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JANELAS DA ALMA, ENSAIO SOBRE A CEQUEIRA, MITO DA CAVERNA, PLATÃO
UMA LIGAÇÃO SOBRE TUDO QUE JÁ SE ENCONTRA INTERLIGADO
LUIZ PAULO SAPUCAIA PEREIRA
No documentário Janelas da Alma, demostra algumas pessoas com problema de visão, algumas enxergam e usam óculos outras já perderam totalmente a capacidade de enxergar, interessante quando escrevemos, capacidade de enxergar, pois quando falamos desta capacidade só nos remetemos ao sentido da visão, e o significado etimológico desta palavra nos trás: Divisar, perceber, entrever, a partir deste significado podemos perceber que enxergar vai além apenas do sentido da visão, nos ousamos a dizer que esta visão que vai além dos olhos seria a observação da alma, através de todas e quaisquer percepções que tenhamos.
“Enxergaremos” exatamente, independente de que janela estejamos utilizando um reflexo de nosso interior, não importa que janela estejamos usando, a leitura será sempre a partir de nossas contrações pessoais, da nossa alma.
O documentário demostra claramente isso, pelos depoimentos de varias pessoas, como cada uma interpreta a sua situação de acordo a sua leitura individual, de acordo a sua alma e a janela que esteja sendo usada.
Um dos entrevistados que nos chamou a atenção foi, do Sr, Arnaldo Godoy, vereador em Belo Horizonte, que nasceu com um problema na visão mas que conseguia enxergar bem, usava as janelas dos olhos de forma eficaz, por volta dos 18 anos perdeu totalmente a capacidade de enxergar, mas teve a capacidade de abrir outras janelas para sua alma poder ver, hoje se locomove se forma tranquila por toda Belo Horizonte, diz que criou uma maquete em sua mente e usa referencias como, subida, descida, sons, e outras percepções para permitir sua alma de vê. Ele trás essa capacidade de ver por outras janelas a sua família, conta que tinha umas 40 pessoas em sua casa e que isso o protegeu da super proteção, que a quantidade de pessoas por ser grande não permitia ele ter uma atenção especial por ser portador de uma deficiência, e isso o ajudou muito, diríamos que foi as chaves das novas janelas, entregue a ele através da família. E entre seus sete irmão diz não se lembrar de nunca ter havido uma distinção entre ele e seus irmãos por ele ser portador de uma deficiência, e isso trás uma reflexão profunda, para nós psicólogos e para todos nós seres humanos, pois se temos um parente portador de deficiência ou conhecido ou ainda amigo, temos a tendência de trata-lo de forma distinta do que trataríamos outro não portador, logo, como demostrado pelo SR. Arnaldo incapacitando-o com um tratamento privilegiado, e assim proporcionando a não adaptação deste ao meio que vive. Podemos perceber a lado negativo de uma super proteção, se é que existe um lado positivo, lembramos agora de algo que acontece na natureza, existe um tipo de águia de rápida, que faz seu ninho em montanhas muito altas, e quando chega determinado momento a mão águia, empurra seus filhotes com o bico para fora do ninho, só restam duas possibilidades para os “pobres” filhotes, ou voar ou morrer caindo de uma altura muito grande. Claro que sabemos que ela o faz no momento que todos encontram-se em todos os aspectos desenvolvidos para alçar seu primeiro voo, bem diferente do que nós seres humanos portadores da razão fazemos com nossos filhos.
Estamos numa fase de super proteção que a adolescência esta se prolongando cada vez mais, hoje vemos “adolescentes” com até 40 anos claro que sabemos que existem vários outros aspectos para tal acontecimento, mas que no momento não adentraremos nestes assuntos.
Neste mesmo documentário vemos outras histórias interessantes e sobre a superação desses portadores de deficiência, uns com ótimo humor outros passando por algumas dificuldades, o que proporciona fortalecimento, mas agora adentraremos na incapacidade do ser humano tido como normal, aquele que não é tido como portador de nenhuma deficiência, e tentaremos demostrar através do Mito da Caverna de Platão, as inúmeras deficiências que os não portadores portam, parece redundante, mas...
Faremos uma rápida abreviação deste mito, para então demostrarmos que realmente somos portadores de algumas deficiências, talvez não catalogadas nos DSMs ou órgãos responsáveis para catalogação das patologias, mas que essas são em muitos casos as que mais proporciona sofrimento no que há possui como em todos que convivem com este deficiente.
Falamos este deficiente, mas talvez todos nós, os “normais” somos de alguma forma portador de alguma incapacidade, de convivência, de compreensão, de intolerância, e tantas outras tidas como normais da massa humana.
Vamos ao Mito, uma grupo e seres humanos viviam em uma caverna, e vislumbravam as sombras do que acontecia fora dela, e consideram que esta era a única vida que poderia ser vivida, que esta era a vida em sua totalidade, viam sombras de animais, de plantas , o por e o raiar do sol, sombras de outros seres passando, tinham em suas mentes que esta era a vida destinada aquela raça, assim viviam e assim procriavam e educavam, todos com os mesmos preceitos que foram educados. Num dia comum, um menino começou olhar e analisar essas sombras, percebeu que se modificavam e se mexiam no decorrer do dia, sua curiosidade foi tanta que teve o impulso de tentar de aproximar delas e ver o que era e como funcionava, inicialmente foi contido por todos os moradores daquele local, com frases, aqui é nosso mundo, nossa vida é essa e é boa, temos tudo o que precisamos aqui, não necessitamos de mais nada, por se arriscar ao desconhecido se estamos bem, vivemos sempre aqui e de forma muito boa, mesmo com tantos discursos para não mais sondar aquelas sombras o menino em determinado dia se aventurou a ir se aproximando das sombras, até ter acesso ao mundo lá fora da caverna, se espantou com tanta beleza e cores, depois de um tempo vislumbrando aquele mundo magnifico, voltou para contar a todos sobre o que tinha descoberto.
Ao encontrar novamente com seu povo, contou-lhes sobre tudo que tinha visto e presenciado do lado de fora da caverna, para sua decepção quase a totalidade daqueles que ali viviam, não acreditaram nele, outros falaram que estava louco, outros ainda disseram que era mentiroso, mesmo assim ele insistiam para virem com ele que ele mostraria o que estava dizendo, apenas um grupo muito reduzido de amigos se ousaram a ir com ele, e sua grande maioria continuava vivendo aquela vida que acreditavam ser a única a ser vivida, depois de um tempo os que tinham ido com o jovem voltaram para dizer que ele dizia era a verdade, mas mesmo assim não acreditaram neles e acabaram expulsando-os da comunidade, eles voltaram e foram viver fora da caverna e assim constituem a humanidade de hoje, aqueles que ficaram confinados na caverna com o passar dos tempo foram extintos.
Platão queria nos dizer muito com o Mito da Caverna, infelizmente ainda vivemos nesta ou em varias cavernas hoje em dia, e o viver na caverna neste momento associaríamos a uma ou a varias deficiências que aqueles ditos não deficientes ainda possuem. Se tivéssemos a compreendido o ensinamento de Platão sobre o Mito da Caverna, viveríamos como a família do Sr. que tratamos acima, ou seja, tratar à todos independente de uma deficiência ou super capacidade de forma igual, com respeito apenas, pois todos independente do papel que esteja ocupando, somos seres humanos, pertencente a uma mesma espécie, não há diferença entre nós, apenas uns tiveram mais oportunidades que outro, e aquele que não teve se a tivesse estaria da mesma forma, esssa é nossa visão a cegueira, e por onde a alma pode olhar, olhemos por janelas novas, e fora da caverna.
ALAGOINHAS 2016