresentam grande variação de uma tentativa para outra e, frequentemente, mostram aproximação com a palavra real. Suas dificuldades estão relacionados a zona e modo de articulação na produção fala, fonemas palatais e dentais são mais suscetíveis e erros do que outros fonemas, fonemas fricativos são mais difíceis se serem articulados do que fonemas plosivos, as consoantes iniciais tendem a ser menos bem articulados do que as consoantes em outras posições, fonemas que elevam a língua tendem a ser mais facilmente articulados. Além dos erros fonêmicos relacionados a omissões, adições, repetições e principalmente, substituições, podem ocorrer também erros de antecipação, reiteração e metátese. As discrepâncias entre a performance na fala automática e a fala espontânea, sendo relativamente boa na primeira e extremamente prejudicada na segunda, os erros de articulação tornam-se maiores com o aumento da extensão da palavra, entreoutros.
Nos adultos, a apraxia é adquirida e resultante de lesão focal na área de Broca ou córtex sensoriomotor do hemisfério esquerdo, prejudicando o planejamento dos movimentos da fala, apesar de o sistema muscular estar intacto. Ao contrário dos infantis, correspondem a perda de função. Em crianças, quando ocorre dano cerebral, o mesmo prejudica o desenvolvimento de funções que estão em processo de aquisição. Estas crianças possuem aspectos comuns como a limitação na capacidade de imitar a fala e atraso no desenvolvimento fonológico; erros fonêmicos proeminentes comportamentos de tentativa e erro articulatório, “sobrecarga” na programação dos movimentos e distúrbios prosódios. A sobrecarga está associada a dificuldade de manter sequências silábicas e configurações de palavras; nas alterações prosódicas, foram relatadas lentificação da fala e uniformização da tonicidade das palavras, com alteração de ritmo.
Enquanto a disartria é o distúrbio do controle muscular durante os mecanismos de fala, provocando problemas na comunicação oral. Está associado a lentidão, fraqueza ou falta de coordenação dos movimentos de fala, assim afetam as musculaturas envolvidas na expressão oral. Apresenta imprecisão na articulação das consoantes, monoaltura, monointensidade e velocidade lenta de fala; assim, compromete também as bases motoras que são constituídas pela respiração, fonação, ressonância, articulação e prosódia.
Relato: Durante uma viagem me deparei com mulher desconhecida, ela estava conversando ao meu lado, então reparei que algumas palavras pronunciadas eram ininteligíveis. Pois os movimentos da musculatura bucal não condiziam com os fonemas pronunciados, além de não respeitar algumas regras gramaticais, o que tornava sua fala um pouco disfluente, principalmente pela presença de pausas descontextualizadas.
Fissura lábio palatina
As fissuras lábio-palatinas são malformações congênitas de lábio e palato, consideradas craniofaciais e enquadradas na classificação de displasias. É denominada em uni ou bilateral devido a localização da fissura, que são classificadas em: Fissura pré-forame incisivo: Fissura exclusivamente labial decorrente da falta de fusão dos processos maxilares com os processos nasais medianos. Pode ser unilateral, bilateral ou mediana e completa ou incompleta. É completa quando ocorrem pequenos entalhes na mucosa do vermelhão e/ou pele do lábio e rompimento total do lábio e rebordo alveolar, passando pelo assoalho do nariz e acabando no forame incisivo. A incompleta caracteriza-se quando não envolve o rebordo alveolar não apresenta anomalias dentárias. A ponta nasal é desviada para o lado não fissurado. 
Fissura pós-forame incisivo: São as fendas palatinas, resultantes da falta de fusão dos processos palatinos entre si e com o septo nasal. São medianas. Pode afetar somente úvula, palato mole (incompleta) ou envolver o palato duro (completa). Nesse tipo de fissura não existe o problema estético como nas demais, mas leva a uma ressonância nasal da fala devido à função inadequada do mecanismo velofaríngeo. É a fissura que mais se encontra associada a outros defeitos congênitos. Na forma mais suave dessa fissura encontra-se a úvula bífida e nem sempre há necessidade de abordagem terapêutica. 
Fissura transforame incisivo: É decorrente da não fusão do mesênquima dos processos palatinos laterais do palato e do septo nasal. Atinge lábio, arcada alveolar e todo o palato. Pode ser unilateral ou bilateral e completa ou incompleta (quando só o lábio não é afetado). É a forma mais grave de fissura. Fissura palatina submucosa: Acomete somente o palato mole, caracterizado pela diástase da musculatura velar, que não se insere na linha média, porém com integridade das estruturas mucosas tanto na face oral quanto na face nasal do palato mole. Este distanciamento das fibras musculares pode ser mais ou menos evidente, podendo provocar hipernasalidade vocal e, em alguns casos, o refluxo alimentar nasal.
A maioria das crianças com fissuras isoladas desenvolvem a linguagem, assim como as crianças não fissuradas. No entanto, podem apresentam atraso de aquisição de linguagem na mesma proporção que a população em geral, pois possuem o desenvolvimento cognitivo normal. Porém nas crianças com fissura de palato que estão associadas a síndromes tem maior risco de apresentar atraso de linguagem, além de outros fatores agravantes como os déficits cognitivos, como nos pacientes portadores de síndrome velo-cardio-facial (SCVF), ou déficits da audição, como nos pacientes portadores da síndrome de Teacher Collins, entre outros déficits.
As pessoas fissuradas utilizam de pontos articulatórios atípicos que podem ser eliminados antes da correção do defeito anatômico. Porém existem casos de distúrbios diretamente associados ao defeito anatômico, dependemos da correção deste para que possam ser eliminados. Os indivíduos não operados geralmente apresem fraca pressão durante a produção de fonemas plosivos e fricativos, escape de ar nasal durante a produção de fonemas orais e a hipernasalidade durante a produção dos fonemas vozeados. 
Na fissura aberta, DVF congênita ou DVF decorrente do insucesso da correção cirúrgica da fissura ocorrem alterações dento-oclusais, perdas flutuantes ou crônicas da audição, ininteligibilidade de fala entre outros aspectos. Nos erros relacionados ao defeito anatômico que não são diretamente decorrentes deste incluem os distúrbios articulatórios compensatórios (DAC), como o golpe de glote e a fricativa faríngea.
	Relato: Kelly é uma mulher que possui policistos em um dos ovários, fato que dificultou seu sonho de ser mãe. Após várias tentativas frustrantes, nasceu um menino lindo, porém com uma abertura no lábio superior, levando-a a procurar assistência médica. Aos 3 anos Júnior passou por uma cirúrgia, desde então faz tratamento fonoaudiológico, durante a avaliação audiológica identificaram perda condutiva unilateral; por isso, todo ano refaz o exame para verificar se sua audição continua com os mesmos limiares auditivos, porém os aspectos fonológicos estão dentro do padrão devido suas constantes consultas com a fonoaudióloga.
Síndrome de down
A síndrome de down é uma patologia de origem genética, caracterizado pela trissomia no cromossomo 21. Onde existe uma sincronia entre o desenvolvimento cognitivo e linguístico, sendo que os déficits linguísticos são maiores em relação ao cognitivo, onde a compreensão é mais efetiva do que a expressão oral da linguagem. Além disso, ás habilidades motoras orais contribuem para o favorecimento da ininteligibilidade da expressão oral, apresentam déficits de atenção e memórias, e são pobres em habilidades relacionadas ao processamento auditivo.
Os aspectos clínicos mais frequentes são: Comprometimento intelectual (100%), hipotonia muscular (99%), fissura palpebral oblíqua (90%), aumento da vascularização reptiliana (90%), microcefalia (85%), occipito achatado (80%), hiperextensão articular (80%), mãos largas e dedos curtos (70%), baixa estatura (60%), cardiopatias congênitas (50%), clinodactilia do quinto dedo (50%), orelhas com implantação baixa (50%), orelhas displásticas (50%), epicanto (40%), prega palmar única transversa (40%), instabilidade atlantoaxial (15%) e instabilidade femural (10%). Logo após, no nascimento identificamos baixa estatura e peso, frouxidão ligamentar e hipotonia muscular.
Crianças com síndrome de down possuem o desenvolvimento mais lento ao longo do seu processo de aprendizagem. Logo, na infância verificamos retardo na aquisição do vocabulário; na adolescência, apresentam repertório lexical similar as crianças consideradas normais, porém possuem alterações fonológicas, sintáticas e pragmáticas. Estas pessoas possuem a maioria dos sons da fala, porém possuem dificuldades na pronuncia de palavras longas ou frases, podendo omitir sons ou torna-las inteligíveis, além de, possuir dificuldades na organização gramatical das frases. 
Entretanto apresentam lentidão relacionadas ao desenvolvimento do contato visual e o sorriso,a linguagem não-verbal é o seu principal meio de comunicação, pois suas habilidades motoras orais favorecem a ininteligibilidade da fala, além da presença de déficits na memória e atenção, e expressam poucas habilidades relacionados ao processamento auditivo.
	Relato: Pedro nasceu com síndrome de down, embora sua mãe tenha uma origem pobre ela não abdicou de dar toda assistência necessário para seu filho. Atualmente é maior de idade, possui uma boa comunicação, mas utiliza de frases curtas e não utiliza palavras ditas como complicadas por ele. Possui uma comunicação não verbal muito evidente, ama fazer bico ao mandar beijos para as “gatinhas”, cuida da mãe que já é idosa com muito carinho e fica nervoso com qualquer pessoa que ofenda ou brigue com sua mãe. 
Autismo
O autismo está relacionado ás diversas formas de pensamento associadas á compreensão das alterações de relacionamento, afetividade ou comportamento, onde atinge diretamente as áreas de interação social, linguagem e cognição. Além disso, apresenta alterações linguísticas manifestadas através de uma comunicação pobre, com repetição imediata mais comum que a tardia, inversão pronominal, afirmação indicada por repetição, frases incompletas e agramaticais e compreensão comprometida.
Então a comunicação destes indivíduos pode variar entre frequente, não frequente ou ausente e sua forma de expressão é descrita como não verbal ou verbal. Além de, possuir padrões restritos e repetitivos de comportamento, dificuldades na utilização de expressões não-verbal com poucos gestos, expressões faciais, contato ocular e pouco interesse. Algumas destas crianças apresentam ecolalia imediata, onde reproduzem o que lhes foi dito, outras repetem frases ouvidas há horas, ou até mesmo dias antes; este fenômeno é chamado de ecolalia tardia.
Suas principais características são: Dificuldade de sociabilização, possuindo a incapacidade de compartilhar sentimentos, gostos e emoções e a dificuldade na discriminação entre diferentes pessoas. Dificuldade no uso da imaginação caracterizado pela rigidez e inflexibilidade relacionada a áreas do pensamento, linguagem e comportamento da criança. Isto pode ser exemplificado por comportamentos obsessivos e ritualísticos, compreensão literal da linguagem, falta de aceitação das mudanças e dificuldades em processos criativos. 
Relato: Bruno é irmão de Glenda, ele não gosta de sair de casa e possui um apego emocional forte com a mãe. Maria mãe de Bruno, abdicou de sua vida social por causa do seu filho, vive para cuidar dele, pois quando está ausente Bruno fica doente, agressivo, irritado, triste e não quer ver a presença de ninguém. Todas as vezes que as amigas de Glenda vão visita-la ele se esconde; quando a casa está cheia ou com pessoas fazendo barulhos ele se encolhe em um canto, coloca a mão nas orelhas e começa a gritar. Possui movimentos repetitivos e se torna agressivo se alguém tirá-lo dessa situação.
Paralisia Cerebral
A principal alteração presente nas crianças com paralisia cerebral (PC) é o comprometimento motor, que ocasiona várias modificações decorrentes da encefalopatia, com consequentes alterações na biomecânica corporal. Além disso, a criança pode apresentar distúrbios cognitivos, sensitivos, visuais e auditivos que, somados às alterações motoras, restrições da tarefa e do ambiente repercutirão de diferentes formas no seu desempenho funcional. 
No entanto, em função de fatores biológicos (processo de maturação do Sistema Nervoso), fatores ambientais e circunstanciais (estimulação e recursos), podem modificar a realidade dessas pessoas. A Paralisia Cerebral possui diferentes graus em relação a limitação intelectual. No comprometimento global leve, movimentam-se com independência, realizam atividades motoras finas, como desenhar, encaixar, recortar entre outros, constroem frases com mais de duas palavras; e demonstram uma boa adaptação social. 
No comprometimento moderado apresentam dificuldades na locomoção, sendo necessário suporte material e ou humano. A motricidade fina é limitada, executando atividades sem domínio do freio inibitório. Utiliza palavras - frases na comunicação verbal. Nas atividades da vida diária, necessitam a manutenção e assistência. Os aspectos cognitivos limitados parecem dificultar o desempenho escolar. Porém, nos casos mais severos os portadores desta deficiência possuem dependência total, ao nível da motricidade grossa e fina, com linguagem e fala comprometidos. Porém podem apresentar algumas possibilidades de expressão.
	Relato: Durante o trajeto do ônibus ao retornar para a casa presenciei uma mãe acompanhava de seu filho cadeirante. Logo percebi, que ele não movimentava nenhum membro do seu corpo e quando sua mãe conversava com ele, respondia com alguns fonemas.
Referências
Mitre, Edson. Otorrinolaringologia e Fonoaudiologia.1ª edição. São Paulo: CEFAC.
FERREIRA, L.P.; BEFI-LOPES, D.M.; LIMONGI, S.C.O. (2004) Tratado de Fonoaudiologia. São Paulo: Roca. 
LIMONGI, S.C.O. Fonoaudiologia, informação para formação. Linguagem: desenvolvimento normal, alterações e distúrbios. Rio de Janeiro: Guanabara – Koogan, 2003.
HAGE, S.R.V. Alterações de linguagem em crianças com dispraxia verbal. Mimesis, Bauru, v. 20, n. 1, p. 77-87, 1999.
LIMONGI, S.C.O. Fonoaudiologia, informação para formação. Procedimentos terapêuticos em linguagem. Rio de Janeiro: Guanabara – Koogan, 2003. 
FREIRE, R.M. A linguagem como processo terapêutico. 2a ed. São Paulo: Plexus, 2002. 
LIER-DeVITTO, M.F. e ARANTES, L. (orgs) Aquisição, patologias e clínica da linguagem. São Paulo: PUC-SP. – Parte III, cap 4.
ALTMAN, E. (org). Fissuras lábio-palatinas. Carapicuíba: Pró- Fono, 1992.
MOTA, H.B. Terapia fonoaudiológica para os desvios fonológicos. Rio de Janeiro: Revinter, 2001.
LAW, J. A identificação precoce dos distúrbios da linguagem na criança. Rio de Janeiro: Revinter, 2001.

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