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O TEMPO E O ESPAÇO DOS SUJEITOS E INSTITUIÇÕES ESCOLARES


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CENTRO UNIVERSITÁRIO UNINTER
O TEMPO E O ESPAÇO DOS SUJEITOS E INSTITUIÇÕES ESCOLARES
AVARÉ
2016
CENTRO UNIVERSITÁRIO UNINTER
O TEMPO E O ESPAÇO DOS SUJEITOS E INSTITUIÇÕES ESCOLARES
Tutora: 
AVARÉ
2016
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO................................................................................................ 02
PRATICAS PEDAGÓGICAS INCLUSIVAS.................................................... 03
O ENSINO DE EDUCAÇÃO FISICA NO ENSINO FUNDAMENTAL............. 07
RESOLUÇÃO Nº 7, DE 14 DE DEZEMBRO DE 2010................................... 13
FUNDAMENTOS........................................................................................... 13
PRINCÍPIOS.................................................................................................. 15
CURRÍCULO.................................................................................................. 16
5. BASE NACIONAL COMUM E PARTE DIVERSIFICADA: COMPLEMENTARIDADE.................................................................................... 18
 6. RELATO DE EXPERIENCIA VIVENCIADA EM EDUCAÇÃO FÍSICA............. 22
BIBLIOGRAFIA.................................................................................................... 24
 
INTRODUÇÃO
Este estudo visa avaliar como a educação física é aplicada nas escolas de ensino fundamental, e como os professores são preparados para suprir os alunos portadores de necessidades especiais. Segundo a LDBN 9394/96, “a criança deficiente física, sensorial e mental, pode e deve estudar em classes comuns”. No art. 59 relata sobre a organização do trabalho pedagógico, como professores preparados para atender as especificidades, capacitados, para integrar os alunos em classes comuns.
Verificamos que no art. 208, III, da Constituição Federal, que diz: “o dever do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia de: III – atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino”.
A Educação Física pode mudar a forma dos alunos se relacionarem no meio escolar; o professor deve formar educandos críticos e procurar transformar e adaptar a realidade daqueles portadores de necessidades especiais. Hoje a Educação Física não é meramente vista como uma forma de disciplinar o corpo, mais formar um cidadão crítico e conhecedor de suas habilidades físicas. Os educadores de Educação Física devem estimular os alunos a pensarem em mudanças na sociedade para criar futuros profissionais e alunos com interesse em inovar o ensino da Educação Física para aqueles que possuem dificuldades motoras.
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS INCLUSIVAS
Profissionais de educação física tem se deparado cada vez mais com situações em que a diversidade e a inclusão, geram discussões e debates a respeito deste tema. Muito se fala sobre a qualificação dos profissionais ou seu despreparo. Hoje já podemos verificar estudos no sentido de adaptar as aulas também aos portadores de alguma especificidade.
A inclusão indivíduos antes excluídos se deu no fim do século XX, passou então a haver uma discussão sobre o tema que antes nunca fora abordado. Quanto aos direitos das pessoas com deficiência, Paula (1996, p. 101) diz: 
“A questão hoje em dia não se refere mais à ausência de legislação respectiva, como no passado, ou da inexistência de serviços especializados, pelo menos quando nos referimos aos grandes centros urbanos, pois existem leis que garantem o direito à educação e a serviços especializados, e condenam a discriminação aos portadores de deficiência, nas constituições federais e estaduais”.
De acordo com a Constituição Federal dentre os direitos fundamentais, o direito à educação (art. 6.º, “caput”), estabelecendo em seu art. 205, ser seu objetivo o “pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho” (art. 205, da Constituição Federal). Estabelecendo como fundamentos da República Federativa do Brasil, a cidadania e a dignidade da pessoa humana (art. 1.º, incisos II e III), e como objetivos, a construção de uma sociedade livre, justa e solidária, a garantia do desenvolvimento nacional, a erradicação da pobreza e da marginalização, com a redução das desigualdades sociais e regionais e, por fim, a promoção do bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação (art. 3.º).
Segundo a lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, LDBEN, em seu texto para a educação especial na educação básica, promulgado pela Res. Nº 2/2001:
“Art. 3º Por educação especial, modalidade da educação escolar, entende-se um processo educacional definido por uma proposta pedagógica que assegure recursos e serviços educacionais especiais, organizados institucionalmente para apoiar, complementar, suplementar e, em alguns casos, substituir os serviços educacionais comuns, de modo a garantir a educação escolar e promover o desenvolvimento das potencialidades dos educandos que apresentam necessidades educacionais especiais, em todas as etapas e modalidades da educação básica”.
 	Todavia estes direitos estabelecidos em lei não os garantem de fato. A escola é um ambiente favorável à inclusão de crianças portadores de alguma síndrome ou deficiência física, ou como preferem dizer “especificidades”. O fato é que muitas escolas não estão preparadas para receber esses alunos e os seus profissionais foram preparados para lidar com certas situações que possam ocorrer durante sua trajetória acadêmica.
Permitir que as crianças com super habilidades, ou dotação, transtornos frequentem o mesmo ambiente em que não há permanência de um profissional capacitado para o atendimento especializado, será que de fato esta contribuindo para o desenvolvimento deste aluno? Mesmo com o avanço tecnológico será que permite de verdade um aprendizado satisfatório a esses alunos?
 	O Ministério da Educação em 2008 publicou um documento: “Politica Nacional de Educação Especial Inclusiva”, este orienta a organização e o desenvolvimento dos sistemas educacionais mediante a educação especial, orientando que:
“A Educação Especial é uma modalidade de ensino que perpassa todos os níveis, etapas e modalidades, realiza o atendimento educacional especializado, disponibiliza os recursos e serviços e orienta quanto a sua utilização no processo de ensino e de aprendizagem nas turmas comuns do ensino regular” (BRASIL, 2008a).
Então a Educação Especial deve ser transmitida em níveis, etapas e modalidades por meio do Atendimento Educacional Especializado (AEE), onde oferta recursos, serviços e garante o acesso e permanência na escola na rede regular de ensino.
A Educação Física de certa forma permite que o aluno se torne livre, conhecedor de seu corpo e seus limites.
A Educação Inclusiva EI, Segundo Rodrigues (2007, p. 35) como:
“um modelo educacional que promove a educação conjunta de todos os alunos, independentemente das suas capacidades ou estatuto socioeconómico. A EI tem por objetivo alterar as práticas tradicionais, removendo barreiras à aprendizagem e valorizando as singularidades dos alunos”.
Temos como exemplo a Conferencia Internacional da UNESCO, (UNESCO 2008):
A inclusão é m processo inacabado de encontrar maneiras melhores de responder a diversidade.
A inclusão diz respeito à identificação e remoção de barreiras.
A inclusão refere-se à presença, participação e sucesso de todos os alunos.
A inclusão implica uma ênfase particular nos grupos de alunos que se encontram em risco de marginalização, exclusão ou insucesso.
Nestes aspectos encontramos dificuldades de se manter a inclusão dos alunos onde existem barreiras que dificultam a aprendizagem, nem sempre o sucesso de aprendizagem do aluno se dá pelo sistema educacional implantado para receber estes alunos, mas toda comunidade escolar é responsávelpor transpor estas dificuldades.
Em seu art. 1.º, Lei das Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB nos diz que: “A educação abrange os processos formativos que se desenvolvem na vida familiar, na convivência humana, no trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos movimentos sociais e organizações da sociedade civil e nas manifestações culturais”. Ainda em seus parágrafos 1º e 2º, o objetivo da lei é disciplinar a educação escolar que deve vincular-se ao mundo do trabalho e a prática social.
A LDB 9394/96 e o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), afirmam que é dever dos docentes zelar pela aprendizagem do aluno com necessidades especiais na modalidade de educação escolar, oferecida preferencialmente na rede regular de ensino. Entretanto, promover a inclusão apesar de ser um dever das escolas expresso em lei está bem longe de alcançar o objetivo maior que é garantir a todas as crianças portadoras de alguma deficiência uma escola acolhedora, de qualidade que supra suas necessidades, pois a estrutura de ensino esta montada para receber um aluno ideal, com suportes padrões de desenvolvimento emocional e cognitivo.
Segundo Sposati (2000, p. 30), a superação da exclusão social tornou-se um desafio a ser superado por todos: 
“Nesta virada de milênio, quando a ciência e a tecnologia atingem elevado grau de desenvolvimento, é de indagar por que a sociedade continua a permitir tanta desigualdade e tantas desvantagens para grande parte da população no desenvolvimento de seu potencial humano. Sabe-se que esse processo não é novo. Desde os primórdios da história, encontram-se formas de dominação e de apartação entre os homens. Superá-las é o desafio”.
A educação começa na família, e se estende ao convívio social, parte desta trajetória esta vinculada a escola, onde adquirimos os conhecimentos necessários para nosso desenvolvimento humano.
O ENSINO DE EDUCAÇÃO FÍSICA NO ENSINO FUNDAMENTAL
PARECER CNE/CEB 16/2001 - HOMOLOGADO Despacho do Ministro em 21/11/2001, publicado no Diário Oficial da União de 3/12/2001, Seção 1, p. 9. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO CONSELHO NACIONAL DE EDUCAÇÃO INTERESSADO: Ministério do Esporte e Turismo/Secretaria Nacional de Esporte e Ministério Público da União/Promotoria de Justiça de Defesa da Educação UF: DF ASSUNTO: Consulta quanto à obrigatoriedade da Educação Física como componente curricular da Educação Básica e sobre a grade curricular do curso de Educação Física da rede pública de ensino RELATOR: Nélio Marco Vincenzo Bizzo PROCESSO N.º: 23001.00015120001-42 e 2001.0008020001-88 PARECER N.º: 16/2001 COLEGIADO: CEB APROVADO EM: 03/07/2001 I-RELATÓRIO Histórico: Em 9 de Março do presente a Secretaria Nacional do Esporte do Ministério do Esporte e Turismo encaminhou consulta sobre a obrigatoriedade da educação física como componente curricular da educação básica.
A matéria foi apensada à outra de teor semelhante, de iniciativa do Ministério Público da União, da Promotoria de Justiça de Defesa da Educação do Distrito Federal, em missiva apresentada ao protocolo do MEC em 25 de Maio. Nesta última indagava-se especificamente sobre a exigibilidade de formação específica em Educação Física para os quatro primeiros anos do ensino fundamental. Além disso, perguntava-se sobre a pertinência de oferecimento de educação física em turno diverso do horário normal das atividades escolares.
Mérito: Deve-se diferenciar a Educação Física, entendida como conjunto de atividades relativas às dimensões ética, estética e lúdica, à mobilidade do corpo, à manutenção do tônus muscular, da coordenação motora, da higidez, etc., que constituem um conjunto de saberes e habilidades que configuram um componente curricular da escola básica, de outros tipos de atividades físicas, como as práticas desportivas. Embora não sejam mutuamente excludentes, deve-se lembrar que constituem conjunto distinto de atividades as práticas esportivas de tipo recreativo ou voltadas ao desempenho olímpico, de competição, do esporte amador ou profissional.
O primeiro conjunto deve ser objeto de trabalho cotidiano 1 PARECER CNE/CEB 16/2001 - HOMOLOGADO Despacho do Ministro em 21/11/2001, publicado no Diário Oficial da União de 3/12/2001, Seção 1, p. 9. nas escolas; o segundo, sem dúvida, exige condições especiais e profissionais especializados. Tendo em foco a Educação Física como parte do trabalho cotidiano nas escolas, investigaremos, primeiramente, a Educação Física nos quatro primeiros anos do ensino fundamental e a pertinência legal de exigir-se profissional especialmente qualificado para tal fim. Nos quatro primeiros anos do ensino fundamental, a prática multidisciplinar é amplamente disseminada entre nós. A Matemática não é ensinada por matemático, a Língua Portuguesa não é ensinada por diplomado em Letras, e assim o é com tantos quantos forem os conteúdos curriculares. 
A generalidade da formação do professor que milita nos anos iniciais do ensino fundamental tem fundamento na legislação em vigor, fazendo parte de longa tradição que se acumula por várias gerações. Certamente cada um de nós teve uma professora generalista nas primeiras letras e números e assim o foi com nossos pais, avós e bisavós. Esta tradição tem sua raiz legal em ato do Imperador D. Pedro I que promulgou, em 15 de Outubro de 1827, o primeiro estatuto do magistério, data que constitui efeméride emblemática em nossos dias. Lá se estipulava a atuação multidisciplinar dos professores das primeiras letras, em especial em seu artigo 6º, que afirmava:
 “Art. 6 o. Os professores ensinarão a ler, escrever, as quatro operações de arithmetica, pratica de quebrados, decimaes e proporções, as noções mais geraes de geometria pratica, a grammatica da lingua nacional, e os princípios de moral christã e da doutrina da religião católica e apostólica romana, proporcionados á compreensão dos meninos; preferindo para as leituras a Constituição do Império e a Historia do Brazil.” Não é apenas a referência legal mais antiga que aponta para a atuação multidisciplinar do professor dos primeiros anos, mas também a referência legal mais recente”. 
A modalidade normal do ensino médio habilita os profissionais a ministrarem aulas de todos os conteúdos curriculares, sem exceção, o que se confirma na longa tradição educacional brasileira, desde o emblemático dia 15 de Outubro de 1827. Espera-se que os cursos de formação inicial e continuada de professores incluam, dentre seus temas de estudo e de prática de ensino, os diversos componentes curriculares, inclusive Educação Física. 
Não existe dúvida a respeito da pertinência de se franquear a atuação de profissionais especializados nos quatro primeiros anos do ensino fundamental, em qualquer de suas séries, semestres, ciclos etc. A orientação de higiene bucal, por exemplo, deveria ser feita preferivelmente por odontologista habilitado e especializado, as noções de puericultura deveriam ser feitas por enfermeira ou pediatra credenciado e especializado, bem como a Educação Física deveria contar com a assistência de profissional especializado. No entanto, disso não decorre que os professores de atuação multidisciplinar estejam impedidos de realizar essas atividades e em especial as preconizadas na Proposta Pedagógica da Escola, dados que se encontram em sua esfera de obrigações. Assim, conclusivamente, não assiste razão a quem evoca a lei para restringir o direito ao exercício profissional do professor de atuação multidisciplinar em qualquer um dos conteúdos curriculares dos anos iniciais do ensino fundamental ou da educação infantil.
Mesmo se o componente curricular configurar disciplina específica, inclusive Educação Física, ela poderá ser ministrada por profissional legalmente licenciado para o exercício docente nos quatro primeiros anos do ensino fundamental. Associações profissionais de classe, de pais e professores, os órgãos do poder executivo em todos os níveis etc. deveriam envidar esforços para que os professores tivessem condições objetivas de aprimorar seu desempenho profissionalem todos os componentes curriculares. Cursos de formação continuada, inclusive para a prática de educação física pelas crianças da educação infantil e dos primeiros anos do ensino fundamental, são formas eficazes de caminhar em direção a práticas satisfatórias de educação física nas escolas. Examinemos a atuação docente nos quatro últimos anos do ensino fundamental e no Ensino Médio, em relação a duas questões básicas. 
A primeira delas se refere à obrigatoriedade do oferecimento de disciplina específica (Educação Física) em todos os anos como decorrência de sua condição de componente curricular. A segunda questão se refere à obrigatoriedade de profissional específico para ministra-la. O artigo 26 da LDB cita como componentes curriculares o estudo da língua portuguesa e da matemática, o conhecimento do mundo físico e natural e da realidade social e política, especialmente do Brasil. Além deles, é citado o ensino da arte, o ensino da História do Brasil o ensino de uma língua estrangeira moderna, ao lado de educação física. Neste último caso a lei diz que ela deverá estar integrada à Proposta Pedagógica da Escola. 
Certamente, à escola caberá decidir se deseja oferecer educação física em cursos que funcionem no horário noturno (artigo 26 § 3º). Além disso, o parecer esclarece que a Educação Física em cursos noturnos não teria oferta obrigatória e, quando fosse oferecida nesses cursos, ela não poderia ser contabilizada para cumprir a carga horária anual estipulada pela LDB. Portanto, o exame da LDB e do Parecer CNE/CEB 05/97 que a esclarece, não permite concluir que os componentes curriculares devam configurar disciplinas PARECER CNE/CEB 16/2001 - HOMOLOGADO Despacho do Ministro em 21/11/2001, publicado no Diário Oficial da União de 3/12/2001, Seção 1, p. 9. Homônimas. Antes disso, deverão fazer parte da Proposta Pedagógica da Escola, que detalhará a modalidade na qual serão abordados ao longo do trabalho pedagógico. Para investigar mais profundamente a vinculação obrigatória ou não entre um componente curricular obrigatório e uma disciplina escolar específica, caberia uma analogia entre a Educação Física e a Educação Ambiental. 
A LDB é o que confere autonomia pedagógica às escolas, de maneira a induzi-las a elaborar projetos pedagógicos que estejam adequados à sua própria realidade. A recente Portaria Interministerial 73, de 23 de Junho de 2001, instituiu a Educação Física como componente curricular obrigatório o que vem a reforçar os termos deste parecer, no sentido da incorporação obrigatória da Educação Física à proposta pedagógica da escola. Conclui-se, portanto, que não existe vinculação direta entre componente curricular, mesmo obrigatório, e disciplina específica no currículo de ensino. Nos quatro últimos anos do ensino fundamental, no período diurno, a Educação Física deve figurar obrigatoriamente na Proposta Pedagógica da Escola, mesmo que não constitua disciplina escolar específica. Os Parâmetros Curriculares Nacionais contemplam a prática da Educação Física e oferecem importantes subsídios para sua incorporação aos projetos pedagógicos, de maneira a potencializar as indiscutíveis vantagens de sua prática rotineira. O Poder Público, mormente o Ministério do Esporte e Turismo e sua Secretaria Nacional de Esporte em articulação com a Secretaria de Educação Fundamental do Ministério da Educação, poderia desenvolver programas com vistas ao incremento da Educação Física em suas diversas modalidades nas escolas do Ensino Fundamental. 
A Educação Física é mencionada como componente curricular obrigatório que deve fazer parte da proposta pedagógica da escola. Portanto, no Ensino Médio repete-se a situação presente no Ensino Fundamental, qual seja a obrigatoriedade de inclusão da Educação Física nos cursos diurnos como componente curricular, mas não necessariamente na forma de disciplina específica, se restringir a docência de Educação Física nas escolas a profissionais especializados. De início, cabe ressaltar que a LDB dispõe sobre a constituição de Sistemas de Ensino pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios, que deverão atuar em regime de colaboração, baixando normas e conferindo-lhes liberdade de atuação, nos termos da legislação. Existe, assim, ampla gama de possibilidades de articulação da Educação Física com o currículo da escola e os Sistemas de Ensino pode dispor a esse respeito, de acordo com os artigos 10 e 11 da LDB. 
Em todos os casos, o diploma que confere a graduação habilitadora aos profissionais da Educação em todo o território nacional é o de Licenciatura Plena, conforme os Art. 62, Art. 67 e Art. 87 da Lei 9394/96. No caso de o componente curricular Educação Física ser oferecido na forma de disciplina específica nos quatro últimos anos do ensino fundamental e no ensino médio, no período diurno ou noturno, ele deverá ser ministrado por profissional legalmente licenciado. No turno diurno, a carga horária da disciplina fará parte das 800 horas anuais obrigatórias; no turno noturno, sua carga horária não poderá ser contabilizada para efeito do mínimo legal. Caso o componente curricular Educação Física não constitua disciplina, na forma especificada no projeto pedagógico da escola e de acordo com as disposições vigentes no respectivo sistema, ela deverá ser ministrada igualmente por profissional legalmente licenciado. 
A mesma exigência não se aplica a práticas desportivas de modo geral, que devem ser acompanhadas por profissional especializado e contar com infraestrutura e condições adequadas. Em todos os casos, a proposta pedagógica da escola deverá contemplar o componente Educação Física, no ensino fundamental e no ensino médio. Não se deve confundir o estímulo a práticas desportivas, no recinto escolar ou alhures, com o componente curricular Educação Física de que trata o art. 26 de lei 9394/96. 
É necessário que as propostas pedagógicas das escolas contemplem as demandas locais e de suas clientelas, ao mesmo tempo em que se incorporam os conhecimentos científicos que apontam para a necessidade de regularidade no exercício físico ao longo de toda a trajetória escolar. 
A Lei nº 9.394/96 dispõe para a Educação Básica:
Art. 26. Os currículos do ensino fundamental e médio devem ter uma base nacional comum, a ser complementada, em cada sistema de ensino e estabelecimento escolar, por uma parte diversificada, exigida pelas características regionais e locais da sociedade, da cultura, da economia e da clientela.
A Lei nº 10,328, DE 12 DE DEZEMBRO DE 2001:
 
	
	Introduz a palavra "obrigatório" após a expressão "curricular", constante do § 3o do art. 26 da Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional.
§ 3o A educação física, integrada à proposta pedagógica da escola, é componente curricular obrigatório da Educação Básica, ajustando-se às faixas etárias e às condições da população escolar, sendo facultativa nos cursos noturnos.
RESOLUÇÃO Nº 7, DE 14 DE DEZEMBRO DE 2010 
O Presidente da Câmara de Educação Básica do Conselho Nacional de Educação, de conformidade com o disposto na alínea “c” do § 1º do art. 9º da Lei nº 4.024/61, com a redação dada pela Lei nº 9.131/95, no art. 32 da Lei nº 9.394/96, na Lei nº 11.274/2006, e com fundamento no Parecer CNE/CEB nº 11/2010, homologado por Despacho do Senhor Ministro de Estado da Educação, publicado no DOU de 9 de dezembro de 2010, resolve:
Art. 1º A presente Resolução fixa as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental de 9 (nove) anos a serem observadas na organização curricular dos sistemas de ensino e de suas unidades escolares.
Art. 2º As Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental de 9 (nove) anos articulam-se com as Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para a Educação Básica (Parecer CNE/CEB nº 7/2010 e Resolução CNE/CEB nº 4/2010) e reúnem princípios, fundamentos e procedimentos definidos pelo Conselho Nacional de Educação, para orientar as políticas públicas educacionais e a elaboração, implementação e avaliaçãodas orientações curriculares nacionais, das propostas curriculares dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios, e dos projetos político-pedagógicos das escolas.
Parágrafo único. Estas Diretrizes Curriculares Nacionais aplicam-se a todas as
modalidades do Ensino Fundamental previstas na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, bem como à Educação do Campo, à Educação Escolar Indígena e à Educação Escolar Quilombola.
 FUNDAMENTOS
Art. 3º O Ensino Fundamental se traduz como um direito público subjetivo de cada um e como dever do Estado e da família na sua oferta a todos.
Art. 4º É dever do Estado garantir a oferta do Ensino Fundamental público, gratuito e de qualidade, sem requisito de seleção.
Parágrafo único. As escolas que ministram esse ensino deverão trabalhar considerando essa etapa da educação como aquela capaz de assegurar a cada um e a todos o acesso ao conhecimento e aos elementos da cultura imprescindíveis para o seu desenvolvimento pessoal e para a vida em sociedade, assim como os benefícios de uma formação comum, independentemente da grande diversidade da população escolar e das demandas sociais.
Art. 5º O direito à educação, entendido como um direito inalienável do ser humano constitui o fundamento maior destas Diretrizes. A educação, ao proporcionar o desenvolvimento do potencial humano, permite o exercício dos direitos civis, políticos, sociais e do direito à diferença, sendo ela mesma também um direito social, e possibilita a formação cidadã e o usufruto dos bens sociais e culturais.
§ 1º O Ensino Fundamental deve comprometer-se com uma educação com qualidade social, igualmente entendida como direito humano.
§ 2º A educação de qualidade, como um direito fundamental, é, antes de tudo, relevante, pertinente e equitativa.
I – A relevância reporta-se à promoção de aprendizagens significativas do ponto de vista das exigências sociais e de desenvolvimento pessoal.
II – A pertinência refere-se à possibilidade de atender às necessidades e às características dos estudantes de diversos contextos sociais e culturais e com diferentes capacidades e interesses.
III – A equidade alude à importância de tratar de forma diferenciada o que se apresenta como desigual no ponto de partida, com vistas a obter desenvolvimento e aprendizagens equiparáveis, assegurando a todos a igualdade de direito à educação.
§ 3º Na perspectiva de contribuir para a erradicação da pobreza e das desigualdades, a equidade requer que sejam oferecidos mais recursos e melhores condições às escolas menos providas e aos alunos que deles mais necessitem. Ao lado das políticas universais, dirigidas a todos sem requisito de seleção, é preciso também sustentar políticas reparadoras que assegurem maior apoio aos diferentes grupos sociais em desvantagem.
§ 4º A educação escolar, comprometida com a igualdade do acesso de todos ao conhecimento e especialmente empenhada em garantir esse acesso aos grupos da população em desvantagem na sociedade, será uma educação com qualidade social e contribuirá para dirimir as desigualdades historicamente produzidas, assegurando, assim, o ingresso, a permanência e o sucesso na escola, com a consequente redução da evasão, da retenção e das distorções de idade/ano/série (Parecer CNE/CEB nº 7/2010 e Resolução CNE/CEB nº 4/2010, que define as Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para a Educação Básica).
 PRINCÍPIOS
Art. 6º Os sistemas de ensino e as escolas adotarão, como norteadores das políticas educativas e das ações pedagógicas, os seguintes princípios:
I – Éticos: de justiça, solidariedade, liberdade e autonomia; de respeito à dignidade da pessoa humana e de compromisso com a promoção do bem de todos, contribuindo para combater e eliminar quaisquer manifestações de preconceito de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.
II – Políticos: de reconhecimento dos direitos e deveres de cidadania, de respeito ao bem comum e à preservação do regime democrático e dos recursos ambientais; da busca da equidade no acesso à educação, à saúde, ao trabalho, aos bens culturais e outros benefícios; da exigência de diversidade de tratamento para assegurar a igualdade de direitos entre os alunos que apresentam diferentes necessidades; da redução da pobreza e das desigualdades sociais e regionais.
III – Estéticos: do cultivo da sensibilidade juntamente com o da racionalidade; do enriquecimento das formas de expressão e do exercício da criatividade; da valorização das diferentes manifestações culturais, especialmente a da cultura brasileira; da construção de identidades plurais e solidárias.
Art. 7º De acordo com esses princípios, e em conformidade com o art. 22 e o art. 32 da Lei nº 9.394/96 (LDB), as propostas curriculares do Ensino Fundamental visarão desenvolver o educando, assegurar-lhe a formação comum indispensável para o exercício da cidadania e fornecer-lhe os meios para progredir no trabalho e em estudos posteriores, mediante os objetivos previstos para esta etapa da escolarização, a saber:
I – o desenvolvimento da capacidade de aprender, tendo como meios básicos o pleno domínio da leitura, da escrita e do cálculo;
II – a compreensão do ambiente natural e social, do sistema político, das artes, da tecnologia e dos valores em que se fundamenta a sociedade III – a aquisição de conhecimentos e habilidades, e a formação de atitudes e valores como instrumentos para uma visão crítica do mundo;
IV – o fortalecimento dos vínculos de família, dos laços de solidariedade humana e de tolerância recíproca em que se assenta a vida social.
MATRÍCULA NO ENSINO FUNDAMENTAL DE 9 (NOVE) ANOS
E CARGA HORÁRIA
Art. 8º O Ensino Fundamental, com duração de 9 (nove) anos, abrange a população na faixa etária dos 6 (seis) aos 14 (quatorze) anos de idade e se estende, também, a todos os que, na idade própria, não tiveram condições de frequentá-lo.
§ 1º É obrigatória à matrícula no Ensino Fundamental de crianças com 6 (seis) anos completos ou a completar até o dia 31 de março do ano em que ocorrer a matrícula, nos termos da Lei e das normas nacionais vigentes.
§ 2º As crianças que completarem 6 (seis) anos após essa data deverão ser
matriculadas na Educação Infantil (Pré-Escola).
§ 3º A carga horária mínima anual do Ensino Fundamental regular será de 800
(oitocentas) horas relógio, distribuídas em, pelo menos, 200 (duzentos) dias de efetivo trabalho escolar.
4.3 CURRÍCULO
Art. 9º O currículo do Ensino Fundamental é entendido, nesta Resolução, como constituído pelas experiências escolares que se desdobram em torno do conhecimento, permeadas pelas relações sociais, buscando articular vivência e saberes dos alunos com os conhecimentos historicamente acumulados e contribuindo para construir as identidades dos estudantes.
§ 1º O foco nas experiências escolares significa que as orientações e as propostas curriculares que provêm das diversas instâncias só terão concretude por meio das ações educativas que envolvem os alunos.
§ 2º As experiências escolares abrangem todos os aspectos do ambiente escolar:, aqueles que compõem a parte explícita do currículo, bem como os que também contribuem, de forma implícita, para a aquisição de conhecimentos socialmente relevantes. Valores, atitudes, sensibilidade e orientações de conduta são veiculados não só pelos conhecimentos, mas por meio de rotinas, rituais, normas de convívio social, festividades, pela distribuição do tempo e organização do espaço educativo, pelos materiais utilizados na aprendizagem e pelo recreio, enfim, pelas vivências proporcionadas pela escola.
§ 3º Os conhecimentos escolares são aqueles que as diferentes instâncias que produzem orientações sobre o currículo, às escolas e os professores selecionam e transformam a fim de que possam ser ensinados e aprendidos, ao mesmo tempo em que servem de elementos para a formação ética, estética e política do aluno.
BASE NACIONAL COMUM E PARTE DIVERSIFICADA: COMPLEMENTARIDADE
Art. 10 O currículo do EnsinoFundamental tem uma base nacional comum,
complementada em cada sistema de ensino e em cada estabelecimento escolar por uma parte diversificada.
Art. 11 A base nacional comum e a parte diversificada do currículo do Ensino
Fundamental constitui um todo integrado e não podem ser consideradas como dois blocos distintos.
31º A articulação entre a base nacional comum e a parte diversificada do currículo do Ensino Fundamental possibilita a sintonia dos interesses mais amplos de formação básica do cidadão com a realidade local, as necessidades dos alunos, as características regionais da sociedade, da cultura e da economia e perpassa todo o currículo.
§ 2º Voltados à divulgação de valores fundamentais ao interesse social e à preservação da ordem democrática, os conhecimentos que fazem parte da base nacional comum a que todos devem ter acesso, independentemente da região e do lugar em que vivem, asseguram a característica unitária das orientações curriculares nacionais, das propostas curriculares dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios, e dos projetos político-pedagógicos das escolas.
§ 3º Os conteúdos curriculares que compõem a parte diversificada do currículo serão definidos pelos sistemas de ensino e pelas escolas, de modo a complementar e enriquecer o currículo, assegurando a contextualização dos conhecimentos escolares em face das diferentes realidades.
Art. 12 Os conteúdos que compõem a base nacional comum e a parte diversificada têm origem nas disciplinas científicas, no desenvolvimento das linguagens, no mundo do trabalho, na cultura e na tecnologia, na produção artística, nas atividades desportivas e corporais, na área da saúde e ainda incorporam saberes como os que advêm das formas diversas de exercício da cidadania, dos movimentos sociais, da cultura escolar, da experiência docente, do cotidiano e dos alunos.
Art. 13 Os conteúdos a que se refere o art. 12 são constituídos por componentes curriculares que, por sua vez, se articulam com as áreas de conhecimento, a saber:
Linguagens, Matemática, Ciências da Natureza e Ciências Humanas. As áreas de conhecimento favorecem a comunicação entre diferentes conhecimentos sistematizados e entre estes e outros saberes, mas permitem que os referenciais próprios de cada componente curricular sejam preservados. 
Art. 14 O currículo da base nacional comum do Ensino Fundamental deve abranger, obrigatoriamente, conforme o art. 26 da Lei nº 9.394/96, o estudo da Língua Portuguesa e da Matemática, o conhecimento do mundo físico e natural e da realidade social e política, especialmente a do Brasil, bem como o ensino da Arte, a Educação Física e o Ensino Religioso.
Art. 15 Os componentes curriculares obrigatórios do Ensino Fundamental serão assim organizados em relação às áreas de conhecimento:
I – Linguagens:
a) Língua Portuguesa;
b) Língua Materna, para populações indígenas;
c) Língua Estrangeira moderna;
d) Arte; e
e) Educação Física;
II – Matemática;
III – Ciências da Natureza;
IV – Ciências Humanas:
a) História;
b) Geografia;
V – Ensino Religioso.
§ 1º O Ensino Fundamental deve ser ministrado em língua portuguesa, assegurada também às comunidades indígenas a utilização de suas línguas maternas e processos próprios de aprendizagem, conforme o art. 210, § 2º, da Constituição Federal.
§ 2º O ensino de História do Brasil levará em conta as contribuições das diferentes culturas e etnias para a formação do povo brasileiro, especialmente das matrizes indígena, africana e europeia (art. 26, § 4º, da Lei nº 9.394/96).
3º A história e as culturas indígena e afro-brasileira, presentes, obrigatoriamente, nos conteúdos desenvolvidos no âmbito de todo o currículo escolar e, em especial, no ensino de Arte, Literatura e História do Brasil, assim como a História da África, deverão assegurar o conhecimento e o reconhecimento desses povos para a constituição da nação (conforme art.
26-A da Lei nº 9.394/96, alterado pela Lei nº 11.645/2008). Sua inclusão possibilita ampliar o leque de referências culturais de toda a população escolar e contribui para a mudança das suas concepções de mundo, transformando os conhecimentos comuns veiculados pelo currículo e contribuindo para a construção de identidades mais plurais e solidárias.
§ 4º A Música constitui conteúdo obrigatório, mas não exclusivo, do componente curricular Arte, o qual compreende também as artes visuais, o teatro e a dança, conforme o § 6º do art. 26 da Lei nº 9.394/96.
§ 5º A Educação Física, componente obrigatório do currículo do Ensino Fundamental, integra a proposta político-pedagógica da escola e será facultativo ao aluno apenas nas circunstâncias previstas no § 3º do art. 26 da Lei nº 9.394/96.
§ 6º O Ensino Religioso, de matrícula facultativa ao aluno, é parte integrante da formação básica do cidadão e constitui componente curricular dos horários normais das escolas públicas de Ensino Fundamental, assegurado o respeito à diversidade cultural e religiosa do Brasil e vedadas quaisquer formas de proselitismo, conforme o art. 33 da Lei nº 9.394/96.
Art. 16 Os componentes curriculares e as áreas de conhecimento devem articular em seus conteúdos, a partir das possibilidades abertas pelos seus referenciais, a abordagem de temas abrangentes e contemporâneos que afetam a vida humana em escala global, regional e local, bem como na esfera individual. Temas como saúde, sexualidade e gênero, vida familiar e social, assim como os direitos das crianças e adolescentes, de acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei nº 8.069/90), preservação do meio ambiente, nos termos da política nacional de educação ambiental (Lei nº 9.795/99), educação para o consumo, educação fiscal, trabalho, ciência e tecnologia, e diversidade cultural devem permear o desenvolvimento dos conteúdos da base nacional comum e da parte diversificada do currículo.
§ 1º Outras leis específicas que complementam a Lei nº 9.394/96 determinam que sejam ainda incluídos temas relativos à condição e aos direitos dos idosos (Lei nº 10.741/2003) e à educação para o trânsito (Lei nº 9.503/97).
§ 2º A transversalidade constitui uma das maneiras de trabalhar os componentes curriculares, as áreas de conhecimento e os temas sociais em uma perspectiva integrada, conforme a Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para a Educação Básica (Parecer CNE/CEB nº 7/2010 e Resolução CNE/CEB nº 4/2010).
§ 3º Aos órgãos executivos dos sistemas de ensino compete a produção e a disseminação de materiais subsidiários ao trabalho docente, que contribuam para a eliminação de discriminações, racismo, sexismo, homofobia e outros preconceitos e que conduzam à adoção de comportamentos responsáveis e solidários em relação aos outros e ao meio ambiente.
Art. 17 Na parte diversificada do currículo do Ensino Fundamental será incluído, obrigatoriamente, a partir do 6º ano, o ensino de, pelo menos, uma Língua Estrangeira moderna, cuja escolha ficará a cargo da comunidade escolar.
Parágrafo único. Entre as línguas estrangeiras modernas, a língua espanhola poderá ser a opção, nos termos da Lei nº 11.161/2005.
RELATO DE EXPERIENCIA VIVENCIADA EM EDUCAÇÃO FÍSICA
A escola “ EEPSG CALVINO BARBOSA FERRAZ”, (“Antes denominada Escola Estadual de Primeiro e Segundo Grau”), na cidade de Óleo estado de São Paulo, foi como tantas outras, escola única de cidade do interior, agregando ensino infantil, fundamental, e médio; com o passar dos anos foi desvinculada a escola de educação infantil, e ensino fundamental I, sendo os mesmos municipalizados. Essa separação de responsabilidades fiscais do governo estadual atribuiu delegações ao município, criando secretarias que passaram a ser responsável pelo uso dos recursos destinados a educação infantil e fundamental I.
Recordo-me dos anos iniciais de minha trajetória escolar, onde as aulas de educação física eram ministradas pelo professor responsável pela sala do ciclo básico, fundamental I atualmente. Hoje em dia mesmo no ensino infantil na maioria das cidades já se encontra o professorespecialista tanto para as aulas de educação física quanto para lecionar outras matérias como artes, inglês, matemática dentre outras.
Professores especialistas em determinadas matérias como: matemática, geografia, ciências, só passávamos a conhecer no ensino fundamental II. Não havia no inicio dos anos de 1990 crianças portadoras de necessidades especiais, ao menos não me recordo na minha escola e me deparar com tal situação.
Claramente seria um transtorno para a direção da escola se deparar com tal acontecimento, visto que a escola estadual, não era em nada adaptada a receber um cadeirante ou deficiente físico. Não havia rampas de acesso nem ao menos banheiro adaptado; o que víamos eram escadas dando acesso ao refeitório, às quadras e banheiros. Coincidentemente não há registro de crianças nas condições de necessidades especiais em tal época. 
Somente no inicio dos a nos 2000, há registros de portadores de necessidades especiais e cadeirantes, onde houve um avanço no sentido de melhorias para receber tais alunos. 
Não havia uma lei que garantisse o direito dos portadores de necessidades especiais, e muitas vezes os mesmos deixavam de se matricular nas escolas, privando-se do direito de ser alfabetizado.
Hoje já podemos verificar que dificilmente veremos uma escola sem um professor especialista em educação física, e escolas sem nenhum tipo de acesso a aqueles com alguma especificidade.
Hoje no ensino municipalizado já podemos contar com profissionais capacitados na área de educação física para lecionar as aulas, mas há, no entanto fatos corriqueiros em que professores formados apenas em pedagogia lecionam as aulas de educação física na falta do profissional habilitado.
Minha posição a respeito é que o profissional de educação física é mais qualificado para aplicar as aulas, ele tem todo um preparo e conhecimento de praticas esportivas para determinada fase de formação da criança, sabendo explorar o desenvolvimento individual de cada aluno.
Por outro lado na falta de um profissional especializado em educação física, não é certo privar o aluno de ter contato com o esporte, e com praticas que possam desenvolver sua coordenação motora, creio que para esses casos o pedagogo possa suprir necessidades momentâneas de desenvolvimento motor na primeira infância, explorando a dança a arte e a ludicidade.
Os jogos também podem ser uma forma de conhecimento das habilidades físicas e exploração e conhecimento do próprio corpo. Correr, saltar, equilibrar-se, receber e repassar objetos, escalar, bater bola, diferentes situações em que o profissional de pedagogia pode começar a avaliar o desenvolvimento do aluno, procedimentos e atitudes que os ajudarão na sua evolução social. Desenvolver circuitos, desafios corporais, fará com que os alunos desenvolvam suas habilidades e lidem com suas frustrações, regras no sentido de nem sempre ganhamos, ou como lidar com a perda.
	Freire diz:
“Desta maneira, o educador já não é o que apenas educa, mas o que, enquanto educa, é educado, em diálogo com o educando que, ao ser educado, também educa. Ambos, assim, se tornam sujeitos do processo em que crescem juntos e em que os ‘argumentos de autoridade’ já não valem. Em que, para ser-se, funcionalmente, autoridade, se necessita de estar sendo com as liberdades e não contra elas”. (FREIRE, 2005, p.79)
BIBLIOGRAFIA
FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. 43ªed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2005.
PAULA, Lucília Augusta Lino de. Ética, cidadania e educação especial. Revista Brasileira de Educação Especial, Piracicaba, v. 3, n. 4, p. 91-109, 1996.
SPOSATI, Aldaíza. Exclusão social e fracasso escolar. Em Aberto, Brasília, v. 17, n. 71, p. 21-32, jan. 2000.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2014/lei/l13005.htm
http://acervo.novaescola.org.br/blogs/tecnologia-educacao/
http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/rceb007_10.pdf
http://portal.mec.gov.br/par/323-secretarias-112877938/orgaos-vinculados-82187207/12962-educacao-fisica-obrigatoriedade-da-disciplina
http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/pceb16_01.pdf
http://www.diversa.org.br/artigos/artigo/119?gclid=CJaK8ZL09c4CFQOAkQodUGgBSA
https://www.google.com.br/webhp?sourceid=chrome-instant&ion=1&espv=2&ie=UTF-8#q=inova%C3%A7%C3%A3o+tecnologica+pratica+educa%C3%A7%C3%A3o+fisica