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Resumo p1 obstetrícia

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RESUMO DE OBSTETRÍCIA-P1 
1- COMEÇO DA GRAVIDEZ 
 
OVULAÇÃO No 14º dia que antecede a menstruação ocorre a liberação do oócito 
secundário do folículo ovariano, sendo capturado pelas fimbrias das trompas e carreado 
até o útero por movimentos ciliares, processo que leva de 3 a quatro dias. 
 
FECUNDAÇÃO No momento da ejaculação masculina, o fluído seminal é depositado no 
colo uterino e os espermatozóides ascendem pelo trato genital (canal cervical, trompas, 
útero) sofrendo transformação bioquímica no trajeto (capacitação). São atraídos por 
quimiotaxia até os oócitos, chegando a coroa radiada e dando início ao processo de 
fecundação (fusão do óvulo com espermatozóide – células haplóides  célula diplóide). 
 ETAPA 1 – PENETRAÇÃO NA COROA RADIADA: Ocorre pela movimentação 
da cauda e liberação da hialuronidase presente no acrossoma da cabeça do 
espermatozóide. 
 ETAPA 2 – PENETRAÇÃ NA ZONA PELÚCIDA: Os espermatozóides se ligam à 
zona pelúcida induzindo a reação acrossómica, que consiste na liberação de conteúdo 
enzimático, promovendo hidrólise da zona pelúcida que possibilita a penetração. 
 ETAPA 3 – FUSÃO DAS MEMBRANAS PLASMÁTICAS: Do espermatozóide 
com o oócito e alteração na estrutura da zona pelúcida que impossibilita a fecundação por 
mais de um espermatozóide (poliespermia). 
 ETAPA 4 – TÉRMINO DA SEGUNDA DIVISÃO MEIÓTICA DO OÓCITO 
SECUNDÁRIO: Após a penetração no espermatozóide, o oócito que estava estacionado na 
metáfase II completa sua divisão e origina o oócito maduro (pró-núcleo feminino) e o 
segundo corpúsculo polar, que sofre extrusão para o espaço perivitelínico. 
 ETAPA 5 – FORMAÇÃO DO PRÓ-NÚCLEO MASCULINO: O núcleo situado na 
cabeça do espermatozóide, uma vez dentro do oócito dobra de tamanho e ocorre 
degeneração da cauda. 
 ETAPA 6 – FUSÃO DOS PRÓ-NUCLEOS FEMININO E MASCULINO: Os núcleos 
migram para o centro do oócito para que ocorra a fusão, as membranas se rompem, ocorre 
fusão do material genético dos dois gametas formando o zigoto. 
 *A FECUNDAÇÃO SE COMPLETA 24 HORAS APÓS SEU INÍCIO 
 
 
2- DESENVOLVIMENTO EMBRIONÁRIO 
 
CLIVAGEM OU SEGMENTAÇÃO Inicia-se 30 horas após a fecundação e o zigoto passa por 
divisões sucessivas no trajeto pelas trompas em direção ao útero, cada célula formada é 
denominada blastômero. A zona pelúcida ainda circunda o embrião e restringe seu 
processo de expansão, porém, a cada 24 o número de blastômeros dobra. 2 dias  4 
blastômeros; 3 dias 8 blastômeros; 4 dias  16 a 32 blastômeros (neste estágio os 
blastômeros se alinham e sofrem um processo de compactação, constituindo uma esfera 
maciça denominada mórula, que é pré-requisito para a separação de células que irá formar 
o embrioblasto). 
 5 dias  Ocorre a formação do blastocisto que coincide com a chegada do embrião 
à cavidade uterina. 
BLASTULAÇÃO OU FORMAÇÃO DE BLASTOCISTO  Forma-se espaço repleto de liquido no 
interior do embrião, que rechaça as células centrais para a periferia. 
 As células da camada externa do zigoto são os trofoblastos e darão origem à 
placenta. 
 A cavidade que se origina no interior do embrião denomina-se blastocele 
 O embrioblasto ou pólo embrionário é o conjunto de células internas agrupadas em 
um dos pólos que darão origem ao futuro concepto, vesícula amniótica, vesícula 
vitelina e alantóide. 
 A medida que o blastocisto se expande, a zona pelúcida se afina fazendo com que 
ele ecloda (hatching) para que ocorra nidação. Após o hatching, o blastocisto flutua 
na cavidade uterina por dois dias. 
NIDAÇÃO OU IMPLANTAÇÃO EMBRIONÁRIO  A implantação do blastocisto no epitélio 
endometrial ocorre normalmente no sexto dia após a fecundação, começa no final da 
primeira semana e se completa no final da segunda semana. Requer uma receptividade 
endometrial adequada. 
 Decidualização: Processo de diferenciação e proliferação celular do estroma 
endometrial em resposta aos hormônios ovarianos no período de peri-implantação, 
mediados por moléculas parácrinas (prostaglandinas, calcitonina, fator de 
crescimento unido a heparina, lactoferrina, fator inibidor da leucemia, interleucina-
I) e induzidos pelo ambiente endócrino materno pela presença do blastocisto. 
 Fase de aposição ou orientação: Após flutuar na cavidade, o blastocisto se posiciona 
no terço superior e face posterior do útero, que é a porção mais vascularizada do 
endométrio e busca seu local de implantação, onde o trofoblasto vai se aderir com o 
pólo que contém o embrioblasto. 
 Fase de adesão: Se produz contato direto com trofoblasto com o epitélio 
endometrial e se aderem parcialmente pelas integrinas (moléculas de adesão). Ao 
final, o embrião já é capaz de se nutrir dos tecidos maternos destruídos. 
 Fase de ruptura da barreira epitelial: Entre epitélio e membrana basal, fundamental 
para a progressão do blastocisto até o estroma endometrial. 
 Fase de invasão: Processo proteolítico e imunológico autolimitado mediado por 
proteinases (colagenases, metaloproteinases, serinproteinases) que decompõem a 
matriz extracelular fazendo com que o trofoblasto penetre no estroma, invada os 
vasos endometriais-miometriais e substitua em partes as células endometriais. 
Assim, o trofoblasto se implanta no endométrio, se prolifera rapidamente e se 
divide em dias camadas 
  CITOTROFOBLASTO: Estrutura responsável pela invasão 
placentária, de forma a ancorar a placenta à decídua e ao miométrio. 
  SINCICIOTROFOBLASTO: Epitélio especializado que 
recobre as vilosidades placentárias, responsável pelo transporte de gases, nutrientes, 
metabólitos e produção de hormônios (estrogênio, progesterona, glicocorticoides, 
lactogênio placentário, hCG) que irão participar do controle metabólico fetal, materno e 
placentário. 
 
DIAGNOSTICO DA GESTAÇÃO 
 
DIAGNÓSTICO CLÍNICO 
 
SINTOMAS INICIAIS: 
Náusea 
Vômitos 
Sialorréia 
Polaciúria 
Nictúria 
Distensão abdominal 
Tonteira 
Sonolência 
Fadiga 
Labilidade emocional 
Desejos alimentares 
Perversão alimentar 
Pirose 
Dor hipogastrica tipo cólica 
Aversão a odores 
Alteração da acuidade 
auditiva e visual 
Aumento da sensibilidade 
álgica mamaria 
 
SINTOMAS TARDIOS: 
Dispnéia 
Lombalgia 
(não fazem diagnóstico) 
 
SINAIS: 
Atraso menstrual 
Alterações mamárias 
 Congestão, vol., dor, 
 Hiperpigmentação d aréolas, 
 Tubérculos de Montgomery, 
 Rede de Haller 
 Mamilo c/ limites imprecisos 
 Colostro 
 
Aumento do vol. abdominal 
Aumento do vol. uterino 
Alterações cutâneas 
 Estrias, 
 Cloasma gravídico, 
 Linha nigra, 
 Sinal d Halban 
 
- implantação: 
Sinal de Hartman 
- desenvolvimento uterino: 
Sinal de Hegar 
Sinal de Osiander 
Sinal de Hozapfel 
Sinal de Piskacek 
Sinal de Nobile-Budin 
Regra de Goodel 
- mucosa vulvar e vaginal 
Sinal de Jaequemier / Chadwick 
Sinal de Kluge 
- alteração no muco cervical 
 
-Sinais de certeza: 
Ausculta de BCF 
Percepção de partes fetais 
Percepção d movimentos fetais 
Sinal de Puzos 
 
DIAGNÓSTICO LAB. 
bHCG >1000 mUI/mL 
 
DIAGNÓSTICO 
ULTRASSONOGRÁFICO 
 USG transvaginal + 
USG transabdominal - 
 
 
DIAGNÓSTICO CLÍNICO - SINTOMAS INICIAIS: 
 
 Náusea e vômitos: 
6ª - 14ª sem., período da manha, acompanhada ou não de êmese 
Devido à adaptação ao HCG trofoblastico. Piora c/ causas psíquicas, orgânicas e imunes 
 
Hiperêmese gravídica: 
Epidêmio: primigestas, jovens, obesas, gestação gemelar, doença trofoblástica gestacional, 
malformações, história prévia de hiperêmese gravídica 
Definição: persistência de náuseas e vômitos antes da 20ªsem., acompanhado de perda de peso (>5%), 
desidratação distúrbio hidroeletrolítico, cetose, cetonúria 
Trtamento Hosp.: controle dopeso e diurese; jejum até estabilização (depois dieta liquida, depois 
sólida); hidratação EV (Ringuer ou S.F., 2000 – 4000 ml/24h), repor vit B6, C, K e tiamena na hidratação 
prolongada; nutrição parenteral se necessário, com reposição de vitasmina C, compl.B, protetores da 
mucosa gastrica 
Complicações: rotura do esôfago (mto raro), Sindrome de Mallory Weiss, Encefalopatia de Wernicke 
(diminuição de tiamina; neuropat, oftalmopleg, nistagmo, ataxia, consc/memo) 
 
 Sialorréia: aumento da salivação, 
 Aumento da sensibilidade álgica mamaria: congestão + estimulo do hCG 
 Polaciúria e nictúria: 
6ª a 12ª sem.: útero é um órgão pélvico (crescimento + anteversão = compressão vesical) 
No 2º trim.: útero deixa de ser um órgão pélvico (sintomas desaparecem) 
Ultimas semanas: compressão do pólo cefálico sobre a bexiga (retorno dos sintomas) 
Sempre investigar bacteriúria assintomática 
 Distensão abdominal: 
Devido ao da progesterona, causa relaxamento de m.liso, motilidade intestinal 
Constipação pode ser agravada pelo uso de vitaminas com ferro 
 Tonteira: 
Devido ao da progesterona, causa relaxamento de m.liso, RVP 
Melhora com decúbito lateral esquerdo 
 Sonolência: Comum no inicio da gestação (causa desconhecida, hipótese é PG) 
 Fadiga: devido a estresse, depressão e hábitos de vida 
 
DIAGNÓSTICO CLÍNICO – SINAIS: 
 
 Atraso menstrual: >10-14 dias 
Mulher em idade reprodutiva, com vida sexual ativa, sem método contraceptivo /falha 
Considerar causas de amenorréia secundária qnd atraso menstrual >3 ciclos 
Atraso mentrual pode não ocorrer/ sangramento em menor quant nos dias da menstruação 
Sinal de Homan: pequeno sangramento devido à nidação, confundido com menstruação 
 Alterações cutâneas: 
Estrias, cloasma gravídico, linha nigra, Sinal d Halban (lanugem no limite do couro cabeludo) 
 Alterações mamárias: 
Alterações mais marcantes em primigestas, 
5ª sem.: congestão, aumento do volume, dor 
8ª sem.: hiperpigmentação das aréolas, Tubérculos de Montgomery (gl. acessória hipertrof) 
16ª sem.: colostro, Rede de Haller (aumento da vascularização venosa) 
20ª sem.: hiperpigmentação dos mamilos, limites imprecisos 
 Aumento do vol abdominal: 
Sinal inespecífico, considerar diagnósticos diferenciais como ascite e tumores 
 Aumento do vol uterino: 
1º trim.: aumento do diâmetro ântero-posterior, útero assume forma globosa 
12ª sem.: útero gravídico palpável a cima da sínfise púbica 
16ª sem.: útero gravídico palpável entre a sínfise púbica e a cicatriz umbilical 
20ª sem.: útero gravídico palpável a cima da cicatriz umbilical 
40ª sem.: útero gravídico palpável até apêndice xifóide 
 
 Sinais de implantação: 
Sinal de Hartman: pequeno sangramento que ocorre 7-8 dias após fecundação 
 implantação do blastócito inicia no 6º dia 
 Sinais de desenvolvimento uterino: 
Sinal de Hegar: (6ª a 8ª sem.) útero com consistência elástica e amolecida (+histimo) 
 no toque bimanual é possivel fazer a flexão do corpo sobre o colo 
Sinal de Osiander: percepção do pulso da artéria vaginal (útero em crescimento rápido) 
Sinal de Hozapfel: peritônio rugoso devido à congestão 
Sinal de Piskacek: assimetria uterina a palpação, 
 crescimento uterino assimétrico no sitio de implantação ovular 
Sinal de Nobile-Budin: fundo de saco preenchido por útero em forma globosa (toque bim) 
Regra de Goodel: amolecimento do colo uterino 
 Sinais na mucosa vulvar e vaginal: 
Sinal de Jaequemier / Chadwick: coloração violácea da mucosa vulvar e meato urinário 
Sinal de Kluge: coloração violácea da mucosa vaginal, devido a congestão 
 Alteração no muco cervical: 
Inicio da gestação, progesterona, [Na] na secreção cervical 
 Sinais de certeza: 
Ausculta de BCF: FC fetal varia 120 a 160 bpm 
 estetoscópio de Pinard ->20ª sem. 
 Sonar Doppler -> 10ª sem. 
Percepção de partes e movimentos fetais: 18ª a 20ª sem. (observada pelo examinador) 
Sinal de Puzos: (14ª sem.) Rechaço fetal intra-uterino 
 (discreto impulso no útero durante o toque, feto se desloca e retorna a posição inicial) 
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL 
 bHCG: >1000 UI/L 
Glicoproteina produzida pelo sinciciotrofoblasto; .: é marcador de atividade trofoblastica 
Previne a involução do corpo lúteo, que produz progesterona por 6 a 7 meses de gestação) 
Produção de HCG dobra a cada 48h, pico de secreção 8-10 / 12-14 sem., meia vida 24h 
 
Resultados: 
- Aumento acentuado do bHCG: gestação múltipla, neoplasia trofoblastica gestacional 
- Aumento do bHCG inferior ao esperado: gravidez anormal , ectópica, abortamento 
- Falso-positivo: climatério, proteinúria, neop´lasias produtoras de HCG, LES, hipertiroidismo, uso de 
psicotrópicos (fenotiazidas, antidepressivos, anticonvulsivantes, hipnóticos) 
- Falso-negativo: urina de baixa densidade, primeiros 15 dias de atraso menstrual, 
 no 2º trim. quando há dos níveis de bHCG 
- bHCG >1000nUI/L + ausência de saco vitelínico (na USG do 1º trim.) = implantação ectópica 
 
Métodos de dosagem: 
 - teste Eliza: quant; 
 - teste imunológico da gestação (TIG): quali; injeta HCG no coelho, este produz anticorpos 
 - inibição da aglutinação no látex: anticorpos add a urina ligam-se ao HCG (pouco sensivel) 
 - inibição da hemaglutinação: mesmo principio, maior sensibilidade 
 - hemaglutinação passiva reversa: maior sensibilidade, 1 a 3 dias de atraso menstrual 
 
DIAGNÓSTICO ULTRASSONOGRÁFICO 
 USG de avaliação da idade gestacional: 6ª a 12ª sem. 
 parâmetro comprimento cabeça nádega (CCN) do embrião 
 após 14ª sem. acurácia diminui para determinação da IG 
 .: após 14ª sem. o parâmetro é o diâmetro biparietal (DBP) e comprimento do fêmur (CF) 
 
 Ecografia via transvaginal (preferencial): 5ª sem.: vê vesícula vitelínica 
 6ª a 7ª sem.: vê eco embrionário e BCF 
 8ª sem.: vê movimentos fetais 
Estrutura embrionária Via transvaginal Via abdominal 
Saco gestacional 
Embrião 
Batimentos cardioembr. 
4 sem. 
5 a 6 sem. 
6 a 7 sem. 
5 sem. 
6 a 7 sem. 
6 a 7 sem. 
 
Correlação entre níveis séricos de bHCG e estruturas observadas na ecografia 
Valores de bHCG USG-TV 
1.000 mUI/L 
7.200 mUI/L 
10.800 mUI/L 
Saco gestacional 
Vesícula vitelínica 
Embrião com batimentos cardíacos 
* Intervalo de confiança USG: (1 sem. no 1º trim.); (2 sem. no 2º trim.); (3 sem. no 3º trim.) 
DATA PROVAVEL DO PARTO 
Regra de Nagele: soma 9 meses e 7 dias a DUM 
 
DEFINIÇÕES 
Abortamento: processo espontâneo ou prolongado, pelo qual a cavidade uterina esvazia seu 
conteúdo gestacional antes de 22 sem. ou com – 500g de peso 
Aborto: produto do abortamento, espontâneo ou provocado 
Parto prematuro: +22 sem. a -37 sem. 
Gestação a termo: +37 sem. a -42 sem. 
Gestação prolongada: + 42 sem. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Modificações Gerais do Organismo Materno 
As adaptações anatômicas e bioquímicas ocorrem devido aos seguintes fatores: 
- reação orgânica à presença do concepto e seus tecidos (aloenxerto); 
- sobrecarga hormonal; 
- ação mecânica desencadeada pelo útero gravídico. 
 
MODIFICAÇÕES CUTÂNEAS 
->Alterações Atróficas 
- Estrias Gravídicas ou Víbices: é devido à diminuição da hidratação e ao estiramento da pele. Mais 
comum em áreas predispostas como o abdome, as mamas, as nádegas e as coxas. Na gestação 
geralmente são de avermelhadase após o parto se tornam brancacentas. Em multíparas pode ser 
encontradas linhas de tonalidade prata, que representam cicatrizes de estrias de gestações 
anteriores. 
 
->Alterações Vasculares Cutâneas: resultam de uma vasodilatação imposta pelo padrão hormonal 
da gestação, sobretudo pelo aumento do estrogênio. Geralmente desaparecem após a gravidez. 
- Eritema Palmar: Ocorre em 10% das mulheres. Surge em toda superfície palmar e apresenta-se 
como uma vermelhidão difusa, que piora ao decorrer da gestação. 
- Telangiectasias ou Angiomas ou Aranhas Vasculares: Surge em 60% das mulheres brancas e 10% 
das afro-americanas. Aparecem como pequenas elevações vermelhas na pele, principalmente em 
face, pescoço, parte superior do tórax e nos braços. 
 
->Alterações Pigmentares: o perfil hormonal da gestação desencadeia um aumento na produção 
de estrogênio e progesterona, este aumento acarreta uma hipertrofia do lobo intermediário da 
hipófise, que é responsável pelo metabolismo pró-opiomelanocorticotrofina em beta-endorfina e 
alfa-melanotropina (que exerce uma ação estimulante sobre os melanócitos). Essas alterações 
pioram com a exposição solar. 
- Linha Nigrans: pigmentação de cor preto-acastanhada na linha media do abdome. 
- Cloasma ou Melasmo Gravídico: machas acastanhadas da face. 
 
->Hipersecreção das Glândulas Sebáceas: resulta de um incremento da ação progestagênica. A 
pele da grávida torna-se mais oleosa, o que predispõe à queda capilar e o aparecimento de acne. 
 
MODIFICAÇÕES NA MAMA E APARELHO GENITAL 
->Mamas 
- Mastalgia: é um dos primeiros sinais clínicos. Em torno da 5ª semana de gestação, tem inicio um 
processo de congestão das mamas que as torna doloridas, túrgidas e com aumento de volume. Este 
aumento é devido á hiperplasia de elementos glandulares com proliferação dos canais galactóforos 
e ramificação dos ductos mamários. 
- Tubérculos de Montgomery: no 2º trimestre da gestação, a progesterona, os estrogênios e a 
prolactina acarretam a expansão dos alvéolos a partir da arvore ductal. Na 8ª semana, as aréolas 
primárias tornam-se mais pigmentadas, e nelas surgem projeções secundárias representadas por 
glândulas mamárias acessórias e glândulas sebáceas hipertrofiadas denominadas de tubérculos de 
Montgomery. 
- Sinal de Hunter: Há um aumento da pigmentação dos mamilos na 20ª semana, que torna seus 
limites imprecisos e forma a aréola secundária (sinal de Hunter). 
- Estrias gravídicas. 
 
->Útero: é um órgão predominantemente muscular, constituído por dois sistemas de miofibras lisas 
que sofrem hiperplasia e hipertrofia na gravidez. 
- No final da gravidez, a capacidade volumétrica uterina pode estar aumentada de 500 a 1000 
vezes; 
- Nos primeiros meses de gestação, a parede uterina torna-se mais espessa e sofre um afinamento 
progressivo com a evolução da mesma, podendo chegar a 1,5 cm em uma gestação a termo; 
- Há um aumento de tecido conjuntivo e dos ligamentos de sustentação uterina (hipertrofia e 
hiperplasia) de vasos sanguíneos e linfáticos, que é imprescindível para o desenvolvimento 
gradativo do fluxo uteroplacentário (trocas materno-fetais); 
- O estrogênio é o principal estimulador do crescimento uterino. O aumento uterino não é simétrico 
e promove uma discreta rotação de seu eixo para a direita; 
- Na 12ª semana de gestação o útero é palpável acima da sínfise púbica; Na 16ª semana ele se 
encontra no meio do caminho entre a sínfise púbica e a cicatriz umbilical; Na 20ª semana atinge a 
cicatriz umbilical e em torno da 40ª semana, tangencia o apêndice xifóide. 
 
->Colo uterino: a consistência e a coloração da cérvice se alteram pelo edema e aumento da 
vascularização impostos pelo perfil hormonal da gravidez; 
- A cérvice torna-se amolecida e arroxeada; 
- Ocorre hiperplasia e hipertrofia das glândulas cervicais que determinam alterações colposcópicas 
normais durante a gravidez, sendo a principal delas, a eversão do epitélio colunar, que torna a 
ectocérvice friável e sangrante ao menor contato; 
- O muco cervical torna-se viscoso, mais espesso e não se cristaliza quando desidratado (devido ao 
aumento da produção de progesterona no inicio da gravidez que reduz as concentrações de sódio 
nas secreções cervicais); 
- O colo uterino é protegido pelo tampão mucoso, que é eliminado nos dias que antecedem o 
parto, devido ao afinamento e encurtamento da cérvice. 
 
->Trompas: sofrem hipertrofia das camadas musculares e aumento da sua vascularização. Sua 
localização também é alterada pelo crescimento do útero, que a desloca em direção à cavidade 
abdominal. 
 
->Ovários: O processo de maturação folicular cessa. O corpo lúteo que restou da ovulação mantém-
se funcionante por estímulo do hormônio gonadotrófico coriônico (hCG) produzido pelo 
sinciotrofoblasto. O corpo lúteo é responsável pela produção de progesterona observadas nas 
primeiras 6-7 semanas de gestação, que é essencial para manutenção da gravidez até o completo 
funcionamento placentário. 
 
->Vagina: apresenta-se violácea devido à embebição gravídica (processo adaptativo do aumento da 
mobilidade da pelve para parturição); 
- As células musculares e as papilas da mucosa vaginal se hipertrofiam, aumentando a vagina em 
comprimento e largura; 
- As fibras de colágeno se encontram mais separadas, permitindo o afrouxamento do tecido 
conjuntivo; 
- Ocorre aumento da secreção vaginal, devido ao aumento da vascularização e da atividade 
glandular, que assume aspecto leitoso por conter células epiteliais descamadas; 
- O pH vaginal torna-se mais ácido pela ação dos lactobacilos sobre o glicogênio acumulado nas 
paredes vaginais, com grande produção de ácido láctico; 
- A citologia vaginal é semelhante à da fase luteínica do ciclo menstrual, e com o passar da gravidez 
são observadas células da camada intermediaria (células naviculares) e os núcleos desnudos 
(núcleos desprovidos de citoplasma). 
 
->Vulva: Violácea (embebição gravídica). Os grandes e os pequenos lábios e o meato uretral se 
hipertrofiam. 
 
MODIFICAÇÕES OSTEOARTICULARES 
->Postura e Marcha: o peso adicional da gravidez (útero, feto e anexos) desestabiliza o equilíbrio 
materno ao colocar seu centro de gravidade para frente. Para corrigi-lo, a gestante assume atitude 
involuntária de lordose lombar, posicionando seu tórax para trás. A grávida também amplia sua 
base de sustentação, afastando discretamente um pé do outro; 
- Possui uma marcha típica denominada anserina (andar oscilante, passos curtos e lentos, bases de 
sustentação alargada e maior ângulo dos pés com a linha média); 
- Essas alterações posturais alteram a anatomia da coluna vertebral da grávida, sobretudo a coluna 
lombar, o que permite a ocorrência de espasmos dos músculos intervertebrais e diminuição dos 
espaços entre as vértebras, resultando em compressões radiculares e lombalgia; 
- No final do período gestacional, o desconforto postural de acentua. Pode surgir dor na região 
cervical causada pela flexão mantida do pescoço. Eventualmente, os nervos ulnar e mediano 
podem sofrer pequenas trações ocasionadas por um deslocamento posterior da cintura escapular 
que produz desconforto e dormência dos membros superiores. 
 
->Sistema Articular: Há relaxamento dos ligamentos do sistema articular, devido á embebição 
gravídica. Essa frouxidão acomete todas as articulações do sistema articular, sendo maior nas 
articulações sacroilíacas, sacrococcígea e do pube; 
- A frouxidão da articulação da sínfise púbica favorece sua abertura em até 12mm, que volta ao 
normal após 3 a 5 meses de pós-parto; 
- O estrogênio aumenta a vascularização e a hidratação do tecido conectivo dos ligamentos 
articulares. Já a progesterona e a relaxina diminuem o tônus da musculatura responsável pela 
estabilização dessas articulações. 
 
MODIFICAÇÕES HEMODINÂMICAS 
->Coração: A síndrome hipercinética define o sistema cardiovascular da gestante. As maiores 
alterações envolvemo débito cardíaco (DC) e a redistribuição de fluxos regionais e as menores, a 
freqüência cardíaca (FC) e a pressão arterial (PA), e todas já tem inicio no primeiro trimestre; 
- A FC materna aumenta de 10 a 15 bpm, que é importante para a manutenção do DC; 
- Com a evolução da gravidez, o diafragma se eleva e desloca o coração para a esquerda e para 
cima, e então o ápice cardíaco é movido lateralmente produzindo um aumento da silhueta cardíaca 
observada na radiografia de tórax; 
- Pode surgir um derrame do pericárdio desprezível na gestação normal, contribuindo para o 
aumento da área cardíaca; 
- É freqüente a presença de sopros sistólicos (em decorrência da síndrome hipercinética e da 
redução da viscosidade sanguínea) e de extrassístoles e desdobramento da primeira bulha; 
- o ECG não se altera, embora haja um discreto desvio do eixo elétrico para a esquerda, devido à 
mudança de posicionamento do coração. 
 
->Débito Cardíaco (DC) 
- Na gestação são esperados: a diminuição da PA e da RVP, o crescimento do volume sanguíneo, do 
peso materno e do metabolismo basal; Em conseqüência disso, após 10-12 semanas de gestação, o 
DC aumento e atinge seu pico máximo entre 20 e 24 semanas (aumento de 30-40%) e se mantém 
constante ate o final da gestação; 
- No final da gestação, o DC é maior em duas situações: Paciente em decúbito lateral (na posição 
supina, o útero aumentado de tamanho comprime a veia cava inferior e dificulta o retorno venoso) 
e durante o trabalho de parto e puerpério (as metrossístoles e a expressiva redução volumétrica 
nesses períodos provocam auto-hemotransfusão e aumento do retorno venoso). 
 
 
 
 
->Resistência Vascular Periférica (RVP) 
- A RVP na gravidez diminui de modo mais acentuado no inicio e no período do termo da gestação. 
Isso é devido à circulação uteroplacentária e também da ação de progesterona, prostaglandinas e 
estrogênios sobre as paredes dos vasos; 
- O nível mínimo da RVP é alcançado na 20ª semana, com retorno gradual até o termo. Entretanto, 
a RVP permanece 20% menor em comparação com os níveis pré-gestacionais. Há também certa 
refratariedade vascular à ação vasoconstritora do SRAA e da angiotensina II; 
- O desenvolvimento placentário acarreta queda da RVP, porque a placenta funciona como uma 
verdadeira fístula arteriovenosa. 
 
->Pressão Arterial (PA): decorre do produto do DC pela RVP. A PA sofre grande ação das mudanças 
hormonais da gestação, como a vasodilatação periférica que produz certa refratariedade dos 
vasoconstritores circulantes (angiotensina II e noradrenalina); 
- A redução da PA é mais marcante no segundo trimestre da gestação, devido a sua intima relação 
com a RVP e conseqüentemente com o desenvolvimento placentário, que é mais expressivo nesse 
período; 
- A PA diastólica é a mais alterada, de 10 a 15 mmHg, enquanto a sistólica cai em torno de 3 a 4 
mmHg, isso porque a queda da RVP é compensada pelo aumento do DC. 
 
->Pressão Venosa (PV): o útero em crescimento comprime as veias pélvicas e a VCI, dificultando o 
retorno venoso e triplicando o aumento da pressão venosa dos membros inferiores, levando ao 
edema dos mesmo, varicosidades vulvares e hemorróidas. 
 
->Hipotensão Supina: a queda significativa do DC pela compressão da VCI pelo útero quando a 
grávida permanece em decúbito dorsal por cerca de 4 a 5 minutos é denominada síndrome de 
hipotensão supina. Esta compressão desencadeia uma reação (reflexo) vasovagal que acarreta 
bradicardia, hipotensão e lipotímia, que é corrigido quando a gestante é posicionada em decúbito 
lateral. 
 
->A resistência vascular pulmonar reduz em 34%; A pressão venosa central não sofre alterações; A 
pressão capilar da artéria pulmonar diminui em 28%. 
 
MODIFICAÇÕES HEMATOLÓGICAS 
->Volume Plasmático: Aumenta cerca de 40 a 50% a partir da 6º semana, com pico entre a 30ª e 
34ª semanas, retornando aos valores normais em cerca de três semanas após o parto; 
- O aumento do volume plasmático acarreta hipervolemia (é uma reposta compensatória 
às demandas do sistema hipertrofiado do útero, à necessidade de equilíbrio pela queda do retorno 
venoso, devido a compressão da VCI, e às perdas sanguíneas futuras do parto), com diminuição da 
viscosidade sanguínea, que leva a um quadro de hemodiluição (que decorre provavelmente da ação 
do SRAA e da angiotensina II). 
 
->Eritrócitos: há um aumento de 20-30% no numero de hemácias, o que reflete o aumento na 
demanda de oxigênio; 
- O incremento da massa eritrocitária é precedido por aumento na produção de eritropoetina, 
podendo levar á presença de uma reticulocitose leve após a 20ª de gestação; 
- Devido ao aumento mais pronunciado do volume plasmático em comparação com a massa 
eritrocitária, o hematócrito cai dois ou três pontos (30%), e a concentração de hemoglobina diminui 
progressivamente, determinando a anemia fisiológica da gestação (fruto de uma verdadeira 
hemodiluição); 
- Nos últimos meses de gestação o incremendo do volume plasmático ocorre de uma forma mais 
lenta; 
- A reposição de ferro é de extrema importância, pois as necessidades fetais são elevadas, e se caso 
isso não ocorrer, uma verdadeira anemia se fará presente. Recomenda-se que toda gestante receba 
de 30 a 60mg/dia de ferro elementar (sulfato ferroso), durante o 2º e o 3º trimestre da gestação, 
durante toda a lactação, ou por 2 a 3 meses pós-parto nas não lactentes. 
- Hemoglobina na gestante (OMS): valores maiores ou iguais a 11g/dL (normal: 12-16g/dL) e 
durante o 2º trimestre, valores maiores ou iguais a 10,5g/dL; Classificação: Anemia leve (10-10,9), 
anemia moderada (7-9,9) e grave (menor que 7); 
- Um aumento significativo e adequado do volume sanguíneo admite perdas de sangue durante o 
parto de ate 1000ml, sem queda significativa na concentração de hemoglobina, perdas maiores 
ocorrem na primeira horas pós o parto e cerca de 80ml são perdidos nas próximas 72h. pacientes 
com atonia uterina, episiotomia ampliada ou lacerações perineais podem apresentar perdas mais 
significantes; 
- O volume globular, o Ht e a Hb retornam aos valores normais em seis semanas após o parto. 
 
->Leucócitos: a leucocitose é freqüente principalmente no 2º e 3º trimestre e é secundaria ao 
aumento de neutrófilos segmentados. Após 38 semanas essa numero cai; 
- A contagem de leucócitos é aceitável de 8000-12000/mm³, podendo chegar, e alguns casos, a 
25000/dL; 
- Há uma diminuição da função de quimiotaxia e aderência dos leucócitos após o 2º trimestre, que 
aumenta a susceptibilidade a processos infecciosos, como a pielonefrite e pneumonia (supressão 
da imunidade humoral e celular), isso para evitar uma rejeição fetal; Porem há uma melhora do 
quadro clinico de algumas doenças autoimunes, como a artrite reumatóide; 
 
->Plaquetas: encontra-se relativamente inalterada. Pode-se encontrar um quadro de 
trombocitopenia gestacional em 5 a 7% das gestantes, que na maioria é apenas uma variação da 
normalidade, mas devemos excluir outros diagnósticos (trombocitopenia isiopatica, doenças 
autoimunes e deficiência de folato). 
 
->Fatores de Coagulação: a partir do terceiro mês de gestação. 
- Aumenta os níveis de fibrinogênio em ate 50%; 
- Os agentes pró-coagulantes e os fatores de coagulação (VII, VIII, IX e o de Von Willebrand) estão 
aumentados; 
- Redução do sistema fibrinolítico e dos fatores XI e XIII (estabilizador de fibrina) que contribuem 
para o estado de hipercoagubilidade da gravidez; 
- Aumento da resistência dos anticoagulantes endógenos, e diminuição da proteína S e do co-fator 
da proteína C. 
Essas alterações associadas ao aumento do volume sanguíneo ajudam a combater os riscos de 
hemorragia na dequitação placentária. E em contrapartida produzem um estado de vulnerabilidade 
à TVP, TEP (aumenta o risco em 5x na gestação e puerpério) e coagulação intravascular 
disseminada. 
 
MODIFICAÇÕES METABÓLICAS 
->Ganho Ponderal: a gestante adquire em média 12,5kgem toda sua gestação. Esse aumento 
ponderal é conferido ao útero e ao seu conteúdo (feto, placenta, liquido amniótico), crescimento 
das mamas, volume sanguíneo e do liquido extravascular e as alterações metabólicas (aumento da 
água celular e à deposição de proteínas e gorduras nos tecidos maternos para reserva). 
 
->Metabolismo Hídrico: há retenção de água, ocorrendo os edemas de MMII ao final do dia, que é 
favorecido pelo aumento da pressão venosa no local e por diminuição da pressão coloidosmótica 
intersticial. 
 
->Metabolismo Protéico: na gravidez, as necessidades protéicas aumentam para atender às 
demandas do feto, útero, placenta, mamas e volume sanguíneo. A concentração de albumina 
circulante sobre uma diminuição; 
- É necessário que a gestante consuma 35% de proteínas do total de nutrientes a fim de manter o 
balanço nitrogenado positivo. 
 
->Metabolismo dos Carboidratos: a gestação se caracteriza por uma leve hiperinsulinemia, 
hipoglicemia de jejum e hiperglicemia pós-prandial; 
- No inicio da gestação, o metabolismo da glicose parece ser alterado pelo aumento do estrogênio e 
progesterona (que estimulam a secreção endógena de insulina e melhoram a utilização periférica 
de glicose); 
- Na segunda metade da gestação, há um crescimento dos hormônios contrainsulínicos (hormônio 
lactogênico placentário, cortisol) que estimulam a lipólise causando um aumento dos ácidos graxos. 
Por outro lado, esses hormônios poupam a glicose em virtude do desenvolvimento da resistência 
insulínica, causando um aumento da resposta insulínica á glicose, supressão da resposta ao 
glucagon e redução do consumo periférico de glicose. Tudo isso caracteriza o estado diabetogênico 
da grávida e sustentam o aporte de glicose ao feto. 
 
->Metabolismo Lipídico: as concentrações de lipoproteínas, de apolipoproteínas e de lipídios totais 
encontram-se aumentadas no plasma materno da gravidez e reduzem após o parto devido á 
lactação; 
- O colesterol aumenta em cerca de 50% e os triglicérides podem triplicar. O LDL atinge sua 
concentração máxima em torno da 36ª semana (devido á ação da progesterona sobre o fígado da 
gestante) e o HDL por volta da 25ª semana; 
- Os níveis plasmáticos de ácidos graxos e glicerol diminuem na primeira metade da gestação 
devido ao acúmulo de gordura corpórea na região central do corpo materno. Esse lipídeos ficam 
disponíveis no último trimestre da gestação para proteger a gestante e o feto contra jejum 
prolongado. 
 
->Metabolismo Eletrolítico 
- Sódio: há uma retenção de sódio materno em função do aumento de liquido amniótico, da 
expansão do liquido extracelular e do crescimento fetal. Sua excreção pode aumentar também 
quando há um aumento da TFG, ação da progesterona que promove vasodilatação das artérias 
renais e facilita a natriurese, presença do fator natriurético atrial e redução da albumina, 
prostaglandinas e dopamina. A aldosterona, o SRAA, os corticóides e o estrogênio diminuem a 
excreção de sódio; 
- Cálcio e Magnésio: seus níveis plasmáticos estão diminuídos na gravidez e ambos são importantes 
na bioquímica da concentração uterina. O cálcio esta diminuído pelo redução da albumina; 
- Ferro: as necessidades de ferro aumentam na gravidez; 
- Iodo: ocorre diminuição deste na gestação, de forma que a gestante deve receber suplementação 
dietética ou medicamentosa para garantir o funcionamento da tireóide. 
 
->Equilíbrio Ácido Básico 
- A gestante normalmente hiperventila, ocasionando um desvio do pH para o limite superior do 
normal, que é compensado por uma queda do bicarbonato plasmático de 26 para 22 mEq/L, 
configurando uma alcalose respiratória compensada. Esse discreto aumento do pH diminui a 
liberação de oxigênio para o feto e aumenta para a mãe. Por outro lado a elevação do pH estimula 
também uma elevação na síntese de 2,3 difosfoglicerato que faz com que ocorra o contrário, ou 
seja, diminua a oferta de oxigênio para mãe e aumento para o feto (efeito Bohr). 
 
MODIFICAÇÕES RESPIRATÓRIAS 
 - Essas alterações são mais pronunciadas na 37ª semana e após a gravidez voltam ao normal; 
- A caixa torácica apresenta um aumento de 2 cm em seu diâmetro transverso; os ângulos 
subcostais se alargam com elevação do diafragma em 4 cm e a circunferência torácica aumenta em 
ate 6 cm; 
- Aumento do volume corrente (devido a maior movimentação do diafragma e tórax); 
- A expiração torna-se mais demorada. O volume/minuto cresce de 7,5 para 10,5 litros; 
- A conseqüência disso tudo é o aumento da paO² no sangue materno e a diminuição da paCO² 
materna que facilita o transporte placentário de CO² fetal para a circulação materna; 
- O mecanismo de dispnéia fisiológica se dá porque aumenta o volume corrente + diminuição da 
paCO² = sensação de dispnéia; 
- Nas vias aéreas superiores ocorrem vasodilatação, edema da mucosa, congestão nasal e aumento 
das secreções. 
 
MODIFICAÇOES URINÁRIAS 
->Rim: ocorre um aumento do peso do rim (30%) e um aumento no seu tamanho de até 1 cm, isso 
é devido a sua hipertrofia e ao aumento do fluxo plasmático renal; 
- Aumenta a vascularização renal com diminuição da resistência vascular, que resulta em um 
aumento de 50% na taxa de filtração glomerular após a 6ª semana e incremento de 60-80% no 
fluxo plasmático renal, com isso há perda de alguns nutrientes (aminoácidos e vitaminas 
hidrossolúveis), redução das concentrações de uréia e creatinina e aumento do clearence de 
creatinina; 
- O sistema coletor da gestante sofre dilatação em ate 80% das gestantes a partir da segunda 
metade da gravidez, com dilatação ureteral e pielocalicial mais à direita. 
 
->Ureteres: sofre compressão ou obstrução pelo crescimento uterino e pela congestão do plexo 
venoso ovariano, que é mais freqüente à direita devido à dextrorotação do útero gravídico e à veia 
ovariana direita que cruza o ureter. A hidronefrose e a dilatação do ureter pode persistir por 3 a 4 
meses após o parto. 
 
->Bexiga: há uma elevação do trígono vesical e uma diminuição do tônus vesical. 
 
MODIFICAÇÕES GASTROINTESTINAIS 
- O útero durante o seu crescimento desloca o estomago e o intestino; 
- O esvaziamento gástrico e o transito intestinal ficam mais lentos, sendo que a progesterona 
associada a um peptídeo hormonal é a principal responsável por esse acontecimento, levando a um 
quadro de constipação intestinal e aumentando a incidência de hemorróidas; 
- Há uma diminuição do tônus e relaxamento do esfíncter esofagiano inferior, ao deslocamento do 
estomago e ao aumento da pressão abdominal, levando a um quadro de pirose ou refluxo das 
secreções acidas para a porção inferior do esôfago; 
- Há também hiperemia e amolecimento gengival que levam á sangramentos gengivais após 
traumatismos leves; 
- O comprometimento da contração da vesícula biliar (progesterona causa inibição do músculo liso 
da vesícula) promove estase, que acrescida do aumento da saturação de colesterol, aumenta a 
prevalência de cálculos biliares. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A ASSISTÊNCIA PRÉ-NATAL 
 
Objetivos: Diagnosticar ou confirmar a gravidez; diagnosticar doenças maternas preexistentes; 
aconselhar, educar e apoiar a gestante e seus familiares; identificar e minimizar distúrbios da 
gravidez; identificar e tratar possíveis intercorrências e encaminhar casos de alto risco para centros 
especializados. 
*O início do pré-natal deve ser o mais precoce possível, preferencialmente nos primeiros 120 dias. 
* Recomenda-se pelo menos seis consultas de pré-natal (uma no 1º trimestre; 2 no 2º trimestre; 3 
no 3º trimestre). 
 
Ações que o MS determinam: Estímulo ao parto normal; anamnese e exame clínico-obstétrico; 
imunização antitetânica; avaliação do estado nutricional da gestante; prevenção e tratamento do 
distúrbios nutricionais; prevenção ou diagnóstico do CA de colo e mama; atenção à mulher e RN na 
primeira semana pós parto e consulta puerperal até 42º após parto. 
 
Exames:Solicitados na primeira consulta e próximo à 30ª semana (ABO-Rh; glicemia de jejum; 
VDRL; Urina I; Anti-HIV; Hepatite B – HbsAg; Toxoplasmose – IgG e IgM) 
 
Consulta: Anamnese e exame físico; medidas de peso e PA; questionar presença de movimentos 
fetais (após 18 semanas para multíparas e 20 semanas para nulíparas); Altura Uterina; BCF. 
 
Avaliação do Risco Gestacional 
Situações que deve ser considerado o encaminhamento ao pré-natal de alto risco 
 
Características individuais e condições sócio-demográficas desfavoráveis 
- Idade menor de 15 e maior que 35 anos 
- Ocupação: esforço físico excessivo, exposição a agentes químicos, etc. 
- Não-aceitação da gravidez 
- Baixa escolaridade 
- Altura menor de 1,45 
- Peso menor que 45 kg e maior que 75 kg 
- Dependências de drogas lícitas ou ilícitas 
 
História Reprodutiva anterior 
- Morte perinatal 
- Abortamentos habituais 
- Esterilidade/infertilidade 
- Síndromes hemorrágicas 
 
Intercorrências clínicas crônicas 
- Cardiopatias, pneumopatias, nefropatias, endocrinopatias 
- HAS 
- Epilepsia 
- ITU 
- Doenças infecciosas 
 
Doença obstétrica na gravidez atual 
- Desvio do crescimento uterino 
- Trabalho de parto prematuro 
- Ganho ponderal inadequado 
- Pré-eclâmpsia/eclampsia 
 
Anamnese 
- Idade: melhores condições entre 18 e 35 anos 
- Conhecer a menarca e características menstruais 
- Definir a DUM e calcular IG e DPP 
- Idade de início da atividade sexual; número de parceiros; métodos contraceptivos e DST 
- Números de gestações e seus desfechos (abortos, intercorrências, via de parto, puerpério) 
* O intervalo interpartal menor de 2 anos é prejudicial ao organismo materno por dificultar o 
restabelecimento das reservas nutricionais. Intervalo superior a 10 anos a paciente se comporta 
como nulípara. 
 
Exame Físico 
- Pesar e medir, calcular IMC 
- Realizar EF geral, com ênfase no obstétrico (SSVV, mucosas, tórax e extremidades – edemas e 
varizes) 
- Exame das mamas: observar hipertrofia das glândulas de Montgomery e morfologia do complexo 
aréolo-mamilar, visando à amamentação 
- Palpação abdominal: recomendada a partir do segundo trimestre – Manobra de Leopold-Sweifel 
dividida em quatro tempos 
1º tempo: do lado direito e de frete para a paciente – delimita o fundo do útero 
2º tempo: deslize a mão em direção ao pólo inferior – determina a posição fetal 
3º tempo: apreensão do pólo com movimentos de lateralidade –explora a mobilidade da 
apresentação fetal 
4º tempo: de costas para a paciente com mãos na fossa ilíaca caminhando para hipogastro – avalia 
o grau de penetração do concepto no estreito superior da bacia. 
 
 
- Relação da Idade gestacional com AU: 
 10 a 12 semanas: acima da sínfise púbica 
 16 semanas: entre sínfise púbica e cicatriz umbilical 
 20 semanas: na altura da cicatriz umbilical 
 De 20 a 32 semanas: AU = IG (1cm = 1 semana) 
- Auscuta de bulhas cardíacas: 
 10 a 12 semanas com Sonar 
 >20 semanas com estetoscópio de Pinard 
 
 
 
 
 
Exames Complementares 
 
 Sangue 
- Hmg completo, sífilis, ABO-Rh (se for negativo, solicitar tipagem do cônjuge e teste de Coombs 
indireto) 
- Se HAS, solicitar creatinina 
- Diabetes: levar em conta história familiar, antecedentes pessoais e glicemia de jejum. 
 Se glicemia <85mg/dl, rastreamento negativo 
 Se glicemia entre 85 e 110 mg/dl e fator de risco, indica-se teste de tolerância com 75mg de 
dextrosol (TOTG) 
 Se glicemia >140mg/dl, diagnostica intolerância à glicose 
 Se glicemia >200mg/dl, diagnostica o diabetes franco 
 
TOXOPLASMOSE E GRAVIDEZ 
- Parasita intracelular obrigatório – Toxoplasma gondii 
- 3 formas: oocisto (nas fezes do gato); taquizoítos (forma infectante na fase aguda); e bradizoítos 
(crescimento lento) 
- A infecção materna resulta da ingestão de oocistos presentes no meio ambiente, ou da ingestão 
de bradizoítos ou taquizoítos presentes em carnes e produtos derivados. 
- A infecção fetal resulta da passagem transplacentária e transmissão de parasitas após a infecção 
primária materna durante a parasitemia 
- Complicações: abortamento, catarata, calcificações intracranianas difusas, microcefalia, surdez, 
hepatoesplenomegalia. 
- A transmissão fetal é maior no terceiro trimestre, porém quanto mais precoce a infecção materna, 
maior o risco de acometimento fetal grave. 
 
Diagnóstico 
- 10 a 20% apresentam sintomas inespecíficos: rash cutâneo, febre, mialgia, adenomegalia. 
- Anticorpos IgG surgem em duas semanas após infecção e permanecem a vida toda 
- IgM surge na primeira semana de infecção, e declinam em alguns meses. Não confirma 
isoladamente infecção aguda 
- IgA aparecem após 7 dias de infecção e desaparecem 4 meses após. 
- Se IgM positivo – utilizar espiramicina 1g 8/8 horas até comprovar infecção aguda por IgA. 
* IgG e IgM negativos – paciente suscetível (nunca teve contato) 
* IgG + e IgM - - paciente imune/ infecção crônica 
* IgG- e IgM+ - Infecção aguda ou falso-positivo 
*IgG+ e IgM+ - Infecção aguda ou crônica. 
 
Diagnóstico de Infecção Fetal 
- Pesquisa do microorganismo ou de anticorpos fetais no líquido amniótico (após 16 semanas) ou 
de anticorpos IgM (não atravessam barreira placentária) no sangue do cordão umbilical após 22 
semanas. 
 
Tratamento 
- Espiramicina (1g VO 8/8 horas) – diminui transmissão placentária 
- Comprometimento fetal confirmado: Espiramicina alternando mensalmente com Sulfadiazina (500 
a 1000 mg VO 6/6 horas) + Pirimetamina (50mg VO por dia) + Ácido Folínico (10mg/dia em dias 
alternados). 
- Pirimetamina contraindicada para < 20 semanas 
- Em pacientes imunodeprimidos, pode ocorrer soroconversão após imunidade adquirida. 
 
 
 Urina 
- Modificações na gestante que favorecem a ITU: estase urinária devido redução do peristaltismo 
ureteral, maior produção e urina, glicosúria e aminoacidúria. 
- A bacteriúria assintomática pode evoluir para pielonefrite em 20 a 40% dos casos e está 
relacionada com abortamento, parto prematuro, e baixo peso fetal. 
- Organismo frequente: Escherichia coli 
- Opções terapêuticas: Nitrofurantoína, ampicilina, cefalexina, amoxicilina, etc. 
- Realizar nova urinocultura em 3 a 7 dias após o término do tratamento 
- Em casos de recorrência, realizar profilaxia até o final da gestação com 100mg/dia de 
nitrofurantoína ou amoxicilina 500mg/dia 
 
 Ultrassonografia 
- A realização precoce está relacionada com melhor determinação da idade gestacional e detecção 
precoce de gestações múltiplas e malformações fetais. 
- A sua não-realização não constitui omissão, nem diminui a qualidade do pré-natal 
- Autores nacionais recomendam um US por trimestre 
- Caso não disponha de recursos, optar por realizar uma US entre 18 e 22 semanas. 
 
Orientações Gerais 
- Evitar irrigações vaginais 
- Evitar esportes que exijam grande atividade física 
- Proibidas atividades que expõe a radiação ou drogas teratogênicas 
- Não há restrição de atividade sexual, desde que não haja sangramento, dor. 
- Tabagismo é proibido 
- Ingestão de bebidas alcoólicas é proibido 
 
Nutrição 
- Realizar avaliação antropométrica (IMC) 
- A dieta durante a gestação deve ser hiperproteica (1g/kg/dia), hipoglicídica e hipolipídica 
- Para grávidas eutróficas espera-se ganho ponderam em torno de 9-13 kg (300-400 g/semana) 
- Para grávidas obesas, o ganho deve ser de 7 kg 
- Para grávidas desnutridas, ganho de 9-13 kg somado à diferença do peso necessário para se 
tornarem eutróficas 
- Recomenda-se acréscimo de 300kcal/dia na ingesta durante a gravidez 
- Suplementação de ferro deve ser prescrita e mantida durante amamentação (sulfato ferroso 
(200mg/dia) 
- Reposição de ácido fólico, pois sua deficiência está relacionada com defeitos do tubo neural 
(5mg/dia 90 dias antes da concepção até o final da gestação) 
- A vitamina A quando utilizada em altas doses é teratogênica 
- A ingesta de alimentos ricos em cálcio deve ser estimuladaQueixas Comuns 
- Náuseas e vômitos: comuns no 1º trimestre, pela manhã. 5% evolui para a forma grave 
(hiperêmese gravídica) que cursa com desidratação, desnutrição, e distúrbios hidroeletrolíticos e 
ácido-básicos. Está relacionado aos níveis de hormônio gonadotrófico humano. Preconizar 
refeições rápidas e frequentes e estimular ingesta hídrica. Pode-se utilizar anti-histamínicos. 
- Pirose: deve ser tratada com antiácidos e recomendar refeições pouco volumosas e frequentes. 
- Constipação: decorre da atonia intestinal em consequência da ação inibidora da progesterona 
sobre a contratilidade da fibra muscular lisa; e pela compressão anatômica pelo útero gravídico. 
- Hemorroidas: ocasionadas pelo aumento da pressão venosa por compressão da veia cava inferior. 
Orientar melhor higiene local, prevenção de esforços excessivos e alimentação adequada rica em 
fibras. 
- Edema gravitacional: deriva do aumento da pressão hidrostática no leito venoso por compressão 
da veia cava inferior pelo útero. Não tem importância clínica 
- Edema generalizado: 8% dos casos está relacionado com toxemia gravídica. Investigar presença de 
proteinúria e HAS 
- Varicosidades: Devido aumento da pressão venosa 
- Cãibras: Mais comum nos últimos meses, devido baixa de cálcio e elevação do fósforo sérico. 
- Sintomas urinários: frequência e urgência urinária são comuns devido compressão vesical 
- Tonteiras e vertigens: ocasionadas por instabilidade vasomotora, hipoglicemia, hipotensão. 
Orientar fracionamento das refeições, diminuir períodos de jejum. 
- Fadiga: comum no final da gestação devido alterações de peso e postura 
- Dor lombar: devido alterações posturais. Em casos de dor intensa, osteoporose deve ser 
considerada 
- Mucorreia/Leucorreia: É comum maior secreção vaginal. Excluir e tratar candidíase, vaginose 
bacteriana ou tricomoníase. 
- Cefaléia: Devido vasodilatação e edema cerebral pela ação da progesterona. Antienxaquecosos 
estão contraindicados. 
 
Medicamentos 
->Vacinas 
- Tétano: atualizar esquema se incompleto; dose adicional de reforço se a última dose foi há mais 
de 5 anos 
- Rubéola: contraindicada 
- Hepatite B: deve ser realizada em pacientes de alto risco 
- Raiva: realizar em caso de acidente 
- Febre Amarela: contraindicada 
- Influenza: recomendada 
* Não devem ser utilizadas vacinas de vírus vivos atenuados (Sabin, caxumba, sarampo, rubéola). 
 
->Atimicrobianos, antifúngicos, etc. 
- Derivados de sulfa devem ser evitados próximo ao termo 
- Vancomicina, quinolonas não são indicados 
- Derivados de triazólicos (fluconazol, isoconazol) não devem ser utilizados 
- IECA são teratogênicos a partir do 2º trimestre 
- Betabloqueadores podem causar crescimento intrauterino restrito. Pindolol é seguro 
- Diuréticos podem levar a mal formação no primeiro trimestre 
- Se houver indicação de anticoagulação o uso de heparina de baixo peso molecular ou não 
fracionada estão indicados 
 
->Anticonvulsivantes 
- Utilizar o menor número de drogas possível, aumentando-se a dose até a dosagem máxima 
permitida 
 
->Antidepressivos e benzodiazepínicos 
- Diazepam está contraindicado 
- Antidepressivos tricíclicos estão contraindicados 
- Fluoxetina e Sertralina são mais seguros 
 
->AINES 
- Não são teratogênicos, porém quando administrados no 3º trimestre podem causar gravidez 
prolongada, disfunção renal, oclusão precoce do ducto arterioso 
 
->Vitaminas e Hormônios 
- Vit A em excesso é teratogênica 
- hormônios androgênicos estão associados à virilização de fetos femininos 
- espironolactona (efeito antiandrogênico) está associado a feminilização de fetos masculinos. 
 
->Talidomida 
- Teratogênica 
- Proibir gravidez por 2 anos após utilização da droga. 
 
 
 
->Drogas 
- etilismo crônico aumenta risco de abortamento e levar a síndrome alcoólica fetal (hirsutismo, 
fissuras palpebrais curtas, hipoplasia da face média, nariz pequeno, microcefalia) 
- marijuana não tem evidência de efeito teratogênico 
- cocaína provoca grave vasoconstrição e está relacionada com descolamento prematuro de 
placenta 
- o abuso de heroína está associado a morbidade fetal 
- O tabagismo está associado a abortamento, prematuridade, restrição do crescimento fetal, 
descolamento prematuro da placenta. Seu efeito é dose-dependente. 
 
Aconselhamento Genético Pré-Natal 
Etiologia: Basicamente, as anomalias congênitas podem ser determinadas por doenças genéticas e 
teratógenos. Entre os teratógenos, podemos citar: 
- Agentes infecciosos (toxoplasmose, rubéola, citomegalovírus, varicela); 
- Agentes ambientais (metilmercúrio); 
- Drogas (cocaína, álcool); 
- Medicamentos (talidomida, anticonvulsivantes, hormônios, IECA, cumarínicos, antineoplásicos); 
- Doenças maternas (Diabetes mellitus, tumores virilizantes); 
As doenças genéticas podem ser divididas entre distúrbios cromossomiais (aneuploidias ou 
alterações estruturais dos cromossomos), anomalias monogênicas (ou mendelianas – alterações 
em um único gene e são divididas em autossômicas dominantes ou recessivas ligadas ou não ao 
cromossomo X) e malformações poligênicas (ou multifatoriais). 
 
Principais fatores de risco: 
Doenças cromossômicas: 
- Idade materna avançada (>35 anos - >38 anos pelo MS) 
- Filho anterior com anomalias congênitas 
- Perdas gestacionais de repetição 
- Anomalias congênitas em parentes próximos 
- Anomalia cromossômica em um dos pais 
- Malformação múltipla, sem diagnóstico etiológico, em concepto falecido 
- História de infertilidade 
- Marcadores alterados para cromossomopatias 
Doenças Gênicas ou Multifatoriais 
- Neonato anterior acometido ou história familiar 
- Doenças gênicas em um dos membros do casal 
- Consanguinidade 
- Marcadores alterados para doenças gênicas 
 
A toda mulher abaixo de 35 anos sem fatores de risco deve ter oferecido o rastreio bioquímico 
através de vários marcadores (ACOG) associados à avaliação USG. 
 
Mulheres com mais de 35 anos ou com outros fatores de risco devem realizar procedimentos 
diagnósticos definitivos através de métodos invasivos, como amniocentese, biópsia de vilocorial, ou 
cordocentese. Nestas pacientes o rastreio não invasivo poderia ser dispensado ou utilizado como 
meio de refinar o risco gestacional. 
 
Testes bioquímicos 
 
Anomalias cromossomiais: 
- Teste Duplo: PAPP-A (proteína plasmática A associada à gravidez) + HCG – 1º trimestre 
Sd Down – dosagem do HCG é 2x maior e PAPPA diminuída; Sd Edwards – ambos diminuídos 
 
- Teste Triplo: AFP (Alfafetoproteína) + Estriol + HCG – 2º trimestre 
AFP diminuída nas síndromes trissomiais. Esta glicoproteína é sintetizada inicialmente pelo saco 
vitelínico e, com o decorrer da gestação, pelo trato gastrointestinal e fígado fetal. Circula no soro 
fetal e no líquido amniótico e, neste, sua concentração tende a diminuir após a 13ª semana. Sua 
função é desconhecida, tendo uma possível semelhança com a albumina. A AFP passa para o 
sangue materno através de difusão pelas membranas da placenta ou por transporte via circulação 
via placentária. Sua concentração é crescente no soro materno, oriunda do fígado fetal após a 12ª 
semana de gravidez. Os níveis maternos crescem até 32ª semana para depois decrescerem 
novamente. Apesar deste mecanismo de passagem, os níveis no sangue materno são muito 
inferiores aos observados no sangue fetal. 
 
- Teste Quádruplo: AFP + Estriol + HCG + Inibina A 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ESTUDO DO TRAJETO 
 
TRAJETO MOLE: 
Segmento inferior do útero: istmo 
Colo do útero: modificações durante a gestação e durante o parto: 
1. Apagamento: diminuição progressiva da espessura do colo (de 3cm p/ 0,5cm) 
2. Dilatação: de 0cm p/ 10cm 
Vagina: modificações durante a gestação, paredes adquirem elasticidade (- lacerações) 
 Inervação: plexo uterovaginal e nervo pudendo (porção inferiorda vagina) 
 Artérias: a. vaginal, a. uterina, a. retal media, a. pudenda interna 
 Plexo venoso: acompanha artérias e drena para veias ilíacas internas 
Região vulvoperineal: vulva, períneo (músculos e aponeuroses) 
 
Distocia do trajeto mole: anomalias no trajeto mole que podem dificultar o parto 
Causas: 
Anormalidades vulvares: atresia vulvar, rigidez vulvovaginal, hematomas e trombos, lesões 
inflamatórias, tumores, cistos, condiloma acuminado 
Anormalidades vaginais: atresia vaginal, septos longitudinais e transversais, constricção anular 
congênita, cistocele e retocele, neoplasias (mioma, carcinoma, sarcoma) 
Anormalidades cervicais: atresia e estenose, carcinoma do colo uterino 
Anormalidades uterinas: anteflexão e retroflexão uterina exageradas, miomas 
Outros: tumores prévios, tumores ovarianos, bexiga distendida, rim pélvico 
´previa´: qualquer estrutura que se interponha entre a apresentação e o canal de parto 
 
 
 
 
TRAJETO DURO: canal ósseo do parto 
Ossos: 2ilíacos, sacro, cóccix e pube 
Articulações: sinfise púbica, sacroilíaca, sacrococcígea, promontório (entre vert lombar e sacro) 
 
Pelve: é dividida em 2 espaços: grande e pequena bacia 
Pequena bacia: canal ósseo por onde o feto passa durante o mecanismo de parto 
 (.: diâmetros devem ser compatíveis com a biometria fetal) 
 Possui 3 estreitos (c/ características distintas), q podem dificultar a progressão fetal 
 
ESTREITO SUPERIOR: 
Delimitações: (anterior) pube, (posterior) promontório e asa do sacro, (lateral) linha terminal 
Diâmetros importantes: 
 Oblíquos: 12,5 cm, da eminência iliopectíneas a articulação sacroilíaca 
 Transverso: 13cm, < distancia entre as linhas terminais laterais da pelve, 4 cm do promontório 
 Anteroposterior: 10,5 cm , é a menor distancia entre o promontório e a sínfise púbica 
 Dividido em: 
 Conjugata anatômica: 11c m, diâmetro da borda superior da sínfise púbica ao promontório 
 (não é possível avaliar no toque, somente em peça anatômica) 
 Conjugata obstétrica: 10,5cm, diâmetro da face posterior da sínfise púbica ao promontório 
 (espaço real do trajeto da cabeça fetal, .: é a + importante na obstetricia) 
 Conjugata diagonal: 12cm, diâmetro da borda inferior da sínfise púbica ao promontorio 
 (diâmetro q atravessa o canal do parto de forma diagonal) 
ESTREITO MÉDIO: 
Delimitações: borda inferior do osso púbico e pelas espinhas ciáticas 
 espinhas ciáticas ou isquiáticas (plano ´0´ de DeLee, origem do nervo pudendo) 
Diâmetros importantes: 
 Anteroposterior: 12 cm, nível das espinhas ciáticas 
 Transverso: 10 cm, é o menor diâmetro da pelve * 
 
ESTREITO INFERIOR: 
Delimitações: borda inferior do osso púbico (ant.), m. sacrociáticos (lat.), m. isquiococcígeo (post.) 
Diâmetros importantes: 
 Diâmetro anteroposterior: 9,5 cm, borda inferior do osso púbico, ao cóccix 
 (até 11 cm com a retropulsão do cóccix) 
 Conjugata exitus: saída do canal de parto - EXIT 
 Diâmetro transverso: 11 cm, tuberosidades isquiáticas 
 
OBS*:determinar diâmetro transverso do estreito superior, p/ obter segmento anterior e posterior 
 o segmento anterior determina a tendência da pelve; 
 o segmento posterior determina o tipo da pelve 
 
 
 
MORFOLOGIA DA PELVE 
 
Bacia ginecóide:50%, pelve típica feminina, melhor prognostico p/ parto vaginal , estreito superior 
arredondado, porção posterior espaçosa, espinhas ciáticas não proeminentes, escavação ampla; 
Bacia andróide: 20%, bacia típica masculina, estreito superior triangilar, diâmetro tranverso 
deslocado posteriormente, paredes pélvicas convergentes, espinhas ciáticas salientes, ângulo 
suprapúbico estreito, estreito superior reduzido; (+ distocia e + variedade posterior) 
Bacia antropóide: 25%, bacia semelhante a dos gorilas, estreito superior elíptico e alongado no 
sentido anteroposterior, diâmetro transverso diminuído (.: d. anteroposterior > transverso), 
espinhas ciáticas não proeminentes; (+ variedades posteriores) 
Bacia platipeloide: 5% , forma achatada no sentido anteroposterior, estreito superior ovalado 
(d. anteroposterior < transverso), sacro côncavo e largo, ângulo suprapúbico amplo, estreito 
inferior semelhante ao ginecóide; 
Pélvis assimétricas: não se enquadram exatamente em nenhum tipo 
Outras classificações: bacia normal: corresponde a ginecóide 
 bacia regular e igualmente estreita: dimenções reduzidas e forma regular 
 bacia infundibuliforme: forma de funil 
 bacia chata: corresponde a platipeloide 
 bacia irregular: corresponde a assimetrica 
 
 
 
 
PLANOS DA BACIA 
 
São planos imaginários que facilitam a avaliação da altura da apresentação na pelve feminina 
 planos de DeLee: plano de referencia ´0´ para definir a altura da apresentação 
 planos de Hodge: planos paralelos (em desuso) 
1º plano: delimitado pela borda superior do pube e prmontório 
2º plano: da borda inferior do pube ao meio da segunda vértebra sacra 
3º plano: delimita-se nas espinhas ciáticas, corresponde ao estreito médio 
4º plano: traçado pela ponta do cóccix 
PELVIMETRIA 
 
Avaliação clinica dos diâmetros internos da bacia, pelo toque vaginal bidigital, para a avaliação do 
prognostico do parto 
 
Avaliação do estreito superior: 
- obter conjugata diagonal (distancia entre promontório e a borda inferior da sínfise púbica) 
- obter conjugata obstétrica (1,5 cm menor que a conjugata diagonal) 
Bom prognostico: Conjugata obstetrica > 10 cm e promontório inatingível 
 
Avaliação do estreito médio: 
Avaliação direta não é possível, .: avalia parâmetros 
Prognostico ruim: espinhas ciáticas proeminentes, paredes pélvicas convergentes (pelve estreita) 
 estreito médio < 10 cm (se < 8 cm impossibilita o parto) 
 
Avaliação do estreito inferior: 
Diâmetro entre as tuberosidades ciáticas = ou > 8 cm (valor normal) 
(punho cerrado do obstetra contra o períneo, entre as tuberosidades ciáticas) 
 
 Outros aspectos importantes: 
Ângulo suprapúbico: 90º na bacia ginecóide e mais agudos na andróide; qnt maior o ângulo melhor 
o prognostico, menor solicitação do períneo, melhor adaptação cefálica; 
Curvatura sacra: quanto maior a curvatura, maior o estreito médio, menor a capacidade do estreito 
superior e do estreito inferior 
Retropulsão coccígea: mobilidade aumenta com a embebição gravídica, se desloca posteriormente, 
é importante na apresentação cefálica posterior 
 
ESTUDO MOTOR 
 
CONTRATILIDADE UTERINA: É o fenômeno mais importante do trabalho de parto, essencial para 
dilatar o colo e expulsar o feto. 
 
1)Tocometria: é a mensuração das contrações uterinas, seu gráfico é chamado tocografia,e pode 
ser avaliados pelos seguintes métodos: 
- Registro da pressão intramiometrial: através de transdutores de pressão que são inseridos por via 
abdominal no miométrio. 
- Registro da pressão amniótica: colocação de um transdutor de pressão no espaço extraovular, 
entre a bolsa amniótica e o útero, via abdominal ou transcervical. Procedimento invasivo mais 
utilizado. 
- Registro da pressão placentária: adapta-se um cateter ligado a um manômetro no cordão 
umbilical durante o secundamento. 
- Registro da pressão do útero vazio: estuda a contratilidade uterina no puerpério. 
- Tocometria externa: método de escolha por ser de fácil manuseio e isento de risco. Acopla-se um 
transdutor abdominal de pressão ao aparelho de cardiotocografia. 
 
2)Características das Metrossístoles (contrações uterinas): 
- Tônus Uterino: correspondeà pressão miometrial em repouso, o menor valor registrado entre 
duas contrações (em torno de 10mmHg). 
- Freqüência: número de contrações uterinas que ocorrem em 10 minutos. 
- Intensidade: é a pressão máxima uterina durante uma contração, acima do tônus uterino, 
normalmente tem valor igual a 50mmHg (40 + 10 do tônus). 
- Duração: tempo entre o inicio e o fim da contração uterina, medido em segundos. 
- Atividade Uterina: é o produto da intensidade da contração pela freqüência, exemplo: contração 
de 40mmHG e freqüência de 3 em 10 minutos: atividade uterina de 120 UM (unidades 
Montevidéu). 
- Trabalho Uterino: é a soma das intensidades de todas as contrações uterinas durante o trabalho 
de parto ou parte dele (medido somente pela tocometria externa). 
- Tríplice Gradiente Descendente: durante a gravidez, as contrações ocorrem em pequenas áreas do 
miométrio, já durante o trabalho de parto, elas têm origem em um dos dois marca-passos 
localizados à direita e à esquerda (predominante) próximos das implantações das trompas. Desse 
local, a onda se propaga para o resto do útero na velocidade de 2 cm/segundo, percorrendo o 
órgão em 15 segundos. As contrações começam e são mais intensas no fundo uterino e se 
propagam do fundo par ao colo uterino. 
 
3)Evolução da Contratilidade Uterina na Gravidez, Parto e Puerpério 
 Com o passar da gestação e aproximação do momento do parto, as contrações vão se tornando 
mais coordenadas e freqüentes: 
- Entre 28 e 32 semanas: freqüência de duas contrações por hora; 
- Entre 33 e 36 semanas: três contrações por hora; 
- Trabalho de parto: 2 a 3 contrações em 10 minutos, com intensidade de 30 a 40mmHg (80-
120UM) e duração entre 30 a 40 segundos; 
- Período de dilatação: começa com 2 a 3 contrações em 10 minutos, com intensidade de 30 mmHg 
e ao final, 4 contrações em 10 minutos de intensidade de 40mmHg e duração de 50 segundos; 
- Período expulsivo: 5 a 6 contrações em 10 minutos, com intensidade de 50 a 60mmHg e duração 
de 60-80 segundos. Junto às contrações do período expulsivo associam-se contrações voluntárias 
da gestante (“puxos”- que é a contração da musculatura abdominal com a glote fechada), que 
promovem acréscimo de cerca de 50mmHg na pressão intrauterina. 
- Período de secundamento (após o nascimento): o útero continua a contrair de forma intensa 
porém indolor nesse período, denominado “período de repouso fisiológico”; duas ou três 
contrações após o nascimento, geralmente são suficientes para descolar a placenta; 
- Puerpério: as contrações diminuem, porém, quando o RN é amamentado, a liberação reflexa de 
ocitocina promove uma contração uterina mais intensa podendo provocar cólicas. 
 
4)Funções de Contratilidade Uterina: 
- Manutenção da gravidez: o útero se contrai durante toda gestação, porem, a placenta produz 
progesterona que diminui a sensibilidade da fibra uterina e a propagação do estimulo contrátil, 
criando o chamado “Bloqueio Progesterônico Subplacentário”. 
- Dilatação e apagamento do colo uterino, formação do segmento uterino inferior (dilatação do 
istmo): Na fase pré-parto, o colo reduz sua espessura (apagamento) e dilata-se, isto é denominado 
amadurecimento do colo uterino (ocorre pela pressão exercida pelas metrossístoles, apresentação 
fetal e bolsa amniótica). No trabalho de parto, isso ocorre de forma mais intensa. O progresso da 
dilatação depende da coordenação das contrações e da eficiência do tríplice gradiente 
descendente. 
- Descida e Expulsão Fetal: a tração dos ligamentos redondo e uterossacro que acompanha as 
metrossístoles projetam o fundo uterino para frente e direciona o seu eixo longitudinal para a pelve 
materna, o que auxilia a descida fetal. As contrações, por encurtarem o corpo uterino, empurram o 
feto através da pelve e o expulsam para o interior (há o auxilio dos puxos). 
- Descolamento da placenta: o útero continua a se contrair e reduz bastante de tamanho após a 
saída do bebe. Essa redução é responsável pelo descolamento da placenta. 
- Hemostasia Puerperal: a atividade uterina após a saída da placenta, além de eliminar coágulos, 
comprime os vasos sanguíneos que atravessam o miométrio, reduzindo a perda sanguínea 
(miotamponagem), e o globo uterino que se forma é chamado “Globo de segurança de Pinard”. 
 
5)Repercussões Hemodinâmicas das Contrações Uterinas: 
- No organismo materno: aumento do retorno venoso, do DC e da PA, pois cada contração 
impulsiona 300ml de sangue. 
- No feto: redução do fluxo sanguíneo placentário, devido á compressão dos vasos sanguíneos 
intramiometriais. Isto pode causar hipoxia transitória do feto durante as contrações. 
 
 
 
6)Correlação Clínica do Registro da Pressão Amniótica: 
Percebemos as contrações à palpação quando as intensidade ultrapassa 10mmHg. O inicio e o fim 
das contrações não são percebidos pela palpação, portanto a duração clinica da metrossístole é 
mais curta (70s) que a duração real obtida pelo registro da pressão amniótica (200s). As contrações 
geralmente são indolores até 15mmHg. 
 
TEORIAS SOBRE O INÍCIO DO TRABALHO DE PARTO: O principal fato no determinismo do parto é a 
relação entre o estrogênio e a progesterona em nível celular do miométrio. O acréscimo do 
estrogênio induz aumento dos seus receptores no miométrio promovendo, conseqüentemente, 
aumento dos receptores de ocitocina e da síntese de prostaglandinas, ambos importantes na 
contratilidade uterina. O CRH placentário (hormônio liberador de corticotropina), também é 
importante no trabalho de parto devido à liberação de prostaglandinas. 
 
INDUÇÃO DO PARTO: O parto é induzido por meios farmacológicos ou mecânicos, que produzem 
metrossístoles eficientes para desencadear o trabalho de parto. 
 
As principais indicações para a indução do parto são: 
- Gravidez prolongada - Aminiorrexe prematura com sinais de infecção ovular 
- Morte fetal - Malformação fetal incompatível com a vida extrauterina 
 
Contra-indicações para a indução do parto: 
- Gestação múltipla - Colo uterino imaturo - Macrossomia fetal 
- Apresentação fetal anômala - Obstrução do canal de parto - Sofrimento fetal 
- Útero com histerotomia prévia 
(cesariana ou miomectomia) 
- Infecção ativa pelo herpes 
genital 
- Carcinoma cervical 
invasivo 
- Placenta prévia - Malformações uterinas - Sorologia para HIV+ 
 
->Cesariana anterior não é contra-indicação absoluta. Porém é necessário estabelecer vigilância 
rigorosa do trabalho de parto, pelos riscos quanto a rotura uterina e discinesia. 
-> O sucesso na indução de parto de pende da obtenção da contratilidade uterina e dilatação 
progressiva do colo. 
-> O Índice de Bishop é o sistema utilizado para avaliar a maturação do colo uterino. Considera-se 
como colo maduro e favorável à indução quando o Índice de Bishop for maior ou igual a 9, 
intermediário entre 5 e 8, e desfavorável quando menor que 5. 
-> O preparo cervical prévio à indução de parto realiza-se quando o colo uterino for desfavorável, 
para isso usa-se o Misoprostol (prostaglandina sintética) via vaginal. Outros medicamentos incluem: 
PgE2 (dinoprostone), hialuronidase, ocitocina, balonete da sonda de Foley (método de Krause) e 
algas naturais ou sintéticas. 
-> Os partos induzidos devem ser acompanhados por monitorização eletrônica pelo fato de poder 
ocorrer contrações muito intensas levando ao sofrimento fetal. 
 
Os métodos atualmente utilizados para a indução do parto são: 
- Descolamento digital das membranas amnióticas: promove a liberação de prostaglandinas; 
- Infusão de ocitocina: iniciam ou aumentam as contrações rítmicas, podendo produzir efeitos 
adversos como a taquissistolia, hipertonia uterina e sofrimento fetal agudo; 
- Utilização de prostaglandinas: por via vaginal/cervical; 
- Amniotomia: promove um aumento na produção local de prostaglandinas, e seus principais 
efeitos adversos são o aumento dos riscos de infecção amniótica e prolapso do cordãoumbilical. 
 
INIBIÇÃO DA CONTRAÇÃO UTERINA: a tocólise é a intervenção farmacológica mais empregada 
para prevenção de parto prematuro. Os medicamentos inibem a contração uterina e por isso são 
chamados de tocolíticos ou uterolíticos. 
Os mais empregados na prática são: 
- Beta-adrenérgicos (salbutamol, terbutalina, ritodrina, orciprenalina, etc): devem ser evitadas em 
pacientes cardiopatas, diabéticas não controladas e casos de hipertireoidismo. 
- Inibidores da síntese de prostaglandinas (indometacina): utilizar antes das 32 semanas de gravidez 
(pelo risco de fechamento precoce intraútero do ducto arterioso). 
- Sulfato de Magnésio: contra-indicado para paciente com Miastenia Gravis, que fazem uso de 
bloqueadores do canal de cálcio ou com insuficiência renal. 
- Bloqueadores do Canal de Cálcio (nifedipina). 
- Antagonistas da ocitocina: atosiban. 
 
CONTRATILIDADE UTERINA ANORMAL: DISCINESIA UTERINA 
As discinesias uterinas são as distocias dinâmicas (contratilidade uterina não é eficiente para dilatar 
o colo) ou distocias funcionais (atividade uterina exagerada pode provocar parto rápido e 
precipitado). 
 
As principais causas dos distúrbios de contratilidade são: 
- Idiopática - Administração inadequada de ocitocina 
- Sobredistensão uterina - Descolamento prematuro da placenta 
- Obstrução do canal de parto - Analgesia peridural 
- Corioamnionite - Pré-eclâmpsia 
 
1)Discinesias Quantitativas: a onda contrátil é generalizada e mantêm o tríplice gradiente 
descendente. 
 
->Hipoatividade: as contrações apresentam freqüência e/ou intensidade menores que as 
adequadas para o momento do parto. 
- Hipossistolia: intensidade inferior a 25mmHg; 
- Bradissistolia: freqüência inferior a 2 contrações em 10 minutos. 
Tratamento: infusão de ocitocina em doses fisiológicas (1 a 8 miliunidades por minuto), com o 
objetivo de atingir contrações regulares (3 a 4 a cada 10 min) e de intensidade satisfatória (duração 
entre 50 e 70 segundos). 
 
->Hiperatividade: as contrações apresentam freqüência e/ou intensidade maiores que as 
adequadas para o momento do parto. O excesso de contrações uterinas pode levar ao sofrimento 
fetal agudo ou à rotura uterina. O decúbito lateral reduz a freqüência das contrações e é adequado 
para o tratamento das taquissistolias. 
- Hiperssistolia: intensidade superior a 50mmHg (usa-se uterolíticos); 
- Taquissistolia: freqüência superior a 5 contrações em 10 minutos. 
 
->Hipotonia: o tono uterino é inferior a 8mmHg. Raro e geralmente associado à hipoatividade. 
 
->Hipertonia: aumento do tônus uterino. Pode ser dividido em: 
- Leve: entre 12 e 20mmHg; 
- Moderada: entre 20 e 30mmHg; 
- Grave: Tônus superior a 30mmHg. 
As hipertonias podem causar hipoxia fetal por diminuição do fluxo sanguíneo placentário e podem 
ser dividas em quatro tipos: 
- Hipertonia por taquissistolia: aumento da freqüência das contrações maior que 5 em 10 minutos. 
O útero não tem tempo para completar seu relaxamento. 
- Hipertonia por incoordenação: a pressão não desce a nível normal, porque cada parte do útero se 
relaxam em momentos diferentes. 
- Hipertonia por sobredistenção: quando o aumento do conteúdo uterino não é acompanhado de 
crescimento do miométrio ocorre sobredistensão uterina, com estiramento das fibras e aumento 
do tono. Ex: polidrâmnio. 
- Hipertonia “autêntica” ou “essencial”: está associada ao descolamento prematuro da placenta, ao 
uso excessivo de ocitocina e à incoordenação uterina. 
 
->Tratamento das hipotonias e das hipoatividades: 
- Administração de ocitocina (1-8mUI/min); 
- Administração de prostaglandinas (via vaginal ou intracervical); 
- Descolamento das membranas amnóticas (liberação de prostaglandinas e ocitocina). 
 
->Tratamento das hipertonias e hiperatividades: 
- Descontinuar uso de uterotônicos; - Decúbito lateral esquerdo (descompressão da VCI); 
- Prescrição de Meperidina (analgesia reduz a produção de catecolaminas); 
- Uso de tocolíticos (hipertonia por taquissistolia). 
 
2)Discinesias Qualitativas: ondas localizadas, assincrônicas e incoordendas. 
->Inversão do Tríplice Gradiente Descendente: há predominância da atividade nas partes baixas do 
útero. A inversão pode ser total, afetando a intensidade, duração e propagação, ou parcial, afetado 
somente um ou dois desses. 
 
->Incoordenação uterina: 
- Incoordenação de 1º grau: existência de 2 marca-passos agudos descoordenados. Uma contração 
forte seguida de uma fraca. 
- Incoordenação do 2º grau: fibrilação uterina. Vários marca-passos ectópicos de forma 
descoordenada. Não ocorrem contrações eficientes e há hipertonia. 
 
->Tratamento das Discinesias Uterinas qualitativas: 
- Decúbito lateral esquerdo; 
- Infusão de ocitocina em doses fisiológicas (1-8 mUl/min); 
- Aminiotomia; 
- Analgesia e sedação (meperidina ou peridural). 
 
ESTUDO DA ESTATICA FETAL 
 
Para cada apresentação fetal, há um mecanismo especifico de descida e de parto. 
Orientação fetal: descrita em relação a situação, apresentação, atitude e posição fetal. 
 
FETO 
Ossos do crânio e fontanelas: 
 
 
 
Diâmetros do pólo cefálico: 
 
 Diâmetro occipitofrontal: 11 cm 
 Diâmetro occipitomentoniano: 13,5 
cm 
 Diâmetro subocciptobregmatico: 
9,5 cm 
 
 
SITUAÇÃO FETAL 
Relação entre os eixos longitudinais do feto e do útero; 
Obliqua: situação instável, de transição; 
Longitudinal: (99%), 
Transversa: (0,5 a 1%) -> Fatores predisponentes: multiparidadel, placenta prévia, anomalias 
uterinas, leiomas submucosos 
 
APRESENTAÇÃO FETAL 
Região do concepto que se relaciona com o estreito superior da bacia 
Versão é o fenômeno da acomodação fetal, inicia no 6º mês 
 
Situação longitudinal -> apresentação cefálica 95% 
Situação longitudinal -> apresentação pélvica 4% (até 15% qnd gestação 29 a 32 sem.) 
Situação transversa -> apresentação córmica 1% (ombro) 
 
 
 
 
Fatores envolvidos na apresentação pélvica: hidrocefalia, anencafalia, malformações, 
gemelaridade, vícios pélvicos, tumores uterinos, multiparidade, prematuridade, anormalidades 
neurológicas fetais, oligodramnio, etc 
 
 
ATITUDE DO PÓLO CEFÁLICO NA APRESENTAÇÃO CEFÁLICA 
 
- Apresentação cefálica é classificada conforme atitude do pólo cefálico em relação ao eixo 
- A dinâmica das atitudes da cabeça fetal na evolução do trabalho de parto é responsável pela 
descida da apresentação através do estreito médio da pelve, e esta intimamente relacionada com a 
duração do trabalho de parto 
 
- Os pontos de referencia são os pontos anatômicos da cabeça do feto e dos ossos da bacia 
 Eixo anteroposterior: flexão e deflexão 
 Eixo laterolateral: sinclitismo ou assinclitismo 
 
EIXO ANTEROPOSTERIOR 
Apresentação de vértice/ fletida: 95%, cabeça fetal em atitude de flexão total (mento no torax 
fetal) 
Apresentação de bregma / deflexão 1º grau: cabeça parcialmente fletida 
Apresentação de fronte / deflexão de 2º grau: cabeça parcialmente estendida 
Apresentação de face / deflexão de 3º grau: pescoço fetal estendido (occiptal no dorso fetal) 
 
Diâmetros da cabeça fetal na insinuação: 
Apresentação de vértice: subocciptobregmatico, 9,5cm 
Apresentação de bregma: occipito-frontal, 11cm 
Apresentação de fronte: occipito mentoniano, 13,5cm 
Apresentação de face: submentobregmatico, 9,5cm 
 
OBS*: Alteração da atitude fetal, de fletido para estendido, dificulta ou impossibilita o parto por 
via baixa, pois há modificação do diâmetro de insinuação (diâmetro Maximo do polo cefálico no 
estreito superior da pelve), gerando desproporção com os diâmetros da pelve 
OBS*: oligodramnia pode influenciar na flexão fetal 
EIXO LATEROLATERAL 
Sinclitismo: sutura sagital equidistante do pube e do sacro, sem inclinação lateral 
Assinclitismo: inclinação lateral da apresentação 
 Assinclitismo posterior (obliquidade de Litzmann): sutura sagital fetal

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